ADVENTIST WORLD - Agosto 2008

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia

Ago s to 2 0 0 8

Confıns do

Mundo

14

O Terceiro Ministério

24

Deus Usou um Homem

27

Questão de Saúde


Agosto 2008 A

IGREJA

EM

AÇÃO

Editorial ....................... 3 Notícias do Mundo 3 Notícias & Imagens

Janela

C O R T E S I A

D E

M A H A

7 Mianmar por Dentro

ARTIGO

DE

C A PA

Confins do Mundo

Por Sandra Blackmer .................................................................. 16 A paixão de Seung Chun Yang por pregar o evangelho levou-o a um lugar sobre o qual a maioria das pessoas nunca ouviu falar.

8 Ajuda ao Longo do Caminho

SAÚDE

NO

MUNDO

Cura da Mente? .......... 11 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless PERGUNTAS

BÍBLICAS

O Que é o Sábado Lunar? ......................... 26 Por Angel Manuel Rodríguez

DEVOCIONAL

Reflexões Sobre a Paciência

Por Robert G. Wearner ................................................................ 12 Está disponível para aqueles que a procuram. VIDA

Visão Mundial

ESTUDO

BÍBLICO

Questão de Saúde ....... 27 Por Mark A. Finley

ADVENTISTA

O Terceiro Ministério Por Benjamin e Esther Lau ............. 14 Servir aos outros é uma excelente maneira de quebrar preconceitos. CRENÇAS

FUNDAMENTAIS

O Milênio Por David MacDonald........................................... 20 Mesmo que leve mil anos, todas as nossas perguntas serão respondidas. ESPÍRITO

DE

INTERCÂMBIO

MUNDIAL

29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Idéias

O Lugar das Pessoas... 32

PROFECIA

Livro Aberto Por Ellen G. White ............................................ 22

Tradução: Sonete Magalhães Costa

O que as pessoas “lêem” em nossas palavras e atos? HERANÇA

ADVENTISTA

Deus Usou um Homem Por Allan G. Lindsay ................... 24 Ele foi o primeiro professor e administrador da Igreja Adventista, a qual está presente em todo o mundo, hoje.

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 8, Agosto de 2008.

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Capa: DESAFIOS DO TRANSPORTE: Gastam-se muitas horas, às vezes dias, para viajar 650 quilômetros em estradas acidentadas e lamacentas entre Butembo e Bethel.

www.portuguese.adventistworld.org


A Igreja em Ação EDITORIAL Tremendas Responsabilidades

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hegamos com atraso ao refeitório e nos servimos do almoço de batatas, feijão e frutas. Estranhos um ao outro até momentos antes, tentamos manter uma conversação, quando esvaziávamos a boca. – Você viaja muito? – ele queria saber, talvez esperando que se abrisse para ele uma janela maior no mundo. – Sim – disse com um sorriso triste – às vezes, até demais. – Você é pastor, não é? – perguntei. Ele concordou silenciosamente com os olhos fixos em seu prato. Cheguei à pergunta inevitável que sempre aparece entre pastores. – Quantas igrejas há em seu distrito? – Eu já havia feito minha suposição mental: com mais ou menos 55 anos de idade, ele devia ter uma ou duas congregações de médio porte na área da cidade em que trabalha. – Vinte e duas – disse ele suavemente, ainda olhando para o prato. A ruidosa exclamação de alguém sentado à mesa ao lado o assustou. Ele olhou para cima, com um sorriso cansado nos cantos da boca. – Você tem vinte e duas igrejas em seu distrito? – perguntei incrédulo, envergonhado das vezes em que lamentei trabalhar para duas ou três. – Quantos membros há em seu distrito?

