Habitação flexível para MCMV

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MIRELLA MARIA FRANCINE FERNANDES MAREGA HABITAÇÃO FLEXÍVEL - 2017

COMPLEXO TREND URBAN

MIRELLA MARIA FRANCINE FERNANDES MAREGA 1



COMPLEXO TREND URBAN UMA HABITAÇÃO ADEQUADA AO ALCANCE DE TODOS

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

ARQUITETURA E URBANISMO 2017

MIRELLA MARIA FRANCINE FERNANDES MAREGA

Trabalho final de curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para o cumprimento das exigências parciais para a obtenção o título de Arquiteta e Urbanista em 2017 sob orientação da Professora Maria Lídia Guimarães.



e

Agradeço me

primeiramente a Deus, dar forças para que eu

por me chegasse até

guiar aqui.

Agradeço à minha mãe, Maria Elisabete, que privou-se de muito para que eu chegasse e cumprisse essa jornada até o final. Obrigada por absolutamente tudo, pela dedicação, noites sem dormir e por principamente, não me abandonar, nem quando ficou bem próxima de partir. Ao meu noivo, Leonardo por todo o amor, companherismo, força, apoio, por sempre estar ao meu lado e compreender cada ausência nos inúmeros finais de semana, eu te amo. Aos meus sogros, pais que ganhei da vida, Floranja e Valdivino, que me apoiaram, incentivaram e me adotaram com um carinho e amor imensos. Aos meus amigos e familiares que de alguma forma estiveram do meu lado durante esse longo percurso, seja com um ombro amigo, uma palavra, uma noite de jogos ou por não me deixarem sozinha, nunca. Aos meus amigos da faculdade, por todas as noites sem dormir de inúmeros projetos e maquetes, pela ajuda nos dias difíceis, por compartilharmos risadas e momentos, e por cada pouco que absorvi de cada um. A cada professor que compartilhou seus conhecimentos conosco. A minha orientadora, Maria Lidia Guimarães por me acolher, por sua orientação, esforço, apoio, amizade e por acreditar em meu trabalho.

Uma imensa gratidão à todos, muito obrigada!


“Um dos maiores desafios é provar que a arquitetura é uma mais-valia e não um custo extra.” Alejandro Aravena


TREND: Tendência 1. aquilo que leva alguém a seguir um determinado caminho ou a agir de certa forma; 2. disposição natural; inclinação, vocação

URBAN: Urbano 1. relativo ou pertencente à cidade, ou que lhe é próprio.


RESUMO:

O

projeto tem como finalidade a criação de um conjunto habitacional flexível adequado aos vários tipos de famílias na cidade de Ribeirão Preto - SP, por isso, a pesquisa terá a discussão baseada no conceito de flexibilidade, e na abordagem da capacidade dos moradores de alterar a sua habitação. A elaboração do projeto se dará em busca de soluções pertinentes para suprir (com soluções projetuais adequadas) as necessidades básicas dos moradores, mas que sejam soluções flexíveis. O objetivo do projeto é reconhecer como estas tipologias são empregadas no mercado imobiliário atual, criando soluções adequadas para que tais unidades possam ser conquistadas, utilizando como meio os programas governamentais brasileiros, opção quase única para obtenção da casa própria pela grande maioria dos brasileiros. Diante de todos os conceitos abordados, a pesquisa também entrará no âmbito do conhe-

cimento sobre os usuários das unidades habitacionais mostrando a importância do cuidado com a sua moradia, mas também na utilização dos espaços coletivos e pessoais de forma satisfatória para que além da função abrigo o morador permita-se traduzi-lo a um lar. Trazendo a questão de que a moradia adequada é um direito humano, indicando que as pessoas precisam vê-la assim também; a autora ainda indica que a moradia adequada vai muito além do seu espaço físico, ou da infraestrutura oferecida àquela unidade habitacional, não sendo apenas moradia enquanto um objeto físico de quatro paredes, um teto, mas a moradia como possibilidade de acesso aos meios de vida, à água, aos costumes, à educação e à saúde, ou seja, às condições que oferecem habitabilidade aos moradores de determinado local.


ABSTRACT:

T

he project aims to create a flexible housing set suitable for the various types of families that live in the city of RibeirĂŁo Preto - SP. Therefore, the research discussion will be based on the concept of flexibility, and the approach of the capacity of the residents to change the housing. The preparation of the project will be in search of pertinent solutions to supply (with appropriate design solutions) the basic needs of the residents, but that are flexible solutions. The objective of the project is to recognize how these typologies are employed in the current real estate market, creating adequate solutions so that such units can be conquered by using as a means the Brazilian government programs, almost unique option to obtain the house by the great majority of Brazilians In view of all the concepts addressed, the research will also be part of the knowledge about the users of housing units showing the importance of care with their

dwelling. However, another aspect will be also take into consideration in the process, the use of collective and personal spaces in a satisfactory way so that besides residence people can transform them into a home, a safe place to live and be with their family. Bringing the issue that adequate housing is a human right, indicating that people need to see it as well; the author also indicates that adequate housing goes far beyond its physical space, or the infrastructure offered to that housing unit, not just housing as a physical object with four walls, a roof, but housing as a possibility of access to livelihoods , baisc needs, education and health, that is, the conditions that provide habitability to the inhabitants of a certain place.


01

02

APRESENTAÇÃO 06

CONTEXTO

Habitação popular - contexto histórico

03 08 08

REFERÊNCIAS Residencial Corruíras

21 22

HabitaÇÕES FLEXÍVEIS

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Residencial Estudantil C.F. MOLLER

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Habitações contemporâneas e a flexibilidade

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Projeto de Living Steel Andrade e Morettin

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na arquitetura Novos arranjos familiares o déficit habitacional na cidade

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04 diretrizes

ANTEPROJETO

35

relação com a cidade

05

36

cONCEITO / TERRENO

06 51

PROGRAMA

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características morfológicas

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ESTRUTURA

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infraestrutura

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MODULAÇÃO

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ASPECTOS FÍSICOS

47

BRISES/ GUARDA CORPOS

LOTE

49

PLANTAS TÉCNICAS

82

52

37

aspectos legais

bibliografia

60 61

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S

APRESENTAÇÃO

egundo Lorenzetti (2001), há anos o Brasil sofre com alguns problemas no que se trata da questão habitacional. O direito à moradia adequada tem sido reconhecido e aceito pela comunidade internacional desde a sua inclusão na Declaração Universal dos Direitos Humanos em todas as etapas e circunstâncias da vida; para isso, a habitação inclusiva não deve ter características exclusivas e sim deve ser concebido para todo e qualquer tipo de pessoa ou família. Os diferentes modos de morar exigem alternativas, ou seja, exigem produção de habitações que atenda às diferentes necessidades dos grupos familiares também distintos entre si. Pensando nisso, a escolha do tema foi voltada à habitação flexível, para que esta possa ser adequada desde o momento da entrada do usuário na moradia, e ao longo dos anos ou em qualquer mudança da tipologia familiar e seus modos de morar. Segundo DIGIACOMO (2004, p.6) [...] “Entende-se por habitação flexível aquela que permite que seus moradores a adaptem aos seus desejos e necessidades sem grandes obras ou investimentos financeiros. ”

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A forma de morar contemporânea difere-se muito dos modelos tradicionais herdados dos séculos XVIII e XIX e até mesmo do modelo de habitação tripartida baseada em famílias nucleares tradicionais, TRAMONTANO (2006, p. 2) afirma que atualmente um modelo de planta com características da habitação burguesa europeia do século XIX está difundido por todo o país, por causa da ideia de construir plantas-tipo, com a convicção de que “a reprodução extensiva de uma mesma tipologia é garantia indiscutível de maiores lucros”. Essa tipologia deveria considerar condicionantes regionais, como o clima ou as técnicas construtivas locais, o que não ocorre, pois, os moradores são subordinados a utilização do modelo mais lucrativo ignoran-


do a sociedade que agora revela uma multiplicidade de perfis e, por conseguinte, estes novos modos de morar requerem uma revisão nas formas, novos modelos familiares de organização espacial, identidades, desenhos e novas técnicas construtivas que dialoguem com seus novos modos de habitar. Muito se tem a aprender da intervenção dos moradores em busca de um habitat mais condizente, se não com o ideal de morar, com seus costumes e hábitos de morar – ou seja, de acordo com padrões culturais muito próprios. É a partir da identificação de tais padrões culturais que podemos tirar algumas lições” (LOUREIRO; AMORIM. 2008, p.64).

Segundo Villa (2013), os aspectos relativos às unidades habitacionais, de maneira ge-

ral, são positivos. Porém, certas insatisfações dos moradores ocorrem em relação aos aspectos funcionais dos espaços e se deve ao fato dos edifícios terem sido construídos, por exemplo, em alvenaria estrutural, o que impossibilita qualquer modificação nas paredes para adequar os apartamentos ao modo de vida do morador e, também, de possuírem área útil reduzida. Outra questão de grande importância é a viabilidade econômica para as construções destas habitações, visto que para as classes economicamente melhores estabelecidas a adaptação, caso haja necessidade de mudanças é mais fácil. Neste sentido, segundo Morais (2007) defende que o projeto arquitetônico seja utilizado como instrumento de antecipação de problemas na relação

entre homem e espaço, com o objetivo de facilitar o controle da qualidade ainda em fase de projeto, podendo assim discutir as soluções mais eficazes de forma consciente. Levando em consideração os conceitos abordados, o trabalho contém em seus primeiros capítulos um breve histórico de programas e déficit habitacional brasileiro, o conceito de flexibilidade dos espaços e as discussões sobre novas tipologias de famílias e modos de morar. Isso tudo com o objetivo de desenvolver um modelo de habitação popular que se enquadre nos programas habitacionais do governo, mas que seja flexível, adaptável e com espaços que permitam e potencializem sociabilidades. A proposta também será implantada

na malha urbana consolidada de Ribeirão Preto - SP, próximo aos equipamentos públicos, diferente da maioria dos locais escolhidos pelas construtoras, que em geral preferem as periferias pelo baixo valor de mercado dos terrenos. A escolha dos materiais também é um ponto determinante, já que para que o projeto esteja dentro dos padrões preestabelecidos no Programa Minha Casa Minha Vida, a habitação de interesse social (HIS) deverá ter um valor máximo de gastos em sua execução.

