Agroglifos pex mi FINAL

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Projeto Experimental apresentado à Universidade Comunitária da Região de Chapecó como parte dos requisitos para a obtenção do grau de bacharel em Jornalismo, sob orientação do professor Francesco Flávio Silva.


MISTICISMO

Agroglifos de Ipuaçu: O que há por trás? Ipuaçu tem sido cenário de inúmeras especulações acerca dos sinais misteriosos que aparecem a oito anos nas plantações de trigo da pacata cidade do Oeste catarinense. Quem são os emissários destes sinais? Como fazem isso? Contato extraterrestre? Deuses astronautas? Espíritos? Ousadia humana? Nesta reportagem trouxemos à discussão assuntos nunca antes abordados sobre a simbologia destes sinais e as potenciais mensagens impressas nos agroglifo , sob as mais distintas óticas de crenças e religiões.

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Mirian Cruz


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Mirian Cruz Noite, silenciosa e escura. Onde um universo pulsa, enquanto a maioria está dormindo, entre sonhos e pesadelos. Os mistérios que permeiam a noite vão além dos sonhos dos mortais. Seja em Liverpool, Calcutá, Lima ou Ipuaçu, milhares de coisas acontecem enquanto o manto da noite cobre as plantações ao redor do minúsculo planeta, um minúsculo grão na imensidão do universo. Ao raiar o dia, surgem as marcas. A geometria das formas divide opiniões.

Há quem se espante, há quem tente explicar, há quem duvide e há quem brigue com a própria sombra por lamentar a lavoura perdida. No campo, as marcas; talvez um recado, talvez um alerta, uma marcação de território, quem sabe apenas arte interplanetária. Por não entendermos, soltamos aquele riso nervoso que beira o desespero ante a impotência do que se imagina ser. Há oito anos é assim; na mesma época: final de outubro, início de novembro. Temperaturas indefinidas, chegada da primavera, amadurecimento do trigo; isso tudo acontece em Ipuaçu.

Ipuaçu é como qualquer outra cidade. Ao andar pelas poucas ruas asfaltadas pelo município, pode-se ver gente arrastando chinelos ao caminhar; velhinhas empurrando carrinho de compras tranquilamente em plena avenida; vendedores de picolé que trafegam num Fiat Fiorino com megafone a todo vapor; ruas que levam o nome de celebridades avessas como Mário Covas; autoridades que trabalham apenas meio-turno; e trabalhadores que deixam bilhete de

“volto logo” e só voltam no outro dia. Enfim, vê-se gente. Mas o que não se vê em qualquer outra cidade do interior, e somente se vê em Ipuaçu, é gente esperando o feriado de Finados como se fosse festa de Ano Novo; é gente dormindo em perua olhando pro céu; é bailarina dançando em plantação de trigo; é taxista com adesivo de círculo no trigal; é gente dorm indo em hotel com nome de OKA; é gente esperando por seres extraterrestres com um revólver engatilhado no cinto...


R E P O R TA G E M E S P E C I A L Freepik Stock

A cidadezinha pacata do Oeste catarinense, tão famosa (e singela) Ipuaçu, reserva há quase uma década, entre seus estimados sete mil habitantes – metade deles índios guaranis e caingangues –, um mistério. Um enigma que, como diz o responsável de expediente da Delegacia Municipal, Affonso Gagliano Neto, não apresenta nenhum suspeito. Enquanto mostra as fotos do arquivo de perícia dos agroglifos, Gagliano até aposta em um certo grupo de indivíduos como os responsáveis pela “brincadeira”, mas provas, ele mesmo ri e comenta: “não tem. Provas concretas não têm”. Nos bares, há quem aposte que “esse ano vai sair nas terras da Faccio”. Nos restaurantes, há quem palpite que “o pessoal anda meio desconfiado, já nem dá bola mais”. Na praça, só o que se sabe é que “o pessoal foi pra internet e viu como é que fazem esses círculos, e daí ninguém mais acredita”. Expectativa para uns, nem tanto para outros. Feitos extraterrenos ou audácia humana, o fato é que um mistério circunda a cidade e ainda se mantém intacto. Ninguém foi preso, ninguém assumiu a autoria dos sinais nos trigais – que por sinal são, em

desmistificar o mistério, ou até mesmo aproveitar o ensejo para comprovar tais especulações. A cada ano surgem novas hipóteses entre as dezenas que já existem. Na cidade, os “corajosos” que se propõem a dar entrevistas e a testemunhar que viram luzes no céu na noite anterior ao fato são motivo de piada. “Ah, eu nem quis comentar que tinha visto [as luzes]. O povo acha que a gente tá ficando louco. E depois iam querer que eu fosse dar entrevista na rádio, eu nem falei nada, fiquei quieto”, diz o morador Manoel Baccin, ao recordar-se de ter visto inúmeras luzes ao Sul de Ipuaçu, na noite anterior ao surgimento do agroglifo de 2014. Mas por que os agroglifos são motivo de chacota? Por que a ciência não se atreve a comprovar nada? Desinteresse? Medo de represália? Não se sabe. Se para os moradores de Ipuaçu os sinais já “não têm mais graça”, para os curiosos o tema desperta interesse, principalmente em relação à grandiosidade e complexidade dos desenhos que a cada ano tem surpreendido mais. Sem suspeitos,