– Cerca de 4.500 – murmurou ele. Remexi em minha cadeira, com o garfo apontando para lugar nenhum, impressionado com a modéstia desse servo de Deus, contente com seu grande fardo. Enquanto o pressionava para que descrevesse suas responsabilidades, vi o que não percebera antes: uma inflexível confiança em Cristo; a grande alegria que iluminava seus olhos quando falava dos treinamentos de anciãos locais, dos batismos de centenas de novos crentes a cada ano e da organização de novas congregações. No mundo do adventismo, sua história está longe de ser singular. Os fardos levados pelos pastores distritais são imensos, amplos, profundos, complexos, sem fim. Por mais que nossas palavras tentem descrever, eles são a cola que mantém unido o povo remanescente de Deus. Nossos pastores são servos indispensáveis, aos quais devemos muito mais do que geralmente admitimos. Neste mês, ore pelos pastores que trabalham em sua região. Peça ao Pai para lhes dar alegria no trabalho e não apenas no fim dele. Diga-lhes uma palavra de encorajamento em nome dAquele a quem servem tão bem. “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6:2). — Bill Knott

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■ Mark Prince pegou o microfone durante uma reunião no Parque Kennington, dia 7 de junho, e falou a cerca de cinco mil jovens que tinham participado de uma marcha, em Londres, com uma mensagem de vida positiva e de combate à violência nas ruas. “Somos a resposta para esse tipo de crime (com faca)”, disse ele, referindo-se a seu filho de 15 anos de idade, que fora esfaqueado e morto em 2006. Desde esse dia, Prince disse que tem a necessidade de amar e perdoar. “Isso significa que me cumpre perdoar o rapaz que matou meu filho, e isso

é exatamente o que vou fazer, porque eu mesmo preciso de misericórdia; eu também preciso de perdão”, disse ele. Os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia disseram que o evento foi motivado pelo fato de dezesseis adolescentes terem sido mortos por armas de fogo ou faca, em Londres, desde janeiro de 2008. O encontro e a passeata não foram planejados apenas para combater a violência, mas para oferecer uma alternativa viável. “Nossa mensagem foi clara: ‘Viva intensamente a vida’”, disse Colin Stewart, diretor do Ministério Jovem na região sul da Inglaterra. Milhares de pessoas conduziram faixas pelas ruas, com o tema “Viver Intensamente Versus Existir”. O trânsito

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Adventistas Promovem Marcha Contra Violência em Londres

H U L B E R T / A N N

NOTÍCIAS DO MUNDO

Destaque: A VOZ DO PAI: Mark Prince, cujo filho adolescente foi esfaqueado até a morte em 2006, falou sobre o perdão para cerca de cinco mil jovens que marcharam, no dia 7 de junho, contra a recente onda de violência, em Londres. Acima: JOVENS EM PASSEATA: Em defesa da mensagem por um viver saudável, os participantes do evento passaram pelo Parlamento e pela residência do primeiro-ministro, na Rua Downing, recebendo aplausos dos moradores e aprovação dos administradores da cidade.

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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO da redondeza queria saber o que estava acontecendo.” Andres Leonce, vindo de Luton, participou porque os amigos estavam envolvidos. “Fiquei impressionado com a alegria deles e a mensagem positiva.” O dia terminou com um Concerto de Gala para a arrecadação de fundos nas proximidades do Emmanuel Center, Westminster, onde foram levantadas £6.000 (seis mil libras esterlinas) para a criação do Centro VIVO de projetos comunitários. – Por Victor Hulbert, da União Britânica e Rede Adventista de Notícias.

foi fechado para a marcha. Pelotões de soldados, com fanfarras, acompanharam os jovens adventistas e simpatizantes, ao longo do trajeto, passando pelo Parlamento e pela casa do primeiro-ministro Gordon Brown, na Rua Downing. Enquanto os manifestantes passavam por uma das pontes do rio Tâmisa, o povo, em Lambeth, saía dos apartamentos e lojas para aplaudir e acenar. O vice-prefeito de Londres, Ray Lewis, disse à multidão, no comício, que Londres necessita desse tipo de iniciativa. Entre outros oradores de destaque, achavam-se o líder da oposição, David Cameron, e a ministra do gabinete, Tessa Jowell. “Sabemos que os que se envolvem nesse tipo de violência não assistem ao noticiário, mas esse evento ajuda a levantar a questão e a transpor barreiras”, disse Colin Stewart a uma emissora de Londres. Desde o evento, os líderes de jovens da igreja receberam vários telefonemas de mães em busca de apoio e orientações em relação à perda de membros da família. “Isso me diz que há muitas pessoas feridas, esperando que a igreja tome a iniciativa”, disse Stewart. “Foi fantástico”, afirmou Katya Garipova, 18, do condado de Berkshire. “Foi simplesmente incrível ver como o povo

