terras sem sombra DO ESPIRITUAL NA ARTE IDENTIDADES E PRÁTICAS MUSICAIS NA EUROPA DOS SÉCULOS XVI-XX
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11 FEV. A 1 JUL DE 2017
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13.º FESTIVAL DE MÚSICA SACRA DO BAIXO ALENTEJO 2017 Do Espiritual na Arte Identidades e Práticas Musicais na Europa dos Séculos XVI-XX 11 de Fevereiro a 1 de Julho de 2017
UM FESTIVAL DO TERRITÓRIO DO BAIXO ALENTEJO O Terras sem Sombra é um festival único no mundo. A sua programação de música erudita é a “porta” para o conhecimento de um território que sobressai pelos valores ambientais, culturais e paisagísticos. O evento realiza-se em itinerância nos concelhos de Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja, de Fevereiro a Julho. Organizado pela Associação Pedra Angular, em estreita ligação com o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e em parceria com outras entidades. Une-as o amor pelo Alentejo, pela sua arte, história, monumentos e música, assim como o desejo de fazer com que esta mensagem chegue a um público cada vez mais vasto. O Terras sem Sombra apresenta uma programação de qualidade internacional de que fazem parte, além dos concertos, conferências temáticas, visitas guiadas e acções de pedagogia artística. O diálogo entre as grandes páginas do passado e a criação contemporânea, a abertura a jovens compositores e intérpretes, a transversalidade das artes, o resgate do património musicológico, a visão ecuménica do Sagrado são elementos estruturantes de um projecto que rasga fronteiras. O festival distingue-se por a cada concerto se associar uma acção de voluntariado para a salvaguarda da biodiversidade das comunidades que o Festival 1
Festival Terras sem Sombra 2013, Concerto em Vila de Frades. Axis Mundi. Luís Rodrigues, Carmen Romeu, Mário Alves, Coro do Teatro Nacional de São Carlos, Giovanni Andreoli, Orquestra Sinfónica Portuguesa e Donato Renzetti.
percorre, que acontece aos domingos de manhã. E também, como novidade este ano, uma visita guiada, no sábado à tarde, pelas cidades e vilas que acolhem o Festival, o que representa uma magnífica oportunidade para conhecer o património edificado mais representativo do Baixo Alentejo. Os concertos e demais actividades são e acesso livre, dentro dos condicionalismos impostos pela preservação dos monumentos e sítios visitados. A par da formação de públicos, o Terras sem Sombra tem como principal meta a descentralização cultural e irradiação do Alentejo, a valorização dos recursos naturais e a promoção dos produtos regionais.
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LISBOA
ÉVORA
SANTIAGO DO CACÉM SINES
ODEMIRA
FERREIRA DO ALENTEJO BEJA
SERPA
CASTRO VERDE ALMODÔVAR
FARO
Nesta 13.ª edição do festival participam os concelhos de Almodôvar, Odemira, Santiago do Cacém, Castro Verde, Serpa, Ferreira do Alentejo, Sines e Beja. Os concertos programados realizam-se aos sábados, maioritariamente em igrejas, o que representa uma magnífica oportunidade para conhecer parte do patrimonio edificado mais representativo do Baixo Alentejo. As acções de biodiversidade, por sua vez, acontecem aos domingos de manhã em diferentes espaços naturais. 3
Como surgiu
O Terras Sem Sombra surge em 2003, num momento pouco auspicioso para a apresentação de música sacra em igrejas. As comissões de música sacra de várias dioceses vinham, ao tempo, mostrando evidentes sinais de desconforto ante as propostas de realização de concertos nas igrejas por parte da comunidade musical. Por outro lado, o Festival surgia ainda na ressaca do desaparecimento das Jornadas Gulbenkian de Música Antiga. Desde o início, e com a firme vontade de quebrar o círculo de suspeição das autoridades eclesiásticas face a concertos em espaços litúrgicos, criou-se uma programação musical coerente dotada de um fio condutor e que fizesse de cada edição uma “pequena história da música”, tudo isto com uma qualidade e uma lógica educativa e espiritual que “desarmasse” eventuais resistências menos esclarecidas. Obtida a autorização, de acordo com o previsto nos regulamentos, abria-se aos organizadores um conjunto alargado de espaços para albergar os concertos: o conjunto de igrejas restauradas/recuperadas pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e entidades parceiras – igrejas essas espalhadas pela Diocese e a que urgia dar vida e restituir à vivência das respectivas comunidades. E, logo a partir desse momento inicial, se impôs aos organizadores a ideia de todos os concertos se realizarem em localidades diferentes, de modo itinerante, abrangendo todo o território. Nas doze edições (a 11.ª, em 2015, já com a direcção artística de Juan Ángel Vela del Campo), o Terras sem Sombra percorreu 15 localidades espalhadas por 12 concelhos. As autarquias são parceiros determinantes e indispensáveis do Terras sem Sombra, provindo delas uma contribuição activa e muito dedicada. O mesmo sucede com serviços públicos descentralizados, empresas, paróquias e famílias.
< Festival Terras sem Sombra 2016, Concerto em Almodôvar. Como as Árvores na Primavera: Avison, Avondano, García Fajer. Divino Sospiro, Bárbara Barradas, Joana Seara e Massimo Mazzeo.
