FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT
“
JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ
Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros
“
João 13, 35
|
ANO XXXII - 336
|
NOVEMBRO DE 2017
editorial “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade” [Declaração Universal dos Direitos Humanos, Organização das Nações Unidas, artigo 1º]
expediente Diretor geral
DOM JOSÉ LANZA NETO Editor
PE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808 Equipe de produção
DOUGLAS RIBEIRO JANE MARTINS Revisão
JANE MARTINS Jornalista responsável
ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265
Projeto gráfico e editoração
BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160
Impressão
GRÁFICA SÃO SEBASTIÃO Tiragem
3.950 EXEMPLARES Redação
Rua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG) Telefone
35 3551.1013
jornal.comunhao.guaxupe@gmail.com Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal. Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br
A
s grandes decisões que influem profundamente na ação dos cristãos são marcadas pelo compromisso numa comunidade de sentido, principalmente na comunidade e na sociedade. Através do conhecimento e da liberdade autênticos se exprime uma decisão que integra a moral e o psicológico. A indissociável integração fé e vida deveria ser, cada vez mais, valorizada nas celebrações sacramentais e encontros comunitários, evitando uma espécie de ruptura quanto à opção fundamental do indivíduo, assíduo às liturgias, mas que não manifesta os valores autênticos na vida concreta, isto pode ser diagnosticado como inconsistência na intenção fundamental do sujeito. Portanto, é essencial vencer as contradições na vida de fé, construindo uma iden-
tidade integrada que abarque a pessoa e as circunstâncias que lhe interpelam. “É preciso longo e paciente esforço, atenção e conversão contínuas até que a opção fundamental se encarne em atitudes fundamentais e em virtudes, de tal forma que todo o estilo de vida seja expressão coerente e verdadeira do eu único, tal como Deus o criou para ser” (Bernhard Haering, Livres e Fiéis em Cristo). Situado em configurações sociais concretas, marcadas pelo pecado, o fiel deve instaurar uma batalha pela virtuosidade, utilizando a liberdade de escolha para construir sua capacidade de responder a todas as esferas de valor, repercutindo sua fé como compromisso confiante no amor de Deus e resposta a esse amor. Se faz necessário prevenir-se de um falso ascetismo aparentemente piedoso, principalmente
voz do pastor
quando se acentuam características individualistas, exclusivamente externas, saudosistas, legalistas e apegadas ao poder. No entanto, é de se considerar que esse processo não é imediato, mas segue um ritmo contínuo tanto em direção ao bem quanto ao mal. O ser humano não nasce neutro em relação ao bem e ao mal, mas sofre as influências externas do meio, entretanto, é possuidor da marca da Criação que o impulsiona à comunhão. O processo de justificação e santificação se dará no direcionamento e avanço rumo a Deus que anseia a união com sua criatura. Diante das vicissitudes vitais, o ser humano persegue, guiando-se por sua opção fundamental de cada dia, alicerçada no Evangelho, exercendo sua liberdade, a Terra Prometida, Reino de Amor e Justiça, desejado por Deus.
Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé
VIVER NUMA VERDADEIRA COMUNIDADE DE IRMÃOS
P
ensar a vida em sociedade é um grande desafio. Deveríamos compreender o mundo em que vivemos como uma missão, na qual todos somos chamados a exercer o nosso melhor. Quanto mais formos capazes de oferecer o nosso dom mais precioso em vista do bem dos irmãos, mais estaremos em sintonia com Jesus Cristo, que nos chama a trabalharmos pela fraternidade. O caminho da caridade é com certeza o caminho mais ético e justo, pois manifesta a força de caráter de cada homem e cada mulher. Sermos capazes de viver essa atitude cristã é o que nos torna diferentes no mundo do egoísmo e da ambição. Não é errado buscarmos melhorar de vida, mas é fundamental que façamos o caminho a partir da nossa fé. É preciso vencer também a tentação de buscar somente o bem para si próprio. Somente quando nos esforçarmos verdadeiramente pelo bem comum de to-
2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
dos, viveremos a partilha fraterna, proposta por Jesus. Os valores que recebemos em nossa família e nossa comunidade são direções para onde devemos conduzir a nossa vida. Se mantivermos os olhos fixos nos ensinamentos do Evangelho, com toda certeza, não nos perderemos. A ética dos cristãos deve ser manifestada em cada atitude, cada palavra e cada gesto, de modo que todos nos reconheçam como verdadeiros discípulos de Cristo. Assim, como Jesus nos pede na oração de consagração, “fazei isto em memória de mim”, devemos nós seus discípulos repetir o modo como Ele viveu e se aproximou das pessoas, demonstrando a nossa fé através de nossas obras. Assim, estaremos sendo coerentes com nossa vida e nossa missão de evangelizar em todos os setores da vida. O esforço em manifestar os valores verdadeiros no dia a dia é certamente recom-
pensado pela certeza de se estar de acordo com aquilo que Deus espera de nós. Não podemos permitir que as incertezas e as incoerências do mundo nos desanimem e comprometam a nossa ação. É mais certo irmos contra os valores e as atitudes que hoje em dia se tornaram comuns, mas que nos afastam de nossa humanidade, por isso devemos combater em nós: a indiferença, a competição, o egoísmo, a injustiça, o ódio e a intolerância. Precisamos cultivar em nós a esperança de um mundo novo construído com as bases sólidas da fé e fundamentado no profundo valor e vivência da caridade. O mundo é a manifestação do amor de Deus e nós, seus filhos, precisamos contribuir para que esse presente de Deus não seja desperdiçado pelo nosso pecado. Vivamos a graça em nossa vida, permitindo que cresça em nossos corações o sonho que Deus tem para cada um de nós.
