
1 minute read
INTRODUÇÃO
O treino, por si só, não garante um processo ensino-aprendizagem do jogo (PEAJ) de qualidade, nem consegue motivar convenientemente os jovens atletas. É preciso perceber, duma vez por todas, que um PEAJ de excelência só se consegue se o treino for devidamente complementado com uma competição adequada, da qual depende fortemente a evolução dos jogadores e do jogo. Isto, é tanto mais verdade, quanto mais baixo for o escalão etário1 No entanto, é necessário que fique bem claro que, no universo dos escalões de formação, a competição deve ser entendida como um processo de altíssimo valor pedagógico e não como um fim em si mesma. Significa isto, que:
- A organização semanal do treino não deve ter como referência o jogo do fim-desemana, mas sim o desenvolvimento das competências individuais dos atletas;
Advertisement
- Os resultados desportivos não se podem constituir como o referencial mais importante na avaliação das aprendizagens.
Por competição adequada, entendemos uma competição que tenha em conta as características, necessidades e expectativas dos jovens jogadores. Ou seja, que deve garantir equilíbrio nos resultados, uma frequência motivante, uma participação efectiva de todos os jogadores, uma arbitragem adaptada e decorrer sob a égide de um regulamento técnicopedagógico (RTP).
Por outro lado, os treinadores não se podem esquecer que na competição – fundamental para uma evolução sustentada dos atletas, como já referimos, ganha-se, perde-se ou empata-se. Daqui se infere que, mesmo perdendo, as aprendizagens acontecem!
Diremos ainda, que o entendimento da competição pelos jovens (prazer de jogar, prazer de competir, prazer de conviver - essencialmente), tem de ser respeitado, não podendo ser substituído pelo exclusivo prazer de ganhar, que impregna negativamente o espírito de grande parte dos treinadores da formação.
A ideia central deste documento é propor um conjunto de medidas, de diversa índole, que em nossa opinião, são determinantes na estruturação de provas mais adequadas aos nossos jovens.
Neste sentido, realizámos uma análise crítica às competições de sub-14 e sub-16, que consta em anexo e uma reflexão acerca da dinâmica competitiva dos escalões de Minis, Bambis e Manitas.
1 Recordo a propósito, a minha experiência, de longos anos, no desporto escolar, que me permite afirmar, sem qualquer dúvida, que a evolução dos jogadores estava altamente dependente da densidade e intensidade competitivas.