Agenda Labrega Galega 2015 Esta Agenda está pensada por e para o trabalho no campo galego. Nela encontrarás informaçom e materiais desenhados para facilitar os labores do campo e da horta, além das utilidades próprias de qualquer agenda funcional. Toda a publicaçom está orientada por umha concepçom ecológica da agricultura, entendendo esta como umha atividade a desenvolver em sintonia coa terra, e nom contra ela. A primeira parte da Agenda Labrega Galega deste 2015 está dedicada a alguns dos principais cultivos do nosso país, com fichas que recolhem a informaçom fundamental sobre os tempos, o tipo de solo, o lugar na rotaçom, os marcos de plantaçom, os labores básicos e os principais problemas que podem apresentar-se no cultivo da pataca, do tomate, do pimento, da cebola, da cenoura, da alface, do repolo, das nabiças e grelos, do feijom e do alho. Também se anexa um calendário orientativo dos tempos de sementeira, transplante e colheita destes e de outros cultivos básicos. A segunda parte é a Agenda propriamente dita, desenhada para facilitar a organizaçom das tarefas diárias, semanais e mensais. O calendário anual é acompanhado do calendário lunar para o 2015, e cada mês é introduzido por umha guia orientativa dos principais labores agrícolas a realizar. O transcurso do ano labrego é ilustrado, ademais, com umha escolma do nosso refraneiro popular. A última parte contém umha série de materiais de enorme utilidade para a planificaçom e o seguimento dos teus cultivos. As fichas de cultivo e os planos de horta ajudarám-te a levar o seguimento das diferentes espécies, dos trabalhos realizados e do seu rendimento. O quadro de associaçons de cultivos é umha ferramenta de grande utilidade para aproveitar a máxima produtividade do nosso solo dumha forma natural e respeituosa.
FAMÍLIA: Solanáceas SEMENTEIRA: De Fevereiro a Maio. Podemo-las botar tanto partidas como enteiras, mas é importante atender as seguintes recomendaçons: - Enteiras quando o tamanho está entre 30 e 45 mm, quer dizer, do tamanho dum ovo de galinha. - Partidas quando o tamanho é superior ao anterior, mas cuidando que fiquem de 3 a 4 gemas em cada anaco. No caso de parti-las, devemos fazê-lo 4 ou 5 dias antes da sementeira, para que poda cicatrizar o corte, conservando-as sem amontoar em caixas e em capas de pouca altura, para que ventilem bem. Marco: 70x30 cm. A profundidade deve estar entre os 5 e os 15 cm. COLHEITA: De Junho a Setembro. FERTILIZADO: Requer um fertilizado copioso, mas nom demasiado desequilibrado em nitrogénio (umha das razons polas que sái a pataca co coraçom negro, podre ou oco). Nom botar, pois, grandes quantidades de esterco mui fresco. LUGAR NA ROTAÇOM: Polo geral, a pataca nom é problemática na rotaçom e é de uso muito flexível. Som bons precedentes os repolos, couve-flores e outras brassicae, e também os cereais utilizados como fertilizante verde ou pasto. Pola sua vez, é um bom precedente desses mesmos cultivos, e também de milho, alfaces, acelgas, etc... SOLO: A pataca medra bem em solos franco-limosos, que sejam profundos e nom assolaguem. Gosta de solos ligeiramente acedos. PRINCIPAIS PROBLEMAS: Escaravelho e mildeu
FAMÍLIA: Solanáceas SEMENTEIRA: De Fevereiro a Maio. Aconselha-se realizá-la em sementeiro com cepelhom para transplantar depois ao terreno definitivo. O transplante realizará-se antes dos 45 dias, com umha formaçom de folhas abundante e tronco de aspecto robusto. Marco: 50x30 cm. COLHEITA: Quando os tomates comecem a virar a vermelho, aproximadamente após um período de 150 dias. FERTILIZADO: É preferível trabalhar mais bem coas reservas do solo, quer dizer, com compost. Achegas de demasiado nitrogénio (esterco mais fresco, fertilizante verde) aumentam muito os riscos de pragas e enfermidades. LUGAR NA ROTAÇOM: O tomate leva bem a repetiçom do cultivo no mesmo sítio. É muito flexível, polo que aguenta praticamente qualquer lugar na rotaçom. SOLO: O tomate prefer solos soltos e ligeiros, bem fertilizados, e gosta de pH ligeiramente acedo. REGA: É um cultivo que nom gosta de passar sede, mas tampouco dumha humidade excessiva. Recomenda-se rego por goteio ou no solo, evitando no possível molhar as folhas da planta adulta. PRINCIPAIS PROBLEMAS: Mildeu, botrite, pulgom, mosca branca. Folhas amarelas em distintas tonalidades podem ser indicativo de carência de minerais; folhas de cor violácea podem indicar falta de fósforo; folhas frequentemente enrodeladas e secas tal vez sejam um sintoma de falta de água.