opinião
Por padre Sérgio Bernardes, assessor de comunicação – Diocese de Guaxupé
O CAMINHO DA CONSTRUÇÃO DE UMA REALIDADE ÉTICA PARA A HUMANIDADE
A
vançando cada vez mais o fenômeno da aldeia global, mais do que nunca, os povos e indivíduos, ao afetaremse mutuamente, deveriam assumir “juntos a comum responsabilidade: pela paz, pela justiça, pela preservação da criação e por um ethos renovado. O destino da terra atinge todos os homens, qualquer que seja a religião ou ideologia a que pertençam”, isto é o que afirma o teólogo Hans Küng na obra Uma ética global para a política e economia mundiais. A reflexão se estende a setores fundamentais da vida humana, compreendidas como dimensões sócioantropológicas essenciais para o desenvolvimento do homem. A experiência religiosa não deve tornar-se mera repetição de discursos, concretização de interesses institucionais, realização de práticas rituais, mas deve ser reflexo da presença divina no mundo, plural e integrada, oportunizando um real processo de união, não somente com o divino, o Totalmente Outro, mas uma tarefa a ser construída no cotidiano, partindo dessa experiência uma valorização autêntica e irrenunciável do ser humano. Na encíclica Redemptor Hominis (1979), são João Paulo II destaca a dimensão de interdependência do ser humano e como isso pode se tornar o caminho para a autorrealização pessoal e social da humanidade. “O homem que, segundo a interior abertura do seu espírito, e conjuntamente a tantas e tão diversas necessidades do seu corpo e da sua existência temporal, escreve esta sua história pessoal, o faz
através de numerosos ligames, contatos, situações e estruturas sociais, que o unem a outros homens; e faz isso a partir do primeiro momento da sua existência sobre a terra, desde o momento da sua concepção e do seu nascimento”. Esse caminho é, claramente, uma proposta de vida e fé cristã. Na exortação apostólica Evangelli Gaudium, papa Francisco defende a participação social da Igreja nos ambientes onde atua, incluindo todos os fiéis, clérigos e leigos, numa evangelização que se ocupe da vida social, não limitando-se à experiência privada de fé, com vistas somente a um destino escatológico. “Ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade
civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos. (...) Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela” (EG 183). Defensor do alinhamento em prol do bem comum, Hans Küng indica a ação essencial da fé na construção de um mundo mais justo e fraterno, amparando-se num ethos (posicionamento ético) de extensões mundiais. O homem, em busca de transcender sua existência, deve encontrar em sua experiência religiosa as bases para um mundo novo, pautado: mais pela solidariedade e menos pela competição; mais pelo coletivo e menos pelo individualismo; mais pela partilha e menos pelo egoísmo; mais
pelo mínimo comum a todos e menos pelo produto exclusivo para pouquíssimos. “Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal perde seu sabor, com que se salgará?” (Mt 5,13). A omissão diante dessa situação desumanizadora deveria ser a preocupação não somente dos cristãos, mas dos crentes de quaisquer religiões. A perpetuação de sociedades dignas é tarefa para todos os grupos que as compõem, portanto, a inércia dos grupos religiosos nas decisões sociais fundamentais para a sociedade compromete, decisivamente, a continuação de seus sistemas e valores religiosos. Quanto mais progridem ideologias agnósticas e ateias, tanto mais se diluem as convicções trazidas pelas tradições místicas. “Vós sois a luz do mundo. (...) Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5, 14.16). Não há forma mais eficaz de anúncio da fé que o próprio testemunho. A partir dessa postura coerente e profética, será possível transpor as distâncias entre os valores religiosos e as decisões sociais. Esse percurso exige indubitavelmente: a experiência de encontro autêntico no espaço comum; o aprofundamento das identidades, mas, consequentemente, a valorização da alteridade; a criação de diálogos efetivos, que não se limitem a discursos monopolizados; e a vontade convicta de promover uma convergência profunda numa busca eficaz pela dignidade de toda a espécie humana.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
|3
notícias TLC promove ‘encontrão’ em São Sebastião do Paraíso
N
Texto/Imagem: Vicente de Souza Neto
o dia 24 de setembro, aconteceu em São Sebastião do Paraíso, o 6º encontrão do Treinamento de Liderança Cristã (TLC) da Diocese de Guaxupé. O encontro aconteceu nos períodos da tarde e da manhã, na Escola Municipal CAIC. As atividades se dividiram em palestras, momentos de espiritualidade, dinâmicas e teatro. A palestra-tema do encontro foi realizada pelo assessor diocesano do TLC, pa-
dre Vinícius Pereira Silva, destacando a importância da máxima de São Paulo, “Viver para mim é Cristo”. No encontro, aconteceu a acolhida do ícone de Nossa Senhora de Guadalupe, patrona do TLC. O objetivo do encontro foi comemorar os 50 anos do movimento no país. No encerramento, foi realizada uma missa, presidida pelo padre Rodrigo Papi e concelebrada por padre Vinícius.
Encontro de Secretários motiva colaboradores à experiência pessoal
N
Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação
o dia 28 de setembro, a Diocese de Guaxupé promoveu o Encontro para Secretários na Cúria Diocesana de Guaxupé, com a presença de secretários paroquiais, colaboradores da Cúria e padres. Ao todo, estiveram no encontro 120 participantes. A primeira reflexão foi realizada pelo padre Sandro Henrique dos Santos, coordenador diocesano de Comunicação e organizador do evento. A temática desenvolvida foi a avaliação e planejamento pessoal de cada um dos participantes sobre sua própria vida e como isso interfere na execução das atividades diárias. No segundo momento, o palestrante convidado foi o reitor do Centro Universitá-
rio de Guaxupé, Reginaldo Arthus, que tratou da relação profunda entre o secretariado e a Igreja, dimensionando o papel desse colaborador com a imagem da instituição. Além disso, Arthus destacou a distinção da Igreja Católica de outras empresas e organizações. O evento foi concluído com a missa presidida pelo bispo diocesano, dom José Lanza Neto. Na homilia, dom Lanza apontou a relevância do cuidado pessoal e da escuta e compreensão do outro como caminho de transformação pessoal. “Nossa missão é dar a vida pelo nosso bem e pelo bem dos outros. Quando nós valorizamos o outro, nós crescemos muito e tornamos possível a frutificação do Evangelho”, destacou o bispo.
Encontro contou com a participação de jovens de diversas cidades da região
Equipes Vocacionais refletem sobre perspectivas de ação na realidade paroquial Texto: padre Dione Piza/Imagem: Lázara Assunção
N
o dia 30 de setembro, o Serviço de Animação Vocacional da Diocese de Guaxupé promoveu o Encontro Anual das Equipes Vocacionais Paroquiais, com a presença de representantes enviados pelas paróquias que contam com este serviço. A primeira parte da reunião foi voltada para a espiritualidade. Neste momento, padre Dione Piza conduziu a reflexão embasada na devoção mariana e na celebração dos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida: “da mesma
forma que a imagem encontrada nas águas do Paraíba do Sul é sagrada, também nós e o nosso povo é sagrado, já que somos imagem de Deus”. Em um segundo momento, o reitor do Seminário Diocesano São José, padre Leandro José de Melo, conduziu a formação teológica na área da Eclesiologia: “A PV/ SAV dentro da vida de Igreja”, abordando a ação do Serviço de Animação Vocacional e dos agentes das diversas equipes na vida orgânica paroquial. Na terceira e última fase da reunião, padre Eder Carlos de Oliveira trabalhou as pistas de ação concretas da PV/ SAV Guaxupé. O SAV deve estar integrado às pastorais como um serviço transversal, isto é, que atinja todas as pastorais e os movimentos, em uma ação que promova a ação evangelizadora e vocacional de todas as paróquias.
Integração e espiritualidade são as bases da proposta de animação vocacional
4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
Encontro destacou o papel fundamental dos secretários na instituição
Pastoral da Pessoa Idosa dá passos para implantação na diocese
N
Texto/Imagem: Lázara Assunção – secretária de pastoral
o dia 8 de outubro, na Cúria Diocesana, aconteceu um encontro de sensibilização para representantes paroquiais, com o objetivo de implantação da Pastoral da Pessoa Idosa. Para assessorar o encontro, foi convidada a coordenadora da Pastoral da Pessoa Idosa, do Regional Leste II da CNBB, Tereza Lúcia de Lima e Maria da Penha Horrst Mendes, coordenadora da pastoral na Diocese de Itabira e Coronel Fabricia-
no. Compareceram 30 pessoas de várias paróquias da diocese. Para promover o desenvolvimento da iniciativa na diocese, foi nomeada a coordenadora diocesana da Pastoral da Pessoa Idosa, Flávia Cristiane Castro Basso, de Poços de Caldas. Os participantes saíram com o compromisso de se organizarem em nível paroquial e com um grande interesse de fortalecer essa proposta, com alegria e entusiasmo.
Cuidado com os idosos é uma das iniciativas de ação diocesanas
Leste 2 promove encontro de Liturgia sobre Iniciação à Vida Cristã Texto: Assessoria de Comunicação – Regional Leste 2 | Imagem: padre Gledson Domingos
E
ntre os dias 25 e 28 de setembro, na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte (MG), foi realizado o Encontro de Liturgia do Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com o tema Liturgia e Iniciação à Vida Cristã- tarefas para a pastoral litúrgica do documento 107 da CNBB. O encontro reuniu 50 participantes entre padres, religiosos(as), leigos(as), seminaristas e contou, também, com a presença do arcebispo metropolitano de Pouso Alegre e referencial da Comissão de Liturgia do Leste2, dom José Luiz Majella Delgado, e do secretário da comissão, padre Carlos
Henrique Alves de Resende. Durante os quatro dias de encontro, os participantes refletiram sobre o documento 107 da CNBB, Iniciação à Vida Cristã, e as celebrações do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA). A assessoria do tema central foi conduzida pelo padre Thiago Faccini, membro da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB. O grupo teve, ainda, um momento dedicado à leitura crítica e teológica da realidade litúrgica do Regional, com a colaboração dos teólogos Tânia e Felipe; uma visita ao Mosteiro Nossa Senhora das Graças – Mosteiro das Irmãs Beneditinas,
Representaram a diocese os padres Maurício Marques, Gledson Domingos e Júlio César Agripino
com celebração da Eucaristia presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo,
e partilha de experiências com as irmãs Beneditinas sobre a liturgia vivenciada em mosteiros.