Ipuaçu é como qualquer outra cidade. Ao andar pelas poucas ruas asfaltadas pelo município, pode-se ver gente arrastando chinelos ao caminhar; velhinhas empurrando carrinho de compras tranquilamente em plena avenida; FO sta U Revi

sua maioria, bem próximos a casas de agricultores. E, principalmente, ninguém vê nada. Por não haver respostas científicas, a cidade tem sido cenário de inúmeras especulações acerca dos sinais que aparecem de supetão nas plantações de trigo. Até o prefeito tem sido acusado como o mandatário do feito. Ninguém sabe, ninguém afirma e a ciência não se propõe a identificar o surgimento dos sinais que, todos os anos, levam milhares de pessoas à cidadezinha no Oeste. Nenhuma esfera da ciência material responde, e tampouco se propõe a investigar,

testemunhas e resquícios de autoria humana, os ufólogos que analisam o fenômeno desde 2008, como o editor da Revista UFO, Ademar Gevaerd, e o jornalista Ivo Döhl, sustentam a tese de manifestação extraterrena. Em 2013, para se ter uma ideia, um dos agroglifos chegou a medir 110 metros de diâmetro. Em termos práticos, se levarmos em consideração a área total do agroglifo (9.5 mil m²), em comparação a um campo de futebol


oficial (aprox.7 mil m²), significa dizer que caberia 1,3 campos de futebol dentro do agroglifo. Ou ainda aproximadamente 38 mil pessoas em pé dentro do círculo, levando em conta que a cada metro quadrado caberiam quatro pessoas. Para preencher o círculo, seriam necessárias cinco vezes a população da pequena Ipuaçu. Mesmo diante de tanta desconfiança entre os moradores, há uma afirmação comum: “A cidade ficou famosa”. Desde o início dos acontecimentos, dois filmes que estão sendo produzidos

na pequena cidade se atêm aos ‘sinais’ misteriosos que aparecem nas plantações sempre na mesma época do ano. Um deles executado pela Margot Produções, de Chapecó; e outro pela Novelo Filmes, de Florianópolis. E não é para menos. São muitos anos sem respostas. Por que Ipuaçu? Por que no trigo? O que essa simbologia quer dizer? Quem fez isso? Extraterrestres? Pessoas? Quantas pessoas? Calendário Maia? Haab? Proporção áurea? Radiação no trigo? Microondas? Ninguém viu nada? Ninguém sabe.

Um indígena foi sacrificado Espírita umbandista há mais de 50 anos, Alcenor Marangoni, de 83 anos, vê nos pontos riscados de umbanda e quimbanda uma relação com a simetria dos sinais de Ipuaçu. O médium explica que o agroglifo de 2013 é a clara manifestação do Exu Gira-Mundo. “É o esculhambador da Terra. É preciso que um médium veja esses sinais de perto, para então poder ajudar esse espírito que está pedindo ajuda”, diz. Mesmo enfático em suas assertivas, o médium reitera que não há como se ter certeza de quem está tentando contato com a Terra, mas reforça que todos os desenhos estão relacionados à manifestação de espíritos da linha de Oxóssi, que são índios, caboclos e curandeiros. “Teríamos de ver esses sinais de perto. Vemos no agroglifo de 2009 a manifestação de um espírito da linha do oriente, em sinal de flecha. Nesse mesmo, vemos os pontos riscados da presença do Sete-Flechas também”, exemplifica. A mediunidade, para Marangoni, teria capacidade de responder às perguntas dos porquês Ipuaçu teria sido escolhida para essas manifestações. No

entanto, o médium considera uma análise pífia quando se atém apenas a imagens e não a presença no local onde se encontram os sinais. Todos os sinais, unidos ou separados remetem, para o médium, a ligação a um filho de umbanda, da origem de Xangô. “Acredito que esteja chegando o fim dos tempos como foi dito pelos antigos profetas. Nosso povo não está mais acreditando em um criador. Exemplo disso é a Torre de Babel, que confundiu a todos. Para ser mais claro, o povo só está pensando no seu próprio bem e se esquecendo de Deus”, assinalou. O umbandista relembra que muitos antigos profetas disseram que a Terra passaria a receber sinais, quando o fim estivesse próximo. Ao julgar que hoje a humanidade não tem mais profetas, o médium vê as manifestações em Ipuaçu como anúncios de que o fim está próximo. “Hoje nós não temos profetas. Os sinais estão aparecendo como caboclos, até a própria Yansã que é a responsável pelos ventos e raios. E não podemos esquecer que Xangô também tem poder sobre raios”, comenta. Os ventos e raios, na mediunidade seriam os responsáveis

Mirian Cruz

Para o médium, um dos agroglifos que apareceu em 2013 representa a manifestação do Exu Gira-Mundo.

Exú Gira-Mundo.


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---Em 2009, o agroglifo era constituído por dois triângulos equiláteros – com todos os lados iguais e ângulos de 60 graus – sobrepostos, que formaram um terceiro, e um círculo encravado no maior deles. Novelo Filmes

Dia 8 de outubro deste ano (2015), a pequena Prudentópolis recebeu o fenômeno na lavoura do radialista Tito Santini.

Linha de Oxóssi.

