FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT
JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ
|
ANO XXXII - 356
|
JULHO DE 2019
editorial “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem” [João Guimarães Rosa]
expediente Diretor geral
DOM JOSÉ LANZA NETO Editor
PE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808 Equipe de produção
LUIZ FERNANDO GOMES JANE MARTINS Revisão
S
urpreendentemente, nos espantamos com as mudanças de rota trazidas pelos ventos do acaso. Digo que isso é surpreendente pois parece que quase acreditamos na vida como se ela fosse um estado permanente das coisas, da constância das pessoas e da imutabilidade das situações. Tudo é transitório, passageiro e, mesmo que tentemos nos apegar a algo, tudo se esvai pelos dedos. A experiência histórica nos força a nos entendermos como seres duradouros, mas isso é, no mínimo, um pensamento inocente. A durabilidade de tudo depende muito mais do acaso do que de nosso esforço humano. Por mais que queiramos nos manter em situações confortáveis ou em relações construtivas, tudo isso escapa de nós por uma simples saída de rota ou um tropeço inesperado. Isso não pode, porém, ser argumento
para vivermos com cautela ou imunes às experiências da vida e aos encontros pessoais. Mas, ter a consciência de que tudo um dia irá passar pode fazer de nós, homens e mulheres, mais intensos e abertos à novidade. Jesus de Nazaré, no Evangelho de São Mateus, dá a lição profunda de vivermos intensamente o hoje com tudo o que lhe é peculiar: “não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá sua própria preocupação” (Mt 6, 34). Necessitamos de uma postura mais disposta a acolher o que a vida nos oferece e fazer de nosso esforço pessoal um constante processo de iniciar ininterruptamente novas batalhas e estabelecer novas metas. Não é porque algo não aconteceu do modo que havíamos esperado que não deu certo. A imprevisibilidade da vida é o que a torna fascinante. Se tudo saísse
como o planejado, seria muito sem graça. Gosto de contemplar o crescimento de minha sobrinha de 2 anos, Sophia. Ela raramente repete suas atividades e quase nunca se fixa num modo de construir sua linguagem. Essa capacidade de nos reinventarmos vamos perdendo com nosso amadurecimento junto com nossa capacidade de demonstrar afeto sem cobranças. Se tivéssemos a coragem e a liberdade de agirmos como as crianças, definitivamente não temeríamos o futuro e suas travessuras. O inesperado está por vir para todos nós, a diferença está em como queremos lidar com isso. Nós nos lamentaremos por não termos mais o chão onde estávamos, a companhia que tínhamos ou vamos admirar o horizonte novo que se abre e nos oferece a oportunidade de nos recriarmos numa versão melhor de nós mesmos?
JANE MARTINS Jornalista responsável
ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265 Projeto gráfico e editoração
BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160 Telefone 35 3551.1013
guaxupe.ascom@gmail.com Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal. Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br
voz do pastor
Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé
PALAVRA – CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
N
“O homem não vive só de pão, mas da Palavra de Deus” (Mt 4, 4)
o ano passado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destacou a importância da celebração da Palavra em nossas comunidades. A celebração da Palavra é “verdadeira celebração”, não é somente algo para substituir a missa quando não se tem padre, infelizmente, entendíamos assim. Precisamos recuperar o entendimento de que nos alimentamos da Palavra de Deus e que bom seria se tivéssemos pessoas, lideres, agentes e ministros da Palavra em todas as comunidades que pudessem, de modo ainda mais profundo e dinâmico, partilhar sua experiência eclesial com a Palavra nas comunidades. É preciso investir em nossos leigos e leigas, capacitando-os para o entendimento – conhecimento mais profundo na Palavra de Deus – para que possam frutificar em suas vidas e oferecer, através de reflexões e diálogos, uma intensa troca espiritual da mensagem de Deus para nós. Quanto mais leigos e leigas prepara-
2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
dos mais nossas comunidades farão experiências inéditas de Deus e interpretarão a realidade à luz da Palavra. É fundamental e necessário sonharmos com verdadeiras comunidades eclesiais missionárias, alicerçadas na Palavra de Deus, assim como nos lembra o documento 109 da CNBB – as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Essa indicação vai ao encontro da experiência de base das pequenas comunidades, favorecidas e impulsionadas em muitas paróquias nossas com as Santas Missões Populares. Encontramos, ainda, no documento 109 a seguinte afirmação: “‘A Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela (...) O Povo de Deus encontrou sempre nela sua força e, também hoje, a comunidade eclesial cresce na escuta, na celebração e no estudo na palavra de Deus’ (VD 3). Essa centralidade da Palavra na vida das comunidades cristãs é fundamental para a identificação e configuração
com a ‘Palavra [que] se fez carne’ (Jo 1,14). Por isso a Sagrada Escritura precisa estar sempre presente nos encontros, nas celebrações e nas mais variadas reuniões”. (CNBB 109, 146) Em preparação e assimilação para a execução do Plano Diocesano de Pastoral fica o desafio de multiplicarmos abundantemente, em nossas paróquias e comunidades, a Celebração da Palavra de Deus e, onde elas ainda não existam, preparar a comunidade e os ministros leigos e leigas para que concretizem essa experiência de intimidade com a Palavra, criando até mesmo roteiros que gerem verdadeiras e frutuosas celebrações. Sugiro que tenhamos contato com as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da CNBB – 2019-2023, especialmente o capítulo quarto, Igreja em Missão, e os números 150 a 159, que tratam dos encaminhamentos práticos para a consolidação do Pilar da Palavra.
