Livro da Feira de Arte e Antiguidades de Lisboa 2016 by Miguel Gaspar

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Todos os objectos são vendidos sob a responsabilidade exclusiva dos expositores que deverão dar certificados de autenticidade, caso os clientes o solicitem. A descrição das peças reproduzidas neste catálogo é da exclusiva responsabilidade dos expositores.

FEIRA DE ARTE E ANTIGUIDADES DE LISBOA 2016

Todas as peças presentes nesta Feira foram sujeitas a peritagem prévia por entidades idóneas e independentes, de reconhecida competência.

FEIRA DE ARTE E ANTIGUIDADES DE LISBOA

2016

Painéis de São Vicente [pormenor] Nuno Gonçalves c. 1470 Museu Nacional de Arte Antiga

Apoios

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FEIRA DE ARTE E ANTIGUIDADES DE LISBOA

2016

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Sob o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Excelentíssimo Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

FEIRA DE ARTE E ANTIGUIDADES DE LISBOA

2016

7 a 15 de Maio, 2016 Cordoaria Nacional Avenida da Índia, 1300 Lisboa Associação Portuguesa dos Antiquários www.apa.pt

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Índice Mensagem de Sua Excelência o Presidente da República

Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

A Fundação da Real Fábrica da Cordoaria

Capitão-de-mar-e-guerra César Martinho Gusmão Reis Madeira

Um Marco Importante no Calendário Cultural de Lisboa

Manuel Castilho

Feira de Arte e Antiguidades de Lisboa 2016

António Filipe Pimentel

Comissão de Honra

Comissão Organizadora

Expositores

1/ Espadim 1985

2/ São Roque, Antiguidades e Galeria de Arte

3/ Luís Alegria

4/ Galeria Philippe Mendes

5/ AR.PAB

6/ Zarco Antiquários, Art and Antique Gallery

7/ Isabel Lopes da Silva

8/ Manuel Castilho

9/ J. Baptista

10/ Galeria Guilhem Montagut

11/ Ricardo Hogan Antiguidades

12/ Miguel Arruda Antiguidades

13/ Galeria São Mamede

14/ D’Orey Azulejos e Antiguidades

15/ Rota do Tempo – João Ramada

16/ Microarte Galeria

17/ Manuela Gil Antiguidades

18/ Livraria Castro e Silva

19/ Helder Alfaiate Galeria de Arte

20/ Manuela Lírio

21/ Ilídio Cruz

Publicidade São Roque, Antiguidades e Galeria de Arte

Publicidade Luís Alegria

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Mensagem de Sua Excelência o Presidente da República Tal como tem acontecido durante quase duas décadas, o Presidente da República associa-se a mais uma edição da Feira de Arte e Antiguidades de Lisboa, antiga Bienal de Antiguidades. Um evento que soube reinventar-se, num período em que as condições económicas, os hábitos de consumo e as plataformas de arte e comércio se alteraram de modo radical, exigindo novas estratégias e respostas inovadoras. O contributo mais decisivo para esta reformulação criativa foi a união entre antiquários e galerias de arte, criando uma continuidade temática que também implicou mudanças em termos associativos e profissionais. De facto, não é difícil encontrar afinidades entre a dimensão colecionista, a atividade museológica e a apreciação estética. Embora traduzam diferentes modos e até diferentes possibilidades de usufruir dos objetos artísticos, estas atividades e áreas de interesse convocam impulsos eminentemente civilizados como a preservação e transmissão do passado ou a procura do belo. Aliás, a parceria privilegiada com o Museu de Arte Antiga, instituição cimeira do sistema de museus portugueses, traduz essas continuidades e esses esforços conjuntos, que não esquecem vertentes hoje decisivas como a comunicação e a internacionalização. Por último, cabe felicitar a Associação Portuguesa dos Antiquários por ter decidido que a pré-inauguração da Feira deste ano tenha carácter beneficiente, revertendo para o movimento nacional de aquisição do quadro Adoração dos Magos, do pintor Domingos Sequeira. Prova assim, uma vez mais, que prossegue os interesses comuns não apenas de antiquários, galeristas e colecionadores, mas também do público em geral, que a Feira convoca e desafia.

Marcelo Rebelo de Sousa

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A Fundação da Real Fábrica da Cordoaria No Dicionário de Linguagem de Marinha Antiga e Actual, da autoria dos Comandantes Humberto Leitão e Vicente Lopes, a designação de cordoaria é associada à fabricação de cabos de diversas qualidades e para diversos fins. Ora, a fundação da Real Fábrica da Cordoaria na segunda metade do século XVIII encontra correspondência na modernização da Marinha e no aperfeiçoamento do seu aparelho administrativo e logístico. A partir de 1770 intensificam-se as medidas para robustecer a indústria nacional. O governo de D. José I, que encontra em Sebastião de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, a sua figura principal, incrementa a formação de unidades industriais, através de uma política reformadora que visa quebrar a dependência externa de Portugal. A fundação da Real Fábrica da Cordoaria é, desta forma, produto do desenvolvimento industrial incentivado pelo governo pombalino. De facto, em 1770, vindo de Inglaterra, António Baptista de Sá, um artífice, mestre de cordoaria, propõe a edificação de uma cordoaria, requerendo o monopólio do fornecimento do cordame e velame à Armada Real. Porém, é somente cinco anos mais tarde, no ano de 1775, que D. José assina o diploma para a construção de uma fábrica de cordoaria, numa ampla extensão de terreno junto ao Tejo, na Junqueira. Em 1783 dão-se início às obras da futura fábrica, ficando estas concluídas em 1788. Como grande unidade industrial, decisiva para o abastecimento da Armada Real, a Cordoaria ficaria na alçada do Estado. O edifício da Cordoaria Nacional, célebre pela sua extensão de aproximadamente 394 m, pela espessura das suas paredes que chegam a atingir 2,40 m, bem como, pelas suas inúmeras janelas que inicialmente seriam 365, tem uma longa história de mais de 200 anos, tendo albergado outros organismos e serviços, nomeadamente um quartel, uma prisão, e mesmo um hospital. Aí funcionou, igualmente, o Instituto Superior Naval de Guerra, sendo atualmente o local onde se acomoda a memória escrita da Marinha Portuguesa, materializada através dos seus arquivos. Este é assim um local apropriado para a acolher mais uma edição da Feira de Antiguidades da Associação Portuguesa de Antiquários, que muito dignifica e enobrece este edifício centenar da Marinha de Guerra Portuguesa. Capitão-de-mar-e-guerra César Martinho Gusmão Reis Madeira Diretor do Museu de Marinha

