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SALVADOR

SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 20/11/2007

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& região metropolitana

ABASTECIMENTO ❚ Encontro temático discute situação da barragem 30 anos após

UFBA ❚

abertura das comportas. Apesar do quadro, ministro descarta risco de apagão elétrico

Aumenta ausência no segundo dia de provas

Nível do Sobradinho chega a 17% do volume IVAN CRUZ | AG. A TARDE

Queda acelerada no volume do lago preocupa população e lança ainda mais dúvidas sobre projeto de transposição do Rio São Francisco

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ADILSON FONSÊCA darocha@atarde.com.br

Do dia 13 até o último domingo, o nível do Lago de Sobradinho, que regula a água do Rio São Francisco para abastecer as usinas que formam o Complexo Hidrelétrico de Itaparica e Paulo Afonso, baixou 1,9%, ficando com apenas 17% do seu volume útil de água. O volume é o mais baixo desde novembro de 2003, quando o nível do lago chegou a 11,64%. Apesar da queda acentuada no volume de água em Sobradinho, por causa da seca, que vem se repetindo desde o mês de setembro, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que é membro permanente do Conselho Nacional de Energia, descarta a possibilidade de haver um apagão elétrico na Região Nordeste. Segundo explicou Geddel, independentemente da situação em Sobradinho, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) opera num sistema interligado com outras centrais elétricas no País e dispõe de condições de trazer energia dessas regiões. “Hoje fazemos uma transposição elétrica com outras regiões e dispomos ainda das usinas termelétricas, que nos garantem o fornecimento de energia e sem quaisquer riscos de apagões nos próximos anos”. O lago da Barragem de Sobradinho acumula, em sua plenitude,

6,39%. foi o nível do período do apagão, esse volume foi registrado em 2001. Fonte ❚ Operador do Sistema Elétrico Nacional

34,1 bilhões de metros cúbicos de água e é responsável pela regulação do volume de vazão do Rio São Francisco, que por sua vez movimenta os complexos hidrelétricos de Itaparica, Paulo Afonso e Xingó, de onde saem mais de 90% da energia elétrica consumida na Região Nordeste. Em apenas seis dias, o volume útil de água caiu de 18,9% para 17%, o que representa uma perda média diária de 0,3%. PREOCUPAÇÃO - A continuada queda do nível de água no Lago de Sobradinho aumenta os temores em torno das obras da transposição do Rio São Francisco, que vêm

sendo tocadas pelo Exército desde junho deste ano, nos municípios de Cabrobó e Floresta, ambos em Pernambuco. O ministro Geddel, no entanto, garante que a situação não atrapalha o projeto e ainda este mês deve assinar os primeiros contratos com as empreiteiras para a operação do primeiro dos 14 lotes da construção, no município de Cabrobó. Com a entrada em cena da iniciativa privada, ele acredita que possa inaugurar pelo menos o Eixo Norte, em Cabrobó, ainda no governo Lula. Para a professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e membro do Comitê de Defesa do Rio São Francisco, Yvonildes Medeiros, a capacidade hídrica do rio está no limite e o seu comprometimento tende a se acentuar se for mantido o atual estado de degradação que se observa em diversos pontos da bacia. Yvonildes explica que além das obras da transposição – que suscita inúmeros questionamentos sobre os impactos ambientais negativos em toda a região – há a questão da definição de como os Estados que são cortados pelo rio vão utilizar a água. “Esse é o grande conflito que ainda não se definiu, pois envolve não apenas os interesses dos Estados, como a Bahia e Minas Gerais, mas desde os grandes irrigantes às populações que vivem na margem ou no entorno da bacia”, diz.