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2017 | Música DIÁLOGO IBÉRICO Um festival em que prevalece, acima de tudo, a paixão. Paixão pela arte, paixão pela espiritualidade, paixão pela vida. Orgulho e paixão, como naquele filme de Stanley Kramer (1957). Curiosamente, The Pride and the Passion foi uma das primeiras superproduções fílmicas norte-americanas rodadas em Espanha. Em Ávila, em Santiago de Compostela, em Segóvia, no Escorial… Nesta edição do Terras sem Sombra estabelecemos uma série de olhares de cumplicidade com Espanha. Na anterior foi o Brasil o País Convidado, por razões propriamente geográficas e culturais. Agora, trata-se de Espanha, por considerações geográficas e culturais, além de afectivas. Na realidade, trata-se de estabelecer um diálogo, chamemos-lhe ibérico. Um lirismo comum, segundo gosta de realçar o par formado pela meio-soprano estremenha Elena Gragera e o pianista catalão Antón Cardó, que encherão de textos e músicas familiares o seu recital hispano-português em Ferreira do Alentejo. E assim se gerarão associações entre Gil Vicente, Camões, Ernesto Halffter ou Joaquín Nin-Culmell, no itinerário histórico repleto de sugestões e testemunhos de proximidade. O Ministério da Educação, Cultura e Desportos de Espanha, através da Direcção-Geral de Promoção Externa da Cultura da respectiva Secretaria de Estado, uniu-se ao Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja para patrocinar este concerto tão simbólico e representativo de uns laços culturais sólidos entre dois países irmãos. Simbólico e representativo é também o concerto de inauguração do Festival Terras sem Sombra, em Almodôvar, com a sevilhana Accademia del Piaccere, dirigida por Fahmi Alqhai, e o cantaor Arcángel, numa fusão músico-espiritual de Barroco e Flamenco, dessas que revolvem as entrenhas e põem a sensibilidade à flor da pele. Uma semana antes deste encontro, vai ser apresentada a edição de 2017 do Terras sem Sombra no Consulado-Geral de Portugal em Sevilha, num acto de geminação entre o canto alentejano e o flamenco, duas manifestações artísticas distinguidas com o reconhecimento de Património Imaterial da Humanidade. A Mostra Espanha 2017 do Ministério espanhol da Cultura também se associou ao patrocínio deste tão atraente concerto barroco-flamenco. < Festival Terras sem Sombra 2016, Concerto em Castro Verde. Polirritmias: Ligeti Africano. Alberto Rosado, Shyla Aboubacar, Justin Tchatchoua,Bangura Husmani e Polo Vallejo.
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O flamenco, na sua dimensão mais pura, chega-nos pela mão da cantaora cigana Esperanza Fernández, acompanhada pelo grande guitarrista granadino Miguel Ángel Cortés. Temas profundamente religiosos como o Agnus Dei, o Kyrie ou o Cordero de Dios, em ritmos de soleá, petenera ou siguriya, respectivamente, vão alternar com outros inspirados pelo escritor português José Saramago, a quem a cantaora sevilhana do bairro de Triana dedicou um disco intitulado Mi voz en tu palabra. Serpa, cidade onde o ano passado se representou, pela mão do Terras sem Sombra. a primera ópera na história do Baixo Alentejo, será o testemunho deste singular acontecimento. A participação espanhola completa-se com a actuação do Ensemble ]W[, com músicos de primera fila da Orquestra do Festival de Lucerna, reforçados para esta apresentação por acompanhamento de piano, para interpretar dois quintetos para oboé, clarinete, trompa, fagote e piano de Mozart e Beethoven. Não é nada fácil contar com a presença deste grupo integrado por músicos tão consolidados como Lucas Macías Navarro, Vicent Alberola, José Vicente Castelló, Guilhaume Santana e Enrique Bagaría. Sines terá o privilégio de uma actuação previsivelmente inesquecível. E não ficará atrás, quanto à qualidade artística se refere, a actuação do excelente quarteto de cordas Brentano, de Nova Iorque, em Santiago do Cacém. O grupo é actualmente o quarteto titular residente da mítica Yale School of Music e terminará no Baixo Alentejo uma itinerância por algumas das principais capitais europeias. Tendo visto, pela internet, as fotografías da igreja matriz de Santiago Maior, onde vão actuar, mostraram-se sumamente agradados com o monumento. No seu repertorio figuram Gesualdo, Kurtag, Bach, Gubaidulina e Britten. Um luxo. Na aposta de projecção do Festival Terras sem Sombra para outras geografias, a escolha deste ano não pode ser mais excitante, uma vez que em Castro Verde vai estar representada a Academia Franz Liszt, de Budapeste, viveiro de brilhantes solistas, que nos deleitarão com um programa húngaro que, entre outros aspectos, servirá de continuidade conceptual aos Estudos, de Ligeti, que escutámos, o ano passado, na Basílica Real de Nossa Senhora da Conceição, de Castro Verde. O concerto é realizado com a colaboração da Embaixada da Hungria em Portugal. Dois agrupamentos de Lisboa protagonizam uma notável representação nacional neste festival internacional. Para a música portuguesa de invocação mariana dos séculos XVI, XVII e XVIII se inclinaram o ensemble Polyphōnos, no seu concerto em Odemira, com autores da craveira de Estevão de Brito (natural de Serpa), Duarte Lobo, D. Pedro da Esperança, Diogo Dias Melgás 8
Festival Terras sem Sombra 2016, Concerto em Sines, Sempre/Ainda: Ópera sem Vozes. Juan Carlos Garvayo.
(natural de Cuba), João Rodrigues Esteves e Francisco António de Almeida. A direcção musical e artística estão a cargo do barítono José Bruto da Costa. O encerramento é consagrado a prelúdios e motetes corais de Johann Sebastian Bach com o Coro da Fundação Gulbenkian, dirigido por um maestro como Michel Corboz. Voltam a aflorar os sentimentos de orgulho e paixão, ao pensarmos neste concerto dedicado a Bach, com um coro e solistas de indiscutível categoria. Já o afirmámos no princípio destas linhas: Terras sem Sombra é um festival único. Talvez o seu segredo resida que não perdeu nem a curiosidade pelo conhecimento, nem a simplicidade, nem o afã de espiritualidade através da arte. Juan Ángel Vela del Campo Director Artístico do FTSS
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Património Entre as 15h00 e as 17h30 de cada dia de concerto, realiza-se uma visita ao centro histórico da cidade ou vila percorridas pelo Festival Terras sem Sombra, tendo por guia vários especialistas no estudo de cada uma das terras. Perscrutar os seus segredos, através do conhecimento de edifícios e paisagens singulares, é o mote desta nova iniciativa.
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Biodiversidade
Para a Salvaguarda da Biodiversidade no Alentejo Meridional O Terras sem Sombra tem, na sua génese, uma reunião de sinergias, pouco vulgar entre nós, que permite muitas formas de ver e, principalmente, de sentir o seu território. Um espaço onde marcam presença idiossincrasias e patrimónios diversos, mas complementares. Detendo um formidável conjunto de recursos biodiversos, Portugal enfrenta grandes responsabilidades, a nível global, para os conservar e valorizar adequadamente. Esta tarefa assume a maior relevância no Alentejo, um dos territórios com mais altos índices de preservação do Sul da Europa, mas onde a desertificação do interior rural e a concentração de habitantes e actividades no litoral levantam desafios muito significativos. Ao abrigo de protocolos de cooperação com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (Ministérios da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, do Mar e do Ambiente), associações, empresas, municípios, politécnicos, universidades e outras entidades presentes in situ, o Terras sem Sombra promove, no dia seguinte a cada concerto, acções-piloto de salvaguarda da biodiversidade. Estas iniciativas permitem que voluntários colaborem, ombro com ombro, em iniciativas úteis à conservação da natureza. Actividades simples, mas que encerram toda uma mensagem dirigida aos decisores e à opinião pública.
