Revista Minas em Cena - edição 32 especial

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ESPECIAL

ENTREVISTA Os desafios e o legado do presidente da ABCCMM, Magdi Shaat

EDITORIAL DE MODA Coleção inspirada no Mangalarga Marchador

REPRODUÇÃO EQUESTRE Centro mineiro é reconhecido por orgão governamental

MANGALARGA MARCHADOR

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A Raรงa Oficial de Cavalos do Brasil

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Foto Foto Divulgação/ABCCMM Divulgação ABCCMM


MANGALARGA

UMA PAIXÃO E UM NEGÓCIO

Por Sandra Leão e Helenna Dias

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á oitos anos e em seu segundo mandato até dezembro de 2015, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Magdi Shaat, alia a paixão e a experiência adquirida ao longo dos anos para gerir a entidade. Os resultados da sua administração até os dias atuais podem ser mensurados sob vários aspectos: incremento nos negócios; modernização do sistema de gestão; valorização da raça; criação dos projetos Sela Verde, Mangalarga Marchador para Todos e Brazilian Saddle Horse,

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este último com a missão de promover as exportações de cavalos de sela brasileiros e, também, de equipamentos, acessórios, medicamentos, roupas e serviços que envolvem o segmento de criação de cavalos; a fundação do Museu Nacional do Mangalarga Marchador em Cruzília (MG), entre outras conquistas. Contudo, outros desafios estão por vir. Confira, na íntegra, a entrevista do presidente Magdi Shaat e conheça um pouco mais sobre os planos de investimentos e sobre a raça do melhor cavalo de sela do mundo.

Foto Divulgação ABCCMM

ENTREVISTA


Foto Susi Freitas

MINAS EM CENA - Há quantos anos o senhor atua no mercado do Mangalarga Marchador? MAGID SHAAT - Me associei à ABC-

CMM em dezembro de 1991 e mantenho a minha propriedade, o Haras El Far, em Lavras, Sul de Minas Gerais. Antes de chegar à presidência da Associação, presidi o Núcleo dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador do Sul de Minas, com mandato de 2005 até 2008. Minha gestão frente ao Núcleo me proporcionou uma boa experiência para assumir o cargo na entidade, por assimilar os anseios dos criadores e por sentir que a raça tinha tudo para crescer, se expandir pelo país e fora dele. Neste sentido tinha inúmeros projetos na cabeça, estes foram colocados em prática durante meus dois mandatos e amparado por uma diretoria que acreditava em novas ações que visassem a abertura de mercado para a raça e seu eventual crescimento.

MC - Quais os desafios à frente da Associação? MS - Novos desafios surgem a cada instante. Precisamos estar sempre um passo à frente, num tempo marcado pela agilidade nas comunicações e pelas transformações ultra rápidas. Deixamos um legado, uma base sólida. Mas o trabalho não acabou. Nossa diretoria pretende encerrar o mandato com uma solução para o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para cumprir os compromissos assumidos com o Ministério Público Federal e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Vamos reformular nosso processo eleitoral, modernizar o nosso Estatuto e ainda resguardar nosso patrimônio e nossa Associação de quaisquer dificuldades futuras. Também é nosso intuito preservar nossas conquistas, incluindo o Museu. Seria oportuno, ainda, a revisão do Regulamento de Exposições e do Ranking, e a criação de um novo

portal para a ABCCMM. Ficaríamos satisfeitos se conseguirmos implantar na Associação a ISO 9001. MC - Depois que o Mangalarga Marchador foi tema do samba-enredo da Beija-Flor, no carnaval do Rio, é possível dizer se houve mudanças para a entidade e, consequentemente, para a raça? MS - Tivemos uma excelente fonte de divulgação, fato comprovado pelos números alcançados com audiência e abrangência mundiais. Nunca na história da raça foi feito um trabalho de marketing deste vulto. Quisemos mostrar, com o desfile, que o Marchador faz parte da cultura brasileira, um patrimônio do nosso país e, para isso, juntamente com a Beija-Flor, foi feito um trabalho sério com base em informações e fontes oficiais e técnicas. No nosso ponto de vista, quanto maior é a divulgação, melhor é o retorno no aumento de criadores, adesão de no5