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na Bíblia” agora podem utilizar seus telefones celulares para ouvir mais de Deus, durante o tempo em que estão no ônibus ou no metrô. O curso “Descobertas na Bíblia”, produzido em 1942 pela Voz da Profecia (programa radiofônico da Igreja Adventista do Sétimo Dia) foi formatado para acesso rápido em telefones móveis com navegadores da Web, informou Kurt Johnson, diretor da Escola Bíblica da Voz da Profecia. Espera-se que as lições sejam bem recebidas não apenas entre a comunidade de internautas, “mas também nas regiões em que o acesso a computador é limitado e os telefones celulares com acesso à Internet são vastamente usados, como na África”, disse Johnson. O uso de uma nova mídia contribuirá para que as lições não se tornem “obsoletas em sua abordagem”. Ele espera que elas alcancem repercussão entre a “geração da mensagem de texto”. Os telefones celulares de estudos bíblicos podem alcançar pessoas que jamais iriam parar para preencher uma folha de papel com estudo bíblico tradicional ou até mesmo um curso especialmente criado para computador. As lições disponíveis em telefones celulares permitem auto-avaliação, os textos são de leitura fácil e permitem

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Tem Telefone Celular? Dê Estudos Bíblicos. ■ Os alunos do Curso “Descobertas

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SABEDORIA NA PALMA DA MÃO: O curso bíblico “Descobertas na Bíblia”, da Voz da Profecia, está acessível agora pelos telefones celulares com navegadores da Web. As versões futuras disponibilizarão gráficos e avaliação interativa.

rápido “download”. Os aprimoramentos futuros incluirão avaliação interativa entre o aluno, o instrutor e os gráficos, diz Johnson. Para acessar a primeira lição, visite biblestudies.com/cell no navegador do seu telefone celular e siga as instruções. —Rede Adventista de Notícias

DESCALÇOS POR OUTROS: Mais de 250 membros e visitantes da Igreja Adventista do Sétimo Dia Fé Viva tiraram os sapatos e os levaram ao altar durante o evento especial do Sábado Descalço. Foram arrecadados 277 pares de sapatos no dia 7 de junho para serem distribuídos no fim do mês.

Tirando os Sapatos Para Ajudar Outros ■ Centenas de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia Fé Viva, em Nassau, Bahamas, tiraram os sapatos durante o culto de sábado, dia 7 de junho, e saíram descalços. O ato foi parte de um programa especial de alerta para os milhões de crianças e adultos ao redor do mundo que necessitam de sapatos e não têm condições de adquirí-los. Chamado de “Sábado Descalço”, esse evento é um tributo ao Domingo Descalço, campanha lançada pela entidade internacional Soles4Souls. “Havia dois objetivos para o Sábado Descalço”, disse Barrington Brennen, que ajudou a organizar, pela primeira vez, o evento desse sábado especial. “Queríamos arrecadar sapatos para doar aos que não podem comprar um ou para os que não têm sapatos e para aju-


NOTÍCIAS DO MUNDO

Uso das Publicações na Missão Líderes de Publicações da Igreja Reúnem-se em Nampa, Idaho

Por Nathan Brown, Editor, Registros da União Australiana

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ditores adventistas de todo o mundo foram desafiados a usar as publicações para contribuir, mais efetivamente, com a missão da igreja. Essa foi a ênfase do Concílio Mundial de Editores, encontro dos líderes de publicações da Igreja Adventista do Sétimo Dia, realizado nos dias 5 a 8 de maio, em Nampa, Idaho, sede da Pacific Press Publishing Association. Cerca de 40 editores, provenientes de 20 países, compartilharam experiências e perspectivas naquilo que os líderes da igreja reconhecem ser um campo especializado do ministério. O evento “enfatizou o papel específico desempenhado pelos editores”, disse Howard Faigao, diretor mundial do Ministério de Publicações da Igreja Adventista. “Eles desempenham um papel importante no contexto da Igreja. Até certo ponto, os editores definem um rumo para a Igreja porque, muitas vezes, a palavra escrita é mais enérgica que a palavra falada.” O encontro focalizou especificamente o trabalho evangelístico das revistas da igreja. “Entretanto – enfatizou Faigao – o concílio foi planejado para facilitar a partilha de idéias, preocupações e visão em todo o espectro do ministério editorial.” “Muitos de nossos editores enfrentam o desafio do isolamento”, explicou Faigao. “Alguns deles disseram que tais reuniões, uma vez a cada cinco anos, não são suficientes e gostaríamos de aumentar a ligação entre nossos editores. Alguns deles sentem que pouca atenção é dada a eles pela liderança da igreja em termos de prioridades, patrocínio, treinamento e

