Até 3 vezes mais baratas, ‘creches clandestinas’ se multiplicam e atraem pais

ranziel Oliveira

Relacionado à falta de vagas em Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) –que devem ser ofertadas pelo município de Campo Grande–e os altos custos para manter os filhos em instituições particulares, “creches clandestinas” se tornam “febre” em Campo Grande a cada início de ano.

A localização de ofertas é fácil de encontrar: de redes sociais a sites de compra e venda. O problema é que esses locais oferecem o serviço sem autorização –e fiscalização– do poder público. Na maioria das vezes, funcionam em residências e sem equipe preparada para os cuidados com as crianças.

Como relatado em dezembro de 2021, quando o Jornal Midiamax publicou reportagem sobre creche irregular fechada no Vida Nova: o local foi interditado após irregularidades como falta de autorização para funcionar, problemas na estrutura e apenas 4 cuida-

7 Mil Na Fila

Ao menos 7 mil crianças de 0 a 3 anos ficaram sem vaga em uma Escola Municipal de Educação Infantil em 2022 em Campo Grande. Entre as milhares de famílias à espera de vaga, estão mães sozinhas que trabalham o dia todo e que não doras para 58 crianças.

Na época, no período crítico da pandemia de Covid-19, a prefeitura havia informado

Fiscalizações

cionamento.

têm com quem contar para o cuidado dos pequenos. Assim, o cenário é de famílias que se desdobram para pagar uma creche particular a gente que deixa a carreira de lado e compromete o orçamento familiar porque não consegue ninguém para ficar com o filho. (RO) que a creche não cumpria normas de biossegurança, e não havia estrutura para atividades às crianças, como mesas e cadeiras.

Fáceis de achar em consulta na internet e ‘baratas’

A reportagem encontrou anúncios em uma pesquisa simples nas redes sociais. As propostas revelam várias pessoas oferecendo serviço para “cuidar do seu filho”. Um dos atrativos é o preço, até 3 vezes mais barato que uma creche particular.

No Iracy Coelho, o serviço de uma cuidadora é oferecido em uma casa. Para uma criança de 3 anos, o custo por mês é de R$ 300 em meio período e até

R$ 450 integral, com almoço –o lanche é arcado pelos pais.

Em uma unidade regulamentada na Vila Sobrinho para a mesma faixa etária, o serviço custa

R$ 780 para período integral e R$ 530 o meio período. O local conta com planejamento pedagógico e professores formados. Almoço e o lanche devem ser providenciado pelos pais.

Em uma unidade educacional no Centro, o custo para alunos do berçário no período matutino é de R$ 1.447, incluindo almoço; e o custo com material escolar é de R$ 920. (RO)

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Campo Grande informou que atua sob sua jurisdição no acompanhamento de cerca de 160 escolas de Educação Infantil particulares autorizadas pelo Conselho Municipal de Educação. Em caso de denúncias específicas de crianças atendidas em casas ou outros estabelecimentos, a equipe de Inspeção Escolar é acionada para averiguar cada situação e se há irregularidades quanto ao fun-

Novas Emeis

No final de dezembro, a prefeitura informou que não há previsão para inaugurar Emeis. No entanto, uma das metas é conseguir recursos para concluir das 6 unidades paralisadas e manter o bom funcionamento das 106 que atendem milhares de famílias.

Em agosto de 2022, a plançou edital de licitação para concluir a Emei do Jardim São Conrado, cuja obra está parada desde 2015. Também aguardam licitação unidades dos bairros Oliveira, Jardim Inápolis, Jardim Anache e Talismã.

A expectativa é de que, em 2023, seja licitada a conclusão das obras da Emei do Jardim Radialista. Já a unidade da Vila

A SED (Secretaria de Estado de Educação) detalhou ao Jornal Midiamax que a gestão das unidades escolares que trabalham com a oferta da Educação Infantil, bem como a fiscalização sobre as condições das mesmas, é realizada pelas redes municipais de ensino. A SED sugeriu o contato com as respectivas redes ou a Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação), que foi acionada, mas não se pronunciou até a veiculação desta matéria. (RO)

Popular está em fase de finalização, segundo a prefeitura.

Defensoria Pública

Na manhã de 28 de janeiro, mutirão na Defensoria Pública atendeu 266 pedidos de famílias que recorreram à ação para conseguirem vagas em escolas e creches para os filhos em Campo Grande. A maior demanda dos pedidos era por vagas em Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil). Conforme a coordenadora do Núcleo da Infância e Juventude, defensora pública Débora de Souza Paulino, a maioria dos atendimentos foi por agendamento, que aconteceram presencialmente ou on-line, mas também houve demanda espontânea de famílias. (RO)

CASA ABANDONADA