Bispo realiza visita pastoral em Paraguaçu e Guaipava Texto/Imagem: Tales Flávio
N
os dias 30 de setembro e 1º de outubro, as paróquias Nossa Senhora Auxiliadora, em Paraguaçu, e Santa Isabel, em Guaipava, receberam sua primeira visita pastoral do bispo diocesano, dom José Lanza Neto. Na manhã do primeiro dia, dom Lanza se reuniu com o pároco, padre Ronei Mendes Lauria, e com o Conselho Administrativo e Econômico Paroquial para que fosse apresentado à dimensão administrativa da paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. Logo após, o bispo se reuniu com a Pastoral da Comunicação, onde pôde conhecer a estrutura de transmissão das celebrações. Dom Lanza realizou algumas visitas aos doentes e também se reuniu com o Conselho Pastoral Paroquial, quando disse aos
Proximidade do bispo com a comunidade valoriza a comunhão eclesial
coordenadores de pastorais e movimentos: “o CPP é o coração da visita pastoral. É aqui que está toda a força viva desta comunidade”. Logo após a reunião, foi inaugurado o oratório da casa paroquial. Na Missa de acolhida ao bispo, padre Ro-
Paróquia realiza Semana Catequética em Alfenas
F
Texto/Imagem: Luciana Pereira
oi com grande entusiasmo que a Paróquia São Sebastião e São Cristóvão realizou, neste ano, a Semana Catequética, com o tema “Na escola de Nazaré”, e o lema “Tornando Sagrada a minha família”. Na ocasião, catequizandos, familiares e catequistas tiveram a oportunidade de refletir sobre o modelo da Família de Nazaré para os tempos atuais, aprofundando e refletindo sobre formas e meios de valorizar a fa-
mília dentro da Igreja Católica. O início foi no dia 10 de setembro, às 19 horas, com a Missa. Durante toda a semana foram abordados diferentes assuntos com vários palestrantes. Para o coordenador paroquial de Catequese, Maciro Pereira, a experiência foi frutífera: “Acreditamos que a catequese começa em casa, na família, no amor de Deus entre pais, filhos e familiares”.
Objetivo da iniciativa é promover a integração da família na catequese
nei revelou sua alegria com a presença de dom Lanza na comunidade paroquial e afirmou que aqueles dias entrariam para a história do povo. “A visita pastoral pode ser resumida em uma palavra: proximidade, pois nunca sentimos nosso pastor tão próximo de nós quanto nes-
tes dois dias”, afirmou o padre. No fim da tarde de domingo, o bispo esteve na Paróquia Santa Isabel, na qual padre Ronei exerce a função de administrador paroquial. Foi apresentado ao bispo a reforma da igreja matriz, já em fase de acabamento. Durante a celebração da Eucaristia, dom Lanza motivou a comunidade a permanecer unida no Evangelho de Cristo e impulsionada pela missão de anunciar a Boa Nova a todas as criaturas através das SMP. Logo após, a comunidade preparou um café comunitário para o bispo. Dom Lanza percorreu ainda os limites geográficos da paróquia e celebrou a Santa Missa nas comunidades Santos Reis e São Sebastião, onde fez questão de estar no meio do povo.
Faculdade Católica tem a melhor nota do Brasil em exame nacional
A
Texto: Douglas Ribeiro Lima, Imagem: Claudia Couto
Faculdade Católica de Pouso Alegre, na qual estudam os seminaristas diocesanos e lecionam padres da Diocese de Guaxupé, através do curso de Bacharelado em Teologia, conseguiu a maior nota do país no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O exame é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação. A avaliação faz um levantamento do perfil socioeconômico e acadêmico dos participantes, considerando diversos aspectos sobre os cursos oferecidos pelas instituições. Ao todo foram 88 faculdades avaliadas em 2015, o primeiro ano do exame para as faculdades de Teologia. Fazem parte do Exame a prova para avaliação individual de
Estudantes que realizaram a prova em 2015, atualmente padres, com o arcebispo de Pouso Alegre neste ano
desempenho e o questionário do estudante.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
|5
em pauta DOM FREI INÁCIO JOÃO DAL MONTE: SAIU O SEMEADOR, QUE SEMEOU A PAZ E O BEM...
A
o perceber a forte relevância da personalidade de Dom Frei Inácio João Dal Monte, OfmCap e a profunda relação dos fiéis católicos com sua pessoa, a Diocese de Guaxupé remeteu à Congregação para a Causa dos Santos um pedido formal para o início da investigação acerca de possíveis traços de santidade de dom Inácio. O protocolo exigido pela Santa Sé é explicitado nos seguintes documentos: a constituição apostólica Divinus Perfectionis Magister (Mestre e modelo divino da perfeição), de são João Paulo II, e as Normas para Observar na Instrução Diocesana das Causas dos Santos, da Congregação para as Causas dos Santos. Ao ter o pedido aceito pela Congregação para a Causa dos Santos, a atual fase da causa, será iniciado o processo de investigação da vida, dos escritos e dos depoimentos de pessoas que conviveram com o bispo. O objetivo é avaliar, a partir dos documentos e dos testemunhos, a santidade vivenciada por dom Inácio. Conheça a trajetória de dom Inácio João Dal Monte.
Primeiros anos e vocação João Dal Monte nasceu na Fazenda Monte Alegre, em Ribeirão Preto (SP), no dia 28 de agosto de 1897. Seus pais foram Luiz Dal Monte e Ângela Guglielmini Dal Monte. Recebeu solenemente o Santo Batismo na Paróquia São Sebastião da cidade de Ribeirão Preto no dia 31 de outubro de 1897 pelas mãos do vigário coadjutor Padre Pedro Gaggino. Seus padrinhos foram Jacintho Scandini e Francyen Uchella. Quando faleceu o pai, Luiz, ele foi com a mãe para Mussolente, na Itália, quando tinha 3 anos. Com a morte da mãe, Ângela, foi recebido e educado na casa de seus tios. Em 3 de setembro de 1908, obedecendo à voz do Senhor, entrou no seminário de Rovigo. No dia 15 de setembro de 1912, recebeu o hábito capuchinho. Desde então, passou a ser chamado frei Inácio de Ribeirão Preto, nome que adotou até ser nomeado bispo. Em 21 de setembro de 1913, emitiu os votos temporários. Frei Inácio estava na Itália quando iniciou a Primeira Guerra Mundial e foi obrigado a servir ao exército italiano, embora fosse brasileiro. Assim, ele narra em sua Oitava Carta Pastoral: “Por quatro anos a fio, ficamos na antecâmara do inferno e por dois anos contínuos, no meio dos sofrimentos das trincheiras, na luta entre a contínua morte, que a todo passo nos espreitava ou nos campos de concentração”. Retornando ao convento, emitiu sua profissão perpétua no dia 8 de dezembro de 1921, em Veneza. Em 1922, inscreveu-se na faculdade jurídica do seminário patriarcal de Veneza, obtendo o diploma magna cum laude em Direito Canônico (doutorado), em 30 de julho de 1925.