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Cont inua na próx ima pág i n a

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dar pessoas a conhecerem o verdadeiro significado do serviço cristão”, disse ele. Brennen, diretor do Ministério da Família para a Associação das Bahamas, tirou os sapatos antes de pregar para a congregação sobre o que significa caminhar descalço espiritualmente. “Eu estava muito entusiasmada para ir à igreja naquela manhã, para que pudesse doar alguns dos muitos sapatos que tenho em meu armário, e sair da igreja descalça”, disse Laura Roberts, membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia Fé Viva. Roberts, à semelhança de muitos dos outros membros, tinha ouvido a promoção do Sábado Descalço semanas antes. Elizabeth Gibson, que visitava a igreja pela primeira vez e sentou-se na primeira fila, ficou emocionada com a mensagem. “Foi tocante e profundamente espiritual”, disse, ao deixar a igreja. Brennen, que apelou à congregação a deixar os sapatos no altar, no fim do culto, ficou tocado com a resposta dos membros. “Você precisava ter visto os rostos felizes, solenes e úmidos de lágrimas, enquanto as pessoas tiravam os sapatos. Alguns trouxeram sapatos extras em sacolas e caixas”, ela informou. “Uma mãe disse que gostaria de participar do Sábado Descalço, mas, como não tinha sapatos para doar, comprou um par para aquele dia especial.” Ao todo, 277 pares de sapatos foram coletados durante o dia especial. Brennen disse que parte da doação irá para a Soles4Souls e o restante foi doado durante os cultos da Expo Serviço Comunitário das Igrejas Fé Viva e Redenção, no dia 22 de junho, na Academia Adventista das Bahamas e outras organizações de caridade da ilha. A Igreja Adventista do Sétimo Dia Fé Viva planeja manter o Sábado Descalço uma vez por ano e os organizadores esperam que outras igrejas adventistas participem do projeto. Para mais informações sobre o Sábado Descalço, visite o site www. bahamasconference.org. —Equipe da Divisão Interamericana.

REUNIÃO DE EDITORES: Aproximadamente quarenta editores adventistas do sétimo dia, vindos de vinte países, reuniram-se em Nampa, Idaho (EUA), para o Congresso Mundial de Editores.

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A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO foco. Nossos editores trabalham em um mercado de comunicação de rápidas mudanças. Há muitos desafios no sentido de suprir as necessidades da sociedade.” O pastor Ted Wilson, vice-presidente geral da igreja em todo o mundo, reconheceu também o importante papel desempenhado pelos editores dentro do ministério da Igreja Adventista: “Os editores servem como importantes canais de informação e, mais do que isso, são os criadores de conceitos e maneiras pelas quais a Igreja Adventista se relaciona com a missão, teologia e crescimento pessoal”, disse ele. “Portanto, a razão de se reunirem é para ajudar no intercâmbio de idéias, tanto profissionais como espirituais. Mais importante ainda: ajudar a igreja a centrar-se, de maneira mais produtiva, nas coisas importantes que os editores podem fazer para ajudar a igreja a alcançar seus objetivos. Precisamos mantê-los trabalhando juntos”, acrescentou Wilson, ex-presidente da Review and Herald Publishing Association, editora de propriedade da Igreja. Dale Galusha, presidente da Pacific Press, disse que a casa publicadora estava feliz e foi um prazer ser o local escolhido para as reuniões: “Esperamos que a interação que tivemos fortaleça nossas casas editoras. Ao realizarmos esse evento em uma editora, passamos a impressão de que ele foi idealizado para pessoas que trabalham nesse ministério.” Faigao disse: “Ouvir histórias contribui para a formação de novos editores; por isso, é benéfico ver e acompanhar o processo de produção de uma grande editora. É bem possível que a maioria dos editores aqui presentes jamais teve a experiência de ver como uma grande editora produz literatura.” As recomendações provenientes das reuniões incluem o desenvolvimento de melhores sistemas de treinamento, aconselhamento e incentivo a novos editores dentro da igreja. Os participantes também discutiram as possibilidades de uma maior cooperação entre as publicações da igreja em todo o mundo. Randy Fishell, editor da revista Guide, forneceu exemplo concreto de como isso pode ser possível. “A revista Guide é parte significativa da herança adventista (nos Estados Unidos), e queremos estender esses benefícios a tantos lugares quantos seja possível”, disse ele. “Com a concordância das editoras, arquivos digitais serão postos à disposição para a utilização de outras editoras da igreja em todo o mundo, fornecendo um periódico de bom conteúdo para as crianças em idade escolar.” Editoras de vários lugares como Reino Unido, Zâmbia, Hungria e México já mostraram interesse. “Esse foi um excelente fórum para fazer esse anúncio”, ele acrescentou. O acordo de cooperação entre as edições da revista Signs of the Times (Sinais dos Tempos) entre a América do Norte e o Sul do Pacífico foi destacado como modelo que pode