Foto Top 2000 Marchador

vos sócios, e maior movimentação entre criatórios. Podemos dizer que o retorno foi muito bom. Milhares de telespectadores, de 120 diferentes países, acompanharam a transmissão do evento, e ficaram conhecendo o Mangalarga Marchador. Fizemos um marketing abrangente e agressivo, com repercussão mundial. MC - Em relação à 33º Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, é possível mensurar os resultados? MS - Promovemos um dos maiores eventos equestres da América Latina, entre julho e agosto deste ano, no Parque da Gameleira (BH). A exposição teve como tema central o Cavalo Nacional, uma referência à Lei nº 12.975, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, que decretou a Mangalarga Marchador como a raça nacional de cavalos. No ano em que comemoramos 65 anos de atividades da ABCCMM, estiveram reunidos no parque 1.500 animais, que participaram de concursos de marcha, julgamentos de morfologia, provas funcionais e sociais oriundos de todas as regiões do país. Durante 11 dias, recebemos 145 mil visitantes, entre eles, 6

uma comitiva de criadores americanos, canadenses e italianos. A exposição movimentou R$ 10 milhões em negócios ocorridos nos leilões, shoppings de animais e vendas diretas entre os criadores. Na ocasião, foi oficializada parceria inédita, desta vez no mundo da moda, entre a ABCCMM e o estilista Victor Dzenk, que terá no Mangalarga Marchador fonte de inspiração para a sua coleção de inverno 2015. MC - Em relação à nova lei declarada pela presidente Dilma, que consolida o Mangalarga Marchador como raça nacional, quais os ganhos? MS - O Mangalarga Marchador já tem feito muito sucesso lá fora, mas com essa declaração pública da presidente, assumimos uma função ainda mais importante perante o mercado nacional e internacional. A lei vai ajudar principalmente quando falarmos que a raça é um produto, reconhecido e puramente brasileiro, seguindo o exemplo do queijo Canastra, café e cachaça, os quais têm uma receptividade grande lá no exterior. Isso aguçará a vontade das pessoas em conhecer o melhor cavalo de sela do mundo.

“RESPIRO O MANGALARGA MARCHADOR NOITE E DIA. ESTÁ NO SANGUE. TRATA-SE DE UMA PAIXÃO E UM NEGÓCIO”


Foto Eugênio Sávio

MC - A que o senhor atribui a posição de Minas Gerais como o principal estado na criação do cavalo? MS - Este fato está diretamente ligado à própria origem do

Mangalarga Marchador, que é do Sul de Minas. Criar a raça faz parte da cultura de quem mora no estado, seja daqueles que vivem na capital e com propriedades no interior ou daqueles cuja origem é rural. MC - Sobre a exportação dos embriões, qual é a importância em entrar para o cenário internacional? MS - A abertura de novos mercados. Tendo em vista o grande interesse de criadores e usuários estrangeiros pela raça e as atuais restrições sanitárias de determinados países, o envio de materiais de multiplicação (sêmen e embriões congelados) tornou-se uma alternativa viável. A utilização de éguas receptoras de outras raças e o preço reduzido do transporte do material genético também atraíram os investidores. MC - O que o cavalo Mangalarga Marchador representa para o senhor? MS - Sou egípcio e minha família sempre teve fortes ligações com o cavalo. Descobri no Mangalarga Marchador o melhor cavalo de sela do mundo. Um animal que serve para cavalgadas, passeios e para provas funcionais. Um animal completo, além de ser resistente, dócil, de andamento macio e de uma beleza singular. Respiro o Mangalarga Marchador noite e dia. Está no sangue. Trata-se de uma paixão e um negócio.

