JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ
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ANO XXXII - 375
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FEVEREIRO DE 2021
expediente
Diretor geral DOM JOSÉ LANZA NETO Editor DIÁCONO JORGE AMÉRICO DE OLIVEIRA JUNIOR Equipe de produção ANTÔNIO CARLOS FERNANDES DANIELA FREITAS DA SILVA EVANDRO LÚCIO CORRÊA JOSÉ EDUARDO DUARTE LUCIANA OLIVEIRA MEZETTI SILVA MARIA ELIETE CASSIANO MOREIRA MARIVALDA CEZÁRIO SANTOS TOBIAS MESSIAS DONIZETE FALEIROS ROBERTO CAMILO ÓRFÃO MORAIS SIMARA APARECIDA TOTI VALÉRIA HELENA ALBINO DA SILVA CORRÊA Revisão VALÉRIA HELENA ALBINO DA SILVA CORRÊA Telefone 35 3551.1013 E-mail guaxupe.ascom@gmail.com Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal. Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br
editorial
A
Campanha da Fraternidade já não é algo novo no agir da Igreja. Em 1961, 3 padres responsáveis pela CÁRITAS idealizaram uma campanha para assistir aos pobres. Essa pequena iniciativa, um ano depois, na Quaresma de 1962, em Natal, Rio Grande do Norte ficou conhecida como a 1ª Campanha da Fraternidade. Foi tão contagiante a iniciativa, que em 1963, a Campanha da Fraternidade já era um compromisso assumido por 16 dioceses do nordeste brasileiro, e então, no ano de 1964, marca também anos difíceis e decisivos para a democracia, a Campanha da Fraternidade foi lançada a nível nacional pela CNBB. O Objetivo da Campanha da Fraternidade é sempre o diálogo da Igreja com a sociedade. E, para que realmente ela produza efeitos, vale a pena recordar as palavras do cardeal Dom Aloísio Lorscheider, OFM no ano de 1971: “para a eficácia da campanha, devemos acreditar nela!”. O tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano é um forte apelo à paz, à unidade e ao diálogo entre os cristãos: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2, 14a). E o lema insiste que a unidade seja sempre um compromisso oblativo: “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. O Santo Padre faz constantemente apelos e constrói pontes para a unidade dos cristãos. No entanto, o diálogo não pode ser encarado apenas como compromisso formal. Não basta a aproximação física dos membros das comunidades cristãs, é preciso que os corações e as almas dos cristãos se fundam conscientemente para um autêntico e comprometedor diálogo gerador de paz e testemunho. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3
voz do pastor
Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé
FRATERNIDADE E DIÁLOGO: UM COMPROMISSO DE AMOR
U anos.
“Cristo é a nossa paz: do que era divido fez uma unidade” (Ef 2, 14a)
m grande e propício sopro do Espírito Santo fez com que nós, cristãos, uníssemo-nos em uma Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE), que acontece a cada cinco
O Espírito do Senhor nos conduz com a sensibilidade do Evangelho para aflorarmos a unidade e nos darmos as mãos em torno de circunstâncias desafiadoras e abrangentes, promovendo a convergência de irmãos e irmãs mesmo de denominações distintas, rompendo limites e preconceitos. Isso ocorre porque homens e mulheres, iluminados pela fé em Cristo, acreditam na força da Boa Nova que se faz presente na vida, inspirando com liberdade, a paz, a justiça e a verdade. Caminhamos há mais de 20 anos e atingimos grandes conquistas como expressões fortes e concretas de um trabalho em conjunto. Cada uma das campanhas realizadas sinaliza que o diálogo é o nosso melhor testemunho para o mundo. A fé comum nos lembra que Cristo é a nossa paz e o nosso ânimo e sabemos o quanto o Mestre Jesus se faz essencial para prosseguirmos pelo caminho da unidade na diversidade. O Evangelho nos une em torno do núcleo do testemunho cristão e, ao mesmo tempo, acolhe as diversas experiências de vivência e celebração da fé. Movidos pela ação divina, decidimos por testemunhar a fé em sintonia com nossos princípios mais fundamentais, com a manifestação da diversidade como meio de se chegar a mais JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 4
irmãos e irmãs, concretizando o desafio de viver a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021. Com ela, afirmamos nosso compromisso amoroso com a fraternidade e o diálogo, porque o próprio Cristo fez uma unidade daquilo que era dividido (cf. Ef 2, 14a). Em sintonia com o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso, no documento Diálogo e Anúncio, destacamos quatro formas de diálogo pelas quais se tornam favoráveis o caminho para a vivência do diálogo entre as diversas tradições religiosas: “O diálogo da vida, onde as pessoas se esforçam por viver num espírito de abertura e de boa vizinhança, compartilhando as suas alegrias e tristezas, os seus problemas e as suas preocupações. O diálogo das obras, onde os cristãos e os outros colaboram em vista do desenvolvimento integral e da libertação da gente. O diálogo dos intercâmbios teológicos, onde os peritos procuram aprofundar a compreensão das suas respectivas heranças religiosas e apreciar os valores espirituais uns dos outros. O diálogo da experiência religiosa, onde pessoas radicadas nas próprias tradições religiosas compartilham as suas riquezas espirituais, por exemplo, no que se refere à oração e à contemplação, à fé e aos caminhos da busca de Deus e do Absoluto”. (DA, 42) Com a participação ativa de todas as Igrejas-membro do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), além da Igreja Betesda de São Paulo e do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e à Educação Popular, foi desenvolvida a Oração da CFE 2021, com a qual concluímos este texto: JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5
Deus da vida, da justiça e do amor, Nós Te bendizemos pelo dom da fraternidade e por concederes a graça de vivermos a comunhão na diversidade. Através desta Campanha da Fraternidade Ecumênica, ajuda-nos a testemunhar a beleza do diálogo como compromisso de amor, criando pontes que unem em vez de muros que separam e geram indiferença e ódio. Torna-nos pessoas sensíveis e disponíveis para servir a toda a humanidade, em especial, aos mais pobres e fragilizados, a fim de que possamos testemunhar o Teu amor redentor e partilhar suas dores e angústias, suas alegrias e esperanças, caminhando pelas veredas da amorosidade.