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Um Marco Importante no Calendário Cultural de Lisboa Temos o enorme prazer de mais uma vez podermos apresentar a Feira de Arte e Antiguidades de Lisboa, organizada pela Associação Portuguesa dos Antiquários que se vem realizando ininterruptamente desde 1995, originalmente como bienal e mais recentemente com carácter anual. É há vários anos o único evento do género no país e nesta edição orgulhamo-nos de termos um maior número de expositores do que nos dois últimos anos, assim como mais expositores internacionais. Os Associados e as galerias convidadas apresentam um conjunto notável e abrangente de obras de arte que os colecionadores e o público visitante poderão apreciar. A realidade em que os antiquários operam sofreu uma profunda alteração nas últimas décadas. Factores novos como a implantação cada vez maior das leiloeiras e dos negócios veiculados pela internet , assim como um cerco de legislação adversa têm sido um desafio. Temos sabido adaptar-nos aos novos tempos oferecendo um serviço personalizado e altamente especializado aos nossos clientes. Esta Feira, reunião anual dos mais destacados antiquários nacionais na Cordoaria Nacional, é a ocasião de afirmarmos que aqui estamos e temos algo de interessante a propor. Em nome de todos os associados gostaria de agradecer, por ser para nós do maior significado e importância, o alto patrocínio que sua Excelência o Senhor Presidente da República, o Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, se dignou conceder a este evento do calendário cultural de Lisboa. Agradecemos também a inestimável colaboração da Marinha Portuguesa e em especial da Comissão Cultural da Marinha e o Museu de Marinha na pessoa do seu Director Capitão-de-Mar-e-Guerra César Martinho Gusmão Reis Madeira. A cedência do emblemático edifício histórico da Cordoaria Nacional é certamente um dos factores do êxito desta exposição. Agradecemos também o valioso contributo da Câmara Municipal de Lisboa e do Turismo de Lisboa. Um agradecimento muito especial para o Museu Nacional de Arte Antiga, na pessoa do seu Diretor, o Dr. António Filipe Pimentel, por uma parceria continuada, e por nos facultar a utilização de um pormenor dos painéis de São Vicente, atribuídos a Nuno Gonçalves talvez a obra mais emblemática conservada nesse Museu. A Associação Portuguesa dos Antiquários agradece também à Associação dos Amigos do Museu Soares dos Reis do Porto, na pessoa do seu Presidente, o Dr Álvaro Sequeira Pinto, pela cooperação neste evento. Agradecemos também à J C Decaux, na pessoa da Dra. Anita Ferreira Martins, a valiosa colaboração. O magnífico e acolhedor aspecto desta mostra só é possível graças à inestimável colaboração do Arq. Jorge Dentinho e de Frederico Oliveira da República das Flores, assim como à amável cedência de mobiliário de apoio pela Quinta da Grila em Alenquer. Por último os nossos mais sinceros agradecimentos a todos os colegas, colaboradores e profissionais de vários ofícios, que tornaram possível esta Feira.

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Resistindo ao cerco legislativo Os últimos meses têm posto à prova o valor, a determinação e o espírito combativo dos antiquários portugueses. A nossa atividade tem vindo a ser sujeita a um sem número de dificuldades impostas por legislação totalmente injustificada, que seriamente afecta a nossa competitividade internacional, elaborada por um legislador que não se dá ao trabalho de consultar as associações profissionais afectadas por essas novas regras e que não se importa de colocar em causa o mercado da arte em Portugal numa resposta imediatista a problemas que surgem no decurso normal da vida do país. A resposta a todas as situações reais ou hipotéticas tem sido criar uma catadupa de legislação, restrições e burocracia para “evitar problemas”. O imobilismo trará segurança, mas a custo da vida de pessoas reais e do progresso da economia nacional. O novo Regime Jurídico da Ourivesaria e das Contrastarias, RJOC, é uma lei injusta e brutal que afecta uma vastíssima gama de atividades profissionais, causando enormes estragos ao tecido empresarial de todo o sector da ourivesaria e também aos antiquários. Este novo Regime Jurídico além de inúmeros outros problemas demasiado numerosos para aqui enumerar, coloca na realidade toda a ourivesaria histórica portuguesa na ilegalidade (!!!), por absurdo que possa parecer. A exposição para venda de qualquer obra que contenha metal precioso, dos primórdios (como uma salva de prata Manuelina) até 1882, que não tenha sido remarcada com uma marca atual constitui uma conta-ordenação muito grave, punível com coima de 38.200 a 200.000 euros. A remarcação com punção contemporâneo de uma obra de arte em metal precioso que nunca foi marcada, porque na época não era marcada, constitui uma barbaridade cultural e um falseamento da verdade da peça e irá causar enormes dificuldades futuras na identificação e datação de tal obra. Não irá esta lei infringir a Lei de Bases do Património Cultural? A Associação Portuguesa dos Antiquários encetou também diálogo com a Secretaria de Estado do Ambiente relativamente à aplicação da legislação do CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçados de Extinção). A transposição para a legislação nacional deste acordo internacional é a mais rigorosa de qualquer país europeu. Pedimos apenas que seja observada uma derrogação contida na legislação europeia relativa a antiguidades que, por qualquer razão nunca explicada, foi ignorada. Abordámos também o Ministério da Cultura sobre a legislação referente à exportação e expedição para outros países europeus de bens culturais, que também é uma das mais rigorosas da Europa, e que resulta aqui também de Portugal ignorar uma Diretriz Europeia que estabelece patamares de valor a partir dos quais é necessário requerer uma licença de exportação. Assim, atualmente em Portugal, é necessária uma licença de exportação para qualquer bem por mais trivial que seja, desde que com mais de cinquenta anos, independentemente do seu valor ou mérito artístico. Estamos perante mais uma situação de exagero burocrático que afecta a competitividade dos antiquários portugueses. Apelamos assim às autoridades administrativas e legislativas para encontrarmos soluções justas para estes problemas que permitam a sobrevivência deste importante sector da vida económica e cultural. Manuel Castilho Presidente da Direcção da Associação Portuguesa dos Antiquários 12

