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Retiro de Carnaval Paróquia Nossa Senhora Aparecida – 2015

Tema: “O Deus vivo, o exemplo do profeta Elias”  Iniciando com oração: Para iniciar podemos nos perguntar: será possível vivermos uma verdadeira comunhão espiritual no retiro que nos propomos fazer esse dia? Conseguiremos escutar de fato a Palavra, nos libertando das fantasias e de tudo aquilo que é um peso para nós? Somente com as nossas forças, certamente que não, sobretudo porque não é fácil escutar, e este exercício se torna pra nós um combate, não é mesmo? Temos que buscar nos apoiar no Espírito Santo que nos dará o dom desta experiência, ou seja, escutarmos com ouvidos de discípulo e conservar o zelo em nosso coração de tudo que nos vem da parte do Senhor. Como disse Jesus no evangelho de João: “O vento sopra onde quer; ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai” (Jo 3,8). É o Espírito Santo que unirá nossos corações e o nosso caminho. Por isso invoquemo-lo juntos: “Vem, Espírito Santo, enche o coração dos teus fiéis. Nós te pedimos, porque sem ti o nosso trabalho é vão; mas, contigo, caminhamos seguros. Queremos te invocar dia e noite, durante este dia, queremos te invocar para que faças de nós uma unidade à escuta da única Palavra do Senhor”. Cantemos no livro de cantos...

 Uma introdução sobre o profeta Elias

 Quem é o profeta Elias? (Um homem plenamente entregue ao Deus Único). O profeta Elias exerceu o seu ministério no Reino do Norte, no reinado de Acab, Ocozias e Jorão, isto é, no séc. IX, mais ou menos desde 874 a 841 a.C. Ele é um dos quatro personagens do A.T. que mais vezes são mencionadas no N.T.: Abraão, Moisés, David e Elias. Elias é o profeta que aparecerá no fim dos tempos, antes de chegar o dia do Senhor; misteriosamente já veio em João Batista e aparece com Moisés no monte da transfiguração. É, pois, uma figura extraordinária que enche a fantasia, a mente e o espírito dos autores do N.T. Já no A.T. é um gigante da fé, um herói de grandeza quase sobrehumana que luta pelo seu Deus. Vocês terão oportunidade, nesse retiro, deixar que falem as páginas bíblicas através da L.D ou leitura orante que faremos. Ao oferecer pra vocês uma síntese sobre esse profeta vocês verão que ele é um homem que está plenamente entregue ao Deus único, que combate, como nenhum outro fez antes dele, para afirmar a pertença do povo de Israel a Deus.  O significado de seu nome ( “Eli-yahu” = significa “O meu Deus é o Senhor/Iahweh”) e sua missão como profeta do Deus Vivo no qual se baseia uma ardorosa espiritualidade (“Vivo é o Senhor em cuja presença estou”). Ele foi devorado e transformado pelo pensamento de que Deus é Deus e nada pode ser comparado a Ele, nada pode resistir a Deus. É, por excelência, o profeta do “Deus único”, o defensor da verdadeira religião contra a idolatria.  O combate contra a idolatria que atinge o coração do Povo de Deus (“Eu me consumo de ardente zelo pelo Senhor dos Exércitos”). Talvez alguém possa hoje pensar que já desapareceram os ídolos e eles não mais existem no mundo moderno que detêm o progresso e a tecnologia. É possível que alguém veja os ídolos como coisa do passado; no entanto, continua a ser, como sempre, a grande alternativa que ameaça a fé no Deus vivo. Um monge italiano, Enzo Bianchi, diz: “A verdadeira alternativa que se põe a todo o homem é e será sempre aceitar ou não servir os falsos ídolos”. Às vezes nós costumamos falar de fé em Deus e o seu oposto o ateísmo, quando na verdade o que é sumamente temível é a idolatria porque aquele que rejeita o verdadeiro Deus cai, de um outro modo, na adoração dos ídolos. O combate de Elias é, pois atual, conforme Enzo Bianchi, quando afirma: “A palavra de Deus formula um juízo claro e nítido. Não há ateus e povo de Deus, mas existem idólatras e crentes, tentados a cair na idolatria”. Somos crentes, mas estamos sempre tentados a cair na idolatria; a figura de Elias ajuda-nos a desmascarar os ídolos que nos tentam, tanto mais quanto o nosso esforço por adorar o Deus verdadeiro se torna cada vez mais sutil, mais puro, mais autêntico. A idolatria não é simplesmente a adoração do bezerro de ouro, no qual reconhecemos uma forma antiga já superada, mas toda a forma de culto a realidade que não é Deus e que procura, sub-repticiamente (fraudulento, furtivo), colocar-se no Seu lugar. Realidades, muitas vezes camufladas de divinas, de espirituais e de religiosas.


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