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FIGURA 5 - RELATO DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Figura 5 - Relato de violência obstétrica Fonte: Sentidos do Nascer3, 2015. (Foto por Carla Raiter)
Em conformidade com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001):
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É importante, ainda, considerar que os determinantes médicos, ou melhor, biológicos, para a indicação das cesáreas de fato existem e são realmente mais frequentes em populações de menor nível de desenvolvimento. Desconhecer esta característica seria permanecer alheio ao problema.
Utilizar desse argumento, explica porque a taxa no Brasil é maior que em países desenvolvidos, mas não justifica o porquê de a região sul ter taxas maiores que norte e nordeste, por exemplo. Estudos mostram que os
3 Disponível em: <http://www.sentidosdonascer.org/blog/2015/05/violenciaobstetrica-carla-raiter-14/>. Acesso em 09 set. 2021. níveis de cesarianas não estão conectados efetivamente ao predomínio de condições patológicas nos países onde os índices são elevados , mas sim ligados de forma diretamente proporcional à renda das mulheres (BRASIL, 2001).
Assim, as intervenções no parto, que segundo as recomendações dos órgãos de saúde, deveriam ser utilizadas de forma pontual, em momentos de necessidade, acabaram tornando-se corriqueiras, abrangendo um elevado número de gestantes e seus bebês. Os partos operatórios, quando sem necessidade médica, geram riscos desnecessários à mulher e ao bebê, já que o parto antes da hora aumenta as chances de problemas respiratórios ao recém-nascido e triplica o risco de morte materna (GREVE, 2017). Com isso, de acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2017), essa superabundância de intervenções deixou de lado as noções humanas, emocionais e culturais abrangidas no processo, não considerando que a assistência ao parto envolve uma condição particular.
Em oposição a esse cenário, vem se popularizando no país um modelo de assistência, recomendado pela OMS, que visa a mudança de olhar do profissional da saúde sobre a gestante. São os chamados Centros de Parto Normal, que atendem a normas geridas pelo Ministério da Saúde e configuram-se como ambientes de atendimento ao parto normal fora do centro cirúrgico. Esses espaços visam trazer de volta a privacidade e a dignidade da parturiente ao dar à luz em um ambiente mais familiar e, ao mesmo tempo, seguro (MACHADO; PRAÇA, 2004).