TCC - Livro O esporte que nocauteou o Boxe

Page 1

“Seis jornalistas decidem vivenciar, por um ano, o mundo de um fenômeno recente. Mais do que explicar a história de um esporte, sentem a necessidade de entender porque um produto desvalorizado virou uma mina de dinheiro em menos de uma década. Mais de sete mil quilômetros percorridos. Cerca de 40 horas de entrevistas com atletas, treinadores, empresários, jornalistas e estudiosos na área de marketing esportivo. Tudo isso, sem contar os momentos nos bastidores de eventos e na vida dos lutadores. Mostrar o nocaute do MMA sobre o boxe é pouco. Aqui, queremos detalhar a batalha entre os dois esportes. Calce suas luvas e entre sem medo neste combate.”

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe_CAPA.indd 1

“No MMA é difícil você ver uma luta chata. É muito mais show que o boxe.” Junior “Cigano” dos Santos – Lutador do UFC “O MMA está evoluindo bastante, mas vai cair na mesma tendência do boxe. Com ídolos, você tem público. Você não tem ídolos, vai acabando.” Mário Yamasaki – Árbitro de MMA “O MMA pegou a lacuna do ídolo. No boxe, não existem grandes ídolos, falta o grande ídolo. O último foi Tyson, que atingiu todas as classes.” Carlão Barreto – Comentarista de MMA “O lutador, querendo ou não, tem que vender. Ele tem que ser um produto.” Diego Lima – Treinador

o esporte que nocauteou o boxe

Douglas Moraes

Helder Sturari

Kauan Lima

Luis Eduardo Sato

Renato Farias

Rodrigo Alves

“De esporte marginalizado para uma das marcas mais valiosas do mundo. História que começou com conceitos de marketing de uma família brasileira e passou por boas influências no mundo do entretenimento. Virou fenômeno na mão de três americanos, que além das lutas, fizeram um show.

Como o MMA deixou a marginalidade, roubou o lugar dos nobres e ganhou o amor da mídia (além de prometer conquistar o seu...)

O nome de uma organização que se confunde com o da própria modalidade. É difícil descrever os limites de onde um começa e o outro termina. O certo é que o marginal conquistou o lugar do nobre. O boxe perdeu espaço para o MMA. Um trabalho que envolve mídia, um evento bem produzido e que não distancia os protagonistas dos fãs. Tudo pensado para fazer, de dois homens em um octógono, um evento que mobilize multidões, câmeras de televisão e muito dinheiro.”

13/11/2013 22:51:42



Douglas Moraes Helder Sturari Kauan Lima Luis Eduardo Sato Renato Farias Rodrigo Alves

O ESPORTE QUE NOCAUTEOU O BOXE Como o MMA deixou a marginalidade, roubou o lugar dos nobres e ganhou o amor da mídia (além de prometer conquistar o seu...)

Universidade Metodista de São Paulo Faculdade de Comunicação Curso de Jornalismo São Bernardo do Campo, 2013

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 3

14/11/2013 23:40:04


Nome do capítulo

O VALE-TUDO GANHA O MUNDO

46

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 46

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:40:10


O Vale-Tudo ganha o mundo

A

torcida faz muito barulho aguardando o que é, até o momento, a principal luta do UFC de 2013. Anderson Silva contra Chris Weidman. Como é o dia da independência do país, muitos norte-americanos estão agarrados à bandeira, e, as cores que ascendem e transferem toda atenção para o octógono são exatamente as cores do orgulho da nação. Não a toa é o país “berço” do maior campeonato de artes marciais mistas do mundo. Em 1978, Rorion Gracie desembarcava pela terceira vez no país mais poderoso do mundo. Tinha uma missão, um propósito. O pai e tio, Hélio e Carlos Gracie respectivamente, haviam feito história no Brasil. Os Gracie haviam modificado uma arte milenar e criado nova modalidade que garantiam ser imbatível. A fim de provar a superioridade do jiu-jitsu, colocaram artes marciais em conflito e deram início ao esporte, hoje conhecido como MMA. Rorion esteve pela primeira vez nos Estados Unidos no final da década de 60, quando passou cerca de um ano de férias, aproveitando as regalias de Nova York, Califórnia e Havaí. Em Los Angeles, teve dinheiro e a passagem de retorno, roubados pela recepcionista de um albergue. Resolveu não preocupar os pais e os informou que ficaria mais tempo no exterior para aperfeiçoar a língua inglesa. Em uma lanchonete, trabalhou ilegalmente fritando hambúrgueres. Juntou dinheiro e foi ao Havaí. Lá, gastou toda a economia que O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 47

47

14/11/2013 23:40:10


Nome do capítulo

60

MILIONÁRIA BRIGA DE RUA

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 60

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:40:11


Milionária briga de rua

F

rederick permaneceu por mais alguns anos em Las Vegas. Chegou a morar com o pai, enquanto a mãe June decidiu viver novos ares em Boston. Porém, a relação com o genitor não era das melhores. Segundo June, um dia Frederick ligou perguntando se ela poderia pagar a viagem de volta a Boston, pois a convivência paterna não era mais saudável. A mãe conta que o ex-marido, ao ouvir a conversa, começou a gritar pelo outro lado da linha que o filho não trabalhava, dormia a tarde toda e saia para curtir a noite com os amigos. O pai estava a um passo de expulsar Frederick de casa. Depois de alguns bicos pela cidade, o jovem trabalhou como mordomo e carregador de malas em grandes hotéis da cidade, como o Boston Harbor Hotel, Westin e Four Seasons. Nessas idas e vindas pela cidade Berço da Liberdade, conheceu um cara chamado Peter Welch. Tornaram-se bons amigos e começaram uma empreitada que geraria enormes lucros. Juntos inventaram um novo programa de exercícios que virou sensação na cidade. Os movimentos de aeróbicos e de boxe eram os fundamentos da aula. Juntos passaram por várias academias e clubes de Boston, em aulas que costumavam ficar lotadas. Porém, o sucesso não era maior que os próprios sonhos de Frederick. Ele resolveu abandonar a parceria, deixou Boston e voltou para Las Vegas. De acordo com June, uma briga financeira com o sócio Peter O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 61

61

14/11/2013 23:40:12


Nome do capítulo

96

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 96

IT’S TIME

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:40:16


It’s Time

R

epleto de luzes, com uma organização impecável e belas mulheres, para homem nenhum botar defeito. É possível imaginar que não estamos falando de um evento de luta, e sim de uma casa noturna, mas esse cenário é o que a produção do UFC proporciona aos fãs nos três dias de espetáculos: coletiva de imprensa, pesagem e luta. Com tantas atrações, é difícil saber em qual lugar o público vai ficar. A adrenalina está presente em todo o espaço. Na coletiva, os lutadores brigam, verbalmente, em busca de desestabilizar o adversário. O ódio que fica no ar, por incrível que pareça, é contagiante. A plateia defende seu guerreiro favorito e grita coisas do tipo “vai morrer desgraçado”, “vai apanhar até desmaiar” entre outras. Já na pesagem, o clima é mais “calmo”, mas nem tanto. Sempre tem aqueles, digamos, esquentados, que quase se batem na hora da encarada. Nessa hora, o público vai ao delírio e comemora quase como em um gol. O grande momento é também o último evento, mas esse, como diz o ditado “fecha com chave de ouro”. Chega a hora de mostrar quem é quem, onde, nem sempre, o mais bem preparado ganha. Um movimento diferente pode fazer com que a derrota seja decretada ou selar o verdadeiro campeão. “It’s time!” – É a hora! Essa é a frase mais conhecida no mundo do UFC, graças ao locutor oficial do torneio, Bruce Buffer. A força desse jargão dá nome a esse capítulo que mostra como são os três dias mais importantes no mundo do Ultimate. O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 97

97

14/11/2013 23:40:17


Nome do capítulo

COLETIVA DE IMPRENSA “

Em 2010, quando foi anunciado que, no ano seguinte, haveria uma edição do UFC no Rio de Janeiro, mais de 100 jornalistas de todo o mundo, estavam presentes – recorde absoluto.

Durante a coletiva de imprensa do “UFC on Fox 2”, Os norte-americanos Rashad Evans e Phil Davis travaram combate verbal de tirar o fôlego. Entre os lutadores, estava o presidente do torneio, Dana White, que se divertia ao ver o clima pegar fogo. Evans venceu a luta por decisão unânime.

98

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 98

Para ele me bater em pé, tem que ser mágico. É impossível me bater em pé. Ele não tem condição nenhuma de estar aqui. Não podemos esquecer que ele caiu no doping. Desrespeitou a nação e os outros atletas. É um cara indisciplinado. O que ele disse sobre a minha esposa aqui nos Estados Unidos é crime. É criminoso e não deveria estar aqui”.

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:40:45


Nome do capítulo

Como funciona a Coletiva de imprensa pré-luta Todos os lutadores do card principal participam do primeiro dia do evento aberto ao público e à imprensa. A coletiva é intermediada, na maioria das vezes, por Dana White, ou pelo diretor de desenvolvimento internacional do Ultimate Fighting Championship, Marshall Zelaznik.

