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TRANSPORTE COLETIVO Motoristas de ônibus anunciam ‘cruzar os braços’ hoje

Mariane Chianezi

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Após o prazo para diálogo envolvendo reajuste salarial encerrar, o STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano) definiu que os motoristas de ônibus de Campo Grande vão “cruzar os braços” nesta quarta-feira (18). A categoria não teve as demandas atendidas e indicou greve em reunião com as empresas de transporte coletivo na manhã desta terça-feira (17).

Em ata do encontro, encaminhada ao Jornal Midiamax, os empresários alegam que o reajuste solicitado não será realizado porque, segundo eles, o valor da nova tarifa do transporte público ainda não está definido.

Com a negativa das empresas, o sindicato sinalizou a paralisação dos motoristas “a partir” desta quarta-feira (18), porém, não é detalhado se a mobilização segue nos demais dias da semana.

As empresas foram à Justiça pedir liminar para impedir a manifestação dos trabalhado-

Jornal Midiamax/Arquivo

Trabalhadores do transporte coletivo ameçaram paralisar o serviço hoje

res, alegendo que o movimento é irregular por não respeitar prazos. O pedido foi negado em primeira instância na Justiça do Trabalho (leia nais nesta página).

O que diz a legislação

Conforme a Lei 7783/1989, antes que uma greve se inicie, o sindicato da categoria deve convocar uma assembleia geral para definir as reivindicações, deliberando sobre a paralisação coletiva.

Quando decidida a paralisação na assembleia geral, é preciso notificar os empregadores e o sindicato com 48 horas de antecedência da paralisação. No caso de serviços considerados essenciais, como o transporte público, esse aviso deve ser feito com 72 horas de antecedência.

Negociação de reajuste

Há cerca de um mês os motoristas estão em diálogo com a empresa detentora do transporte público de Campo Grande. Eles pedem reajuste de 16%, mas empresários ofereceram 6,4%.

Desde 22 de dezembro, motoristas alertam sobre a paralisação. Neste dia, o consórcio

Juiz nega pedido para impedir greve

Com o indicativo de paralisação dos motoristas para esta quarta-feira (18) em Campo Grande, as empresas de ônibus tiveram pedido para impedir o movimento negado por juiz. O presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende, havia antecipado que a empresa entraria em ação trabalhista para impedir o movimento, que segundo legislação, seria irregular.

“Nós pedimos para que não fizéssemos, pedimos para que seguissem a lei. Vamos protocolar agora a tarde com o juiz de plantão”, disse. Resende afirmou que a Prefeitura Municipal não se manifestou a respeito da nova tarifa, que há mais de um mês vem sendo tratada pela empresa.

O advogado da empresa, Felipe Barbosa, informou à reportagem que o juiz plantonista recusou o pedido em caráter de urgência. “Nosso pedido de liminar foi indeferido, o juiz destacou no despacho dele que ainda não apresenta riscos. E disse que se houver uma paralisação, vai reavaliar o pedido e notificar o sindicato”, relatou. (MC)

afirmou que a formalização de acordo de reajuste salarial com os trabalhadores passa pela definição da prefeitura a respeito do reajuste tarifário.

Em reunião da empresa com a categoria no dia 27 de dezembro, foi proposto aos motoristas um reajuste de 6,4%, mas o sindicato rejeitou inicialmente a proposta. Um novo encontro foi marcado para o dia 29 de dezembro, mas adiado após pedido das empresas.

O Consórcio Guaicurus pede aumento da passagem do transporte público de R$ 4,40 para R$ 8. De acordo com o diretor-executivo do consórcio, Robson Strengari, o novo preço considera diversos fatores, como a alta do combustível e INPC.

Descaso nos terminais chega a pontos de ônibus e passageiros ‘não têm paz’

ranziel Oliveira

Os problemas enfrentados por milhares de passageiros que diariamente circulam nos terminais de embarque e desembarque não são exclusividade das plataformas. Os pontos Peg Fácil e de Integração distribuídos em algumas regiões da Capital também protagonizam episódios de abandono do transporte público.

A reforma anunciada pela gestão municipal para o PI (Ponto de Integração) Hércules Maymone não saiu do papel desde 2019. No local, usuários do transporte coletivo são obrigados a conviver com uma estrutura decadente, sem água e com banheiros em situação deplorável.

A definição do frentista Jaconias Rocha, 28, é categórica. “Esse lugar é deprimente, a maioria das coisas aqui não funciona. A instalação está toda danificada. Eu não vou nesse banheiro, não tem o mínimo de higiene para um ser humano usar”.

A limpeza e estrutura do ba-

Nathália Alcântara/Jornal Midiamax

Ponto de Integração Hércules Maymone também é alvo de reclamações

nheiro também é um problema notório para a auxiliar de padaria Beatriz Martins, 46. “A estrutura do banheiro é horrível. Você usa, e quando vai para lavar a mão não tem água. Ou está tudo estragado. Ele sempre está muito sujo”.

Na perspectiva do estudante de Direito Lucas de Souza, 21, a estrutura não condiz com o custo da passagem. “Uso há 1 ano diariamente e não vejo melhora nenhuma. É uma estrutura muito decaída. O ambiente está velho. Pelo preço que é cobrado, não é um dos melhores serviços”.

Peg ‘nada’ Fácil

Na estação de embarque Peg-Fácil da Rua 15 de Novembro, a cadeirante Ana Luiza, 64, fez um desabafo sobre a questão da acessibilidade. “Muitos pontos não têm acessibilidade, as calçadas não são planas e ninguém ajuda você a passar nessas buraqueiras. Às vezes o ônibus já está com uma pessoas cadeirante ou o elevador não está funcionado, e você tem que esperar muito”, disse.

Para a estagiária Isabeli

Desistência

Em agosto de 2019, ainda na gestão Marquinhos Trad (PSD), o município previu reformar os terminais Aero Rancho, Nova Bahia, Morenão, General Osório, Moreninhas e o ponto de integração Hércules Maymone. Em 2020, o município anunciou obras em outros 3: Júlio de Castilho, Bandeirantes e Guaicurus, por R$ 5,5 milhões.

Para os 6 terminais, a previsão era gastar R$ 3.337.653,21 milhões. A prefeitura celebrou contrato com a Trevo Engenharia em outubro de 2020. A previsão era que tudo ficasse pronto até agosto de 2021. Um mês antes, a empresa desistiu do contrato. (RO)

Fotos: Nathália Alcântara/Jornal Midiamax

São vários os problemas apontados por usuários do serviço no ‘pontão’

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