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REVISÃO HISTÓRICA:

A

CONTEXTO

contextualização da habitação social no Brasil é indispensável para o entendimento das soluções adotadas e utilizadas atualmente pelo mercado imobiliário e pelos governantes na implantação de habitações sociais. Segundo Maricato (1997), no fim do século XIX, no Brasil, houve um conjunto de acontecimentos que influenciaram a ampliação e a formação dos espaços urbanos no país. O fim da escravidão fez com que milhares de negros fossem expulsos do campo e migrassem para a cidade. Simultaneamente, imigrantes europeus chegaram ao Brasil para trabalhar no campo e também na nascente indústria brasileira. Esses fatores provocaram o aumento da população nas cidades, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, fato que acarretou uma demanda por moradia, transporte e demais serviços urbanos, que até então não existia ou eram ineficazes. Com este crescimento das cidades a primeira medida do governo brasileiro foi oferecer crédito às empresas privadas para que elas produzissem habitações. Porém, empresários não obtiveram lucros com a construção de habitações menores e individuais, obrigando alguns a investir em loteamentos para as classes mais altas, enquanto outros construíam prédios para habitações coletivas a população pobre permanecesse na cidade, no centro, mais próximos das indústrias e de outras possibilidades de trabalho. Esse crescimento fez com que aumentasse a oferta de habitações com

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condições precárias e a vida dos usuários de tais moradias tinha o mínimo de qualidade. Consequentemente, o Estado promoveu diretrizes para que fossem melhoradas as condições sanitárias das cidades, como o saneamento e as leis sanitárias. Foi nesta época que as habitações populares e sociais destes locais ganharam destaque e, no final da década de 30 foram entendidas como um problema urbano.

Segundo Motta (1994) tais iniciativas governamentais definiram o enfrentamento do problema habitacional, mas somente a partir do fim da década de 1930, quando a industrialização e a urbanização do país ganham novo impulso com a Revolução de 30, é que começa a se esboçar uma política para a habitação. Dessa forma, o setor privado mostrou não ser capaz de resolver o problema da habitação para as camadas populares e que tal tarefa teria que ser assumida pelo Estado, que passou a sofrer pressões. O governo então propôs o, respondendo por meio dos Institutos de Aposentadoria e Pensão, financiamento de casas a serem destinadas ao aluguel. Todavia, a principal marca da política habitacional do período populista foi a criação da Fundação da Casa Popular (FCP), que, apesar de lentamente, foi o primeiro órgão nacional criado para prover residências para a população pobre. Os IAPs tiveram algumas contribuições para os atuais modelos de habitação implantados, destacando os blocos de apartamentos

multifamiliares de vários pavimentos. Eles também faziam uso de soluções modernistas implantadas, como a utilização das coberturas como parte comum, o uso de pilotis, as ornamentações nas fachadas e a criação por arquitetos para os empreendimentos. Já a FCP teve uma produção bastante significativa e possuía conceitos de qualidade nas moradias. Baseava-se em ideais modernos e sua produção tinha dimensões compatíveis com as necessidades de uma família trabalhadora.

A postura autoritária também se fazia presente após a entrega dos apartamentos nos conjuntos: técnicos da FCP visitavam os apartamentos para avaliar e orientar o comportamento social e individual dos moradores, que poderiam ter seus contratos rescindidos caso tivessem conduta nociva ‘‘à ordem ou à moral do Núcleo Residencial, ou criarem embaraço à sua Administração” (AZEVEDO & ANDRADE, 1982, p. 31).

Após o golpe de 1964, a FCP foi extinta e foi criado o Plano Nacional de Habitação, o grande plano do governo militar que buscava a dinamização da economia tentando também garantir a estabilidade social. A trajetória do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e do BNH (Banco Nacional da Habitação) pode ser dividida em 3 fases marcadas pelo surgimento da COHAB (Com-

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panhia de Habitação Popular) e pelos financiamentos estarem voltados para a classe média, fazendo com que as classes mais baixas não tivessem alternativa a não ser morar em favelas e loteamentos clandestinos nas periferias. Posteriormente, no Governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992), foi lançado o PAIH (Plano de Ação Imediata para a Habitação), que propunha o financiamento de 245 mil habitações em 180 dias, mas não cumpriu suas metas. Após este, mais dois outros foram inseridos também sem sucesso, somente com fatores importantes, como, por exemplo, a criação de um fundo nacional voltado para a habitação. Segundo Moraes & Dayrell (2008), o Estatuto das Cidades foi aprovado no início do ano 2000 pela Lei nº 10.257 e tinha como objetivo fornecer suporte jurídico mais consistente às estratégias e processos de planejamento urbano. Sobre a questão da habitação, foram inseridos instrumentos para garantia da propriedade, com isto criaram-se os impostos sobre a pro-

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priedade, a usucapião e tornaram-se mais rigorosas as regularizações fundiárias.


O

s governos de Lula (2003-2010) inseriram uma das mais fortes e importantes políticas públicas para a habitação, o Programa Minha Casa Minha Vida do Ministério das Cidades, que foi lançado em abril de 2009 com uma meta de criação de 1.000.000 de moradias, totalizando R$ 34 bilhões de subsídios para atender famílias enquadradas nas classes baixas, média baixas e médias. Assim como as políticas anteriores ligadas à iniciativa privada, também foi protagonista na provisão de habitações. Além de seu objetivo social, o PMCMV, ao estimular a criação de empregos e de investimentos no setor da construção, teve como reação principal no governo Lula à reversão da crise econômica mundial do fim de 2008. Na segunda fase, durante o governo de Dilma Roussef (2011 – 2016) o programa Minha Casa, Minha Vida pretendia construir mais de 2.000.000 de habitações.

As faixas de renda das famílias beneficiadas também foram reduzidas entre as fases citadas. Atualmente, o Minha Casa Minha Vida tem quatro faixas de renda. Na primeira, para famílias que recebem até R$ 1,6 mil, o subsídio pode chegar a R$ 95% do valor do imóvel. A faixa 1,5 são para as famílias com renda de até R$ 2.600 reais mensais, com subsídio de até R$ 25 mil. Na faixa 2 a renda pode atingir até 4000 reais mensais, e na fase 3, reajustada em março de 2017, a renda poderá atingir até 6000 reais, os subsídios restringem-se conforme a renda fica maior. Anunciada pela presidenta Dilma Rousseff em julho de 2016, a meta da terceira etapa do programa Minha Casa Minha Vida era construir mais de 3.000.000 de unidades até 2018. Embora muito criticado pela mídia, o Programa Minha Casa, Minha Vida auxiliou na construção das moradias de grande parte da população brasileira; ainda que caminhe a passos curtos, os órgãos governamentais vêm trabalhando para que sejam

adequados em qualidade, funcionalidade e composições formais tentando que para além de um lar, essas habitações tenham a características de seus moradores, bem como a proposta deste trabalho.

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HABITAÇÕES FLEXÍVEIS O conceito de flexibilidade na arquitetura pode ser definido como a capacidade do espaço físico de se adaptar ao processo dinâmico do habitar, é uma associação à tecnologia construtiva, à natureza espacial e ao programa do edifício. Tal conceito é interpretado de forma variada e por diversos autores, Digiacomo (2004), por exemplo mostra que a flexibilidade é a capacidade do espaço físico se adaptar com facilidade às necessidades e desejos de seus ocupantes. Já Bordeau (1994) cita que os estilos de vida e os esquemas de trabalho tornam-se cada vez mais individualizados e, por esta razão, um número cada vez maior de clientes deseja ver seus projetos desenvolvidos sobre bases específicas que satisfaçam da melhor formam possível suas preferências pessoais, ao invés de projetos concebidos para um usuário médio anônimo. Essa tendência emergente deve conduzir um envolvimento maior do cliente nos diversos mecanismos de decisão do projeto, seja na fase de concepção, seja na fase de realização da construção. Hoekman (2009, p.34) diz que os edifícios com sistemas construtivos considerados com características flexíveis são aqueles que possuem capacidade de “proporcionar uma utilização mais eficiente

do espaço, um aumento da longevidade e uma melhoria geral do desempenho operacional”. Strapasson (2010, apud World Building Design Guides) diz que tais soluções flexíveis podem ser concebidas em edificações que per-

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mitem espaços que possam com facilidade sofrer modificações e ainda podem ser utilizados para vários efeitos e por diversos grupos de usuários.

Características das edificações flexíveis. Fonte - WBDG. World Building Design Guides. Disponível em: http://www.wbdg.org/) Acesso em: 30/03/2017.

Ao longo dos anos, as análises das Habitações de Interesse Social (HIS) mostram que as a maioria das unidades habitacionais destinadas aos moradores são frequentemente modificadas por eles, seja por costume da moradia em casas com interação direta com a rua, caracterização do espaço ou até mesmo problemas econômicos. Essas modificações mostram frequentemente a falta de interação entre o criador do projeto e aos moradores dessas unidades. Se pensado, o problema é que essas modificações podem interferir no conforto, nos princípios técnicos e nos princípios de sustentabilidade original-


mente pensados em projeto.

incorporados ao longo do tempo.