Porque você (jornalista) faz pergunta em inglês? Ele não entende essa língua. Ele precisa da tradução de Ed Soares (empresário de Anderson Silva), que é pior que um aplicativo de 9,99 dólares para o iPhone. Não responda Anderson. Você tem que fingir que não entendeu, como finge que é o campeão mundial. Essa é a coisa mais estranha que já vi.”

Quem acha que só o norte-americano Chael Sonnen é conhecido como falastrão está enganado. O inglês Michael Bisping também arrisca ter “a língua maior que a boca”.

Durante a coletiva de imprensa do UFC 152 resolveu atacar os lutadores da nova categoria do torneio (pesos-moscas) que definiria o campeão. Bisping disparou. "Ninguém quer saber dos pequenos pesos-moscas."

O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 99

Benavidez não deixou barato e respondeu. "Todo mundo espera alguma coisa muito bonita, quer dizer, ridícula, sair de sua boca."

99

14/11/2013 23:41:07


Nome do capítulo

A HORA DA PESAGEM Entenda a pesagem A primeira batalha dos lutadores é contra a balança. Grande parte dos atletas lutam para ganhar e perder peso para o dia da pesagem, mas poucos encaram esse dia de forma amistosa. Até o ano de 2001, não existia regra no MMA que definisse o peso. Foi quando as comissões atléticas dos Estados Unidos implementaram as regras unificadas das Artes Marciais Mistas. Com pesos e categorias estabelecidas, os lutadores devem atingir a massa exigida. Caso contrário, sofrem punições. Muitas vezes são impedidos de lutar, dando chance para o lutador que fica na “fila de espera”. A pesagem ocorre sempre um dia antes da luta, pois é o período que ajuda os atletas a se reidratarem, comendo e descansando de forma adequada para o confronto final.

Você Sabia? Muitos lutadores de MMA, jiu-jitsu e até judô chegam a perder até 16 quilos para atingirem o peso ideal? Mesmo com orientação médica de preparadores físicos, nutricionistas, médicos e até psicólogos, a “superdieta” é perigosa, pois o desgaste não é compatível com a alimentação. Durante a semana que antecede a luta, os atletas alimentam-se apenas à base de proteínas.

Felipe Sertanejo também teve que aderir à dieta para estrear. “Ia lutar na categoria de 66 quilos, mas estava com 77 e ainda restava duas semanas para a luta. A parte de perder peso foi muito difícil, porque tive duas semanas para cair na real que estava no maior evento de MMA do mundo. Duas semanas para lidar com a pressão”.

A dieta inclui até água destilada – água totalmente pura e que não posA longo prazo, o esportista compromete sui nenhum componente dissovolvido a musculatura, perdendo força. Esse – ao contrário da água potável que constante duelo contra o peso é normal Esporte que Nocauteou o Boxecontém sais. O uso em excesso pode 100 até com atletas da elite do OUFC, causar diarreia e desidratação. como Anderson Silva e Jon Jones.

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 100

14/11/2013 23:41:11


r a a e e e o. .

Nome do capítulo

Vale até beijinho Baixa no mundo do MMA

Conhecendo as categorias Conhe • Mosca (57 kg) • Galo (61 kg) • Pena (66 kg) • Leve (70kg) • Meio-médio (77 kg) • Médio (84 kg) • Meio-pesado (93 kg) • Peso pesado (120 kg)

Leonard Garcia protagonizou uma das pesagens mais bizarras do UFC. Na pesagem, para enfrentar o sul-coreano Jung Chan-Sung, o “Zumbi Coreano”, o norte-americano foi vestido de zumbi e arrancou gargalhadas da plateia e dos telespectadores.

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 101

Leandro “Feijão” Caetano de Souza, simplesmente Leandro Feijão, 28 anos, morreu no dia 26 de setembro de 2013, em decorrência de Acidente Vascular Cerebral hemorrágico, o popular AVC. A morte do lutador gerou grande comossão no mundo da luta e muitos culparam a “super-dieta” pelo falecimento do promissor atleta. Feijão precisava perder mais 900 gramas para o dia da pesagem e se submeteu-se à queima de calorias por meio da sauna. O lutador passou mal e morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento no Rio de Janeiro. Leandro aceitou participar do evento Shooto 43 em cima da hora e teve pouco tempo para treinar e atingir o peso ideal para a categoria.

O dia é especial para o público, que pode participar de diversos eventos como o Q&A (Questions and Answers, ou em português Perguntas e Respostas), no qual as pessoas presentes podem falar com o lutaAnderson Silva também teve pedor convidado pela orgasagem diferente do normal. Após nização. No UFC 163, reaVitor Belfort falar que Spider era lizado no Rio de Janeiro, mascarado, Anderson seguiu o Junior Cigano respondeu que Belfort havia dito e apareceu perguntas de brasileiros, de máscara naquela ocasião. crianças e até de um turista de Trinidad e Tobago. Os visitantes aproveitam para tirar fotos e conseguir autógrofo de alguns lutadores do torneio. No dia do evento, brindes são distribuídos pelos patrocinadores. Geralmente, empresas usam modelos para atrair a ala masculina e deixar namoradas e esposas morrendo de ciúmes ou, até mesmo, invejando-as. O Esporte que Nocauteou o Boxe 101

14/11/2013 23:41:13


Nome do capítulo

É dia de nocaute

bebê

O uso de grade ao invés das cordas em ringue proporciona maior segurança ao lutador já que, ao competir em um ringue, o esportista pode cair ou ser arremessado para fora.

102

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 102

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:41:22


Nome do capítulo

O dia mais esperado é também de show. Repleto de luzes, ações de patrocinadores e de mulheres com padrões de beleza elevados, o evento é algo inesquecível para o público que aguardou ansiosamente pelo combate. A energia toma conta dos torcedores (muitos gostam do esporte, mas não praticam) que, entre um embate e outro circulam pela arena, mas na hora do duelo principal, fazem o ginásio estremecer.

Porrada entre irmãos? A Zuffa, empresa que detém a marca UFC, é comandada pelos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta, bilionários e donos de diversos cassinos nos Estados Unidos. No contrato da companhia, está previsto que, caso um deles discorde de alguma decisão, as desavenças serão decididas em uma luta de jiu-jitsu, arbitrada por Dana White.

O MMA é considerado mais seguro que o boxe pelo fato de a luta acabar quando o lutador é nocauteado. No boxe, se o lutador levantar durante a contagem de dez segundos, o combate continua tornando-se a arte marcial ainda mais agressiva ao corpo, principalmente na região da cabeça, onde grande parte dos golpes são aplicados. O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 103

103

14/11/2013 23:41:26


Nome do capítulo

Um show a parte

O UFC em números

Em 2001, quando os irmãos Fertitta compraram o UFC, a marca valia 2 milhões de dólares e beirava a falência. Hoje, a marca está avaliada em mais de 1 bilhão de dólares.

No Brasil, eventos do Ultimate chegam a receber mais 16 mil pessoas, como aconteceu em Minas Gerais, no UFC 147, em 2012, quando 16.643 pessoas lotaram o Mineirinho.

Ainda no Brasil, em cada cidade onde passa, o torneio movimenta entre 27,7 milhões e 73,9 milhões de reais.

Mais de 150 países, em cerca de 20 idiomas, recebem a transmissão do Ultimate.

Estima-se que mais de um bilhão de pessoas no mundo assistam ao UFC.

Mais de 80% dos lutadores do UFC possuem ensino superior.

Até o fim de 2013, estimase que as receitas com produtos licenciados da marca alcancem 200 milhões de reais, 43% mais do que em 2012.

Dados de 2012 comprovam que, nos últimos seis anos, o faturamento do Ultimate cresceu, em média, 20% ao ano.

A marca chega a faturar 500 milhões de dólares de forma anual.

Atualmente, o torneio possui cerca de 400 atletas de mais de 20 países diferentes, entre homens e mulheres.

104

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 104

Os irmãos Fertitta revelam o segredo para o sucesso da marca. “O boxe ganhava bilhões de dólares e estava na TV aberta, mas os promotores começaram a fazer só pay-per-view porque dava mais dinheiro. Sabíamos que tínhamos que fazer o UFC crescer. Então pensamos a longo prazo: cinco, dez anos. E abrimos mão do dinheiro do PPV para estar na TV aberta, que atinge as massas.” O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:41:52


Nome do capítulo

“Ela é top, capa de revista” Quem é louco pelo UFC e acompanha todas as lutas do torneio, com certeza, deve conhecer a primeira octagon girl brasileira que pisou no octógono do campeonato de MMA mais famoso do mundo.

A modelo Aline Franzoi encantou o público masculino presente no Ginásio do Ibirapuera, no 19 de janeiro de 2013. A partir daquele momento, a jovem que nasceu na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, mudou o rumo da carreira. "Foi uma experiência bem legal, afinal é o maior evento de MMA. Comecei bem. Achei super diferente. Quero participar de mais eventos como esse e aproveitar que sou mais experiente agora." Embora tenha sido octagon girl no UFC on FX, a morena foi contratada apenas para aquela edição. Ao entrar de vez no mundo do MMA, conheceu os dois lados da moeda, no quesito organização. "Comparado a outros eventos em que trabalhei, a estrutura é completamente diferente. Certa vez, participei de um evento em que esqueceram a placa. Tive que entrar apenas sinalizando o round com os dedos. O mais engraçado é que gostaram do improviso. O octógono também não estava muito bem montado. Parecia que ia cair e foi bem mal organizado."

