CadÚnico inseriu 500 pessoas por dia no Estado em 2022

Priscilla Peres

Mato Grosso do Sul chegou ao número de 1,37 milhão de pessoas cadastradas no CadÚnico, o Cadastro Único do Governo Federal. Os números do Ministério da Cidadania, de 2022, mostram que mais de 195 mil pessoas do Estado foram cadastradas no ano passado.

A média de novos cadastros ficou em 536 pessoas por dia em 2022. O CadÚnico é a principal forma de acesso aos programas sociais do Governo Federal. Ele reflete o avanço da pobreza, já que, para se cadastrar, é preciso se enquadrar nos critérios de baixa renda.

Os números do Ministério da Cidadania mostram que, do total de pessoas no CadÚnico em Mato Grosso do Sul, 449,4 mil (ou 33%) estão em situação de extrema pobreza. Outros 30% (411 mil pessoas) são consideradas de baixa renda.

As mulheres são maioria, representando 55,6% do total de cadastrados; enquanto os homens somam 44% da população estadual considerada de baixa renda.

Preço dos alimentos

No ano passado, ao mesmo tempo em que houve alta na busca pelo CadÚnico, a cesta básica de Campo Grande teve

CadÚnico é a porta de entrada para programas sociais do Governo Federal a terceira maior alta do país, ficando R$ 84 mais cara em 12 meses. Em dezembro, os itens custavam R$ 744,21, mais da metade do salário-mínimo.

No ano passado, também cresceu o número de pessoas em insegurança alimentar, ou seja, que não sabem como e quando será a sua próxima refeição.

O Auxílio Brasil, programa federal de transferência de renda, tornou-se para muitos a única renda do mês. Em 2022, o benefício, que era de R$ 200, passou para R$ 400 e para R$ 600 no período eleitoral. Valor inferior ao preço da cesta básica de Campo Grande.

Em 2022 também foi acentuada a precarização dos produtos. Podendo ser encontrado nas prateleiras dos supermercados soro de leite no lugar do leite –e com preço pouco diferente.

O mesmo acontece com outros produtos, como o leite condensado (substituído pela mistura láctea) e o queijo processado sabor requeijão.