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Movimento promete novas invasões e 600 famílias sem-terra erguem barracos em propriedades de MS
from Midiamax Diário | 23 de fevereiro de 2023 | Carnaval na Capital termina em arrastão, pancadaria e a
A FNL (Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade) promete novas invasões de terras em Mato Grosso do Sul. O movimento ocupou fazenda em Japorã no final de semana e deixou o local após confronto com fazendeiros no domingo (19).
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Contudo, a direção nacional da FNL disse ao Jornal Midiamax que o movimento terá continuidade no Estado. “Vamos retomar a luta em Mato Grosso do Sul. O Carnaval Vermelho foi o início”, informou o coletivo de comunicação da Frente.
Enquanto isso, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra expande acampamentos. Cerca de 600 famílias constroem barracos às margens da MS-164, próximo a Ponta Porã.
Estruturas de madeira e lona dão forma ao acampamento instalado em cerca de 10 hectares. Conforme o dirigente do MST-MS, Douglas Cavalheiro, a área faz parte de um assentamento.
Carnaval Vermelho
Mato Grosso do Sul é um dos 10 Estados nos quais a FNL realizou ações do “Carnaval Vermelho”, conjunto de ocupações
de terras pelo Brasil. Com início no sábado (18), a Fazenda Fernanda foi ocupada em Japorã. Segundo nota da FNL, o gru- po “ocupou a área e pede às autoridades que cumpram a lei e encaminhe a área para fins de reforma agrária, para que seja organizado um assentamento imediato das famílias”.
No domingo (19), a invasão foi desfeita após confronto. “Incendiaram os barracos e imóveis da propriedade, como mostram os vídeos”, afirmou em nota. O assessor Claudemir Novais adianta que novas ocupações serão realizadas. “Estamos nos organizando”, afirmou. Ele lembra que o movimento está presente no Estado há tempos. “A FNL sempre se organizou no estado pelo MPL [Movimento Popular de Luta], mas agora resolveu ficar a bandeira da FNL”.
Prefeito descarta novas ocupações
Ao Jornal Midiamax , o prefeito de Japorã, Paulo Cesar Franjoti (PSDB), garantiu que “não tem mais nenhuma ocupação de terra” no município. Segundo ele, a fazenda ocupada é “pequena, com cerca de 120 alqueires”.
Franjoti descarta novas invasões. “Japorã não tem área de terra improdutiva e também não tem grandes fazendas”.
A Associação Brasileira do Agronegócio repudiou as invasões a propriedades públicas ou privadas destinadas à produção agroindustrial. Assim, “clama para que o atual gover- no intervenha junto às lideranças dos movimentos insurgentes no sentido de apaziguar a vida no campo”.
O pedido é para que “a agricultura e a pecuária brasileiras continuem sendo a locomotiva da economia nacional, cuja contribuição se mantenha ou até supere os 25% de nosso PIB”.
Em Presidente Venceslau (SP), uma das cidades paulistas com invasão, a FNL recebeu prazo para deixar as terras.
A juíza Viviane Ferreira ordenou saída voluntária até a sexta-feira (24). Do contrário, haverá intervenção policial. (DG)
Acampamentos crescem com a ‘procura de famílias’
Outro movimento crescente no Estado é o MST, que busca a reforma agrária e distribuição de terras a partir de acampamentos. “Tem muitas pessoas que querem sair do aluguel e vão morar no acampamento”, afirma Douglas Cavalheiro, dirigente do movimento no Estado.
O novo acampamento começou há cerca de uma semana. “Por causa da chuva, muita chuva, está meio devagar ainda. Mas estamos na construção”.
São cerca de 10 hectares de acampamento a quase 30 metros da MS-164. “A área em que a gente está ali é uma área social, é uma reserva do assentamento Nova Conquista”.
A organização das famílias fica a cargo do diretório do MST do Estado. “Quando a família vem fazer o cadastro a gente já fala para ela trazer madeira, alimentação e lona para construção do barraco. Cada família faz sua casinha lá”, detalhou.
‘Situação de pobreza’ Douglas diz que a maior parte das famílias acolhidas “vivem em situação de pobreza, sem condições para aluguel, energia.
Então, elas vêm para o acampamento para poder se organizar e fazer uma luta para ter uma conquista lá na frente”.
O MST-MS possui outros três acampamentos fixos no Estado: em Japorã, Nova Andradina e Sidrolândia.
No MST há mais de 17 anos, Douglas garante que novos acampamentos surgem de acordo com a procura das famílias. “As famílias que procuram a gente para se organizar, elas veem uma oportunidade agora, com esse governo”, explicou à reportagem. (DG)
Coordenador da bancada vê ‘demanda reprimida’ em MS
Segundo o deputado federal e coordenador da bancada federal do Estado, Vander Loubet (PT), os novos acampamentos não são reflexo direto da Gestão Lula. “Na verdade acho que é uma demanda reprimida enorme, faz, talvez, mais de 8 anos que não se assenta mais uma família. Isso é uma realidade que nós temos de famílias precisando ser assentadas”, destaca.
Para ele, é “natural que no Governo do Lula esse povo crie esperança”. Vander pontua que o acampamento é “uma forma de pressão” que naturalmente obriga o governo a encontrar saídas para atender essas famílias.
Contudo, lembra que Lula assumiu a presidência há menos de 2 meses. “Claro que a hora que você acampa na beira da estrada, você explicita a sua demanda e necessidade, mas tem que ter paciência também porque nós estamos há 60 dias governando esse país. Então é importante ponderação, é importante ter tranquilidade”.
Por fim, reforçou a confiança de que as famílias serão atendidas. “Não tenho dúvida de que o presidente Lula vai distensionar, como fez quando assumiu”. (DG)
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