Assédio Se uma mulher considerada “comum” sofre com cantadas masculinas, para quem é modelo e capa da revista Playboy – edição de setembro de 2013 – o assedio é bem maior, mas Aline leva tudo na esportiva. "Sou modelo há seis anos então isso é normal, como em qualquer lugar em que já trabalhei. Os lutadores também fazem esse assédio, mas após o evento. Eu tiro de letra. Não vejo problema. É natural." Mesmo acostumada com os holofótes, a jovem de 21 anos conta que, muitas vezes, as cantadas passam dos limites. "Normalmente, me elogiam, mas tem hora que falam coisas meio pesadas. Finjo que não é comigo. Até quando eu não era octagon girl tinha cara que me chamava pra sair. Isso é normal. Eu ignoro." Para terminar o bate-papo, a bela morena “atacou de Chael Sonnen” e provocou algumas modelos que utilizam o status para ganhar dinheiro. "Eu realmente ignoro, mas têm muitas meninas que fazem. Respeito o trabalho delas." A modelo Dai Macedo, Miss Bumbum Goiás 2013, também é ring girl e acha que todas as mulheres que trabalham neste meio “devem ser bonitas e carismáticas para entreter o público no intervalo”.E conclui: “Sempre O Esporte que Nocauteou o Boxe 105 há lugar para todos os profissionais”.

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 105

14/11/2013 23:41:59


Nome do capítulo

Solta a batidA

DJ

Fator música - por Felipe Sertanejo

Eu tinha de 13 para 14 anos quando surgiu esse apelido. Toda vez que treinava, colocava sertanejo e os caras me chamavam de louco e falavam: “Ele vai sair na porrada e tá escutando Bruno e Marrone, não tem nada a ver”. O Macaco (Jorge Patino, lutador de MMA, treinador e empresário) quem me deu esse apelido. Comecei a entrar nas lutas com ao som de sertanejo na época que o estilo ainda não era moda. Me lembro que ao entrar, os caras diziam que eu ia morrer, me chamavam até de “cowboy viado”. Sofri muito bullying por causa do estilo musical. Teve uma luta que fiz na cidade de Paranaguá/PR que meu adversário (John Lineker) entrou com a música cowboy viado, porque sabia que eu entrava com sertanejo. A galera foi a loucura. Entrei ao som de Bruno e Marrone e todo mundo me vaiou. Todo evento que eu ia a galera me xingava, mas depois o pessoal gostava. Amor não vai faltar Eu sempre entrei com “Amor não vai faltar” do Bruno e Marrone. O porquê eu não sei. É uma música que conheci antes de ser lançada no CD e já tem quase cinco anos. Parte dela fala “eu cuido de você, você cuida de mim”, nessa hora penso muito em Deus. É óbvio que no começo da música diz “eu vou mimar você até onde eu puder” e isso para sair na porrada não tem nada a ver, mas é uma música que me sinto bem. O mais engraçado é que retrata o sentimento de amor e, às vezes, quando coloco para tocar no carro, sinto aquela vontade de sair na porrada. Não tem muito sentido. Se escuto algo muito agitado antes da luta fico pilhado. Parece que instiga muito e como gosto de lutar tranquilo, prefiro meu sertanejo. Hoje estou na moda vezes dois, porque estou no UFC e ouço sertanejo.

106

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 106

O destaque fica para um dos atletas mais ricos da atualidade, o boxeador norte-americano Floyd “Money” Mayweather, que entrou no ringue contra o mexicano Saul Canelo, ao lado do rapper Lil Wayne cantando ao vivo a música No Worries. “Money” já fez isso em outras ocasiões com o também rapper 50 Cent e, para a próxima luta, planeja entrar com a polêmica Miley Cyrus. O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:42:02


Nome do capítulo

O som dos treinos Ouvir música é uma das primeiras práticas que os seres humanos aprendem a fazer. Quando pequenos, escutamos “nana nenem que a Cuca vem pegar” e, quando crescemos, criamos nosso próprio estilo, do fiel ao eclético, do funk ao rock. Para os atletas, isso não é muito diferente, principalmente no mundo dos esportes de contato como boxe e MMA. Ao entrar no ringue ou no octógono, os lutadores mostram quem são e entram com a música favorita. O som que penetra nos ouvidos pode influenciar positivamente o atleta elevando o humor e pode, até, aumentar a resistência. “Depende do atleta, pois música é algo muito particular e o efeito que terá em alguém é variável. De maneira geral, podemos dizer que ajuda a sincronizar movimentos, a desviar a mente das sensações de fadiga e diminuir a ansiedade”, explica a psicóloga esportiva Gabriela Monteiro Gonçalves. Em termos científicos, a melhora do desempenho pode ser maior diante da liberação da substância noradrenalina, que prepara o corpo para o exercício físico fazendo com que a capacidade respiratória e a frequência dos batimentos cardíacos alterarem. Vale lembrar que, mesmo parecendo uma combinação perfeita, pode causar problemas como: diminuição do rendimento, audição, distração e até levar ao vício.

A hora da entrada Já que o assunto é música, separamos algumas melodias que marcaram o universo das lutas. Temos rock, pop, eletrônica e até música clássica. Confira:

Pride Theme Quinton “Rampage” Metallica Jorge Quintero Enter Sandman 300 Violin Ochestra Jackson Brock Lesnar Vitor Belfort

DMX Ain’t no sunshine Anderson Silva

Jay-Z feat. Rihanna Eminem & Kanye West Not Afraid Run This Town Tito Ortiz José Aldo

Darude Sandstorm Wanderlei Silva

Linkin Park Bleed It Out Andrea Bocelli Con Te Partiró Lyoto Machida Yoshihiro Akiyama

O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 107

Andrey Zheleznyakov Oy, to Ne Vecher Fedor Emelianenko

107

14/11/2013 23:42:04


Nome do capĂ­tulo

Apresente o visto de entrada, por favor

108

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 108

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:42:05


Apresente o visto de entrada, por favor

“L

as Vegas é o único lugar onde o dinheiro realmente fala. Ele diz adeus.” A histórica frase de Frank Sinatra representa bem a relação da cidade do pecado com o dinheiro. Toda a parte central daquele deserto é estrategicamente pensada para ser atraente para mais de 40 milhões de turistas que gastam bilhões de dólares por ano nos cassinos e outras diversões noturnas. Ir à Sin City é certeza de gastar dinheiro. Porém, não para o MMA. Apenas no UFC 162, que ficou marcado pela luta entre Anderson Silva e Chris Weidman, a venda de ingressos rendeu 4,8 milhões de dólares aos organizadores do evento. Fato que gerou ao Ultimate a terceira maior renda da história, apenas perdendo para duas revanches: Chuck Lidell e Tito Ortiz, com 5,3 milhões, e Anderson Silva contra Chael Sonnen, com 6,9 milhões de dólares. Olhando esses dados, já é possível imaginar o lucro que a revanche entre Silva e Weidman irá gerar, com ingressos variando entre 125 a 1.200 dólares. A relação de Las Vegas com o mundo da luta é algo muito próximo. Os eventos começaram na década de 60 e, até hoje, permanecem por lá. Acontecimentos de gala, que movimentavam a cidade em um mundo além dos cassinos. Garantia de novos turistas que agitam a parte monetária do deserto de Nevada. Por lá aconteceram combates históricos do boxe. Um exemplo é a luta de Muhammad Ali contra Floyd Patterson, que entrou para a história da nobre O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 109

109

14/11/2013 23:42:05


Nome do capítulo

Uma marca que vale ouro

122

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 122

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:42:07


Uma marca que vale ouro

O

MMA, por meio do UFC, tornou-se uma marca forte e milionária. No Brasil, até 2014, a meta é que haja pelo menos 1.200 mil produtos licenciados pela organização sendo comercializados no país. Em cada cidade em que passam os eventos movimentam um volume entre 27,7 milhões e 73,9 milhões de reais. Com patrocínios milionários das maiores empresas do mundo, os eventos chegam a um bilhão de lares em todo o planeta, e a estimativa é de que o crescimento não pare. Um dos donos da marca, Lorenzo Fertitta, afirma que, dentro de pouco tempo, o UFC estará bem próximo do futebol no Brasil em termos de audiência e valores. Fertitta ainda fala sobre a importância da mídia para o esporte e que não pretende restringir o UFC apenas aos canais a cabo. Para ele, é fundamental a transmissão nas TVs abertas. No Brasil, o crescimento e a popularização do MMA ficaram diretamente ligados ao momento em que a Rede Globo começou a transmitir os eventos e o reality-show TUF Brasil. Conheça os números, detalhes e valores por trás dessa grande organização e como ela influencia diretamente o mundo do MMA. O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 123

123

14/11/2013 23:42:07


Nome do capítulo

O PAY-PER-VIEW E OS “DEUSES DA INTERNET”

