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Mercado de lubrificantes: estagnação em 2021

Mercado de lubrificantes: perspectiva de recuperação só em 2024

Após estagnação registrada em 2021, revendedores mineiros estão pessimistas para este ano

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Oano de 2021 foi de estagnação para o mercado de lubrificantes em Minas Gerais. A avaliação é de Paulo César Jannuzzi, diretor comercial da Bel Lube, uma das maiores revendedoras do estado. “Comparando 2021 com 2020, estagnamos. Não houve crescimento nem declínio”, aponta. A pequena alta de 0,6% indica que o mercado de lubrificantes ficou “flat”.

Os números do setor refletem um cenário nada animador também no Brasil e no mundo, que igualmente registraram queda. Em âmbito global, em 2020, o mercado de lubrificantes havia registrado queda de 10% frente a 2019, e, no Brasil, a redução foi de cerca de 8%. A previsão é que os níveis de comercialização anteriores à pandemia só retornem em 2024. Os dados foram apresentados durante o 14º Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), realizado em outubro passado, que teve como tema “A indústria de lubrificantes no pós-pandemia”. As projeções, por sua vez, foram apresentadas pelo sócio-diretor da Factor Kline, empresa de consultoria estratégica e inteligência competitiva, Sérgio Rebêlo.

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, a perspectiva para o mercado global de lubrificantes em 2021 era de um crescimento entre 5% e 7% (dados fechados em outubro). “Ainda assim, esse crescimento será insuficiente para compensar a queda de 2020”, explicou o consultor. Ele acredita que o crescimento do mercado fique entre 1,5% e 2% ao ano até 2024 e, somente a partir daí, volte aos níveis do pré-pandemia. Tudo, porém, vai depender da evolução da cepa ômicron, que começou a ser detectada no fim do mês de novembro.

Diretor do Minaspetro e também da Bel Lube, Adriano Jannuzzi, não traça boas perspectivas para 2022. “Estamos sentindo uma redução da demanda. E não há muitas perspectivas para o presente em virtude do cenário econômico do pós-pandemia e também da própria situação do Brasil, no que diz respeito à política e à economia. E 2022 é ano de eleições presidenciais. A perspectiva é de continuidade e, talvez, até de um agravamento”, avalia o diretor.

CONSUMO EM QUEDA

Paulo César Jannuzzi acrescenta que, em 2020, no auge da pandemia, o mercado de lubrificantes em Minas registrou queda em volume de vendas em torno de 15% a 18%. Em 2021, o “tombo” ficou entre 6% e 8%. “O que impactou o setor foi a alta de preços. Os lubrificantes tiveram na ponta reajuste em torno de 30% na comparação com 2020”, diz. Ele confirma que o aumento foi integralmente repassado ao consumidor e conta que já vê mudanças no comportamento do mercado.

“Em relação ao consumo, a gente vê uma queda, que é influenciada tanto pelos preços dos sintéticos e semissintéticos, que são produtos de maior valor agregado, quanto pelos constantes reajustes”, acrescenta o diretor comercial da Bel Lube.

Adriano Jannuzzi vai mais longe em sua análise. “Teremos no mundo pós-pandemia o mesmo que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial: recessão e um cenário de muitos desafios. É um momento em que as empresas têm que se reinventar ainda mais. Têm que usar todo um ecossistema de inovação, considerando ainda que vivemos uma transformação digital, que influencia os hábitos dos consumidores e abre novas perspectivas de mercado”, diz o diretor do Minaspetro.

Não por acaso, a Bel Lube está investindo em canais digitais e em novas estratégias de e-commerce. Para isso, é preciso quebrar paradigmas do setor de lubrificantes, que até então concentrava seus negócios na figura do representante de vendas. “Agora, o desafio é fazer com que nosso cliente interaja

“Não há muitas perspectivas para o presente em virtude do cenário econômico pós-pandemia e também da própria situação do Brasil, no que diz respeito à política e à economia”

ADRIANO JANNUZZI DIRETOR DO MINASPETRO

mais conosco nas plataformas de e-commerce”, revela o diretor comercial.

CENÁRIO NOS ESTADOS

Revendedores de estados como Espírito Santo e São Paulo também relatam um cenário preocupante. De acordo com Paulo César, distribuidores capixabas registraram uma redução no volume de vendas de cerca de 70% em 2021, e colegas paulistas, 80%. “O mercado está muito retraído”, afirma.

Para o diretor comercial, mesmo com o avanço da vacinação no Brasil, a retomada está sendo lenta. “Observamos que o consumo não está evoluindo. Até o início de 2020, vínhamos com um crescimento muito forte, principalmente em razão da demanda do agronegócio. De lá para cá, a procura vem caindo, e o primeiro semestre de 2022 ainda vai ser bem fraco”, prevê.

Em dezembro, as petrolíferas anunciaram um reajuste de cerca de 8% no preço dos lubrificantes. Se o aumento se concretizasse, o setor teria que repassá-lo integralmente ao consumidor. “Isso, em média, porque há mercados que vão ter que subir mais”, conclui Paulo César.

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