FAMÍLIA: Solanáceas SEMENTEIRA: Entre Fevereiro e Abril, em bandejas ou caixas grandes, em coberto, para rarear posteriormente e fazer a planta uniforme. Umha vez germinado e rareado pode-se deixar formar a planta até os 45 dias para depois transplantar ao terreno definitivo, ao ar livre, quando tenha bem formadas as folhas e as raizes e esteja superado o tempo das giadas. Marco: 50x40 cm. COLHEITA: Aproximadamente após 150 dias desde a sementeira. FERTILIZADO: Como o tomate, convém um bom fertilizado mas é desaconselhável um excesso de nitrogénio. É preferível o uso de compost. LUGAR NA ROTAÇOM: O pimento também é muito flexível, nom apresentando problemas por repetir anualmente o lugar de cultivo, e adaptando-se bem a qualquer lugar na rotaçom. SOLO: Prefere solos soltos, ligeiros, bem drenados, pois é umha planta à que lhe afecta o excesso de humidade (podendo-lhe causar a tristura do pimento). REGA: Sempre que se puder, utilizar rega a pinga, pois dosifica melhor o aporte de água, evitando assolagamentos. PRINCIPAIS PROBLEMAS: Tristura, brotite, vermes, trips, pulgom, aranha vermelha e branca. Çfolhas e gromos de cor violácea podem indicar carência de fósforo; frutos com manchas ou necrose em tons claros, carência de cálcio; umha cor verde intensa com muita folha e pouca floraçom, tal vez indique um excesso de nitrogénio. Se apresenta queda de flor, pode ser indicativo de defeitos no fertilizado ou excesso de humidade ambiental.
Labores para o mês de
Janeiro
Neste mês, malia os frios, a chuva e as intensas geadas, temos que ir plantando numerosas hortalizas, bem em sementeiros de cama quente bem ao ar livre, protegidos ou sem proteçom.
NA LUA CRESCENTE NO CAMPO. Preparar a terra para a primavera estendendo e enterrando o esterco (fazê-lo coa terra seca). Quitar as ervas competidoras. Cortar a lenha. Sementar as castanhas. NA HORTA. Sementar os ossos de frutas nas macetas. Enxertar avelás. Fazer porbaixas de nésperos. NO JARDIM. Na terra sementar: crisantemos, begónias, capuchinhas, xarxa, primaveras e azáleas. Fazer chantas de buganvílias, gardénias, begónias e parra virgem. Pôr as plantas mais febles à luz.
NA LUA MINGUANTE ÁRVORES. Sementá-las em pleno repouso. Podar e eliminar as partes secas. ROSEIRAS. Sementá-las se nom tenhen nengumha actividade vegetativa.
NO CAMPO. Podar as vinhas e as árvores Preparar tutores para as vinhas e colocar defesas contra os vermes. NA HORTA. Transplantar as plantas de horta sementadas no outono. Sementar as hortalizas indicadas mais abaixo. EM GERAL. Vigiar as colmeas para protegé-las dos ratos. Elaborar manteiga e queijo. Regar as plantas de maceta nas horas cálidas.
SEMENTAR DIRECTAMENTE AO AR LIVRE: Alhos, Acelgas, Cebolas, Endívias, Pirixel, Rabos pequenos, Cenouras, Poutas de espargos, Chícharos.