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Feira de Arte e Antiguidades de Lisboa 2016 Sempre renovada na sua apresentação, mas sempre cumprindo os propósitos a que se impôs desde o início, a Feira de Arte e Antiguidades de Lisboa, exemplarmente promovida pela Associação Portuguesa de Antiquários, renova este ano, uma vez mais, a estreita colaboração que vem mantendo com o Museu Nacional de Arte Antiga. Trata-se de uma relação antiga e sólida, que ambas as entidades, tão diversas nos seus objectivos sociais, vêm honrando de forma exemplar, proporcionando a um vasto público de estudiosos, de coleccionadores, de curiosos, de leigos e de eruditos, nacionais e estrangeiros, o acesso a uma vasta produção de obras realizadas em todos os domínios expressivos e nos mais variados suportes e materiais, abrangendo ainda uma larga cronologia que chega à arte do nosso tempo. É esta relação com os visitantes e com a comunidade científica, numa escala já hoje global, que importa aqui realçar, mas esta chamada de atenção seria com certeza espúria se não retivéssemos a importância essencial que revestem as parcerias com outros museus, núcleos de investigação, fundações públicas e privadas, pessoas colectivas e singulares, empresas e núcleos de produção de saber, ligados numa rede muitas vezes invisível mas capaz de superar as limitações das actuações solitárias, desajustadas sem dúvida da produção cultural contemporânea. Ora, são justamente estes os pontos que em grande parte justificam e apoiam a actual programação do MNAA, toda ela desenvolvida a partir do labor de investigação de uma equipa própria mas por sistema articulada com outras instituições – nacionais e internacionais – preocupada com a missão pública do estudo mas também com a sua divulgação, atenta aos valores do passado mas permeável à dimensão de um olhar moderno e actualizado. Assim, acaba de encerrar no MNAA uma importante exposição de grandes mestres da pintura espanhola, reunida ao longo de décadas pela Fundación Masaveu, ao mesmo tempo que se recebiam, já este ano, no programa de Obras Convidadas, peças de primeira água de autores tão consagrados como El Greco (Museu de Santa Cruz de Toledo) ou Bernardo Belotto (Museum Kunspalast de Düsseldorff). Do Castelo de Weilburgo, na Alemanha, foi exposta, depois de estudada e cuidadosamente restaurada, uma magnífica Vista de Lisboa com a Entrada de Filipe III em 1619, na Sala do Tecto Pintado, onde se pode admirar agora o Tesouro da Rainha Santa, montado em colaboração com o Museu Nacional Machado de Castro e a Confraria da Rainha Santa isabel, e em evocação oportuna dos 500 Anos da sua canonização. Do trabalho precioso e invisível do corpo técnico do MNAA resulta a organização da próxima grande mostra, a inaugurar em Maio, dedicada a peças mantidas em reserva no Museu, ocasião propícia para revelar obras de grande qualidade mas menos conhecidas do grande público; e dimana ainda a projectada abertura do 3.º piso do Museu, após ampla e profunda remodelação, com a apresentação renovada da colecção de pintura e de escultura portuguesas do MNAA. 13

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De uma incontável lista de actividades, que bem espelham a diversidade da programação do Museu, não podíamos deixar de assinalar dois momentos marcantes, verdadeiramente seminais no âmbito da actualidade museológica portuguesa e no lançamento de pontes com essa entidade tão dinâmica, e às vezes tão vaga, que entendemos como a «sociedade civil». Numa delas, Coming Out, com o apoio da HP-Portugal e da Câmara Municipal de Lisboa, o Museu saiu para a rua, expôs-se em ruelas e em praças, nas mais recônditas esquinas de Lisboa, participando da sua movida noctívaga, e trazendo ao mais incauto dos públicos as imagens das suas obras maiores em reproduções fidelíssimas. Noutra – Vamos pôr o Sequeira no Lugar Certo – o MNAA, com o apoio decisivo do jornal Público, de empresas e fundações, de Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, Escolas e cidadãos anónimos, propôs-se adquirir uma peça determinante do percurso artístico do pintor Domingos Sequeira, que sem dúvida enriquece a panorâmica sobre a pintura portuguesa de Oitocentos e a sua inscrição natural nos alvores do pré-romantismo europeu. E assim, com tudo isto, que não é pouco, vamos pondo também o MNAA no lugar certo, na verdade o papel chamado naturalmente a desempenhar, pela sua dimensão, pela sua história e pelas suas coleções: numa palavra, pela sua representatividade de “primeiro museu nacional”. António Filipe Pimentel Director do MNAA

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Comissão de Honra Sua Excelência O Ministro da Defesa Nacional Dr. José Azeredo Lopes Sua Excelência O Ministro da Economia Dr. Manuel Caldeira Cabral Sua Excelência O Ministro da Cultura Embaixador Luís Filipe Castro Mendes Sua Excelência O Secretário de Estado da Cultura Dr. Miguel Honrado Sua Excelência O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa Dr. Fernando Medina Sua Excelência O Chefe de Estado Maior da Armada Almirante Macieira Fragoso Sua Excelência Reverendíssima Monsenhor Rino Passigato Exmo. Senhor Almirante Mourão Ezequiel Digmo. Director da Comissão Cultural da Marinha Digmo. Director do Museu de Marinha Exmo. Senhor Capitão-de-mar-e-guerra César Martinho Gusmão Reis Madeira Digma. Presidente da Direcção Fundação Champaulimaud Exma. Senhora Dra. Maria Leonor Couceiro Pizarro Beleza Mendonça Tavares Digma. Presidente do Conselho Directivo da Fundação Ricardo Espirito Santo Silva Exma. Senhora Dra. Conceição Amaral Digma. Presidente da Fundação Serralves Exmo. Senhora Dra. Ana Pinho Digmo. Director do Museu Nacional de Arte Antiga Exmo. Senhor Dr. António Filipe Pimentel Digmo. Presidente do Conselho de Administração da Fundação Oriente Exmo. Senhor Dr. Carlos Monjardino Digma. Directora do Museu Vieira da Silva Exma. Senhora Dra. Marina Bairrão Ruivo Digma. Directora da Casa-Museu Fundação Medeiros e Almeida Exma. Senhora Dra. Teresa Vilaça Digmo. Director Geral do Turismo de Lisboa Exmo. Senhor Dr. Victor Costa Digmo. Diretor Adjunto da Fundação Calouste Gulbenkian Exmo. Senhor Dr. Nuno Vassalo e Silva Digmo. Presidente do Conselho de Administração Fundação Calouste Gulbenkian Exmo. Senhor Dr. Artur Santos Silva Digmo. Director do Museu Berardo Exmo. Senhor Dr. Pedro Lapa Digmo. Presidente da Fundação das Casas de Fronteira, Alorna e Távora Exmo. Senhor Dom José Maria Mascarenhas Digmo. Presidente do Conselho Administrativo da Fundação Casa de Bragança Exmo. Senhor Doutor Alberto Ramalheira Exmo. Senhor Arq.º Jorge Santiago Ponce Dentinho 15

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Comissão Organizadora Presidente da Direcção da APA Presidente da Comissão Organizadora da Feira Manuel Pires de Lima de Castilho Vice-Presidente da Direcção da APA Vice-Presidente da Comissão Organizadora da Feira José Sanina Secretário da Direcção da APA Isabel Lopes da Silva Tesoureiro da APA Pedro Vitorino Froes Cardoso Pinto Vogal da Direcção da APA Pedro Baptista Representante do Associado “Galeria São Mamede” Francisco Pereira Coutinho Secretariado Executivo Vera Morbey Affonso

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Expositores 1/ Espadim 1985 2/ São Roque, Antiguidades e Galeria de Arte 3/ Luís Alegria 4/ Galeria Philippe Mendes 5/ AR.PAB 6/ Zarco Antiquários, Art and Antique Gallery 7/ Isabel Lopes da Silva 8/ Manuel Castilho 9/ J. Baptista 10/ Galeria Guilhem Montagut 11/ Ricardo Hogan Antiguidades 12/ Miguel Arruda Antiguidades 13/ Galeria São Mamede 14/ D’Orey Azulejos e Antiguidades 15/ Rota do Tempo – João Ramada 16/ Microarte Galeria 17/ Manuela Gil Antiguidades 18/ Livraria Castro e Silva 19/ Helder Alfaiate Galeria de Arte 20/ Manuela Lírio 21/ Ilídio Cruz