Por Jesus Cristo, nossa paz, no Espírito Santo, sopro restaurador da vida. Amém.
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opinião
Rosângela Martelli é pedagoga, pós-graduada em gestão da educação e leiga da Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Alfenas/MG
A SAÚDE DO ESPÍRITO
P
ara mantermos a fé é necessário a saúde do espírito. Com certeza nos preocupamos com nossa saúde física, mas você já se preocupou com a saúde do seu espírito? Podemos afirmar que a saúde do espírito reflete na saúde física. Então, quando cuidamos de nossa saúde espiritual, agimos a favor de nossa própria vida. E para termos uma vida plena, necessitamos de paz em todos os sentidos. Buscamos o tempo todo bem-estar e satisfação em todos as áreas, mas o que fazemos para obtê-la? É estritamente necessário que criemos um hábito para cuidarmos da saúde do nosso “eu” espiritual, buscarmos a comunhão com Deus e assim podermos partilhar da sua paz. Como poderemos cuidar da saúde do espírito? Primeiramente, precisamos fazer uma análise de nossa vida, verificarmos o que está bem e onde precisaremos corrigir, muitas vezes achamos que não precisamos melhorar em nada, mas há sem-
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pre algo em que possamos contribuir e também nos curar. Principalmente, as cicatrizes que carregamos em nossas vidas que muitas vezes nos impedem de estarmos em plena comunhão conosco e com os outros. As palavras de Deus são fonte de saúde física, mental e espiritual, sendo assim, necessitamos exercitar nossa fé. A fé move montanhas e sabemos que somos filhos amados de Deus, portanto, Ele, cuida de todas as nossas necessidades. Precisamos crer e confiar que tudo está a nosso favor, entregar nossas vidas sem medo e ter a certeza que estamos protegidos pelo amor de Jesus Cristo. Sejamos a “luz” que irradia o amor que Jesus Cristo nos ensinou, e com toda a certeza, estaremos em plena saúde espiritual.
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Rosane Brigagão é Catequista na Paróquia São José - Machado/MG
devoção MARIA: MÃE E MODELO PARA OS CRISTÃOS
“D
isse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus” (Lc 1,30). Incontestável! Maria foi a mulher preferida de Deus, aquela que foi escolhida para trazer ao mundo a divindade em forma humana, a quem o filho de Deus pousou os olhos pela primeira vez. Como não lhe render graças? Maria é digna não só por ter dado ao Salvador a carne pela qual seríamos salvos, mas por ter ouvido a Palavra de Deus e cumprido fielmente a sua vontade. É modelo de santidade, aliás, é a maior entre todos os Santos. Inúmeros são seus títulos (mais de mil), e cada um representa uma particularidade local, um fato ou aparições. Em todos esses acontecimentos denotam-se a fé e a justa devoção à Mãe de Deus. A devoção à Nossa Senhora Desatadora dos Nós, é uma das devoções que, particularmente, acho belíssima. Conta-se JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9
que ela apareceu na Alemanha quando um artista reproduziu uma imagem da Virgem tendo como inspiração a frase de Santo Irineu de Lyon: “o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; e aquilo que a virgem Eva atou, com a sua incredulidade, desatou-o a Virgem Maria com a sua fé”. A obra de arte foi colocada na Igreja e começaram a ocorrer relatos de graças obtidas pelos fiéis que lá frequentavam, devido às inúmeras orações a Maria, surgindo então o título. Os motivos são diversos e inquestionáveis quanto a devoção à Maria. E esta devoção nasce naturalmente na alma do cristão, porque Maria sendo aquela que gerou o filho de Deus, sem dúvidas, nos ensina a buscar os fundamentos na própria Palavra de Deus. “Todas gerações a proclamariam bem-aventurada” (Lc 1, 48), ou seja, reconheceriam a sua excelência; “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28), afirmação do Deus único inserido nela; “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”(Lc 1,39) o mesmo termo BENDITO aplicado a Jesus e a ela, sem diferença. “Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?” (Lc 1, 43), aqui temos o reconhecimento da grandeza de sua maternidade. “Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te amamentaram!” (Lc 11, 27), nesse louvor glorificamos o Filho por meio da Mãe. Ao engrandecer a Maria, com efeito, em nada diminuímos a Cristo, de quem, por quem e para quem são todas as coisas (cf. Rm 11, 36). Não há caminho mais curto para o coração do Filho do que recorrer àquela pela qual Ele mesmo quis entrar no mundo: Ad Iesum per Mariam, já que por Maria, Ele veio a nós. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 10
Vatican News
igreja em ação NOMEADO O NOVO NÚNCIO APOSTÓLICO PARA O BRASIL
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Santo Padre nomeou o novo Núncio Apostólico para o Brasil. Trata-se de Sua Excelência Reverendíssima, Dom Giambattista Diquattro, Arcebispo titular de Giromonte, até agora Núncio Apostólico na Índia e Nepal. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11