O sucesso de vendas de pay-per-view do UFC, que chega a 1,6 milhão de pacotes vendidos, assim como aconteceu na luta entre Brock Lesnar e Frank Mir no UFC 100, passou por muitas dificuldades antes de alcançar esses números imensos. Apesar de bons anos de começo, nem tudo foram glórias para o principal evento de MMA do mundo. No ano de 2000, o UFC passava por um momento delicado. A média de público caía a cada luta, e as brigas políticas para a proibição do MMA nas televisões americanas levavam prejuízos aos cofres da organização e aos patrocinadores. Liderada pelo senador norte-americano John McCain, a pressão contra o MMA foi tão grande que o pay-per-view do UFC foi retirado da rede In Demand, colocando 75 milhões de lares em xeque. Nesse momento, fóruns e blogs criados por fãs foram de extrema importância para a sobrevivência da marca e do esporte. Tais fóruns e blogs disponibilizavam links piratas para o acompanhamento dos eventos. Por mais que a pirataria seja crime, nesse caso, teve efeito contrário. Segundo profissionais ligados ao esporte, a ação ajudou o UFC a se estruturar no cenário mundial. Bruce Buffer, por exemplo, fez diversos agradecimentos aos “deuses da internet” pela ajudinha. Atletas com mais vendas de ppv

JON JONES

124

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 124

GEORGES ST-PIERRE

ANDERSON SILVA

CHAEL SONNEN O Esporte que Nocauteou o Boxe

RASHAD EVANS

14/11/2013 23:42:29


Nome do capítulo

Maiores vendas de pay-per-view do UFC

1. Lesnar vs. Mir 2 UFC 100 (1.6 milhão de pacotes vendidos)

2. Lesnar vs. Carwin

3. Liddell vs. Ortiz

4. Rampage vs. Evans

5. Lesnar vs. Velasquez

UFC 116 (1.160 milhão)

UFC 66 (1.050 milhão)

UFC 114 (1.050 milhão)

UFC 121 (1.050 milhão)

6. Couture vs. Lesnar

7. The Ultimate 2008

8. Silva vs. Sonnen 2

9. GSP vs. Nick Diaz

10. St-Pierre vs. Penn 2

UFC 91 (1.010 milhão)

UFC 92 (1 milhão)

UFC 148 (1 milhão)

UFC 158 (950 mil)

UFC 94 (920 mil)

UFC 100 (GSP UFC 111 (GSP

vs Thiago Pitbull) 1,6 milhão

vs Dan Hardy) 770 mil

UFC 124 (GSP

vs Josh Koscheck) 785 mil

UFC 129 (GSP

vs Jake Shields) 800 mil

UFC 154 (GSP

vs Carlos Condit) 700 mil

UFC 158 (GSP

vs Nick Diaz) 950 mil

Primeira luta feminina do UFC tem destaque com cerca de 400 mil pacotes vendidos em 23 de fevereiro de 2013 O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 125

125

14/11/2013 23:42:37


Nome do capítulo

O reality-show que mudou o rumo do MMA mundial Com prejuízo de 44 milhões de dólares, a Zuffa passava por um momento de crise quatro anos após a compra do UFC. Durante esse período, uma decisão alterou o rumo da história do MMA em termos de marketing, patrocínios e visibilidade. Apesar do imenso prejuízo financeiro, os irmãos Fertitta e Dana White investiram mais 10 milhões de dólares e criaram o TUF – The Ultimate Fighter. O conceito do programa é simples: 16 lutadores ficam confinados em uma casa, onde convivem e reúnem-se em um local de treinamento até lutarem na grande final. Todos ficam sob comando de dois treinadores que são lutadores do UFC. O vencedor assina contrato com a marca. Para a edição de estreia, nada melhor que as lendas Randy Couture e Chuck Lidell comandando as jovens promessas. A primeira edição do TUF, no ano de 2005, culminou com a luta histórica entre Stephan Bonnar e Forrest Griffin, em Las Vegas. Depois do confinamento, os jovens e promissores meio-pesados fizeram o que para muitos é considerada a melhor luta de MMA de todos tempos. O próprio chefão Dana White não cansa de afirmar que foi a luta mais importante da história da organização e que deve muito a Bonnar e Griffin. Com 26 anos na época, Griffin saiu vencedor, derrotando Bonnar que tinha 28, após 15 minutos de luta com intensa troca de golpes. Era a final perfeita para um evento que teve toda a exibição feita em canal aberto, inclusive a grande decisão. Além do anúncio do vencedor, a revelação de que o derrotado também assinaria contrato com a empresa emocionou o público. A enorme visibilidade alcançada pelo TUF com o público jamais havia sido vista pelos chefões do UFC. As próximas edições do reality fortaleceram ainda mais os laços entre fãs e o esporte. Hoje, o TUF é reconhecido como a porta de entrada para os novos desbravadores do universo governado por brutamontes. O programa mostra o lado humano do lutador. As mulheres também têm forte ligação com a modalidade. Muitas fãs que atualmente já são metade da audiência começaram a acompanhar o esporte através do The Ultimate Fighter.

A primeira vez que o UFC fez uma transmissão ao vivo 126

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 126

Você Sabia?

em tv aberta foi no TUF 1

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:42:45


Nome do capítulo

Revelados no TUF: Forrest Griffin, Stephan Bonnar, Rashad Evans, Michael Bisping, Matt Serra, Nate Diaz, Josh Koscheck e Roy Nelson

TUF no Mundo O UFC resolveu expandir as fronteiras do seu reality-show e o TUF ganhou versões ao redor do planeta.

TUF China TUF Canadá x Austrália

TUF Brasil

Campeão em dose dupla Lutadores que venceram TUF e UFC

A edição de número 18, nos EUA, trouxe uma novidade. Aproveitando a onda de sucesso das lutas femininas e a rivalidade entre Ronda Rousey e Miesha Tate, o TUF 18 tem como treinadoras as duas musas do MMA.

Rashad Evans O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 127

Forrest Griffin

127

14/11/2013 23:42:59


Dinheiro no bolso

Apesar de os valores oficiais dos eventos de MMA não serem divulgados, informações surgem a todo o momento sobre bolsas e números que envolvem cada edição do UFC. Quando o assunto são as bolsas pagas para cada lutador, as comparações com o milionário boxe são inevitáveis; o atleta mais bem pago do mundo é o pugilista Floyd Mayweather Jr. que, na luta contra Saul “Canelo” Alvarez, recebeu a quantia de 94 milhões de reais. Se ele pegasse todo esse pagamento em notas de 100 dólares, segundo o banco central dos EUA, seriam 414 kg de dinheiro. Já no MMA, as cifras das bolsas dos atletas são bem menores. Informações não oficiais dão conta de que Anderson Silva, considerado o maior lutador de MMA do mundo, recebeu na esperada revanche contra Chael Sonnen, algo em torno de 275 mil dólares, e, com os valores de vendas de pay-per-view, o valor total teria chegado a um milhão de dólares. Estranho imaginar que, depois de 20 anos de UFC, e da consolidação da organização com patrocínios e sucesso de mídia, o cheque de Royce Gracie, campeão do UFC 1, na época de 50 mil dólares, não seja muito diferente do que é pago aos lutadores de hoje em dia. O cenário, nos eventos de MMA nacional, é ainda mais distante dos grandes prêmios; lutadores chegam a entrar no octógono em solo brasileiro por bolsas de dois mil reais. O faixa preta de jiu-jitsu, Zelvis “Sparta” Slootemaker lutador de MMA da equipe Brazilian Top Team SP, conta mais sobre a situação das bolsas pagas nos campeonatos pelo Brasil. “A bolsa que recebi no Max Sports, acho que não compra três celulares. Não é Iphone 5 não! O MMA foi por muito tempo elitizado. Não luto pela bolsa, e sim pelo esporte; meu pai tem empresas então eu também exerço o papel de administrador em parte do meu dia ou da semana, e isso é o que me dá um suporte para treinar, lutar e viajar. Porque hoje o patrocínio é difícil. Muitos lutadores do UFC não têm carro, casa. A bolsa que o lutador ganha não vai só para ele, vai para o manager e equipe técnica.” Bolsa dos atletas Floyd Mayweather Jr.

