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Artigo
O carro elétrico é meu e ninguém tasca! Assinado: revenda de combustíveis
Arquivo pessoal
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Roberto James
Especialista em comportamento do consumidor
@canaldoerrejota
Canal do ErreJota
Quem disse que combustível só pode ser gasolina, etanol e diesel? Tudo que for usado para movimentar veículos é combustível e, se for combustível, eu venderei no meu estabelecimento.
Parece ensaiado, mas essa deveria ser a atitude de todo revendedor que fosse perguntado pelo carro elétrico. Negar, deixar de se informar, simplesmente ouvir aqueles que pensam diferente e negam o que está acontecendo no mundo pode ser danoso para o seu negócio. A Revenda tem que assumir o controle e o processo de eletrificação dos veículos e não simplesmente esperar para ver o que vai dar. Não são um, dois ou três fatores que já demonstram que o carro elétrico será uma realidade muito em breve.
A quantidade de veículos rodando cresce a cada ano. A tecnologia tem resolvido os principais problemas relacionados à popularização dos veículos. A Europa, que está passando apertos por causa da guerra da Ucrânia, já está renunciando às metas ambientais para se adaptar às energias poluentes enquanto acelera a produção de outras energias que antes eram consideradas alternativas e que hoje estão na mira dos principais países. O Brasil segue firme na geração de mais energia limpa.
Se você tem dúvidas de que o carro elétrico vai se popularizar em breve, vamos desmistificar alguns pontos importantes, perguntando ao maior especialista do mundo inteiro: O CONSUMIDOR!
“As baterias não têm muita autonomia, não vai pegar enquanto ela não substituir os veículos do ciclo otto” – disse um grande especialista do mercado de automóveis. Se o consumidor tem tanta preocupação com autonomia, por que mais de 80% dos clientes dos postos não completam o tanque todas as vezes que vão abastecer? Se a primeira preocupação fosse a autonomia do carro, eles dariam um jeito de sempre completar. A verdade é que quem se preocupa com isso são apenas aqueles que percorrem grandes distâncias: vendedores, autônomos, taxistas, motoristas de aplicativos, freteiros, entre outros. A maioria dos consumidores percorre pequenas distâncias. E você sabe qual é a média nacional brasileira por dia? Trinta e cinco quilômetros, levando em consideração dias úteis, finais de semanas e feriados. Se as baterias oscilam entre 190 km e 350 km de autonomia, significa que o consumidor pode levar mais de uma semana para voltar a carregar seu veículo. Será que a autonomia das baterias é realmente uma preocupação dos consumidores? Não!
“O carro elétrico polui mais que o carro de combustível normal, portanto, não faz sentido optar por um carro elétrico para poluir menos” – disse um especialista do mercado de petróleo brasileiro. Realmente, temos um combustível muito amigo do meio ambiente, que é o etanol, mas o mercado convencionou que seu preço deve diferir da gasolina para ser “bom para o consumidor” que não se importa com o apelo ambiental. A primeira prova de que, em seu processo de decisão de compra, o consumidor não leva em conta, como fator determinante, as características ambientais de produção do veículo, combustíveis e assessórios.
Nas pesquisas mais recentes foi comprovado que o consumi-
dor brasileiro tem aumentado sua preocupação ambiental e aceita pagar mais caro por produtos que tenham em sua essência o respeito ao meio ambiente, mas essa percepção ainda não chegou aos automóveis, combustíveis e lubrificantes. Isso mostra que, apesar de termos um consumidor mais consciente, este não se preocupa muito com a poluição gerada pelos veículos, o que faz com que não esteja dentro do processo de escolha do consumidor brasileiro a decisão de comprar um carro elétrico simplesmente por ser menos poluidor que o de motor a combustão.
Existem outras questões que são muito exaltadas pelos especialistas, mas é preciso antes ouvir o consumidor. Se quiser saber mais sobre esse assunto e ter acesso a mais outros conteúdos, basta me seguir nas redes sociais ou participar das minhas palestras em eventos presenciais como os encontros regionais do Minaspetro. Pesquisas apontam que o consumidor brasileiro não decide comprar um carro elétrico simplesmente por ser menos poluidor que o de motor a combustão
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