Xangô.

por deixar tais “rastros” nas lavouras, segundo explicou o médium. O fato de os sinais aparecerem sempre na mesma época do ano em Ipuaçu tem uma explicação para o médium: “Um indígena foi sacrificado naquela localidade a fim de proteger aquelas terras, e não consegue chegar junto de Tupã, o Deus dos índios”. E por isso estaria pedindo ajuda em forma de símbolos para se libertar, e se encontrar com Tupã. A incidência de aparições no feriado de Finados, segundo o umbandista, é a falange mais propícia para manifestações espíritas. No início do mês de outubro de 2015, um agroglifo surgiu na cidade de Prudentópolis, no interior do Paraná. E essa “nova” manifestação, para o médium, significa que o indígena está procurando por ajuda para encontrar a luz. “Se isso não acontecer na região de Ipuaçu, é certo que ele vai baixar em outro lugar até que alguém o ajude. Quando um orixá vem para a Terra, ele pode estar baixando em vários lugares porque temos muitas falanges. Isso acontece muito nos terreiros de umbanda. Quando o espírito sem luz vem buscar ajuda, o chefe do terreiro o ajuda, e então ele não virá mais. Do contrário, ele vai continuar se manifestando”, conclui.


MISTICISMO

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OS PONTOS RISCADOS

O ponto riscado é o símbolo sagrado de um Orixá, uma entidade que trabalha a Luz da Umbanda, sendo estes símbolos peças-chave para a abertura do portal espiritual, a fim de que a magia e a vibração daquela entidade se façam presentes no terreiro. Desta forma, na visão Umbandista,

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André Luiz Grossi, sacerdote e umbandista

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levando em consideração a existência de vários planos astrais habitados por espíritos humanos e não humanos, os agroglifos são pontos de força de seres espirituais que utilizam esses símbolos para passar ao plano terrestre. É como se fosse o canal de contato com o plano

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terrestre, uma espécie de portal vibracional e de energia. Todos os agroglifos possuem formatos diferentes, justamente porque se trata da "assinatura" de determinada etnia espiritual, razão que justifica o aparecimento de várias forma s.

Descendência tão grande quanto às estrelas

No Catolicismo, o padre explica que não há comprovações de que esses sinais representariam o fim dos tempos, tampouco de que os fieis

Genuíno acredita fielmente que seres de outros planetas estejam visitando Ipuaçu, mas sustenta sua tese na ciência ao citar que o homem já viajou a lua. “Nosso mundo é rodeado por dois milhões de astros. Segundo os cientistas, é impossível

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teriam de ser doutrinados sobre a existência de vida extraterrena. Mas ele cita uma passagem bíblica no livro de Gêneses que reforçaria a tese de manifestações de seres de outros mundos: “Num texto de Gêneses, Deus fala a Abraão para olhar para o céu, e que se possível fosse que ele contasse as estrelas no céu. Abraão então responde a Deus que não consegue contá-las. Deus então diz a Abraão que lhe daria uma descendência tão grande quanto às estrelas do céu. Se Deus fala que nós não podemos contar nossa descendência, por que não acreditaríamos em outras civilizações fora desse mundo?”, exemplifica o padre.

Jesus Bom São uia

Genuíno João Begnini tem 73 anos e mora em Ipuaçu desde que nasceu. Ele é padre da Paróquia São Bom Jesus desde a sua criação em 1963, e é um dos milhares de curiosos que, ao surgirem marcas nas lavouras de Ipuaçu, vai até o local para “admirar” o feito. Desde o surgimento do primeiro agroglifo, o padre se tornou um leitor assíduo do assunto e tem se debruçado a investigar a simbologia dos sinais. De fala mansa, ele faz questão de enfatizar que visitou todos os agroglifos que apareceram. E justifica: “Por que são desenhos intrigantes e fantásticos”. A ideia do que sejam estes sinais nos trigais é compreendida pelo padre como contatos de outras civilizações, outros mundos. Já dentro da igreja, conforme Bengnini, os fieis se dividem.

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Os círculos são elementos estranhos. Eu não tenho dúvida de que são manifestações de outros mundos .


Mirian Cruz

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Desde 2008, o padre Genuíno visita os agroglifos de Ipuaçu, e julga ser produção de seres de outros mundos

que não hajam outros mundos, outras civilizações, outros habitantes. Recentemente se descobriu água em Marte, por que desacreditar que nós também estamos sendo visitados?”, questiona o padre. Crítico aos que não suportam a tese de manifestação extraterrena, Genuíno conta que por duas vezes já avistou no céu sinais que “andavam” com muita rapidez. “Era uma espécie de neblina que ia de um lado para o outro e, depois, sumiu”, se recorda. Ele acredita que as marcas nos trigais estejam atreladas a alguma espécie de aparelho, que acredita ser uma nave. “Pra mim é uma espécie de aparelho que deixa aquele vestígio na vegetação. Pode ser uma nave, pode ser outro sistema, mas que outras civilizações estão nos visitando isso é sem dúvida”, pontua. Genuíno não está só ao sustentar a existência de vida extraterrena dentro do Catolicismo. Em uma espinhosa investigação a que se dedicou o

astrônomo David Weintraub, da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, mostrou que as análises mais profundas realizadas sobre a existência alienígena foram feitas no âmbito dos cristãos, em especial os católicos. Conforme a pesquisa, os

Genuíno conta que por duas vezes já avistou sinais que andavam no céu.

católicos debatem as implicações teológicas de outros mundos habitados há mais de um milênio. Muito embora o Vaticano já tenha anunciado de que não vê problemas na existência extraterrestre, os católicos ainda se perguntam se alienígenas descenderiam de Adão e Eva. Perguntas torturosas e ainda sem respostas.


