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SALVADOR TERÇA-FEIRA 27/5/2014
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REGIÃO METROPOLITANA
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REGIÃO METROPOLITANA
Editor-coordenador Luiz Lasserre
TEMPO REAL Confira como está a capital com a ameaça de greve www.atarde.com.br
salvador@grupoatarde.com.br
Fotos Lúcio Távora / Ag. A TARDE
TRANSPORTE Entendimento anunciado entre sindicato e patrões é questionado por centenas de motoristas e cobradores, cuja reação causou caos nas ruas ontem
Engarrafamentos e pontos cheios tumultuam as ruas
Rodoviários dissidentes não acatam acordo e param
PRISCILA MACHADO
Apesar do anúncio de entendimento entre os sindicatos dos rodoviários (Sintroba) e das empresas de ônibus de Salvador (Setps), que evitaria a greve no transporte público marcada para hoje, a população da capital viveu momentos de transtorno na volta para casa ontem, por conta da insatisfação de centenas de trabalhadores, que não reconheceram o acordo. O acordo, firmado em reunião na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), concede aumento de 9%, para o salário e vale-refeição, e garante carga horária de sete horas, segundo Daniel Mota, diretor de comunicação do Sintroba. Embora, o Sintroba defenda que o acordo teria sido aprovado em assembleia, os dissidentes negaram terem
sido consultados e começaram a parar os ônibus, inicialmente na região das Sete Portas, onde se reuniram no Sindicato dos Eletricitários, e depois por toda a cidade. Luciano Ramos, membro do grupo que divergiu do sindicato na época que a categoria realizou manifestações pelo pagamento da gratificação do Carnaval, afirmou que o acordo foi aprovado em uma reunião “fechada”, com cerca de 40 pessoas. "Estamos sendo traídos mais uma vez", reclamou. Conforme Carlos Alberto Alcântara, que em alguns momentos esteve à frente dos dissidentes, o presidente do Sintroba, Hélio Ferreira, teria saído escondido e protegido por seguranças, após fechar o acordo sem, ao menos, explicar aos demais que aguardavam pela assembleia qual foi o resultado do acordo.
Daniel Mota negou: “Houve a assembleia às 15h e informamos à categoria que havíamos aceitado o acordo”. Segundo ele, quem faz a negociação é a diretoria, e o resultado é passado para a categoria posteriormente: “A maioria decidiu pelo acordo. O fim da hora fracionada, que era uma das principais reivindicações foi atendido. A conciliação já estava marcada. Alguém está querendo colocar em risco o que conseguimos”, acusou Mota.
Reunião
Às 19h, houve uma reunião entre representantes dos dissidentes e o presidente do Sintroba, intermediada pelo secretário de Transporte e Urbanismo, Fábio Mota. Mota disse que não ficou claro se os insatisfeitos manteriam a decisão de parar, mas adiantou que “para a pre-
feitura não existe greve, pois o acordo foi aceito pela categoria”. E acrescentou que “a PM vai atuar nas garagens para que os ônibus saiam”. Já o Setps ingressou com pedido de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. A audiência de conciliação está marcada para as 8h30 de hoje, no Tribunal Regional do Trabalho (Nazaré). A desembargadora Débora Machado determinou que deverão estar nas ruas pelo menos 70% dos ônibus, em horários de pico, e 50%, nos demais horários. A prefeitura informou, por meio de nota da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvaador (Transalvador), que um plano de contingência com uso de 30% da frota dos ônibus comuns e cerca de 300 micro-ônibus complementares será posto em prática se a greve for mantida hoje.
YURI SILVA
Com a paralisação do grupo de rodoviários dissidentes do sindicato, as principais vias de Salvador ficaram impraticáveis, com engarrafamentos quilométricos, e pontos de ônibus lotados. Quem tentou voltar para casa foi surpreendido, no fim da tarde, com a paralisação, que, a principio, estava marcada para acontecer a partir da 0h de hoje. As principais estações de transbordo da cidade (Lapa, Pirajá, Iguatemi e Mussurunga) foram totalmente paradas no início da noite, por conta de manifestações feitas pelos rodoviários insatisfeitos. Passageiros revoltados com a demora para conseguir se locomover depredaram ônibus nas estações da Lapa e Pirajá. Materiais de uma obra foram usados para fechar uma via próxima ao Dique do Tororó, o que ajudou a piorar a situação do trânsito. Às 20h, a Lapa voltou parcialmente a operar, mas a quantidade de ônibus circulando já era muito inferior ao que se vê nos dias comuns.
Grupo de insatisfeitos votou pela paralisação imediata
Região das Sete Portas foi o “epicentro” dos protestos, que depois se espalharam por toda a cidade em tarde e noite de caos
Sem alternativa, Cecílio, 89, ficou no coletivo parado
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Uma grande lentidão tomou conta da BR-324, até a entrada da Estação Pirajá, o que motivou os passageiros a seguirem a pé. Na avenida Luiz Vianna Filho (Paralela), o engarrafamento se estendeu até o Imbuí, no sentido aeroporto, pior do que de costume. No sentido centro, a lentidão era grande e atingia avenidas como Antonio Carlos Magalhães (ACM), Tancredo Neves, Luis Eduardo Magalhães e imediações. Na orla, o congestionamento era intenso até 21h, no sentido Itapuã. Já quem seguia rumo à Barra não tinha dificuldade ao passar por Pituba, Rio Vermelho e Ondina.