ENCONTRO –Além de motivo de preocupação, por conta da acelerada queda no nível a barragem do Sobradinho é tema pautado para o II Encontro Brasileiro Ciências Sociais e Barragens e I Encontro Latinoamericano Ciências Sociais e Barragens, que acontece até o dia 22, no Centro de Convenções da Bahia. O motivo é o marco de 30 anos de abertura das comportas da barragem. Reunindo 300 especialistas brasileiros e de países como Índia, México, Argentina, Tailândia, EUA e Inglaterra, entre outros, reflete o crescimento em escala mundial do Movimento dos Atingidos pelas Barragens, que trouxe representações para o encontro. Também atraiu militantes do Fórum de Defesa do Rio São Francisco, ambientalistas e lideranças de grupos indígenas. Promovido pelas universidades Federal da Bahia (Ufba), do Estado da Bahia (Uneb), Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Católica do Salvador (UCSal), o evento contará com seis mesas-redondas, dez sessões temáticas, painéis, mostras fotográficas e documentários. Até a década de 70 do século passado, o assunto era discutido principalmente por engenheiros. Mas, a primeira edição do evento mostrou que cientistas políticos de vários países do mundo já estudavam interferência das barragens na vida dos homens. Colaborou Marjorie Moura

MIRELA PORTUGAL E RONNEY ARGOLO| CADERNO VESTIBULAR mportugal@grupoatarde.com.br rargolo@grupoatarde.com.br

Antes que os cadernos de questões fossem distribuídos, as amigas Eriane Reis, 17, e Jennifer Nairana, 16, conversavam nervosas. Elas são concorrentes para o curso de psicologia, estudam na mesma escola e fizeram a prova na mesma sala do Colégio Central. Mas não deixaram crescer um clima de competição. “Torço para que a gente seja colega na faculdade”, diz Jennifer. O segundo dia de provas do vestibular 2008 da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) registrou um maior número de atrasos. Candidatos que chegaram depois do fechamento dos portões protestaram nos colégios Rotary (Itapuã) e Paulo Américo (Bonfim). As abstenções representaram 6,9% do total de inscritos (2.710 estudantes faltaram), número menor que o ano passado, quando 7,43% dos vestibulandos não compareceram às provas. O fechamento dos portões estava previsto para as 7h50, mas no Colégio Central o cadeado foi batido 10 minutos depois, compensando a demora na entrada dos alunos. A coordenadora Diva Freitas ainda teve o cuidado extra de caçar atrasados no meio da rua. “O portão vai fechar”, gritava. Quando questionada se esse era o procedimento-padrão, Diva não hesitou: “Não estamos aqui para prejudicar ninguém”. O estudante Rodrigo Nazaré, 19, candidato a uma das vagas de psicologia, não teve uma Diva na sua vida. Ele faria suas provas no PAF II, em Ondina, mas se perdeu e acabou entrando no PAF I. Resultado: os portões se fecharam com Rodrigo do lado de dentro, mas longe do sonho de uma ca-

deira na Ufba. Na porta do colégio Iceia, outros 15 candidatos tiveram de adiar sua entrada na universidade. “Acordei às 5 da manhã, mas acabei pegando um engarrafamento em São Caetano”, disse Cíntia Queiroz, 20, candidata ao curso de biologia e moradora do bairro de Pirajá. Outros nove candidatos, seus vizinhos, tiveram a mesma queixa. EXPECTATIVA – Otoniel Catarino Neto, 18, que concorre a uma vaga em nutrição, estava confiante quanto ao seu desempenho. “Achei a prova de domingo mais fácil. Embora eu não tenha estudado muito, fui bem no geral”. Depois de uma hora e meia esperando a namorada, no sol, eis que surge Ana Paula Silva, candidata de letras, que sai dos portões do Colégio Central fazendo sinais negativos. Um rápido abraço e os dois seguem para casa. “Pelo menos a gente vai descansar agora”, diz Otoniel. Para Ciro Costa, 21, que quer entrar em ciências da computação, a primeira fase é só uma “triagem”. “Não estou preocupado. O que importa mesmo é a segunda etapa, quando os melhores competem entre si”, disse, na porta do Colégio Manoel Novaes, no Canela. Foi nessa unidade que os candidatos com deficiência fizeram as provas. Eram 77 alunos com deficiência motora, auditiva ou visual. A lista de classificados para a segunda fase da Ufba e UFRB deve ser divulgada até o dia 10 de dezembro. As provas da segunda etapa (redação e questões específicas de acordo com o curso que o candidato escolheu) acontecem entre os dias 16 e 21 do mesmo mês. Nessa etapa, a concorrência de todos os cursos é de 3 candidatos para uma vaga. “Aí é mais difícil, vou me acabar de estudar”, diz Maíne Silveira, 17.