A origem da vida é extraterrena

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Bruxas das Cia ca

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Marília de Abreu é sacerdotisa da Companhia das Bruxas, coven da religião neopagã Wicca em São Paulo. Ela afirma que, de acordo com a doutrina que segue, todos os seres são extraterrenos e fazem parte de povos distintos. A própria origem da vida, segundo a Wicca, é extraterrestre. “De onde vem a água? De outros mundos. Assim cada etnia teria uma origem em determinada civilização espalhada pelo mundo, por isso somos diferentes. Estamos aqui para

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Se olharmos para o agroglifo em espiral, conseguimos identificar a Via Láctea, suas órbitas e a localização de quem está mandando a mensagem .

evoluir e conviver com diferenças”, exemplifica ela.

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As marcas encontradas em lavouras de Ipuaçu têm justificativa na religião neopagã como “visitas de nossos conterrâneos”, conforme a sacerdotisa. Marília afirma que, para a Wicca, não faz diferença se são visitas de conterrâneos espirituais ou extraterrestres, tendo em vista que a religião acredita que todos estão

dentro do mesmo universo fazendo uso de suas capacidades, limitações e peculiaridade de “seus mundos”. A não compreensão dessa simbologia, para a sacerdotisa, está dentro destas limitações de cada ser. “Normalmente os sinais costumam ser intervenções universais, com desenhos como mandalas e pentagramas. Da mesma forma que ocorrem manifestações de santos para populações cristãs, para outras aparecem símbolos de sua tradição, a exemplo de Ipuaçu, uma comunidade indígena”, acrescenta. A sacerdotisa também argumenta que a incidência das aparições das marcas sempre na mesma época do ano também se justifica nos períodos de grandes transformações, registrados pela Wicca. “Antes o nosso mundo não estava pronto, mas agora está para ser o berço de uma grande transformação”, pontua. Halloween, Finados, Muertos Kuarup (Celebrações dos mortos na cultura indígena) são exemplos de datas, para a sacerdotisa, que ocorrem em todo mundo, em culturas que nem tiveram contato umas com as outras, mas que celebram o mesmo propósito. “Final de outubro e início de novembro é a transição do signo de morte, que abre a possibilidade de contato entre dimensões. Se olharmos para o agroglifo em espiral, conseguimos identificar a Via Láctea, suas órbitas e localizações de quem está mandando a mensagem. Essas manifestações têm acontecido normalmente onde existam religiões xamânicas. A própria Wicca é indígena, por exemplo”, assegura.

Para a sacerdotisa, neste agroglifo de 2013 está a representação da Via Láctea, suas órbitas e a localização de quem está mandando estas mensagens

O QUE É A WICCA Wicca é uma religião neopagã influenciada por crenças pré-cristãs e práticas da Europa Ocidental. Ela afirma a existência do poder sobrenatural (como a magia) e os princípios físicos e espirituais masculinos e femininos que interagem com a natureza e que celebram os ciclos da vida e os festivais sazonais, conhecidos como Sabbats, os quais ocorrem, normalmente, oito vezes por ano.


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Eles vêm celebrar e compactuar com a grande Mãe Terra, em meditação e reflexão, sobre os ciclos da natureza, da vida e da morte .

Deuses astronautas compactuando com a Mãe-Terra Mhorgana Alessandra é mineira e psicóloga. Adepta ao paganismo se intitula bruxa e estuda os agrolifos de Ipuaçu há pelo menos quatro anos. A explicação das marcas para espiritualista está na tese da visita dos Deuses Astronautas. Na concepção da pagã, o misterioso e inexplicável acerca dos agroglifos vem configurar uma ação de seres muito mais evoluídos do que a espécie humana. “Eles vêm celebrar e compactuar com a grande Mãe Terra, em meditação e reflexão, sobre os ciclos da natureza, da vida e da morte”, exemplifica. A visita dos “Deuses Astronautas” nas lavouras de Ipuaçu é argumentada pela espiritualista como um contato dos deuses, a fim de ajudar os humanos a conectarem-se com a energia dos antepassados, de outros povos e todos os espíritos e

seres que contribuem para a caminhada da evolução humana. “Acredito naturalmente na existência de vida após a morte, na vida em outros planetas, e a existência de vários deuses panteões. A diversidade está presente no inexplicável! E nesse caso são outros povos querendo nos passar alguma mensagem. Resta-nos saber qual seria o enunciado”, pergunta ela. A ideia da espiritualista em relação à visita de “Deuses Astronautas” é uma das teses levantadas pelo suíço Erich von Daniken e expostas num livro de1958 intitulado de “Eram os Deuses Astronautas?”. No enredo, o autor teoriza a possibilidade de as antigas civilizações terrestres serem resultados de alienígenas (ou astronautas). No texto, Von Däniken apresentou como provas ligações entre as pirâmides egípcias e incas, as quilométricas linhas de Nazca, os misteriosos moais da ilha


de Páscoa, e outros grandes mistérios arquitetônicos. O autor também teceu teorias de cruzamentos entre os extraterrestres e espécies primatas, gerando a espécie humana. Em 2010, o canal The History Channel estreou a série “Alienígena do Passado”, que compactua da mesma ideia e apresenta hipóteses de “antigos astronautas” serem os responsáveis pela origem humana. Dividido em oito temporadas, a série expõe textos históricos, arqueologia e lendas que contêm evidências de contato humano-extraterrestre. “Se pararmos para pensar se antigas civilizações tiveram a visita dos Deuses Astronautas que ajudaram a construir belíssimos projetos arquitetônicos, como as pedras de Stonehenge, as cidades submersas e as pirâmides do Egito, o que nos faz desacreditar que novamente os deuses estejam nos visitando e nos apresentando novas tecnologias?”, questiona a pagã.