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Programa | Terras sem Sombra 2017 11 de Fevereiro | ALMODÔVAR 15H00 | VISITA GUIADA AO CENTRO HISTÓRICO 21H30 | CONCERTO Igreja Matriz de Santo Ildefonso Da pacem, Domine: Música Espiritual nas Tradições do Barroco e do Flamenco Antífona, glosa e improvisação sobre o Gregoriano Da pacem, Domine Popular En el alma te llevaré & Jaleos Popular (atr. São João de Ávila) No me mueve, mi Dios Cristóbal de Morales [ca. 1500-1553] Improvisación y glosa sobre el Kyrie y el Christe (Missa Mille Regretz) Popular Siguiriya Improvisação Pasacalle Fahmi Alqhai [1976-] & Arcángel [1977-] El Canto de los Pájaros (Manuel García) Gaspar Sanz [1640-1710] Canarios & Bulería Popular-Juan García de Zespedes [1619-1678] Guaracha y Guajira (Ay que me abraso)
Accademia del Piacere Cantaor Arcángel Viola da gamba e direcção musical Fahmi Alqhai Guitarra flamenca Miguel Ángel Cortés Percussão Agustín Diassera Viola da gamba Rami Alqhai, Johanna Rose
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Accademia del Piacere A singularidade dos seus projectos inovadores, a capacidade técnica dos seus músicos e a forte personalidade do seu director artístico fizeram da Accademia del Piacere um grupo de vanguarda da música antiga espanhola e um dos principais conjuntos deste tipo na Europa. A Accademia é especialmente apreciada pela comunicação fascinante e direta do grupo com o público e pela sua concepção de ver a música histórica, como algo vivo e cheio de emoções, que os seus músicos interiorizam como próprias e transmitem ao espectador.
Arcángel Cantaor Nasceu em Huelva (1977). Começa a cantar em 1987, mas só em 1998 é que vê reconhecido o seu talento artístico pelo público e crítica. Desde então, Arcángel começa a cantar para grandes bailarinos e colabora com o guitarrista Vicente Amigo. Editou quatro discos. Em 2012 recebe junto a Fahmi Alqhai o prémio de Melhor Música na Bienal de Flamenco de Sevilla pelo espectáculo Las idas y las vueltas.
Fahmi Alqhai Viola da gamba e direcção musical Natural de Sevilha (1976), é considerado um dos mais brilhantes e prestigiados jovens interpretes de Viola da Gamba no mundo, bem como um dos intérpretes mais reconhecidos da música antiga, pela sua abordagem pessoal e comunicativa aos repertórios históricos. De pai sírio e mãe palestina, passa os primeiros onze anos de sua vida na Síria, onde começa a estudar música. Mais tarde, estuda como autodidata em Espanha até entrar no Conservatório Manuel Castillo de Sevilha para estudar Viola de Gamba. Desenvolve os seus estudos na prestigiosa Schola Cantorum Basiliensis (Basiléia, Suíça) e no Conservatorio della Svizzera Italiana (Lugano, Suíça). Desde 2009 é o director artístico do Festival de Música Antigua de Sevilla.
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4 de Março | ODEMIRA 15H00 | VISITA GUIADA AO CENTRO HISTÓRICO 21H30 | CONCERTO Igreja de São Salvador De Beata Virgine Maria: Música Portuguesa de Invocação Mariana Estevão de Brito [ca. 1570-1641] Ave Maris Stella [Hino das Vésperas] Sancta Maria [Antífona do Magnificat] Duarte Lobo [ca. 1565-1646] Magnificat D. Pedro da Esperança [ca. 1598-1660] Três Responsórios das Matinas de Natal O Magnum Misterium Beata Dei Genitrix Beata Viscera Mariæ Virginis Diogo Dias Melgás [1638-1700] Recordare Virgo Mater [Antífona] Salve Regina [Antífona] João Rodrigues Esteves [ca. 1700-ca. 1751] Stabat Mater Francisco António de Almeida [ca. 1702-ca. 1755] Magnificat
Polyphōnos Soprano Raquel Alão Alto Carolina Figueiredo Tenor Marco Alves dos Santos Baixo Tiago Mota Violoncelo barroco Ana Raquel Pinheiro Órgão Sérgio Silva Mónica Antunes, Rosa Caldeira, Manon Marques, Patrícia Mendes, Rui Miranda Direcção musical José Bruto da Costa 14
Polyphōnos Polyphōnos, termo grego que designa a coexistência de muitos sons ou vozes, é um ensemble vocal e instrumental sediado em Lisboa. Criado pelo soprano Raquel Alão, a direcção artística encontra-se a cargo do barítono e musicólogo José Bruto da Costa. O repertório fundamental deste ensemble centra-se na música portuguesa e ibérica dos séculos XV a XVIII, sendo complementado por composições contemporâneas de compositores portugueses. A formação vocal e instrumental é variável e depende dos programas apresentados.
Raquel Alão Soprano Natural de Lisboa, estudou canto na Escola de Música do Conservatório Nacional, sob a orientação da professora Filomena Amaro. Participou em 2007 no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi, onde foi galardoada com o Terceiro Prémio para Voz Feminina. É coralista no Coro do Teatro Nacional de São Carlos desde 2007. Em paralelo, dedica-se à interpretação de música antiga, apresentando-se em concertos no território nacional, no Brasil, França e Espanha.
José Bruto da Costa Barítono e direcção musical Nascido em Lisboa, concluiu o curso geral de Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional, tendo ainda estudado Composição e Música de Câmara. Licenciou-se no Departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa. Exerceu funções de docência no Instituto Superior de Educação e Ciências, na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa e na Academia de Música de Santa Cecília. É colaborador da Revista Portuguesa de Musicologia e do Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. É elemento do Coro Gulbenkian desde 1998. Foi elemento fundador do Grupo Vocal Officium e cantor residente do ensemble Banchetto Musicale. Colabora, regularmente, com o coro Voces Caelestis. Fundou, em 1998, o coro Opus21, do qual é director artístico, bem como os Lisbon Consort Players.
