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“Menina de ouro” de Silicon Valley tenta adiar prisão após dar à luz
A empresária norte-americana Elizabeth Holmes, condenada a mais de 11 anos de prisão por fraude, deu à luz o segundo filho. A notícia foi avançada pela advogados, atualmente numa batalha judicial que visa adiar o início da sentença.
Os dois filhos da fundadora da Theranos, uma empresa de biotecnologia que prometia que ia revolucionar o diagnóstico de doenças, são dois dos laços familiares próximos citados pelos advogados de Elizabeth Holmes como razões pelas quais não representa risco de fuga e deveria permanecer livre enquanto apela da condenação. Os bebés nasceram depois de a empresária ter sido indiciada por fraude e conspiração relacionadas com o fracasso da sua empresa de biotecnologia em junho de 2018.
Holmes, atualmente com 38 anos, foi condenada por quatro acusações em janeiro de 2022, sentenciada em novembro de 2022 e terá de se apresentar na prisão em 27 de abril de 2023. A mulher permaneceu em liberdade até agora.
Em setembro, Holmes solicitou um novo julgamento, argumentando que uma importante testemunha de acusação, o ex-diretor do laboratório Theranos, Adam Rosendorff, lamentou o seu depoimento e o seu papel na condenação. O recurso também alega erros e irregularidades cometidos pela procuradoria durante o julgamento. Os advogados de Holmes argumentaram que sua sentença de prisão deveria ser adiada até que um tribunal determine se ela deve ter um novo julgamento.
Viagem para o México
No novo processo, datado de 23 de fevereiro, os advogados argumentam que Holmes “não representa risco de fuga nem perigo para a comunidade” e contestam a alegação do governo de que a empresária fez uma “tentativa de fugir do país logo após ser condenada”.
Elizabeth Holmes reservou um bilhete só de ida para o México com partida em 26 de janeiro de 2022, segundo os procuradores. O bilhete foi reservada pelo sócio de Holmes, Billy Evans, “antes do veredicto e cheio de esperança” para comparecer “ao casamento de amigos íntimos no México”, argumenta a defesa. Evans cancelou a viagem quando o governo se opôs e o governo não tomou nenhuma outra ação na época.
Os advogados de Holmes também refutaram a indicação do governo de que a residência numa propriedade da Califórnia com despesas mensais superiores a 13 mil dólares (cerca de 12 198 euros) pagas inteiramente por Evans provava que representava um risco de fuga. “Não há nada de inconveniente no facto de Evans pagar pelas despesas de vida dos seus filhos e parceiro”, sublinhou a defesa.
A queda da “menina de ouro”
Elizabeth Holmes fundou a Theranos aos 19 anos, depois de abandonar Stanford. A startup prometia revolucionar a medicina ao permitir que centenas de exames fossem realizados com apenas uma gota de sangue.
A empresa atraiu enormes investimentos e atenção mediática, catapultando Holmes para o estrelato no mundo dos negócios e obtendo uma avaliação de nove mil milhões de dólares (cerca de 8,45 mil milhões de euros). No entanto, a Theranos entrou em colapso após uma reportagem realizada em 2015 pelo “Wall Street Journal” revelar que a sua tecnologia principal não funcionava. A empresa de Holmes não estava a utilizar a tecnologia com a qual tinha conquistado o mundo, mas sim equipamentos de outras instituições e tudo não passava de uma fraude.
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JN/MS
Afeganistão
Talibãs anunciam início de novo ciclo universitário sem mulheres
O Governo talibã afegão anunciou o início de um novo ciclo escolar para as instituições de ensino superior sem a presença de mulheres, depois de, em dezembro passado, ter decidido excluí-las da frequência universitária.
“O semestre da primavera das instituições governamentais de ensino superior para estudantes do sexo masculino começará na próxima semana”, indicou na rede social Twitter o Ministério do Ensino Superior do governo interino dos talibãs.
O veto somou-se ao já estabelecido desde que os fundamentalistas afegãos chegaram ao poder, em agosto de 2021, depois de suspenderem o ensino secundário feminino até que o respetivo conteúdo escolar fosse adaptado à lei islâmica.
A queda de Cabul significou uma deterioração dos direitos das mulheres, com restrições como a segregação por sexo em lugares públicos, a imposição do véu ou a obrigação de serem acompanhadas por um parente do sexo masculino em viagens longas.
A realidade que os afegãos vivem hoje é cada vez mais parecida com a época do primeiro regime talibã, entre 1996 e 2001, quando, com base numa interpretação rígida do Islão e do também rigoroso código social, conhecido por ‘Pashtunwali’, as mulheres eram proibidas de frequentar escolas e obrigadas a ficar confinadas em casa.