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No Egito, Erich e um amigo foram de navio à Alexandria, onde conheceram as pirâmides, e foram para Saccara, onde viram os túneis subterrâneos. A partir dali começou seu fascínio pela História, que depois virou o livro

Arquivo Von/Arquivo pessoal

PAGANISMO O termo pagão significa “habitante do campo”, e se originou quando o cristianismo se tornou a religião oficial do Estado depois da conversão de Constantino, imperador romano, no século IV. Enquanto os centros culturais daquela época eram “cristãos” ao estilo da moda, as áreas rurais retiveram suas práticas religiosas politeístas e animistas e se tornaram um sinônimo para a palavra “pagão”. Os pagãos possuem determinados princípios centrais, os quais o escritor Carl McColman definiu com o acróstico People Adoring Goddess And Nature (a forma em inglês para Pessoas Adorando a Deus e à Natureza). Para os pagãos, a existência de seres extraterrestres está atrelada a espíritos mais evoluídos.

No livro, Erich apresenta provas e ligações que foram deuses astronautas os responsáveis pelos projetos arquitetônicos, como os Moais da Ilha de Páscoa, as pirâmides do Egito, entre outros


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Estamos em constante contato externo Para a terapeuta de apometria, Daiana Costa, os sinais de Ipuaçu não estariam ligados a uma crença ou religião específica. Para ela, as marcas são manifestações e sinais de contatos externos. “Existem muitos seres aqui na Terra, muitos de nós [seres humanos] não temos raízes humanas”, exemplifica. E, ao exemplificar a terapeuta reforça que a humanidade está em constante contato com seres de outros planetas. O espiritismo, o hibridismo, o próprio cristianismo é argumentado por Daiana como contatos externos. “O que se entende como contato externo? Algo ou alguém que não é da mesma dimensão que nós, humanos. Veja bem, nós somos seres de quarta dimensão, mas atuamos na terceira dimensão. Ao extrapolar o terceiro, já podemos considerar como contato externo, extraterrestre”, explica ela. Quem está tentando contato ou que

O QUE É APOMETRIA

“O que acontece é que queremos vê-los em carne e osso, mas como a constituição deles é diferente da nossa, eles se manifestam em diferentes formas. Todos esses sinais nos querem levar a reconhecer novos planos dimensionais. Alguns deles querem nos ajudar na evolução planetária, outros nos manipulam, outros fazem pesquisas. Quem são não nos interessa, e sim como querem ter contato. Nesse caso, estamos diante de manifestações, mas ainda não sabemos decifrá-las”, conclui.

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Apometria é um conjunto de práticas com objetivo de cura, normalização corporal e conscientização do envolvimento energético no qual os seres humanos estão imersos. Também é chamada pelos seus praticantes de prática terapêutica alternativa, de natureza espiritualista e, segundo seus praticantes, consiste na projeção da consciência e na dissociação dos múltiplos corpos sutis mediante a uma sequência de pulsos ou comandos energéticos mentais.

mensagens querem transmitir são questionamentos pouco relevantes na concepção da terapeuta. Ela justifica que, ao adentrar a quarta dimensão – que é quando o ser humano está em uma circunstância que não participa do real – o indivíduo já não participa do plano ‘normal’, e para isso se considera contato extraterrestre.

O que acontece é que queremos vê-los em carne e osso, mas como a constituição deles é diferente da nossa, eles se manifestam em diferentes formas .


Testes controlados por greys

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O professor e historiador da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Ricardo Machado buscou debater nas tradições místicas, e em pesquisadores da história dos símbolos, como Jean Chevalier, relações sobre a simbologia dos agroglifos. Para o historiador, o círculo e o espiral (principais desenhos que compõem os agroglifos), são símbolos para diferentes culturas humanas ao longo da História. Ele cita ainda que mesmo a filosofia ocidental, como o sistema geocêntrico de Ptolomeu, durante séculos esteve

marcada pelo círculo como imagem organizadora do universo. Mas, ao tentar relacionar os sinais dos agroglifos à simbologia de culturas da antiguidade, o professor reforça que não há como se atestar quaisquer hipóteses. No entanto, ele argumenta sobre o fenômeno que ocorre em Ipuaçu ser bastante tardio se comparado ao fenômeno mundial. A presença desse tipo de desenho em outras partes do mundo, especialmente na Inglaterra nos

anos 70 foram comumente divulgados. O professor cita ainda o caso dos ingleses Doug Bower e Dave Chorley, que seu auto proclamaram autores dos CropCircles, como são conhecidos, e perderam grande parte do seu “encantamento” extraterreno. “Os agroglifos não parece nos ajudar a descobrir marcas de vidas possivelmente existentes em outros planetas. Afinal, supondo que existam seres em condições de viajar enormes distâncias no espaço, não parece razoável que viajariam por centenas de anos para

Durante séculos o sistema geocêntrico de Plolomeu tinha como principal marco o círculo

deixar marcas na pequena cidade de menos de dez mil habitantes”, assinala o historiador. Em contrapartida, o professor de Mitologia da Universidade Federal da Fronteira Sul, Ilson Rodrigues, vê os sinais de Ipuaçu como manifestações de greys. Para o professor, baseado na Mitologia, os greys seriam robôs comandados por inteligência artificial com o objetivo de monitorar a Terra. “Podemos exemplificar o fato de serem


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greys quando olhamos para a mitologia suméria de Huwawa. O deus Utu criou um ser humanóide. E, além disso, existem relatos de avistamentos onde seres saíam das naves andando como robôs, e outro exemplo clássico é o relato de quedas de aeronaves. O caso Roswell, no México, é um deles”, assinala. Ao citar o caso Roswell, o professor reforça a tese de que os sinais não seriam produções de alienígenas, mas sim robôs, por acreditar que uma

civilização com tecnologia mais avançada não faria viagens interestelares tão longas e ainda assim, seria passível de acidentes na Terra. “Quanto aos agroglifos penso que seja algum tipo de comunicação como teste para ver o nível de avanço tecnológico da raça humana. Tais testes seriam controlados pelos greys (robôs humanóides). Parece que o nível tecnológico que pudesse levar à compreensão de tais sinais ainda não foi alcançado, e talvez nunca seja”, argumenta.

