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Volunteering For Heritage O Chega é uma vergonha para Portugal

Esteve muito bem o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na cerimónia do 25 de abril ao lançar um poderoso ralhete à bancada parlamentar do Chega, que se portou de uma maneira indigna perante o presidente Lula da Silva, chefe de Estado de um país irmão, com o qual Portugal deve sempre procurar aprofundar as relações, a bem dos nossos povos e dos espaços geográficos em que nos inserimos, para honrar a nossa história e ligação fraterna, para honrar as nossas comunidades.

Vale a pena citar Augusto Santos Silva: “Chega de insultos, chega de degradar as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”.

Sim, aquele partido de extrema-direita faz isto tudo, o que é intolerável, com ataques gratuitos e infantis permanentes às regras da convivência democrática. O Chega insulta e insinua como quem bebe água, degrada a imagem das instituições para poder dizer que elas não funcionam e passa o tempo a envergonhar o nome de Portugal, criando problemas onde eles na realidade não existem.

Houve tempos em que aquele partido extremista parecia ser perigosamente fascista. Há medida que ganham confiança vão-se revelando cada vez mais extremistas. E aqui e ali lá vão mostrando os seus afetos com o salazarismo de má memória. Mas agora parecem mais um grupo de miúdos indisciplinados, que fazem birras por tudo e por nada, como as crianças desesperadas para chamar a atenção sobre si. É um problema sério de psicanálise. Muitos dos seus deputados e aderentes têm atitudes e comportamentos grosseiros e vivem da provocação, dos incidentes e da barulheira. São racistas, xenófo- bos e manipuladores. Não têm o menor sentido de Estado nem da decência. São um ventilador com lama sempre ligado. São mesmo uma vergonha para Portugal.

Os valores de abril obrigam-nos, a todos, combater sem tréguas aqueles que querem destruir a democracia e as liberdades, que lançam o descrédito e o desprestígio no nosso país, que destroem o nosso amor-próprio sem o menor pudor

Já se percebeu que não gostam das regras da democracia. Atropelam-nas só para poderem queixar-se que são censurados. O problema é que, quando não existem regras, as sociedades tornam-se caóticas e é cada um por si. Mas é isso mesmo que este partido de extrema-direita pretende: lançar o caos e a desordem e atropelar todas as regras para impor as suas. Não hesitam em atacar e fragilizar as instituições democráticas, o que coloca a democracia em perigo. Têm o direito de não gostar do 25 de abril, o que é coerente com a sua natureza e as suas origens. Mas não têm o direito de destruir a democra- cia. A democracia e a liberdade que abril trouxe aos portugueses, que, pelo seu lado, têm o dever de defender.

Um partido que se revê e defende Donald Trump e Jair Bolsonaro, dois dos grandes reacionários e disseminadores de ódio dos nossos tempos, só pode ser como eles. E o que fizerem estes dois personagens inenarráveis? Algo que não é coisa pouca: foram ambos os mentores de um assalto à democracia, querendo tomar os seus parlamentos pela força. A existência da extrema-direita, a portuguesa e as outras, é um veneno que está a dar cabo das nossas sociedades e a provocar uma regressão civilizacional.

Os valores de abril obrigam-nos, a todos, combater sem tréguas aqueles que querem destruir a democracia e as liberdades, que lançam o descrédito e o desprestígio no nosso país, que destroem o nosso amor-próprio sem o menor pudor.

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