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Carolina Figueiredo Mezzosoprano Formou-se em Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa em 2005. Trabalha hoje amiúde com Manuela de Sá, e em âmbito de masterclass, igualmente com Susan Waters e Lucia Mazzaria. Apresenta-se regularmente a solo com piano ou órgão, em recitais, concertos e Festivais. Protagoniza regularmente, desde 2013, produções de música contemporânea, tendo estreado e gravado versões das suas obras tanto para agrupamento de câmara como para orquestra. Na área da ópera, integrou diversos elencos. Licenciada em Direito e com uma Pós-Graduação em Tradução, Carolina Figueiredo prossegue em paralelo uma carreira na área da tradução jurídico-legal.
Marco Alves dos Santos Tenor Licenciado em canto pela Guildhall School of Music and Drama, iniciou a carreira como solista profissional em 2003. Apresentou-se como solista em Portugal, Espanha, França, Itália, Reino Unido e Alemanha, dando vida a papéis como Tamino (Zauberflöte), Mr. Owen (Postcard from Morocco), Gastone (La Traviata), Tristan (Le Vin Herbé), Leandro (La Spinalba), Orphée (Descente d’Orphée aux Enfers), Ernesto (Don Pasquale), Anthony (Sweeney Todd), Nathanael (Les Contes d’Hoffmann). Duca di Mantova (Rigoletto), Die Hexe (Hänsel und Gretel), Prunier (La Rondine), Kornélis (La Princesse Jaune), Pierre (The Wandering Scholar) The Governor/Vanderdendur/Ragotski (Candide) e Ferrando (Cosí fan Tutte). Em 2015-2016 foi Oddio (Armida), Malcolm (Macbeth), Yamadori (Madame Butterfly), Sancho (O Cavaleiro das Mãos Irresistíveis), Comte Barigoulle (Cendrillon) e Conte Almaviva (Il Barbiere di Seviglia), bem como o Evangelista na Oratórias de Natal, Páscoa e Ascensão (Bach).
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Tiago Mota Baixo Estudou no Conservatório Nacional de Lisboa, formando-se em Canto (2007). Tem uma vasta experiência sobretudo nas áreas de música antiga e contemporânea, tendo colaborado, entre outros, com o Coro Gulbenkian e o Ensemble Officium. Em 2007, iniciou os estudos de música antiga na Schola Cantorum Basiliensis, com Dominique Vellard; obteve em 2012 os mestrados em Canto e em Ensemble Vocal (AVES). Teve igualmente a oportunidade de trabalhar com Gerd Türk, Evelyn Tubb e Anthony Rooley, incluindo, na gravação em CD de The Passions, uma oratória de William Hayes. Colabora actualmente com o Huelgas Ensemble; o Choeur de Chambre de Namur, com o qual grabou, nomeadamente, o Requiem, de Mozart, e Vespro della B. M. Vergine, de Monteverdi, sob a direcção de Leonardo Alarcón; o Coro della Radiosvizzera, sob a direcção de Diego Fasolis; e Basler Madrigalisten. É membro fundador do ensemble Armonia degli Affetti (seleccionado em 2014 como um dos Jeunes Ensembles de Ambronay), não apenas como cantor solista e de ensemble, mas também pesquisando e editando peças dos séculos XVII e XVIII.
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25 de Março | SANTIAGO DO CACÉM 15H00 | VISITA GUIADA AO CENTRO HISTÓRICO 21H30 | CONCERTO Igreja Matriz de Santiago Maior Perpétuo Movimento: Em torno d’A Arte da Fuga Carlo Gesualdo [1566-1613] Cinco Madrigais Deh, come invan sospiro Belta, poi che t’assenti Resta di darmi noia Gia piansi nel dolore Moro, lasso György Kurtag [1926-] Moments Musicaux (2008) I. Invocatio II. Footfalls III. Capriccio IV. In memoriam Sebok György V.…rappel des oiseaux… VI. Les adieux Johann Sebastian Bach [1685-1750] Contrapunctus XVIII de Die Kunst der Fuge Sofia Gubaidulina [1931-] Reflections on the theme B-A-C-H Benjamin Britten [1913-1976] String Quartet No. 3 1. Duets: With moderate movement 2. Ostinato: Very fast 3. Solo: Very calm 4. Burlesque: Fast-con fuoco 5. Recitative and Passacaglia (La Serenissima): Slow
Brentano String Quartet Viola Misha Amory Violino Serena Canin Violoncelo Nina Lee Violino Mark Steinberg 18
Brentano String Quartet “Apaixonante, desinibido e fascinante” (London Independent), o Brentano String Quartet é “tão profundo como um ouvinte poderia querer” (Houston Chronicle) e já foi aclamado pelo The Washington Post como “gratificante em todos os sentidos.” O Brentano String Quartet tornou-se o quarteto residente na Yale School of Music no outono de 2014, sucedendo ao Tokyo Quartet nessa posição. Desde a sua criação em 1992, o Quarteto tem sido muitíssimo aplaudido em todo o mundo pelo público e pela crítica. O Philadelphia Inquirer elogia seus “instintos aparentemente infalíveis para encontrar o centro de gravidade em cada frase e gesto musical” e o Times opina do seguinte modo “os Brentanos são um quarteto de cordas magnífico (...). Maravilhoso, que forma altruísta de fazer música.” Desde a sua formação, o Quarteto ganhou vários prémios importantes. Realizou a primeira tour europeia em 1997 e foi homenageado no Reino Unido com o Prémio da Real Filarmónica com o Most Outstanding Debut. Nas últimas temporadas, tem viajado muito, percorrendo os Estados Unidos, Canadá, Europa, Japão e Austrália. Actuou nos teatros mais prestigiosos do mundo.
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8 de Abril | CASTRO VERDE 15H00 | VISITA GUIADA AO CENTRO HISTÓRICO 21H30 | CONCERTO Basílica Real de Nossa Senhora da Conceição
Escalando as Muralhas: O Castelo de Barba-Azul, de Béla Bartók Tenor Antal Cseh Mezzosoprano Apollónia Szolnoki Piano András Rákai
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Antal Cseh Tenor Nasceu em Makó, na Hungria em 1978. Estudou na Liszt Ferenc Music Academy em Budapeste e na Universidade de Szeged. Ganhou entre outros prémios o Vaszy Viktor Award, Szeged e o Dömötör Award para melhor cantor de opera. Participou em Master classes com Júlia Hamari, Adrienne Csengery, Katalin Halmai, etc.