Nascido em Bolonha, Emília-Romanha, Itália, em 18 de março de 1954 é arcebispo, diplomata, teólogo e canonista. Foi ordenado sacerdote em 1981. Recebeu seu mestrado em Direito Civil na Universidade de Catânia, também doutorado em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Lateranense em Roma e mestrado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma. Entrou para o Serviço Diplomático da Santa Sé em 1º de maio de 1985, serviu em missões diplomáticas nas representações pontifícias na República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Chade, nas Nações Unidas em Nova York, e mais tarde, na Secretaria de Estado do Vaticano e na Nunciatura Apostólica na Itália. O Papa João Paulo II o nomeou núncio apostólico no Panamá em 2 de abril de 2005. Bento XVI o nomeou núncio apostólico na Bolívia em 21 de novembro de 2008 e em 21 de janeiro de 2017, e recentemente, o Papa Francisco o nomeou Núncio Apostólico na Índia e no Nepal.
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Assessoria de Comunicação da CNBB
PAPA FRANCISCO ABRE MINISTÉRIOS DO LEITORADO E ACOLITADO ÀS MULHERES
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is que adentramos em um novo ano, com a firme certeza de que Deus é o nosso guia, sua bondade resplandece no coração dos seus filhos, para juntos iniciarmos essa nova jornada com muita fé, e, sobretudo trazendo a ousadia de avançarmos para águas mais profundas, conforme Jesus nos pede (Lc 11, 4). Pois, como discípulos e missionários do Senhor, a Igreja, conta com cada um de nós, para refletirmos a alegria do Reino de Deus, presente no mundo. O Papa Francisco modificou um cânon o Código de Direito Canônico e agora está institucionalizado o acesso das mulheres aos ministérios do leitorado e acolitado. Na carta apostólica em forma de Motu Proprio Spiritus Domini, divulgada na segunda-feira, 11 de janeiro, Francisco estabeleceu que esses ministérios sejam de agora em diante também abertos às mulheres, de forJORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 13
ma estável e institucionalizada, com um mandato especial. Desse modo, foi alterado o cânon 230, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico, que agora passa a ter a seguinte redação: “Os leigos que tenham a idade e os dons determinados por decreto da Conferência Episcopal poderão ser assumidos estavelmente, mediante o rito litúrgico estabelecido, nos ministérios de leitores e acólitos; no entanto, tal atribuição não lhes confere o direito de apoio ou de remuneração da Igreja”. A realidade da Igreja no Brasil e de outras partes do mundo já tem a presença das mulheres como leitoras da Palavra de Deus durante as celebrações litúrgicas, no serviço do altar, como ministrantes ou como dispensadoras da Eucaristia. Com a alteração, fica institucionalizada a abertura para homens e mulheres desempenharem tais funções, antes reservadas para seminaristas durante a preparação para o ministério ordenado. Eram as chamadas “ordens menores”.
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Renan Beraldo é seminarista e estudante de Teologia
em pauta
UMA IGREJA EM CAMPANHA V Campanha da Fraternidade Ecumênica
“Cristo é a nossa paz:
do que era dividido, fez uma unidade”. (Ef 2.14a)
ARTE: ATELIÊ15
“Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”
28 de Março
V
ivenciada durante a Quaresma, mas com ressonância ao longo de todo o ano, a Campanha da Fraternidade de 2021 é ecumênica, isto é, em conjunto com outras denominações cristãs. Com o objetivo geral de “através do diálogo amoroso e do testemunho da unidade na diversidade, inspirados e inspiradas no amor de Cristo, convidar comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 15
caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual”. Então, o CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil – define como tema da CF 2021 “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. E o lema vem da Carta aos Efésios (2, 14): “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. Esta é a quinta ocorrência ecumênica da Campanha da Fraternidade, sendo, por esse motivo, encabeçada por uma comissão composta pelos membros efetivos do CONIC, a saber: Aliança de Batistas do Brasil; Igreja Católica Apostólica Romana; Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; Igreja Presbiteriana Unida; Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, mas também pela Igreja Betesda de São Paulo, como igreja observadora, e pelo Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e à Educação Popular (Ceseep), como membro fraterno. Nesse sentido, a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 faz-se culminância de muitas partilhas e escutas realizadas, mas também o ponto de partida de novas e maiores iniciativas concretas em vista da superação das diferenças que concorrem para o afastamento das diversas denominações cristãs. É preciso promover e valorizar as conexões que as unem. No influxo desse desejo por fraternidade e unidade, o diálogo é preconizado como estilo de vida: tornar-se convicto da própria identidade, mas buscar compreender o outro; abrir-se para o outro entendendo que a escuta é uma forma de cuidado; crescer no diálogo para promover a paz, a boa vontade e a superação das barreiras, polarizações e divisões.
