jornal_comunhao_maio_2017

FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ

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ANO XXXII - 330

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MAIO DE 2017

editorial “São tempos difíceis para os sonhadores!”

[O Fabuloso Destino de Amélie Poulain]

expediente Diretor geral

DOM JOSÉ LANZA NETO Editor

SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808 Equipe de produção

Douglas Ribeiro Jane Martins Julianne Ribeiro Revisão

JANE MARTINS

A

s utopias parecem ter chegado ao fim. Observar a realidade hoje em dia pode ser difícil e desesperador aos olhos daqueles que colocaram a esperança em projetos políticos, bens financeiros, carreira sólida, confortável aposentadoria e mesmo uma experiência religiosa milagreira etc.. Mas para aqueles que possuem uma capacidade de olhar para além das coisas e das situações objetivas e factuais, o mundo permanece tal e qual sempre foi.

A marca de nossa realidade é a inconstância. A fragilidade da vida traz como fundamento a variabilidade. Tudo é mutável, tudo se esvai entre os dedos. E a beleza da experiência humana está jus-

tamente em sua capacidade adaptativa.

Se tivéssemos permanecido inertes na antiguidade não teríamos avançado com a tecnologia, que atinge todas as áreas do comportamento e do trabalho humano. Mas, o que ainda precisamos evoluir é nossa consciência humanitária, perceber e agir convictos que nossos atos e nossas decisões afetam a vida de outros membros desta gigante família humana.

Nesta edição, refletiremos sobre a importância do trabalho na vida de todas as pessoas e o desafio de viver sem uma renda fixa que garanta o pão nosso de cada dia em nossas mesas. Outro tema tratado é a questão de gênero que desafia a sociedade atual e faz pensar não

somente na sexualidade humana, mas no drama vivido por tantas pessoas que não se sentem pertencentes ao sexo biológico com que nasceram.

E prestes a vivenciar o caminho de preparação para 9ª Assembleia Diocesana de Pastoral, que deve ocorrer em 2018, é fundamental refletir sobre a sinodalidade e a participação dos agentes evangelizadores na caminhada pastoral da diocese.

Que Maria de Nazaré, Estrela da Evangelização, contribua para que nós, cristãos, nunca percamos a força de sonhar e trabalhar por uma nova realidade, um mundo novo no qual prevaleçam sempre a caridade e o respeito cordial entre todos nós.

Jornalista responsável

ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração

BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

Foto capa SÍLVIO LEOSSI Impressão

GRÁFICA SÃO SEBASTIÃO Tiragem

3.950 EXEMPLARES Redação

Rua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG) Telefone

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E-mail

jornal.comunhao.guaxupe@gmail.com Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br

voz do pastor

Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé

O TRABALHO E A DIGNIDADE HUMANA

J

osé, o carpinteiro, tinha seu trabalho, dele tirava o sustento para sua família. Não faltava nada. O básico era suficiente para o bem-estar dele, de Jesus e Maria, sua esposa. O mesmo aconteceu com o apóstolo Paulo, procurava viver do seu trabalho, não dependendo de ninguém, na abundância dividia e na carência sabia recorrer aos irmãos.

Quantas famílias atualmente buscam o trabalho e dele procuram sustentar e alimentar seus filhos? A luta é e será sempre grande, um verdadeiro desafio. O trabalho foi por muito tempo partilhado entre as famílias; a ajuda mútua era constante. Era uma atividade comum, dividida; a solidariedade era sentida e vivenciada por todos.

Com o passar do tempo, muita coisa muda e passa a ser entendida de maneira diferente. Avança a ideia do progresso e do lucro, alicerçada na exploração da força de trabalho. Assim, o trabalho estabeleceu-se numa condição inferior ao capital (dinheiro). A busca pelo desenvolvimento como um todo ganhou uma dimensão incalculável através da mecanização e da inserção

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de novas tecnologias que revolucionaram o campo, a indústria e o comércio. O progresso tecnológico superou em muitos aspectos a força de trabalho do homem.

Hoje em dia, em muitos países, assim como o nosso, o desemprego é algo que fere e coloca muitas famílias em situações preocupantes. É preciso redimensionar a atividade humana em todas as suas dimensões. Ao observar toda esta realidade, a Igreja busca uma palavra sábia e iluminadora. É urgente procurar, além de oportunidades de trabalho para a população, novas formas de trabalho que não conduzam também os trabalhadores à exaustão, fazendo com que o trabalho dignifique realmente o ser humano. De certa forma, o trabalho é aquilo que realiza e dá satisfação ao ser humano. Ficar sem o trabalho é cair no vazio, é sentir-se inútil; o ócio permanente é esvaziamento, porta aberta para os vícios.

Pensemos neste 1º de maio, Dia Mundial do Trabalho, em todos os trabalhadores do mundo, mas pensemos, também, em todos aqueles que não têm trabalho e que são explorados. Quantos são injus-

tiçados e quantos buscam trabalho em outras regiões e países, aventurando-se?

Gostaríamos que neste mundo globalizado nos sentíssemos irmãos compartilhando o trabalho, sentindo-nos responsáveis uns pelos outros como José, o Operário, Maria que assumiu as tarefas na casa de sua prima Isabel durante sua gravidez, e o apóstolo Paulo que fazia questão de partilhar os frutos de seu trabalho com os irmãos e os companheiros. Busquemos uma sociedade justa e fraterna, na qual não falte nada a ninguém. A solidariedade deveria ser a marca de uma sociedade que se autodeclara civilizada.

Por último, lembramos a Campanha da Fraternidade de 1999, que já nos lembrava que o trabalho dignifica o homem. A campanha refletia sobre a realidade do desemprego e questionava a ausência de trabalho para a população, “Sem trabalho… Por quê?”. O objetivo era contribuir para uma sensibilização com a gravidade do desemprego e promover a reflexão sobre suas causas nas comunidades cristãs.

opinião

Por padre Francisco Carlos Pereira, pároco em Poços de Caldas

DOUTRINA SOCIAL E TRABALHO HUMANO

E

m tempos de caminhos diversificados e de uma ânsia exacerbada pelo imediato, se submeter a realidades duradouras tornou-se “inviável”, dado que o significado ou o sentido da vida parece estar ligado a uma emoção isolada de momento e nem tanto a uma realidade a ser construída pouco a pouco, possibilitada pelo esforço e pelo sacrifício da luta.

Tudo o que diz respeito ao ser humano, que promove ou afeta sua dignidade, não fica indiferente à Igreja, não passa ao largo de suas preocupações, ela não fecha os olhos. Se não agisse assim ao longo desses três milênios de história cristã, estaria sendo infiel à missão que lhe foi confiada pelo seu Senhor.

A Igreja, refletindo e agindo em consonância com as transformações da sociedade, compôs seu pensamento, sempre baseado nas Sagradas Escrituras, na Tradição e no Magistério. Com suas reflexões, estruturou o que chamamos de Doutrina Social, refletindo não só o mundo do trabalho, mas também outras realidades da pessoa e da sociedade. A Doutrina Social da Igreja versa, especialmente, sobre a autocompreensão que a Igreja tem da sua missão junto à sociedade civil, evangelizar. A partir das transformações sócio-econômico-políticas do século 19, fundadas no liberalismo, o desafio de evangelizar integralmente a pessoa se tornou bastante complexo. Com o predomínio do capital sobre o trabalho, aumentou demasiadamente a exploração da vida humana, afetando e marginalizando, principalmente, os mais pobres e os atingidos pelas novas relações socioeconômicas da globalização do século 20, sob o domínio do neoliberalismo.