Reunião
Na Estação Mussurunga, onde um grupo de rodoviários se reuniu para decidir os próximos passos do movimento, a equipe de A TARDE tentou falar com alguns dos dissidentes do sindicato, mas foi impedida pelos manifestantes de conversar com motoristas e cobradores que estavam no local.
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Uma segunda-feira para ser esquecida 1. Imagem na região da Estação da Lapa dá uma ideia do sufoco enfrentado pela população, no final da tarde de ontem, para conseguir uma condução para retornar para casa 2. Coletivos acabaram depredados nas imaediações de onde o grupo de rodoviários descontentes com o sindicato da categoria estava reunido no bairro das Sete Portas 3. Na Estação Pirajá, a espera pelos ônibus era em vão, pois eles não paravam
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Lúcio Távora / Ag. A TARDE
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Margarida Neide / Ag. A TARDE
Joá Souza / Ag. A TARDE
População mais uma vez é a principal prejudicada A paralisação causou congestionamento em todas as vias próximas ao bairro das Sete Portas. A fila de ônibus parados ocupou a rua Djalma Dutra, seguindo do Aquidabã à rótula do Abacaxi. A operadora de telemarketing Micélia Lima, 32, andou cerca de um quilômetro com o apoio de muletas para conseguir um ônibus: “Vim ao médico. Não esperava que a greve começasse hoje”. Cecílio Almeida, 89, ficou por seis horas no coletivo parado pelos rodoviários em frente ao Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia). “Eu não tenho costume de sair sozinho e não posso andar muito pois minhas pernas doem”, lamentou. A TARDE deixou o local sem que ele tivesse ido para casa. Três ônibus foram depredados no largo das Sete Portas, alguns tiveram os pneus esvaziados. PRISCILA MACHADO
Fotos Edílson Lima / Ag. A TARDE
CATOLICISMO
“Ela é a pessoa mais importante para a humanidade hoje”
Irmã Dulce ganha outra festa no dia do centenário JAMILLY LIMA
Devotos e admiradores de Irmã Dulce festejaram, na manhã de ontem, o centenário da beata com missa solene no Santuário da Bem-Aventurada, no largo de Roma. À frente da celebração, o frei Vandeí Santana, reitor do santuário, disse que “esse é um momento importante para a igreja, já que temos tão poucos santos brasileiros”. Após a missa, fiéis, pacientes e voluntários das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) participaram de um ato de ação de graças na Capela das Relíquias. O festejo, que teve até bolo de aniversário, foi acompanhado pela banda da Guarda Municipal.
Presenças
Pessoas que conviveram com a freira estiveram presentes, como Valdemar de Souza, 67, o Tio Souza, “guru” do afoxé Filhos de Gandhy. Souza a co-
nheceu na década de 1960 e acompanhou as boas ações dela: “A vejo como a pessoa mais importante para a humanidade hoje”. Voluntária das Osid, Cremilda Batista, 68, ficou emocionada. “A sensação é que ela está presente aqui”, disse. Mabel Velloso, 80, poetisa e educadora, irmã de Caetano Velloso e que sempre foi devota, compareceu para receber “a bênção de Dulce”. “Ela é uma lição de solidariedade, amor e paz”, resumiu.
TIO SOUZA, “guru” do afoxé Filhos de Gandhy
Homenagem no dia do centenário teve bolo e “parabéns” cantado pelos presentes
Atriz
A atriz Regina Braga, que interpreta Irmã Dulce no filme sobra a vida da religiosa, previsto para ser lançado ainda este ano, chegou após a missa com flores. Regina contou que, antes de ser escolhida para o papel, desconhecia a dimensão das obras e agora que conhece a história se sente privilegiada por representar este papel.
“O convite para o filme fez eu me aproximar de Irmã Dulce”, lembrou Regina, que acredita que o filme fará com que as pessoas conheçam melhor a história de vida de Dulce dos Pobres. Para o frei Vandeí, as ações de Irmã Dulce se confundem com a história de Salvador. Tanto que há ruas e até uma
praça que leva o nome dela em reconhecimento. Reinaugurada em janeiro deste ano, a praça Irmã Dulce, situada no largo de Roma, é um dos novos espaços de lazer de Salvador. Este ano, a praça passa pela terceira etapa da requalificação. Com as obras da nova intervenção viária feitas pela
Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) no local, a rotatória entre o largo de Roma e o Memorial de Irmã Dulce deixará de existir como ligação entre os dois locais no bairro da Cidade Baixa. De acordo com o projeto da obra, uma nova via de ligação surgirá, entre o Colégio da Po-
lícia Militar e a sede das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).
Brasília
Hoje, uma sessão especial em comemoração ao centenário está programada para 12h30 no Senado, em Brasília. A assessoria de comunicação do governador Jaques Wagner confirmou a presença dele.