com outros seis franciscanos capuchinhos. Partiram de Veneza em 13 de setembro de 1925 e, em Gênova, embarcaram no Transatlântico Duca d’Aosta, no dia 17 do mesmo mês. Chegaram em Santos (SP) em 3 de outubro, e desembarcaram em Jaguariaíva (PR) em 7 de outubro do mesmo ano. Após 20 anos de ausência, o jovem sacerdote voltava à terra querida, com o coração a arder-lhe de zelo pelas almas, sentimentos de um autêntico capuchinho e filho de São Francisco. Exerceu o ministério presbiteral em Curitiba (PR) e em Campo Magro (PR). De 1932 a 1937 foi superior do Convento de Botiatuba (PR). De 1937 a 1938, vigário de Jaguariaíva (PR), e de 1939 a 1949, de Santo Antônio da Platina (PR). Tornou-se custódio provincial dos capuchinhos do Paraná e de Santa Catarina durante doze anos, até 1949. Foi sempre um religioso humilde, obediente. Soube cativar a estima de todos desde a chegada ao Paraná, dentro e fora do convento. Quando comemorava seu jubileu de prata sacerdotal, foi nomeado bispo pelo papa Pio XII em 15 de março de 1949, como bispo titular de Agbia e bispo coadjutor da Diocese de Joinville (SC), com direito à sucessão. Assim nos narra Dom frei Inácio: “A voz de Pio XII, de saudosa memória, nos
fez trocar de hábito e nos colocou como bispo coadjutor de Joinville, sob o cajado do santo e ilustre bispo Dom Pio Freitas da Silveira, de quem conservamos sempre a lembrança do amor e zelo pela causa de Deus” (Oitava Carta Pastoral, 1962). Foi ordenado bispo no dia 26 de maio do mesmo ano, em Santo Antônio da Platina (PR), onde era vigário. Adotou como lema episcopal Exiit qui seminat (Saiu o Semeador), iluminado pelos evangelhos sinóticos (cf. Mt 13,3; Mc 4,3; Lc 8,5).
há uma rua com o seu nome: Rua Dom Inácio João Dal Monte, localizada no bairro “Conjunto Habitacional Jardim das Palmeiras”; • Há uma Alameda “Dom Frei Inácio Dal Monte” na cidade de Santo Antônio da Platina (PR), onde foi pároco de 1939 a 1949;
• Na Diocese de Guaxupé, há muitas cidades que também têm ruas ou praças que o homenageiam: Guaxupé, Passos, Poços de Caldas, Itaú de Minas, Bom Jesus da Penha etc.; • Mas há algo mais curioso que compartilho com vocês. Até mesmo na terra dos pais de Dom Inácio, em
Bispo de Guaxupé Depois de três anos de proveitoso apostolado auxiliando dom Pio de Freitas, em Joinville (SC), foi nomeado bispo residencial da Diocese de Guaxupé, no dia 21 de maio de 1952. Também narra em sua Oitava Carta Pastoral: « Finalmente a mesma voz nos colocou nesta diocese a apascentar estes bons filhos e a cuidar da porção mais escolhida, sacerdotes e seminaristas ». No domingo, 7 de setembro do mesmo ano, tomou posse durante uma cerimônia realizada no Palácio Episcopal, perante inúmeras pessoas. Segundo o historiador Wilson Remédio Ferraz, em 1953 Dom Inácio iniciou o movimento para a implantação do orfanato “Casa da Criança”, sobre o que ele
Sacerdócio e Episcopado No dia 5 de abril de 1924, foi ordenado sacerdote pelo cardeal patriarca Pedro La Fontaine, em Veneza. Nesse tempo, preparava-se um novo grupo de missionários para o Paraná. Frei Inácio insistiu para ser enviado a essa região, mas seu pedido não foi aceito. Isso aconteceu quando um dos missionários adoeceu e, então, ele o substituiu. Foi enviado ao Brasil juntamente
HOMENAGENS A DOM INÁCIO
P
or onde passou, dom Inácio sempre deixou sua marca de bondade. Quem teve a alegria de conviver com ele afirma ter conhecido um santo homem. Assim, em muitas cidades, ele é homenageado: Nomes de Ruas, Praças, Alameda, Escolas, Colégios, Padarias, Memorial, Salão de Cabeleireiro, Posto de
Combustível, Farmácia etc. Na cidade de Guaxupé – onde o Bispo viveu por mais de dez anos – é muito comum ver fotos dele nas paredes de estabelecimentos comerciais mais antigos. Diante de pesquisas, compartilho algumas curiosidades: • Em Ribeirão Preto (sua cidade natal),
6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
Por padre Clayton Bueno Mendonça, administrador paroquial em Nova Resende
comenta: “Ampará-las é dar-lhes formação, através de estabelecimento próprio, resguardando-as assim dos perigos que as cercam; é tarefa das mais grandiosas. E por assim dizer uma das maiores obras de caridade”. Celebrando na Catedral, em 29 de novembro de 1953, o bispo anunciou que a Câmara Municipal havia autorizado a doação, ao bispado, de uma área localizada na Praça dos Expedicionários. Nesse local se instalaria o Instituto Dr. José Costa Monteiro (Casa da Criança), para abrigo e educação de meninas pobres. Nas décadas de 50 e 60, foi construído o prédio para o Seminário São José (atual prédio do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé) e, para isso, Dom frei Inácio, incansavelmente, percorreu toda a diocese em busca de recursos financeiros. Em 1960, concluiu-se a construção da atual Catedral Diocesana de Nossa Senhora das Dores (iniciada em 15 de setembro de 1943, por dom Hugo Bressane de Araújo) e solenemente dedicada pelo núncio apostólico no Brasil, dom Armando Lombardi, no dia 19 de março. Dom frei Inácio muito contribuiu para o término da obra. No dia 23 de setembro de 1962, Dom frei Inácio esteve presente à instalação canônica da Província Eclesiástica de Pouso Alegre (MG), a qual Guaxupé passaria a pertencer. De 11 de outubro a 8 de dezembro de 1962, participou da Primeira Sessão do Concílio Vaticano II, em Roma. Enfermidade e morte Em janeiro de 1963, foi acometido por trombose arterial. Não obstante todos os cuidados médicos, houve necessidade de amputar-lhe a perna direita, em Poços de Caldas. Cercado de padres, após 3 dias de longos padecimentos, Dom frei Inácio faleceu numa quarta-feira, 29 de maio de 1963, às 13h05min, vítima de trombose cerebral, na Santa Casa de Guaxupé. Estava com 65 anos. Arcebispos, Bispos, Sacerdotes, monjas, fiéis e amigos cercavam o leito de morte do queridíssimo Bispo. Todos rezavam as orações próprias dos agonizantes. Foi uma cena profundamente comovente e dolorosa. Constatado óbito, feito o embalsamento, o corpo de dom Inácio foi transladado para a Capela de Nossa Senhora Aparecida, onde permaneceu em exposição à visitação pública. No dia 30 de maio, deu-se início ao cortejo para a Catedral Diocesana
onde ficou ainda por um dia exposto à visitação pública. O cortejo que conduziu os restos mortais do grande Bispo foi impressionante, notando-se a profunda emoção do povo e do clero. O sepultamento, oficiado pelo metropolita da Arquidiocese de Pouso Alegre, dom José D’Angelo Neto, assistido por outros cinco bispos, ocorreu na Catedral, com o pranto inconsolável do povo que ficou sem seu bom pastor. Seu corpo embalsamado foi conduzido pelos cônegos do Cabido Diocesano para a cripta da Catedral. Foi sepultado no lado direito da cripta, no dia 31 de maio, na presença dos bispos mencionados, de diversos sacerdotes, das autoridades civis e dos seminaristas. Foi verdadeiro apóstolo que, com seu testemunho, soube cativar a simpatia de todos para levá-los a Jesus Cristo. Homem de oração, de penitência e de caridade. Pastor zeloso, fez inúmeras visitas pastorais, escreveu diversas cartas pastorais. O púlpito e o confessionário foram os lugares preferidos de seu pastoreio. Por onde trabalhou, era sempre afável: como pastor, amava o povo e foi querido pelo povo. Um homem santo! Sua figura patriarcal e simples, cheia de bondade e candura, sempre suave, ficará no coração de todos. Dom frei Inácio foi sempre o bispo que a Diocese de Guaxupé se habituou a conhecer e a amar. Marcou profundamente a história da diocese, durante seu pastoreio de dez anos e oito meses, seja pelos seus gestos simples, seja pelos importantes trabalhos apostólicos desenvolvidos com total dedicação à Santa Igreja. Saiu o semeador, que semeou a Paz e o Bem...