opinião
Por padre Matheus Pereira Júnior, vigário paroquial em Nova Resende
“NO PRINCÍPIO ERA O VERBO, E O VERBO ESTAVA JUNTO DE DEUS E O VERBO ERA DEUS” (JO 1,1)
O
que é o ser humano? É uma indagação que tanto a Palavra de Deus (Sal 8,5) quanto a filosofia fazem. De onde vem o nosso ser, nossa verdadeira identidade? São muitas as vozes, palavras e pensamentos que tentam formar as mentes da sociedade e de cada pessoa em particular. Como exemplos, temos: a mídia, a opinião pública, a cultura e as ideologias. Parece que foram roubados dos homens a reflexão, a consciência, a capacidade de crescer e o censo crítico. A vida humana precisa ser resgatada: do materialismo sem alma, do espiritualismo que não humaniza, da ideologia de gênero, do hedonismo degradante, da falta de sentido e da cultura de morte. O mundo já presenciou muitas revoluções, guerras e promessas de paz que resultaram em mortes, sofrimentos e tragédias. A redenção do homem por si mesmo não funcionou. Deus não deixou de comunicar-se e revelar-se a seu povo. Comunica a si mesmo para que todos estejam em comunhão com Ele. Partilhando com os povos a vida divina e plena. Para isso, é necessário ser superado o cansaço das palavras e vários outros obstáculos. “Contraída a aliança com Abraão (cf. Gn 15, 18) e através de Moisés com o povo de Israel (cf. Ex 24,8), revelou-se ao seu povo eleito por palavras e ações como único Deus verdadeiro e vivo, de tal forma que Israel pôde conhecer por experiência quais os caminhos de Deus para com os homens e, falando Deus pela boca dos profetas, cada vez mais profunda e claramente, os compreendeu e os difundiu amplamente entre os povos” (DV 14). A Palavra de Deus, assim como Deus, possui suas prerrogativas: útil para ensinar, instruir e corrigir (2Tm 3, 16-17). Além disso, do mesmo modo, como as doutrinas seculares se encerram no humanismo (sobretudo ateu), a Escritura converge para Cristo e o Reino de Deus. “A economia do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo, redentor de todos, e de seu Reino Messiânico, para anunciá-la profeticamente (cf. Lc 24,44) e dá-la a conhecer através de várias figuras (cf. 1 Cor 10,11)” (DV 15). Vários homens (Marx, Engels e outros) tentaram ou idealizaram a transformação do mundo. Mas, falharam em seus empreendimentos. Ouve-se muito atualmente que estamos em época de mudanças ou mudanças de época. Mudanças de tal velocidade que não parecem subsistir mais fundamentos, paradigmas e referenciais do mundo e do ser humano. Com efeito, a Palavra de Deus não muda, e sua força transformadora em cada pessoa e no
cosmos também. Talvez, não haja motivos para se amedrontar diante da aceleração das inovações da cultura moderna ou pós-moderna. Uma leitura atenta do livro do Gênesis mostra que Deus não terminou a criação; “Ela é criada em estado de caminhada (“in statu viae”) para uma perfeição última a ser ainda atingida, para a qual Deus a destinou” (CIC 302). Nesse sentido, o homem é co-criador junto de Deus. De forma que, seguindo as orientações do último Concílio (Vaticano II), há a promoção de um diálogo com a cultura hodierna e abertura prudente ao mundo. Quase antevendo o ministério petrino do papa Francisco, a Igreja, serva e casa da Palavra, não mais condenou nem deu a excomunhão a ninguém. Por isso, junto ao mistério da Revelação de Deus, pela força da Palavra de Deus, o homem pode e deve deixar-se formar pela Palavra encarnada do Pai e pelas Sagradas Escrituras, com o objetivo de iniciar, neste mundo, o Reino dos céus, transfigurando toda a realidade criada: economia, cultura, política e sociedade. Diante de duas Guerras Mundiais (com a participação de cristãos, católicos ou não), a revolução sexual, a perda de sentido existencial, o ateísmo prático ou teórico e tantos outros fenômenos, a vida humana parece estar mergulhada no tédio existencial . Logo, resultam os sin-
tomas: desespero, cansaço, desânimo, apatia, mediocridade e preguiça. Não obstante todo esse cenário sócio-cultural, o homem ergue-se de suas cinzas. Viktor Frankl , Charles de Foucauld, Edith Stein, santa Teresa De Calcutá, são João XXIII e são Paulo VI são alguns dos exemplos de superação das crises e adversidades. Como negar a influência direta ou indireta da Palavra de Deus? Do Verbo escrito e encarnado? Quanto impulso os movimentos deram à Igreja, ao povo de Deus e ao mundo! De certa forma, também foi desejo dos padres conciliares despertar o amor pela leitura, estudo e meditação da Palavra de Deus, resgatando a criatura humana, a imagem e a semelhança com Deus. Conforme diz a Gaudium et Spes (22), em Cristo está o verdadeiro paradigma do que é o humano, e Cristo está, também, em sua palavra que pode mudar a realidade. “Quanto mais soubermos colocar-nos à disposição da Palavra divina, tanto mais poderemos constatar como o mistério do Pentecostes se está a realizar ainda hoje na Igreja de Deus. O Espírito do Senhor continua a derramar os seus dons sobre a Igreja, para que sejamos guiados para a verdade total, desvendando-nos o sentido das Escrituras e tornando-nos anunciadores credíveis da Palavra da salvação. Na Palavra de Deus, também nós escutamos, vimos e tocamos
o Verbo da vida. Por graça, acolhemos o anúncio de que a vida eterna se manifestou, de modo que agora reconhecemos que estamos em comunhão uns com os outros, com quem nos precedeu o sinal da fé e com todos aqueles que, espalhados pelo mundo, escutam a Palavra, celebram a Eucaristia, e vivem o testemunho da caridade” (VD 123). A Palavra de Deus sendo viva e eficaz (Hb 4,12) é a levedura que age no cosmos, nas mentes, nos povos e nações. Por ela, São Jerônimo se consagrou, por seu testemunho muitos partiram em missão, derramaram seu sangue. Tudo pelo Verbo que se fez homem. Para que todo o mundo se torne Eucarístico, por meio de sua Palavra. Referências: Catecismo da Igreja Católica. Edições Loyola. São Paulo, 2000, p. 90. Compêndio do Vaticano II Constituições decretos declarações. Vozes. Rio de Janeiro, 2000. Constituição Dogmática Dei Verbum Sobre a Revelação Divina. (p. 184-185). Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” Sobre a Igreja no mundo de hoje (p. 164). Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini do Santo Padre Bento XVI. Ao Episcopado, Ao Clero, Às Pessoas Consagradas e aos Fiéis Leigos. Sobre a Palavra de Deus Na Vida e Na Missão Da Igreja. Paulinas, São Paulo, 2010.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
|3
notícias Bispos e coordenadores de pastoral planejam ações pastorais para próximos anos Texto/Imagens: Assessoria de Comunicação – Leste 2
E
ntre os dias 3 e 6 de junho, (arce)bispos, coordenadores diocesanos de pastoral e (arce)bispos eméritos estiveram reunidos em Belo Horizonte (MG) para a Assembleia Anual do Conselho Episcopal de Pastoral do Regional (Conser) Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo). O tema central, Construindo uma ecologia integral, foi inspirado no texto bíblico: “E