R$ 94 milhões

Anderson Silva

R$ 2,2 milhões

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 128

Boxe

x

Saúl Álvarez

UFC

R$ 800 mil

x

R$ 12 milhões

Chael Sonnen

14/11/2013 23:43:15


Eventos no Brasil, em média, R$ 2 mil em bolsa para os atletas

20 Anos depois, alguns atletas campeões do UFC ainda recebem um valor parecido com o do campeão do UFC 1

Royce Gracie levanta seu prêmio após conquistar o título do UFC 1

Prêmio de Chris Weidman após vencer Anderson Silva

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 129

48 mil dólares

14/11/2013 23:43:24


Fight is Money

O marketing é um processo muito importante na vida do lutador. No caso de Anderson Silva, por exemplo, também soa como o encontro de duas divindades do esporte brasileiro. A agência 9ine, presidida por ninguém menos que Ronaldo Nazário, o “Fenômeno”, é quem administra a carreira do brasileiro. Ronaldo aproveitou os 21 anos de experiência midiática e marketing adquiridos ao longo da carreira e resolveu aplicar em Anderson. Acertou em cheio! Durante o UFC 162, Spider exibiu no calção as marcas do Burger King, Nike e Wizard. Ao todo, sete empresas patrocinam o lutador. Recentemente, a revista britânica SportsPro colocou-o na posição 46 da lista dos 50 atletas de maior valor comercial do mundo. As cifras de cada acordo que envolva Spider não são divulgadas. Hoje, ele não é considerado unanimidade, mesmo sendo boa opção de garotopropaganda. “Antes, era aquele cara que você contratava de olhos fechados, porque só tinha prós. Depois da luta, passou a não ser mais, porque seus contras ficaram visíveis”, avalia Fábio Wolf, da consultoria Wolff Sports & Marketing, em entrevista, no mês de julho, ao portal Extra. As ações de marketing, no entanto, não se resumem apenas aos lutadores. O próprio UFC utiliza as diversas mídias existentes — sejam elas a internet, a televisão, as propagandas em jornais, rádios e outdoors espalhados pela cidade que sediará alguma das ediçoes — para promover seus eventos. Alguns, claro, tratados com maior carinho que outros. É o caso do UFC 168. Para promover a “luta do século”, Dana White e os protagonistas da luta principal passaram por Los Angeles, Las Vegas, Nova York, Bristol, Miami, Rio de Janeiro e São Paulo. Em todos os locais, Chris Weidman e Anderson Silva participaram de promoções e coletivas de imprensa ao lado do chefe da organização. O objetivo era apimentar os ânimos antes da luta e atrair os fãs. Foi assim que, durante a entrevista na capital paulista, apareceu a figura do menino Felipe Adorno, 11 anos, morador da cidade de Poá, região metropolitana de São Paulo. Felipe foi diagnosticado com câncer na membrana que reveste o cérebro há cinco anos. Isso não o impediu de sonhar alto e conseguir ir atrás de seus ídolos. Pelo contrário, serviu como motivação para alcançar os objetivos. Com ajuda da mãe, foi até o hotel onde acontecia a entrevista aberta ao público. Ao final, Weidman surpreendeu a todos dando uma réplica do cinturão ao garoto. A atitude arrancou aplausos dos presentes. O MMA, mais uma vez, é notado não pela força dos brutamontes, mas pelo coração mole. A ação, contudo, tinha outro intuito. Com grande simpatia e bom humor, Dana White resumiu o que ele espera da revanche. “Essa luta é, sem dúvidas, a que mais quero ver neste ano.” O presidente não parou por aí: “Anderson tem feito coisas incríveis desde que entrou no UFC e Weidman veio do nada e conquistou o cinturão. Não importa quem vença, essa é uma competição entre os melhores

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 130

14/11/2013 23:43:27


caras do mundo. Quando estiverem nos túneis, esperando para entrar no octógono, será insano”. Quem esperava declarações bombásticas e provocações entre os lutadores, decepcionou-se. O norte-americano manteve a mesma postura que teve antes do primeiro confronto. Confiante, falou da admiração pelo ex-campeão e pregou respeito ao rival, mas não cogitou perder o cinturão. Já Anderson parece ter deixado no passado a derrota. “Não tenho nenhum arrependimento.” Quando questionado se mudaria seu modo de lutar, foi enfático. “Não posso mudar quem sou. Vou treinar muito para vencer; é só isso que posso prometer.” As realizações de medidas para promover lutas ainda ganharam um novo modelo. As transmissões, que antes ficavam estritas ao sistema pay-per-view, poderão ser vistas em um espaço inovador na categoria: o cinema. O canal Combate, da Globosat, e a Flix Media, empresa especializada na comercialização de mídia em cinema, fecharam parceria que leva algumas lutas do UFC para 30 salas do Cinemark, uma das maiores redes de cinema do mundo. A primeira exibição foi a do UFC 166, que contou com a disputa do cinturão dos pesos-pesados da organização: o brasileiro Junior Cigano e o norte-americano de ascendência mexicana Cain Velasquez, no capítulo final da trilogia entre ambos. A transmissão da revanche, no entanto, é que deve chamar mais a atenção do público. Recentemente, a Globosat acertou a renovação do contrato com o UFC até 2022, com possibilidade de renovação até 2027. O grupo ainda tem exclusividade das lutas na internet e nas plataformas de vídeo sob demanda. O MMA ganhou prestígio mundial e o UFC não só contribuiu para isso como também tem aproveitado para transformá-lo em extraordinário espetáculo. Tal status de show começou a fazer parte de tudo. O lutador agora não pode se preocupar apenas em lutar bem. É necessário desenvolver habilidades de microfone, cuidar da imagem, conquistar a simpatia do público e saber promover as lutas. Popularidade é moeda forte no MMA para superar qualquer análise de posições no sistema de rankings. A renda do UFC 162 chegou a incríveis 11 milhões de reais. Para se ter uma noção, em valores absolutos, este número é praticamente igual à soma das duas maiores rendas da história do futebol brasileiro – que juntas equivalem a 11,38 milhões de reais. Com um público total de 12.399 pessoas presentes ao MGM Grand Garden Arena, o evento teve seus ingressos a um preço médio de 392 dólares. Mesmo derrotado, Anderson desembolsou 12,5 vezes mais do que o novo campeão para participar da luta, mas nenhum número causa mais intriga do que a aposta de 1 milhão de dólares – cerca de 2,2 milhões de reais – na vitória de Weidman que está sendo investigada pela polícia e pelo Game Control Board de Las Vegas. O valor não é comum no MMA, principalmente num azarão.

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 131

14/11/2013 23:43:29


Nome do capítulo

CINTURÕES, NOCAUTES E FINALIZAÇÕES

132

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 132

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:43:30


Cinturões, nocautes e finalizações

N

enhum esporte sobrevive sem ídolos. No MMA, não faltam grandes lendas e personagens que levam fãs ao delírio. De campeões com recordes históricos, como Anderson Silva e Royce Gracie, aos fanfarrões e encrenqueiros Chael Sonnen e Tito Ortiz. Todos são de extrema importância para o desenvolvimento do esporte, não apenas como competição esportiva, mas também como um verdadeiro show midiático. Seja com o talento em derrubar brutamontes a cada luta ou pelo carisma e polêmica frente às câmeras, a imagem do atleta pode fazer toda a diferença para a carreira de sucesso dentro e fora do octógono. É claro que muitos campeões garantem-se com seu talento incontestável, porém uma pitada de polêmica para promover as lutas é sempre bem-vinda para todos os envolvidos nas grandes competições. O reality-show The Ultimate Fighter (TUF) colaborou para que diversos personagens fossem criados. O falastrão, o irritado, o mau caráter e o bom moço foram aparecendo nas edições dos programas. Nesse capítulo, apresentamos uma lista com 20 nomes que fizeram e, até hoje, fazem história carregando cinturões, nocauteando gigantes e ajudando a promover, desde os primórdios até os dias de hoje, o MMA pelo mundo. Qualquer ranking ou seleção sempre gera discussão entre os fãs, basta lembrar a mais simples convocação para o time de futebol do Brasil até listas de bandas, filmes, enfim, tudo que desperta paixão nas pessoas vai causar polêmica, esperamos que vocês gostem da nossa seleção de lendas, então, vamos aos mitos! O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 133

133

14/11/2013 23:43:30


Nome do capítulo

anderson silva spider

Spider

Maior lutador de MMA de todos os tempos — é o que dizem os especialistas e inclusive o chefão do UFC, Dana White, quando o assunto é Anderson Silva. Com um começo de carreira arrasador, Spider foi conquistando espaço em competições pelo Brasil, Japão e Inglaterra. Quando foi campeão do Cage Rage chamou a atenção pela habilidade e velocidade única e menos de dois anos depois estrearia no UFC. Na primeira luta, o brasileiro atropelou Chris Leben com um nocaute fantástico. O impressionante cartel e a estreia avassaladora levaram Anderson diretamente para a disputa de título já no segundo duelo. Mais uma vez, o lutador canarinho foi implacável. Com uma série de joelhadas, quebrou o nariz e levou o, até então, campeão, Rich Franklin, direto ao chão. O nocaute rendeu o cinturão que ficaria com o brasileiro pelos próximos sete anos. Durante esse tempo, foram dez defesas de título e 15 vitórias seguidas. Spider teve vitórias marcantes na carreira como a que rendeu a unificação do cinturão dos pesosmédios do UFC e do Pride contra a lenda Dan Henderson. Na noite em que foi testado na categoria dos meio-pesados contra Forrest Griffin, deixou o mundo encantado com a sequência de esquivas e golpes espetaculares até nocautear o norte-americano. Duas vitórias, em especial, marcaram a carreira de Spider: nocaute no primeiro round contra Vitor Belfort após chute frontal cinematográfico, e a finalização — depois de apanhar durante quase cinco rounds — em que quebrou o recorde de vitórias seguidas no UFC, contra o falastrão Chael Sonnen. Essas lutas credenciaram Spider como lenda entre os amantes do MMA. Na última defesa de cinturão, o inesperado aconteceu. Anderson foi duramente castigado pelo desafiante dos Estados Unidos Chris Weidman. A lenda verde e amarela foi nocauteada. Spider falou em aposentadoria, mas, após especulações da imprensa e da torcida sobre manipulação no resultado, Anderson anunciou que estava disponível para revanche com data marcada para 23 de dezembro.