Uma das situações da qual a Igreja sempre se ocupou, numa atitude profética, a exemplo de seu Senhor, mesmo sob acusação de se envolver com o que não é de sua conta, onde ela não deveria estar, é o mundo do trabalho e suas profundas transformações. Muitas dessas conquistas foram obtidas graças à capacidade criativa, inventiva e investigativa do homem e da mulher.

Na segunda parte do Compêndio da Doutrina Social da Igreja, no sexto capítulo - O Trabalho Humano, há o subcapítulo que trata justamente da Dignidade do Trabalho. O conteúdo, embasado integralmente na encíclica Laborem Exercens e com acréscimos da Centesimus annus, ambas de São João Paulo II, destaca a dignidade do trabalho enquanto ação daquele que o exerce como coparticipante da criação do mundo. É através do trabalho que o ser humano se descobre capaz de transformar a realidade e dela tirar o sustento para a sua vida e de sua família.

Um destaque é feito à dimensão social do

Cena do Filme “Tempos Modernos” – Charles Chaplin

trabalho, pois toda ação laboral sempre se constrói com e para alguém, mesmo quando o trabalhador a realiza sozinho.

Fala-se em duas dimensões do trabalho na encíclica Laborem Exercens: a objetiva e a subjetiva. Na dimensão objetiva predomina a visão da sociedade moderna que vê o trabalho humano de uma forma reducionista, pois considera apenas a ação mecânica e repetitiva, reduzindo o trabalhador à engrenagem do sistema produtivo. Desse modo, nem o trabalhador e nem o trabalho possuem dignidade, pois ambos são vistos como mercadorias.

Já a dimensão subjetiva tem um olhar humanista e amplo para a ação criadora do ser humano. Nessa visão, a pessoa é o sujeito do trabalho, sendo agente transformador da realidade, pois, quando trabalha, coloca-se por inteiro naquilo que faz. Por mais repetitiva que seja a ação de um trabalhador, ele nunca a fará da mesma forma, pois ele não é máquina, ainda que seja tratado assim. O trabalho é digno, pois aquele que o realiza é uma criatura dotada de dignidade. Entretanto, em nome do capital, determinados trabalhos são considerados indignos na medida em que a sociedade não reconhece a impor-

tância deles, em função do seu baixo valor econômico.

Há que se refletir sobre a relação entre trabalho e capital. A palavra capital, no sentido econômico, principalmente em função da ideia de acúmulo, deu origem às expressões capital humano (expressando os recursos humanos disponíveis) e capital social (a capacidade da colaboração de indivíduos em uma ação social).

Na forma moderna de se compreender a produção, o capital e o trabalho são complementares, pois um depende do outro; portanto, não deveria haver anteposição de um ao outro. Em todo caso, cabe lembrar que, em última análise, é o homem quem acaba determinando a complementariedade ou o domínio de um sobre o outro, segundo seus interesses. A força de trabalho acaba sendo um capital, com o qual os trabalhadores negociam com quem detém os outros meios necessários ao processo produtivo. Em última análise, cabe lembrar que é o homem quem acaba determinando a complementariedade ou o domínio de um sobre o outro.

No cenário mundial, causa preocupação os efeitos da globalização e o avanço tecnológico, que contribuíram para rela-

tivizar a importância do trabalho humano e sua dignidade. Acrescenta-se a isso a terceirização de vários setores de produção, com o objetivo de reduzir os salários e os gastos com encargos, burlando a legislação trabalhista e ferindo a dignidade dos trabalhadores, o que tem provocado o aumento do desemprego em países inteiros, fazendo predominar a forma primitiva de exploração do ser humano, como é o caso do trabalho clandestino ou informal e do trabalho infantil. Isso tudo afeta a dignidade do homem e da mulher trabalhadores.

A Doutrina Social reforça, por fim, a necessidade do repouso, especialmente no dia consagrado ao Senhor, pois o trabalhador tem os seguintes direitos: descansar, reunir a família e exercer a liberdade para manifestar sua fé. Assim, o domingo não é apenas um dia de descanso, mas um dia para estabelecer laços sociais e religiosos. De forma idealista, ressalta que as autoridades públicas e os empregadores têm o dever de favorecer o repouso e o culto divino. Todavia, bem sabemos que, nas poucas vezes em que isso acontece, é em função da lei.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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notícias Diocese participa de fórum ambiental em universidade Texto: Assessoria de Comunicação - Imagem: Laís Rezende

Sustentabilidade e Preservação Ambiental, este foi o tema do 16º Fórum de Extensão Universitária da Unifenas, realizado na tarde do dia 27 de março, no campus Alfenas, com a presença do bispo diocesano, dom José Lanza Neto, do padre Reginaldo da Silva e dos diáconos Sérgio Bernardes e Vinícius Pereira Silva, além da reitora da instituição, professora Maria do Rosário Araújo Velano, e do diretor de extensão e assuntos comunitários, professor Rogério Ramos do Prado.

A presença dos clérigos foi motivada pela divulgação da Campanha da Fraternidade deste ano, Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida, com temática voltada à preservação das áreas naturais e das culturas locais.

Em sua fala, dom José Lanza destacou a relevância de se discutir o assunto no meio acadêmico. “A universidade nos propõe muito mais que uma formação profissional,

nos oferece caminhos para compreender a vida e formarmos nossa opinião sobre a realidade que nos cerca”. Após fazer um apelo à reflexão aos estudantes presentes, o bispo ressaltou que a preocupação com a Casa Comum não deve ser somente de ambientalistas, mas de toda a sociedade.

Para o diácono Vinícius, também biólogo, a força para modificar hábitos antiecológicos está numa mudança profunda e pessoal. “A fé se torna um elemento impulsionador e catalisador para nossas ações, buscamos caminhos comuns para sermos transformadores da realidade”.

No evento, padre Reginaldo apresentou o trabalho realizado pela Pastoral da Sustentabilidade em sua comunidade em Guaxupé. Além de parcerias com outras instituições e ações concretas, os participantes da pastoral se dedicam à conscientização de crianças e jovens sobre a causa ambiental.

Evento teve a presença de alunos de áreas ligadas ao meio ambiente e ao agronegócio

Iniciação Cristã será o tema Semana Missionária: central da Assembleia dos Bispos Fé e ação em prol da comunidade

Texto/Imagem: CNBB

Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil irá realizar a sua 55ª Assembleia Geral. O encontro anual do episcopado brasileiro será em Aparecida (SP), entre os dias 26 de abril e 5 de maio. O tema central abordará a “Iniciação à vida cristã”. Em preparação para a reflexão da temática, uma comissão foi montada e elaborou um texto que será debatido pelos bispos durante os dez dias de trabalho, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Após receber contribuições, a segunda versão do documento foi enviada nesta semana aos membros da CNBB. A iniciação à vida cristã é uma das cinco urgências da ação evangelizadora da Igreja no Brasil para o período de 2015 a 2019. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) apontam a necessidade de desenvolver nas comunidades do Brasil “um pro-

cesso de iniciação à vida cristã, que conduza ao encontro pessoal com Jesus Cristo, no cultivo da amizade com Ele pela oração, no apreço pela celebração litúrgica, na experiência comunitária e o compromisso apostólico, mediante um permanente serviço ao próximo”, em consonância com o Documento de Aparecida.

Neste sentido, o arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo, que também presidiu a Comissão do Tema Central, explica que os redatores trabalharam para elaborar um documento que sirva de estímulo às mais ampliadas lideranças comunitárias e eclesiais, “na implementação de caminhos evangelizadores que contemplem experiências consistentes e vivenciais de encontro com o Senhor”.