SEMENTAR EM SEMENTEIROS DE CAMA QUENTE: Tomates, Beringelas, Melons, Cogombros, Pimentos, Cabaços, Chicória, Cabacinho, Sandia.
SEMENTAR EM SEMENTEIROS PROTEGIDOS AO AR LIVRE: Alho-porros, Escarolas, Favas, Alfaces, Alcachofras, Morangos, Ápio, Couves, Couve-flor de primavera.
Janeiro 1ª SEMANA
29
30
31
1
2
3
4
2ª SEMANA
5
6
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8
9
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3ª SEMANA
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4ª SEMANA
19
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5ª SEMANA
PLANO MENSAL
26
27
28
29
30
31
1
29 Segunda-Feira
30 Terรงa-Feira
31 Quarta-Feira
1 Quinta-Feira
5
13
20
27
Janeiro JANEIRO
"Janeiro, chave de celeiro"
2ª 3ª 4ª 5ª 1 5 6 7 8 12 13 14 15 19 20 21 22 26 27 28 29
6ª 2 9 16 23 30
FEVEREIRO S 3 10 17 24 31
D 4 11 18 25
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Sexta-Feira 2
Sábado 3
Domingo 4
5 Segunda-Feira
6 Terรงa-Feira
7 Quarta-Feira
8 Quinta-Feira
5
13
20
27
Janeiro JANEIRO
"Ano que até o nove de Janeiro neva, muito pam espera"
2ª 3ª 4ª 5ª 1 5 6 7 8 12 13 14 15 19 20 21 22 26 27 28 29
6ª 2 9 16 23 30
FEVEREIRO S 3 10 17 24 31
D 4 11 18 25
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Sexta-Feira 9
Sábado 10
Domingo 11
12 Segunda-Feira
13 Terรงa-Feira
14 Quarta-Feira
15 Quinta-Feira
5
13
20
27
Janeiro JANEIRO
"No Janeiro o chao molhado, bom para o chao, mau para o gado"
2ª 3ª 4ª 5ª 1 5 6 7 8 12 13 14 15 19 20 21 22 26 27 28 29
6ª 2 9 16 23 30
FEVEREIRO S 3 10 17 24 31
D 4 11 18 25
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Sexta-Feira 16
Sábado 17
Domingo 18
19 Segunda-Feira
20 Terรงa-Feira
21 Quarta-Feira
22 Quinta-Feira
5
13
20
27
Janeiro JANEIRO
"O Janeiro é mês larpeiro”
2ª 3ª 4ª 5ª 1 5 6 7 8 12 13 14 15 19 20 21 22 26 27 28 29
6ª 2 9 16 23 30
FEVEREIRO S 3 10 17 24 31
D 4 11 18 25
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Sexta-Feira 23
Sábado 24
Domingo 25
26 Segunda-Feira
27 Terรงa-Feira
28 Quarta-Feira
29 Quinta-Feira
5
13
20
27
Janeiro JANEIRO
"Entre Janeiro e Fevereiro inverno verdadeiro"
2ª 3ª 4ª 5ª 1 5 6 7 8 12 13 14 15 19 20 21 22 26 27 28 29
6ª 2 9 16 23 30
FEVEREIRO S 3 10 17 24 31
D 4 11 18 25
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Sexta-Feira 30
Sábado 31
Domingo 1
JANEIRO C O N TA B I L I D A D E M E N S A L D ATA
T O TA L
INGRESSO
GASTO
CONCEITO
BALANÇO
PLANO DE HORTA
DATA:
PLANO DE HORTA
DATA:
FICHA DE CULTIVO
FOLHA 1
CULTIVO:
VARIEDADE:
ORIGEM DA SEMENTE/PLANTA: ANTES DE SEMENTAR OU PLANTAR ADUBO / TIPO:
QUANTIDADE:
DATA:
OUTRAS PRÁTICAS OU OBSERVAÇONS:
SEMENTEIRA
DATA: em SEMENTEIRO
sementeira DIRECTA
MODO DE REALIZAÇOM:
MARCO DE SEMENTEIRA: ASSOCIAÇOM COM:
TRANSPLANTE
DATA:
NÚMERO DE PLANTAS:
MARCO DE PLANTAÇOM:
ASSOCIAÇOM COM: OBSERVAÇONS:
COLHEITA DATA: DATA: DATA: DATA: DATA: DATA: DATA:
QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE:
FOLHA 2 TRABALHOS REALIZADOS: DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
PRAGAS E ENFERMIDADES: DATA:
TIPO:
INCIDÊNCIA:
TIPO:
INCIDÊNCIA:
TIPO:
INCIDÊNCIA:
TRATAMENTO: DATA: TRATAMENTO: DATA: TRATAMENTO:
OUTRAS OBSERVAÇONS:
FICHA DE CULTIVO
FOLHA 1
CULTIVO:
VARIEDADE:
ORIGEM DA SEMENTE/PLANTA: ANTES DE SEMENTAR OU PLANTAR ADUBO / TIPO:
QUANTIDADE:
DATA:
OUTRAS PRÁTICAS OU OBSERVAÇONS:
SEMENTEIRA
DATA: em SEMENTEIRO
sementeira DIRECTA
MODO DE REALIZAÇOM:
MARCO DE SEMENTEIRA: ASSOCIAÇOM COM:
TRANSPLANTE
DATA:
NÚMERO DE PLANTAS:
MARCO DE PLANTAÇOM:
ASSOCIAÇOM COM: OBSERVAÇONS:
COLHEITA DATA: DATA: DATA: DATA: DATA: DATA: DATA:
QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE: QUANTIDADE:
FOLHA 2 TRABALHOS REALIZADOS: DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
DATA:
TIPO:
PRAGAS E ENFERMIDADES: DATA:
TIPO:
INCIDÊNCIA:
TIPO:
INCIDÊNCIA:
TIPO:
INCIDÊNCIA:
TRATAMENTO: DATA: TRATAMENTO: DATA: TRATAMENTO:
OUTRAS OBSERVAÇONS:
ASSOCIAÇOM DE CULTIVOS A associaçom de cultivos é umha das técnicas mais efectivas da agricultura ecológica, e consiste em plantar duas ou mais espécies em relaçom de certa proximidade, provocando umha sinergia positiva que complementa o desenvolvimento dos alimentos. A associaçom correcta de cultivos influi por umha parte sobre a dinámica das populaçons de insectos-praga e, por outra, contribui à supressom de ervas molestas. Ademais, contribui para um melhor uso dos nutrintes do solo, melhorando a produtividade. As associaçons de plantas que aqui se apresentam devem ser tomadas como umha referência, cuja eficácia depende de múltiplos factores (espécies de plantas, características do solo, climatologia, momento de sementado..). Em última instáncia, o melhor quadro de associaçons será o elaborado por cada labrega ou labrego para o seu terreno, e fruto da sua experiência directa. A táboa que aqui se apresenta é, em definitivo, um convite para começar a experimentar. Como norma geral, podem-se sementar juntas espécies da mesma família com efeito sinérgico nulo ou positivo. A excepçom é a família das solanáceas (entre as que se encontram os tomates, as patacas, as beringelas e os pimentos), já que patacas e tomates apresentam umha associaçom desfavorável.
AS PRINCIPAIS PLANTAS CLASSIFICADAS POR FAMILIA FAMÍLIA
PRINCIPAIS ESPÉCIES
Convulvuláceas Liliáceas Crucíferas Brassicaceae Asteráceas Gramíneas Lamiáceas Cucurbitáceas Quenopodiáceas Solanáceas Poligonáceas Umbelíferas
Boniato Alho, cebola, cebolinho, chalota, espargo, alho-porro. Brócoli, couve, agriom, mostarda, nabo, rabo, rúcula. Alcachofra, couve-roxa, escarola, mirasol. Amendoim, chícharo, alface. Milho Albaca, ourego, xarxa. Cabaços, melons, cogombros. Acelga, espinafre, remolacha. Beringela, pataca, pimento, tomate, Ruibarbo Apio, chirivIa, cilantro, fiuncho, pirixel, cenoura.