Deus viu que era muito bom” (Gn1,1). A pauta incluiu sessões privativas e conjuntas, estudos sobre o tema central, eleições para a Presidência Regional e para as presidências das Comissões Episcopais para o quadriênio 20192023, além da atualização da Ação Evangelizadora no Regional Leste 2, que foi feita a partir de uma avaliação dos últimos quatro anos e das Diretrizes Gerais aprovadas na 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A assembleia elegeu a nova presidência do regional para os próximos quatro anos: Presidente – Dom José Carlos de Souza Campos, bispo da Diocese de Divinópolis (MG); Vice-presidente – Dom Paulo Bosi Dal’Bó, bispo da Diocese de São Mateus (ES); Secretário – Dom Geovane Luís da Silva,
bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG). Durante o encontro, houve a sessão: Perspectivas Teológicas: Luzes e esperanças a partir da Bíblia e do Magistério, assessorada pelo professor e pesquisador de Ecoteologia, irmão Afonso Murad. O intuito foi expor a importância de se realizar atividades eclesiais pensando coletivamente, Nova presidência: (à esq.) dom Geovane, dom José Carlos e dom Paulo para que as ações não afetem o ecossistema de maneira negativa. das águas nos rios de água doce e da falta de A partir das reflexões, as províncias ecleconsciência ecológica da população. siásticas puderam se reunir para discutir e Visita a Brumadinho – O dia 5 de junho, partilhar experiências relacionadas à ação em Dia Mundial do Meio Ambiente, foi marcado prol da ecologia. Dentre algumas respostas, por uma visita a Brumadinho (MG) e um modestacam-se iniciativas em decorrência do mento de oração junto à comunidade. rompimento de barragens, da contaminação
CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO LANÇA DOCUMENTO SOBRE A QUESTÃO DE GÊNERO Texto/Imagem: Vatican News
F
oi publicado no dia 10 de junho o novo documento da Congregação para a Educação Católica Homem e Mulher os criou. Para uma via de diálogo sobre a questão de gênero na educação. Segundo o professor Roberto Zappalà, diretor do Instituto Gonzaga de Milão esse documento se apresenta como uma valiosa contribuição adicional de reflexão (que vai se acrescentar a outros elaborados em precedência) útil para “orientar e apoiar os envolvidos na educação das novas gerações” (n. 5). O foco do documento é certamente sobre uma das “questões mais debatidas sobre a sexualidade humana hoje”, a questão de gênero na educação, como já mencionado no título. No
entanto, a reflexão articulada no documento assume um âmbito mais amplo: a “emergência educativa”, que enfrentamos e que nasce de uma sociedade e de uma cultura cada vez mais pobres em evidência e valores compartilhados, parece agora unir tantos jovens em formação como os adultos que devem educá-los na mesma percepção de viver como “abalados pelas ondas e levados aqui e ali por qualquer vento de doutrina” (Ef 4, 14). Esta emergência denota – nas palavras do Papa Bento XVI – uma verdadeira “carência antropológica”, que tende a nos fazer esquecer que a pessoa humana “é um ser integral e não uma soma de elementos que podem ser isolados e manipulados segundo à própria vontade”. Diante dessa carência antropológica que
determina a “desorientação antropológica que caracteriza difusamente o clima cultural de nosso tempo” (n. 1), a Igreja, com este novo documento, assume e convida a assumir uma atitude de escuta, de reflexão e de proposta para “empreender a via do diálogo sobre a questão do gênero na educação” (n. 6). Nesta antropologia relacional emergem traços fundamentais da antropologia cristã da pessoa, que reconhece “o significado da sexualidade de discriminação e de violência, precisamente porque aprenderam a reconhecer as igualdades das pessoas, não negando, mas, sim, respeitando e valorizando as suas diferenças. Neste diálogo, a Igreja participa com a convicção de que cada interlocutor “tem algo
de bom a dizer” e que, portanto, é necessário “dar espaço ao seu ponto de vista, à sua opinião, às suas propostas, sem cair, obviamente, no relativismo”. E precisamente por isso, como “perita em humanidade”, a Igreja quer oferecer a todos “o que possui por si mesma: uma visão global do homem e da humanidade”, convencida de que só um diálogo aberto e respeitoso, enfrentado sem medo nem radicalismo ideológico, pode contribuir verdadeiramente para uma compreensão mais profunda da sexualidade humana.
PROVÍNCIA REALIZA REUNIÃO DE AVALIAÇÃO DA DIMENSÃO LITÚRGICA NAS DIOCESES Informações e imagem: padre Gledson Domingos
N
o dia 11 de junho, foi realizada, no Seminário Santo Antônio, em Pouso Alegre, a 2ª Reunião da Equipe Provincial de Liturgia da Província Eclesiástica de Pouso Alegre, com a presença dos professores de Liturgia da Faculdade Católica de Pouso Alegre e dos seminários, além dos padres formadores. O encontro anual contou com presença de dom José Luiz Majella Delgado, arcebispo
da Arquidiocese de Pouso Alegre e bispo referencial para a Liturgia do Regional Leste 2 da CNBB. Na reunião, houve uma explanação sobre o conteúdo e a metodologia das aulas na faculdade e nos seminários. Um dos pontos destacados é a multiplicação de propostas que dificultam a comunhão e não são pautadas nas diretrizes das dioceses em relação à
4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
liturgia, inclusive a influência das mídias. “Há uma caminhada comum das três dioceses, mas percebe-se a necessidade de um trabalho de conscientização do clero e também nos seminários sobre a unidade e os fundamentos
da Liturgia na Igreja”, afirmou o padre Gledson Domingos, coordenador do Serviço de Animação Litúrgica da Diocese de Guaxupé.
notícias ENCONTRO DIOCESANO DE CATEQUISTAS É REALIZADO EM MUZAMBINHO Texto e Foto: Pascom Muzambinho
N
o dia 23 de junho, aconteceu, na cidade de Muzambinho, o Encontro Diocesano para Catequistas, conduzido pelo padre Jean Poul, coordenador diocesano de pastoral da Diocese da Campanha. O conteúdo do projeto Viver em Cristo foi apresentado para mais de 700 catequistas de diversas paróquias da diocese presentes no evento. O projeto de dimensão provincial traz um modelo inspirado nas catequeses das primeiras comunidades cristãs (inspiração catecumenal). O encontro iniciou-se com o café da manhã e a oração inicial conduzida pelo setor Areado. O setor Alfenas ficou responsável pela animação do encontro e o setor Guaxupé cuidou da
organização do espaço. “É preciso mudar a mentalidade de que a iniciação cristã é responsabilidade exclusiva da catequese, mas, sim, de toda a comunidade. Logo, é preciso enxergar a catequese não como um evento, mas, sim, como um processo, como tudo o que envolve fé”, disse o assessor. A Província Eclesiástica de Pouso Alegre é pioneira nesse modelo de catequese, já adotado por outras dioceses do Brasil. O encontro terminou às 16h, após a fala do padre Luciano Cabral, assessor diocesano de catequese, e do padre Alexandre José, coordenador diocesano de pastoral.