MC - Qual legado o senhor deixa para a Associação? MS - Fizemos um bom trabalho para o incremento da ABCCMM não só no número e na qualidade dos animais, mas também com a entrada de novos associados, abertura de novos mercados, bem como a adaptação da entidade face às novas demandas. A entidade tem crescido em 20% ao ano em número de sócios. Hoje somos 9.200 associados. Realizamos também diversos projetos com destaque para o desenvolvimento de um novo software de gestão iniciado em 2009 e totalmente consolidado dois anos depois. O sistema passou a oferecer segurança nos mesmos moldes da praticada por bancos. Com isso, processos envolvendo documentos que demoravam de cinco a oito dias, em média, passaram a ser resolvidos em questão de dois a dois minutos e meio. Implantamos também um sistema de gestão de eventos. Em 2011, conseguimos colocar em operação a resenha eletrônica e as informações passaram a ficar mais transparentes para todos os sócios. Melhoramos em demasia o atendimento aos associados por meio da regionalização. Instituímos em 2009, a chancela de leilões, uma forma idealizada pela Associação de garantir a idoneidade dos animais vendidos em pregões e de arrecadar recursos para utilização em projetos de fomento e divulgação da raça. Hoje 1% do que é gerado em vendas vai para o caixa da entidade para esta finalidade. Criamos os cursos de Formação por competência, para minimizar um dos grandes gargalos da criação de cavalos, que é formação de mão de obra especializada. Os cursos do projeto Mangalarga Marchador para Todos também caminham nesse sentido, atendendo não só tratadores e apresentadores de animais como também os novos associados e estudantes. 7


Foto Clau Silva

“A PARTICIPAÇÃO NO EXTERIOR MAIS RECENTE DA RAÇA FOI EM NASHIVILLE, TENNESSEE (EUA) (...)”

A ABCCMM também criou em 2012, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção, de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o projeto Brazilian Saddle Horse com a missão de promover as exportações de cavalos de sela brasileiros e, também, de equipamentos, acessórios, medicamentos, roupas e serviços que envolvem o segmento de criação de cavalos. Esta parceria tem sido fundamental para difundirmos a presença do cavalo Mangalarga Marchador no mercado externo de forma consistente e com força total. A participação no exterior mais recente da raça foi em Nashiville, Tennessee (EUA), no mês passado, durante a etapa do Professional Bull Riders (PBR). Esta foi a primeira vez que o Mangalarga Marchador se apresentou em um grande evento norte-americano. Considero esta participação como 8

um desafio cumprido. Agora nossa próxima meta será mostrar nossos animais na última etapa da competição que acontecerá de 22 a 26 de deste mês, em Las Vegas (EUA), por intermédio do projeto Brazilian Saddle Horse. Criamos o projeto Sela Verde em parceria com o Instituto Biotrópicos embasado em ações que pregam o respeito pela conservação da natureza e o bem-estar dos animais, a preocupação com a cidadania e a agregação de valor aos nossos produtos. Fundamos em 2012, o Museu Nacional do Mangalarga Marchador, em funcionamento no casarão da Fazenda Bela Cruz, em Cruzília (MG), berço da raça, e que abriga preciosos detalhes da raça, com fotografias, objetos, mobiliários, documentos de época, faixas, troféus, recursos multimídia, dentre outros artigos. Hoje ele é um centro cultural e turístico do Sul de Minas. MC - Gostaríamos de encerrar a entrevista com algo que não perguntamos, fique à vontade. MS - No próximo dia 08 de novembro, realizaremos no espaço Jurerê Sports Center, em Florianópolis (SC), o VI Marchador Fest. Trata-se de um acontecimento anual realizado pela ABCCMM. Conhecido como o “Oscar da Raça”, o evento homenageia e premia criadores do Mangalarga Marchador e também as inúmeras personalidades que contribuíram e divulgam de forma decisiva a raça pelo Brasil e no mundo. Este é o segundo acontecimento mais esperado do ano, perdendo apenas para a Exposição Nacional. Espero que, por mais uma edição, o Marchador Fest seja um grande sucesso.