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Numa dimensão ética, relacional, o diálogo é a forma de se conhecer as motivações, as intenções profundas, o sentido dos gestos e ações e o interior do mundo cultural e existencial de uma pessoa ou de uma sociedade. Isso exige alteridade e empatia, saber dar as razões de sua posição, mas também ser justo, bom e generoso para com a posição alheia. Ganham destaque a pluralidade e o intercâmbio de experiências, de que decorrem duas possibilidades: uma bastante fecunda, em que as pessoas se sentem enriquecidas, em dinâmicas que comportam mutualidades, encontros e partilhas, isto é, que as pessoas conheçam e se deem a conhecer, acolham e sejam acolhidas. E uma menos ou nada fecunda, em que as pessoas, desafortunadamente, se sentem ameaçadas e se conservam na retaguarda, querendo vedar fronteiras e se blindar. Urge fazer da vida um espaço de convivência, de concórdia e de (re)conciliação, uma extensão do Evangelho. Jesus, Deus humanado, o Sagrado no meio dos homens e do mundo, derruba os muros de separação e inimizade (aludindo à barreira que apartava os gentios e os judeus no Templo de Jerusalém), quer entre Deus e os homens, quer entre os homens mesmos. Eis que em sua trajetória histórica, Jesus estabelece várias formas de diálogo e encontro, propugnando a cultura da paz, em que não há espaço para rivalidades e hostilidades, mas somente para uma serena caminhada ao rumo à comunhão com irmãos e com o Senhor. Por iniciativa de Deus, os povos todos Lhe são aproximados pelo sangue de Jesus, e esse novo povo, plural, mas coeso, tem em Cristo sua pedra angular, seu ponto de convergência, seu modelo, seu pressuposto, seu ápice. Por isso se diz: Ele é a nossa paz. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 17
Comunidade Mariana Resgate, Paróquia Nossa Senhora Aparecida Alfenas/MG
os leigos O LEIGO CONSAGRADO NA VIDA DA IGREJA
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partir do Concílio Vaticano, II a Igreja resgata a atenção ao papel do leigo, uma vez que a missão deste, como batizado, é de dar testemunho do próprio Cristo no mundo através das mais diversas formas de atuação no meio secular. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “Assim, todo e qualquer leigo, em virtude dos dons que lhe foram concedidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da missão da própria Igreja segundo a medida do dom de Cristo” (Ef 4, 7)” (CIC §913). O Cristão que assume uma consagração de vida por meio de uma Nova Fundação tem um chamado de levar a Luz da Salvação, com auxílio do carisma próprio a que pertence para aqueles com quem convivem no seu dia-a-dia, seja na família, na escola, no trabalho, entre outros. Neste contexto, a Comunidade Mariana Resgate atua nas mais diversas realidades dentro da nossa Diocese de Guaxupé, levando o Evangelho de forma efetiva aos corações das pessoas que sofrem em um mundo secularizado e indiferente.
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Simara Toti é psicóloga e leiga
os santos também riem SANTO TOMÁS DE AQUINO
“Q
ue a minha alegria esteja em vós e que a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11). Esse é um desejo e uma ordem de Deus para todos os seus, desde sempre e para sempre. Em 1225 nascia o menino Tomás em Aquino na Itália. Com apenas 19 anos, abandona a faculdade e decide seguir sua vocação religiosa tornando-se dominicano. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 20
Ele escreveu inúmeras obras, privilegiando a razão e a vontade humana, formulando assim, um novo pensamento filosófico cristão. Em 1567, foi intitulado Doutor da Igreja. Um dia, um irmão chamou Tomás de Aquino: __ Venha rápido à janela, irmão Tomás, um elefante voa! Tomás correu à janela e todos riram de sua ingenuidade. São Tomás respondeu: __ Prefiro acreditar que um elefante seja capaz de voar do que imaginar que um religioso possa mentir.
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Marivalda Tobias é psicóloga
fé e saúde UM CENÁRIO QUE EXIGE A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO: PANDEMIA COVID-19
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os últimos meses, vimos aumentar de forma crescente o número de pessoas contaminadas, e consequentemente de mortes em decorrência do COVD-19. Quarentenas foram impostas pelos governos, isolamento social foi necessário, e assim, outras restrições tiveram de ser alinhadas em toda sociedade. E há onze meses, posterior ao primeiro caso de COVID-19 no Brasil, ainda sofremos com o aumento de doentes e milhares de mortes.
