OFICINA DESENHANTE Autorretrato
Colégio Oswald de Andrade
o projeto Desenhar é um impulso humano, mas muitos acham que é um talento apenas de alguns. Se toda criança desenha, porque em algum momento muitos de nós paramos e passamos a achar que não sabemos desenhar? A oficina propõe criar e/ou cultivar o hábito de desenhar explorando a ampliação da percepção visual e diversas possibilidades de desenho - para que a noção sobre o que é um desenho se amplie, para que o aluno encontre sua forma singular de lidar com essa linguagem e coloque-se num estado 'desenhante'. Neste semestre, em particular, começamos as atividades de ampliação da sensibilidade visual e do reconhecimento dos elementos da sintaxe do desenho a partir da observação de objetos que os alunos tivessem em casa. Eles procuraram reconhecer a presença do desenho nas mais variadas superfícies além do papel: pratos, toalhas, almofadas, canecas, tapetes, etc. Depois, passaram a olhar para as sombras que as coisas projetavam. Colando um papel na parede, desenharam as sombras para entender sobre as proporções, praticando diretamente sobre a forma.
Em paralelo, os alunos foram convidados a descobrir como desenhar simples linhas pode ser uma atividade profunda, relaxante e revelar muito sobre nós: como colocamos a força no lápis; como preferimos fazer da direita para esquerda se somos canhotos; como é mais esquisito fazer de pé ou mais gostoso sentado no chão. Foram várias as percepções! No caminho de aprimorar o olhar para os pontos, linhas e espaços vazios que compõem um desenho, criamos um jogo: desenhar sobre um papel A4 com uma grade de 9 retângulos. A cada dia era liberado um fragmento de um desenho, e um retângulo da grade era preenchido. Assim, os alunos tiveram que lidar com uma imagem que não fazia sentido imediatamente, que não podiam nomear: é um pássaro, um rosto, uma montanha? Não se preocupando com a nomeação, eles puderam se concentrar nos elementos gráficos e foram mergulhando nos espaçamentos, nas distâncias, na variedade de formas que não tinham uma descrição imediata até que ao final da semana o desenho inteiro foi revelado. Tratava-se de um desenho de Rafael Sanzio, um artista renascentista. A experiência foi um gatilho para perceber que mesmo um desenho realista é composto por formas abstratas - os elementos do desenho. Também pudemos ver que o uso de aparatos auxiliadores da nossa percepção visual, a exemplo de mesas de luz ou mesmo a fotografia, sempre foram utilizados pelos artistas - dentro das possibilidades técnicas de cada época.
Tendo isso em mente, os alunos passaram a realizar seus próprios autorretratos utilizando a prática de desenhar em grade. Os resultados foram muito singulares, sublinhando que o desenho como expressão artística tem o potencial de sobrepujar a técnica para revelar individualidades. Veja a seguir as produções realizadas pelos alunos ao final deste processo.
Alice Lang, 6ยบA
Cora Mirandez, 6ยบB
Dora Bontempi, 8ยบB
Gabriela Burza, 8ยบB
Joรฃo Vitor Dente, 8ยบB
Maria Augusta Telles, 6ยบB
Maria Luísa Nunes, 8ºB
ficou afim de ver um pouco mais? Para acessar o arquivo com os trabalhos realizados em aula pelos alunos ao longo do mês de outubro, processo que culminou na produção dos autorretratos deste documento, aponte o seu celular para o QR CODE abaixo.
créditos
Orientação: Mirla Fernandes
Assessoria de área: Vivian Cristina Gusmão Diagramação: Flavia Lambiasi (Equipe CLIP)