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Foto Eugênio Sávio

Foto Eugênio Sávio

Foto Divulgação ABCCMM


ESPECIAL SERTANEJO

A VEZ DE

RACHEL ANTONINI

Por Sandra Leão Fotos Giovanni Bessa

Entre tantas atividades, a mineira se rendeu de vez ao sertanejo universitário e vem encantando o público por onde passa

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antora, compositora, publicitária, atriz, mãe e uma mulher que esbanja simpatia por onde passa de um jeito bem peculiar, cantando. Esta é Rachel Antonini, sucesso nas noites belo-horizontinas com seu sertanejo universitário. A mineira, residente atualmente da casa noturna West Pub, começou a carreira como atriz e trabalhou ao lado de grandes nomes da dramaturgia brasileira, entre eles Rosa Maria Murtinho, Renato Aragão, Reynaldo Gianecchini e Suzana Pires, em peças de teatros, programas e novelas da Rede Globo e Rede Record. Em meados de 2007, depois de um tempo nas capitais fluminense e paulista, voltou para Belo Horizonte e decidiu investir na carreira de cantora, porém ainda não tinha uma identidade musical definida. Seis anos depois, ela se rendeu

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ao gênero musical. “Tinha composições e cantava um pouco de tudo, o que o pessoal pedia nos bares e casas noturnas. Depois fui construindo uma identidade”, conta. A partir daí, o sertanejo a conquistou e sua admiração só veio a crescer. Além de cantar as famosas modas de viola, Rachel também presenteia o público com singles de ídolos como Zezé di Camargo & Luciano, Leandro & Leonardo, e hits atuais desse universo. Atualmente, uma composição está reinando nas noites de Beagá, o Rei do Camarote, e ela garante que quem assume esse posto é o que se diverte a noite toda. “Tem os que esbanjam dinheiro e mulheres bonitas, é claro. Mas ser o rei é o estado de espírito, é aquele que está feliz com os amigos, e a música fala disso. Qualquer um pode ser o rei do camarote”, declara.


A cantora se autodenomina livre de rótulos e preconceitos e disse apresentar, principalmente em festas particulares, um repertório bem versátil. “Sou muito eclética. Meu gênero é o sertanejo universitário, mas quero fazer a felicidade do público cantando o que eles querem ouvir. E acredito ser o diferencial do show. Sou acessível e comunicativa, e isso gera uma maior proximidade com público”, argumenta. Por trás do sucesso, Rachel conta com uma equipe bem especial e, digamos, familiar. Ela tem como personal stylist a irmã Isabella Coscarelli e como produtor musical o esposo Bernardo Britto, que também é pianista, tecladista e sanfoneiro. “Minha irmã cuida da beleza cênica dos figurinos e meu marido fica encarregado de todos os arranjos do show. São grandes parceiros e pessoas ‘chave’ para tudo isso”, comenta. Perguntada sobre os momentos marcantes da carreira, ela que não deixa de fazer uma oração antes de entrar no palco, enumera alguns e diz que pisar no palco pela primeira vez foi inesquecível. “Senti o clima de como é estar ali, e a partir desse dia percebi que tinha nascido para isso, que não iria ser tão feliz fazendo outra coisa”. Ainda sobre o trabalho, disse estar satisfeita com o resultado e o carinho dos fãs. “Realmente estou muito realizada com o trabalho como esse em minha cidade natal e em ter o reconhecimento do público”, finaliza. 11


ESPECIAL SERTANEJO

OS GOIANOS DAS GERAIS

Por Helenna Dias Fotos Giovanni Bessa

Os irmãos fincaram raízes na capital mineira e aqui buscam consolidar a carreira musical

