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FIGURA 8 - GESTANTE EM TRABALHO DE PARTO EM CP
(MATOS, 2016), que resultam em liberdade (Figura 8) e, consequentemente, em uma melhor conclusão no parto natural (DUARTE, 2021).
Figura 8 - Gestante em trabalho de parto em CP Fonte: Casa Ângela6, 2019.
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Na CP, todo o período de trabalho de parto, parto e pós parto é assistido no mesmo ambiente, os chamados quartos PPP. Esse tipo de solução é baseado em evidências cientificas, de forma que não ocorram interferências no entrosamento entre mãe e filho. Os móveis e objetos dos quartos PPP precisam estar dispostos em um layout que possibilite à parturiente a escolha das posições durante o trabalho de parto, além de integrar ao ambiente métodos não farmacológicos que auxiliam no alívio das dores, como bola de bobath, escada de ling, cavalinho obstétrico, entre outros. Dessa
6 Disponível em: <https://www.instagram.com/p/B2QFGRtnaJv/>. Acesso em 09 set. 2021. forma, esses ambientes devem transportar sensações de acolhimento e qualidade, utilizando-se de propostas ligadas ao conforto luminoso, térmico, acústico e visual que favoreçam a autonomia da gestante a todo momento (BRASIL, 2011).
Nas casas de parto, o pré-natal é conduzido com a mesma equipe que irá acompanhar o momento do parto, ao passo que são realizadas consultas concomitantes com mãe e bebê no pós parto e suporte para eventuais dúvidas. Além disso, tem-se uma rede de apoio durante todo o processo gestacional, que oferece aos pais momentos de aprendizado. Esse modelo tornouse habitual em países europeus, onde os partos de baixo risco são usualmente realizados pelas midwives, que atuam de forma similar às parteiras (DUARTE, 2021).
Conforme explica Duarte (2021), apesar da maior flexibilidade das casas de parto quanto a códigos e formalidades, essas devem acatar às normativas da Vigilância Sanitária do estado e/ou município, dispor do alvará de funcionamento e ter regulamentos de atendimento bem delineados frente às autoridades de saúde pública. Mais além, os estabelecimentos precisam possuir estrutura e materiais para eventuais contratempos, ambulância 24 horas e serviço de transferência para emergências em hospitais a até 20 minutos de distância. Dessa forma, as casas de parto atendem exclusivamente a mulheres com gravidez de baixo risco. Ou seja, quando a gestante apresenta doenças que induzem a risco elevado no parto, o bebê apresenta baixo peso, o trabalho de parto acontece fora do tempo normal ou o bebê está em posição
cefálica o nascimento não pode ocorrer na casa de parto, a fim de evitar complicações.
Com isso, as casas de parto funcionam como um meio termo entre a maternidade e o domicílio, de modo a atender àquelas gestantes que não querem o parto hospitalar, mas que também não se sentem confiantes no domiciliar (DUARTE, 2021). Atualmente, ao considerar o momento de pandemia do Covid-19, muitas mulheres passaram a buscar as casas de parto como uma saída para se protegerem do ambiente hospitalar e não terem contato com pacientes contaminados pelo vírus, colaborando para a maior popularização desse modelo de atenção à saúde materna e neonatal (SÃO PAULO, 2021).
2.4 O ACOLHIMENTO NOS PERÍODOS PRÉ E PÓS PARTO
Um cuidado especial, humanizado e com propriedade desde o período do pré-natal até pós parto, também chamado de puerpério, é de extrema importância tanto para a saúde da mãe, quanto a do bebê. Para isso, é fundamental a compreensão dos aspectos particulares de cada mulher, considerando suas características físicas, psicológicas, sociais, econômicas e culturais (BRASIL, 2006), fazendo-se necessária uma preparação adequada desde o início da gestação. Essa preparação envolve orientações sobre: “processo gestacional, mudanças corporais e emocionais durante a gravidez, trabalho de parto, parto e puerpério, cuidados com o recém-nascido e amamentação” (BRASIL, 2001). Uma das principais intenções da atenção no prénatal é realizar o acolhimento da mulher, de forma que ela se sinta confortável e segura para levantar suas dúvidas e preocupações, bem como proporcionar, ao final da gestação, o bem-estar de mãe e filho. Além disso, é interessante acolher também um acompanhante da gestante, deixando-o livre para participar do início ao fim do processo, já que há evidências favoráveis quanto à presença de uma companhia. (BRASIL, 2006).
Guedes et al. (2017) afirmam que a oferta de ações educativas como palestras, mesas-redondas e grupos de gestantes contribuem para debates e trocas de experiências e sentimentos entre as mulheres e suas famílias (Figura 9). Essas atividades possibilitam maior entendimento de como encarar a experiência da gestação e da chegada de uma nova criança, estimulam hábitos saudáveis e realizam a integração com a equipe de profissionais.
Assim como a importância do acolhimento no pré-natal, o pós-parto é um período que merece atenção especial (BRASIL, 2013). O puerpério caracteriza-se como um momento de mudanças físicas e principalmente emocionais, que podem desencadear episódios de sensibilidade, ansiedade e desequilíbrio à puérpera (OLIVEIRA; QUIRINO; RODRIGUES, 2012).
Almeida e Silva (2008), defendem como primordiais os cuidados qualificados com essas mulheres, que buscam prevenir complicações, garantir conforto físico-emocional e propor ações educativas – assim como na fase do pré-natal – que ofereçam métodos para que possam conseguir cuidar de si mesmas e de seus bebês. Essas ações devem ser realizadas de forma sensível, levando em conta as especificidades de cada mulher e suas expectativas quanto à maternidade,