Conforme Saleh e Chini (2009), quanto mais flexíveis e adaptáveis são os projetos de uma edificação em relação às mudanças de necessidades do usuário, maior será a vida útil do edifício em questão, portanto é necessário que isto seja incorporado ao projeto. Já para Villà, (2008, p.08) a flexibilidade é para a arquitetura entendida como “toda configuração construtiva e formal que permita uma

Assim, os benefícios obtidos através da implantação da flexibilidade não são somente concentrados em questões econômicas, mas também questões sociais e operacionais e mostram-se

diversidade de formas de uso, ocupação e organização do espaço, ao longo da vida do edifício, como resposta às múltiplas e mutáveis exigências da sociedade”. Dessa forma, ele ensina e organiza estratégias para a realização da flexibilidade. São algumas delas: 1. Privilegiar a organização que permita a multifuncionalidade dos espaços sem transforma-los, ou seja sem reformas profundas; 2. Procurar a redução, ao máximo possível, da compartimentação, incorporando divisórias móveis ou removíveis nos ambientes internos de uma habitação; 3. Desenvolver todas as possibilidades de acrescentar novos espaços aos pré-existentes; 4. Identificar claramente os componentes estruturais e infra estruturais, de caráter fixo e básico, e separá-los dos componentes de compartimentação e acabamento, que podem ser

Imagem 02 – Exemplo de sistema de divisórias com trilhos para movimentação. Fonte: http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/fotos/37/f lexibilidade.jpg Acesso em: 09/04/2017.

intensamente na facilidade de transformação dos espaços e na questão de menor impacto ambiental, já que haverá reduções consideráveis na geração de entulhos comparados a forma tradicional.

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HABITAÇÕES CONTEMPORÂNEAS E A FLEXIBILIDADE NA ARQUITETURA

A

arquitetura flexível deve ser pensada, inicialmente, enquadrada na necessidade a quem ela é suposta, porém é comum que concentrem às necessidades dos usuários atuais destinadas apenas àquela época da vida, sendo assim uma casa bem projetada, deve ser adaptável a mudanças diversas ao longo de vida do usuário, objetivando o conforto ininterrupto deste. Um exemplo comum é quando filhos saem de casa e acaba por “sobrar” uma área considerável da residência para apenas um casal. Outra situação, é o fato das pessoas envelhecerem, chegando a um ponto em que uma ou mais pessoas acabam necessitando de uma ajuda extra para realizar suas funções diárias dentro da casa.

Imagem 03 – Planta baixa e fachada do Edfício Seagram de Mies Van der Rohe.1938 Fonte: http://metaldetectingandotherstuffidig.us/seagram-building-plan/ Acesso em 18/04/2017.

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A arquitetura moderna foi o movimento que mais possibilitou implementar a flexibilidade na unidade habitacional. Após romper com a tradição clássica, deixando para trás a utilização de modelos e tipos pré-concebidos, iniciava-se uma arquitetura renovada, possibilitando o conhecimento do objeto só com o fim do projeto, podendo ser modificada e organizada de diversas formas, assumindo uma independência de cada um desses espaços. Um dos primeiros exemplos dessa arquitetura foi implantado por um dos precursores da arquitetura moderna: Mies van der Rohe. Com o edifício Seagram (1958) que possuía uma planta baixa livre de partes divisórias e núcleo de serviços mais internos, com divisões apenas com a função temporária de separação dos ambientes. A flexibilidade na arquitetura envolve questões projetuais e construtivas, e mesmo edifícios que não foram concebidos para que fossem adaptáveis podem passar por mudanças a partir do emprego de elementos que facilitem com que isso ocorra. Existem alguns elementos que facilitam a implantação da flexibilidade na arquitetura de edifícios residenciais, como por exemplo a implantação da vedação e da estrutura independentes entre si, que permitem a planta livre; ou a modulação, que são elementos de repetição que podem ser utilizados quantas vezes forem necessárias, o uso do módulo pode ser um instrumento para uma arquitetura neutra.

Além desses, outros elementos são marcantes na implantação da flexibilidade e estão cada dia mais sendo utilizados, como por exemplo o uso de paredes leves, divisórias móveis, móveis que possibilitam a divisão, a utilização de núcleos de circulações, núcleos de áreas molhadas e a utilização de espaços de shafts já são possibilidades estudadas para implantação mesmo em residenciais de habitações populares e sociais.

Diante isso, pode-se perceber a instauração da flexibilidade, ligada à natureza espacial, à tecnologia construtiva, ao programa e aos usuários, e assim seu conceito é destrinchado de diversas maneiras, de acordo com a visão de cada profissional, responsáveis por projetos de habitação. Porém, sua base parte do princípio de comprovar através da intervenção do tempo sobre o homem, à capacidade de transmutação e a vitalidade do objeto, sendo sustentável com o decorrer das mudanças da sociedade. (Villa, 2014, p. 10).

À vista disto, os conceitos de flexibilidade podem ser aplicados dependendo do objetivo do projeto, pois cada conceito trabalha de forma diferente as reações do usuário e mudanças no local. O design contribui para a flexibilização do espaço de forma que os edifícios estão sendo projetados com vãos cada vez maiores e o mobiliário faz o papel da repartição e das divisórias dos ambientes.

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NOVOS ARRANJOS FAMILIARES E ESPAÇOS DOMÉSTICOS

O

homem contemporâneo tem como característica um aumento progressivo na sua diversidade sociocultural, de modos, crenças e estilos de vida. As mudanças ocorrem de forma rápida, aumentando sua necessidade em tamanho, programa e particularidades, mostrando que ao longo do tempo os ciclos familiares se transformam reconfigurando-se. Segundo o jornal O Globo (2013), um dos fatores que influenciou na modificação das famílias foi a união civil que reconheceu a existência de diferentes estruturas familiares possibilitando, por exemplo, a união de duas pessoas do mesmo gênero a constituírem família. Tramontano (1993) cita alguns fatores que também contribuíram para que ocorressem estas mudanças: a lei do divórcio, a opção por um menor número de filhos por família e as pessoas que decidem morar com amigos, por exemplo, modificaram a estrutura nuclear familiar conhecida.

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Além disso, a modernidade criou a ideia de homem-tipo e, consequentemente, a habitação-tipo esquecendo a individualidade humana no que se tratava de lar. O espaço da habitação, higiênico, cartesiano, representado por um ambiente voltado para o mínimo de qualidade de vida, acolheu uma uniformidade que transformou os moradores de habitação coletiva em cidadãos anônimos que habitavam originalmente vastos blocos residenciais, em bairros periféricos, de altas densidades, minunciosamente implantados em torno de áreas verdes e espaços coletivos compartilhados. (JORGE, 2012, p.47).

Imagem 04 – Infográfico Arranjos familiares contemporâneos Fonte: http://padretelmofigueiredo.blogspot.com.br /Acesso em: 13/05/2017


A atualidade pede por diversidade nas tipologias habitacionais a medida que os perfis familiares se modificam. Os momentos da vida, as condições socioeconômicas e os novos hábitos fizeram com que a aquela tradicional família nuclear (pai, mãe e filhos) fosse modificada, surgindo novas tipologias familiares. Dessa forma, iniciando uma preocupação na projeção desses novos modelos habitacionais. Porém, ainda é um fato a produção do mercado imobiliário comercializar modelos moldados para a família nuclear. Os modelos de apartamentos “engessados” reproduzidos na cidade de Ribeirão Preto – SP quase que na totalidade são produzidos baseados nos modelos tripartidos (social, íntimo e serviço) com divisões previamente estabelecidas ao modelo de família nuclear. Algumas construtoras ainda utilizam alvenaria estrutural na concepção do edifício, limitando ainda mais as mudanças já que não há possibilidade de retirada das paredes ou grandes aberturas, fazendo com que não exista a possibilidade de adaptação da unidade habitacional autônoma para atendimento aos diversos outros tipos de famílias. As poucas possibilidades de mudanças geralmente são de altos valores e demasiado trabalho (grandes reformas), mostrando, que, então o mercado deveria adaptar-se às classes menos abastadas e geralmente atendidas por programas governamentais.

Imagem 05: Planta baixa empreendimento em Ribeirão Preto. Fonte: www.mrv.com.br – Acesso em: 30/05/2017

Imagem 06: Planta baixa empreendimento em Ribeirão Preto. Fonte: www.vittaresidencial.com.br - Acesso em: 30/05/2017

Para que estas habitações sejam construídas pelos programas habitacionais do governo, elas dependem da aprovação da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) que atende à cidade em questão, e para que isto ocorra há necessidade desses programas trabalharem para as tipologias de famílias reconhecidas pela Companhia. São elas:

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TIPOLOGIA FAMILIAR 1 – Famílias resultantes de casamentos civil ou religioso 2 - Famílias resultantes de união estável 3 - Famílias resultantes de união homo afetiva 4 – Famílias monoparentais 5 – Famílias anaparentais

6 - Unipessoal

7 - Coabitação Tabela 1: Tipologias familiares reconhecidas pela CDHU Fonte: Portal do Interessado em Atendimento Habitacional – CDHU (Disponível em: http://www.cdhu.sp.gov.br/interessado-em-imovel/Quem-pode-se-inscrever.asp Acesso em: 03/06/2017

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DEFINIÇÃO PELA CDHU Casal com ou sem filhos. Companheiros com ou sem filhos. Parceiras ou parceiros com ou sem filhos. Mãe ou pai com seus filhos. Avós e netos. Tios e sobrinhos; primos; e demais famílias sem os pais, constituídas com base em relação consanguíneo, independente do grau de parentesco. Indivíduos com 30 anos ou mais, que não vivem em união estável, e que sejam viúvos, divorciados, desquitados, separados ou solteiros sem filhos. Ou que tenham filhos menores de 25 anos que não detenham a guarda nem residam com eles sob o mesmo teto; tenham filhos, mas os mesmos já constituíram família ou já tenham 25 anos ou mais; não residam com os pais ou qualquer outra pessoa. Famílias constituídas por indivíduos que reciprocamente se consideram uma família, unidos por qualquer tipo de afinidade e que residam sob o mesmo teto.