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O CASO ROSWELL O Caso Roswell é um dos casos mais famosos da ufologia mundial e diz respeito a uma série de acontecimentos ocorridos em julho de 1947 na localidade de Roswell (Novo México, EUA), onde um OVNI teria caído. Em 1991, os auto-proclamados "brincalhões" Doug Bower e Dave Chorley apareceram nas manchetes por afirmar que foram eles que começaram o fenômeno em 1978, com o uso de ferramentas simples que consistem em uma prancha de madeira, corda e um boné de beisebol equipado com um laço de arame para ajudá-los a caminhar em linha reta. Para provar a sua alegação eles fizeram um círculo em frente aos jornalistas. O “cerealogista” (um especialista nessas formações), Pat Delgado, analisou o círculo e o declarou autêntico antes de ter sido revelado que era um trote.

O jornal Roswell Daily Record publicou em primeira página a notícia de que o 509º Grupo de Bombardeiros da então Força Aérea do Exército dos EUA havia tomado posse dos destroços de um disco voador. “RAAF captura disco voador em rancho na região de Roswell” era o título da manchete.

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Já nos desenhos que surgiram em 2014, Pansera descreve que um círculo inserido dentro de outro significa o alerta de que algo ou alguém está inserido no planeta

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Ele exemplifica: “Se eu viver 100 anos no corpo físico terei apenas 44 anos restantes para me reciclar na espiritualidade e voltar a reencarnar novamente. Se ao contrário eu viver apenas 40 anos, terei mais 104 anos no mundo dos espíritos para me aperfeiçoar e melhorar para depois reencarnar novamente. Nós ainda engatinhamos no estágio mais atrasado e pensamos que somos os únicos seres inteligentes do mundo. Eles estão nos alertando para vivermos todos os ciclos”, pontua.

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Pansera também interpreta que, através dos ensinamentos da Cabalá Judaica, a mensagem dos espirais pede que os seres humanos marchem e não permaneçam no mesmo plano. “Devemos evoluir, eles pedem que saímos da mesmice,

da materialidade, da ilusão em que vivemos cultuando o corpo ao invés da alma”, reforça. Para justificar a “fórmula” no trigo, Pansera cita os ensinamentos da Rosacruz, vertente cristã que remete ao hermetismo. Dentro desse simbolismo, o número 144 significa o tempo de cada existência humana entre o tempo encarnado e desencarnado.

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Espírita e estudante de Cabalá Judaica, Flavio Luiz Pansera encontrou nos agroglifos de Ipuaçu mensagens dos traços de Cabalá. O agroglifo de 2013, segundo o estudante, remete às 12 dimensões universais de cada ser. Os outros 12 círculos representam os estágios de cada uma dessas dimensões. Ao serem multiplicados entre si (12x12), resultam em 144, significam os ciclos do planeta Terra, conforme afirma Pansera. “Esses círculos são de forma espiralada, demonstrando que o crescimento é para dentro e para cima. O planeta Terra está no último círculo, o mais externo e por isso é o mais atrasado do nosso sistema solar e Via Láctea inteira”, explica.

Revista UFO

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Nós ainda engatinhamos no estágio mais atrasado e pensamos que somos os únicos seres inteligentes do mundo .


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Os quatro elementos Terra para ajudar os seres humanos a se desenvolver noutros planos, além da terceira dimensão. “Nosso planeta terminou o ciclo da expiação, dos males, das maledicências em 21/12/2012, quando informavam que o mundo ia acabar. Nós acabamos esse ciclo, e entramos em outro, no da regeneração. Mas se estamos em regeneração, ainda somos degenerados?”, questiona ele. O espírita vê na simbologia do desenho um sinal da era de aquário, e, portanto a Era de Luz. Segundo os ensinamentos do Cabalá Judaica, esse período de luz é de 2.160 anos quando o planeta Terra terá o maior desenvolvimento da espiritualidade, e por conseguinte o científico e tecnológico. “No universo humano, o homem está envolvo de círculos, envolvo de ciclos e oscilações. Assim como também foi para o homem vitruviano, assim como o feto está envolto em uma esfera placentariana. São os círculos envoltos que lhes garantem a vida física”, contextualiza Pansera.

