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No metro para o Inferno

Editorial

Os transportes públicos movem milhões de pessoas todos os dias. A expetativa básica de um passageiro é deslocar-se da localização A para a B, num período de tempo razoável e sem temer pela sua segurança pelo caminho. Os operadores do sistema de trânsito esperam que os viajantes paguem uma taxa para usar o seu sistema de transporte, e ainda que os governos financiem esses sistemas com os dólares dos nossos impostos.

Considerando a quantidade de dinheiro que está a ser investido pelos cidadãos deste país em transportes públicos, não deveriam esperar um serviço confortável e seguro? Pelos vistos não. Os nossos governantes com o seu conglomerado de lacaios burocráticos não conseguem montar um plano que dê algum conforto aos seus clientes. Vamos rever algumas estatísticas: em 2022, o TTC relatou cerca de 900 casos de violência nos seus sistemas de trânsito, números substancialmente mais elevados do que em 2021. No geral, crimes graves rondavam os 3% em 2019, de acordo com a Polícia de Toronto. Os crimes violentos contra operadores de trânsito também estão a aumentar. Em 2022, vários incidentes destacaram os problemas crescentes com um assassinato particularmente hediondo na estação de metro do High Park, onde uma mulher foi morta. A Polícia de Toronto está a aumentar a sua presença no trânsito da cidade motivada pelos recentes casos de violência, mas parece não ter respostas sobre a resolução do problema, que parece estar relacionado com uma diáspora social em deterioração na cidade e, por extensão, na GTA. O que está na raiz do aumento da criminalidade que virou as atenções mundiais para Toronto? A crescente inquietação dentro do sistema é um microcosmo da vida nas ruas da cidade de Toronto.

No início dos anos 60 e 70, com um sistema de trânsito muito menor e uma cidade com bairros que respeitam a lei e ordem, as pessoas sentiram-se seguras ao compararmos com outras áreas urbanas semelhantes. Toronto ainda é uma cidade relativamente segura em 2022, mesmo com a explosão do crescimento populacional. Com 67 homicídios em 2022, os números são inferiores a 2014-2015. Se os homicídios não estão a aumentar, porque é que o medo está a tomar conta das nossas ruas e, por extensão, do nosso sistema de transportes? Devido à proliferação das câmaras nas nossas ruas, o recurso a armas em assassinatos corresponde a menos de metade e 80% desses casos levam a prisão, mas a incidência de outras armas está a aumentar. Cada vez que saem, os canadianos estão preocupados com possíveis ataques. Existem 10,000 pessoas a dormir nas ruas de Toronto, muitos delas a sofrer com problemas de saúde mental. A falta de habitação é uma questão social que os vários governos não conseguiram resolver e não conseguem retirar as pessoas das ruas e colocá-las em abrigos. A marginalidade económica fez com que muitos fossem privados de direitos e procurem métodos alternativos de abrigo em autocarros, metro e streetcar. Os acampamentos em parques por falta de fiscalização criam um problema para todos os que moram na cidade. As questões de saúde mental e de dependência não estão a ser abordadas com medidas proativas e a flexibilização da repressão às drogas, em conjunto com a disponibilidade de narcóticos mais fortes estão a tornar as pessoas mais agressivas nas ruas. A delinquência infantil devido a pais ausentes e as redes sociais que criam criminosos em idades cada vez mais jovens. Toronto transformou-se numa cidade verticalmente integrada com milhões de pessoas a viverem em condomínios. Os bairros de antigamente, com casas unifamiliares com quintais, agora pertencem a milionários privilegiados e resultam numa separação das populações de acordo com o estatuto social. Os milionários têm a opção de utilizar ou não os transportes públicos e a maioria mantêm a sua distância enquanto a violência aumenta. As famílias num escalão inferior precisam de transportes públicos eficientes para continuar com as suas vidas e precisam de parques como refúgio das suas caixas quadradas no céu. mileniostadium.com

Os parques não se podem transformar em acampamentos residenciais e casas de banho públicas.

As decisões de policiamento que permitem abordagens permissivas ao crime em conjunto com os tribunais que permitem processos lenientes não resolverão os atuais problemas de segurança nesta cidade. Os cidadãos têm o direito de serem protegidos da violência. A deterioração da ordem pública é uma questão social promovida por idiotas de esquerda que não se interessam pelos cidadãos que circulam nesta cidade. A criminalidade violenta gera suspeitas até sobre os nossos vizinhos, porque a nossa mente questiona de onde virá o próximo ato violento. Toronto é uma cidade diversa e culturalmente pluralista que está a ser destruída por grupos de interesses especiais e por um governo de olhos arregalados. Os países estão a ir tanto para a esquerda que a sociedade sairá do controlo pela permissividade do crime. O envolvimento da polícia no sistema de trânsito não fará nada para resolver os problemas, pois os polícias têm medo de fazer cumprir as leis. A sociedade está a fazer uma grande experiência, tal como BC que está a descriminalizar a posse de drogas pesadas e isso não vai acabar bem porque o fornecimento de drogas é interminável e os tratamentos não serão capazes de acompanhar o uso. 10,000 pessoas a dormir nas ruas de Toronto. Quantos deles, além de tantos outros que precisam de ajuda em saúde mental, estão a utilizar os sistemas de trânsito e a sentarem-se ao seu lado?

Mais policias? A sério? “O Homem planeia e Deus ri.”

Versão em inglês P. 13

Ano XXXII- Edição nº 1626

3 a 9 de fevereiro de 2023

Semanário. Todas as sextas-feiras, bem pertinho de si!

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Redação: Adriana Paparella, Adriana Marques, Inês Barbosa, Inês Carpinteiro, Maiane Nogueira. Colaboradores do jornal: Adam Care, Aida Batista, Augusto Bandeira, Cristina Da Costa, Daniel Bastos, Luís Barreira, Paulo Gil Cardoso, Raul Freitas, Rosa Bandeira, Vincent Black, Vítor M. Silva.

Traduções: Inês Carpinteiro e David Ganhão

Parcerias: Diário dos Açores e Jornal de Notícias

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