CONSELHO DE CARDEAIS: NOVA CONSTITUIÇÃO SOBRE A CÚRIA ROMANA Texto/Imagem: Vatican News
A
30ª reunião do Conselho de Cardeais, ocorrida nos dias 25 a 27 de junho, colocou em debate, a nova Constituição Apostólica sobre a Cúria Romana cujo título provisório é Praedicate evangelium que “chegará no mês de setembro ou no máximo até o final do ano, nas mãos do Papa Francisco que depois fará a aprovação final”, disse dom Marcello Semeraro, secretário do conselho. O importante documento pontifício deverá substituir a atual Constituição apostólica Pastor Bonus de são João Paulo II, em vigor desde 28 de junho de 1988, composta por 193 artigos, 2 Adnexum e as sucessivas modificações introduzidas com 3 Motu
proprio de Bento XVI (2011, 2013 e 2013) e 1 Motu proprio de Francisco (2014). Ênfase na missão e consulta “O ponto de virada missionária, fortemente desejado pelo Papa Francisco e já descrito na Evangelii Gaudium”, disse dom Semeraro, “é evidente no esboço do texto em que ressoa o “ide e pregai em todo o mundo”, presente no Evangelho de Marcos que hoje mais do que nunca deve ser lido no contexto em contínua transformação em que o anúncio da Boa Nova deve saber entrar. O prelado também sublinhou a intensa atividade de consulta e escuta para a nova Constituição, que será seguida pela redação do texto definitivo a ser submeti-
do ao Santo Padre para a aprovação final. A próxima Reunião do Conselho de Car-
deais se realizará nos dias 17 a 19 de setembro deste ano.
PADRE JOSÉ EDUARDO É ORDENADO NA GUARDINHA
in memoriam
N
PADRE GAETAN MENARD, SC
Texto: Assessoria de Comunicação | Imagem: Sara Fideles
o dia 29 de junho, na festa litúrgica de São Pedro e São Paulo, a Diocese de Guaxupé acolheu seu mais novo presbítero com a quinta ordenação deste ano, o padre José Eduardo Aparecido da Silva. A celebração eucarística foi realizada em Guardinha, distrito de São Sebastião do Paraíso. Na homilia, o bispo ordenante, dom José Lanza Neto, destacou a humildade do
novo padre aliada à disponibilidade de ofertar seus dons à Igreja diocesana, especialmente à dimensão missionária. Com um discurso emocionado, padre José Eduardo destacou a importância de se manter firme num propósito de fé e confiar na vocação divina. O lema bíblico escolhido para sua ordenação foi inspirado na primeira carta de São Paulo aos Coríntios: “Cooperador na obra de Deus” (1 Cor 3, 9).
O
Instituto dos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus e a Diocese de Guaxupé lamentaram o falecimento do padre Gaetan Menard, SC. Nascido no Canadá e vindo ao Brasil na missão de sua congregação, auxiliou durante muitos anos o padre Pedro Meloni, já falecido, na Paró-
quia Nossa Senhora do Carmo, em Paraguaçu. O padre faleceu no dia 7 de junho, em Paraguaçu. O corpo foi velado na Capela do Juvenato, instituto no qual residiu até seu falecimento. A Missa Exequial foi celebrada pelo bispo diocesano, dom José Lanza Neto.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
|5
em pauta MINISTÉRIO E CELEBRAÇÃO DA PALAVRA
Resumo do documento 108 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
“A Celebração da Palavra de Deus é escuta, meditação, vida, celebração e testemunho. Nossas Comunidades, especialmente, no dia do Senhor, dia da ressurreição de Jesus, entram na dinâmica e graça do Verbo feito morada entre nós. Ela celebra a presença de Deus carne da nossa carne, osso dos nossos ossos, sangue do nosso sangue, o amor livre e gratuito no meio de nós! Ela experimenta que Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra (Hb 11, 3)”, afirma dom Leonardo Ulrich Steiner, ex-secretário geral da CNBB. O ministério da Palavra no Novo Testamento Toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte da evangelização. Por isso, é preciso formar-se continuamente na escuta da Palavra. A Igreja não evangeliza, se não se deixa continuamente evangelizar. É indispensável que a Palavra de Deus
‘se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial’. (EG 174) Nas Igrejas que surgem do anúncio do Evangelho acolhido na fé, homens e mulheres assumem serviços e ministérios. A maioria dos servidores ou ministros que nelas atua, conforme os escritos do Novo Testamento, situa-se no campo da Palavra. (CNBB 108, 16) Chama atenção a tríade apóstolos, profetas e doutores (CNBB 108, 17). No Novo Testamento, dois grupos de pessoas recebem o nome de “apóstolo”, os “Doze” e os missionários itinerantes fundadores de Igrejas. Os Doze, de fato, foram enviados por Jesus durante o ministério público (Mc 4, 14; 6,7-13; Mt 9,35-11,1; Lc 9,1-5) e após a ressurreição (Mc 16, 14-20; Mt 28, 16-20; Lc 24, 44-49). Nos escritos paulinos, são chamados “apóstolos” os missionários enviados por uma comunidade para anunciar o Evangelho. (CNBB 108, 18) Os profetas tinham como tarefa a edificação, a exortação e a consolação ou conforto (1 Cor 14, 3); falavam “em Espírito”, de-
6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
pois de uma revelação proveniente, como os outros dons, do Espírito (1 Cor 14,9-32; cf. v.1) Os profetas forma um grupo particular; devem falar cada um a seu turno, julgar-se e controlar-se uns aos outros e exercer seu carisma segundo a analogia da fé (Rm 12,6); exercem, portanto, o ministério da Palavra nas assembleias litúrgicas com modalidades semelhantes às dos apóstolos e presidentes das comunidades locais. (CNBB 108, 19) Os doutores (...) garantem um ensinamento mais sistemático da Palavra, baseado nas Escrituras, ao estilo dos mestres, doutores e rabinos judeus da época. Parece que a maior parte dos “doutores” conhecidos pelo Novo Testamento eram rabinos convertidos, destacando-se entre eles Paulo (...). (CNBB 108, 20) A eficácia da Palavra anunciada Através do anúncio da Palavra, Deus faz o ser humano conhecer o seu plano de salvação e lhe comunica a graça; não só anuncia a salvação, mas a realiza. (CNBB