RIBEIRÃO PRETO - O DÉFICIT HABITACIONAL NA CIDADE

A

cidade de Ribeirão Preto – SP apresentou mudanças nos dados habitacionais nos últimos anos. Enquanto em 2010, a cidade apresentava um elevado déficit habitacional quantificado em um total de 21.815 moradias, (censo realizado no ano de 2010 pela Fundação João Pinheiro), no ano de 2017 a prefeitura em parceria com grandes construtoras diminuiu consideravelmente este índice. Eles estão com projetos em andamento, e esse déficit reduziu para cerca de 6.815 moradias. O programa que mais tem ganhado efetividade na produção de moradias no município é o Programa “Minha Casa, Minha Vida” que depende da iniciativa privada para produção e comercialização destas habitações e atende à população em 4 faixas de classes diferentes entre classe baixa, média baixa e média. O programa é realizado através de financiamento dos agentes públicos Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, nos quais parte do valor do imóvel é subsidiada pelo programa de acordo com a renda familiar mensal.

ne simplesmente na construção da moradia. Que ela se estenda aos demais serviços públicos que o governo tem obrigação de oferecer à população. Além da falta de qualidade apresentada pelas tipologias produzidas em massa, geralmente este tipo de edificação não estabelece relação com o local onde será inserido. E, no caso de Ribeirão Preto, existe a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) que administra os empreendimentos sociais e que é responsável pela doação dos terrenos e glebas após estudos e análises realizadas pelo órgão. Vale ressaltar que a CDHU tem inovado ao realizar concursos, repensando os modelos já consolidados de habitação impostos em sua cartilha através de parcerias com profissionais da CDHU, da CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável) e do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), absorvendo arquitetos dispostos a repensar o atual modelo de habitação.

O programa também é alvo de críticas Maricato (2009) afirma que além da moradia, o governo precisa priorizar a infraestrutura, o transporte, a saúde e a educação nas cercanias dos grandes aglomerados que se criam com este tipo de programa. Afinal, se isto não for observado, grandes concentrações de pessoas sem esses serviços geram outros tipos de custos à sociedade. Propõe, então, que a alocação de recursos por parte do Estado não termi-

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O último concurso foi destinado para produção de diversas tipologias e modelos habitacionais, o Concurso Nacional Habitação para Todos realizado em 2010, promovido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo – CDHU e organizado pelo IAB/SP. Teve como objetivo selecionar as melhores propostas de habitação para 6 grupos de tipologia: casas térreas, casas escalonadas, sobrados, edifícios de 03 pavimentos, edifícios de 04 pavimentos, edifícios de 6 e 7 pavimentos. Diante dos modelos de habitação de interesse social já implantadas no Brasil, os projetos que foram propostos no programa “Habitação para Todos” trazem preocupações significantes quanto ao vínculo das moradias com toda a malha urbana ao seu redor. Mesmo se tratando de “projetos-carimbos” que são aqueles que estabelecem várias cópias na mesma implantação, há uma busca pela adaptação em diferentes terrenos, bem como a expressão e identidade dos moradores. Fica claro que ainda há uma pesquisa e procura por um sistema habitacional que funcione e tenha sucesso na sua implantação. Nesse ponto, existem questionamentos sobre a proposta apresentada: mesmo havendo mudanças, ainda é visível uma generalização de conceitos em que a qualidade da produção de moradias já implantadas é questionável. Outra questão que está gerando críticas ao programa é que mesmo havendo passado 7 anos quanto ao seu início ainda nenhum dos projetos fora construído ou esteja nos planos de ser iniciado. Assim como no caso de Ribeirão preto, as cidades escolhi-

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das para as realizações dos projetos do Concurso, foram apenas preenchidas com “habitações modelos” ainda da Cartilha antiga da CDHU, afim somente da redução do déficit habitacional, cumprindo necessidades básicas dos moradores da unidade familiar. Ignorando as questões já discutidas pelos Arquitetos do Concurso Habitação para Todos, resolvendo a questão da habitação, todavia, baseada no modelo familiar nuclear.

Imagem 07: Ganhador concurso Nacional – Habitação para todos, 2010. Fonte: https://concursosdeprojeto.org/2010/09/26/premiados-concurso-habitacao-para-todos/ - Acesso em: 07/06/2017.


PROJETOS REFERENCIAIS

REFERÊNCIAS

A

presentação dos projetos que servirão de referência para a realização do projeto do Edifício de habitação popular flexível. Foram escolhidas duas referências brasileiras e uma referência internacional, que agregam de alguma maneira os conceitos pesquisados, são elas: o Residencial Corruíras do Boldarini Arquitetos Associados, o Living Steel para Habitação Sustentável de Andrade e Morettin, e a Habitação estudantil de C.F. Møller na Dinamarca que abrange alguns conceitos que podem ser utilizados mesmo que não seja uma habitação de interesse social.

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RESIDENCIAL CORRUÍRAS BOLDARINI ARQUITETOS ASSOCIADOS

O

projeto do Residencial Corruíras foi construído pelo Programa de Reurbanização de Favelas em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio da SEHAB (Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo). Ocupa o vazio urbano localizado ao lado da favela Minas Gerais, servindo de reassentamento para famílias removidas na operação urbana.

Imagem 08: Localização Residencial do Conjunto em relação ao centro. Fonte: Boldarini, Arquitetura, 2013.

Os espaços coletivos, são restritos aos pátios interiores, que não contêm equipamentos coletivos, já que a intenção era de incentivar o uso do parque linear também objeto da intervenção e que ainda será implantado. Futura implantação parque linear Imagem 09: Implantação do conjunto com intervenção da autora. Fonte: Boldarini, Arquitetura, 2013.

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Imagem 10: Corte transversal com intervenção da autora. Fonte: Boldarini, Arquitetura. 2013.

O terreno possui um declive de 22 metros e por isso foram projetados 2 edifícios, em lâminas de 7 e 9 andares ao redor de grandes pátios centrais com acesso de pedestres a meio nível. Foram construídas 224 unidades para aproximadamente 1000 pessoas, atendendo 100% da relocação dos moradores da favela. Ele está inserido em um bairro consolidado com áreas em processo de verticalização e áreas de assentamento informal, nas quais existem diversos equipamentos urbanos e equipamentos de lazer.

Imagem 11: Implantação. Fonte: Boldarini, Arquitetura. 2013.

O conjunto é totalmente residencial e possui apenas uma biblioteca comunitária como equipamento construído pelo conjunto. O conceito teve como premissa a relocação dos moradores, por isso o escritório de arquitetura buscou o maior adensamento possível dentro dos 2 lotes da intervenção, utilizando a verticalização a favor da ocupação do solo. Desta forma garantiu um alto índice de permeabilidade no terreno.

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Imagem 13: Esquema de Circulação horizontais e verticais Fonte: BOLDARINI Arquitetura, 2013 Imagem 12: Topografia Fonte: BOLDARINI Arquitetura, 2013

Imagem 14: Lotes Fonte: BOLDARINI Arquitetura, 2013 Imagem 16: Planta Pavimento TIPO - Fonte: BOLDARINI Arquitetura, 2013.

As lâminas têm uma estrutura definida por um corredor de circulação comum para todas as unidades de cada andar, e são conectadas por 4 pontos de circulações verticais de escadas. Os elevadores foram previstos para caso seja possível a instalação pelos moradores, posteriormente.

Imagem 15: Esquema de ocupação dos LotesFonte: BOLDARINI Arquitetura, 2013.

Os acessos conectam a rua e os espaços de uso comum dos conjuntos, transformando-se em instrumentos projetuais que reforçam a importância da vida comunitária para projetos de habitação social.

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Imagem 17: Planta -2º Pavimento Fonte: BOLDARINI Arquitetura, 2013.

Imagem 18: Planta -4º Pavimento Fonte: BOLDARINI Arquitetura, 2013.


As fachadas possuem diversas materialidades e elementos que conferem variabilidade na composição do conjunto.

Imagem 20: Elementos singulares – passarelas metálicas com transparências Fonte: BOLDARINI Arquitetura,2013.

Imagem 23: Planta Pavimento TIPO com intervenção da autora. Fonte: BOLDARINI Arquitetura, 2013.

O formato do pátio com 24m de recuo garante uma boa incidência solar em todas as habitações, além de permitir a ventilação cruzada de todas as unidades.

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O conjunto possui uma única tipologia habitacional e possui unidades adaptadas à PNE no andar de acesso do conjunto. Elas apresentam dois dormitórios, sala, cozinha e área de serviço distribuídos em 50m². As plantas possuem algumas possibilidades de modificações de acordo com o manual dos usuários.

O residencial Corruíras foi escolhido como referência pois o projeto apresenta alguns conceitos interessantes quanto à sua forma e suas estruturas, como suas passarelas metálicas e as ligações entre todos os blocos. Além do aproveitamento dos desníveis, garantindo aproveitamento máximo na construção dos pavimentos.

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RESIDENCIAL ESTUDANTIL NA DINAMARCA C.F. MOLLER

O

projeto possui 137.000,00 m² e constitui uma ligação entre o campus universitário linear de 1966 e o novo Cortex Park, um Parque de Pesquisa e Conhecimento projetado por C. F. Møller, em 2009, como um aglomerado urbano mais irregular e denso. Foi finalizado em 2015 e está localizado em

Imagem 25: Vista do topo do edifício. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller. Acesso em: 13/05/2017.

Odense, Dinamarca. O terreno desce suavemente em direção a um pântano alongado a sul e o edifício residencial torna-se parte da estrutura

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do parque de ciência, com as três torres formando um marco claro na extremidade leste do empreendimento.

Todos os quartos e áreas comuns possuem va- Os quartos são agrupados em pequenas unirandas e vistas para o campus. dades e possuem unidades de cozinha compartilhada por andar.

A fachada também possui segmentos em tons quentes, com uma mistura de perfis de madeira e painéis de metal. Ao todo são 250 residências de estudantes que estão localizadas em três edifícios in-

Imagem 27: Diagramas Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/798903/moradia-estudantil-cf-moller. Acesso em: 13/05/2017.

terligados de 15 pavimentos, a forma diferente do edifício com visão em 360º é reconhecível no campus facilmente.

Imagem 26: Fachada Noroeste Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller. Acesso em: 13/05/2017.

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ÁREAS COM VISÃO PARA ÁREAS DO CAMPUS.


