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Mensagem

QUARESMA E CAMPANHA DA FRATERNIDADE

I

niciamos o tempo da Quaresma e abrimos a Campanha da Fraternidade deste ano. As duas se desenvolvendo no mesmo período, que vai da Quarta-feira de Cinzas até a Páscoa. Já é tradicional no Brasil. Desde que foi criada, a Campanha da Fraternidade é celebrada na Quaresma, por tratar-se de uma forma de tornar prática nossa fé, a qual por sua vez deve renovar-se pela conversão mais aprofundada a Jesus Cristo, morto e ressuscitado, durante a Quaresma. A Quaresma nos prepara para celebrar a Páscoa de Jesus Cristo, Sua morte e ressurreição. Trata-se do momento culminante do ano litúrgico da Igreja. A Páscoa, realmente, constitui-se na festa mais importante da Igreja, pois nela se celebra a realização da redenção do gênero humano. Jesus realiza a redenção por Sua morte e ressurreição. Ele é o Redentor, o único redentor da humanidade. Pois, como proclama Pedro, nos Atos dos Apóstolos: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12). Cada ano, a Igreja celebra com fervor e gratidão esse mistério da Páscoa de Jesus. Por Ele, nós fomos salvos. Nada existe de mais importante e decisivo na nossa vida do que nossa salvação eterna. Por essa razão, Jesus disse: “Com efeito, o que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou o que dará o homem em troca de sua vida?” (Mc 8,36-37). De que vida se trata? Santo Irineu, bispo e mártir do século II, explica, dizendo: “A glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus” (Ad Haer IV 20,7). Trata-se da vida humana, que se inicia em condições terrenas e históricas neste mundo, mas que perdura para além dele, na imortalidade e na possibilidade da visão de Deus, depois de terminar seu curso terreno. É esta vida que é preciosa e não pode ser dada em troca de nada neste mundo, nem do mundo inteiro. Para esta vida definitiva fomos chamados por Deus desde a criação, mas o pecado havia truncado o caminho e introduzido a morte e a perdição longe de Deus. Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição, reabriu definitivamente esse caminho, redimindo-nos da morte e da perdição. Participar da Quaresma exige, pois, uma renovada adesão a Jesus Cristo, que nos salva. Um reencontro forte, pessoal e comunitário com Ele. Desse encontro nasce a adesão e ela nos faz Seus discípulos, que ouvem e acolhem Sua palavra. O encontro, a adesão, a escuta e o acolhimento produzem a

fé, que deve tornar-se prática na caridade e na solidariedade. Por esse motivo, realiza-se a Campanha da Fraternidade na Quaresma. A Campanha da Fraternidade 2015 inspira-se nas palavras de Jesus: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). O cerne dessas palavras – dar a vida em serviço – remete-nos ao momento especial de conversão que acabamos de adentrar, a Quaresma, em que somos chamados a reavivar não apenas nos sentimentos, mas na prática, no concreto do cotidiano, a fraternidade e a cooperação.


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