Apollónia Szolnoki Mezzosoprano Fez toda a sua carreira no teatro lírico. Em Szeged, num festival de música clássica, interpretou o conhecido papel de Evita, e cantou Carmen, pela primeira vez, no Teatro Nacional daquela cidade. Integrou o grupo de solistas da Ópera de Budapeste. Cantou o mais importante papel feminino do repertório operático húngaro, a Judite de A kékszakállú herceg vára (O Castelo de Barba-Azul) de Béla Bartók , no festival de Miskolc. Também já foi a Rosina de Il Barbiere di Siviglia, a Maddalena de Rigoletto, a Zweite Dame de Die Zauberflöte, a Fenena de Nabucco, a Lola de Cavalleria Rusticana, a Magdalena de Die Meistersinger von Nürnberg, a Sonietka de Леди Макбет Мценского уезда (Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk), interpretando também a Flora de La Traviata, a Tisbe de La Cenerentola, a Fidalma de Il Matrimonio Segreto (Domenico Cimarosa) e a Marcellina de Le nozze di Figaro. Papéis como o de Donna Elvira, de Don Giovanni – que interpretou nos teatros de Miskolc e Debrecen –, o Compositor de Ariadne aux Naxos e a Sieglinde de Die Walküre estão entre os seus papéis de eleição. Colaborou também com o compositor Péter Eötvös na produção operática Le Balcon, no novo palácio da música em Budapeste, MüPA.
András Rákai Piano 21
6 Maio | SERPA 15H00 | VISITA GUIADA AO CENTRO HISTÓRICO 21H30 | CONCERTO Praça da República
A Minha Voz na Tua Palavra: Da Devoção Popular à Poesia de Saramago Kyrie – Petenera (Popular) Agnus Deis – Soleá (Popular) Cordero de Díos – Seguriya (Popular) Alegrías A ti regreso, mar – Garrotín (José Saramago) En esta esquina del tiempo – Tanguillos (José Saramago) Balada – Malagueña y Abandolaos (José Saramago) Dijeron que había Sol – Soleá (José Saramago) Bulerías
Cantaora Esperanza Fernández Guitarra Miguel Ángel Cortés Palmas e percussão Jorge Pérez “El Cubano”, Dani Bonilla, Miguel Junior
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Esperanza Fernández Cantaora Possui uma das vozes mais bonitas e flamencas do actual panorama do cante. Segundo a crítica da especialidade, é uma cantora de amplo registo, “sobrada de compás y muy profunda por soleá o seguiriya, pero además, se ha convertido en una de las intérpretes más identificadas con El Amor Brujo, habiéndolo interpretado con Orquestas de todo el mundo siendo dirigida grandes Maestros.” A dualidade e delicadeza da sua garganta permitiram-lhe interpretar também diferentes peças de música contemporânea do compositor Mauricio Sotelo, assim como El Café de Chinitas, com o Ballet Nacional de España, e colaborar com artistas de outras disciplinas. Gravou vários discos, o último dos quais Mi voz en tu palabra, com poemas de José Saramago.
Miguel Ángel Cortés Guitarra Nasceu em Granada (1972). Entra no mundo do flamenco através de La Zambra del Sacromonte, com 8 anos. Em 1986, realiza tours por toda a Europa, Japão e Estados Unidos acompanhando grandes figuras do baile. Colabora com grandes artistas do Cante Flamenco. O seu admirável trabalho como solista e a sua faceta de guitarrista de acompanhamento ao cante situam-no como uma das figuras mais proeminentes do flamenco.
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27 de Maio | FERREIRA DO ALENTEJO 15H00 | VISITA GUIADA AO CENTRO HISTÓRICO 21H30 | CONCERTO Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção Um Espaço Comum: Aspectos da Tradição Lírica em Portugal e Espanha Antón García Abril [1933-] Cantiga de Amigo (D. Sancho I) Antonio José Martínez Palacios [1903-1936] Maravillosos et piadosos (Afonso X, o Sábio) Joaquín Rodrigo [1901-1999] Serranilla (Marquês de Santillana) Salvador Bacarisse [1898-1963] Mira gentil dama (Garcia de Resende) Robert Gerhard [1896-1970] Por dó pasaré la sierra (Gil Vicente) Joaquín Nin-Culmell [1908-2004] ¿Por do pasaré la sierra? Ro, ro, ro... nuestro Dios y redemptor ¿Cuál es la niña que coge las flores? Charles Gounod [1818-1893] Viens, les gazons sont verts (Y si dormís, doncella, Gil Vicente, versão de Jules Barbier) Franz Schubert [1797-1828] Nächtens klang die süsse Laute (Cerca resuena el dulce laúd, versão de Friedrich de la Motte Fouqué) Robert Schumann [1810-1856] Melancholie op. 74/6 (Quién viese aquel día, Francisco Sá de Miranda, versão de Emanuel Geibel) Hoch, hoch sind die Berge, op. 138/8 (La sierra es alta, Pedro de Padilla, versão de Emanuel Geibel) Tief im Herzen trag’ ich Pein, op 138/2 (De dentro tengo mi mal, Luís de Camões, versão de Emanuel Geibel) O wie lieblich ist das Mädchen, op. 138/3 (Muy graciosa es la doncella, Gil Vicente, versão de Emanuel Geibel) Hugo Wolf [1860-1903] Klinge, klinge mein Pandero (Tengo vos el mi pandero, Álvaro Fernandes de Almeida, versão de Emanuel Geibel) Bedeckt mich mit Blumen (Cubridme de flores, Soror Maria do Céu)
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Ernesto Halffter [1905-1989] Canção do Berço (Branca de Gonta Colaço) Gerinaldo (popular) Ai que linda moça (popular)
Meio-soprano Helena Gragera Piano Antón Cardó
Elena Gragera Mezzosoprano Especializou-se em lied pela mão de Irmgard Seefried, Edith Mathis, Gérard Souzay e Aafje Heynis, obtendo o Diploma Superior com distinção no Koninklijk Conservatorium, de Haia. Desenvolve diversos projectos de carácter temático, centrados nesse género e na canção artística espanhola. Cantou nos principais teatros e salas de Espanha, assim como em reconhecidos festivais internacionais. Colabora com diversos directores. Das suas gravações destaca-se a primeira gravação mundial da ópera Glauca y Cariolano, de José Lidón, com a orquesta do Museu Estatal de São Petersburgo e Alexis Soriano.