Os espaços compartilhados inseridos no interior de cada andar possuem transparências e linhas de visão para três áreas distintas do Campus.

VARANDAS DOS APARTAMENTOS Imagem 28: Plantas dormitórios Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller. Acesso em: 13/05/2017.

A presença das varandas internas nos apartamentos ajuda a controlar a incidência solar, dessa forma contribuindo para poupar energia significativamente. O conceito geral de energia do edifício é baseado na otimização dos parâmetros de design passivo, como forma, orientação, adaptação às condições climáticas, iluminação natural, pé-direito e massa térmica estrutural. O que contribui bastante também é o uso de ventilação natural cruzada e extensiva recuperação de calor a partir do ar de exaustão, águas residuais e dos chuveiros.

Uma sala de estar compartilhada funciona como um ponto de encontro social para cada grupo de sete quartos, e como transição para os espaços totalmente comuns. Imagem 30: Perspectiva 3D. Interno bloco. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller. Acesso em: 13/05/2017.

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Imagem 31: Diagrama de fluxos Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller Acesso em: 13/05/2017.

Imagem 33: Corte Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller Acesso em:13/05/2017.

Imagem 32: Fotos das áreas comuns no interior de cada andar do edifício. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller. Acesso em:13/05/2017.

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O projeto foi escolhido como referencial por possuir a forma em 360º com espaços compartilhados e comuns em todos os andares do edifício. Além de utilizar táticas bioclimáticas para melhorar os índices de temperatura e calor do edifício.


LIVING STEEL PARA HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL ANDRADE MORETTIN

O

projeto foi desenvolvido pelo escritório Andrade e Morettin para a CDHU com o nome de Living Steel para Habitação Sustentável e está localizado no Recife – PE.

Para a implantação, o escritório adotou a densidade média de 600 hab/ha e ele foi inserido na malha urbana consolidada o que apresenta futuras ligações do conjunto habitacional com a malha de transporte público.

Imagem 34: Perspectivas em 3D Fonte: Andrade e Morettin, 2007. Acesso em: 16/05/2017.

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Imagem 35: Implantação Fonte: Andrade e Morettin, 2007. Acesso em: 16/05/2017

A proposta desenvolvida pelo escritório brasileiro propõe uma nova abordagem na construção de habitações usando aço como sistema estrutural e o princípio da modulação. Um dos conceitos utilizados na concepção do projeto foi a flexibilidade e reprodutibilidade, utilizando-se de elementos pré-fabricados. Os blocos isolados foram dispostos de maneira a permitir o permanente fluxo de ar entre as edificações.

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Imagem 37: Perspectiva em 3D. Fonte: Andrade e Morettin, 2007. Acesso:16/05/2017.

As varandas e circulações horizontais são ao mesmo tempo o lugar da sombra, da proteção das radiações solares e também espaço de vivência e encontros. Estes espaços comuns são estruturadores da dinâmica do edifício e podem também tornar-se estruturadores da comunidade.

A utilização de componentes industrializados com acabamentos dispensa o uso de pintura ou outros acabamentos, reduzindo sua manutenção. Quando necessário, alguns componentes podem ser substituídos e o descarte encaminhado para a reciclagem.

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No caso deste loteamento proposto com quatro pavimentos, foi possível o adensamento desejado de forma salutar, evitando ainda a necessidade de mecanização da circulação vertical, respeitando as restrições orçamentárias.

Imagem 38: Planta pavimento Tipo com intervenção da autora. Fonte: Andrade e Morettin, 2007. Acesso em: 16/05/2017.

Imagem 39: Infraestrutura Hidráulica Fonte: Andrade e Morettin, 2007. Acesso em: 16/05/2017.

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O projeto do escritório brasileiro foi escolhido como referencial por apresentar conceitos de sustentabilidade, e de modulação construtivo. A utilização de estruturas metálicas e da planta livre com áreas de hidráulica fixos são altamente utilizados como estratégias inerentes ao conceito da flexibilidade, o que dialoga com o presente trabalho.


DIRETRIZES

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APRESENTAÇÃO ÁREA DE ESTUDO:

N

este capítulo será apresentado as diretrizes necessárias para a elaboração do projeto do edifício residencial flexível localizado no município de Ribeirão Preto - SP. A área de estudo está localizada no bairro Monte Alegre, relativamente antigo e bastante ocupado da cidade de Ribeirão Preto, e está localizado na zona Oeste da cidade.

Schimdt e sua morte, a fazenda foi tomada pelo governo por volta dos anos de 1940, para se tornar um polo educacional, ganhando uma escola de agricultura e, mais tarde, a faculdade de medicina da USP. Hoje, abriga um dos campi da Universidade de São Paulo e o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, referências de ensino e saúde em todo o estado de São Paulo.

No ano de 1874, o famoso fazendeiro Francisco Schimdt adquiriu terras na região para formar a fazenda Monte Alegre, um marco para a cidade já que fora uma das primeiras a receber energia elétrica. Em 1980, após a sua venda a um imigrante alemão, a fazenda tornou-se um dos maiores produtores mundiais de café. Após a posse dos filhos de Francisco

A escolha se justifica por ser um bairro já ocupado, relativamente próximo à área central e de possuir infraestrutura urbana consolidada. Fatores que são relevantes para a concessão da CDHU para a implantação das unidades habitacionais sociais, além de estar próximo a equipamentos públicos e serviços que podem fornecer subsídios aos futuros moradores.

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Imagem 40: Mapa da cidade de Ribeirão Preto (sem escala) - Fonte Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, 2003.


ASPECTOS LEGAIS:

O

terreno de escolha para o projeto está localizado na zona Oeste da cidade de Ribeirão Preto, no Bairro Monte Alegre, próximo às saídas para o anel viário que leva a Sertãozinho a partir do Campus da USP.

IImagem 42 - Mapa da cidade de Ribeirão Preto (sem escala) - http://dcm.ffclrp.usp.br/biblioteca/local.htm

A área é determinada pelo plano diretor a partir do macrozoneamento como uma zona de urbanização preferencial (ZUP) definida por áreas dotadas de infraestrutura e condições morfológicas adequadas para a urbanização, e nela são permitidas densidades de até 2000/ hab/ha.

Imagem 43: Macrozoneamento da cidade de Ribeirão Preto – Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto

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Na classificação do Plano Diretor de Áreas Especiais, a área de estudo está inserida na Área Especial de Interesse Social Tipo 1, que constituem áreas onde estão situados loteamentos residenciais de média e baixa renda ou assentamentos informais, parcialmente destituídos de condições urbanísticas adequadas; destinadas à recuperação urbanística e provisão de equipamentos sociais e culturais e à regularização fundiária, atendendo legislações específicas.

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O Plano Diretor também dispõe de um parágrafo que detalha o parcelamento de solo nesta Área Especial, dizendo que o parcelamento nesta área é necessariamente destinado à população com renda familiar de zero a cinco salários mínimos e para assentamento de população proveniente de área de risco do Município, ou de assentamentos informais onde não seja possível fazer a urbanização no próprio local, desta forma poderá ser enquadrado no Programa Minha Casa Minha Vida na faixa 1 até a Faixa 2, que corresponde a 4,26 salários mínimos, compreendendo o objetivo do presente trabalho.

Imagem 44: Mapa de áreas especiais da cidade de Ribeirão Preto Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto


RESTRIÇÕES URBANÍSTICAS:

A

taxa de ocupação definida para a ZUP pelo plano diretor, para áreas residenciais é de 75% da área do terreno, e o coeficiente de aproveitamento máximo será de até 5 x a área do terreno. Para a definição de recuos deve ser levado em conta a implantação dos edifícios. O gabarito na cidade de Ribeirão Preto é estabelecido com o gabarito básico de dez metros de altura para todas as edificações novas ou a reformar, especificamente na Zona de Urbanização Preferencial e pode-se ultrapassar o gabarito básico e isso implica o uso de recuos maiores (H/6). Em conformidade com o artigo 172 do Código do Meio Ambiente, a taxa de área permeável corresponde ao tamanho do terreno, sendo um terreno de área de até 400m² obrigatório possuir 5% da área permeável. Os terrenos que possuem entre 400 m² a 1000m² de área deverão ter 10% de área permeável e

os terrenos acima de 1000 m² deverão possuir 15% de área permeável mínima. O terreno de intervenção do presente trabalho possui 2754,00 m², portanto deverá possuir 15% de área permeável totalizando 413,10 m² dela.

RESTRIÇÕES URBANÍSTICAS ZUP 2000 hab/ha Áreas Especiais Área Especial de Interesse Social - Tipo 1 Área do Terreno 2754 m² Taxa de Ocupação 2065.50 m² Coeficiente de Aproveitamento 13.770 m² Gabarito >10 m Recuos H/6 % Área permeável 413.10 m² Densidade Populacional Máxima 162 unidades ou 551 habitantes Densidade Populacional Média 116 unidades ou 394 habitantes Densidade Populacional Mínima 69 unidades ou 235 habitantes

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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

A

área de estudo tem no bairro Monte Alegre o uso predominantemente residencial, com algumas ruas que predominam o uso misto, são elas: a Rua Tenente Catão Roxo e a Rua Coronel Camisão. Nelas existem diversos pontos de comércios, prestação de serviços e residências. As áreas institucionais são marcadas pelo Campus da USP e o Hospital das Clínicas instalados em uma área bastante extensa. Embora o bairro seja bastante antigo, é notável a presença de alguns lotes vazios.

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O bairro possui ocupações bastante definidas, com lotes vazios além das construções; possui quadras retangulares, quase constituindo uma uniformidade, diferindo em alguns pontos e acompanhando o traçado existente. Devido ao enorme vazio proporcionado pelo campus da USP, existe um contraste constituído pelas paisagens densas e urbanas do bairro bastante ocupado e pelas extensas áreas verdes da Universidade de São Paulo.