134

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 134

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:43:36


COUTURE

Nome do capítulo

Randy Couture THE NATURAL O que esperar de um lutador que estreia no UFC prestes a completar 34 anos? Podemos imaginar que terá carreira curta, rápida passagem pelo octógono e baixo condicionamento físico. Porém, Randy “The Natural” Couture contrariou toda a lógica. O norte-americano, famoso na modalidade de wrestler, foi campeão em diversos torneios e chegou a participar dos Jogos Olímpicos, mas ficou intrigado com o UFC e decidiu migrar para esse universo. Couture estreou vencendo o torneio dos pesados do UFC 13 em 1997. Em seguida, derrotou o, até então, invicto Vitor Belfort e o campeão dos pesados Maurice Smith, conquistando pela primeira vez o cinturão dos pesados do UFC. “The Natural” ainda faturou o título dos pesados por mais duas vezes, totalizando um tricampeonato na categoria. Além disso, levou para casa o bicampeonato dos meio-pesados do UFC. Em 24 de junho de 2006, Randy Couture foi introduzido no Hall da Fama do UFC por ser considerado um dos maiores lutadores e estrategistas que pisaram em um octógono.

LIDELL

Chuck Lidell

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 135

THE ICEMAN

“The Iceman”. Com esse apelido o norte-americano Chuck Lidell tornou-se um dos maiores nocauteadores de todos os tempos no MMA. Considerado “frio” contra qualquer adversário, por nunca alterar a postura ofensiva e os poderosos chutes e socos devastadores, Lidell é sem dúvidas um dos primeiros nomes a vir na cabeça dos fãs quando se pensa em um grande ídolo. Seja pelo estilo único, sempre com moicano característico e cara de mau ou pela incrível habilidade durante toda a carreira, o homem de gelo definitivamente entrou para a história do esporte quando foi introduzido no Hall da Fama da organização de Dana White. Campeão do meio-pesados, defendeu o cinturão por quatro vezes e protagonizou batalhas épicas com Randy Couture e Tito Ortiz, quando os três estavam no auge da carreira, disputando o título da categoria de forma fantástica para quem assistia aos combates. Chuck Lidell será lembrado pelos famosos urros emitidos a cada vitória, pelo apelido de homem de gelo e a tatuagem de kempo havaiano. Mais do que isso, os históricos nocautes são a maior herança para esse ícone do MMA. O Esporte que Nocauteou o Boxe 135

14/11/2013 23:43:42


BELFORT

Nome do capítulo

VITOR BELFORT

THE PHENOM

Com apenas 19 anos, o carioca Vitor Belfort estreou no UFC 12 em 1997 com duas vitórias, tornando-se campeão daquele torneio. Nascia “The Phenom”. Vitor ainda passou pelo Pride, conquistando quatro vitórias e apenas uma derrota, antes de retornar ao UFC em 2002. Após derrota para Chuck Lidell no retorno à competição, Belfort voltou ao caminho das vitórias e sagrouse campeão dos meio-pesados tirando o cinturão de Randy Couture. Hoje, veterano do UFC, Belfort coleciona grandes lutas e vitórias além de ter sido treinador da primeira edição do reality-show TUF Brasil. Entre os que já sofreram com os golpes sempre velozes e finalizações certeiras de Vitor Belfort, estão: Michael Bispping, Randy Couture, Wanderlei Silva Tank Abbott e Rich Franklin. O brasileiro é, sem dúvida, um dos grandes nomes do MMA mundial e um dos responsáveis pelo sucesso do esporte no Brasil.

GRACIE

ROYCE GRACIE

136

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 136

Campeão das edições 1, 2 e 4 do UFC, Royce Gracie deixou o nome marcado na história do MMA. Jiu-jitsu apurado e raça foram marcas registradas na carreira do brasileiro. Conquistando uma série de 11 vitórias seguidas no UFC, Royce teve, então, o maior desafio da carreira ao realizar a revanche contra Ken Shamrock, que havia derrotado no UFC 1. Nas regras desse combate, o vencedor só seria anunciado após finalização ou nocaute. Foram 36 minutos de luta acirrada e o empate foi decretado. Depois desse embate, Royce ficou afastado dos holofotes do MMA e retornou depois de cinco anos para competir no Pride, entretanto o brasileiro alternou momentos bons e ruins. A lenda do UFC só lutaria pela organização mais uma vez, e o combate foi contra Matt Hughes. Gracie foi nocauteado e nunca mais entrou no octógono mais famoso do mundo. A determinação e raça do brasileiro durante as lutas permanecem na memória de quem acompanhou o membro de maior sucesso da família Gracie em ação e não é por acaso que Royce Gracie é um dos grandes lutadores que fazem parte do Hall da Fama do UFC. O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:43:50


Nome do capítulo

Georges St. Pierre Rush / GSP

• Campeão dos meio-médios do UFC • Maior lutador do ano em 2009 • Considerado o maior atleta canadense por três anos consecutivos – 2008/09/10

• Detém 11 vitórias seguidas • Possui oito defesas de cinturão

JON JONES

BONES

• Campeão dos meio-pesados • Já defendeu o cinturão em seis oportunidades • Maior envergadura dos atletas do UFC • Os dois irmãos de Jon são jogadores de futebol americano profissional • Conquistou dez vitórias consecutivas

TITO ORTIZ

The Huntington Beach Bad Boy The People’s Champ

• Campeão dos meio-pesados do UFC • Detém cinco defesas de cinturão • Trocou de apelido, foi de “Bad Boy” para “The People's Champ”, porque queria mudar a relação com o público • Perdeu sete das últimas nove lutas no UFC

O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 137

137

14/11/2013 23:44:00


Nome do capítulo

Wanderlei Silva

Cachorro Louco / Mister Pride

• Lenda do Pride • É personagem de videogame no Japão • Maior quantidade de nocautes da história do Pride

• Foi Campeão dos médios do Pride entre os anos de 2001 e 2007

Chael Sonnen

Gangster de Oregon

• Conhecido pelas polêmicas • Popular no Brasil pelas muitas ofensas ao povo e ao país • Suspenso por seis meses após a primeira luta com Anderson Silva por uso de TRT (tratamento de reposição de testosterona). A proporção de hormônio endógeno pelo exógeno deve ser em torno de 1/6 de acordo com as comissões atléticas americanas. Sonnen chegou a 1/16 • Considera a vitória sobre Shogun a maior da carreira

Maurício Rua

Shogun

• Campeão peso-médio GP Pride de 2005 • Campeão meio-pesado UFC • Conhecido por derrotar grandes lendas como: Quinton Jackson, Alistair Overeem, Ricardo Arona, Mark Coleman, Chuck Lidell, Lyoto Machida e Forest Griffin

138

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 138

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:44:07


Nome do capítulo

ForRest Griffin • Vencedor da primeira edição do TUF • Integra o Hall da fama do UFC • Campeão dos meio-pesados • Dana White considera a luta final do TUF 1 a mais importante da história da organização

• Aposentou-se precocemente, aos 33 anos, em 2013 por conta de seguidas lesões

Antônio Rodrigo Nogueira

Minotauro

• Campeão interino dos pesados UFC • Campeão dos pesados do Pride • Foi atropelado por um caminhão aos 11 anos de idade

• Primeiro pesado da história a vencer o Pride e UFC

• Treinador do TUF Brasil 2

José Aldo

Scarface

• Campeão peso-pena do UFC • Detém quatro defesas de cinturão • Possui oito anos de invencibilidade • São 16 vitórias seguidas no UFC e WEC O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 139

139

14/11/2013 23:44:16


Nome do capítulo

BJ Penn

The Prodigy

• Campeão dos leves e meio-médios do UFC • Primeiro não-brasileiro a tornar-se campeão mundial de jiu-jitsu na faixa preta

• Ganhou faixa-preta de jiu-jitsu apenas três anos depois de começar a praticar o esporte – em média leva dez anos ou mais • O lutador é havaiano

Matt Hughes • Por duas vezes foi campeão dos meio-médios do UFC • Possui sete defesas de títulos • Está no Hall da fama do UFC • Um dos lutadores com maior número de lutas e vitórias da história do UFC

• Aposentou-se oficialmente em janeiro de 2013

Mirko Cro Cop • Lutou no K-1, Pride e UFC • Campeão do Grand Prix Absoluto do Pride em 2006 • Era membro da unidade antiterrorista da Croácia a ATJ LUCKO

• Aos 38 anos, foi campeão do K-1 em março de 2013 O Esporte 140 *Informações atualizadas até outubro de 2013 que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 140