Iniciação cristã: processo de encontro com Jesus e de inserção na comunidade

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Texto/Imagem: Damiani Rocha

Integração paroquial foi um dos pontos centrais da Semana

Entre os dias 18 e 26 de março, a Paróquia São José, em Machado, realizou a Semana Missionária, momento de despertar a comunidade com ações em prol da comunidade e reafirmar a fé através de gestos concretos com o cuidado social.

Dia 18, sábado, houve o plantio de árvores feito por crianças e jovens, coroinhas e catequizandos, e membros da Infância e Adolescência Missionária (IAM) em um local de preservação ambiental. A ação mobilizou os alunos da Escola Estadual Iracema Rodrigues a irem até a Matriz São José para entregar mudas de árvore frutíferas para serem plantadas. A inspiração veio da temática da Campanha da Fraternidade 2017, Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida.

A Missa de abertura aconteceu dia 19, domingo, com procissão até a Matriz São José. Os participantes vestiram branco em

favor da paz. Na missa, os missionários foram enviados com a unção que os animaria para a realização das atividades da Semana Missionária.

As visitas às famílias valorizaram os bairros pertencentes à paróquia, assim como às instituições sociais (escolas, creches, Lar São Vicente de Paula, Amigos da Vida, Recanto de Emaús e Santa Casa de Caridade de Machado) e aos órgãos públicos (Prefeitura e Conselho Tutelar).

Ao finalizar a Semana Missionária, os paroquianos quiseram mostrar que é preciso uma Igreja atuante, que acredite na sociedade e na vida em missão a exemplo de Jesus. “Foram plantadas sementes para que seja possível colher os frutos de uma sociedade mais junta, amorosa, com fé, paz e igualdade, levando a mensagem universal do amor e de Deus”, declarou o pároco, padre Alexandre José Gonçalves.

RCC promove formação de Missionários participam ministérios para 700 pessoas de formação bíblica Texto/Imagem: Julianne Batista Ribeiro, Ministério de Comunicação Social - RCC

Texto: Guilherme Ribeiro, seminarista - Teologia - Imagem: José Eduardo da Silva/Jhoni Bruschi

Com o objetivo de seus respecde levar formação tivos ministérios e os direcionamen(Intercessão, Cotos deste ano, teve municação Social, início, na manhã do Crianças, Pregadia 25 de março, o ção, Universidades Encontro DiocesaRenovadas, Oração no de Ministérios, por Cura e Libertaem Nova Resende. ção).

Organizado pela Para o coordeRenovação Carisnador estadual, mática Católica da Wendell Barros, Diocese de Guaxu- Concentração de formações busca integrar servos da do Ministério de RCC na diocese pé, o evento contou Pregação, a atuacom a presença de coordenadores de mição de cada membro do movimento deve nistérios da RCC Minas Gerais. Em torno de se pautar pelos dons de cada um. “O bom 700 pessoas vindas dos Grupos de Oração líder deve identificar os talentos e qualidaparticiparam das formações. des de cada um. Deus nos deu talentos e O diretor espiritual da RCC na diocese, qualidades únicas. Alguns podem até se padre Valdenísio Goulart, celebrou a Santa perder por não usarem sua personalidade”.

Missa que abriu o encontro. Em seguida, a Atividades em comum coordenadora diocesana do movimento, No sábado à noite, todos os servos se Viviane Magalhães Oliveira, pregou sobre reuniram para Adoração ao Santíssimo Sa“Voltai ao primeiro amor. Seja inteiramente cramento. No domingo, todos estiveram do Senhor teu Deus”. juntos novamente para a missa, celebrada Após o almoço do sábado e no dopelo padre Heraldo Lamin, da Paróquia São mingo, os participantes foram separados Benedito, de Petúnia. por workshops específicos para formação

redação e o autor No primeiro sádo Evangelho, seus bado de abril (1/4), objetivos e o recacerca de 120 missiodo principal que o nários, provindos de autor sagrado quer diversas paróquias mostrar, que é bem da Diocese de Guaclaro: “conhecer xupé, participaram do Estudo do Evan- Formação bíblica é um dos pilares do processo das SMP Jesus, para amá-lo; segui-lo e testemugelho de Mateus nhá-lo. É ser cada vez mais discípulo-miscomo parte das atividades das Santas Missionário da boa-nova de Jesus” (MOSCONI, sões Populares (SMP). O encontro foi dirigi2014), como nos convida insistentemente o do pelos seminaristas do 4º ano de Teologia: Documento de Aparecida.

Guilherme Ribeiro e José Eduardo da Silva.

O estudo “Por que estudar?”

De forma sistemática foram apresentaCom essa pergunta, iniciou-se o estudo dos o corpo do Evangelho de Mateus, sua com o objetivo central de proporcionar aos estrutura e a mensagem incutida na forma ouvintes uma experiência de encontro pesde escrita e aplicação da comunidade. soal com Jesus Cristo a partir da Palavra de “Adentrar as páginas do Evangelho e camiDeus. Refletiu-se sobre a busca de sentido nhar com os textos nos ajudam a comprepara a vivência cristã, um sentido verdadeiender melhor o que aquelas palavras nos ro, autêntico, pautado nas palavras e ações dizem”, afirmou um participante. de Jesus contidas no Evangelho de Mateus Para dona Lourdes, de Jacuí, “estudar o e das comunidades, das quais brotaram Evangelho é muito importante, pois anima os textos. “Antes de abrir a Bíblia é prequem estuda a ensinar os outros”. Essa foi ciso, primeiro, saber abrir o livro da vida; a proposta do encontro, reunir os missioé preciso saber escutar, com sinceridade, nários, estudar juntos e despertar neles a situações e anseios, dores e alegrias, espeimportância de continuar o estudo em suas ranças e sonhos, que fazem parte da nossa comunidades. “O Evangelho é notícia boa vida” (MOSCONI, 2014). de Jesus, e notícia boa não podemos guarApós refletir sobre o sentido autêntico da dar de forma egoísta, tem que ser contada vida, foi feita uma introdução ao Evangelho a todos”, concluiu um dos assessores, Guide Mateus, enfatizando a parte estrutural do lherme Ribeiro. texto, o lugar e os destinatários, a data de

Missa dos Santos Óleos valoriza a sinodalidade Texto: Assessoria de Comunicação - Imagem: Sara Fideles

Novas Comunidades participam de formação humana em Alfenas Texto/Imagem: Andrea Esteves – Comunidade Mariana Resgate

Celebração festiva reúne representantes de toda a diocese anualmente

Todos os anos, leigos, religiosos e clérigos se reúnem na Catedral Diocesana Nossa Senhora das Dores para a celebração eucarística dos Santos Óleos, na qual são abençoados os óleos dos Enfermos e dos Catecúmenos e consagrado o óleo do Crisma. A missa presidida pelo bispo diocesano acolheu fiéis de muitas comunidades de toda a diocese.

Em sua homilia, dom José Lanza destacou a importância da participação e da comunhão eclesial como referência para a Igreja Particular. “A sinodalidade é um meio para caminharmos rumo à unidade, este é o caminho que buscamos para nossa diocese”. O bispo ainda fez referência à homilia do papa Francisco na missa no Vaticano, destacando a alegria evangélica como marca fundamental para o ministro ordenado.