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01 ESPADIM 1985 Contacto António Manuel dos Santos Amante Av. Eng.º Duarte Pacheco – C.C. Amoreiras, loja 2011 1070-103 Lisboa Tel.: +351 213 833 857 Tm.: +351 938 728 047 geral@espadim.pt www.espadim1985.com

Galheteiro “Rocaille” Prata portuguesa, século XVIII Altura: 28,5 cm “Rocaille” designação de decoração relacionada com o estilo rococó, surgida em França nos últimos anos do reinado de Luís XIV e com o apogeu no reinado de Luís XV. Apresenta irregularidades e assimetrias de forma a poder imitar as rochas, grutas, conchas e cristas das ondas, entre outras formas rústicas da natureza. De decoração caprichosa e nem sempre equilibrada, o “rocaille” inﬂuíu em todos os países europeus caracterizando a fase mais sedutora do século das luzes.

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02 SÃO ROQUE, ANTIGUIDADES E GALERIA DE ARTE Contacto Mário Roque Rua de São Bento 199-B 1250-219 Lisboa Tel./Fax: +351 213 960 734 Tm.: +351 962 363 260 antiguidadessroque@sapo.pt www.antiguidadessaoroque.com

”Tasse de Fruits” Georges Braque (1882-1963) Óleo sobre madeira 1949 17,0 x 20,0 cm Bibliografia: Catálogo Raisonné: 1948-1957, Maeght Éditeur, n.º 18. Certificado de autenticidade de Armand Israël, Expert de l’oeuvre de Georges Braque. Proveniência: Ex-colecção Aimé Maeght Colecção Particular Assinado c.i.e G Braque

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03 LUÍS ALEGRIA Contacto Luís Alegria Av. Dr. Antunes Guimarães, 142 4100-073 Porto Fax: +351 226 105 446 Tm.: +351 917 600 126 luis.alegria@iol.pt

Martin Van Cleve (1527-1581) Kermesse. Escola Flamenga Óleo sobre madeira; 73,8 x 105,2 cm Tulipeira em porcelana azul e branca China. Dinastia Qing. Período Kangxi (1662-1722) A forma foi copiada segundo o modelo Holandês de Delft, mas teve também inspiração no pagode chinês. Este modelo chinês foi construído em duas peças separadas. A base tem 4 lados decorados com querubins. Peças semelhantes no Museu de Arte de Hong Kong, Museu Victoria e Albert em Londres, Museu de Groninger na Holanda e Museu Peabody Essex nos Estados Unidos da América.

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04 GALERIA PHILIPPE MENDES Contacto Philippe Mendes 36, Rue de Penthièvre 75008 Paris Tel.: 0033 1 42 59 16 71 Tm.: 0033 6 13 73 20 54 info@galeriemendes.com www.galeriemendes.com

Vista do Claustro do Mosteiro dos Jerónimos Alexandre Raulin (assinado). 1847 (datado) Óleo sobre tela; 36 x 49 cm Denys ensinando os filhos de Corinthe Simone Brentana. Circa 1720 Óleo sobre tela; 158 x 127 cm Inventário depois da morte do artista em 1742.

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05 AR-PAB Contacto Álvaro Roquette e Pedro Aguiar-Branco Rua D Pedro V, 69 1250-093 Lisboa Portugal 19 Rue de Beaune 75007 Paris França Tel.: Lisboa +351 213 421 683 Paris +33 142 612 330 Tm.: AR +33 673 319 165 | PAB + 351 932 416 590 pab@pab.pt / alvaro.roquette@gmail.com www.pab.pt

Caixa-Escritório Teca, outras madeiras exóticas, marfim e marfim tingido de verde, fio metálico e ferragens de cobre dourado Século XVI/XVII 17 x 28,5 x 19,5 cm Bibliografia: DIAS, PEDRO – Mobiliário Indo-Português. Moreira de Cónegos: Imaginalis, D.L., 2013. De destacar a rara decoração observada: no interior da tampa uma cena de caça: por entre vegetação frondosa, um leão persegue um antílope. Na frente exterior, a tampa de abater é decorada com a representação de três homens, com vestes mogois, por entre vegetação. As ilhargas são decoradas com dois homens, também mogois, afrontados entre vegetação. O topo da caixa apresenta dois homens a cavalo, segurando cada um uma ave estilizada, certamente referência à caça com falcões, actividade cinegética reservada à nobreza quer no Ocidente quer no Oriente. O Musée de la Compagnie des Indes (Lorient), França e o Museu Victoria And Albert em Londres conservam exemplares desta produção. Também o museu Nacional do Kuwait guarda nas suas colecções um exemplar muito próximo. De destacar também dois exemplares de colecções portuguesas e reproduzidos em P. Dias “Mobiliário Indo-Português”, pp. 343 e 344.

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06 ZARCO ANTIQUÁRIOS, ART AND ANTIQUE GALLERY Contacto Mindy van Aldere Carvalho de Mendonça Rua Marcos Portugal 34 1200-204 Lisboa Tel.: +351 213 954 656 Tm.: +351 914 012 633 info@zarcoantiques.com www.zarcoantiques.com

Nossa Senhora Imaculada Filipinas, século XVII Marfim Altura: 35 cm Bibliografia: ESTELLA MARCOS, MARGARIDA MERCEDES, “Marfiles de Las Provincias Ultramarinas Orientales de España Y Portugal”, primera edición, Monterrey, 1997; p. 60-64. Nossa Senhora Imaculada em marfim com cabelo ondulado e dourado caído sobre os ombros. Olhos ovalados, bem delineados e pintados, nariz fino e recto, com boca sorridente e lábios com policromia encarnada. As mãos de dedos curvados formam a posição de oração. O manto cobre ombros e braços, caindo de forma ondulante sobre a túnica. No verso do manto, a característica prega.