14/11/2013 23:44:23


Nome do capítulo

Fedor Emelianenko

The Last Emperor

• Eleito pelo site norte-americano especializado em MMA Sherdog o maior peso-pesado de todos os tempos • Permaneceu invicto de 2001 a 2009 • Campeão dos pesados do Pride • Nunca lutou no UFC por problemas com Dana White • Vitórias na carreira contra: Andrei Arlovski, Tim Sylvia, Mark Coleman, Rodrigo Minotauro, Kevin Rendleman. Todos campeões do UFC • Encerrou a carreira em junho de 2012 após nocautear o brasileiro Pedro Rizzo

BRUCE BUFFER • Locutor oficial do UFC Famoso pelo bordão “It’s Time!” • O “The Buffer 180” é um salto em 180° graus que Bruce faz em algumas lutas • É jogador de poker nas horas vagas • Bonecos e videogames são alguns dos produtos licenciados do locutor • Em 2013 lançou o livro “It’s Time!” que retrata a visão sobre o UFC de dentro do octógono

JoE ROGAN • Apresentador e entrevistador oficial do UFC • É comediante e tem o próprio show de stand-up • Possui faixa preta em taekwondo e marrom de jiu-jitsu • A maneira de falar, sempre com tom de voz elevado, é marca registrada O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 141

141

14/11/2013 23:44:33


Nome do capítulo

Fábrica de campeões

142

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 142

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:44:34


Fábrica de campeões

H

á quem diga que o Brasil é o maior “fabricante” de lutadores, assim como tem gente que defende a tese de que os filhos da terra do “Tio Sam” são os melhores do mundo. A briga constante para decidir quem é o melhor também é vista no MMA. A guerra entre Brasil x Estados Unidos é nítida. Seja em números, ou defesas de títulos. “O MMA é um pacote completo, tem uma dinâmica diferente do boxe, é um esporte extremo, radical e todos os tipos de pessoas podem praticar”, diz Carlos Barreto, comentarista e ex-lutador de vale-tudo. Barreto vai mais além: “o esporte é muito mais democrático, todos os tipos físicos podem praticar e muito fã, quando vê o Roy Nelson - lutador do UFC na categoria pesos pesados-, cria no imaginário que pode lutar, pode praticar, treinar.” De olho no mercado brasileiro, o comentarista entrou ainda mais no mercado das artes marciais mistas e, junto com outros nomes fortes do mundo da luta, como Cláudio Pavanelli, fisiologista especializado em lutas, Márcio Tanure, médico e membro da CABMMA (Comissão Atlética Brasileira de MMA) e Fernando Flores, coordenador da Midiática Press, assessoria de comunicação especializada em MMA, elaborou o primeiro curso de gestão em MMA do país. “Como no Brasil temos uma diversidade gigante, isso colabora para o esporte ser adorado aqui também” completa Carlão. Com a crescimento da modalidade no país, a fábrica de campeões continua a todo vapor... O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 143

143

14/11/2013 23:44:34


Nome do capítulo

Gladiadores do terceiro milênio RODRIGO MINOTAURO Austrália - Sydney Brasil - Rio de Janeiro e Fortaleza Canadá - Toronto EUA - Deland, Kenner, Rome, Sacramento, Las Vegas e Portland

MURILO BUSTAMANTE Austrália - Sydney e Manaus Brasil - Rio de Janeiro Vegas, Las EUA - Birmingham, City er ssi Bo e ille Uncasv Japão - Saitama, Tóquio e Yokohama

MAURÍCIO SHOGUN

144

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 144

Austrália - Brisbane de Janeiro Brasil - Curitiba e Rio Canadá - Montreal gas, Anaheim, EUA - Denver, Las Ve Angeles e Boston s Lo , se Jo Newark, San Irlanda - Dublin Yokohama, o Boxe ma,Nocauteou O Esporte Japão - Saitaque Osaka e Kanagawa

14/11/2013 23:44:37


Nome do capítulo

Do antigo vale-tudo ao atual MMA, muita coisa mudou. Graças aos brasileiros que brilharam no exterior antes do UFC, o mundo passou a conhecer o poder dos defensores da bandeira verde, amarela, branca e azul. No Brasil, depois que a modalidade foi marginalizada, poucos acompanhavam eventos que envolviam artes marciais e isso fez com que o mercado, para quem quisesse viver da luta, fosse extremamente escasso. Ciente dessa situação, lutadores como Murilo Bustamante, Vitor Belfort, Rodrigo “Minotauro”, Wanderlei Silva, Mauricio “Shogun” e Ricardo Arona saíram do país em busca do sonho de serem reconhecidos como lutadores profissionais e não brigões de rua.

RICARDO ARONA Brasil - Rio de Janeiro Japão - Tóquio, Saitama, Yokohama e Osaka

WANDERLEI SILVA Alemanha - Colônia Austrália - Sydney u, Brasil - São Paulo, Aracaj Curitiba e Belo Horizonte EUA - Birmingham, Las Vegas e San Jose Japão - Tóquio, Saitama, Yokohama e Fukuoka

VITOR BELFORT São Paulo, Brasil - Rio de Janeiro, iânia Go e l Jaraguá do Su to on Tor adá Can is, n, Augusta, Bay St. Lou EUA - Honolulu, Dotha délfia Fila e llas Da im, he Ana Las Vegas, São José, Inglaterra - Londres O Esporteyaque Nocauteou o Boxe ka, Yokohama e Nago Japão - Saitama, Osa

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 145

145

14/11/2013 23:44:42


Nome do capítulo

Máquina de fazer lutadores

Todo lutador almeja assinar contrato com o carequinha Dana White. Para chegar ao UFC não é fácil, mas não é missão impossível. Com muita dedicação, força, habilidade e técnica, qualquer atleta pode alcançar os objetivos. Dentro do Ultimate, diversos países, de todos os continentes, são representados por verdadeiros guerreiros.

Os americanos lideram a lista

O Brasil está em segundo lugar

198 lutadores

62 atletas

Haiti, República do Congo e Itália são algumas nações que possuem apenas

O peso meio-médio tem menos representantes brasileiros

54,7% 17,1% 1 lutador

Os pesos médio e penas são as categorias que mais possuem representantes canarinhos

13

9,5%

A categoria que tem maior porcentagem de americanos é a peso-mosca

71,4%

A divisão mais diversificada do torneio é o meio-médio, com atletas de

15 nacionalidades diferentes

Fonte: globoesporte.com - setembro/2012

146

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 146

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:44:49


Nome do capítulo

Thomas “Thominhas” Almeida é um dos jovens promissores do MMA. Com 22 anos, está invicto há 14 lutas - dez nocautes e quatro submissões. Ele está pronto para o UFC?

nos s

r os

Renan “Barão” foi comparado ao boxeador Floyd “Money” Mayweather, por Dana White. “A coisa mais próxima de Mayweather é esse garoto aqui. Ele segue invicto há oito anos. Esse cara destrói você.”

O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 147

147

14/11/2013 23:44:51


Nome do capítulo

O mercado brasileiro Quando o assunto é luta, o Brasil sempre é lembrado. Seja no judô, jiu-jitsu e até no boxe, os brasileiros fazem sucesso. Em todo país, diversos torneios acontecem durante o ano. Com o MMA, não poderia ser diferente. Toda semana tem campeonato. É a oportunidade de “ouro” para jovens atletas mostrarem o desempenho.