MARCO AURÉLIO MARTINS | AGÊNCIA A TARDE

Quem não perdeu a hora se debruçou atentamente sobre as provas

PDDU ❚

TRÁFEGO ❚

Audiência aborda transporte

Av. Bonocô ganha faixas para ônibus e caminhões

FERNANDA SANTA ROSA fsantarosa@grupoatarde.com.br

Acontece hoje, das 9 às 13 horas, a quinta audiência sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), no Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador, na Praça da Sé. No total, foram programadas 15 audiências, sendo a pauta do dia dedicada a “transporte e serviços públicos”, o que inclui uma série de subtemas, como sa-

neamento ambiental, saúde, educação e segurança na cidade. As proposições relativas à mobilidade, o que inclui o tráfego e o transporte público, estão entre os pontos mais criticados do plano, que traz como um dos principais objetivos assegurar condições adequadas de locomoção para a população. Para os especialistas, o projeto falha ao não contemplar um sistema de transporte de massa que atenda às demandas gera-

das com a verticalização da orla. “O PPDU faz modificações que provocam maior concentração de pessoas e veículos em certas regiões. Se você adensa em um lugar e não propõe reformulação viária e oferta de transporte, colabora para o caos”, avalia o mestre em planejamento de transporte urbano Elmo Felzemburg. Na sua avaliação, o documento se limita a hierarquizar os tipos de vias e os modos de locomoção.

Em entrevista, a secretária municipal de Planejamento Kátia Carmelo garantiu que o incremento populacional na orla não irá comprometer o tráfego na região, “além dos problemas já existentes”. Ela admitiu que a conclusão não se baseia em estudo específico, mas se ampara em “uma avaliação dos técnicos da secretaria baseada no potencial construtivo da área e cálculos da Superintendência de Engenharia de Tráfego”.

Sepultamentos JARDIM DA SAUDADE Lindaura Bulcão Fonsêca - Faleceu em residência, 86 anos, natural de Cachoeira. Inácio Nunes de Almeida - 79 anos, viúvo, aposentado, natural de Irará.

BOSQUE DA PAZ Jorge Alberto dos Santos - Faleceu no Hospital São Rafael, 61 anos, casado, jornalista. Nely Silva Santos - Faleceu no Português, 61 anos, de Gandu. Carlos Magno Matos Damasceno -

Faleceu no Hospital Geral Roberto Santos, 48 anos, natural de Salvador. Darci Jesus Silva - Faleceu no Hospital Ana Nery, 52 anos, solteira, natural de Mundo Novo. Dulce Pereira - Faleceu no Hospital Eládio Lasserre, 77 anos, viúva, natural de Salvador. Aristóteles Coelho Cavalcante Filho Faleceu no Hospital São Rafael, 59 anos, casado, comerciante.

ORDEM TERCEIRA Suely Antonieta Chaves - Faleceu em

residência, 69 anos, casada, natural de Salvador. Denise Barreto de Freitas - Faleceu no Hospital Jorge Valente, 39 anos, solteira, natural de Salvador.