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á 15 anos na estrada, a dupla sertaneja Clayton e Romário chegou até Beagá com o intuito de consolidar carreira em terras mineiras. Mas antes de fincar raízes por aqui, os irmãos tiveram uma breve passagem pela cidade de Barretos (SP), uma temporada de seis meses na Espanha e de volta ao Brasil desembarcaram em Guarapari (ES). Não era uma questão de escolha, e sim de tempos muito difíceis. Desta época, os cantores contam que tudo serviu de aprendizado e para deixá-los ainda mais forte. Ainda na “praia dos mineiros”, a pretensão era ficar por três meses e depois seguir viagem para São Paulo. Foi então nessa época que o destino acenou novos caminhos para a dupla. “Nossa intenção era ir para a capital paulista, mas à medida que o nosso trabalho foi sendo reconhecido várias pessoas

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nos diziam que precisávamos vir para BH, que aqui era o nosso lugar. E não deu outra, vimos pra cá”, conta Romário. Ainda bem!

Antes, um parêntesis. Tão importante quando saber cantar é a escolha do nome artístico ou, neste caso, da dupla sertaneja. Então que tal a dupla Cassildo & Carlitos? Pois é, quando os irmãos nasceram o pai queria dar nome aos filhos de Cassildo e Carlitos. Por que? “Acho que ele já pensava em formar a dupla, mas, graças a Deus, minha mãe não deixou, pra nossa sorte. Minha mãe é uma pessoa muito abençoada”. Mas posso divulgar essa informação? “Pode, claro! Vamos ser zuados pela turma, mas tudo bem, faz parte (risos)”, comenta. Ficaria assim, Cassildo e não Clayton, e Carlitos para Romário.


Recomeçando em BH

Em 2006, quando chegaram na capital mineira, eles já eram esperados para cantar em uma casa de shows, além do apoio especial de um amigo. “O Ronaldo (da Rádio Liberdade) nos deu muita força e aos poucos os convites foram surgindo”, revela Romário. Porém, o rumo da carreira da dupla começou a mudar de fato há cerca de quatro anos. Em 2009 gravaram o primeiro CD e DVD profissional, intitulado Só Tá Começando. Três anos depois veio o álbum Só as melhores e, a partir de então, Clayton & Romário tiveram uma projeção maior. “Com esse trabalho, muitas portas foram abertas e nosso trabalho começou a ser reconhecido”, declara Romário. O mais recente CD, Casulo – Vou Voar, é 70% autoral e tem participação especial dos conterrâneos Guilherme & Santiago. O início de tudo

A carreira precoce começou aos cinco anos para Clayton e aos oito para Romário, sempre amparados pela família e, talvez um pouco mais pelo pai, que sempre quis cantar e tinha o hábito de comprar instrumentos para os filhos, para incentivá-los. “Meu pai sempre quis cantar, o problema é que ele é muito desafinado (risos)”, confidencia Romário. Aproveitando a deixa, disse que eu também sou desafinada até para bater palmas. “Ah, então você

pode fazer a segunda voz com o meu pai”, brincou. E logo emendei, “Não Romário, no mínimo poderia fazer a terceira voz e olhe lá”. Concluindo o assunto sobre o pai, completa: “Foi ele quem nos deu um norte, tomou as rédeas da nossa carreira”.

rio nos dias atuais. “Costumo falar que ainda vivemos com muitas dificuldades, mas quando olho para trás elas são bem menores do que há quatro anos. Temos uma expectativa muito grande e é isso que nos motiva a continuar”, declara. Repertório

“NUNCA INVESTIMOS EM OUTRO ESTADO COMO EM MINAS GERAIS. QUEREMOS CONTINUAR AQUI, TER UM ESCRITÓRIO QUE CUIDE DA NOSSA CARREIRA (...)”

