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Mensagem

O QUE PODE NOS DAR A PÁSCOA?

A

Páscoa é uma festa judaica, da nação escolhida para revelar o nome de Deus às nações (cf. Gn 12,1-3). A ela foi prometida uma terra próspera para que instaurassem um reino de justiça e paz, o shalom: abundância de tudo para todos (cf. Gn 28,13-14). Mas, por um mistério divino, esse povo dentro de outra nação. Acolhidos no próspero Egito em um tempo de fome, os israelitas se tornaram numerosos. Mais tarde, sentindo-se ameaçado, o faraó decidiu escravizá-los (cf. Ex 1,9-14). A identidade de Israel se construiu entre dois extremos: a promessa do reino de abundância e a cruel escravidão e Deus aguardou 420 anos para dar o passo estratégico na direção de seu propósito revelado em Abraão. E, então, do meio da sarça, chamou um líder libertador (cf. Ex 3,4-10). Sua missão era clara: apelar ao faraó a libertação dos hebreus (cf. Ex 4,21-23). Mas ele endureceu e se recusou a fazer isso, pelo que Deus agiu para livrar o Seu povo, e assim, nesse contexto de escravidão-libertação, estabeleceu-se a festa da Páscoa com seus ritos, de modo especial o sacrifício dos cordeiros (cf. Ex 12). A páscoa judaica é, portanto, a celebração dessa libertação, a PASSAGEM da escravidão à liberdade a fim de viver o shalom. Séculos mais tarde, Jesus de Nazaré, quando esse mesmo povo novamente se viu oprimido por outra potência, levou a cabo as proféticas palavras do Batista a Seu respeito: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). E na última Páscoa celebrada com os Seus amigos, na condição

paradoxal de libertador e cordeiro, cumpriu o propósito original da primeira aliança (cf. Mt 26,26-29; 1Cor 5,7). Já não temos mais a aliança de Deus com um povo, mas com a humanidade; não temos apenas a celebração em memória de uma libertação política, mas integral; já não há mais a festa baseada em sangue de animais, mas no sangue de uma Pessoa divina; nem temos mais uma celebração visando à constituição de uma nação, mas o estabelecimento eterno do Reino de Deus, o shalom, que é abundância de tudo para todos! Na nova Páscoa temos vida plena e somos libertos do ladrão que rouba, mata e destrói (cf. Jo 10,10). Roubado é aquilo que lhe pertence, mas foi usurpado e não está em sua posse. Destruído é aquilo que, mesmo em sua posse, está danificado e não pode ser desfrutado em plenitude. Morto é aquilo que lhe foi tirado e já não existe. Mas, na Páscoa do Senhor fazemos memória da libertação definitiva, e o que é fazer memória senão atualizar esta dádiva ao cotidiano de nossa vida? A Páscoa celebra essa restituição que já se inicia nesta vida e se consumará na eternidade, porque a vitória de Deus já foi inaugurada e hoje alcança a sua vida. Na Páscoa há shalom para você e sua casa!


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