108, 23) O Novo Testamento fala da pregação como de uma palavra de vida (Fl 2,16), de salvação (At 13, 26), de graça (At 14,3), de reconciliação (2Cor 5,19), de verdade (Ef 1,13), de perdão e purificação (Jo 15,3). Entretanto, a palavra da pregação pode ser rejeitada. Alguns discípulos, diante do discurso de Jesus sobre o Pão da Vida, disseram: “Essa palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” (Jo 6,60). Ao que Jesus responde: “O espírito é que faz viver, a carne não serve para nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. No entanto, há alguns entre vós que não creem” (Jo 6, 63-64). (CNBB 108, 24) Quando, na força do Espírito, a palavra anunciada é acolhida, tem origem não só uma relação do indivíduo com Deus, mas com outros indivíduos, que também creram no Evangelho. Eis que surge, aí, a comunidade de fé, a Igreja, fruto da palavra anunciada e acolhida. (CNBB 108, 25) O pregador deve ter consciência de que não é ele o agente principal da evangeliza-
Por Assessoria de Comunicação
O ministério da Palavra no ensinamento do Concílio Vaticano II À luz do Concílio Vaticano II, a Igreja no Brasil tem incentivado uma experiência mais profunda da Palavra lida, proclamada, escutada, interpretada e vivida. Lideranças, catequistas e outros ministros, bem como os estudiosos e peritos, têm colaborado para uma maior aproximação, compreensão e vivência da Palavra por parte do povo de Deus. (CNBB 108, 35) Diversos fatores levaram nossas comunidades a valorizar a Celebração da Palavra, sobretudo no Dia do Senhor. Comunidades que, aos domingos, rezavam o terço ou faziam cantorias populares ou outras devoções, aos poucos foram substituindo essas expressões pela Celebração da Palavra, então chamada comumente de culto dominical. Para isso, havia necessidade de alguém que pudesse conduzir, com um ministério específico, a celebração e dirigir a Palavra à comunidade. Com o tempo, em vários lugares, essa pessoa passou a ser identificada como ministro ou ministra da Palavra. Dada a importância que esses ministros foram adquirindo na vida das comunidades, é necessário que a Igreja no Brasil os valorize mais e os qualifique adequadamente. (CNBB 108, 36) Essa prática tornou-se tão comum, que levou muitas pessoas a se perguntarem se a participação na Celebração da Palavra satisfaria o preceito de participar da missa aos domingos, pois desde os primórdios, as comunidades cristãs se reuniam “no primeiro dia da semana” para a celebração da Eucaristia (Lc 24,1.13-35; Jo 20,19-29). (...) Sobre a satisfação do preceito (eucarístico), o cânon 1248 assinala (CNBB 108, 37): Se for impossível a participação na celebração eucarística por falta de ministro sagrado ou por outra causa grave, recomenda-se muito que os fiéis tomem parte na liturgia da Palavra, se a houver na igreja paroquial ou noutro lugar sagrado, celebrada segundo as prescrições do Bispo diocesano, ou consagrem um tempo conveniente à oração pessoal ou em família ou em grupos de famílias conforme a oportunidade. (CDC, cân. 1248, § 2)
A celebração da Palavra de Deus O Concílio Vaticano II recomenda que se realize a Celebração da Palavra de Deus ao longo do ano litúrgico, “especialmente onde houver a falta de sacerdote” (SC 35.4). Essa celebração requer todo cuidado e a devida preparação para que não se perca sua fisionomia litúrgica: cuidado com os ritos e sinais; com os cantos para que sejam de acordo com o espírito da liturgia; com a preparação dos ministérios e serviços, sobretudo o da pessoa que dirige a assembleia, os leitores e os salmistas; com o espaço celebrativo, especialmente atentos ao lugar da assembleia e da mesa da Palavra, onde o Cristo se faz presente (SC 7). (CNBB 108, 57) Como se pode conhecer pela história, as celebrações dominicais da Palavra de Deus não são uma novidade pós-conciliar. Nos anos que sucederam o Concílio Vaticano II, este jeito de celebrar obteve mais difusão e adquiriu maior consistência. As diretrizes e orientações expostas nos documentos da Igreja serviram para suscitar iniciativas pastorais adequadas, de modo que as comunidades cristãs tivessem a possibilidade de reunir-se a cada domingo para a Celebração da Palavra de Deus. (CNBB 108, 58) Reconhecendo a força da Palavra que perpassa a história da salvação e seguindo a “lógica da revelação”, através dos ritos, as comunidades judaicas e cristãs celebram a memória dos acontecimentos salvíficos em sua própria vida. A aliança entre Deus e o seu povo é renovada e atualizada por meio das diversas ações simbólicas. Por essa razão, toda celebração deve conter os seguintes elementos: 1. Deus convoca e reúne; 2. O povo atende e se constitui em assembleia; 3. Deus dirige a sua Palavra; 4. Os fiéis escutam, refletem e respondem professando a sua fé e suplicando; 5. A assembleia louva e bendiz a Deus por suas maravilhas; 6. Deus abençoa o seu povo e o envia em missão. (CNBB 108, 61)
“
A Celebração da Palavra possui um caráter sacramental que se realiza por meio de gestos e palavras intimamente conexos entre si (DV 2; SC 5-8). Este caráter sacramental precisa ser observado, do contrário se poderia comprometer a manifestação da presença e da ação de Cristo, o único sacerdote e mediador da revelação. Por isso, é importante valorizar os gestos e sinais que manifestam a atuação e presença do Cristo que preside essas assembleias: o lugar próprio do ministro que dirige, as fórmulas dialogais entre dirigente e assembleia, as vestes litúrgicas, a arte de celebrar e de conduzir a celebração e demais elementos. É necessário cuidar bem da proclamação da Palavra, como também integrar, movimento e descanso, gesto e palavra, canto e silêncio, expressão e interiorização, ação dos ministros e participação da assembleia. Tudo em ritmo harmonioso, respeitando a maneira de ser da pessoa humana, levando em conta as exigências da comunicação e da cultura do povo. (CNBB 108, 63) Partilha de alimentos ou ágape fraterno O costume de partilhar os alimentos está em sintonia com o ágape fraterno realizado nas primeiras comunidades cristãs. O próprio Jesus sentou-se à mesa para partilhar o alimento com os discípulos, os amigos, os pobres e os pecadores (Mt 9, 9-13; Lc 7, 3638; Lc 19, 1-10; Jo 12, 1-8). Comer juntos é um sinal do Reino de Deus, constrói e consolida a fraternidade. O ágape, porém, não substitui a Comunhão Eucarística; por isso, não se devem distribuir alimentos durante a Celebração da Palavra. (CNBB 108, 105)
Na celebração da Palavra de Deus – como em toda a Liturgia – deve-se manifestar a pluralidade dos dons com que o Espírito anima a Igreja.