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07 ISABEL LOPES DA SILVA Contacto Isabel Lopes da Silva Rua da Escola Politécnica, 67 1250-099 Lisboa Tel.: +351 213 425 032 Tm.: +351 919 318 145 Fax: 213425032 ils67@sapo.pt www.isabellopesdasilva.com

Colar ouro e ambar C. 1940 Pulseira ouro, safiras e diamantes C. 1960 Alfinete ouro, coral, jade e diamantes C. 1960

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08 MANUEL CASTILHO Contacto Manuel Castilho Rua D. Pedro V, 85 1250-093 Lisboa Tel. + 351 213 224 292 Tm. +351 934 703 779 / +351 917 219 851 www.manuelcastilho.com info@manuelcastilho.com

Graça Pereira Coutinho Grês vidrado de amarelo, 2016 Altura: 62 cm Figura de uma Divindade Pedra calcária Estilo Baphuon, Khmer, Camboja, século XI Altura: 105 cm

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09 J. BAPTISTA Contacto José Baptista Rua Áurea, 166-170 1100-064 Lisboa Tel.: +351 213 859 068 Tm.: +351 924 397 860 jbaptistalda@gmail.com www.josebaptista.com

Alfinete ou adorno de cabelo “en tremblant” Portugal, século XIX 5 x 9 cm; Peso: 34 g Elegante alfinete ou adorno de cabelo em forma de ramo floral com montagem em ouro e diamantes com cravação em prata. Esta delicada peça é composta por duas hastes principais, fixas nos pés por uma laçada, que se deselvolve em quatro ramagens com folhagens e uma em flor. Ao centro da composição encontra-se montada por uma mola em espiral uma flor, de maiores dimensões, “en tremblant”. No reverso da haste principal encontra-se o mecanismo de rosca que permite à peça servir de adorno de cabelo ou de alfinete. Apresentando-se presentemente sob a forma de alfinete, conserva-se a peça do gancho de cabelo num compartimento do estojo de origem. Salva Renascentista Portugal, finais do século XVI Altura: 7,5 cm; Diâmetro.: 33 cm; Peso: 1.050 g Salva circular escavada de acentuada concavidade, em prata repuxada e cinzelada e bordo fundido. O seu fundo côncavo desenvolve-se em três áreas concêntricas: um medalhão central com uma rosácea cinzelada; em seu redor, uma faixa cinzelada segundo motivos geométricos losangulares, vegetalistas e florais; e uma segunda faixa de maiores dimensões e dividida em oito reservas, representando-se no interior de cada uma, alternadamente, composições vegetalistas e albarradas. O bordo da salva é composto por uma faixa de óvulos em alto-relevo, rematada por uma orla recortada em volutas e concheados. O trabalho desta peça, da qualidade do repuxado e cinzelado à complexidade dos seus ornatos, faz com que esta constitua um dos melhores espécimes que se conhecem desta tipologia de salvas escavadas. 34

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10 GALERIA GUILHEM MONTAGUT Contacto Guilhem Montagut Paseo de Gracia 55-57. Bld de Los Anticuarios. Galeria N.º 11 e 22 08007 Barcelona Tel.:+ 34 932 159 024 Tm.:+ 34 678 027 692 guilhem@galeriamontagut.com www.galeriamontagut.com

Figura de Ibeji Yoruba, Nigéria Madeira Século XIX Altura: 29 cm Proveniência: Christie’s Londres, 6 de Dezembro de 1995 Philippe Guimiot, Bruxelas

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11 RICARDO HOGAN ANTIGUIDADES Contacto Ricardo e Cristina Hogan Rua São Bento, 281 1250-219 Lisboa Rua Augusto Rosa, 11/13 1100-058 Lisboa Tel.: +351 218 875 691 / +351 213 954 102 Tm.: +351 966 007 750 ricardohoganantiguidades@gmail.com

Nicho de embutir em talha Portugal Século XVII 90 x 135 x 31 cm Imagem de Nossa Senhora com o Menino Madeira Século XVII 20 x 46 cm

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12 MIGUEL ARRUDA ANTIGUIDADES Contacto Miguel Arruda Rua de São Bento 358 - Loja 1200-822 Lisboa Tel.: +351 213 961 165 Tm.: +351 917 200 210 | +351 914 650 165 Fax: +351 211 927 974 arruda@arruda.pt www.arruda.pt

Raro Cofre Namban Japão, Período Momoyama Finais do século XVI 25,5 x 18 x 14,5 cm Cofre rectangular em madeira lacada (urushi) marcada a maqui-é de ouro com incrustações de madrepérola (raden). Os painéis frontal e posterior apresentam três campos com decoração vegetalista momoyama limitada por motivos geométricos. Os laterais divididos por uma linha em madrepérola e decorados com motivos vegetalistas acompanham a tampa abaulada cuja decoração unifica ambos os painéis. Encimada por uma argola única, achatada, com desenho gravado a tampa abre para um interior em madeira lacada a preto. Este cofre é particularmente raro por apresentar na parte inferior do painel frontal uma gaveta de origem cuja decoração não interrompe o desenho.

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13 GALERIA SÃO MAMEDE Contacto Francisco Pereira Coutinho Rua da Escola Politécnica, 167 1250-101 Lisboa Tel.: +351 213 973 255 Tm.: +351 932 139 732 galeria@saomamede.com www.saomamede.com

Jorge Vieira Sem título (Touro), Escultura em terracota 49 x 28 x 13 cm Vieira da Silva, Maria Helena (1926-1992) Artémis, 1968 Óleo sobre tela, 38 x 55 cm (Catalogue Raisonné #2226)

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14 D’OREY AZULEJOS E ANTIGUIDADES Contacto Manuel Capucho Rua do Alecrim, 68 1200-018 Lisboa Tel.: +351 213 430 232 Tm.: + 351 965 859 259 geral@doreytiles.pt www.doreytiles.pt

Colunas policromadas 1660 Par de colunas de azulejos policromados de 16 azulejos cada, uma com a inscrição ANNO e outra com a data de 1660. Representam cariátides segurando vasos de flores e frutos (romãs e maçãs). Aos pés, cruzados, um par de aves de rica plumagem (aves do paraíso). Da figura datada, do cesto com maçãs e flor, caem suspensos ramos de maçãs. Da figura ANNO, do cesto com romãs e flor, caem suspensos dois ramos de flores. Enroladas sobre as pernas das figuras, sobe uma cobra, mais explícita na figura datada. Toda a simbologia utilizada indicía uma apresentação das figuras de Adão e Eva. 28 x 160 cm Proveniência: Coleção Rafael Salinas Calado Exemplares semelhantes na Capela de Nossa Senhora das Candeias em Alvito. Painel de azulejos – atr. p.m.p. Painel de 170 azulejos, azul e branco, representando Senhora, menino e pescador. Barra de excelente qualidade, com laterais representando cariátides segurando vasos de flores com águia aos pés e topo e base com anjos tocando trombetas rodeados de águias. Atribuído a mestre P.M.P. (ver painéis semelhantes na Igreja do Terço em Barcelos, e Palácio Nacional de Sintra (sala dos brasões). 1.º Quartel do século XVIII; 240 x 145 cm Conjunto de jardim em ferro Cadeirão e 2 cadeiras em ferro de jardim, século XIX, pintadas de branco. Leão em faiança vidrada do século XIX Leão deitado, em faiança branca vidrada, marcado MIRAGAIA. 44

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15 ROTA DO TEMPO – JOÃO RAMADA Contacto João Ramada Rua José d’Esaguy, n.º 8 A 1700-027 Lisboa Tel.: +351 218 462 620 Tm.: +351 938 809 696 joaoantonioramada@gmail.com

Santa Luzia Escultura portuguesa Século XVIII Madeira policromada Altura: 83 cm; altura total: 94 cm Rara e excepcional imagem de Santa Luzia protetora dos olhos e da visão. Escultura portuguesa do século XVIII em madeira policromada, com uma indumentária ricamente estofada com motivos ﬂorais e vegetalistas. Imagem de grande qualidade escultórica com resplendor e palma.