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Sonhos, planos e expectativas para um ano que se inicia tiveram de ser suspensos frente a um potente e misterioso inimigo, que pouco ou quase nada se sabe sobre ele. A vida mudou e a rotina alterou na tentativa de manter a vida. A medida que o tempo foi passando, a população “relaxou” aos cuidados necessários e não só voltaram para a vida rotineira, como também, muitos deixaram de ter atenção necessária e tão importante para evitar a transmissão do Corona vírus. Isto, talvez reflita o fato das pessoas se sentirem acuadas e sem a liberdade de ir e vir. O que imaginávamos ser uma situação que seria controlada em alguns meses, retorna às nossas vidas matando e deixando severas sequelas na vida de muitas pessoas. Este quadro em saúde pública retrata a falta de consciência da população, que traz como resultado o agravo dos casos positivados e, isto, fica evidenciado, posterior aos feriados prolongados, festas de final de ano, com aglomeração de pessoas e viagens para locais em que o uso de máscara ficou esquecido, como se o vírus estivesse de “férias”. Toda esta situação coloca em questionamento a consciência e a responsabilidade de cada indivíduo frente ao cenário atual. Portanto, a mudança de comportamento faz-se necessária para que a contaminação diminua. Podemos dizer que, a consciência social é uma potente arma contra este inimigo desconhecido e a mudança de comportamento poderá trazer a vitória para a sociedade. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 23
Segundo o diretor presidente da ANVISA, Antônio Barra Torres, mesmo com o desenvolvimento de vacinas, a vitória sobre o coronavírus passa pela mudança de comportamento social. Este é um momento de repensar atitudes, rever valores e agir com compromisso não só individuais, mas, também coletivo, levando-se em conta a transmissibilidade do vírus. Somos cada um responsável pelo cenário de saúde em nosso país, em nossas cidades. É importante que se pense nesses fatores que impactam o comportamento da população, não só nesse momento das restrições de contato social, mas também na chegada da vacina. “Estar em meio ao processo de pandemia, tem me proporcionado um “olhar para dentro”, algo que toda distração do cotidiano não me era permitido realizar. E, esse “olhar para dentro” trouxe questionamentos, mudança de foco e alteração de perspectivas, que até então eram sólidas. Entretanto, diante de toda pressão exterior e o interior sendo remexido, a ansiedade se fez presente, por causa do novo que se estabelecia no exterior e também do velho que queria dar lugar ao novo e estava e continua fazendo ressignificações no interior. Diante disso, como se organizar? Como não perder sua essência? Digo, com toda certeza, apenas pela fé, pelo exercício diário de pensar que não estou só, de que Deus se faz presente nas pequenas e nas grandes coisas. Mesmo que as derrotas se façam presentes ou até mesmo a incerteza por mudar o foco, o caminho... mesmo assim há aprendizado, há um Deus que não se cansa de me cuidar”. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 24
símbolos
Iêzo Antônio de Oliveira Venâncio é Ministro da Palavra e leigo atuante na Paróquia Santa Rita de Cássia, em Cássia/MG
O SIGNIFICADO DAS CINZAS QUE RECEBEMOS
O ter 4,1).
uso litúrgico das cinzas tem sua origem no Antigo Testamento. Mardoqueu, sabendo do decreto do rei contra o povo judeu vestiu-se de saco e cobriu-se de cinzas (Es-
Os Ninivitas ao ouvirem Jonas, se converteram, também o Rei levantou do seu trono cobriu-se de saco e sentou-se sobre cinzas (Jonas 3,6). “Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Se tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia os milagres feitos em vosso meio, há muito teriam se convertido sob o cilício e cinzas” (Mt 11,21). A Igreja usa as cinzas feitas com os ramos do “Domingo de Ramos”. O sacerdote as abençoa e impõe na fronte dos fiéis dizendo: Convertei-vos e crede no Evangelho (Mc 1,15) ou Tu és pó e em pó hás de tornar (Gn 3,19). Reflitamos sobre nossa maneira de ser, agir e viver. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 25
rezando pelas vocações CONHEÇA A HISTÓRIA DO SEMINARISTA DIOGO
E
mbora desde criança eu pensasse na possibilidade de me tornar padre, somente na adolescência e início da juventude que o chamado vocacional começou a falar mais forte na minha vida. “Ser padre não vale a pena, vale a vida!”. Quando eu ouvi pela primeira vez essa frase ela me disse muito, pois, desde o acompanhamento vocacional e a participação com mais afinco JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 26
na paróquia, o meu maior desejo era dedicar-me a vida em prol do Reino de Deus. Eu participei do ENJOOC (Encontro de Jovens Cristãos com Cristo) na minha paróquia de origem, em Cássia-MG. De fato, nesse retiro juvenil eu me encontrei com Cristo e, na ocasião, pude dar o primeiro passo em busca do acompanhamento vocacional. O testemunho familiar cristão também favoreceu para que eu percorresse esse caminho, pois meus pais sempre foram católicos. De todo modo, costumo dizer que meu chamado vocacional nasceu no seio da comunidade, no meio do povo de Deus, que ora sem cessar pelas vocações. Faz 4 anos que estou no seminário, sinto-me feliz e realizado. Neste ano de 2021, inicio a Teologia, a etapa configurativa da formação. Com muita fé e alegria tenho percorrido esse longo e belo caminho formativo. #EuSouUmaVocação #RezePorMim
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Prof. Toninho Fernandes
fé e política POLÍTICA E RELIGIÃO
(Este texto foi escrito por mim e publicado no Jornal “Folha Machadense” em 05/11/1994. Decidi por bem, publicá-lo novamente, com algumas alterações, tendo em vista às eleições municipais que aconteceram recentemente).