CAMPO SANTO Luciano Conceição Silva - Faleceu no Hospital Geral do Estado, 28 anos, natural de Salvador. Orlando Figueiredo Muniz - Faleceu no Hospital Espanhol, 85 anos, natural de Salvador. Lisete Campelo de Freitas - Faleceu

em residência, 82 anos, natural de Salvador. Antônio de Souza Santos - Faleceu no Hospital Santa Izabel, 75 anos, natural de São Felipe. Célia Maria Leite Duarte - Faleceu no Hospital Jorge Valente, 62 anos, natural de Salvador. Israelina Andrade Serra - Faleceu no Hospital Aeroporto, 74 anos, natural de Feira de Santana. Maria José Santana - Faleceu em residência, 97 anos, natural de Santo Amaro.

O QUE FAZER EM CASO DE MORTE Em caso de morte natural, o responsável deve procurar uma agência funerária, que é autorizada a obter a guia de sepultamento nos cartórios de Registro Civil das Pessoas Naturais em Salvador, com a declaração de óbito assinada por um médico e um documento de identificação da pessoa a ser sepultada. Se a morte tiver sido violenta, o atestado de óbito terá de ser assinado pelo médico legista do Instituto Médico-Legal (IML). Em caso de cremação, a pessoa deve ter manifestado o desejo em vida e o atestado de óbito terá de ser assinado por dois médicos, se a morte tiver sido natural. Se for morte violenta, são necessários autorização judicial e atestado assinados por médico legista do IML. Pessoas carentes podem obter auxílio para o sepultamento, devendo dirigir-se à da Secretaria de Desenvolvimento Social, na Praça da Sé. Tel.: 3176-8000. Em óbitos em finais de semana, deve-se procurar o Abrigo de Roma ou da Baixa dos Sapateiros.

LUISA TORREÃO ltorreao@grupoatarde.com.br

Passam a valer a partir de hoje duas faixas preferenciais para ônibus e automóveis pesados (caminhões e carretas) na Avenida Mário Leal Ferreira, conhecida como Bonocô, no horário das 6h às 22h. Os veículos leves, como carros e motos, terão duas faixas livres para trafegar, mas os que circularem pelas demais pistas não serão multados, uma vez que não se trata de vias exclusivas, mas apenas preferenciais. A decisão da Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET) visa organizar melhor a direção dos veículos que passam diariamente pela avenida, muitas vezes entrecruzando-se e provocando congestionamento nos horários de pico. “Queremos melhorar a fluidez do tráfego”, afirma Suraia Lago, engenheira da SET. A equipe do órgão informou que banners e sinalizações horizontais foram colocados na via para orientar os motoristas. A Bonocô é dividida em quatro faixas. No sentido Fonte Nova, as faixas 1 e 2 (da esquerda para a direita) estão livres para veículos comuns. A faixa 3 fica sendo preferencial para automóveis de carga, e a 4, para coletivos urbanos. Já no sentido BR-324, os veículos pesados ficam na faixa da esquer-

da (1), para facilitar o acesso à rodovia. As pistas centrais (2 e 3) são para carros, picapes e motocicletas. Os ônibus continuam na faixa da direita. “Se o caminhão já estiver na esquerda, elimina-se o cruzamento que ele teria de fazer até pegar a entrada da BR”, explica o gerente de trânsito da SET, Renato Araújo. O ‘efeito tesoura’, como são chamados os cruzamentos de veículos nas pistas, é um dos maiores entraves para a fluidez do tráfego. A região da Bonocô é uma das vias mais atingidas pela lentidão em horários de pico, uma vez que serve de ligação para diversas regiões da cidade, tais como Iguatemi, BR-324, Ogunjá e Nazaré. As faixas preferenciais fazem parte de uma série de medidas que têm sido tomadas para desafogar o trânsito local. Entre outras novidades recentes, está o fechamento do retorno em frente à loja Le Biscuit, nos horários das 6h às 9h e das 17h às 21h. Também as carretas que saem do Porto de Salvador têm sido acompanhadas em comboio por batedores da SET, sendo proibida a circulação entre as 18h e as 21h. Uma das próximas medidas será a transferência do ponto de ônibus que fica em frente à Casa Eloy, sentido BR-Iguatemi, para cerca de 100 metros à frente.


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