E mesmo com os tropeços comuns para quem opta pela carreira artística, hoje, servem de parâmetro na hora de valorizar o que é a dupla Clayton & Romá-

Mais maduros, até mesmo pelas circunstâncias e pelo o que a estrada os ensinou, Romário conta que no início, ele e o irmão cantavam um pouco de cada gênero musical. Mas, recorrendo à máxima popular de que em Goiás basta ‘balançar uma árvore e já cai uma dupla sertaneja’, a veia sertaneja falou mais alto. Daí, também, a identificação com o público mineiro. “Incluímos no nosso repertório a moda de viola, o mineiro gosta muito de música de raiz. Temos que cantar mesmo o que o povo quer ouvir, mas temos também que mostrar coisas novas, porque o que hoje é desconhecido pode ser conhecido amanhã”, argumenta. Gratidão

Eles fazem questão de falar sobre a calorosa acolhida dos mineiros e, de fato a agenda no site da dupla mostra um show atrás do outro. “Nosso maior público está aqui. Nunca investimos em outro estado como em Minas Gerais. Queremos continuar aqui, ter um escritório que cuide da nossa carreira. E futuramente fazer carreira nacional”, afirma. 13


Foto Banco de Imagens

REPRODUÇÃO EQUESTRE

CRIOHORSE

PIONEIRO EM MINAS GERAIS

Por Sandra Leão

O estado conta com o primeiro centro de reprodução equestre credenciado por órgão governamental; a meta agora é a exportação de sêmen e embriões

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primeiro centro de reprodução equestre credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (MAPA-MG), o CrioHorse, tem um motivo a mais para comemorar o sucesso do empreendimento. É que o centro, representado pelo proprietário Márcio Moraes, acaba de assinar contrato com a finalidade de exportar sêmen e embriões congelados para os Estados Unidos, resultado de uma parceria com a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM). A homologação, junto ao órgão governamental, foi concedida há cerca de três meses e, de acordo com Márcio Moraes, o CrioHorse está materializando um projeto do presidente

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da ABCCMM, Magdi Shaat, quando serão enviados, até março de 2015, a primeira remessa de 50 embriões. “Estamos orgulhosos em sermos os pioneiros em Minas Gerais. Me atrevo a dizer que a história do Mangalarga Marchador vai se dividir em duas, antes e depois do início da exportação de embriões congelados”, afirma entusiasmado. Reforçando a fala do empresário, o médico veterinário Renan Reis, um dos profissionais do centro, acrescenta: “abre-se uma nova oportunidade aos criadores para expansão dos negócios. São novas possibilidades, não iremos atender apenas o mercado interno, agora é possível também exportar o embrião”, afirma.


Foto Divulgação

Comitiva de estrangeiros no Criohorse

Renan explica que, atualmente, o centro realiza todas as atividades ligadas à reprodução de equinos, entre elas, inseminação artificial com sêmen fresco, refrigerado e congelado, e também a técnica de transferência de embriões. “Duas técnicas são consideradas diferenciais na central, como o início os testes de fertilidade do sêmen congelado, que é uma novidade no mercado, e o credenciamento junto ao MAPA, oferecendo o serviço de exportação de sêmen e embriões congelados”, afirma o veterinário. Diferenciais

Vários fatores pesam na escolha de um centro para o procedimento de reprodução em equinos, ao considerar que a maioria dos haras conta com atendimento veterinário em domicílio. Entre os critérios pela preferência do CrioHorse, o cliente busca um serviço de qualidade com profissionais de grande experiência; o centro também viabiliza oportunidade de negócios que acontecem em toda estação reprodutiva (comércio de sêmen e óvulos); infraestrutura completa com espaço e nutrição de qualidade para

os animais; grande volume de embriões, e ainda oferece um alto índice de confirmação desses embriões. Ou seja, uma grande probabilidade de dar certo a inseminação, e também, claro, em algumas fazendas o criador não conta com uma mão de obra médico-veterinária qualificada para atender sua demanda, por isso a procura pelo centro.