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Esquerda: LÍDERES DE PUBLICAÇÕES: O encontro “enfatizou o papel singular do editor”, diz Howard Faigao, diretor mundial do Ministério de Publicações da Igreja Adventista. Abaixo: ENCONTR0: Richard Elofer, à esquerda, diretor da Chaim V’Shalom (Vida e Paz), da Casa Publicadora de Jerusalém, encontra-se com Eli Diez-Prida, da Advent Verlag, da Alemanha.

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ser seguido por outras editoras, compartilhando material e recursos, adaptando as publicações às diferentes culturas que pretendem alcançar. “E foi muito bom adorarmos a Deus juntos. O enfoque espiritual foi bom.” “Foi uma grande oportunidade de aprender com os outros e uma boa chance de fazer contatos de cooperação futura”, disse Akinori Kaibe, da casa publicadora do Japão. Earlymay Chibende, editor do Zâmbia, descreveu o encontro como “um grande impulso profissional na minha função de editor”, acrescentando: “Foi muito útil encontrar vários dos meus colegas editores. Estou mais confiante e direcionado para fazer o meu trabalho.” Uma editora adventista húngara aproveitou a oportunidade para afirmar: “Eu estava bastante desanimada antes de chegar aqui”, admitiu Krisztina Zarkane Teremy. “Venho de uma pequena editora e temos muitos problemas, mas recebi grande incentivo e boas idéias. É bom nos encontrarmos e nos encorajarmos mutuamente. É bom saber o que está acontecendo em outras partes do mundo. Aproveitei cada segundo.” “Acho que o mais importante é a possibilidade de falar com meus colegas e de poder dar minha opinião”, disse Alejandro Medina Villarreal, editor da casa publicadora no México. “Provavelmente eu não tinha consciência da importância daquilo que faço. Podemos ser uma grande bênção para a igreja. Mas, freqüentemente, nosso trabalho é solitário. Sou pastor, mas só vejo meus membros esporadicamente. Aqui, entretanto, sou parte de uma equipe.” “Creio que fizemos progresso no sentido de trabalhar unidos como uma equipe editorial para prosseguir na missão que temos em comum, através de uma rede de idéias”, disse Faigao. “Esperamos que nossos editores voltem para casa, para seu ministério de publicações, com a visão ampliada.”


JANELA

Mianmar por Dentro Por Hans Olson

S

ituado ao sul da China e a oeste da Tailândia, Mianmar é um lindo país com encantadoras montanhas e rica herança cultural. Há doze grupos culturais no país. Entretanto, o governo reconhece 135 diferentes tribos. Esse país, também conhecido como Burma, é famoso pelos vários e pitorescos templos budistas. Pessoas de todas as partes do mundo vão ali para adorar Buda e visitar as belas estruturas cônicas, em branco ou dourado. Uma vez que 90% da população de Mianmar são budistas, é comum ver monges andando pelas ruas, com roupas coloridas. A história de Mianmar remonta ao ano 900 d.C. Muitos reinos subiram e caíram até 1824, quando a Grã-Bretanha iniciou uma guerra que durou 62 anos e terminou com a Inglaterra incorporando a Birmânia (como era chamada naquela época) ao Império Indiano, em 1886. Em 1948, Mianmar independeu-se,