Com o objetivo de participar da celebra-

ção, um grupo de fiéis de Juruaia demonstrou disposição ao caminhar mais de 15 quilômetros até chegar à Catedral Diocesana. Este é o quarto ano que o grupo se reúne e, a cada Semana Santa, o grupo aumenta. Para o empresário Daniel Marques, a caminhada é um esforço amparado pela fé. “É muito boa a experiência. Rezamos o terço durante a caminhada, fomos acolhidos pelos paroquianos da Catedral com um café da manhã e participamos da missa, uma das mais ricas celebrações do ano”.

Ao término da celebração, os clérigos receberam um presente oferecido pelo padre José Luiz Gonzaga do Prado. O biblista ofereceu sua obra mais recente, Os Evangelhos dominicais e festivos refletidos em grupos, com comentários bíblicos e litúrgicos, livro publicado pela editora Vozes.

Nos dias 1 e 2 de abril, aconteceu uma formação para Novas Comunidades promovida pela Comunidade Mariana Resgate na capela Santo Antônio, em Alfenas.

Estiveram presentes 75 pessoas de 9 novas comunidades católicas da região: Aldeia do Sacramentado (Lavras), Cenáculo (Franca), Doce Consolo (Areado), Luz e Vida (Campo Belo), Luz dos Homens (Guaxupé), Magnificat (Três Corações), Mariana Resgate (Alfenas), Missão Obra de Misericórdia (Guaxupé) e Renascidos para Amar (Bandeira do Sul).

A formação teve como tema “Afetividade e sexualidade na vida consagrada” e foi conduzida por Ronaldo José de Sousa, co-fundador e formador geral da Comunidade Católica Remidos no Senhor, localizada na Paraíba.

O tema abordado foi trabalhado de forma bastante densa e rica. Nos momentos de partilha entre os participantes, todos relatavam da riqueza das formações e o quanto irão agregar na sua consagração de vida.

Os participantes manifestaram ter sido dias de profunda quebra de paradigmas e crescimento pessoal.

Novas comunidades se destacam pelo vigor e pela atração de vocações

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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em pauta

Por Filipe Zanetti, seminarista – Teologia

FAMÍLIAS CRISTÃS E A REALIDADE DO DESEMPREGO

O

futuro da sociedade e da Igreja depende decisivamente do bemestar das famílias. Ao mesmo tempo, segundo o papa Francisco na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, este bem viver das famílias precisa do trabalho que possibilita o seu sustento, sua estabilidade e fecundidade. Afinal, o trabalho é uma parte fundamental da dignidade humana, o que “se deduz das primeiras páginas da Bíblia, quando se afirma que Deus ‘tomou o homem e o colocou no Jardim do Éden, para o cultivar e guardar’ (Gn 2,15). Temos aqui a imagem do trabalhador que transforma a matéria e aproveita as energias da criação, fazendo nascer o pão ganho com suor” (AL, 23). É através do trabalho que a terra se torna doméstica e habitável.

Sendo assim, é imprescindível que ambas as partes interessadas – Igreja e sociedade – estejam atentas à realidade concreta vivida pelas famílias: suas dificuldades, suas angústias e suas súplicas.

A infeliz realidade do desemprego é um desses grandes desafios que afetam drasticamente as famílias e sua serenidade.

Portanto, a gestão do mercado de trabalho é uma responsabilidade humana e social que não pode ser negligenciada.

No Brasil, os números do mercado de trabalho são divulgados periodicamente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e atestam uma realidade estarrecedora vivida pela população. Desde 2014, quando a taxa de desemprego era de 6,5%, o quadro vem agravando para atuais 13,2%, que significam 13,6 milhões

de desempregados. Dito de outra forma, são aproximadamente 13 milhões de famílias convivendo com a angustiante possibilidade de não ter como pagar as contas, de não ter o que colocar na mesa, e até de não ter um teto para morar. Há uma ampla parcela da população vivendo uma modificação social profunda que não só a afeta materialmente, como também emocionalmente.

Na análise de André Ferreira Martins, assistente social que atua em algumas cidades do sul de Minas Gerais, o mais preocupante é a exclusão instantânea que o sistema econômico impõe às pessoas que perdem o poder de compra. Isso dificulta a subsistência das famílias e “em alguns casos a gravidade da situação é tamanha que os filhos deixam até de estudar para

leitura

Da Redação

QUAL É A TUA OBRA?

“A

ideia de trabalho como castigo precisa ser substituída pelo conceito de realizar uma obra. Enxergar um significado maior na vida aproxima o tema da espiritualidade do mundo do trabalho”. Esta é a ideia defendida pelo filósofo e teólogo Mário Sergio Cortella no livro lançado há 10 anos pela editora Vozes, que já está na sua décima edição.

No livro, o autor desmistifica conceitos

ajudar no sustento da casa”.

Essa conjuntura transtorna a situação das famílias que, por sua vez, precisam ter flexibilidade para enfrentar e superar a crise. É a realidade vivida por algumas famílias da Diocese de Guaxupé, que têm encontrado apoio no auxílio que as paróquias prestam àqueles que estão passando por momentos difíceis. Pastorais, movimentos e associações colaboram de diversas formas e tornam concreta a verdadeira caridade cristã.

Anadir Ferreira Moraes, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Alfenas, colabora com os trabalhos sociais desenvolvidos pela Pastoral da Criança. Ela conta que através do acompanhamento do peso e desenvolvimento das crianças é possível detectar as famílias que sofrem com o de-

semprego. Nesses casos fica nítida a “carência em todos os sentidos. Faltam-lhes alimento, espiritualidade, carinho e afeto”, afirmou. Diante disso, a Pastoral da Criança recorre aos Vicentinos que colaboram com a distribuição de cestas básicas para as famílias.

Mas, também, há aqueles que usam da criatividade para fugir da crise e garantir uma renda trabalhando em casa. É o caso de Lucimara Costa, de Alfenas, que não mediu esforços e apostou no dom de cozinhar. Ela faz quitutes para ajudar a manter a família, divulgou o novo projeto nas redes sociais e aumentou o número das vendas. Ela conta que com o “esposo desempregado e as coisas cada dia mais difíceis, [precisei despertar] o meu dom novamente e me fez olhar as coisas de forma diferente. Com o apoio de toda a minha família e amigos fiquei mais forte e corajosa”.

Num de seus discursos, em agosto de 2015, o papa Francisco indicou a importância de se valorizar o trabalho: “trabalhar – repito, nas suas mil formas – é próprio da pessoa. Exprime sua dignidade de ter sido criada à imagem de Deus. Por isso, diz-se que o trabalho é sagrado. [...] Entristeço-me quando vejo que há pessoas sem trabalho, que não encontram emprego e não têm a dignidade de levar o pão para casa. Alegro-me muito quando vejo que os governantes fazem grandes esforços para criar postos de trabalho a fim de que todos o tenham. Ele é sagrado, confere dignidade à família. Devemos rezar para que não falte trabalho na família”.

e pré-conceitos, e define o líder espiritualizado como aquele que reconhece a própria obra e é capaz de edificá-la, buscando incessantemente o significado das coisas.

Autor de bastante expressão no cenário nacional, Cortella possui uma extensa bibliografia, sempre aliando temas de espiritualidade, situações cotidianas e motivação pessoal. É possível encontrar muitos vídeos de suas palestras, também disponíveis e gratuitas na internet.

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bíblia

Por padre José Luiz Gonzaga do Prado, biblista e professor na Facapa – Pouso Alegre

A JUSTIÇA SOCIAL NA SAGRADA ESCRITURA As origens Não há certamente questão mais disputada entre arqueólogos e historiadores do que a origem do povo que nos deu a Bíblia. Hebreus seriam os hapirus, escravos rebeldes citados nas tabuinhas de barro de Tel El Amarna, que ameaçavam os governantes das cidades reinos de Canaã, mil e trezentos anos antes de Cristo? Seriam escravos fugidos do Egito? Seriam populações transferidas para a região pelo império persa no século sexto ou quinto antes da Era Cristã?