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O gabarito do bairro é predominantemente térreo e de 1 pavimento, com algumas edificações de 2 pavimentos ou mais, devido ao bairro Monte Alegre ser um bairro antigo. Em algumas ruas, essa paisagem se destoa com alguns prédios bem altos, mais próximos à avenida Antônio e Helena Zerrener. O bairro tem gabarito de predominância baixa, o que auxilia na ventilação natural e na insolação das unidades autônomas se os recuos forem satisfatórios.

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A Hierarquia viaria na área de estudo é composta por vias locais, com a Via Principal Luigi Rossielo e a Rodovia Bandeirantes, via rápida, mas que não tem contato direto com o terreno do projeto. Já o mapa de Hierarquia funcional mostra que as vias tem funções de locais, mas devido ao grande fluxo de veículos que se dá por conta da presença do Hospital das Cínicas, elas acabam funcionando como vias coletoras.

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O bairro Monte Alegre possui, dentro de seus limites, vários equipamentos de saúde e educação (particulares e públicas). Por outro lado, não possui praças, nem parques ou qualquer outro espaço de lazer e recreação, por isto os moradores que desejam recreação ao ar livre acabam se dirigindo ao Campus da USP.

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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS:

Principais Vias de Acesso 01 Aeroporto Leite Lopes 02 Av. Nove de Julho 03 Av. Treze de maio 04 Av. Costabile Romano 05 Av. Saudade 06 Av. do Café Av. Dr. Francisco Jun07 queira 08 Av. Independencia 09 Av. luigi Rosiello 10 Av. luizitana

11 12 13 14 15 16

Av. Monteiro Lobato Av. Portugal Av. Pres. Castelo Branco Av. Pres. Kenedy Av. Thomaz Alberto Wahttley Av. Caramuru

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R. Conselheiro Saraiva

18 19 20 21

R. Prudente de Morais R. Santa catarina R. Tenente Catão Roxo Rodoviária Tabela 3 - Principais Vias de Acesso

A

área de estudo pode ser acessada por diversas vias principais por dentro da cidade, conforme mostrado na tabela a seguir. E pelo acesso externo à cidade, o terreno pode ser acessado facilmente pela entrada da rodovia ligada a Avenida Bandeirantes. Outro acesso bastante utilizado, devido à localização da portaria 2 do Campus da USP, é pela Avenida do Café conectada à Avenida Luigi Rosiello.

Imagem 51: Mapa de Acessos – (sem Fonte: http://dcm.ffclrp.usp.br/biblioteca/local.htm

escala)

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INFRAESTRUTURA:

Á

área de localização do projeto é abastecida pelas mesmas redes que abastecem a cidade de Ribeirão Preto. A rede de água e esgoto na área é bem distribuida e é administrada pelo DAERP (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) e pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) recebendo água de uma caixa d’agua localizada em um dos pontos mais altos do bairro. A distribuição de energia é feita pela CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) e possui uma subestação de energia localizado no balão da Av. Luige Rosiello.

Imagem 52: Subestação Fonte: Google Maps, 2007.

de

energia

do

Monte

Alegre

Além da coleta de resíduos periódica, é realizada uma coleta seletiva pela empresa “Mãos Dadas” e o recolhimento de lixos hospitalares realizado pela empresa NGA presta serviço de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos residuos. A coleta é realizada de acordo com a necessidade do solicitante e são descartados na estação de tratamento de resíduos sólidos em Jardinópolis. O transporte coletivo é realizado pela empresa RITMO administrado pela TRANSERP, e o transporte é realizado pelas linhas N207, V217, entre outras mais distantes do lote que passam pelo bairro. Imagem 53: Localização dos pontos de ônibus na área de estudo. Fonte: Arquivo pessoal.

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ASPECTOS FÍSICOS E AMBIENTAIS:

E

xiste uma área vasta com uma grande massa de vegetação encontrada no Campus da USP, e nela encontramos árvores de pequeno e grande porte. Já dentro dos bairros a vegetação é bastante precária, com pontos pontuais onde existem árvores de pequeno e médio porte. Em vista disto, ocorre um contraste do bairro denso e urbano com a grande massa de vegetação do Campus.

Imagem 54: Vista do campus da USP para o bairro Monte Alegre. Fonte: http://jornal.usp.br/universidade/em-ribeirao-preto-usp Acesso em: 20/06/2017.

Imagem 55: Mapa Fonte: Arquivo pessoal.

de

VEGETAÇÃO

da

área

de

estudo.

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A área de estudo é marcada pela presença de uma topografia íngreme e uniformemente inclinada. A topografia, então, acaba influenciando a ocupação do terreno e na distribuição das quadras favorecendo o escoamento de água da chuva. Embora seja uma área bastante inclinada, o terreno de intervenção possui apenas 3 metros de desnível em 60,5 metros de comprimento.

Imagem 56: Mapa de TOPOGRAFIA da área de estudo. Fonte: Arquivo Pessoal.

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O LOTE:

O

lote escolhido para a intervenção do presente trabalho está localizado na Rua Albert Einstein no número 1022/1054, entre as Ruas Appa, Rua Bela Vista e Rua Maracaju, localizadas no bairro Monte Alegre em Ribeirão Preto - SP.

Imagem 57: PLANTA baixa do terreno. Fonte: Arquivo pessoal.

Imagem 58: CORTE do Terreno

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Imagem 59: Mapa com localização de vistas. Fonte: Arquivo pessoal.

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ANTEPROJETO

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CONCEITO:

O

que transforma uma casa em um lar? É o questionamento que leva a pensar em todas as questões envolvidas na concepção

deste projeto. Morar, habitar, viver são os verbos que transformam uma edificação em uma habitação, em um lar. Ou seja, são as ações que são permitidas e realizadas. A concepção de “morar” vai muito além de somente uma habitação propriamente dita. E embora seja uma concepção coletiva, uma habitação tem uma subjetividade que muitas vezes não é expressa em suas tipologias. Uma unidade de habitação deve atender todas as necessidades e expectativas das ações que acontecerão nela. Cada individuo tem uma ideia diferente a respeito de uma habitação, o “morar” se aplica na ideia do imaginário do indivíduo. Sendo assim, o conceito do presente trabalho é se atentar a flexibilidade não apenas da tipologia da unidade habitacional, mas também ao desejo individual e coletivo de cada família. E a partir dessa concepção, o projeto tem como objetivo integrar cada unidade a uma espacialidade coletiva, que traga para dentro da edificação espaços de coletividade e sociabilidade que resgata características de comunidade. Dessa forma, a proposta visa criar uma comunidade com espaços de morar que possam ser readequados e modificados conforme as características familiares e necessidades de cada morador, mas que possuam equipamentos de cultura, lazer e que tais equipamentos beneficiem o condomínio criando mais força e melhorias para a comunidade, bem como para a vizinhança já que uma parte será destinada ao público ao redor.

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TERRENO:

A

escolha do terreno se deu por conta da localização próxima ao Campus da Usp, já que é um equipamento de lazer, de educação e saúde, e após pesquisas foi verificado que no Bairro Monte Alegre existe uma carência de pontos de lazer e recreação, limitado apenas aos serviços oferecidos pelo Campus. O bairro que possui moradores de todas as idades, poderá contar com o recurso do térreo com o conceito de Fachada ativa, que corresponde à ocupação da fachada localizada no alinhamento de passeios públicos por uso não residencial e com acesso aberto à população direto para a rua, convidando então os moradores e a vizinhança a integração e lazer. Além disso, a opção por planejar a construção em um terreno localizado em uma área bastante ocupada também foi levada em conta, já que as construções da cidade incluídas no programa MCMV quase sempre são localizadas nas zonas periféricas da cidade.


PARTIDO ARQUITETÔNICO:

A

implantação do projeto de habitação popular foi pensada para que mesmo que esteja em uma área adensada o edifício traga vivacidade a área da implantação em qualquer período do dia ou da noite. Devido a isto, o projeto foi pensado do micro para o macro, pensado na unidade habitacional flexível e adaptável, passando pelos espaços coletivos privados do condomínio até os espaços públicos, reforçando ainda mais a conexão do coletivo com o individual. Considerando o desnível do terreno, o térreo foi inserido em dois níveis. O mais baixo no nível da rua convida o pedestre adentrar os espaços destinados ao comércio e ao lazer ali implantados. E o nível 2 do térreo possui espaços de lazer e culturais que assim como os do nível inferior foram ali implantados visando a obtenção de lucros por meio de aluguéis para o condomínio, e até mesmo a utilização por moradores. O térreo mais baixo também oferece a entrada para o privado, além de depósito de materiais e os acessos as circulações verticais utilizados pelos moradores para acesso as unidades. Os módulos públicos vão oferecer 10 salas de pé direito duplo destinadas aos comércios e mais 2 salas destinadas á serviço, além disso o térreo contara com área de recreação de crianças e uma academia.A praça cen-

tral foi o definidor do partido, de modo que os prédios serão implantados no perímetro do terreno para que os espaços coletivos sejam abertos como uma extensão da rua. O volume é constituído por uma torre prismática de 13 pavimentos, interligado ao prédio retangular de 7 pavimentos; Onde no 7º pavimento fora implantado os espaços coletivos destinados aos moradores reforçando a ideia de vizinhança. Esta implantação foi pensada desta maneira para que além do melhor aproveitamento térmico, este pavimento pudesse ofertar aos moradores a vista da cidade, já que funcionará como um mirante no prédio mais baixo e que mesmo assim pudesse oferecer a mesma vista para os moradores dos pavimentos acima. Além disso, a implantação também favorece a vista para o campus da USP se observada pelas aberturas inseridas no lado Sul do edifício. Os módulos habitacionais, estão dispostos nos 12 pavimentos do edifício, com exceção do 7º pavimentos que abriga as áreas de uso coletivo pelos moradores e dos dois níveis térreos semi-públicos. Eles abrigam 4 tipologias que variam de 30,00 m² até 69,00 m², que podem ser modificados em diversos arranjos. Esse programa foi moldado por volumetrias de cheios e vazios que foram pensadas visando a multiplicidade das famílias e em

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O PROGRAMA: cada tipologia existente. A implantação do conjunto terá impactos favoráveis na vida dos moradores, após uma breve pesquisa, foi observado falta de espaços de lazer no bairro. Dessa forma, a praça e os espaços destinados ao comércio trarão uma nova expressão na vida e na paisagem local; criando estímulos e integrando funções nas trocas de experiências entre a vizinhança. Para gerar menores custos e menores impactos ambientais, o edifício foi pensado sem estacionamentos de moradores, além do enquadramento no programa social criado com menores custos, incentiva assim a utilização de bicicletas (guardadas no bicicletário próprio do condomínio) e transportes com cooperativas de vans que posteriormente poderá ser uma das fontes de renda do condomínio. Comércio Habitacional Sanitários Públicos Serviços Acesso funcionários Acesso Moradores Acesso Pedestres Acesso Veículos

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PLANTA NÍVEL 0.00.