Mussolente, na Itália, nosso querido Dom Inácio é homenageado, onde ele viveu por apenas seis anos, até entrar para o Seminário (1908). A Parrocchia SS. Pietro e Paolo fica justamente na praça em sua homenagem.
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
|7
liturgia
Por padre Sebastião Marcos Ferreira, pároco em Passos
LITURGIA DAS HORAS: ORAÇÃO DA IGREJA EM NOME DE CRISTO
F
alar da Liturgia das Horas é falar do grande tesouro da nossa Igreja que, em suas liturgias, tem como centro a Palavra de Deus que é o próprio Cristo, o Verbo de Deus encarnado (Jo 1,14). Cristo, o nosso mestre e modelo de oração, ensinou seus discípulos a rezarem (Lc 11, 1-4; Mt 6,7-14) e continua sendo o maior mestre de oração da nossa vida e da vida litúrgica de nossa Igreja. Sabendo que não existe liturgia na Igreja que não esteja fundamentada na Palavra, vale lembrar de São Jerônimo, que diz: “Ignorar a Palavra é ignorar o Cristo”. Por isso, a Liturgia das Horas é sempre um encontro com o Cristo, caminho, verdade e vida (Jo 14,6). E como nos lembra o padre Romano Guardini: “A liturgia não é senão a verdade rezada”. Confirmamos esta afirmação de Guardini com as palavras do próprio Cristo: “Se permaneceis na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). A liturgia, enquanto verdade rezada em nossa Igreja, está sempre a favor de nossa vocação integral, pois somos chamados para a comunhão eterna com Deus, em harmoniosa união com os outros irmãos e irmãs em Cristo, tendo em vista que fomos
todos criados Nele para as boas obras (Ef 2,10), as quais estão intimamente ligadas com os mandamentos de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22,37-39). Por isso, rezar a Liturgia das Horas é associar nossa vida à vida da Igreja, que é continuadora da oração de Cristo, nosso único Mediador. A introdução da Liturgia das Horas nos lembra desta realidade cristológica e eclesial quando diz: “De tal maneira ele incorpora a si toda a comunidade humana, que existe íntima relação entre a oração de Cristo e a oração de todo gênero
humano. Em Cristo, e só nele, é que a religião humana alcança seu valor salvífico e sua finalidade” (LH n. 6). A Igreja, em sua tradição, quer seguir sempre o mandato de Cristo, que diz: “é preciso orar sempre e nunca desistir” (Lc 18,1) a oração é o meio de santificação do dia e de toda a atividade humana. Assim, a Liturgia das Horas é dividida em Laudes (manhã), oração das nove, das doze, das quinze horas, Vésperas (tarde), Completas (noite), e ofício das leituras, que pode ser recitado a qualquer hora do dia. “As Laudes, como oração da manhã, e
as Vésperas, como oração da tarde, sejam consideradas as horas mais importantes e venham a constituir como que os dois eixos do ofício cotidiano, de acordo com venerável tradição de toda a Igreja” (SC 89). “As Laudes se destinam e se ordenam à santificação da manhã” (LH 38) e também às atividades do dia que devem ser consagradas a Deus. Devemos “orar logo de manhã, para celebrar na oração matinal a ressurreição do Senhor” (Basílio Magno). “As Vésperas são celebradas à tarde, ao declinar do dia, para ‘agradecer o que nele temos recebido ou o bem que nele fizemos’” (LH 39). À luz de Cristo e em nome de Cristo, a Igreja, através da Liturgia das Horas, continua a oração de Cristo e nos congrega através da unidade da fé e que nos envolve na vida pastoral-comunitária. Este caráter pastoral da Liturgia das Horas está intimamente ligado à Eucaristia, por isso os presbíteros devem incentivar o povo a participar desta oração. E, sempre que possível, aos domingos, solenidades e festas, rezá-la dentro da celebração eucarística, conforme nos ensina a liturgia da Igreja. Por isso, nunca esqueçamos que a Liturgia das horas é a oração da Igreja em nome de Cristo que está a favor do bem espiritual de todo o povo de Deus.
para aprofundar
Da Redação
LITURGIA DAS HORAS TEOLOGIA E ESPIRITUALIDADE
A
obra vem ao encontro da necessidade de um aprofundamento permanente na teologia e na espiritualidade da Oração da Igreja. O leitor encontra um precioso subsídio para ministros ordenados, estudantes de Teologia, comunidades religiosas e todos os cristãos conscientes e participantes, chamados a viverem intensamente como Igreja essencialmente orante. Os livros de Frei Alberto Beckhäuser so-
8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
bre a Sagrada Liturgia nascem da prática litúrgica, do ensino da Liturgia e de sua observação sobre a maneira das comunidades eclesiais celebrarem. Beckhäuser, em sua experiência de teólogo liturgista há 40 anos, é autor de vários livros sobre liturgia, sempre valorizando a liturgia como obra divina que deve ser respeitada, e a natureza do rito, ou seja, a linguagem simbólica sacramental de toda a liturgia celebrada.
catequese
Por Edom Fonseca, coordenador diocesano de Catequese
REDE, CATEQUESE E CIBERTEOLOGIA
C
iberteologia é um novo campo teológico criado pelo padre jesuíta italiano Antonio Spadaro e que busca pensar a fé cristã nos tempos de internet. Duas obras foram compostas por Spadaro que dizem respeito ao tema: Ciberteologia – Pensar o Cristianismo nos tempos da rede e WEB 2.0 – Redes Sociais, levantando indagações do tipo: Como viver bem nos tempos da rede? Deus pode habitar no ciberespaço? Na era digital, somos pessoas ou nos tornamos indivíduos? A revolução digital influencia, de alguma forma, nossa fé? Essas questões possuem grande relevância nessa nova forma de refletir sobre a fé e o mundo contemporâneo. Se se entende a catequese como o ecoar de uma experiência de fé, ou seja, uma comunicação experiencial cristã, no ambiente digital essa comunicação experiencial tem exigências tanto na linguagem usada como no meio em que é transmitida. Os meios de comunicação podem ser um instrumento para a Igreja ressoar esta experiência desde que se consiga compreendê-los. Urge recordar que, no passado, a Igreja usou de imagens para comunicar sua mensagem. Ao entrar em uma catedral tudo comunicava. Arquitetura, pinturas, vitrais, imagens estatuárias, tudo servia como que um instrumento para transmitir uma mensagem às pessoas que ali ingressavam. Com a invenção da imprensa por Gutenberg se popularizou o livro, facilitando sobremaneira a leitura. Depois de um longo tempo de evolução dos meios de comunicação, chegamos aos tempos da Internet e estamos diante da era digital. Não se pode negar que isso influencia na forma como vivemos e como nos comunicamos. Ressalte-se que era digital vai além dos aparelhos, ela está ligada ao comportamento do ser humano, como preceitua o DNC: “Os meios de comunicação estão intimamente ligados à linguagem corporal, verbal, simbólica. É importante a linguagem dos meios de comunicação para a catequese, como parte de inculturação da fé no mundo contemporâneo” (186). Assim, podemos entender a rede não mais como mero instrumento ou ferramenta, mas como um ambiente social de onde podemos vislumbrar nossa realidade de um ângulo privilegiado. Mais ainda, podemos compreendê-la como ambiente de evangelização, como um lugar teológico do qual possamos partir para uma profunda reflexão sobre a vivência cristã na era digital. Portanto, a ciberteologia encontra na Internet seu lugar teológico do qual produz seu saber teológico. Por ser a rede um ambiente desterritorializado, está em todos os lugares do planeta, permeando nossa vida e nosso cotidiano.