É
muito comum ouvir a expressão popular que política e religião não se misturam. Fico pensando até que ponto tal expressão tem sua validade ou sentido. São por demais abrangentes ambos os temas. Certa vez, lendo um pequeno ensaio literário, que me vem à memória neste momento, escrito por Jean Daniélou, cujo título era “Oração, problema político”, fiquei fascinado pelo tema; o jesuíta francês demonstrava que a oração não é possível numa cidade ou sociedade nas quais faltem condições indispensáveis. Comecei a entender a tese de que religião e política tinham por certo de caminhar juntas, embora os objetivos finais fossem diferentes. Convencidos de que “é impossível a contemplação do espírito se o corpo está debilitado pela inanição, pela falta de moradia, pela falta de escolas, pela falta de saúde, etc.”, (li esta reflexão, não me lembro onde) e tomei como defesa certa de que política e religião tinham que JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 28
trabalhar num mesmo sentido – “para o bem do homem”. O cristão que entra num compromisso político sem a consciência de que toda a ação libertadora do homem passa pela denúncia das estruturas de pecado, não sabe realmente qual o seu papel de cristão. “Ao abraçar esta causa, o cristão-político não pode exercer tal função como profissional”. Para o político profissional, a política significa meio de vida, maneira fácil de conseguir vantagens pessoais, trocando de partidos sempre que se sente ameaçado em seu interesse. Para o cristão, a política torna-se uma maneira privilegiada de levar mais a vida aos outros pela sua contribuição no sentido de tornar as instituições mais humanas e justas. A Igreja tem consciência de que dada a fragilidade humana, por constantes aliciamentos, ligados ao ambiente perverso de corrupção em que, no geral, se processa a atividade política, o cristão bem encaminhado no compromisso político, acaba por ser tragado pela vantagem de um sistema corrupto, onde a ambição pelo poder ou pelo prazer passa por cima de todas as convicções éticas e religiosas. O cristão por outro lado, deve saber que o caminho da política é sinuoso, escorregadio e traiçoeiro. No Concílio Vaticano II, o Cardeal Suenens (Malines – Bruxelas) evidenciou: “Posso declarar, sem a menor dúvida e com toda a humildade, que aqueles que dizem que a religião não tem qualquer relação com a política, não sabem o que é religião”. Este tema é de certo modo polêmico, mas é bom buscar nas Sagradas Escrituras uma posição final acerca do assunto, o que me convence ainda mais da consonância entre política e JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 29
religião. “Quando dominam os justos, alegra-se o povo, quando o governa o ímpio o povo geme” (Provérbios 29, 2). O que não é permitido é fazer da religião um espaço para politicagem barata e sem frutos, confundindo os papéis, porquanto, o homem, imagem e semelhança de Deus, precisa ser respeitado no mais sagrado de seus direitos: a liberdade e a vida.
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Samuel Almeida é seminarista e estudante de Teologia
doutrina EUCARISTIA, ALIMENTO E MISSÃO PARA A IGREJA PEREGRINA
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nspirado na Exortação Evangelii Gaudium de nosso pontífice, o Papa Francisco, este artigo tem a intenção de reforçar em nós a compreensão dos principais destinatários da graça de Deus presente na Eucaristia, fonte de vida e alimento para nós. O santo padre nos ensina que “A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos” (EG 47). Em toda sua obra fica evidente o ardente desejo do santo padre que a Igreja seja uma comunidade de acolhida e conversão, sobretudo aos mais necessitados, aos fracos e caídos.
