CARTA ENCÍCLICA ECCLESIAM SUAM DO SUMO PONTÍFICE PAULO VI OS CAMINHOS DA IGREJA PRÓLOGO
Veneráveis Irmãos, Diletos filhos, Tendo Jesus Cristo fundado a sua Igreja, para ser ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação, vê -se bem o motivo por que, no decurso dos séculos, lhe deram provas de especial amor e a ela dedicaram particular solicitude todos os que se interessaram pela glória de Deus e pela salvação eterna dos homens. Entre esses notabilizaram-se, como era natural, os Vigários na terra do mesmo Cristo, numerosíssimos bispos e sacerdotes, e multidão inumerável de bons cristãos. A doutrina do Evangelho e a grande família humana 1. A todos parecerá, portanto, natural que nós, dirigindo ao mundo esta nossa primeira Encíclica depois de, por imperscrutável desígnio de Deus, termos sido chamado ao Sólio Pontifício, volvamos com afeto e reverência o noss o pensamento à santa Igreja. Por esses motivos, propomo -nos nesta Encíclica esclarecer o melhor possível aos olhos de todos, quanto importa à salvação da sociedade humana e, ao mesmo tempo, quanto a Igreja tem a peito que ambas se encontrem, conheçam e ame m. Quando, por ocasião da abertura da segunda sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, na festa de São Miguel Arcanjo do ano passado, tivemos a ventura de vos falar diretamente a todos vós reunidos na basílica de São Pedro, manifestamos o propósito de vos dirigir também por escrito, como é costume no princípio de cada pontificado, as nossas palavras de irmão e pai, para vos manifestarmos alguns pensamentos, mais freqüentes no nosso espírito, que nos pareceram úteis como orientação prática, ao iniciar -se o nosso ministério pontifício. É-nos bem difícil concretizar esses pensamentos, porque temos de os recolher na meditação mais atenta da doutrina sagrada, uma vez que também a nós se aplicam as palavras de Cristo: "A minha doutrina não é minha, mas daquele qu e me enviou" (Jo 7,16); porque devemos, além disso, adaptá -los às condições atuais da Igreja, numa hora de vida intensa e de prova, tanto da sua experiência espiritual interior como do seu esforço apostólico externo; e porque, finalmente precisamos não ign orar o estado em que se encontra hoje a humanidade, no meio da qual exercemos o nosso cargo. Tríplice empenho da Igreja