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16 MICROARTE GALERIA Contacto Ana Dâmaso Centro Comercial Roma, loja 1 , Av. de Roma nº 48B 1700-348 Lisboa Tel.: +351 912 445 783 galeria.microarte@gmail.com www.microartegaleria.com

[esquerda] “Mode D’ Emploi” Mário Cesariny Técnica mista sobre papel cartonado 1984 41 x 27 cm [centro] “Sagrada Família” Domingos Sequeira Desenho a pincel sobre papel 1816, assinado 14 x 19 cm [direita] “Ilustração Universal” Dário Vidal Técnica mista Sem data 50 x 55 x 10 cm

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17 MANUELA GIL ANTIGUIDADES Contacto Manuela Gil Rua Marquesa de Alorna, 38 C 1700-304 Lisboa Tel.: +351 218 464 313 Tm.: +351 917 604 109 mmgil@manuelagil.pt www.manuelagil.pt

Prato de grandes dimensões em porcelana da china, Dinastia Ming, período Wanli (1572-1620), com rica decoração a azul e branco, representando, ao centro, paisagem com pássaros rochas e motivos vegetalistas. Na aba, e dentro de reservas, decoração de motivos florais e objectos preciosos. Diâmetro: 37 cm Prato em porcelana da china Dinastia Ming, Período Wanli (1572-1620), com rica decoração a azul e branco, representando, ao centro, vaso contendo flores. Na aba, dentro de reservas, decoração de motivos florais e objectos preciosos. Diâmetro: 31 cm Este tipo de porcelana, vulgarmente conhecido por “Kraak porcelain”, designação esta que poderá derivar do nome dado aos navios mercantes portugueses, da época, as Carracas, nos quais era transportada para a Europa, foi produzida principalmente no reinado do Imperador Wanli (1572-1620) sendo uma das primeiras porcelanas chinesas, de exportação, a chegar ao continente europeu, frequentemente representada em pinturas Renascentistas retratando os luxos da época. Bibliografia: Porcelana Kraak: O desenvolvimento do comércio global no final do século XVI e início do século XVII / ed. Luísa Vinhais e Jorge Welsh; fot. Richard Valencia; trad. Alice Stiwell. 1.ª ed., Londres: Jorge Welsh Books, 2008. Howard, David and John Ayers. China for the West: Chinese Porcelain and other Decorative Arts for Export, Illustrated from the Mottahedeh Collection. London and New York: Sotheby’s Parke Bernet, 1978. Kerr, Rosemary. “Early Export Ceramics.” In Chinese Export Art and Design. Ed. Craig Clunas. London: Victoria and Albert Museum, 1987. Rinaldi, Maura. Kraak Porcelain: A Moment in the History of Trade. London: Bamboo Pub, 1989.

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18 LIVRARIA CASTRO E SILVA Contacto Pedro Castro e Silva Rua do Norte, 44 – 1.º 1350-286 Lisboa Tel.: +351 213 467 380 Tm.: +351 967 201 362 livraria@castroesilva.com www.castroesilva.com

GRAVURA SÉC. XVI – OLISSIPPO QUAE NUNC LISBOA Braun, G & Hogenberg, F. Gravura Colónia, 1572-1575 (?) 38 x 49 cm Gravura aberta a negro Moldura dourada GRAVURA SÉC. XVI – OLISSIPPO QUAE NUNC LISBOA »..., CIUITAS AMPLISSIMA LUSITANIAE, AD TAGUM, TOTI // ORIENTIS, ET MULTARUM INSULARUM APHRICAEQUE ET AMERICAE EMPORIUM NOBILISSIMUM». Bela planta da cidade de Lisboa, aberta a negro, provavelmente impressa entre 1572 e 1575, pertencente à famosa obra «Civitatis Orbis Terrarum», publicada em Colónia, por Braun, entre 1572 e 1618. Apresenta uma listagem numerada de todos os edifícios mais signiﬁcativos da cidade, estampada a toda a largura da margem inferior do papel e nos ângulos esquerdo e direito da parte superior da gravura, ângulos onde também foram colocados os brasões de armas de Portugal e da cidade de Lisboa. No Tejo vêem-se numerosas embarcações de vários tipos e porte, incluindo pequenos barcos a remos.

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19 HELDER ALFAIATE GALERIA DE ARTE Contacto Helder Alfaiate Rua Fonte do Cabo 40 A Ericeira 2655-285 Ericeira Tm.: +351 916 537 502 helderalfaiate@gmail.com www.helderalfaiategaleria.com

“E=mc2” Jorge Humberto Joh Óleo sobre madeira 2016 Diâmetro: 100 cm “Burro” Artur Varela Escultura em poliéster e pó de pedra 2016 77 x 45 x 28 cm

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20 MANUELA LÍRIO Contacto Sérgio Alexandre Pereira Braga Gonçalves / Otília Manuela Barreiros Verde Lírio Av. Dr. Ramos Pereira, 120, 3.º Dto 4910-547 Vila Praia de Âncora Tel.: +351 258 911 989 Tm.: +351 967 125 024 manuela-lirio@hotmail.com

The Gardner the cabadge and the mole Paula Rego Acrílico sobre papel colado em tela 1981/82 101 x 140 cm A obra integrou a exposição “Paula Rego – Paintings 1982-83” realizada pela Edward Totah Gallery, London.

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21 ILÍDIO CRUZ Contacto Ilídio de Jesus Cruz Alameda 5 de Outubro, 24 4900-515 Viana do Castelo Tel.: +351 258 822 052 Tm.: +351 935 137 280 ilidiocruz@sapo.pt

Escultura em Alabastro representando Natividade, Nottingham Alabastro Século XIV 35 x 27 cm Contador com tampa Indo-Português (Guzarate – Índia) Madeira de sissó com incrustações em marfim Século XVII 43 x 34 x 30 cm Contador com tampa indo-português em madeira de sissó com incrustações em marfim. Exteriormente na frente, a decoração de embutidos representa ao centro um vaso que sustenta uma árvore de copa redonda e cerrada com várias aves pousadas nos seus ramos e um pavão no topo. De cada lado cenas de caça, dois felinos e mais afastados, intercalados por vasos com árvores, também encimadas por pavões com serpentes no bico, estão dois caçadores. A ave e a serpente podem relacionar-se com a mitologia hindu – símbolos antagónicos do céu e terra. No tampo, encimando as copas das árvores, o mítico pássaro “Simurgh” transporta no bico e nas garras elefantes (símbolo da mitologia persa que os mogóis teriam trazido para a Índia. Este pássaro com as suas garras consegue levantar crocodilos, panteras e elefantes.) As ilhargas apresentam o mesmo tipo de decoração. Província de Guzarate, Índia. Século XVII.

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“O segredo está em construir um ambiente que seja revelador da personalidade de quem o ocupa e não de quem o cria.”