Antón Cardó Piano Estudou no Conservatório Superior de Música do Liceo de Barcelona e na Schola Cantorum, de Paris, onde se graduou com o Premier Prix de Piano e Música de Câmara. Trabalhou com Rosa Sabater. O professor Paul Schilhawsky encaminhou-o para o repertorio liederístico, sendo convidado por Miguel Zanetti a integrar o corpo docente da Escuela Superior de Canto de Madrid, onde obteve uma cátedra de Repertório Vocal. Tem efectuado recitais nas principais salas e teatros de Espanha e em auditórios de referência da Europa. Realizou diversas itinerâncias a convite do Ministerio de Asuntos Exteriores de Espanha e do Instituto Cervantes. Preparou e apresentou trabalhos musicológicos e de divulgação sobre diversos autores. Foi profesor convidado da Universidade Nacional de Seul (Coreia do Sul) e dos conservatórios de Versalles, Varsóvia e São Petersburgo.
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3 de Junho | SINES 15H00 | VISITA GUIADA AO CENTRO HISTÓRICO 21H30 | CONCERTO Igreja Matriz de São Salvador As Afinidades Electivas: Mozart & Beethoven Ludwig van Beethoven [1770-1827] Quinteto em Mi bemol maior, Op. 16, para piano, oboé, clarinete, trompa e fagote I. Grave. Allegro ma non troppo II. Andante cantabile III. Rondo: Allegro ma non troppo Wolfgang Amadeus Mozart [1756-1791] Quinteto em Mi bemol maior, KV. 452, para piano, oboé, clarinete, trompa e fagote I. Largo. Allegro moderato II. Larghetto III. Allegretto
]W[ ENSEMBLE & Enrique Bagaría Fagote Guilhaume Santana Oboé Lucas Macías Clarinete Vicent Alberola Trompa José Vicente Castelló Piano Enrique Bagaría
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]W[ Ensemble Este agrupamento tem origem na Lucerne Festival Orchestra. Os seus membros, intérpretes de referência nos instrumentos respectivos, desenvolveram uma importante trajectória camerística paralela nos lugares que ocuparam em algumas das principais orquestras europeias, onde são dirigidos por grandes maestros. muito especialmente, Claudio Abbado, que podemos considerar o seu mentor ao longo dos últimos doze anos, influenciando de maneira decisiva a sua concepção musical, desde uma etapa inicial, na Gustav Mahler Jugendorchester, até à consolidação, na Lucerne Festival Orchestra. O agrupamento oferece uma grande variedade de estéticas musicais e adopta diferentes formações, valorizando particularmente os repertórios para instrumentos de sopro.
Enrique Bagaría Piano Natural de Barcelona (1978), estudou no Conservatorio Municipal da cidade natal e na École Normale Alfred Cortot, especializando-se no Conservatorio Superior do Liceu, na Escuela Superior Reina Sofía, de Madrid, e no Richard Strauss Konservatorium, de Munique. Tem presença habitual nas principais temporadas e festivais de Espanha. No âmbito internacional, sobressaem as suas actuações em palcos de referência. Como solista colabora com diversas Orquestras Sinfónicas e como músico de câmara, colabora com em vários projectos. É professor no Conservatorio Superior de Música de Aragón e no Conservatorio Superior de Música del Liceo de Barcelona.
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Concerto de Encerramento 17 de Junho | BEJA 15H00 | VISITA GUIADA AO CENTRO HISTÓRICO 21H30 | CONCERTO Catedral Caminho, Verdade e Vida: Motetes e Prelúdios Corais de J. S. Bach Johann Sebastian Bach [1685-1750] Ária das Variações Goldberg, BWV 988 Motete Lobet den Herrn, alle Heiden, BWV 230 Prelúdio coral Erbarm'dich mein, o Herre Gott, BWV 721 Motete Ich lasse dich nicht, BWV Anh.III 159 Préludio coral Ich ruf'zu dir, Herr Jesu Christ, BWV 639 Motete Jauchtzet den Herrn alle Welt, BWV Anh.III 160 Prelúdio coral Wer nur den lieben Gott lässt walten, BWV 691 Motete Jesu, meine Freude, BWV 227 Prelúdio coral Liebster Jesu, wir sind hier, BWV 730-1 Motete Komm, Jesu komm, BWV 229
Coro Gulbenkian Órgão Fernando Miguel Jalôto Viola da gamba Sofia Diniz Contrabaixo barroco Marta Vicente Direcção musical Michel Corboz
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Coro Gulbenkian Fundado em 1964, e tendo celebrado recentemente o seu 50.º aniversário, o Coro Gulbenkian conta presentemente com uma formação sinfónica de cerca de cem cantores, actuando igualmente em grupos vocais mais reduzidos, conforme a natureza das obras a executar. Assim, apresenta-se tanto como grupo a cappella, como em colaboração com a Orquestra Gulbenkian ou outros agrupamentos sinfónicos. O Coro Gulbenkian tem sido convidado a colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais, e foi dirigido por grandes figuras tais como Claudio Abbado, Sir Colin Davis, Frans Brüggen ou Gustavo Dudamel. Desde 1969, Michel Corboz é o Maestro Titular do Coro, sendo as funções de Maestro Adjunto e de Maestro Assistente desempenhadas por Jorge Matta e Paulo Lourenço respetivamente.
Michel Corboz Direcção musical A entrada de Michel Corboz no universo da música está profundamente ligada ao seu fascínio pela voz e pelas obras escritas no domínio da música vocal. Depois de fundar o Ensemble Vocal de Lausanne, em 1961, a adesão entusiasta da imprensa às suas gravações das Vésperas e do Orfeo de Monteverdi (1965 e 1966) marcaram o início de uma longa carreira que evoluiu naturalmente, sem ambições particulares, enriquecendo-se todos os anos com uma nova obra. Em 1969, foi nomeado Maestro Titular do Coro Gulbenkian, cargo que vem exercendo com inexcedível competência desde então. Em Dezembro de 1999 foi condecorado pelo Presidente da República Portuguesa com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
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Fernando Miguel Jalôto Órgão É natural de Vila Nova de Gaia. Graduou-se com em Cravo no Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação do Conservatório Real de Haia, com Jacques Ogg. Frequentou master classes e estudou órgão barroco, pianoforte e clavicórdio. Foi membro da Académie Baroque Européenne d’Ambronay, em 2004, sob a direção de Cristophe Rousset, e das Academias MUSICA, em 2006, 2008 e 2010. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro e doutorando em Ciências Musicais/Musicologia Histórica na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, como membro do INET-MD (Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos de Música e Dança). Como solista e continuísta, apresentou-se em vários festivais e concertos na Europa e Japão. É cofundador e diretor artístico do Ludovice Ensemble, membro da Orquestra Barroca da Casa da Música do Porto e solista convidado da Orquestra Gulbenkian (cravo, órgão e pianoforte). Apresenta-se internacionalmente com grupos especializados. Trabalhou sob a direção dos maiores especialistas em Música Antiga.