“
ção. Este é sempre o Pai, através do Filho, no Espírito. Como João Batista, o pregador precisa reconhecer que é tão somente a “voz”. (Jo 1,23) (CNBB 108, 28) Palavra e sacramento não se opõem nem se confundem. Ambos, cada um a seu modo, são os meios de que o Senhor se serve para comunicar a sua graça, para edificar os cristãos, para construir a Igreja como povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito, sacramento do Reino de Deus no mundo. (CNBB 108, 29)
Orientações pastorais sobre a Celebração da Palavra Todos os ministros, no exercício de seu ministério, têm a missão de promover a participação ativa, plena, consciente, interna, externa, frutuosa dos fiéis na celebração litúrgica. Tudo na liturgia se estrutura e se ordena em função da assembleia. É para servir a assembleia que existem os diversos ministérios, inclusive o ministério ordenado. É por causa da assembleia que
o altar deve ser o lugar central e o ambão deve estar em um lugar visível e elevado. (...) Poderíamos considerar a assembleia a primeira manifestação do Ressuscitado, porque ela é o sacramento primordial de Jesus Cristo que é a Igreja. (LG 26; IGMR 50) (CNBB 108, 111). Na celebração da Palavra de Deus – como em toda a Liturgia – deve-se manifestar a pluralidade dos dons com que o Espírito anima a Igreja. São Paulo afirma: “Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos” (1Cor 12, 4-6). (CNBB 108, 115) É da máxima conveniência que a comunidade eclesial participe no processo de escolha dos ministros e ministras, ao mesmo por meio de seu conselho ou de outra modalidade adequada. (CNBB 108, 123) Os que assumem esse serviço eclesial devem ser escolhidos levando-se em conta suas qualidades de vida em consonância com o Evangelho e a sua aceitação pela comunidade. Devem ter um mandado especial do bispo, que deve dar as indicações oportunas sobre a duração, o lugar e as condições para o exercício dessa função. (CNBB 108, 124) A formação dos ministros e ministras da Palavra Antes de tudo, reafirma-se a necessidade de uma adequada formação integral (nas dimensões humano-afetiva, intelectual, espiritual-litúrgica e pastoral-missionária), inicial e “permanente (no tempo), sistemática (no currículo) e profunda (nos conteúdos)” (CNBB 97, 69), especialmente para ministros da Palavra de Deus. (CNBB 108, 130) Conclusão Na promoção do ministério da Palavra, papel importante continuará a ser desempenhado pelas coordenações da ação evangelizadora pelos párocos e pelas equipes de animação pastoral (diocesanas e paroquiais), em comunhão com o bispo. Na verdade, é palpável a diferença entre dioceses e paróquias que se empenham sistematicamente na criação e no acompanhamento de comunidades; na formação de discípulos missionários; na diversificação de ministérios que possam ser assumidos por cristãos leigos e leigas; na atuação de ministros e ministras da Palavra; no desenvolvimento de uma sadia autonomia, articulando convenientemente valores individuais, liberdade, responsabilidade corresponsabilidade e comunhão. (CNBB 108, 134)
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
|7
sínodo
Por Vatican News
DOCUMENTO DE TRABALHO DO SÍNODO: “AMAZÔNIA PEDE À IGREJA QUE SEJA SUA ALIADA”
O
mundo amazônico pede à Igreja que seja sua aliada: esta é a alma do Documento de Trabalho (Instrumentum Laboris) publicado no dia 17 de junho pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e apresentado à imprensa. O Documento é fruto de um processo de escuta que teve início com a visita do papa Francisco a Puerto Maldonado (Peru) em janeiro de 2018, prosseguiu com a consulta ao Povo de Deus em toda a Região Amazônica por todo o ano e se concluiu com a 2ª Reunião do Conselho Pré-Sinodal, em maio passado. Ouvir com Deus o grito do povo até respirar nele a vontade a que Deus nos chama. O território da Amazônia abrange uma parte do Brasil, da Bolívia, do Peru, do Equador, da Colômbia, da Venezuela, da Guiana, do Suriname e da Guiana Francesa, em uma extensão de 7,8 milhões de quilômetros quadrados, no coração da América do Sul. Suas florestas cobrem aproximadamente 5,3 milhões de quilômetros quadrados, o que representa 40% da área de florestas tropicais do globo. A primeira parte do documento, A voz da Amazônia, apresenta a realidade do território e de seus povos, e começa pela vida e sua relação com a água e os grandes rios, que fluem como veias da flora e fauna do território, como manancial de seus povos, de suas culturas e de suas expressões espirituais, alimentando a natureza, a vida e as culturas das comunidades indígenas, camponesas, afrodescendentes, ribeirinhas e urbanas. Vida ameaçada, ameaça integral A vida na Amazônia está ameaçada pela destruição e exploração ambiental, pela violação sistemática dos direitos humanos elementares de sua população. De modo especial, a
gelização devem ser construídos em diálogo com estas sabedorias ancestrais em que se manifestam as sementes do Verbo. Povos nas periferias O Documento de Trabalho analisa também a situação dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário (PIAV). Segundo dados de instituições especializadas da Igreja (por ex., CIMI) e outras, no território da Amazônia existem de 110 a 130 diferentes “povos livres”, que vivem à margem da sociedade, ou em contato esporádico com ela. São vulneráveis perante as ameaças... do narcotráfico, de megaprojetos de infraestrutura, e de atividades ilegais vinculadas ao modelo de desenvolvimento extrativista. violação dos direitos dos povos originários, como o direito ao território, à autodeterminação, à demarcação dos territórios, à consulta e ao consentimento prévios. Rios, manancial de povos, culturas e expressões espirituais na Amazônia Segundo as comunidades participantes nesta escuta sinodal, a ameaça à vida deriva de interesses econômicos e políticos dos setores dominantes da sociedade atual, de maneira especial de empresas extrativistas. Atualmente, a mudança climática e o aumento da intervenção humana (desmatamento, incêndios e alteração no uso do solo) estão levando a Amazônia rumo a um ponto de não-retorno, com altas taxas de desflorestação, deslocamento forçado da população e contaminação, pondo em perigo seus ecossistemas e exercendo pressão sobre as culturas locais. O clamor da terra e dos pobres Na segunda parte, o documento examina
e oferece sugestões às questões relativas à ecologia integral. Hoje, a Amazônia constitui uma formosura ferida e deformada, um lugar de dor e violência, como o indicam de maneira eloquente os relatórios das Igrejas locais recebidos pela Secretaria Geral do Sínodo. Reinam a violência, o caos e a corrupção. Há quem se sente forçado a sair de sua terra; muitas vezes cai nas redes das máfias, do narcotráfico e do tráfico de pessoas (em sua maioria mulheres), do trabalho e da prostituição infantil. Trata-se de uma realidade trágica e complexa, que se encontra à margem da lei e do direito.
Povos amazônicos em saída A Amazônia se encontra entre as regiões com maior mobilidade interna e internacional na América Latina. De acordo com as estatísticas, a população urbana da Amazônia aumentou de modo exponencial; atualmente, de 70 a 80% da população reside nas cidades, que recebem permanentemente um elevado número de pessoas e não conseguem proporcionar os serviços básicos dos quais os migrantes necessitam. Não obstante tenha acompanhado este fluxo migratório, a Igreja deixou no interior da Amazônia vazios pastorais que devem ser preenchidos.