tornando-se república democrática. Em 1902, Hebert B. Meyers e A. B. Watson viajaram pelo país, para vender literatura adventista. Meyers permaneceu por vários anos, dando estudos bíblicos e mantendo séries evangelísticas. Cinco anos mais tarde, a primeira igreja adventista foi organizada em sua antiga capital, Rangun. O missionário autraliano Eric B. Hare e sua esposa ajudaram a estabelecer a Missão Estation, em Ohndaw, em 1915. A igreja adventista cresceu e, por volta de 1939, havia 25 escolas, 43 professores e cerca de mil alunos em Mianmar. Os missionários adventistas permaneceram no país durante a II Guerra Mundial, até 1942, quando tiveram que voar para a Índia. Após a guerra, missionários de várias culturas retornaram e permaneceram até 1962, quando a ditadura militar tomou Mianmar. Nessa época, os 26 missionários deixaram o país.

Mianmar Capital

Naypyadaw (antes era Rangun)

Língua Oficial

Birmanês

Religião

Budismo – 89%; Cristianismo – 4%; Islamismo – 4%; Animismo – 1%; Outros – 2%

População

51 milhões*

Membros adventistas 25.000* Adventistas per capta 1:2040*

* Arquivos Estatísticos dos Escritórios da Associação Geral, 144° Relatório Estatístico Anual.

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A D V E N T I S T

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A diversidade do país torna Mianmar um lugar muito difícil para a pregação do evangelho. Devido a isso, o braço da linha de frente da missão da Igreja Adventista – Missão Global – é indispensável para seu crescimento. A Missão Global envia membros de igreja, leigos, conhecidos como pioneiros, para servir como missionários nas linhas de frente entre seu próprio povo. Em países como Mianmar, os cristãos são freqüentemente incompreendidos e considerados aberrações ocidentais. Pelo trabalho deles, têm sido alcançados grupos de pessoas que nunca antes ouviram o evangelho. Quando o Ciclone Nargis varreu Mianmar no dia 3 de maio, deixando mais de 134 mil pessoas mortas ou desaparecidas e, pelo menos 2,4 milhões de desabrigados, a ADRA entrou em ação. Desde esse tempo, ela supre as necessidades dos sobreviventes do sul de Mianmar, na região do Delta, fornecendo desde ajuda alimentar até materiais para abrigo, “kits” de higiene, medicamentos e facilitando o acesso à água e ao saneamento. Para saber mais sobre o trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Mianmar, visite www.AdventistMission.org.

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A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL

Ajuda ao Longo do Por Jan Paulsen

amınho C Onde estaria eu sem o amor, apoio e amizade desses e de outros?

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ara um cristão, a vida de fé raramente segue em linha reta, por caminho suave. Há voltas inesperadas, lugares difíceis, momentos em que não é fácil vislumbrar o que está à frente. Mesmo assim, quando olhamos para trás, para o curso de nossa vida, podemos ver, a cada curva do caminho, certos indivíduos – nossos queridos, professores, amigos, irmãos da igreja – que desempenharam papel formativo em nosso desenvolvimento espiritual. São pessoas que, em momentos-chave, trouxeram encorajamento ou nos ensinaram alguma habilidade. Eles podem transmitir valores que moldam a direção da nossa vida ou influenciam profundamente nossa caminhada com Cristo. Para mim, três pessoas, em particular, estão entre as muitas que me ajudaram ao longo do caminho.

Jan Paulsen é

presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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Minha Mãe

A primeira delas é minha mãe. Ela era uma pessoa que falava suavemente, uma pessoa gentil – nunca a ouvi falar asperamente com alguém ou dizer palavras rancorosas. Ao mesmo tempo, tinha uma fé profunda e inabalável. Era direta e tinha uma crença enraizada e forte sentimento de lealdade para com o Senhor e a igreja. Ela foi batizada na Igreja Adventista do Sétimo Dia apenas alguns meses antes de eu nascer; meu pai e seus irmãos já haviam se unido à igreja havia pouco tempo. Esse era o tempo da Depressão de 1930, quando os adventistas cresceram na região norte da Noruega. Com freqüência, evangelistas itinerantes passavam o inverno – seis a oito meses – em um local e fundavam uma igreja. Os pais de minha mãe eram evangélicos luteranos que pertenciam a um grupo conservador, do movimento Laestadiano, que ainda existe até hoje, na sua maioria, nas regiões norte da Noruega, Finlândia e Suécia. Eram seguidores do pregador Lars Levi Laestadius, cuja ênfase em austeridade e vida simples levou seus seguidores a