Sofia Diniz Viola da gamba Nasceu em Lisboa em 1977. Tendo recebido, desde cedo, formação nas áreas da dança e da música nas escolas do Conservatório Nacional, optou pelo Curso de Violoncelo e concluiu o bacharelato na Escola Superior de Música de Lisboa. Foi nos cursos da Academia de Música Antiga de Lisboa que surgiu o seu interesse pela interpretação histórica em instrumentos originais e a motivação para especializarse neste domínio. Estudou violoncelo barroco e viola da gamba com Rainer Zipperling em Colónia e viola da gamba com Wieland Kuijken e Philippe Pierlot em Haia e Bruxelas. Toca violoncelo e viola da gamba com vários grupos de câmara e orquestras com os quais toca por toda a Europa em variados festivais. No âmbito da sua actividade concertística, participou em gravações com o Ricercar Consort, sob direcção de Philippe Pierlot, e com o Colegium Vocale Gent, sob direcção de Philippe Herreweghe.
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1 de Julho | SINES 18H30 Centro das Artes Entrega do Prémio Internacional Terras sem Sombra 2017
O Conselho de Curadores do Terras sem Sombra criou, em 2011, o Prémio Internacional com o mesmo nome, destinado a homenagear uma personalidade ou uma instituição que se tenham salientado, ao nível global, em cada uma das seguintes categorias: a promoção da Música; a valorização do Património Cultural; e a salvaguarda da Biodiversidade. A escolha dos recipiendários é da responsabilidade de um júri internacional, designado pela entidade promotora do Festival. O Prémio consta de um diploma e de uma obra de arte encomendada a um artista contemporâneo, sendo entregue no momento culminante da temporada musical no Alentejo.
Cerimónia de entrega dos Prémios Terras sem Sombra 2016, Sines.
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Programa Salvaguarda da Biodiversidade | 2017 ALMODÔVAR 12 de Fevereiro Pelas alturas do Mú – o Alentejo Serrano A Serra do Mú ou Caldeirão, representa um extenso relevo xistograuváquico de formas arredondadas, resultante da deformação do Maciço Hespérico, entrecortado por pequenos rios e ribeiras. A serra é singular na sua flora (densa e fechada nas umbrias onde domina o medronheiro, o sobreiro, a azinheira, a urze e o rosmaninho) e na sua fauna, de que se destaca a imponente águia de Bonelli. O sustento dos habitantes da serra provém da floresta, pecuária e dos recursos silvestres. Entre estes assume predominância, pela sua importância na economia rural, a cortiça, considerada como de excelente qualidade face à sua densidade. Não obstante, o equilíbrio da serra está seriamente comprometido devido à ocorrência recente de fogos florestais de grande magnitude, nomeadamente o grande incêndio de 2004, no qual arderam cerca de 30 mil hectares. De 2004 para cá muitas mudanças ocorreram, a serra perdeu população, viu a transformação o seu capital florestal, mas assistiu também a um incremento dos trabalhos de prevenção e ao surgimento de novas oportunidades em torno dos recursos silvestres. Nesta actividade procuraremos compreender estas mudanças e apontar caminhos para o futuro.
ODEMIRA 5 de Março Pelos meandros do Mira – um olhar sobre os gradientes do grande rio do Sudoeste O rio Mira tem a particularidade de, tal como o Sado, empreender um curso de sul para norte. Nascendo na serra do Mú, percorre cerca de 150 kms ao longo dos quais se podem encontrar dezenas de habitats, desde os sobreirais, aos sapais e zonas de vasa. É precisamente no seu troço inferior, próximo do estuário, que se podem encontrar algumas das características únicas deste curso de água: as pradarias marinhas e uma população de lontra peculiar. As pradarias marinhas representam alguns dos habitats mais ameaçados a nível mundial. Na secção mais a jusante do estuário do Mira podem-se encontrar pradarias de Zostera, as quais exercem um importante papel na dinâmica sedimentar costeira, permitem a fixação de invertebrados e funcionam ainda como maternidade para várias espécies marinhas. No rio Mira, as lontras apresentam adaptações ecológicas únicas em Portugal, uma vez que utilizam ambientes marinhos. Ao longo de um percurso de barco, serão reconhecidos os habitats mais relevantes deste rio e analisadas as suas principais ameaças.
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SANTIAGO DE CACÉM 26 de Março A Paisagem Cultural em torno do Convento do Loreto – assegurar a sua continuidade A actividade versará na área em torno da paisagem cultural do Convento do Loreto, local privilegiado do concelho de Santiago do Cacém. Aproveitando a proximidade ao dia mundial da floresta, o dia será dedicado à salvaguarda do montado de sobro, incidindo num aspecto fulcral da sua sobrevivência – a sua renovação. Para tal serão plantadas várias dezenas de sobreiros, provenientes do Viveiro de Valverde do ICNF, em Alcácer. Pretende-se ainda definir um “caderno de encargos” para o acompanhamento das plantas, assegurando a sua protecção à herbivoria (pela colocação de protectores individuais) e aumentado a sua sobrevivência em período de estio (rega pontual).
CASTRO VERDE 9 de Abril Os passos do ciclo da lã As contingências da economia global em nada têm beneficiado o mercado nacional da lã. Antigamente, produto de elevada riqueza, hoje mal cobre os custos da tosquia. No contexto da paisagem cultural de Castro Verde, cuja elevada importância está subjacente na recente candidatura a Reserva da Biosfera, a ovelha é um elemento preponderante, e a lã um dos seus produtos mais nobres. Integrando o ciclo da lã, o festival acompanha uma tosquia tradicional das ovelhas auctótones da região (raças merino e campaniça) e visita o recentemente inaugurado pólo do Lombador do Museu da Ruralidade, dedicado à tecelagem.