“OS CLIENTES QUEREM UM SERVIÇO DE REPRODUÇÃO DE QUALIDADE, PROFISSIONAIS COM GRANDE EXPERIÊNCIA TRABALHANDO COM SEUS ANIMAIS (...)” 15


Márcio Moraes, Rick Schatz e Magdi Shaat

“Os clientes querem um serviço de reprodução de qualidade, profissionais com grande experiência trabalhando com seus animais e que consigam, dessa forma, atingir os resultados que eles esperam relacionados à produtividade”, justifica Renan.

“É O ÚNICO SEGMENTO QUE JÁ VI, ATÉ HOJE, EM QUE 100% DOS CRIADORES SÃO APAIXONADOS PELO QUE FAZEM, É MUITO INTERESSANTE CRIAR CAVALOS”

em seu pensamento e coração. O estímulo em retornar ao campo passava por uma questão de dar novo fôlego às atividades da fazenda, tendo em vista, sobre sua análise, os altos custos e baixa lucratividade. “Pensei em como viabilizaria isso, e, para mim, a tecnologia foi a resposta. Com ela consigo agregar faturamento em qualquer empresa, e o meu desejo coincidiu com o projeto dos melhores veterinários que conheço. Levaram para o meu conhecimento e eu abracei a causa deles. Se não fosse por eles, não teria coragem de investir o montante aplicado, porque não foi barato. Mas acredito na equipe e no empreendedorismo”, enfatiza. Sobre a paixão pelo que faz, Márcio completa: “é o único segmento que já vi, até hoje, em que 100% dos criadores são apaixonados pelo que fazem, é muito interessante criar cavalos”. Sobre o CrioHorse

Nesse ano, Márcio revela que foram fertilizados cerca de 200 embriões e a previsão é de um número ainda maior para próxima estação de monta - período de atividade reprodutiva das éguas. “Temos uma fazenda totalmente dedicada à central, dependendo do que o mercado demandar vamos fazer investimentos e ajustes, mas, seguramente com poucas adaptações, conseguiremos produzir mil embriões em uma única estação de monta”, comenta. História e paixão pelo que faz

Sobre o início de tudo, Márcio diz por que resolveu investir em reprodução equestre. Movido pelos desafios, conta que nasceu em fazenda, mas precisou sair para trabalhar fora. Porém, o sonho de voltar sempre esteve presente 16

Criado no ano de 2009, o CrioHorse encontra-se no município de São José do Goiabal - a 180 km de Belo Horizonte – e possui 520 hectares de extensão. Dispõe de tecnologia de ponta para atender às exigências dos criadores nos mais diversos serviços ligados à reprodução equina. Uma média de 400 animais é de responsabilidade de um corpo técnico qualificado, formado por quatro veterinários e um auxiliar, dois tratadores e cinco funcionários que cuidam da infraestrutura do centro. Esse time dá suporte e explica de maneira mais didática possível aos inúmeros visitantes da fazenda, inclusive estudantes de várias universidades brasileiras, os procedimentos efetuados no centro. Prova de que é referência no que faz, em 2013, 160 alunos tiveram a oportunidade de acompanhar alguns trabalhados desenvolvidos no CrioHorse.


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NEGÓCIOS

MERCADO

EM FRANCA EXPANSÃO

Fotos Divulgação

Nordeste do Brasil desponta no cenário nacional como a melhor região de marcha picada

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ão é sempre, mas, por via de regra, primeiro trata-se de uma paixão. E esta, por sua vez, vira um negócio com o passar do tempo. O objeto de desejo, neste caso, é o cavalo mangalarga marchador. E foi exatamente nessa ordem o que aconteceu com o sócio e gerente de Marketing do Haras Pérola E Vida Boa, em Vitória de Santo Antão (PE), Fábio Dickson Ribeiro Santos. Nesse segmento há 18 anos, o primeiro contato com a ração se deu em uma cavalgada. “Fui apresentado ao mangalarga em uma cavalgada e me apaixonei pela marcha cômoda para percorrer pequenas e grandes distâncias. Tenho três sobrinhas que gostam de montar e, por isso, o mangalarga marchador foi a melhor opção”, conta Fábio.