C

omo anteriormente informado, o complexo possui 2 níveis de térreo, um no nível da rua e o outro no nível + 2.50, acessado pela escada ou pela plataforma elevatória. Neste térreo encontra-se 12 lojas, destinadas a locação para comércio visando lucro para o condomínio. Nele também encontra-se serviços como uma academia e o bicicletário, tanto para os moradores como para a população em geral. Como a fachada é fluída e convida o pedestre a adentrar o complexo, existe uma praça central para lazer e descanso, bem como apoia as lojas e comércios existentes no complexo.


Os acessos comercias do edifício são feitos pelas laterais ou pela escada para acesso ao nível 2. O acesso dos moradores encontra-se na parte central do edifício, que abriga a circulação vertical para todos os pavimentos da habitação. Para acesso de veículos existem apenas vagas de apoio, para carga e descarga que podem ser acessadas pela lateral direita do edifício. Já o ponto de ônibus e vans, está localizado bem em frente na lateral esquerda do complexo.

Comércio Habitacional Coworking moradores Serviços Acesso funcionários Administração

A escada enclausurada possui dutos de ventilação, com as janelas de vvidro aramado e caixilhos de ferro, seguindo as normas do bombeiro e a NBR 90-77. Os elevadores sociais e de serviço também se encontram no meio dos edifícios permitindo assim uma ligação entre todos os pavimentos uniformemente.

PLANTA NÍVEL + 2,50. O térreo nível 2,50, possui além dos espaços comerciais já citados, um espaço de coworking para os moradores. São espaços compartilhados para aqueles moradores que precisam de espaços de estudos ou serviços nas unidades habitacionais menores. Ele é acessado por uma sala de apoio que armazena as correspondencias das unidades habitacionais.

55


PLANTA TIPO - PAVIMENTOS 1,3,5,9,11,13.

PLANTAS TIPO - PAVIMENTOS 2,4,6,8,10,12. Após o calculo da densidade populacional da área, foi possível inserir uma quantidade méUnidades de 42,00 m² dia entre a densidade populacional mínima de 69 unidades e a máxima de 162 unidades Unidades de 37,00 m² habitacionais. Desta forma o projeto vai atender um total de 118 unidades habitacionais. Unidades de 69,00 m² Como as habitações foram destinadas a um programa de habitação popular, as habitações foUnidades de 57,00 m² ram pensadas de acordo com as tipologias de familias definidas pelo programa da CDHU. Essas Unidades de 30,00 m² porcentagens se dividem em 5 tipologias distintas e devem ser separadas da seguinte maneira:

Circulação

56

TIPOLOGIA FAMILIAR

% DE HABITAÇÕES

TIPOLOGIA DEFINIDA

QUANTIDADE DE UNIDADES HABITACIONAIS

FAMILIA UNIPESSOAL

10%

30,00 m²

12 unidades

CASAL SEM FILHOS

15%

35,00 m²

18 unidades

FAMILIA NUCLEAR

50%

57,00 m²

58 unidades

FAMILIA NUCLEAR EXPANDIDA

20%

69,00 m²

24 unidades


camada vegetal Porção de terra Camada filtrante/ camada drenante Manta geotêxtil Manta isolamento Laje

Detalhamento de camadas da laje jardim

Salão de festas Salão de jogos Lavanderia coletiva Circulação

O 7º Pavimento é o Pavimento que interliga a torre de 13 pavimentos com a torre de 6 pavimentos. Foi previsto neste pavimento um pavimento de uso coletivo, nele está localizado um jardim que serve como mirante com vistas para a cidade localizado na cobertura da torre menor, e os equipamentos de uso coletivo como a lavanderia coletiva, o salão de jogos e o salão de festas.

57


ESTRUTURA:

B

uscando sistemas mais eficientes de construção e mais baratos visto que o projeto é voltado para habitação popular, o sistema construtivo escolhido foi um sistema misto, composto por vigas. pilares metálicos e lajes pré-fabricadas alveolares em concreto que possibilitam vão de até 20 metros. O fechamento será feito através de placas cimentícias do lado externo, e do lado interno de gesso possibilitando a flexibilidade e a modificação conforme a tipologia familiar. A opção pelo sistema pré-fabricado se deu por conta da qualidade estrutural e rapidez na montagem, além de ser um dos principais na questão da flexibilidade da unidade familiar. As caixas dos elevadores e a escada enclausurada também auxiliam na estruturação do edifício, já que foram executadas em concreto armado. Os pilares utilizados são metálicos de 30 x 20 cm, e as vigas também metálicas são de aproximadamente 15 cm, e de 50cm de altura.

58


MODULAÇÕES:

As modulações também permitirão as aberturas de cada unidade. Como serão feitas através de placas cimentícias que medem de 1,20 x 3,00 m, poderão ser facilmente substituídas pelas placas de caixilhos evitando vários cortes. Os módulos utilizados serão de janelas e portas com bandeiras, todas recebendo pintura na cor preta com vidros temperados. A composição e posicionamento serão aleatórios, de modo que se houver modificação e aumento na unidade a unidade vizinha não será prejudicada. Porém, em todas elas haverá a possibilidade de troca, possibilitada pelo processo de construção utilizado.

PONTOS DE HIDRÁULICA – INSTALAÇÕES SANITÁRIAS PONTOS DE HIDRÁULICA – PAREDES HIDRÁULICAS

Influenciando também na flexibilidade das tipologias habitacionais, o projeto foi desenvolvido com pontos de hidráulica fixos, possibilitando cada morador adequar-se dentro da sua unidade conforme sua necessidade.

59


BRISES, GUARDA CORPOS:

Para controlar a incidência solar, brises metálicos verticais foram projetados já que a fachada frontal que esta posicionada no Sudoeste recebe o sol da tarde, e poderia prejudicar termicamente as unidades. Além dos brises, nestas fachadas estão os corredores de circulações dos apartamentos, impedindo que o sol chegue até os apartamentos. Os brises além do conforto térmico ainda ajudam na composição estética do edifício; Até o 4º pavimento foram previstos guarda corpos coloridos metálicos, e acima deles respeitando normas e legislação dos bombeiros, foram inseridos brises de 3,0 x 3,0 m que abrem e fecham de acordo com a preferência dos moradores.

60



PERSPECTIVAS

62


PERSPECTIVAS 3D:

63


64


65


66


67


68


BIBLIOGRAFIA

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76



78


A E

C

B

3

divisa do terreno 1

+0,03

ÁREA PERMEÁVEL J02

15

6

20

5

9

21

4

8

22

3

7

23

2

6

24

1

5

25

4 3 2

1,90

26 27 28

+0,05

VESTIÁRIOS FUNCIONÁRIOS 4,01 A = 19,38 m²

2,57 ANTECAMARA A = 4,50 m²

HALL ACESSO DOS MORADORES +0,05

Duto de entrada de ar Duto de saída de ar

+0,05

LOJA 1 A = 20,00 m²

+0,05 +0,05

5,42 2,98

3,87

0,15

3,47

LOJA 10 A = 18,50 m²

J02

+0,05

LOJA 2 A = 18.00 m²

+2,50

+0,05

+2,50

2

34,97

4,38

3,65

LOJA 4 A = 19,50 m²

3,65

LOJA 7 A = 20,00 m²+0,05

3,01

3,87

5,05

17,19 J02

ACESSO TÉRREO NÍVEL 2

+0,05

+0,05

1

+0,05

J02

5,37

8,13

5,37 J02

3,54

3,81

LOJA 6 A = 20,40 m²

ACESSO ESTACIONAMEN TO DE APOIO

LOJA 5 A = 15,00 m² +0,05

+0,05

J02

+0,03

+0,03

3,81

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

15

14

J02

10,73

LOJA 8 A = 20,00 m²

LOJA 3 A = 18.75 m²

J02

5,39

15 x 0,17 = 2,50

D

0,00

4,85

+0,05

4

ESPAÇO KIDS A= 40,00 m²

3,87

3,65

LOJA 9 A = 20,00 m²

J02

J02

PLATAFORMA ELEVATÓRIA

5,39

4,85

7,39

3,87

4,54

10,83

8,13

7,14

4,16

2,34

REFEITÓRIO FUNCIONÁRIOS A = 35,15 m²

D

ESPAÇO COMÉRCIO A = 40,00m²

8,28

+0,05

6,79

ALMOXARIFADO A = 35,50 m² +0,05

ELEVADOR SOCIAL

+0,05 1,73

+0,05

J02

7

19

10

4,97

18

11

J02

2,13

2,31

ESPAÇO COMÉRCIO A = 40,00 m²

12

ESTOQUES / BICICLETÁRIO APOIO A = 20,68 m² +0,05 LOJISTAS A = 11,64 m²

J02

6,71

-0,05

1,50

1,42

4,30

8

5,18

1

2

3

4

5

6

SANITÁRIO PÚBLICO A = 42,00 m² 3,28

5,11

+2,50

9

17

1

1,42 1,42

7

8

9

10

3,28

ELEVADOR SOCIAL

16

13

4,67

1,42

0,81 0,81

J02

10,66

1,55

14

0,95 0,95 0,95 0,95

2,60

J02

1,16

+0,05

10

ELEVADOR SERVIÇO

12,06

1,42

0,81

J02

1,50

1,73

0,81

1,42

11

12

12 x 0,17 = 2,00

11

28 x 0,18 = 5,00

+2,50

J02 12

9,46

3,26

6,90

J02

ACADEMIA A = 72,00 m²

8,32 J02

8,48

HALL APOIO AOS MORADORES / CORRESPONDÊNCIAS ACESSO COWORKING

5

14,34

4,94

J02

1,75

10,43

4

15,93

1,40

+0,50

1,65

+0,90

12,06

+1,20

3

GARAGEM DESCOBERTA APOIO MORADORES

5,18

+1,50

12 x 0,17 = 2,00

+1,80

+2,10

CARGA E DESCARGA LOJISTAS A = 132,00 m²

2

3,87 2

3

VAGAS CLIENTES

4

CALÇADA ACESSO PEDESTRE S

N

0,00

2,07

7,34

7,50

1

RUA ALBERT EINSTEIN

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

1

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

A E

C

B

PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ESCALA 1:200


A

C

B

3

GARAGEM DESCOBERTA APOIO MORADORES

ÁREA PERMEÁVEL

1,09

J02

J02

J02

11

ELEVADOR SERVIÇO

19

6

10

20

5

9

21

4

8

22

3

7

23

2

6

24

1

5

25

4 3 2 1

+2,70

27 28

Duto de saída de ar

ESPAÇO COWORKING MORADORES A = 79,00 m²

4,14 2,95

4,68

+2,70

10,79

CIRCULAÇÃO

2,78

J02

J02

1,75

Duto de entrada de ar

2,71

2,57

Antecamara A = 4,50 m²

+2,50

J02

+2,70

26

+2,70

ELEVADOR SOCIAL

J02

ADMINISTRAÇÃO A = 52,00 m²

2,13

+2,70

J02

5,11

7

11

J02

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

6,25

6,71

10,66

ELEVADOR SOCIAL

9,46

J02

J02

10,73

12,24

J02

ESPAÇO COWORKING MORADORES A = 42,00 m²

18

7,42

+2,50

8

12

10,27

12

12 x 0,17 = 2,00

9

17

7,57

4,29

13

J02

10 16

12 x 0,17 = 2,00

+2,70

14

28 x 0,18 = 5,00

3,26 6,90

J02

6,66

12

ACADEMIA 72,00 m²

ESPAÇO COMÉRCIO A = 40,00 m²

J02

J02

7,09

1,85

J02

10,66

J02

J02

J02

15

8,52

LOJA 10 P.D = 5,00 m

+2,50

LOJA 02 P.D = 5,00 m

PLATAFORMA ELEVATÓRIA

8,43

D

D 2

4

LOJA 09 P.D = 5,00 m

ESPAÇO KIDS A = 40,00 m²

4,85

15 x 0,17 = 2,50

+2,50

LOJA 08 P.D = 5,00 m

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

15

8,43

14

LOJA 03 P.D = 5,00 m

2,31 7,18 +2,50 4,85

+2,50

ESPAÇO COMÉRCIO A = 40,00 m²

LOJA 07 P.D = 5,00 m

J02

ÁREA RECREAÇÃO

LOJA 04 P.D = 5,00 m

8,13

ACESSO ESTACIONAMENTO DE APOIO 3,39

-0,15

LOJA 06 P.D = 5,00 m

LOJA 05 P.D = 5,00 m

17,91

N

7,32

CALÇADA ACESSO PEDESTRES

1

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

A

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

C

B

PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ESCALA 1:200


J02

J02

9

J02

J02

SERVIÇO

8

11

6

12

5

13

4 3 2 1

UNIDADE DE 57,00 m²

14 15 16 17

ELEVADOR ELEVADO RSOCIAL SOCIAL

2 J0

OR SOCIAL

J02

ELEVADOR SOCIAL ELEVAD

UNIDADE DE 69,00 m²

Antecamara A = 4,50 m²

UNIDADE DE 57,00 m²

Duto de entrada de ar Duto de saída de ar

J02

UNIDADE DE 57,00 m²

2 J0

UNIDADE DE 57,00 m²

UNIDADE DE 69,00 m²

D UNIDADE DE 57,00 m²

4

J02

D

J02

UNIDADE DE 37,00 m²

2

2 J0

10

7

J02

UNIDADE DE 42,00 m²

17 x 0,18 = 3,00

J02

J02

ELEVADOR ELEVADO SERVIÇO R

UNIDADE DE 57,00 m²

J02

UNIDADE DE 37,00 m²

UNIDADE DE 57,00 m² J02

UNIDADE DE 37,00 m² J02

J02

J02

N

J02

A

C

B 1

PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200

PAVIMENTO TIPO - 1 º / 3º / 5 º / 9º / 11º / 13º


A

J02

C

B

3

J02

J02

9

4,17

J02

J02

J02

8

11

6

12

5

13

4 3 2 1

UNIDADE DE 57,00 m²

14 15 16 17

9,52

ELEVADOR SOCIAL

10

7

J02

ELEVADOR SERVIÇO

17 x 0,18 = 3,00

UNIDADE DE 57,00 m²

UNIDADE DE 69,00 m²

2 J0

1,10

ELEVADOR SOCIAL

4,39 1,82 Antecamara A = 4,50 m²

UNIDADE DE 57,00 m²

Duto de entrada de ar Duto de saída de ar

2,81

3,78 14,00

J02

2 2,5

UNIDADE DE 57,00 m²

2 J0

J02

2 J0

UNIDADE DE 57,00 m²

8 ,3 12

D

4

4 3,1

UNIDADE DE 57,00 m²

0,25

UNIDADE DE 30,00 m²

2

UNIDADE DE 69,00 m²

D

31,11

1,40

2,20

UNIDADE DE 57,00 m²

UNIDADE DE 57,00 m²

UNIDADE DE 57,00 m² UNIDADE DE 57,00 m²

1,29

J02

8,04

6,90

2,20 J02

N

J02

J02

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

A

C

B

PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

AUTORA: MIRELLA MAREGA ESCALA 1:200 DATA: NOVEMBRO 2017: PAVIMENTO TIPO - 2 º / 4º / 6 º / 8º / 10º / 12º


J02

J02

J02

9

9,41

3,25

1,85

8

10 11

6

12

5

13 17 x 0,18 = 3,00

7

4 3

6,70 +23,20

14 15 16 17

9,52

ELEVADOR SOCIAL

2 J0

1,50 +23,20

12,32

4 5,6

2 1

8,42

SALÃO DE FESTAS A= 70,35 m²

+23,20 13,96 10,71 1,76

ELEVADOR SOCIAL

2,95

3,33 2 J0

11,51

9,12

ELEVADOR SERVIÇO

3,39

J02

A E

C

B

3

7 x 0,07 = 0,46

i = 8,00% +23,46

Antecamara A = 4,50 m²

+23,20

Duto de entrada de ar Duto de saída de ar

4,69

+23,20 3,76

,70 13

14,00

9 2,4

SALÃO DE FESTAS A= 142,00 m²

2 J0

D

3 ,3 12

2,16

J02

,41 12

D

1,65

J02

5,38

10,99

COZINHA SALÃO DE +23,20 FESTAS A= 30,00 m²

22,02

0,10

18,80

1,12

2

+23,20

1,72

1,01

5,04

1,43

2,55

2,58

J02

4

4,12

5 3,1

1,01

11,73

10,74 9,57

J02

LAVANDERIA COLETIVA A= 75,40 m²

7,18

+23,20

J02

0,10

2,22

7,35

7,51

J02

N

J02

A E

C

B 1

PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200


0,15

A

C

3

divisa do terreno

+0,90

+0,50

J02

8,32

8

10 11

6

12

5

13

3 2

14 15 16 17

9,46

11,80

12,30

J02

8,42

1

17 x 0,18 = 3,00

7

4

7 x 0,07 = 0,46

2,01

Telha sanduíche termo acústica i= 3%

,50 19

5

15,93

0,15

0,25

9,30

4

GARAGEM DESCOBERTA APOIO MORADORES

+0,03

ÁREA PERMEÁVEL

3

9

+1,20

0,45

+1,50

2

0,15

+1,80

+2,10

8,27

7,18

1

0,43

Telha sanduíche termo acústica i= 3%

2,00 4,39

8,94

4,99

4

1,11

D

Telha sanduíche termo acústica i= 3%

12,70

11,03

4,48

1 ,3 12

2

Telha sanduíche termo acústica i= 3%

24,68

D

1,70

5,74

1,63

0,07

16,05

0,07

Telha sanduíche termo acústica i= 3%

1,50

1,50

1,11 5,58

+0,03

+0,03

13,31

N

5,99

RUA ALBERT EINSTEIN

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017: 1

A

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

C

B

PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ESCALA 1:200


PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO : ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA: AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017: ESCALA 1:200

2,45

0,20

2,20

5,00

0,02 0,01 0,02 2,45 0,20

0,05

2,80

0,50

0,20

0,20

0,30 1,50

0,20

3,00

0,60

0,30

2,80

0,20

3,00

3,00

0,19

3,00

2,80

0,20

0,20

3,00

2,80

0,20

0,20

3,00

2,80

0,20

0,20

2,80

2,80

0,40

0,72

0,66

1,00 0,70 0,77

2,80

0,20 1,00 0,70 1,10

2,80

0,20 1,00 0,70 1,10

2,80

0,20 1,00 0,70 1,10

2,80

0,20 1,00 0,70 1,10

2,81

0,20 1,00 0,70 1,10

1,91

0,20

0,50 0,20 0,30 1,50 1,10

0,05 2,50

1,60

1,34

1,23


PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200


PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200


PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200


PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200


PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200


PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200


PROJETO: COMPLEXO TREND URBAN DESENHO :

ETAPA : ANTE PROJETO PRANCHA:

AUTORA: MIRELLA MAREGA DATA: NOVEMBRO 2017:

ESCALA 1:200


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