Deixando de lado a curiosidade histórica (Verbum Domini 19), temos no capítulo 3 do Êxodo a revelação da identidade do Deus dos hebreus. Yahweh é o Deus que acontece, que está junto ou do lado dos escravizados. O Deus da Bíblia é aquele que vê a opressão do povo, ouve o clamor dos pobres e desce para livrá-los das garras dos opressores. Isso a Escritura coloca na origem do Povo de Yahweh.

Os Profetas Elias condenou o rei Acab pelo assassinato do pequeno lavrador Nabot, dizendo: “Os cães vão lamber o teu sangue no mesmo lugar onde lamberam o sangue de Nabot, que tu assassinaste para tomar posse da sua propriedade!”.

Oséias acusa Judá e Israel ou Efraim.

Os grandes de Judá vivem mudando os marcos das divisas, tomando as propriedades dos mais pobres, Efraim é “um opressor, que passa por cima do direito.

E acusa também os sacerdotes, que esqueceram o conhecimento de Yahweh, a lei da solidariedade e do amor aos irmãos, “esses sacerdotes vivem do pecado do meu povo e querem que o povo continue pecando”.

De Amós basta lembrar como ele fala dos pecados de Israel: “eles vendem o justo por dinheiro, o necessitado por um par de sandálias; pisam a cabeça dos pequenos na poeira do chão e torcem o caminho dos pobres!”. E o que disse às mulheres da alta sociedade de Samaria: “Escutem esta palavra, vacas de Basã, que assaltam os pobres e esmagam os humildes, que só sabem dizer aos maridos: ‘Pode trazer, que nós vamos beber!’”.

Isaías, já no capítulo 1, diz, falando em nome de Deus: “Que me interessa a quantidade dos seus sacrifícios? Parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa

mundo: “uns embriagados enquanto outros passam fome” (1Cor 11,21.29.32).

nojenta para mim... Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva!”.

Na época do Natal cantamos Da cepa brotou a rama, seu cântico de esperança (11,1-9) de acabar com a história do lobo e do cordeiro e de deixarmos de ser bichos uns para os outros. E mais, muito mais.

Jeremias diz ao rei Joaquim: “Ai daquele que constrói a sua casa sem a justiça, seus aposentos sem o direito, que faz o próximo trabalhar dado, sem pagar-lhe o salário. Você pensa que é rei só porque usa mais cedro do que os outros? Você não tem olhos nem coração a não ser para o seu lucro, para tirar a vida do inocente, praticar a opressão e a violência”.

Novo Testamento O Apóstolo Paulo Enfrentou clara e abertamente o modelo social da cultura grega e do Império Romano, onde uns poucos são os cabeças, os senhores e patronos, enquanto a grande maioria é de clientes ou dependentes. O cliente apoia em tudo o seu patrono, a quem deve gratidão e fidelidade.

Não havia relacionamento horizontal, apenas vertical, de dependência e gratidão ao patrono e protetor. Paulo, porém, se apresenta como irmão, todos são irmãos.

Agora o relacionamento é horizontal.

Em Tessalônica, suas comunidades eram de trabalhadores braçais, a ralé social no mundo grego. Pai era o Imperador, Senhor era o Imperador, Igreja era a reunião de uma reduzida elite social e econô-

mica da cidade. Para Paulo, não. Igreja é a reunião de trabalhadores braçais que se reúnem nas casas, não sob as ordens do Império, mas em nome do Pai que é Deus e movidos pelo Senhor crucificado.

Paulo não apareceu lá como senhor e mestre. Ao contrário, primeiro ele se fez criança, obediente a Deus como todos.

Depois, como mãe que, no leite materno, dá o sangue pelo filho. Trabalhou incansavelmente para não ser pesado aos irmãos, só então teve autoridade para falar como um pai (1Ts 2,7-12). De resto, o vocabulário dele em toda a carta é o vocabulário do trabalhador braçal: trabalho, labuta, resistência, produção, cansaço etc..

Coisa semelhante acontece na sua correspondência com os filipenses, que eram, apesar da “profunda pobreza” (2Cor 8,2), pequenos comerciantes. Paulo só lhes fala em termos de lucro, prejuízo, conta, débito, crédito etc..

Em Corinto, a grande maioria dos irmãos era de gente pobre, escravos, sem estudo e sem nome, mas havia um pequeno grupo de ricos, cultos e de alta sociedade (1Cor 1,26). Esse grupinho tinha grande influência nas comunidades. Tanto que escreveu também a Paulo (1Cor 7,1).

A Ceia do Senhor era uma mesa de partilha que deveria condenar as desigualdades do nosso mundo. Pois o grupo dos fortes de Corinto fazia da celebração uma oportunidade de mostrar diferenças e humilhar os que nada possuíam. Por isso é que Paulo lhes diz que estão comendo a própria condenação, estão se condenando com esse mundo, quando trazem para a Ceia as mesmas desigualdades do

Os Evangelhos sinóticos Em Marcos podemos ver os dois cegos.

O de Betsaida precisou ser afastado da multidão para começar a enxergar.

Betsaida era uma aldeia transformada por Herodes em cidade grega, para introduzir a cultura moderna, a cultura grega. Num primeiro momento, o cego diz que as pessoas parecem árvores andando. Ainda confunde gente com coisa. Quando começa a ver claro e à distância, Jesus manda que ele vá para casa, mas que não entre naquela aldeia. A casa é o grupo de reflexão, é onde Jesus se reúne com os discípulos e lhes abre os olhos; a aldeia é a ferramenta de imposição da cultura global, que cega.

Bartimeu, o filho da glória, fissurado em aplausos, é cego, mendigo, sentado à beira do caminho. Assim eram os Doze, brigando entre si pelo poder. Marcos está “batendo na cangalha para o burro entender”. Fala dos de ontem para que os de hoje entendam. Bartimeu chama Jesus de Filho de Davi, o messias poderoso e glorioso. Jesus atende, porque este cego quer enxergar. Enxergando, segue Jesus pelo caminho da cruz.

O Sermão da Montanha no Evangelho segundo Mateus está em função da multidão de pobres e sofredores que procurava Jesus: “Tendo visto aquelas multidões, Jesus sentou-se e os discípulos o rodearam”. E a quem pertence, já hoje, o Reinado de Deus ou dos Céus? Aos pobres por espírito, por opção, por escolha e aos perseguidos. Então, quem está chorando vai rir, quem está com fome vai se saciar, quem não é ninguém, o carente, vai ser dono da terra.

Lucas é o Evangelho dos excluídos: pobres, migrantes (samaritanos), mulheres, pecadores e pecadoras. A parábola do Bom Samaritano é a do ser humano roubado, ferido, caído quase morto, à beira do caminho. Você já viu? Compadeceu-se?

Apeou da montaria e tentou fazer alguma coisa para livrá-lo?

A parábola do pobre Lázaro caído à porta do rico banqueteador foi lembrada por Paulo VI pra falar das desigualdades entre as nações, o que vai se tornado um escândalo cada vez maior, porque os ricos banqueteadores são as nações cristãs.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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liturgia

Por padre Gilmar Antônio Pimenta, administrador paroquial em Alfenas

A COROAÇÃO DE NOSSA SENHORA E A DEVOÇÃO POPULAR

A

o coroar Nossa Senhora, os devotos transmitem com serenidade e humildade o reconhecimento pelo zelo e amor manifestados por ela ao receber o anúncio do anjo Gabriel. Assim, Maria nos ajuda a ser sinal de esperança por sua capacidade de transmitir a vida, a obediência, a confiança, a verdade, o amor, a escuta e o sim coerente e sincero.