Neste ano, a rotina de aparições de agroglifos no Brasil sofreu uma mudança. Na manhã da terça-feira, 6 de outubro, o radialista de Prudentópolis – uma cidade do interior do Paraná –, Tito Santini, acordou com um desenho gigantesco em sua propriedade. Os desenhos eram dois anéis com cerca de 50 metros cada, e um círculo central de 20 metros de diâmetro. A chácara fica há mais ou menos um quilômetro da cidade, e assim como acontece em Ipuaçu há oito anos, ninguém viu nada. Como os autênticos agroglifos só apareciam na cidade do Oeste, um dos ufólogos que estuda o fenômeno de Ipuaçu desde 2008, Ademar Gevaerd, até arriscou nas redes sociais de que Ipuaçu não receberia mais os Crops Circles neste ano. Mas, não foi bem assim. Ipuaçu foi palco pelo oitavo ano consecutivo de mais um surgimento de agroglifo. Como já é “regra”, os sinais apareceram no final de


semana, especificamente na manhã do sábado, 31 de outubro. Os desenhos destes ano, para o estudioso de Cabalá, Luiz Pansera, atentam para um sinal: “Eles querem nos mostrar que temos o livre arbítrio. Temos em nossas mãos a liberdade de escolha de nossos caminhos”, pontua. Para o estudioso, no agroglifo deste ano aparecem dois círculo: o maior e o menor, que significam a integração do macrocosmo (o universo, Deus) e o microcosmo (o humano). O desenho interno que entremeia o círculo menor, como um trevo de quatro folhas, está ligado aos quatro elementos: terra, água, ar e fogo, de baixo para cima, do sutil ao pesado e denso.

Mirian Cruz

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Eles pedem que saímos da mesmice. Conforme ele explica, essa simbologia remete tanto ao culto à natureza desde os egípcios cultuados na Rosacruz quanto na Maçonaria, que através dos quatro elementos compara o humano à natureza. As quatro pétalas de uma flor nos trazem o simbolismo da pureza, amor e elevação moral. “Os círculos sempre trazem à tona a Universalidade, o uno, e o uno também é Deus, já que Deus é assexuado, é pai/mãe ao mesmo tempo. Imagino que os extraterrestres, mais experientes e muito mais evoluídos, que nos estejam trazendo a mensagem de religião com o divino”, assinala.

Mirian Cruz


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UM A UM Flávio Luiz Pansera, estudioso de Cabalá Judaica

- Os círculos de 2008 são concêntricos, indicativos de divindade, espiritualidade. O círculo maior é o uno, o todo, o invisível, dito Deus, e o círculo menor é a criatura deles, nós humanos. - Os de 2009 são pirâmides com o vértice voltado para baixo. Esse é o símbolo Rosacruz com um significado altamente espiritual. A pirâmide voltada para baixo significa que estamos dispostos a receber a luz maior, que vem do infinito. Esse símbolo já foi utilizado por Akenaton, imperador egípcio há cerca de 1300 anos a.C. Na parte superior essa pirâmide tem uma esfera, que é a prova da divindade que nos emite sua luz. Alguém está nos comunicando sobre prepotência do mundo em relação à divindade.

- O de 2013, lado direito com a figura geométrica sextavada inscrita no círculo, está nos informando que já somos espiritualmente esclarecidos pelo duplo três, a dupla trindade: 2x3 = 6, sextavado. É uma advertência que pelos ângulos da figura sextavada podemos encontrar uma das saídas para realizar a limpeza planetária. Pelo círculo, como não há um ponto fraco, não há como sair e isto é da justiça divina, ninguém foge.

Mirian Cruz

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- Observe que o de 2010 só acrescenta mais círculos, indicando os vários mundos, como ensinava Jesus e também Kardec. Eles nos querem dizer que há muitas moradas na casa do pai.

- Os do ano 2012, da mesma forma, mostram um mundo menor ligado a um mundo maior, ou seja, os planetas ligados ao seu sol, o sol ligado a outros sois maiores, como é o caso do nosso sol que leva 25.900 anos para dar uma volta em torno do sol de Alcion, passando pelos 12 signos. Atualmente estamos no signo de aquário, na Era de Luz.


Eles não querem ser decifrados Mônica de Medeiros é médica formada pela Unicamp e fundadora da Casa do Consolador, centro universalista de fundamento cristão e base kardecista. A cirurgiã se debruça a estudar os círculos ingleses, e desde 2008 na primeira incidência de agroglifos no Brasil, em Ipuaçu, tem se dedicado a interpretar as mensagens das figuras enigmáticas. Para ela, não existe uma cartilha que consiga interpretar a simbologia dos agroglifos de Ipuaçu.

A espiritualista traz uma tese até

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Mônica vê nos agroglifos de Ipuaçu uma comunicação benigna, mas alerta que não há como interpretá-la em sua totalidade. Ela argumenta que a interpretação dos sinais foge da capacidade humana, já que essas manifestações podem estar atreladas a comunicação entre seres intraterrenos ou extraterrenos. “O que podemos afirmar é que estamos diante de uma comunicação. Quem está se comunicando e o que estão dialogando foge da nossa capacidade. Pode ser uma disputa de território entre os dois campos, por exemplo”, justifica ela.

---Conforme a pesquisadora, assim como aconteceu na Inglaterra, os enigmáticos símbolos de Ipuaçu têm, ao longo do tempo, se tornado cada vez mais sofisticados, e isso é regra, segundo ela.

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Ela cita que assim como aconteceu na Inglaterra, os enigmáticos símbolos de Ipuaçu tem, ao longo do tempo, se tornado cada vez mais sofisticados. E isso é regra, segundo ela. “Ao longo das aparições eles estão ficando cada vez mais sofisticados, difíceis de serem interpretados, e não há uma comunicação de malignidade. Colin Andrews, que é um cara a ser muito respeitado na investigação dos Crop ingleses, assegurou isso. E no Brasil isso não é diferente, é só analisar o primeiro agroglifo e o último. É nítido”, pontua a médica.

