Boletim Novo Mundo - Fevereiro 2011

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MENSAGEM À COMUNIDADE

“FRATERNIDADE E A VIDA NO PLANETA” Q

uaresma é tempo de escuta da Palavra, de oração, de jejum e da prática da caridade como caminho de conversão, tendo como horizonte a celebração do Mistério Pascal de nosso Senhor Jesus Cristo. A Campanha da Fraternidade é um excelente auxílio para bem vivermos a Quaresma. Com sua metodologia característica do Ver – Julgar – Agir, baseada anualmente num tema, a CF nos oferece uma ótima oportunidade para superarmos qualquer dicotomia entre fé e vida. Com o lema “A criação geme em dores de parto”, a Igreja no Brasil propõe aos cristãos e pessoas de boa vontade a 47ª. Campanha da Fraternidade por ocasião da Quaresma, cujo tema deve ocupar a leitura crítica e orante por mais tempo que os costumeiros 40 dias deste tempo litúrgico. Nos idos de 1979, a CNBB já propunha às comunidades o tema “Por um Mundo mais Humano”, com o lema “Preserve o que é de todos”. Por que, então, dedicar mais uma CF a este tema? Duas respostas soam convincentes não só àqueles que vivem a dimensão da fé, mas também a todos os que se solidarizam com o Planeta. Primeiro, o cuidado com a Natureza é uma atitude fraterna, pois trata do bem estar e da sobrevivência da humanidade, portanto de todos os nossos irmãos e irmãs. Segundo, a natureza criada por Deus é destinada a todos e destruíla é um gesto de desamor ao próximo. O objetivo geral da CF/2011 é contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam

enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta. Dessa forma, a CNBB propõe que todas as pessoas de boa vontade olhem para a Natureza e percebam como as mãos humanas estão contribuindo para o fenômeno do aquecimento global, que provoca mudanças climáticas consideráveis, com sérias ameaças para a vida em geral, e a vida humana em especial, sobretudo a dos mais pobres e vulneráveis. Organismos das Nações Unidas já vislumbram a existência de 50 milhões de “migrantes do clima”. Braços cruzados diante deste e de outros desafios significa, no mínimo, irresponsabilidade para com as gerações futuras, pois há tempo de recuperar a criação, fazer algo em prol da vida no Planeta. Nossa Mãe Terra, Senhor, geme de dor noite e dia. Será de parto essa dor? Ou simplesmente agonia?! Vai depender só de nós! Vai depender só de nós! A noção de sustentabilidade, tão propalada nos meios acadêmicos, pretende harmonizar três vertentes: a economia, o meio ambiente e o bem estar social. Pretende prestar-se como indicadora de um “tipo de desenvolvimento que nos permita viver nos limites suportáveis para a Terra, que são a disponibilidade de recursos naturais e os limites de absorção

de resíduos e poluição, mas também o tipo de desenvolvimento que torne possível a redução da pobreza.” (Cf. LEMOS, Harold Mattos de. Seremos capazes de reduzir o consumo supérfluo? In: Fazendo as pazes com a Terra: qual o futuro da espécie e do planeta? São Paulo: Paulus, 2010, p. 141). Mais um Carnaval se aproxima e tende a nos deixar obnubilados diante da catástrofe das enchentes. Tenhamos nossas lâmpadas acesas, pois como dizia Mahatma Gandhi, “o mundo tem recursos suficientes para atender às necessidades de todos, mas não a ambição de todos.”


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