Dessa forma, não existe dualismo entre mundo real e virtual, ambos fazem parte de uma mesma realidade. O Concílio Vaticano II reconheceu o pluralismo na teologia para criar a partir dos “grandes territórios socioculturais” (AG 22,2), dos “sinais dos tempos” (GS 4,1) e dos “problemas novos” (GS 62,2) novos campos teológicos. Com efeito, não existe ciberteologia sem percorrer duas estradas: a experiência da fé e a experiência da rede. Os passos metodológicos da ciberteologia são semelhantes ao ver, julgar e agir: experiência, reflexão, ação e avaliação. É muito importante este último item. Em nossa pastoral e na catequese às vezes esquecemo-nos de avaliar a trajetória percorrida, perpetuando os mesmos erros e nos perguntando: Por que nossa evangelização não atinge as pessoas? Já perguntou a elas o que está errado? As redes sociais são uma oportunidade de encontro e reflexão do processo catequético. Quando inserido nas redes sociais, o cristão é chamado a muito mais do que apenas compartilhar imagens de santos, frases e orações prontas, mas testemunhar na rede a vivência cristã, uma interação entre fé e vida. A rede social pode auxiliar como instrumento de fortificação dos laços da comunidade, porém nunca excluirá a vivência presencial comunitária, pois a utilização de uma não exclui a outra.
Os meios de comunicação são uma criação da graça do conhecimento humano, que Deus nos permitiu criar e usar. Com esperança, precisamos aprimorar e compreender os benefícios e desafios que estes meios podem gerar, sem nunca se esquecer de ler, também, os efeitos da influência do comportamento humano e social, pois a Igreja precisa falar a linguagem e interagir neste mundo digital. Padre Spadaro diz que “O objetivo da Igreja não é estar atualizada, mas procurar o valor espiritual da Internet. Não é suficiente evangelizar, precisamos de uma nova visão sobre a tecnologia”. A Igreja sempre olhou para a comunicação com bons olhos e a viu como um elemento importante a ser contemplado. Inúmeros documentos nos revelam o constante processo de aceitação e compreensão da comunicação como um ambiente de evangelização. Num processo lento, mas significativo, a Igreja foi compreendendo a necessidade da construção do diálogo entre fé e cultura. A Igreja precisa ser sinal neste ambiente, como recorda a especialista em comunicação, Joana Puntel: “estamos como que no limiar de uma ‘história nova’, porque quanto mais intensas forem as relações criadas pelas modernas tecnologias e mais ampliadas forem as fronteiras pelo mundo digital, também mais o apelo de revelar o ‘rosto
de Deus’, no mundo”. Em nossos dias, nasce uma nova necessidade pastoral. Compreender a linguagem digital, mas, sobretudo entender como o ‘homem da rede’ pensa e vive nessa nova cibercultura. Entramos em um novo processo de comunicação, que exige a passagem da simples transmissão da fé para um modelo de interatividade participativo. A catequese pode ser esta ponte para construção deste novo modelo pastoral de evangelização, sem negar o passado, mas adicionando novos recursos, que venham para ajudar na evangelização em nosso tempo. A comunicação hoje é tão presente no nosso dia a dia através da tecnologia digital que se tornou elemento essencial na nossa vida. Dessa forma, a ciberteologia não deve ser considerada uma teologia da comunicação, pois não reflete sobre a comunicação em si, mas aborda a vida hipercomunicativa que experimentamos cotidianamente. A missão da ciberteologia é pensar a fé nos tempos de Internet para vivermos de forma sadia e santa nossas relações num mundo que incorporou e continuará incorporando a tecnologia digital em todas as suas esferas, afinal, se Jesus andava nas casas dos pecadores, nos espaços públicos de seu tempo, por que hoje ele não estaria presente onde mais se encontram as mulheres e homens atuais?
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
|9
bíblia
Por padre José Luiz Gonzaga do Prado, biblista e professor na Faculdade Católica de Pouso Alegre
E AGORA? ONDE HÁ ESPERANÇA?
E
stávamos preparando um encontro paroquial dos Grupos de Reflexão quando alguém propôs pedirmos aos participantes que encontrassem, nos Evangelhos dos nove domingos que iriam até o encontro paroquial seguinte, alguma pista, algum caminho, alguma luz para a situação política atual do Brasil. Pensei comigo: Não vai dar certo. Como vão achar uma pista no Evangelho da Assunção de Maria, por exemplo? Deu certo. O grupo que leu o Evangelho da visita de Maria a Isabel encontrou o cântico de Maria e viu ali que Deus age através dos pequenos. Concluiu: Deus age através de nós, somos nós que podemos mudar a situação, é preciso apenas reforçar os Grupos, conhecer melhor a Palavra de Deus nos acontecimentos e na Bíblia. ADVENTO, TEMPO DA ESPERANÇA Advento quer dizer chegada, chegada do messias, chegada da salvação. Este ano vai de 3 a 24 de dezembro. Podemos procurar nos quatro Evangelhos desses domingos a luz de uma esperança. No primeiro domingo, ouvimos o final do chamado discurso escatológico do Evangelho de Marcos. Depois de falar da destruição de Jerusalém como um fim de mundo (e, de fato, foi o fim do antigo modelo da religião judaica e da própria nação), o Evangelho previne para estarmos atentos, vigilantes, sem dormir. É o que Jesus diz a todos. To-
dos devem estar atentos, acordados, para não se deixarem enganar novamente por aqueles que tanto nos enganaram ou que querem se aproveitar da situação para trocarmos apenas os nossos enganadores. Muita atenção! No segundo domingo, ouvimos o início do Evangelho de Marcos. O Evangelho se apresenta como início, apenas o início, da boa notícia de Jesus como Messias e Servo sofredor. Nós é que devemos dar continuidade. Pedro vai reconhecer Jesus como Messias, mas é o sargento romano, um não judeu quem vai reconhecer nele o filho, garoto ou servo de Deus, logo que ele morre. A
salvação não acontece como uma festa, um show, mas é um doar a vida pelos outros. João Batista, que vem abrir os caminhos, não vem elegantemente vestido nem comendo os mais finos manjares. No terceiro domingo, continua a figura de João Batista. Ele não é o Messias. Cuidado com quem se apresenta como o messias, como única salvação. Ele não é a luz, só mostra onde está a luz. Nos momentos de crise como o que estamos atravessando, quando a tentação é não confiar em mais ninguém, é ocasião oportuna para o aparecimento de nomes novos que se apresentam como salvadores da pátria e é preciso
santos brasileiros
tomar cuidado para não sermos enganados. O desconhecido que se apresenta como tendo todas as respostas será, sem dúvida, o maior enganador. O messias vem depois, a salvação vem do povo que não se entrega nas mãos de um falso messias. No quarto domingo, ouvimos o episódio da anunciação do anjo a Maria. É a chegada do Salvador. Quem era Maria? Onde morava? De Nazaré pode vir alguma coisa que preste? Os arqueólogos hoje estão chegando à conclusão que Nazaré do tempo de Maria não tinha 40 casas. A Palestina era o fundo do Império Romano. A Galileia, o fundo da Palestina e Nazaré, o fundo da Galileia. Maria, além de tudo, era mulher, jovem e pobre, mais humilde que o mais humilde de nós. Quem esperaria dela uma decisão? Pois o Mensageiro de Deus esperou o seu sim para se afastar. Sem o seu sim, a salvação não viria ao mundo. FINALMENTE Você, leitor, já se imaginou na cabine eleitoral? Ali você vai tomar sua decisão. Maria não fugiu de perguntar nem fugiu de responder. Poderia dizer “Eu não sou ninguém, como vou tomar uma decisão dessa?”, mas perguntou e, tendo a resposta satisfatória, respondeu, assumiu o seu papel. Esse caminho, essa luz, essa esperança está em nossas mãos.