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No mistério da Eucaristia celebramos um Deus que se parte, que se fragmenta em pequenos pedaços de pão para que, ao recebê-lo, possamos unir nossa limitada condição existencial a sua plenitude divina, estabelecendo, portanto, comunhão entre o céu e a terra. Esse vínculo nos transforma, faz com que nossas fragilidades sejam dissolvidas em um Deus que venceu a própria morte para dar-nos a vida, e vida em abundância. Somos congregados em um só corpo, cuja cabeça e fonte de todo vínculo é o próprio Cristo (Rm 12,5), um Deus que, amando tanto os seus, se entrega inteiramente para que Nele possam ser justificados. Ao mesmo tempo em que somos regenerados, é nos conferida a missão de, ao estabelecer comunhão plena com esse Deus amor, sermos também dispensadores dessa Graça, pois o próprio Jesus nos ensina que “Assim como o Pai que vive me enviou, e eu vivo pelo Pai, também o que de mim se alimenta viverá por mim” (Jo 6, 57). Ainda na Carta de São Paulo aos Romanos, somos admoestados de que nossa vida, nossos dons são todos congregados em um só corpo, de modo que devem ser empregados em favor da edificação do reinado da paz em meio aos homens, em meio a um mundo sedento de Deus, afinal não se ascende uma vela para colocá-la debaixo da mesa (Mt 5,15). Fica evidente, portanto, como este sacramento não constitui um prêmio aos justos, mas a própria justificação e reerguimento dos mais fracos e caídos, unindo-os de forma íntima e sagrada, ao próprio Cristo que os santifica. A Igreja, portanto, se torna a dispensadora da graça de Deus, realizando em sua memória (Lc 22,19), por meio de seus ministros, a transubstanciação do pão e do vinho em Eucaristia para reunir e congregar todos em uma só fé, em um só coração, em um só Deus de Amor e de bondade.
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Paulo Márcio de Faria e Silva é leigo atuante na Igreja Nossa Senhora Aparecida- Alfenas/MG
ao redor do altar APROXIMEMO-NOS DA EUCARISTIA
“C
ada vez que nós comungamos, mais nos assemelhamos a Jesus, mais nos transformamos em Jesus... Como o pão e o vinho são convertidos no Corpo e Sangue do Senhor, assim aqueles que os recebem com fé, são transformados em Eucaristia viva”. Essas belas palavras do Papa Francisco podem ser lidas como uma verdadeira síntese da importância da Eucaristia na vida do cristão: a nossa transformação no próprio Cristo! Não por acaso, durante a celebração litúrgica, o sacerdote eleva esse pedido a Deus: “Fazei que, alimentando-nos do Corpo e Sangue do vosso Filho, cheios do seu Espírito Santo, sejamos em Cristo um só corpo e um só espírito”. Lemos no catecismo da Igreja “A Eucaristia é fonte e cume de toda a vida cristã ... na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa”; ora, se acreditamos que Cristo está presente na Eucaristia, ao recebê-la, entramos em contato íntimo e profundo com Ele que nos disse “quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo, 6, 56). O próprio Papa Francisco nos convida: “Aproximemo-nos da Eucaristia: receber Jesus nos transforma n’Ele, nos faz mais fortes”. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 33
Roberto Camilo Orfão Morais é mestre em Educação e Leigo, Machado/MG
espiritualidade CORAGEM EM 2021
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niciar o ano com tantos desafios, em um país em que muitos não têm medo do vírus, mas têm medo da vacina, com índice crescente de homicídio, resta buscar uma das virtudes centrais do ser humano, a Coragem. Relembro o profeta, Dom Paulo Evaristo Arns com seu lema episcopal “Ex Spe in Spem”, ou seja, “De Esperança em Esperança”, Coragem!!!! Proclamava o Cardeal! A Esperança, subentende acreditar, como escreveu o grande poeta Thiago de Mello: “Faz escuro, mas eu canto, porque a manhã vai chegar”, já a Coragem não se refere apenas ao amanhã, mas principalmente ao presente, por isso é patético querer ser corajoso no futuro. A Esperança segundo André Comte-Sponville é uma virtude para os crentes, ao passo que a Coragem é para qualquer pessoa. Pode-se perguntar sobre o que é necessário para ser corajoso, basta ter vontade, que por sua vez JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 34