Trav. da Conceição n.º 15-27 (à Rua do Século) 1200-116 Lisboa jorge.dentinho@oninet.pt www.jorgedentinho.com

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TONY MALAU Antigo Reino do Kongo. Marfim Século XVII Altura: 10,5 cm Bibliografia: VAINFAS, Ronaldo e MELLO e SOUZA, Marina de “Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento antoniano, séculos XV – XVIII”, in Tempo, Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, v. 3, n.º 6, dez/1998. WYATT, MacGAFFEY, “Religion and Society”, in Central Africa, Chicago Press, 1986. SANTOS, Eduardo, Religiões de Angola, Lisboa, Junta de Investigações de Angola, 1969. FRANCO, Anísio, “Santo António (Toni Malau)”, in Masterpieces – Pégadas dos Portugueses no Mundo, Porto, ARPAB, 2010. Proveniência: Colecção particular Importante escultura do final do seculo XVII em marfim, representando Santo António do Congo, também conhecido por “António de Boa Fortuna”, “Ntony Malau”, “Toni Malau”, ou ainda “Dontoni Malau”. Imagem de vulto perfeito, tem cara lembrando uma mascara africana e cabelo em tufo circular, a tonsura dos seguidores de São Francisco de Assis. De tronco nu e com detalhes anatómicos bem definidos, veste bombachas e cobre-se com o hábito dos franciscanos capuchinhos. Usa cinto de encordoado grosso com os três nós das virtudes monacais: castidade, pobreza e obediência à Ordem. Na mão direita segura Jesus Cristo de pé e na esquerda a Cruz. Tem um gancho para suspensão, por se pensar que protegia e curava os seus proprietários e está muito polido e gasto pela fricção nas áreas do corpo que se encontravam enfermas. O confronto de Ambuila, em 1665 termina com a desagregação do Reino do kongo, criando um clima propício para a difusão do “Antonianismo”, movimento popular que tomou aspetos de messianismo, pela mão de Kimpa Vita, a sacerdotisa congolesa que alegou ter sido possuída pelo espirito deste Santo, recebendo, através desta encarnação, uma força predestinada a enfrentar problemas do reino. O movimento acaba por ser desfeito pelas tropas do Rei do Kongo, sob o comando de frades capuchinhos, prendendo Kimpa Vita e condenando-a, por heresia, a ser queimada em praça pública. A veneração a este Santo permitia recuperar objectos perdidos, proteger embarcações dos naufrágios e ainda tinha poderes curativos, quando tocava nas áreas enfermas do crente. Exemplares idênticos no Musée Royal de L’Afrique Centrale, em Tervuren, no Metropolitan Museum of Art e no Staatliche Museen zu Berlin, Ethonologisches Museum.

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COFRE Guzerate, Índia, século XVI Tartaruga e prata Século XVI 7,0 x 13,0 x 7,9 cm Bibliografia: FLORES, Jorge e SILVA, Nuno Vassallo, Goa e o Grão-Mogol, Lisboa, F.C.G., 2004. FERRÃO, Bernardo, Mobiliário Português – Índia e Japão, Vol. III, Porto, Lello & Irmão, 1990. CRESPO, Hugo Miguel, Jóias da Carreira da Índia, Lisboa, F. Oriente, 2014. Proveniência: Colecção particular, Lisboa Excepcional cofre em forma de capela, das oficinas de Guzerate, datável da 2.ª metade do século XVI, em tartaruga translúcida e mosqueada (escamas dorsais da Eretmochelys imbricata ou tartaruga-de-pente) colocada sobre folha de ouro, o que lhe confere maior contraste e beleza; as placas estão rematadas por tarjas de prata recortadas à tesoura, com exuberantes cantoneiras reforçando as quatro esquinas, onde veados, aves e elementos florais em trifólio, de vergônteas enroladas, se repetem, em relevo, pela técnica do repuxado e cinzelado. As dobradiças, o ferrolho, a lingueta e a asa, têm denso e delicado trabalho de repuxado e cinzelado. A fechadura é em caixotão com orla cinzelada de elementos em ziguezague, adornada com ave e elementos vegetalistas, colocadas junto do escudete. A lingueta do ferrolho é decorada com flor relevada e cinta fixada na tampa através de balmázios, em botão perlado com estrela de sete pontas. A asa é torcida em hélice com braçadeira central anelada, rematada por cabeças de serpe, cinzeladas com nitidez. A excelência e particularidade deste cofre pode encontrar-se, não só na preciosidade dos materiais e técnica utilizada, mas também na raridade do seu formato, cuja tampa acuminada, em telhado de duas águas, sugere uma capela. A decoração em prata cinzelada e relevada de enrolamentos vegetalistas simplificados e convergentes em ataurique (al tauriq) de folhas estilizadas e talos fendidos a meio, mostram uma característica comum à ornamentação islâmica da arte califal cordovesa do século IX e X. Estes preciosos cofres destinavam-se a guardar jóias e valores nas casas civis e religiosas, tendo sido também utilizados para servir de cibório ou arrecadar relíquias de Santos ou para transportar o Santíssimo na procissão de Sexta-Feira Santa.

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BANCA Indo-portuguesa Teca, ébano, sissó, marfim e cobre dourado Século XVII 79,0 x 100,0 x 65,0 cm Bibliografia: SILVA, Maria Madalena de Cagigal e, in A Arte Indo-Portuguesa, Lisboa, Edições Excelsior. PINTO, Maria Helena Mendes, “Mobiliário e Marfins” in Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento (Catálogo), Lisboa, XVII Exposição Europeia de A., C. C., INCM. DIAS, Pedro, Mobiliário Indo-Português, Moreira de Cónegos, Imaginalis, 2013. Proveniência: Colecção particular

Rara e imponente mesa de escrita indo-portuguesa, em teca e sissó com embutidos e guarnições em marfim e ébano. A decoração invade todo o móvel, tirando partido do efeito contrastante das madeiras utilizadas: os embutidos de ébano escuro sobre o fundo claro da teca, pontuados por pequenas cavilhas de marfim, que matizam as superfícies de pontos brancos. O tampo, com um considerável balanço lateral característico das bancas indo-portuguesas e o corpo de duas gavetas, estão ricamente decorados com motivos geométricos, em círculos secantes centrados em estrelas de oito pontas, em ébano ponteados de marfim, ornamentação de nítida influência islâmica, comumente denominada de Diaprés. As pernas, ligeiramente divergentes, de travejamento duplo, têm um belíssimo trabalho de marcenaria, ritmado pelos torcidos das espirais, em movimento helicoidal, que se unem, em continuidade - afinidades análogas à própria linguagem decorativa e são decoradas com ramagens estilizadas em ébano, pontilhadas de marfim. As espirais das travessas são interrompidas, ao centro, por discos em ébano, que coordenados com as superfícies esféricas e boleadas dos pés, dão a esta peça um valor estético extremamente relevante.