SERPA 7 de Maio Engenho humano e olival tradicional em torno da Serra de Ficalho A Serra de Ficalho marca a paisagem raiana de Serpa. É a elevação mais relevante da mancha de terrenos metamórficos que se estende desde a fronteira até Montemor-o-Novo (518 metros), constituindo um relevo de rochas carbonatadas no seio de uma matriz xistosa. As cambiantes litológicas conferem a esta zona, incluída na Rede Natura 2000, características próprias, manifestadas numa flora rica, diversificada e distinta das áreas envolventes. A existência de matagais (Maquis) densos e fechados de difícil penetração, permite o abrigo de muitas espécies de mamíferos, nomeadamente o lince ibérico. Esta diferenciação verifica-se também ao nível do uso do solo, e da vocação da serra para a cultura do olival, de cariz tradicional com muitas variedades locais (Cordovil de Serpa, Galega, Verdeal Alentejana, Carrasquenha, Bico de Corvo, Cornicabra, Gama e Maçanilha). Partindo de Vila Verde de Ficalho, será realizado um percurso de descoberta da Serra de Ficalho nas componentes geológicas, biológicas e do seu riquíssimo olival tradicional.
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FERREIRA DO ALENTEJO 28 de Maio O Sado – diagnóstico de um rio (ainda) desconhecido Como o rio Mira, o Sado nasce na Serra do Mú e corre de norte para sul. A sua importância está associada ao grande estuário, o qual, pelos valores de biodiversidade, cedo foi considerado Reserva Natural. Existe um outro Sado desconhecido, continental, afastado da influência marinha, mas que continua a constituir factor identitário das populações e das suas manifestações culturais (de que é exemplo o Festival do Sado de Figueira de Cavaleiros). Ao longo do seu percurso de 180 kms, o rio sofre várias agressões sejam elas barragens, rejeitados de minas, agricultura intensiva, efluentes urbanos, areeiros, entre outros. Inventariar a biodiversidade (particularmente das galerias ribeirinhas) e avaliar a qualidade da água são os objectivos desta acção.
SINES 4 de Junho A fronteira entre o Atlântico e o Mediterrânico – à descoberta dos monges eremitas da Junqueira As dunas são o ambiente de transição por excelência, marcam a fronteira entre as influências marinha e continental. O concelho de Sines é fértil em sistemas dunares, nomeadamente a sul da ribeira da Junqueira, zona com uma ocupação ancestral e, consequentemente, uma história de modelação do solo em terra arável. Tendo como pano de fundo um dos maiores complexos industriais de Portugal – a central termoeléctrica de Sines, iremos à procura da presença dos monges Eremitas de São Paulo da Serra de Ossa e do Convento de Nossa Senhora da Junqueira (1447). Como viviam e como interagiam com o ambiente é o ponto de partida para um percurso de descoberta da biodiversidade local.
BEJA 18 de Junho O Homem e o Guadiana, elementos que estruturam a paisagem O rio Guadiana é ímpar em vários aspectos. Tendo uma das maiores bacias hidrográficas da península, os seus humores moldaram ao longo de milhões de anos a peneplanície. O Vale antigo e erodido contém uma biodiversidade muito rica sendo corredor de aves, mamíferos, peixes e plantas. A dinâmica hidrológica está também presente nos elementos culturais como as peculiares azenhas de submersão e fortins. Apesar da grande intensificação que decorre nas áreas envolventes a jusante de Alqueva, este rio ainda mantem elementos patrimoniais relevantes como os que se podem observar na zona de Quintos. O desafio decorre em torno do percurso PR1 – Azenhas e Fortins do Guadiana (Quintos) do Município de Beja (percurso pedestre homologado pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal), com o seu término no Guadiana. Aqui far-se-á a avaliação do elemento água, recorrendo a um kit de análise.
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Produto Terras sem Sombra 2017 “E a Terra será Propícia ao Azeite” | Luís Mira Coroa Como lembra este fragmento do profeta Oseias (2,24), o azeite é o óleo sagrado das Religiões do Livro, inspiradas pelo monoteísmo abraâmico. Todas elas três o referem explicitamente. Judeus, cristãos e muçulmanos falam com reverência da oliveira, árvore simbólica da paz, e do azeite, que serve para ungir em cerimoniais e se revela da maior utilidade na alimentação, na iluminação, na cosmética e na medicina. Um óleo raro no mundo, onde apenas 3% do total das gorduras alimentares vegeta, pelo que só é possível produzi-lo em restritas regiões do globo. O grande geógrafo alentejano Mariano Feio fazia questão de lembrar amiúde que a oliveira constitui a cultura mais característica do clima mediterrânico, ao ponto de, segundo alguns autores, servir para o delimitar (Birot e Dresch). Planta autóctone da periferia do Mediterrâneo, incluindo Portugal, onde a variante bravia da Olea Europea, o zambujeiro, existe espontânea em grande parte do país, nomeadamente em solos calcários
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DIRECÇÃO-GERAL José António Falcão
DIRECÇÃO ARTÍSTICA Juan Ángel Vela del Campo
DIRECÇÃO EXECUTIVA Sara Fonseca
CONSELHO DE CURADORES Miguel de Castro Neto, Presidente António Lamas Carlos Moedas Carlos Zorrinho Gonçalo Reis Luísa Bastos de Almeida
COMISSÃO ORGANIZADORA António Gonçalves Francisco Lobo de Vasconcellos Joaquim José Galante de Carvalho José António Falcão Miguel de Pape Sara Fonseca
CONSULTOR Pedro Azenha Rocha (Conservação da Natureza)
Contactos Assessoria de Comunicação Ana Abrantes +351 965 653 149 anaabrantes@bancosocialdecomunicacao.pt
Liliana Soares +351 961 293 682 lilianasoares@bancosocialdecomunicacao.pt
APOIO INSTITUCIONAL
MECENAS
MECENAS PARA A BIODIVERSIDADE
COLABORAÇÃO
APOIOS
PARCEIROS DE COMUNICAÇÃO
APOIO À DIVULGAÇÂO
EUROPE FOR FESTIVALS FESTIVALS FOR EUROPE
EFFE LABEL 2015-2016
terras sem sombra DO ESPIRITUAL NA ARTE IDENTIDADES E PRÁTICAS MUSICAIS NA EUROPA DOS SÉCULOS XVI-XX
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11 FEV. A 1 JUL DE 2017