não deve ser confundida com força. Para o filosofo Emmanuel Kant, vontade pressupõe uma deliberação da razão, distinta dos desejos, soberana em relação a eles. O problema é que a coragem pode servir tanto para o bem como para o mal. O negacionista, obscurantista corajoso, sempre será um negacionista obscurantista, um assassino que tem a coragem de matar a ex-esposa na frente dos filhos, sempre será um assassino. Muitos genocidas de plantão se fossem um pouco mais covardes, estariam prejudicando um menos as pessoas. A Coragem só se torna uma virtude (capacidade de fazer o bem), quando se põe a serviço do próximo, com respeito a vida e rompe com o excesso de amor próprio. Quando vejo a coragem dos profissionais da saúde que estão à frente do combate ao COVID 19, medito a afirmativa de Aristóteles, “as pessoas corajosas só agem pela beleza do gesto corajoso”, portanto, é belo a coragem de tantos heróis anônimos espalhados no Brasil e no mundo. Enquanto indivíduos, a tragédia provocada por essa Pandemia não é nossa culpa, mas como pensamos e a enfrentamos é nossa responsabilidade, então devemos ter amor à vida e termos Coragem. Em tempos que o discernimento está ausente daqueles que deveriam dar exemplo de coragem (virtude), quando vejo ódio e mentiras nas redes sociais, leio com gratidão o poema “Invictus” de autoria do poeta inglês William Ernest Henley (1849-1903), que inclusive inspirou Nelson Mandela: “Da noite escura que me cobre Como uma cova de lado a lado Agradeço a todos os deuses JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 35
A minha alma invencível. Nas garras ardis das circunstâncias Não titubei e sequer chorei. Sob os golpes do infortúnio Minha cabeça sangra, ainda erguida. Além deste vale de ira e lágrimas Assoma-se o horror das sombras E apesar dos anos ameaçadores Encontram-me sempre destemido. Não importa quão estreita a passagem Quantas punições ainda sofrerei, Sou o senhor do meu destino E o condutor da minha alma”
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comunicações aniversários fevereiro Natalício 03 Seminarista Leonardo Domingues Miranda 05 Seminarista Gustavo Rocha Sandi 06 Seminarista Miguel Bispo Carvalho 06 Padre Ronei Mendes Lauria 08 Padre Eduardo Pádua Carvalho 09 Seminarista Samuel Medeiros Silva 10 Padre Michel Donizetti Pires 12 Padre Renato César Gonçalves 14 Seminarista Ricardo Ribeiro Calori 14 Padre Sérgio Aparecido Bernardes Pedroso 18 Padre Claudemir Lopes 18 Frei Lázaro de Freitas, OFMCap. 19 Padre Júlio César Agripino Ordenação 03 Padre Adriano Mateus Mendonça Teodozio (Religioso) 04 Padre Pedro Miguel 05 Padre Alessandro de Oliveira Faria 05 Padre José Natal de Souza 05 Padre Júlio César Martins 05 Padre Ronaldo Aparecido Passos 05 Padre Ronei Mendes Lauria 06 Padre Benedito Clímaco Passos 08 Frei Lázaro de Freitas, OFMCap. 09 Monsenhor Enoque Donizetti de Oliveira 10 Padre Pedro Bauer da Cunha (Religioso) 11 Padre Valdenísio Justino Goulart 11 Padre Renato César Gonçalves 13 Padre Janício de Carvalho Machado 14 Padre Rodrigo Costa Papi 15 Padre Marcos Alexandre Justi, O.Cist. 15 Padre André (Aparecido) Batista de Oliveira 20 Padre Sandro H. Almeida dos Santos 21 Padre Antônio Carlos Melo 22 Padre Guaraciba Lopes de Oliveira 22 Padre Luciano Campos Cabral 22 Padre Vítor Aparecido Francisco 26 Padre Paulo Sérgio Barbosa 27 Padre José Benedito dos Santos JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 37
chancelaria do bispado
O Reverendíssimo Senhor Pe. Sidney S. Carvalho, Chanceler do Bispado, comunica que Sua Excelência Reverendíssima Dom José Lanza Neto, bispo diocesano de Guaxupé: Nomeia o Diácono Filipe Cancian Zanetti para a Paróquia Nossa Senhora do Carmo em Paraguaçu/MG para exercer o seu ministério diaconal. Nomeia o Diácono Gustavo Henrique Fernandes Correia para a Paróquia Santa Terezinha em Itaú de Minas/MG para exercer o seu ministério diaconal. Nomeia o Jorge Américo de Oliveira Junior para a Paróquia Nossa Senhora da Assunção em Cabo Verde/MG para exercer o seu ministério diaconal. Padre Gentil Lopes de Campos Junior nomeado para o ofício de Pároco para a Paróquia São Benedito na cidade de Passos/MG, no dia 21 de janeiro de 2021. JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ | COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 38
Padre Gilvair Messias da Silva nomeado para o ofício de Vigário Paroquial para a Paróquia São Paulo Apóstolo na cidade de Poços de Caldas/MG, no dia 20 de janeiro de 2021. Padre José Eduardo Aparecido Silva nomeado para o ofício de Administrador Paroquial para a Paróquia São Francisco e Santa Clara na cidade de Poços de Caldas/MG, no dia 20 de janeiro de 2021. Padre Juliano Borges Lima nomeado para o ofício de Reitor para o Seminário Diocesano São José na cidade Guaxupé/ MG, no dia 21 de janeiro de 2021. Padre Leandro José de Melo nomeado para o ofício de Vigário Paroquial para a Paróquia Santa Rita de Cássia na cidade de Cássia/MG, no dia 21 de janeiro de 2021. Padre Mateus de Jesus Donizetti Albino nomeado para o ofício de Vigário Paroquial para a Paróquia Nossa Senhora do Carmo na cidade de Campestre/MG, no dia 23 de janeiro de 2021. Padre Reginaldo Vieira Santos nomeado para o ofício de Administrador Paroquial para a Paróquia Santa Barbara na cidade de Guaranésia/MG, no dia 23 de janeiro de 2021. Padre Vitor Aparecido Francisco nomeado para o ofício de Vigário Paroquial - Paróquia São Benedito/ Passos/MG, no dia 21 de janeiro de 2021.
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