Território de esperança e do bem viver Os povos amazônicos originários têm muito a ensinar-nos. Reconhecemos que desde há milhares de anos eles cuidam de sua terra, da água e da floresta, e conseguiram preservá-las até hoje a fim de que a humanidade possa beneficiar-se do usufruto dos dons gratuitos da criação de Deus. Os novos caminhos de evan-
Igreja profética na Amazônia: desafios e esperanças Enfim, a última parte do Documento de Trabalho chama os Padres Sinodais da Pan-amazônia a discutirem o segundo binário do tema proposto pelo Papa: os novos caminhos para a Igreja na região.
patrimônio A CRIAÇÃO
Por que o Espírito de Deus pairava sobre as águas Por que, mencionando antes a criatura embora imperfeita, depois se menciona o Espírito de Deus, dizendo antes a Escritura: Mas a terra era invisível e vaga, e as trevas cobriam o abismo, e em seguida como que concluindo: E o Espírito de Deus pairava sobre as águas? Acaso porque um amor pobre e necessitado ama de tal modo que se sujeita às coisas que ama, por isso, ao se fazer menção do Espírito de Deus,
no qual estão compreendidas sua benevolência e amor, está escrito que pairava, para não se pensar que Deus ama suas obras por um amor pobre e necessitado e não por sua grande benevolência? Lembrando-se disso o Apóstolo, ao falar da caridade, afirma que vai indicar o caminho que ultrapassa a todos, e em outra passagem diz: O amor de Cristo que excede ao conhecimento. Portanto, como era conveniente insinuar o Espírito Santo quando se disse que pairava, considerou-se mais cômodo insinuar algo
8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
Fonte: Comentário ao Gênesis – Santo Agostinho
iniciado, sobre o qual se diria que pairava, não em um lugar, mas excedendo e sobrepujando todas as coisas pelo poder. O amor de Deus dá o ser e estabilidade às criaturas Assim, aperfeiçoadas e formadas as coisas a partir daquele início, Deus viu que era bom. Agradou, pois, o que foi feito com benignidade, como com benignidade agradara que fosse feito. Na verdade, são dois os motivos pelos quais Deus ama
sua criatura: para que exista e para que permaneça. Portanto, para que existisse o que permaneceria, o Espírito de Deus pairava sobre as águas; e para que permanecesse, Deus viu que era bom. E o que foi dito sobre a luz, também foi dito sobre todas as criaturas, pois permanecem algumas, superando toda volubilidade do tempo, com a maior santidade, sujeitas a Deus; outras permanecem segundo a medida de seu tempo, enquanto se tece a beleza dos séculos pela morte e sucessão das coisas.
vida pública
Por Flavio Catapani, juiz diretor do foro da comarca de Passos
A EXPERIÊNCIA DE CRISTÃOS NO SERVIÇO PÚBLICO E EM SERVIÇOS ESSENCIAIS
A
o longo de minha caminhada de quase 33 anos no serviço público e com educação religiosa em constante formação, sempre procurei me pautar, dentro de minhas limitações, pelos valores cristãos. Na verdade, desde criança, com o apoio da família, já participava da Igreja, no coral e, com o passar do tempo, minha relação com a Igreja foi se aprimorando e na religião católica busco apoio e ajuda em momentos de fraqueza ou crises de fé. Nesse contexto, tive oportunidade de ser cursilhista, concluir o curso de iniciação teológica e de participar de alguns movimentos da Igreja Católica, principalmente o Encontro de Casais. No Poder Judiciário, atuo há 22 anos e, neste verdadeiro sacerdócio que é a magistratura, me lembro que aos homens, a quem foi confiada a missão de julgar, cabe o direito e o dever de provocado, fazer cumprir as leis, quando espontaneamente não a cumprem as pessoas em relação a seus semelhantes. Lembro-me bem de momentos profissionais particularmente difíceis, até mesmo tormentosos, quando, debruçado sobre casos rumorosos e sempre com muita oração, procurei decidir da melhor maneira possível. Na vida pessoal, as orações ajudaram a superar uma perda irreparável, que foi a morte de um filho, e a caminhada cristã tem ajudado no desempenho de minhas atribuições, com a formação religiosa que muito contribui para resolver os problemas que afligem as pessoas que vivem em sociedade. No cotidiano, diante das dificuldades enfrentadas pelas pessoas, principalmente pelo alto índice de desemprego que assola o país, capaz de gerar conflitos de interesses, e talvez até por falta de políticas públicas adequadas, o Judiciário é cada vez mais procurado. Neste ano de 2019, em que a Campanha
da Fraternidade tem como tema Fraternidade e Políticas Públicas e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27), é preciso uma reflexão mais profunda sobre o que pode ser feito pelo cristão, como colocar isso em prática e as possibilidades de aprimoramento de sua fiscalização, conforme estabelecido pelo texto base. É necessária a participação do leigo na resolução dos problemas sociais e em todo processo de formulação das Políticas Públicas, todavia, quando necessária sua atuação, a Justiça não pode falhar e tem de estar presente diante de todos, ao alcance de todos, pois, em nosso país, aos absolutamente miseráveis, a esperança na justiça é a única coisa que lhes resta. Evidente que, às vezes, são emanadas de-
doutrina social JUSTIÇA
A
justiça é um valor, que acompanha o exercício da correspondente virtude moral cardeal. Segundo a sua formulação mais clássica, «ela consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido» (CIC 1807). Do ponto de vista subjetivo a justiça se traduz na atitude determinada pela vontade de reconhecer o outro como pessoa, ao passo que, do ponto de vista objetivo, essa constitui o critério
determinante da moralidade no âmbito intersubjetivo e social. O Magistério social evoca a respeito das formas clássicas da justiça: a comutativa, a distributiva, a legal. Um relevo cada vez maior no Magistério tem adquirido a justiça social, que representa um verdadeiro e próprio desenvolvimento da justiça geral, reguladora das relações sociais com base no critério da observância da lei. A justiça social, exigência
cisões que não vêm ao encontro das próprias metas da doutrina da Igreja Católica, como a decisão do STF que reconheceu a possibilidade de aborto de feto anencefálico. Por outro lado, a religião gira em torno do social e busca a perfeita comunhão entre Criador e criatura, por meio da união entre as próprias criaturas, que somente se efetiva quando há solução dos conflitos e se restaura a paz social, sem o que não se pode “construir uma sociedade livre, justa e solidária” ou obter o “bem-estar e a justiça sociais”, objetivos fundamentais, não apenas do Estado brasileiro, mas também, e principalmente, da Igreja em relação ao povo de Deus. Por este motivo, é de suma importância o papel do Poder Judiciário que, ao contribuir para que os indivíduos alcancem a cidadania
plena, também auxilia para que participem da cidadania universal, que a todos congrega e irmana para o bem da humanidade, impedindo que a desigualdade social se transforme numa espécie de bandeira para a defesa de projetos pessoais ou de interesses políticos. De forma geral, é necessário que o servidor público desempenhe seu papel na nossa sociedade nesta luta incessante, não poucas vezes frustrante, mas nunca menor ou menos gratificante, de fazer com que todos, na sua batalha por seus direitos, por pequenos que sejam, não apenas se sintam, mas de fato sejam iguais perante a Lei. Que a candeia de cada servidor público permaneça acesa – faça sol, chuva ou sopre o vento!