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MOCHO Portugal Prata Século XVII Altura: 16,0 cm Bibliografia: CORREIA, V., Museu Machado de Castro – Secção de Ourivesaria, Coimbra Editora, 1940. FERRÃO, B., Exposição de Ourivesaria – Maio Florido, Lisboa, SNI, 1964. SANTOS, Reynaldo, Exp. de Arte Portuguesa em Londres (800-1800), Royal Academy of Arts 1955/56. SANTOS, Reynaldo, COUTO, J., Exp. Ourivesaria Portuguesa e Francesa, F.R.E.S.S., 1955. SANTOS, Reynaldo, QUILHÓ, Irene, Ourivesaria Portuguesa nas Colecções Particulares, Lisboa, 1971. Inventário da Colecção Museu N. de Machado de Castro – Ourivesaria sécs. XVI e XVII, IPM, 1992. Proveniência: Colecção particular, Lisboa. Raro recipiente em prata, concebido como escultura ornamental de cariz naturalista representando um mocho, de penas cinzeladas, bico adunco e olhos incrustados com material vítreo branco e preto. Pela sua raridade, estas peças ocupam um lugar de destaque na ourivesaria portuguesa do séc. XVII, conhecendo-se oito exemplares até hoje publicados: três no Museu Machado de Castro, provenientes do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, referidos no catálogo como servindo para “segurar as toalhas de altar”; um exemplar na colecção do comandante Ernesto de Vilhena, escolhida por Reynaldo dos Santos para figurar nas Exposições de Paris de 1954 e de Arte Portuguesa em Londres, por considerar ser uma das peças de decoração barroca que mais caracterizavam a expressão original da ourivesaria do seculo XVII e reproduzido no livro “Ourivesaria Portuguesa” deste mesmo autor, onde foi descrito como “Boceta” em forma de Coruja; e três exemplares nas colecções de Eduardo Rangel e Fernando Távora, que figuraram na Exposição “Maio Florido” em 1964. Embora se desconheça com exactidão a função da peça, o facto de este exemplar conter esferas de chumbo, corrobora a afirmação de que os do mosteiro de Santa Clara serviriam para “segurar as toalhas de altares”.

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SEM TÍTULO Amadeo de Souza-Cardoso Óleo sobre cartão Não datado 16,5 x 12,0 cm Bibliografia: Figurou na Exposição Retrospectiva, S.N.I., Lisboa, 1959. Foi efectuada uma perícia laboratorial aos materiais utilizados na Universidade Nova de Lisboa que confirmou a autenticidade da obra. Proveniência: Pertenceu à família do artista até 1972. Assinado (pochoir c.i.e.)

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SÃO ROQUE, ANTIGUIDADES E GALERIA DE ARTE STAND 02

POTE LITÚRGICO COM CENAS DA PAIXÃO DE CRISTO China, Dinastia Ming, Reinado Wanli Porcelana vidrada com montagens de prata c. 1610-1640 Altura: 20,0 cm Bibliografia: CASTRO, N., A Porcelana Chinesa ao Tempo do Império, ACD Editora, 2007, p. 371. SANTOS, A. Varela, Portugal na Porcelana da China, Vol I, Artemágica, 2007, pp. 226/9. KRAHL, R.; HARRISON HALL, J., Ancient Chinese Trade Ceramics from the British Museum, Taipé, NationalMuseum of History, 1994, p. 25. Proveniência: Colecção particular, Bruxelas Raríssimo pote com tampa Ming Wanli, em porcelana decorada a azul-cobalto, com montagens em prata, inspirado num modelo de ourivesaria europeia, encomenda dos Jesuítas a oleiros chineses em Macau para servir a Liturgia. O corpo, de secção quadrangular, tem cantos chanfrados com quatro cabeças de querubins em relevo, e está decorado com as cenas da Paixão de Cristo: o galo, simbolizando a traição e arrependimento de Pedro; os dados e a túnica jogada à sorte pelos soldados, depois da Crucificação; a Cruz, a escada utilizada na Deposição de Cristo, a lança, o frasco de vinagre e a cana com a esponja; e por último, a coluna, a coroa de espinhos, a mão com o martelo e os três cravos, evocando, os momentos da Flagelação, da Coroação e da Crucificação. Tampa original, repetindo o padrão decorativo do pé, onde sobressaem flores-de-lótus. O pote é rematado com cercadura de prata (base, gargalo e tampa). Peça muito rara, conhecendo-se três exemplares, na coleção da Fundação Medeiros e Almeida, MNAA e British Museum, sendo que o nosso exemplar é o único completo, com a tampa.

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SÃO ROQUE, ANTIGUIDADES E GALERIA DE ARTE STAND 02

POTE DE DUAS ASAS Lisboa (?) Faiança portuguesa vidrada 1630-1640 Altura: 40,0 cm Proveniência: Colecção particular, Lisboa Imponente e raro pote com duas asas, pintado a azul-cobalto sobre o esmalte branco. A decoração preenche toda a superfície, testemunhando o horror vacui, característica derivada de modelos islâmicos. Embora de nítida influência oriental, a representação humana têm tipologia ocidental de sabor orientalizante: numa face, a personagem ornamentada com frutos na cabeça e cornucópia, simboliza a Terra, em paisagem com um casal de lebrões, uma roda budista e duas gaiolas de pássaros, tudo numa perfeita simbiose; na outra, uma dama num varandim cheira uma flor e segura um pássaro, rodeada por densa vegetação, onde se destaca uma romãzeira e ave em pleno voo, representando a Primavera. Estes dois quadros estão separados por um painel, com um mascarão, motivo oriundo da Grécia e usado nas representações teatrais para esconder a expressão humana, circundado de volutas e elementos vegetalistas. Na base, reservas com folhas de palmeira, inspiradas nas cabeças de ruyi. A Europa dos séculos XVI e XVII tenta imitar as porcelanas que chegavam da China, decorando as faianças com motivos inspirados na gramática decorativa dos Ming. A análise iconográfica da peça revela-nos uma profunda e complexa teia de significados. Na linguagem simbólica, a Terra é representada por abundantes flores e frutos, que traduzem a efemeridade da matéria, a fugacidade dos bens e dos prazeres terrenos: Cesare Ripa usa-os como atributos simbólicos dos sentidos, porquanto nos permitem saborear, cheirar e observar. A Primavera é representada por uma dama num cenário idílico, olhando com doçura para um pássaro pousado na sua mão. Este representa o espírito, em oposição à matéria e o voo inspira a uma evasão do mundo terreno, que ao separar-se da terra se torna quase etérea. As flores de corolas abertas pretendem simbolizar a Esperança; o casal de lebrões a fecundidade; a romãzeira alude à Ressurreição e as palmas são um símbolo da vitória de Cristo sobre a morte, na iconografia cristã.

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LUÍS ALEGRIA STAND 03

ANUNCIAÇÃO Norte de Espanha. Século XVI Madeira, policromia original Forte influência Italiana 120 x 92 cm

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