De fato, a coroação exprime uma convicção de fé, além de evidenciar um sentido bem familiar. Numa família sabemos que o filho, por ter mais empatia com a mãe, se dirige a ela sempre nos momentos de angústia e dificuldade. Já os devotos de Nossa Senhora manifestam a ternura e a gratidão pelos benefícios concedidos a todos pelo capital de graças e bênçãos oriundas do céu.

Olhando para a fé do nosso povo, percebemos o quanto a coroação de Nossa Senhora diz sobre a vida popular. As homenagens e louvores a Nossa Senhora, levando flores, recitando ladainhas e até mesmo o rosário, cânticos apropriados e procissões, não se reduzem a um simples ato, mas se tornam um grande sinal de gratidão e respeito. A coroação vista pela tradição popular justifica o reconhecimento e o carinho do povo por Maria. Ademais, expõe o que se vive internamente na comunidade, sempre de maneira simples e humilde.

São Luiz-Maria Grignion de Montfort diz que Maria é, por graça, Rainha do Céu e da Terra, assim como Jesus é seu Rei por natureza e por conquista. Ora, como o reino de Jesus Cristo consiste principalmente no coração ou no interior do homem, segundo esta palavra: “o Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17,21), da mesma forma a

Santíssima Virgem está principalmente no interior do homem, isto é, em sua alma, e é principalmente nas almas que ela é mais glorificada com seu Filho que todas as criaturas visíveis e nós podemos, com os santos, chamá-la de Rainha dos corações. Maria, ao ser elevada ao céu, se torna Mãe e Rainha de toda a criação. É a mulher “vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12, 1). Ela vai ao céu não por si só mas pela comunhão com Deus. É Deus quem a eleva aos céus.

Coroar Nossa Senhora é, sem dúvida, manifestar “o amor, como um laço de ouro que une os corações de quem ama e de quem é amado” (Santo Afonso de Ligório).

Maria é amada por todos, nela entendemos melhor o mistério do amor. Amor este que ultrapassa a dor. Ela que não esbravejou ofendendo este ou aquele na subida do

calvário, vendo a dor do filho amado. Tudo silenciou no amor e pelo amor. De fato, coroar Nossa Senhora é contemplar sua força e sua firmeza diante da vida, é manifestar o amor recíproco, que dá e oferece ao mesmo tempo, é oferecer o prêmio de Rainha pelos benefícios deixados pela sua ternura.

Ela é rainha não por si mesma, mas pelo amor transmitido pelos gestos de humildade, simplicidade, escuta, acolhida, aceitação. Maria é coroada pelo povo porque manifesta a centralidade da meta, que se difunde em fazer não a sua vontade, mas a vontade de Deus.

Para muitos se tornam bobagens a coroação e a piedade popular, mas é desta realidade que muitos de nós nascemos e aprendemos os primeiros passos de nossa fé. Tanto ontem como hoje, a religiosidade popular tem limites, diz o téologo Afonso Murad. É desse limite que muitos fiéis fa-

patrimônio espiritual

zem germinar e crescer a vida em comunidade. É preciso ser sensível a ela, saber perceber suas dimensões interiores e seus valores inegáveis. O Documento de Aparecida usa a terminologia piedade popular como um ponto de partida para conseguir que a fé do povo amadureça e se faça mais fecunda. São urgentes a evangelização e a purificação sem querer destruir a fé do nosso povo.

São Germano chamava a Virgem Maria de “a respiração dos Cristãos”, porque assim como o corpo não pode viver sem respirar, também a alma não pode viver sem recorrer e sem se encomendar a Maria, por cujo meio seguramente se adquire e se conserva em nós a vida da divina Graça. Desta forma, o cristão deve procurar tornar-se, para Maria, um outro Jesus. O teólogo E. Schillebeechx afirma que: “para quem está verdadeiramente consciente do papel de Maria, é impossível passar, sem Maria, uma vida que queira ser cristã, uma vida que não contrarie o apelo de Deus, não derrogue a ordem cristã, não negligencie as delicadas atenções de Deus”. Por sinal, o cristão se identifica com Maria e por Ela age acolhendo suas virtudes.

Maria é o coração que dá, que compreende as nossas necessidades e que, maternalmente, as expõe ao Filho, o Deus que continua sendo seu Filho. Ademais, São Paulo diz claramente: “cada um receberá a recompensa de acordo com seu trabalho” (1 Cor 3,8). Portanto, a recompensa que Maria recebe do povo é o reconhecimento dela como Rainha. Que Ela, sendo virgem fiel, nos ajude para que nunca falte, em nossas lâmpadas, o óleo do amor.

Paulo VI, exortação apostólica publicada em 13 de maio de 1967

SIGNUM MAGNUM: MARIA, UM SINAL GRANDIOSO A verdadeira devoção a Maria Santíssima leva à imitação das suas virtudes

É

, pois, dever de todos os cristãos imitar com espírito reverente os exemplos de bondade que lhes foram deixados pela Mãe do Céu. É esta, veneráveis Irmãos, a outra verdade sobre a qual nos agrada chamar a vossa atenção e a dos filhos confiados aos vossos cuidados pastorais, para que eles aceitem favoravelmente a

exortação dos Padres do Concílio Vaticano II: “Recordem-se os fiéis de que a devoção autêntica não consiste em sentimentalismo estéril e passageiro ou em vã credulidade, mas procede da fé verdadeira que nos leva a reconhecer a excelência da Mãe de Deus e nos incita a um amor filial para com a nossa Mãe, e à imitação das suas virtudes”.

8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

É a imitação de Jesus Cristo, indubitavelmente, o régio caminho a percorrer para chegar à santidade absoluta do Pai celeste.

Mas, se a Igreja Católica sempre proclamou esta verdade tão sacrossanta, também afirmou que a imitação da Virgem Maria, longe de afastar as almas do fiel seguimento de Cristo, o torna mais amável, mais fácil; na

verdade, havendo Ela cumprido sempre a vontade de Deus, mereceu em primeiro lugar o elogio que Jesus Cristo dirige aos discípulos: “Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12,50).

missão

Por diácono Sérgio Bernardes, assessor de comunicação

DIOCESE: CASA E ESCOLA DE COMUNHÃO, DE PARTICIPAÇÃO E SOLIDARIEDADE

I

nspirada pela comunhão da Trindade Santa, a Igreja de Cristo se destaca por uma marca essencial em sua constituição: a comunhão sinodal. Assim como indica o retrato nos Atos dos Apóstolos das primeiras comunidades, o espírito de comunhão e fraternidade deve ser o rosto mais explícito dos seguidores de Cristo no mundo de hoje. “Eles eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 4, 42). O próprio Jesus de Nazaré impõe ao grupo dos Doze a condição de servo como parâmetro para o ministério. Lembrando o modo como os poderosos exercem sua dominação, o Cristo nos exorta: “Entre vós, não deve ser assim” (Lc 22, 26).

Historicamente, há evidências de um longo período em que a participação nas decisões eclesiais se concentrou somente nas mãos de clérigos ou religiosos. Porém, é preciso evitar julgamentos anacrônicos.

Devemos compreender que os caminhos trilhados no passado se pautavam pelas condicionantes históricas de cada período, limitando-se a configurações socioculturais bastante específicas.