Fonte: Compêndio da Doutrina Social da Igreja (DSI 201- 202)
conexa com a questão social, que hoje se manifesta em uma dimensão mundial, diz respeito aos aspectos sociais, políticos e econômicos e, sobretudo, à dimensão estrutural dos problemas e das respectivas soluções. A justiça mostra-se particularmente importante no contexto atual, em que o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, a despeito das proclamações de intentos, é seriamente
ameaçado pela generalizada tendência a recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade e do ter. Também a justiça, com base nestes critérios, é considerada de modo redutivo, ao passo que adquire um significado mais pleno e autêntico na antropologia cristã. A justiça, com efeito, não é uma simples convenção humana, porque o que é «justo» não é originariamente determinado pela lei, mas pela identidade profunda do ser humano.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
|9
comunicações aniversários julho Natalício 3 Padre Edimar Mendes Xavier 9 Padre Francisco dos Santos 11 Padre Antônio Carlos Melo 12 Padre Ailton Goulart Rosa 16 Padre José Milton Reis 17 Padre Rovilson Ângelo da Silva 22 Padre José Pimenta dos Santos
28 Padre Juvenal Cândido Martins Ordenação 1 Padre Sérgio Aparecido Bernardes Pedroso 2 Padre Denis Nunes de Araújo 6 Padre Norival Sardinha Filho 9 Padre Edson Alves de Oliveira 10 Padre Antônio Donizeti de Oliveira
15 Padre Robison Inácio de Souza Santos 16 Padre Francisco Clóvis Nery 16 Padre Sidney da Silva Carvalho 16 Padre Weberton Reis Magno 17 Padre Reinaldo Marques Rezende 17 Padre Paulo Carmo Pereira 20 Monsenhor José dos Reis 22 Padre Vinícius Pereira Silva
23 Dom José Geraldo Oliveira do Valle (episcopal) 30 Padre José Ricardo Esteves Pereira 30 Padre Ademir da Silva Ribeiro 30 Padre Sebastião Marcos Ferreira 31 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI
agenda pastoral 4 Reunião do Conselho de Presbíteros - Guaxupé 6 Encontro Diocesano das Equipes Paroquiais de Formação Cristã - Guaxupé Reunião de Coordenações Paroquiais de Catequese - Setores Guaxupé, Passos, São Sebastião do Paraíso, Cássia e Areado 6 - 7 Retiro do Conselho Diocesano da RCC - Petúnia 7 Encontro com representantes dos Setores Missionários – Juruaia Reunião de Coordenações Paroquiais de Catequese - Setores Poços de Caldas e Alfenas 8 Reunião dos Presbíteros dos Setores Alfenas e Areado – Conceição Aparecida 10 Reunião dos Presbíteros do Setor Passos – Paróquia Nossa Senhora da Penha - Passos 11 Reunião dos Presbíteros do Setor Guaxupé – Monte Santo de Minas 13 Reunião do Conselho Diocesano do ECC - Paróquia São Judas Tadeu - Poços de Caldas
15 - 19 3ª Semana Provincial de Liturgia – Passos 17 Reunião dos Presbíteros do Setor Poços de Caldas – Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Poços de Caldas Encontro Formativo de Secretários Paroquiais – Cúria Diocesana 18 Reunião dos Presbíteros dos Setores São Sebastião do Paraíso e Cássia paróquia Nossa Senhora do Sion – São Sebastião do Paraíso 19 - 21 Curso de formação do Cursilho 20 Setor Missionário – Missão Permanente 21 Encontro dos MECE’s - Setor Passos 22 - 25 Formação Permanente do Clero em Brodowski - SP 27 - 28 Encontro Ministério Jovem da RCC - Petúnia 28 Encontro dos MECE’s - Setor Guaxupé
juventude
Jovens Conectados
ANUNCIADO O TEMA DA JORNADA DA JUVENTUDE 2022, EM PORTUGAL
O
papa Francisco anunciou no dia 22 junho os temas escolhidos para o itinerário de três anos das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que culmina com a celebração internacional do evento, a decorrer em Lisboa no verão de 2022. “A próxima edição internacional da JMJ será em Lisboa, em 2022. Para esta etapa de peregrinação intercontinental dos jovens escolhi como tema ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1, 39)”, disse o pontífice, no Vaticano. Francisco falava esta manhã aos jovens participantes no 11º Fórum Internacional da Juventude dedicado ao Sínodo e à Exortação Apostólica Christus Vivit (Cristo Vive), uma iniciativa promovida pela Santa Sé. Em seu discurso, o Papa manifestou a intenção de que esses temas promovam uma harmonia entre o itinerário para a JMJ 2022 e o caminho da Igreja Católica após o Sínodo dedicado às novas gerações [realizado em outubro de 2018]. “Desejo que haja uma grande sintonia entre o itinerário para a JMJ de Lisboa e o caminho pós-sinodal. Não ignorem a voz de Deus, que impele a levantar e se-
guir os caminhos que Ele preparou para vocês. Como Maria, e junto com ela, sejam portadores da sua alegria e do seu amor, todos os dias”, referiu. A edição portuguesa (37ª JMJ) tem como tema uma passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 1, 39) relativa à visita da Virgem Maria à sua prima, Santa Isabel,
10 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
mãe de São João Batista. Em 2020, a celebração da JMJ acontece a nível diocesano nas várias comunidades católicas e o tema escolhido pelo Papa Francisco é “Jovem, eu te digo, levanta-te!” (Lc 7, 14), uma afirmação de Jesus Cristo que surge no contexto de um relato de ressurreição do filho único de uma mulher viúva – uma
situação de particular fragilidade no contexto do mundo judaico de então. Para 2021, com celebração igualmente a nível diocesano, no dia 28 de março, a proposta é a passagem do livro bíblico dos Atos dos Apóstolos relativa à conversão de São Paulo: “Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (At 26, 16). O Papa disse aos jovens reunidos do Fórum Internacional que os jovens são o “hoje de Deus, o hoje da Igreja”. “A Igreja tem necessidade de vocês para ser plenamente ela própria. Como Igreja, são o Corpo do Senhor Ressuscitado, presente no mundo. Peço que se lembrem sempre que são membros de um único corpo, estão ligados uns aos outros e não sobrevivem sozinhos”, assinalou. As JMJ nasceram por iniciativa do papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude. As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.