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Quer dizer, eu chego e digo: Alô, amiguinhos eu estou aqui! Com quem eles estão querendo se comunicar? Com humanos? Nem todos [os sinais] são voltados à comunicação humana


R E P O R TA G E M E S P E C I A L

dano nas plantas. O que se vê é uma queimadura e um aquecimento exotérico com o aumento das fibras vegetais. Em resumo, há um aquecimento dessas plantas”, pontua.

Conforme a pesquisadora, na Inglaterra já se comercializa cerveja dos Crops Circles

então citada apenas pelo professor de Mitologia da UFFS, Ilson Rodrigues, mas de maneira mais aprofundada. Ela sustenta de que os agroglifos de Ipuaçu não são produções alienígenas, mas sim resultado de ações de sondas, conduzidas por robôs. Conforme ela, não existe relatos de naves baixando nas lavouras e que supostamente teriam deixado “rastros” nas lavouras. O que se tem concreto, segundo Mônica, são relatos de avistamentos de luzes e sondas nas proximidades da ocorrência antes e depois. Em comparação aos círculos ingleses, Mônica se atém a relação das plantas. Conforme ela, não há dano nos trigais, mas sim uma mutação genética. “Elas continuam crescendo normalmente, mas elas são geneticamente modificadas. Na Inglaterra, inclusive, já se comercializa cervejas dos Crop Circles, mas não dá

Pesquisadora dos círculos ingleses há mais de 20 anos, Mônica reforça a teoria de que os sinais de Ipuaçu seriam produções de robôs, ou ações exotéricas. Ela ainda questiona se, os robôs funcionam melhor em determinadas atividades do que os próprios seres humanos, porque os seres extraterrestres também não usariam de robôs para executar tais feitos? “Há muito ‘achismo’. A naves são físicas ou extrafísicas? Quem são os caras que pilotam? O fato é que eles são de outras dimensões, por tanto são etéreos. Não são greys que vão lá numa pranchinha fazer, são sondas e é por isso que ninguém vê”, comenta a médica. Ao se aproximar o período de final de outubro e início de novembro, a cidade de Ipuaçu se torna movimentada perante à expectativa, principalmente de curiosos que buscam por uma comprovação de quem são os autores dos sinais. Para a pesquisadora, as incansáveis vigílias de grupos na cidade de Ipuaçu são atitudes pouco efetivas de quem quer flagrar o autor dos sinais, mas ninguém nunca conseguiu nada. “Ninguém vai ver nada mesmo! Não


são seres, são sondas. Tudo pode, mas até hoje ninguém viu. O que nós temos é um nexo causal entre a presença de sondas e a ocorrência dos agroglifos”, assinala. O primeiro agroglifo de Ipuaçu, em 2008, teve seu surgimento em uma lavoura atrás do cemitério da cidade, e os outros surgiram num raio de 30 quilômetros do entorno do cemitério. Essa relação, para Mônica, tem uma justificativa apresentada pelo engenheiro Colin Andrews, ao pesquisar os círculos ingleses. Ela relata que pesquisas de Colin demonstram que os agroglifos aparecem, por via de regra, nas linhas de lei, e locais sagrados, como o cemitério. Essa tese levantada por Colin é argumentada pela pesquisadora uma campo dimensional propício à comunicação externa. Ao criticar a ciência por julgar ser “extremamente primária”, em relação ausência de investigações dos agroglifos de Ipuaçu, Mônica se questiona em relação às afirmações de que as mensagens nos trigais da pacata cidade seriam realmente

algum aviso. “Pensa comigo: Por que povos mais inteligentes iriam escrever de maneira que nós não conseguimos compreender? Quer dizer, eu chego e digo: Alô, amiguinhos eu estou aqui! Com quem eles estão querendo se comunicar? Com humanos? Nem todos são voltados à comunicação humana. Nós estamos há bilhões de anos atrás da inteligência desses seres, o que para mim, reforça a teoria que talvez seja só a demarcação de território entre extras e intra-seres. Não tem uma lógica. Eles não estão esperando que a gente decifre isso”, argumenta a pesquisadora. No entanto, a pesquisadora justifica as investigações dos sinais de Ipuaçu como embasamento de comprovar se as marcas têm dentro do campo da ciência alguma explicação lógica ou avisos interplanetários. “Nós temos pouquíssimas respostas, mas chegou a hora de ao menos tentarmos entender. Afinal das contas, a casa é nossa e não deles. Do que vocês estão falando? Vem aqui faz um desenho no trigo e vai embora?”, questiona ela.

Para a pesquisadora, essas manifestações podem estar atreladas à comunicação entre seres intraterrenos ou extraterrenos

AVISO?! A pesquisadora cita uma de suas pesquisas baseada nas produções do engenheiro Colin Andrews, o qual encontrou um enigmático aviso em um agroglifo de Wilthsire, de 1995. É nessa lógica que, conforme Mônica, o Brasil precisa levar mais a sério os sinais de Ipuaçu para tentar compreendê-los se são avisos ou comunicação entre os próprios seres. “Em um dos círculos Wilthsire de 1995, vemos uma preocupação: ele mostra o Sol, Mercúrio, Vênus, a órbita da Terra sem a Terra, Marte, a órbita de Júpiter sem Júpiter, e um cinturão de asteróides. Esse alinhamento só vai acontecer em setembro de 2033 e depois em maio de 2101. Cadê a Terra? Isto é um aviso! Isso é um sinal assustador”, exemplifica.


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