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De lá pra cá, o empresário se dedica à eqüinocultura, em particular, à criação do cavalo. Hoje, com um plantel de 45 animais, fala com entusiasmo sobre o crescimento desse segmento. Em especial no Nordeste do Brasil, região que desponta no cenário nacional como a melhor região de marcha picada, atraindo criadores de outras regiões. “O crescimento da raça é o maior nos últimos anos e, com isso, o aumento de criatórios de marcha picada e, consequentemente, maior procura pelos nossos animais. Também podemos atribuir o incremento às provas sociais e a maior participação das mulheres em cavalgadas, devido à comunidade proporcionada pelo mangalarga marchador”, justifica, e acrescenta que a cada ano busca crescer na qualidade e melhoramento da genética.


O setor em números

A fala de Dickson encontra respaldo a partir de dados da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), com sede na capital mineira. De acordo com a entidade, o setor da pecuária que atua com as raças de eqüinos é responsável por movimentar R$ 7,3 bilhões ao ano, o que coloca o Brasil com o terceiro maior rebanho equino do mundo (5,9 milhões de cabeças). A área é responsável por empregar 3,2 milhões de trabalhadores, entre empregos diretos e indiretos. A título de comparação, é seis vezes o número de trabalhadores da indústria automobilística no país. Particularizando os dados para o cavalo mangalarga marchador, o setor gera 43 mil empregos diretos e 200 mil indiretos por meio de 230 eventos anuais, com 16 estados participantes e mais de 9 mil expositores, além de 25 eventos no exterior. Fábio lembra, ainda, do papel de destaque que o país ocupa no agronegócio internacional e, nesse contexto, a equinocultura cresce, sem trocadilho, a galope. E, como resultado, números bastante expressivos para a economia brasileira, fruto do “trabalho da ABCCMM que conta com um maior apoio do governo nas exportações do mangalarga marchador”, contextualiza.

“O RECONHECIMENTO DA RAÇA JÁ ERA ESPERADO, VISTO QUE ESTAMOS SEMPRE À PROCURA DE MELHORAR CADA VEZ MAIS O NOSSO CAVALO (...)”

Reconhecimento nacional

Há pouco mais de quatro meses, o cavalo mangalarga marchador foi reconhecido oficialmente como a raça nacional. Um incentivo e tanto para os criadores que, a partir de então, vislumbram um mercado cada vez mais promissor. “O reconhecimento da raça já era esperado, visto que estamos sempre à procura de melhorar cada vez mais o nosso cavalo. E isso traz, é claro, um número maior de criadores e valores cada vez mais expressivos. Nosso cavalo merece todas as honras. Quando isso acontece movimenta toda uma cadeia de negócios que gira em torno da eqüinocultura”, fala com orgulho. Características

Quanto às exigências para quem deseja adquirir um animal da raça, Dickson argumenta que o cliente procura características como marcha e a genealogia do animal, quando é possível ao interessado perceber a docilidade e o tratamento adotado nos haras de sua responsabilidade. O preço? Custa em torno de R$ 15 mil reais um bom exemplar. E espera, quem sabe, que a paixão venha a se transformar em um negócio no futuro, acompanhado de outras muitas histórias.

Fernando Ottoboni, Alexandre Marroquim e Fábio Dickson

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EDITORIAL DE MODA

Vestindo uma paixão

Lançada recentemente, a primeira coleção da estilista e também figurinista de grandes escolas de samba do carnaval carioca, Eryka Cabral, traz estampas exclusivas e inspiradas no cavalo Mangalarga Marchador. E, tal qual a beleza e imponência da raça, a Villa Marchador busca unir a elegância à paixão de um público fiel e alucinado por cavalos - universo retratado em acessórios e peças versáteis, tanto para o dia ou para a noite.

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Fotos: Juliano Loureiro

Make: Pitty Braga Hair: Bethoven Pego Modelo: Barbara Penido

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