Evento marcante para a eclesiologia e a evangelização no século 20, o Concílio Vaticano II traz à tona na constituição dogmática Lumen Gentium a missão e o ministério de todos os cristãos e a relevância da in-

tegração entre clérigos, leigos e religiosos para a concretização da ação missionária da Igreja, “que todos a seu modo, cooperem unanimemente na obra comum” (LG 30). É possível perceber os impactos e as contribuições trazidas à caminhada pastoral nas comunidades e nas dioceses em todo o mundo. Ao dedicar-se a ouvir e a debater assuntos essenciais para a evangelização e para a presença cristã no mundo, a Igreja passa a ter uma visão ampla e concreta da realidade vivida não somente

em suas esferas internas, mas no complexo mundo de hoje. “A Igreja é comunhão no amor. Esta é sua essência e o sinal através do qual é chamada a ser reconhecida como seguidora de Cristo e servidora da humanidade” (DAp 161).

Como afirma o teólogo Adriano Sella, em sua obra Por uma Igreja do Reino, é necessário abrir as portas eclesiais para um profundo engajamento de todos os cristãos, de modo a sentirem-se integrantes deste Corpo Místico de Cristo. “Devemos recuperar a sinodalidade como estilo de

assembleia diocesana

vida eclesial para podermos desclericalizar a Igreja e envolver todos os batizados em todos os momentos da vida da comunidade. Isto é, o caminhar juntos deve tornar-se princípio de corresponsabilidade segundo o qual todos na Igreja são sujeitos responsáveis”.

A força para uma evangelização eficaz está justamente no esforço conjunto e plural de todos os carismas eclesiais que ofereçam uma gama variada de ações pastorais e missionárias que levem a Boa Nova a todos, chegando aos diversos espaços e realidades. E, isso deve ocorrer em todas as etapas da ação evangelizadora, não somente na execução de projetos, mas na avaliação dos desafios e na proposição de iniciativas eclesiais que adequadamente promovam a evangelização e o anúncio do caminho cristão. É fundamental compreender que o processo sinodal exige uma postura menos pragmática na ação pastoral, pois se dedicará a tornar comum as ideias dos agentes envolvidos, inclusive com sua visão particular da Igreja e sua presença no mundo. Portanto, este caminho participativo traz uma riqueza fundamental para a missão cristã, pois se pauta não somente numa compreensão e perspectiva exclusiva, mas abrange visões díspares que convergem para um mesmo fim: o anúncio autêntico do Reino de Deus.

Texto: Assessoria de Comunicação - Foto: José Eduardo da Silva, seminarista – Teologia

EQUIPE DE TRABALHO DA ADP INICIA SUAS ATIVIDADES

A

conteceu, no dia 1º de abril, na Cúria Diocesana, em Guaxupé, a primeira reunião da equipe de trabalho da Assembleia Diocesana de Pastoral (ADP), que deverá ocorrer no segundo semestre de 2018. O objetivo do encontro foi articular as propostas preparatórias para a assembleia.

A comissão é composta por padres, diáconos, religiosa e leigos, além do bispo diocesano. Entre os principais

assuntos abordados está a missão permanente da Igreja, a dimensão formativa e ministerial dos leigos e a transformação das paróquias numa rede de comunidades.

O percurso até a assembleia propiciará uma série de reflexões e estudos sobre a realidade eclesial diocesana, fundamentando-se na participação de todos os agentes eclesiais envolvidos com a evangelização.

Iniciação cristã: processo de encontro com Jesus e de inserção na comunidade

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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catequese

Por Valéria Melo, catequista – Nova Resende

CATEQUESE COM ADULTOS: ITINERÁRIO DE MATURIDADE CRISTÃ

O

documento Catequese Renovada define, assim, a catequese: “Catequese é um processo de educação comunitária, permanente, progressiva, ordenada, orgânica e sistemática da fé. Sua finalidade é a maturidade da fé, num compromisso pessoal e comunitário de libertação integral”. (CR 318) A Catequese com adultos vem atender a essa necessidade da maturidade da Fé.

Encontramos adultos que não receberam os Sacramentos de Iniciação Cristã e, por isso, sentem-se excluídos da Igreja e procuram a catequese com essa sede, essa necessidade de fazer parte da Comunidade Eclesial.

Penso que o primeiro passo é saber qual é a sede desta pessoa. E saciá-la. É preciso conhecer as pessoas, suas realidades, seus anseios. O que elas querem,

afinal? Algumas pessoas querem apenas receber o sacramento, outras querem mesmo saber de doutrina, e outras precisam ter a experiência de encontrar Jesus.

Todas elas precisam de algo, todas têm um vazio a preencher. Cabe ao catequista direcioná-los, mostrar-lhes o caminho de luz.

Na Catequese com Adultos, a preocupação maior deve ser a formação humana, a valorização e a autoestima da pessoa, o conhecimento de sua situação, de seu sofrimento etc. A partir da realidade de sua vida, ela vai encontrar em Cristo uma resposta para suas buscas e angústias.

Na Paróquia Santa Rita de Nova Resende, muitos adultos procuram a catequese, espontaneamente ou orientados pelo pároco, que tem feito um trabalho de conscientização sobre a importância dos Sacramentos. Após uma calorosa acolhida, normalmente feita pelo padre, culminando

10 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

com uma missa de envio de catequistas e catequizandos, os grupos são organizados, procurando respeitar a disponibilidade de horário e necessidades individuais.

Já tivemos turmas em que alguns adultos não tinham nem o Sacramento do Batismo.

Foram preparados e com eles realizados o escrutínio durante os domingos da quaresma. Foi muito interessante para toda a comunidade ter uma noção do Processo Catecumenal.

Do ponto de vista prático, preparamos uma espécie de apostila que traz uma série de temas fundamentados no Catecismo da Igreja. Para dar resultado, é necessário que todos tenham em mãos a Bíblia, procurando fazer sempre uma leitura reflexiva e orante dos textos. Tentamos fugir de uma catequese estritamente sacramental, isto é, onde o catequizando venha apenas pelos sacramentos. Nosso intuito é fazê-lo

participar da vida comunitária da Igreja e da sociedade como um todo. Queremos que ele se torne um apaixonado pela causa do Evangelho de Jesus Cristo.

A finalidade da Catequese é fazer com que o catequizando se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo, estudando sua doutrina. Quando nos aprofundamos, damos frutos, e o fruto esperado da evangelização e da catequese é despertar discípulos.

Todos os catequistas que trabalham com grupos de adultos são unânimes em afirmar o quanto é gratificante catequisar a partir da experiência de vida trazida e colocada à luz do Evangelho. E como é bom vê-los se envolverem em pastorais e movimentos após a caminhada catequética.

Vale muito a pena essa experiência!

atualidade

Por diácono Sérgio Bernardes, assessor de comunicação

GÊNERO OU SEXO: CONCEPÇÕES DA SEXUALIDADE HUMANA?

“E

ntende-se por identidade de gênero a vivência interna e individual do gênero tal como cada pessoa o sente, a qual pode corresponder ou não com o sexo atribuído após o nascimento, incluindo a vivência pessoal do corpo”. Esta é uma definição utilizada por um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e difundida entre alguns grupos sociais. Temática polêmica que confronta setores da sociedade brasileira, em sua maioria adepta à fé cristã, e que desafia toda a sociedade a compreender a realidade de gênero e suas oposições à binaridade sexual, biológica e historicamente dividida em masculino e feminino.