Texto da Rádio Vaticano
PAPA FRANCISCO CANONIZA 30 MÁRTIRES BRASILEIROS
O
Papa Francisco presidiu, no dia 15 de outubro, na Praça São Pedro, a Canonização dos Mártires brasileiros de Cunhaú e Uruaçu: André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e 27 Companheiros. Além dos mártires brasileiros, o Santo Padre canonizou, também, três Protomártires do México: Cristóvão, Antônio e João, mortos por ódio à fé, em 1527 e 1529. Na mesma cerimônia, foram canonizados o sacerdote espanhol, Faustino Míguez, fundador do Instituto das Filhas da Divina Pastora, e o Frade Menor Capuchinho italiano, Ângelo de Acre. Os santos mártires André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e 27 leigos foram assassinados, em 1645, em defesa da fé católica, em Cunhaú e Uruaçu (RN). Em 1645, os soldados holandeses, de religião Calvinista,
ocuparam o nordeste brasileiro, levando consigo um pastor protestante para con-
10 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
vencer os residentes a renunciarem à sua fé católica.
Ao chegarem a Cunhaú (RN), onde residiam vários colonos que trabalhavam nos canaviais, soldados e índios tapuias invadiram a Capela do Engenho de Cunhaú, durante a Missa dominical, celebrada pelo Padre André de Soveral, e os assassinaram em 16 de julho. Aterrorizados com o episódio de Cunhaú, muitos moradores de Natal pediram asilo no Forte dos Reis Magos; outros se refugiaram em lugares improvisados. Mas, no dia 3 de outubro, foram levados para as margens do Rio Uruaçu, onde foram massacrados por cerca de 80 índios e soldados holandeses armados. Segundo cronistas da época, o leigo Mateus Moreira teve o coração arrancado pelas costas. Agonizante, Mateus repetia a frase “louvado seja o Santíssimo Sacramento”.
missão
Da Redação
ANO DO LAICATO: ‘VERDADEIROS SUJEITOS ECLESIAIS’ NA IGREJA E NA SOCIEDADE
N
a Solenidade de Cristo Rei deste ano, no dia 26 de novembro, a Igreja do Brasil irá abrir as celebrações do Ano Nacional do Laicato, que se estenderá até 25 de novembro de 2018. A proposta apresentada pela Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato juntamente com a Conferência Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) visa à animação mística de leigos e leigas que se dedicam à evangelização em diversos ministérios nas comunidades. O tema escolhido para as celebrações e reflexões será “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14). Para o presidente da Comissão Episcopal, dom Severino Clasen, a meta é desenvolver a mística apaixonada no seguimento cristão. “Isto leva o cristão leigo a tornar-se, de fato, um missionário na família e no trabalho, onde estiver vivendo”.
A dimensão local será bastante valorizada nessa proposta, pois as dioceses receberão indicações para a vivência do Ano do Laicato, mas poderão desenvolver criativamente ações que contribuam para a celebração vivencial da experiência leiga em cada Igreja Particular. O objetivo geral do evento será “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”. Além dos eventos, a Comissão organizou as atividades formativas, reflexivas e celebrativas para despertar a consciência profunda do papel de leigos e leigas na evangelização. Um dos focos é a dinamização do estudo e da concretização das propostas apresentadas no documento 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade”.
vocação leiga
Imagens: Arquivo pessoal
A EXPERIÊNCIA DE EVANGELIZAR COMO LEIGO DÁCIO LEMOS MARTINS – COORDENADOR DIOCESANO – CURSILHO DA CRISTANDADE
vamente com Cristo e, assim, poderem ser felizes mesmo nas dificuldades da vida. Que juntos aprendamos a ser leigos e a sermos melhores a cada dia. Faça parte desta turma, venha evangelizar conosco, venha ser feliz! MIGUEL ARCÂNGELO DA SILVA – INTEGRANTE DIOCESANO - SETOR FAMÍLIAS
Ser leigo não é fácil. Vivenciamos experiências diferentes do clero e, com isso, sempre teremos pensamentos divergentes. A evangelização se faz presente aí. Com a preparação, através da prática constante do estudo, da oração e da ação, aprendemos que o amor traz a união nas diferenças. Porque preciso evangelizar? Porque a felicidade de viver a fé Cristã é tão grande que nos obriga a dividi-la. Evangelizar, mostrar as pessoas como fazer o encontro consigo mesmo, para depois poderem se encontrar definiti-
“Evangelizar é nossa missão”. Essa frase, parte de uma música, resume toda a vida do ser cristão. Missão que recebemos no Batismo. O apóstolo Paulo em uma de suas cartas diz: “Ai
de mim se eu não evangelizar”. Com esse propósito procuro colocar em minha vida o ser evangelizador. Ser um instrumento nas mãos do Senhor. Fazer chegar até o irmão a pessoa de Jesus. O Senhor vai nos capacitando pois nossa missão é evangelizar. VIVIANE MAGALHÃES OLIVEIRA – COORDENADORA DIOCESANA – RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA
Evangelizar! Nem sempre é fácil sair do nosso comodismo, vencer a nós mesmos e sairmos em missão. Conduzir um momento de oração, pregar o Evangelho ou ouvir as pessoas. Sair quase todos os finais de semana e
também durante a semana para evangelizar em retiros, tardes de louvor, encontros de jovens, encontros de casais, formações, reuniões e grupos de oração, seja na roça, na cidade ou até mesmo nos presídios. Essa não é uma rotina simples. Mas como é maravilhoso e gratificante quando vejo pessoas tendo suas vidas transformadas por aquela mesma experiência que um dia tive! Já testemunhei a realidade de traficantes saindo do mundo do crime, viciados em drogas abandonando o vício, alcoólatras abandonando as bebidas e se convertendo a ponto de se tornarem anunciadores da Palavra. Já vi famílias que estavam totalmente destruídas sendo restauradas. Já vi jovens que estavam planejando um suicídio descobrindo o amor de mãe por meio de Nossa Senhora. São tantos frutos! Quanta beleza pude contemplar nas Santas Missões Populares! Que experiência linda andar de casa em casa e ouvir as pessoas rezarem juntas! São momentos que realmente me fazem enxergar a grandeza da minha missão!
COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA
| 11
comunicações aniversários novembro Natalício 2 Padre Bruce Éder Nascimento 3 Monsenhor José dos Reis 4 Padre Luiz Gonzaga Lemos 5 Padre Darci Donizetti da Silva
6 Padre Paulo Sérgio Barbosa 7 Padre Norival Sardinha Filho 13 Padre Juliano Borges Lima 20 Padre Henrique Neveston da Silva 23 Padre Antônio Garcia
Ordenação 9 Padre João Batista da Silva 14 Padre Maurício Marques da Silva 21 Padre Claudionor de Barros 25 Padre Antônio Carlos Maia
agenda pastoral 1 Reunião dos Presbíteros – Setor Passos Paróquia Santa Teresinha- Itaú de Minas 2 Finados 2 – 5 Cursilho Masculino –Setor São Sebastião do Paraíso 9 Reunião do Conselho de Formação Presbiteral – Guaxupé 9 – 12 Cursilho Feminino – Setor São Sebastião do Paraíso 10- 12 Encontro Vocacional no Seminário São José - Guaxupé 11 Encontro de Formação para Animadores da Campanha da Fraternidade – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Formação de Leigos - Guaxupé Reunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana dos Grupos de Reflexão - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da RCC - Guaxupé Reunião do Conselho Diocesano do ECC - Cássia 12 Solenidade de Todos os Santos 13 Reunião dos Presbíteros – Setores Alfenas e Areado – Paróquia Nossa Senhora do Carmo - Carmo do Rio Claro 14 – 16 Assembleia Regional de Pastoral em Belo Horizonte
semana provincial de liturgia
15 Proclamação da República 16 Reunião dos Presbíteros – Setores Cássia e São Sebastião do Paraíso - Paróquia São Sebastião – São Sebastião do Paraíso 18 Reunião do Setor Juventude – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Catequese - Guaxupé Reunião do Setor Famílias - Guaxupé 19 Cenáculo Diocesano RCC - Juruaia Ultréia Diocesana do Cursilho - Guaxupé 20 Dia da Consciência Negra 22 Reunião dos Presbíteros – Setor Guaxupé - Paróquia Nossa Senhora das Dores Guaxupé Reunião dos Presbíteros – Setor Poços de Caldas – Paróquia São Sebastião Poços de Caldas 25 Encontro de Fé e Política - Juruaia 25-26 4º Retiro Diocesano das Santas Missões Populares - Juruaia 26 Solenidade de Cristo Rei do Universo
CARTA AO POVO DE DEUS
Q
ueridos (as) irmãos (ãs) de todas as comunidades eclesiais da Província Eclesiástica de Pouso Alegre – MG Saudações Fraternas! Nós, os participantes da I Semana Provincial de Liturgia da Província Eclesiástica de Pouso Alegre(MG), realizada na casa da Comunidade Sol de Deus, em Itajubá (MG), de 24 a 28 de julho de 2017, experimentamos uma vez mais a bondade de Deus, que realizou maravilhas nestes dias. E podemos cantar: “Ao Senhor dos senhores cantai, maravilhas só ele quem faz. Bom é Deus! Ao Senhor, pois, louvai! Eterno é seu amor!” (Sl 136 ). Sacramentos da Iniciação à Vida Cristã e Liturgia foi o tema que nos congregou, e fomos iluminados pelo lema: “Então seus olhos se abriram e O reconheceram” (Lc 24,31). O esforço conjunto de nossas dioceses (Campanha, Guaxupé e Pouso Alegre) fundamentou-se na firme convicção de que falar de liturgia é proclamar nossa certeza de que ela é a primeira e mais significativa forma de transmissão da fé, que acompanha o cristão desde sua iniciação até o final da vida. Ressoou em nosso meio a palavra de nossos bispos: “A Iniciação à Vida Cristã depende da integração entre o processo formativo e a liturgia. A Liturgia é fonte inesgotável de formação do discípulo missionário, e as celebrações, pela riqueza de suas palavras e ações, mensagens e sinais, podem ser consideradas como ‘catequese
em ato’” (CNBB,Doc. 107, n.182). Nossos corações se aqueceram, e nossos olhos se abriram pela Palavra ouvida e celebrada, pelas vivências mistagógicas, pela convivência, pela vida fraterna, pelas partilhas da vida pessoal e comunitária, pela reflexão, pelos cantos, pela alegria, testemunho de acolhida e de solidariedade. Hoje, voltamos aos “Onze, reunidos com os outros”, aos nossos pastores e nossas comunidades, para “contar o que aconteceu pelo caminho e como reconhecemos o Senhor” (cf. Lc 24,33-35). O que vimos e experimentamos com mais consciência? • A centralidade do mistério pascal na sagrada liturgia e a unidade dos sacramentos da iniciação cristã; • O sacramento do Batismo como mergulho no mistério da vida nova e luz para toda a nossa existência histórica, pessoal e social; • O sacramento da Crisma, como sacramento em que o Espírito nos unge e nos envia em missão; • - O sacramento da Eucaristia, celebração memorial do Mistério Pascal, como ponto mais alto e plenitude de todo o processo de Iniciação à Vida Cristã. Como desafios-oportunidades percebemos que ainda falta muito para que a tão sonhada “participação plena, consciente e ativa” (cf. SC 14) de todo o povo nas cele-
12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ
brações litúrgicas seja uma realidade em nossas assembleias. Não raras vezes, as celebrações dos sacramentos da iniciação cristã acontecem com pouca ou nenhuma profundidade, o que nos desafia e mostra a urgência de uma catequese litúrgica mais eficaz. Pela deficiência na linguagem simbólica, pouca atenção à Palavra de Deus, “sucateamento” da ritualidade tão cara à tradição da nossa Igreja, má formação dos agentes litúrgicos, e de uma concepção mais social que espiritual desses sacramentos, as celebrações se esvaziam de sua dimensão mistagógica, isto é, não se mergulha plenamente no Mistério da graça e do amor de Deus. Que compromissos assumimos? Certamente, sentimos “arder nosso coração” nestes dias em que mais intensamente experimentamos e rezamos a presença do Ressuscitado. Cabe-nos, agora, comunicar a todos que encontrarmos pelo caminho a certeza de que Ele está no meio de nós, nos educa através das Escrituras, e nos alimenta com o Pão da vida, para levarmos vida a um mundo tão necessitado dos sinais da ressurreição. Por isso, nos comprometemos, sempre contando com o apoio e participação de nossos bispos, padres e leigos(as) engajados nas pastorais: a) com a nossa formação e a de nossos irmãos e irmãs de nossas comunidades; b) com liturgias mais mistagógicas, que façam sentido e provoquem encontros transformadores com Jesus Cristo; c) com
a necessária interação entre as dimensões catequética e litúrgica da ação pastoral; d) com a urgência de prestar mais atenção à realidade sofrida do nosso povo brasileiro, que precisa encontrar na experiência sacramental e litúrgica a certeza do amor do Deus da vida, que os anima a seguir sempre em frente; e) e com uma maior integração dos sacramentos da iniciação à vida cristã, teológica e pastoralmente. Ao final da I Semana Provincial de Liturgia, podemos comprovar que “o mistério de Deus jamais poderá ser esgotado por nossas fórmulas doutrinais, celebrativas ou pastorais” e que “mergulhar no Mistério, contemplá-lo e saboreá-lo é, para o cristão uma tarefa sem fim” (CNBB, Doc. 107, n.136). Assim, mesmo que a Semana tenha sido intensa, acreditamos que “somos neófitos permanentes” (cf. CNBB, Doc. 107, n.136), e que a compreensão maior dos sacramentos da Iniciação à Vida Cristã se dará num processo de conversão contínua de nossas Igrejas, paróquias e comunidades. Que Maria, a grande mistagoga, a virgem Aparecida, ajude-nos a viver como discípulos e missionários de Jesus Cristo, e que possamos, com mais alegria e coerência, celebrar o que acreditamos e viver o que celebramos. Imploramos a todos as bênçãos de Deus, e pedimos que rezem por nós e por nossas comunidades! Itajubá, 28 de julho de 2017