148

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 148

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:44:54


Nome do capítulo O Jungle Fight – luta na selva – é considerada a escola de lutadores do UFC. Apesar do nome em inglês, o torneio é 100% nacional e é um dos principais do país e da América Latina. Para se ter noção da importância do campeonato, nomes como Charles do Bronx, Renan Barão, Erick Silva, Iliarde Santos, John Lineker, José Aldo, Iuri e Ildemar Marajó foram revelados na “selva” e, atualmente, fazem parte do Ultimate. Torneios de menor expressão também são destaques e fontes de novos talentos, como o MaxSports, Bison Fight Championship e o Standout Fighting Tournment. Todos contam com a participação de figuras conhecidas no mundo do MMA, mas também dão oportunidade para jovens promessas. Fernando Lopes é um dos principais organizadores do MaxSports e conta como pensou em fazer um evento ser mais atrativo para lutadores. “Precisava fazer algo que valorizasse mais o atleta. O cara que lutava jiu-jitsu antigamente pagava a inscrição, que era alta, passagem aérea, hospedagem, despesas de alimentação e chegava ao Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu como é ainda até hoje.” Com a ideia fixa na cabeça, Lopes colocou a mão na massa. “Vou pagar uma bolsa pro cara pisar no tatame/ringue um dia. Vou bancar passagem aérea, hotel para hospedar, e alimentação. Vou tratar o cara como eu acho que ele realmente mereça e como eu gostaria de ser tratado quando lutasse um campeonato. Somando todas as regalias e a divulgação, o evento foi um super sucesso”, conclui, destacando querer fazer do torneio a Libertadores da América do MMA, fazendo a comparação com o futebol, que tem nesse campeonato o mais importante da América Latina. A potência do mercado brasileiro é notável. Em 2012, o Ultimate assumiu a liderança entre as marcas com mais licenciamentos no Brasil e o troféu de melhor programa de licenciamento adulto, durante a quinta edição da Licensing Brasil Meeting. O Exim Licensing Brasil, grupo que detém e realiza o agenciamento da marcas UFC e TUF – The Ultimate Fighter – na América Latina, tem contrato com 25 empresas que são responsáveis por mais de 400 itens. Ainda de acordo com a corporação, em 2011 as vendas da marca cresceram mais de 40% em relação a 2010. Quem pensa que o público feminino não se destaca no mundo do MMA está enganado. Em 2012, aconteceu o primeiro evento exclusivo para lutadoras, o Pink Fight, realizado em Porto Seguro / Bahia. Idealizado por Wallid Ismail, também criador do Jungle Fight, o evento foi mais uma prova de que o esporte é uma atividade sem preconceitos. Embora o esporte pareça agradar mais ao público, há quem sofra para conseguir ganhar respeito, muitas vezes, dentro da própria casa. Hérica Tiburcio, lutadora de MMA, é um desses exemplos. “Eu chegava roxa em casa - não tem o que fazer, às vezes fica roxo, rola um corte - e minha mãe brigava comigo. Minha irmã também não gostava. O único que apoiava mesmo era meu irmão, que também treinava jiu-jitsu. Minha mãe queria que eu trabalhasse, queria que eu fizesse curso. A minha irmã é advogada, então, ela queria que eu seguisse o mesmo rumo dela.” Mesmo diante das dificuldades, Hérica não abaixou a cabeça e seguiu em busca do seu sonho. “A minha irmã é advogada, então, ela queria que eu seguisse o mesmo rumo dela: estudasse, fosse para uma faculdade. Só que eu não gostava disso. Elas brigavam muito comigo para eu arrumar um emprego porque eu tinha minhas despesas. Eu chorava todo dia, mas continuei a lutar.” A força de vontade e a gana de se tornar uma atleta profissional fez com que a atleta mudasse a opinião a seu respeito dentro de casa. “Graças a Deus, deu tudo certo, eu treino, luto, ganho meu dinheiro com isso e eu mostrei pra minha família que é isso que eu queria fazer. Que é essa a minha profissão. Minha irmã um dia chegou em mim e disse que fiz com que ela acreditasse em mim. Minha mãe também me ajuda pra caramba. Do jeito dela, mas me ajuda.” O Esporte que Nocauteou o Boxe 149

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 149

14/11/2013 23:44:56


Nome do capítulo

O futuro … ao MMA pertence O esporte em números pesquisa realizada em junho de 2013

A audiência do MMA no Brasil está em evolução

37 % Homens de 18 a 30 anos somam

de homens e mulheres acompanham lutas

52,9 %

Mulheres entre 25 a 45 anos são apenas

37 %

No atual cenário, a preferência por MMA ao boxe tem sido destaque Cerca de

enquanto apenas

afirmam gostar de

aprovaram o

MMA

boxe

37 %

11 %

O crescimento do MMA na cultura esportiva nacional tem, como principal motivo, o surgimento de novos ídolos

Grande parte do público que ainda prefere o boxe são pessoas com 60 anos ou mais

58,9 %

32,5 %

Em relação aos esportes preferidos do público, ficou comprovado que o futebol aparece em primeiro lugar. Independentemente dessa constatação, o MMA aparece em colocação surpreendente.

1o 2o

MMA

1o 3o

2o 3o

MMA

25 %

22,2 % Atividades esportivas favoritas para homens e mulheres

150

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 150

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:44:57


Nome do capítulo

M á quina Segundo Dana White, 13 eventos acontecerão no país em 2014.

do futuro

Turquia, Escócia e Polônia receberão, em 2014, o UFC pela 1 a vez.

Até setembro de 2013, 500 lutadores estavam na fila para participar do Jungle Fight. A tendência é que o número dobre em 2014.

The Ultimate Fighter Brasil 3

começa a ser gravado em janeiro, com diversas novidades. O programa deve continuar sendo transmitido na madrugada de domingo para segunda-feira.

Estima-se que a Rede Globo possua contrato de R$ 1 bilhão com o UFC, que dá direito à transmissão até 2019.

Com a popularidade cada vez maior do MMA, o UFC pode arrecadar mais de US$ 60 milhões de dólares com transmissões

payper-view.

O UFC quer realizar um evento na Arena Palestra, novo estádio da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 151

Os eventos do Ultimate no país estão vetados no período da Copa do Mundo devido à forte concorrência com a paixão nacional brasileira.

Novas divisões femininas estão sendo estudadas por Dana White, mas não existe previsão de serem lançadas. O carequinha afirma que tudo será feito com calma e estrategicamente planejado. Esperaremos.

Com a criação do canal de TV por assinatura – UFC Network –, o Ultimate pretende, cada vez mais, expandir a visualização por todo o mundo. A América Latina, com exceção do Brasil, já conta com o canal. O Esporte que Nocauteou o Boxe

O mercado asiático vem sendo observado com carinho pelo maior campeonato de artes mistas do mundo. Eventos em países como Filipinas, Tailândia e Cingapura estão em pauta, assim como o possível TUF japonês.

151

14/11/2013 23:44:58


Nome do capítulo

DESCONFIANÇA E JULGAMENTOS: O PREÇO DE UMA DERROTA

152

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 152

O Esporte que Nocauteou o Boxe

14/11/2013 23:44:58


Desconfiança e julgamentos: o preço de uma derrota

O

lhares fixos. Rostos espantados com o que viam. Respiração inexistente por alguns segundos. A cena do mito no chão ficou na cabeça de todos que acompanharam o duelo. Como o campeão perdeu? Seria armação? A luta foi comprada? Anderson queria se aposentar e entregou o jogo? Centenas de questionamentos rondavam o ex-campeão dos pesos médios. Ainda no octógono, os lutadores cumprimentaram-se ao som de “Born in the USA” — Nascido nos EUA —, de Bruce Springsteen. A música conta a trajetória de um autêntico herói norte-americano e foi escolhida a dedo, pois, naquele 4 de julho, era celebrada a independência do país. Por ironia do destino, o trecho da melodia serviu para Spider. “Nowhere to run ain’t got nowhere to go” — nenhum lugar para fugir, não tenho nenhum lugar para ir. Dias antes do confronto, o brasileiro concedeu entrevista a uma emissora canadense e disse que talvez Weidman fosse o melhor do mundo. De forma irônica, finalizou a entrevista com a seguinte declaração: “Chris Weidman é o novo campeão do UFC”. A frase foi interpretada de várias maneiras pela imprensa mundial e fãs do brasileiro. O vídeo da entrevista ganhou visibilidade, e o que era uma brincadeira virou motivos para acusarem o Aranha de ter entregue o combate. O Esporte que Nocauteou o Boxe

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe.indd 153

153

14/11/2013 23:44:58


“Seis jornalistas decidem vivenciar, por um ano, o mundo de um fenômeno recente. Mais do que explicar a história de um esporte, sentem a necessidade de entender porque um produto desvalorizado virou uma mina de dinheiro em menos de uma década. Mais de sete mil quilômetros percorridos. Cerca de 40 horas de entrevistas com atletas, treinadores, empresários, jornalistas e estudiosos na área de marketing esportivo. Tudo isso, sem contar os momentos nos bastidores de eventos e na vida dos lutadores. Mostrar o nocaute do MMA sobre o boxe é pouco. Aqui, queremos detalhar a batalha entre os dois esportes. Calce suas luvas e entre sem medo neste combate.”

Livro_OEsporte-queNocauteou-Boxe_CAPA.indd 1

“No MMA é difícil você ver uma luta chata. É muito mais show que o boxe.” Junior “Cigano” dos Santos – Lutador do UFC “O MMA está evoluindo bastante, mas vai cair na mesma tendência do boxe. Com ídolos, você tem público. Você não tem ídolos, vai acabando.” Mário Yamasaki – Árbitro de MMA “O MMA pegou a lacuna do ídolo. No boxe, não existem grandes ídolos, falta o grande ídolo. O último foi Tyson, que atingiu todas as classes.” Carlão Barreto – Comentarista de MMA “O lutador, querendo ou não, tem que vender. Ele tem que ser um produto.” Diego Lima – Treinador

o esporte que nocauteou o boxe

Douglas Moraes

Helder Sturari

Kauan Lima

Luis Eduardo Sato

Renato Farias

Rodrigo Alves

“De esporte marginalizado para uma das marcas mais valiosas do mundo. História que começou com conceitos de marketing de uma família brasileira e passou por boas influências no mundo do entretenimento. Virou fenômeno na mão de três americanos, que além das lutas, fizeram um show.

Como o MMA deixou a marginalidade, roubou o lugar dos nobres e ganhou o amor da mídia (além de prometer conquistar o seu...)

O nome de uma organização que se confunde com o da própria modalidade. É difícil descrever os limites de onde um começa e o outro termina. O certo é que o marginal conquistou o lugar do nobre. O boxe perdeu espaço para o MMA. Um trabalho que envolve mídia, um evento bem produzido e que não distancia os protagonistas dos fãs. Tudo pensado para fazer, de dois homens em um octógono, um evento que mobilize multidões, câmeras de televisão e muito dinheiro.”

13/11/2013 22:51:42


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.