Em relação à ideologia de gênero, cada vez mais em pauta nas discussões referen-

tes à sexualidade, a postura católica deixa claro sua posição contrária a essa linha de entendimento, perceptível num artigo do cardeal Orani João Tempesta, de 2014. Ele afirma: “É ponto de partida desse sistema ideológico o seguinte postulado: nós nascemos com um sexo biológico definido (homem ou mulher), mas, além dele, existiria o sexo psicológico ou o gênero que poderia ser construído livremente pela sociedade na qual o indivíduo está inserido. Desse modo, em última análise, não existiria uma mulher ou um homem naturais. Ao contrário, o ser humano nasceria sexualmente neutro, do ponto de vista psíquico, e seria constituído socialmente homem ou mulher”.

A divergência de posições pode gerar posicionamentos extremados de ambas as

partes, impedindo um diálogo frutífero que colabore para o discernimento e reflexão ética que promova a dignidade humana. Numa Carta aos Bispos sobre a colaboração do Homem e da Mulher na Igreja e na Sociedade, da Congregação para a Doutrina da Fé (2004), evidencia-se o caráter amplo que abrange a sexualidade: “A antropologia bíblica convida a enfrentar com uma atitude relacional, não concorrencial nem de desforra, os problemas que, a nível público ou privado, envolvem a diferença de sexo. Há que salientar, por outro lado, a importância e o sentido da diferença dos sexos como realidade profundamente inscrita no homem e na mulher: ‘a sexualidade caracteriza o homem e a mulher, não apenas no plano físico, mas também no psicológico e espiritual, marcando todas as suas expressões’. Não se pode reduzi-la a puro e insignificante dado biológico, mas é ‘uma componente fundamental da personalidade, uma sua maneira de ser, de se manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, exprimir e viver o amor humano”.

Para a discussão é importante uma ponderação fundamental: seria necessário o sacrifício de uma realidade concreta como a biológica para uma legitimação dos direitos de ambos os sexos, abrangendo também nesta reflexão os homossexuais e, ainda, os transgêneros? A garantia dos direitos de todos dependeria tão fortemente de uma destruição da binaridade sexual em benefício de uma compreensão estritamente psicológica e social da formação das identidades humanas? Não estaria esta ideologia tornando-se tão ditatorial quan-

to a de uma compreensão exclusivamente biologicista da sexualidade humana, sendo esta de ampla complexidade?

“Os adeptos da teoria do gênero pretendem que, por um simples ato de vontade, poderíamos alterar a realidade do que somos, escolhendo a nossa identidade sexual (...). Desconectar o sexo do gênero e considerar que a identidade sexual repousa apenas sobre o gênero resulta em apagar uma evidência anatômica”.

Com esta visão de dom Murilo Krieger, apresentada num artigo de 2015, é fundamental apontar algo óbvio para a temática: por mais que não haja uma completa adequação ao sexo biológico do ponto de vista psíquico, este se mantém como realidade intrínseca, em nível genético. Pois, mesmo com uma cirurgia de mudança da genitalidade ou comportamento transexual, a configuração biológica se mantém por si, pois não é somente uma característica superficial, mas trata-se de uma constituição genética, isso sem mesmo considerar as dimensões antropológica e espiritual.

A profundidade da temática e os impactos que gera na sociedade não podem ser simplificados ou reduzidos à dimensão aparente do corpo humano. Além de uma compreensão científica, é preciso favorecer um diálogo profundo com os atores sociais, inclusive as religiões, para não se tornar uma resposta reducionista e instantânea a este drama humano. A intenção de alguns grupos políticos em compreender os transgêneros, que sofrem com a incompatibilidade de mente e corpo, parece reduzir-se numa tentativa de imposição de um pensamento ideologicamente comprometido com uma visão restrita de humanidade.

cinema TOMBOY

U

m filme francês de 2012 promove uma reflexão bastante profunda sobre a questão da identidade sexual, tema atual e bastante polêmico nos diversos espaços sociais como escola, trabalho e família.

O filme retrata a história de Laure (Zoé Héran), uma garota de 10 anos, que vive com os pais e a irmã caçula, Jeanne. A família se mudou há pouco tempo e, com isso, não conhece os vizinhos. Um dia, a protagonista resolve ir à rua e conhece Lisa, que

a confunde com um menino. Laure, que usa cabelo curto e gosta de vestir roupas masculinas, aceita a confusão e lhe diz que seu nome é Mickaël. A partir de então ela leva uma vida dupla, já que seus pais não sabem de sua falsa identidade.

Com uma narrativa bastante sutil, o filme é uma oportunidade de se refletir sobre a construção de identidade na infância e como esta questão influencia a vida de tantas pessoas.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA

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comunicações aniversários maio Natalício 03 Padre Jeremias Nicanor Alves Moreira 04 Padre Geraldo Henrique Benjamin 10 Padre Benedito Clímaco Passos 14 Padre José Benedito dos Santos 15 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI 20 Padre José Hamilton de Castro 21 Padre Hiansen Vieira Franco

22 Padre Antonio Carlos Maia 24 Padre Graziano Cirina 26 Padre Homero Hélio de Oliveira Ordenação 04 Padre Francisco Albertin Ferreira 04 Padre José Hamilton de Castro 07 Padre César Acorinte 09 Padre Francisco Carlos Pereira

10 Padre Eduardo Pádua Carvalho 16 Padre Antonio Donizete de Oliveira 16 Padre Francisco Clóvis Nery 20 Padre Geraldo Henrique Benjamin 22 Padre Vítor Aparecido Francisco 30 Padre Donizete Miranda Mendes 30 Padre José Ricardo Esteves Pereira 31 Padre Thomaz Patrick O’Brien – OMI

agenda pastoral 26/4–5/6 55ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida – SP 1 Encontro da Campanha da Mãe Peregrina Infanto-Juvenil – Mãe Rainha

Dia do Trabalho 5-7 7º Encontro de Casais com Cristo 3º Etapa – Areado 6 Reunião do Conselho Diocesano da RCC – Setor Paraíso 7 Ultréia do Cursilho – Setor Paraíso 8 Reunião dos Presbíteros dos setores Alfenas e Areado - Paróquia São Pedro - Alfenas 10 Reunião dos Presbíteros do setor Passos – Paróquia Senhor Bom Jesus - Passos 11 Reunião dos Presbíteros do setor Guaxupé - Muzambinho 12 Reunião do Conselho de Presbíteros 13 Reunião do Conselho Diocesano do ECC – Paróquia São José – São Sebastião do Paraíso 14 Dia das Mães

17 18 20

21 25 27 28

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Reunião dos Presbíteros do setor Poços de Caldas – Paróquia São Paulo - Poços de Caldas Reunião dos Presbíteros dos setores Cássia e Paraíso - Capetinga Diocese: Reunião da Coord. Diocesana da Catequese – Guaxupé Reunião do GED do Cursilho – Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana dos Grupos de Reflexão – Guaxupé Reunião do Setor Juventude – Guaxupé Reunião do Setor Famílias – Guaxupé Encontro Setorial da Mãe Rainha – Poços de Caldas Reunião Geral do Clero – Guaxupé Encontro Diocesano de Comunicação – Guaxupé Ascensão do Senhor Dia Mundial das Comunicações Sociais Falecimento do 4º Bispo Diocesano – Dom Inácio Dal Monte (1963)

06 de Maio de 2017 09h30, Matriz São José Muzambinho - MG CELEBRAÇÕES FESTIVAS 07 DE MAIO, 09h30, Com. Stª. Cruz e N.S. Aparecida, Barra Bonita, Muzambinho 07 DE MAIO, 19h, Matriz São José, Muzambinho, MG 10 DE MAIO, 19h30, Par. N. S. Assunção, Cabo Verde, MG

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