adotar práticas religiosas estritas. Na casa do meu avô não havia vasos de flores nas janelas, nem assobios, não se usavam gravatas. Quando criança, lembro-me de que me sentava com meus avós à mesa do café da manhã, lutando para comer meu mingau sem açúcar, exigência de meu avô. Mas quando ele terminava e saía para as suas obrigações, minha avó dizia: “Vem ...,” e trazia o açúcar. A vida de meu avô era guiada por sua religião, mas eu soube muito cedo que não gostaria de pertencer a esse tipo de religião formal. Apesar disso, minha mãe, como minha avó, preservou um calor e uma doçura que influenciava sua vida e a vida dos outros ao seu redor. Ela me ensinou o valor da lealdade a Deus e à Sua igreja e me ensinou a orar. Esse foi o início da minha jornada cristã. Quando olho para trás, concluo que minha mãe me conduziu para uma experiência de salvação – a consciência da presença salvadora de Jesus Cristo em minha vida. Ela me ajudou a descobrir a importância de manter uma fé simples – não no sentido simplista, mas no sentido de nutrir um relacionamento


S TO F O

com Cristo, sem sobrecarregá-lo pela complexidade.

I A E S R T C O

Meu Professor

D E N JA E N L S PA U

De cima para baixo: ANOS PREPARATÓRIOS: O autor (esquerda) desfruta de passeio com seus pais e familiares. CLASSE: O professor de quinta série do autor foi grande influência em sua carreira. O Pastor Paulsen está na fileira de trás, terceiro da direita para a esquerda. TEÓLOGO PARA O POVO: Edward Heppenstall desafiou e inspirou muitos estudantes e pastores durante sua longa carreira como pastor e professor universitário.

A segunda pessoa que modelou o curso de minha vida foi meu professor da quinta série. Ele havia viajado para o extremo norte da Noruega a fim de ajudar a abrir uma escola da igreja em Narvik, minha cidade natal. Sua missão era lecionar para alunos de uma dúzia de séries em uma sala adjacente à nossa igreja. Eu não era bom aluno. Durante os anos da guerra, minha família havia fugido do país e minha educação tinha sido muito pobre. Mesmo após retornarmos a Narvik, não melhorei durante os poucos meses que estudei na escola pública local. Eu estava indo muito mal em uma matéria – Aritmética. Minha auto-confiança era baixa e estava relacionada – qualquer que fosse: causa ou efeito, não tenho certeza – ao fato de eu gaguejar muito. Enquanto estava sob os cuidados desse professor bondoso, algo mudou. As autoridades da escola pública supervisionavam periodicamente a escola da igreja para certificar-se de que o padrão acadêmico era aceitável. Durante uma visita do inspetor, perto do fim do primeiro ano, meu professor me deu um problema de Matemática para resolver na lousa, à frente de toda a classe. Aqueles inspetores sabiam muito bem como eu tinha ido mal nessa matéria na escola pública, e agora estavam impressionados como eu havia mudado! Um ano mais tarde, terminei a sétima série com a nota mais alta de todas as escolas da cidade – em Aritmética. Por esse tempo, também, comecei a sentir forte atração para me tornar um pastor. Alguns, em minha igreja, diziam: “Você, estudar para ser pastor, gaguejando desse jeito?” Meu professor, porém, me encorajava. Ele jamais me disse: “Você não vai conseguir.” Num momento crítico na vida de um garoto de 12 anos de idade, esse professor me

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A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL ensinou a não aceitar limitações que, às vezes, parecem esmagadoras. Ele se preocupava o suficiente para reconhecer e desenvolver o potencial de seus alunos. Ele me ensinou o que pode ser realizado com a devida atenção, concentração e esforço. Ele também me ensinou muito sobre auto-confiança; como enfrentar e transpor obstáculos que parecem intransponíveis. Meu Mentor

Alguns anos mais tarde, outro professor – dessa vez do seminário – também desempenhou um papel im-

reservas no mesmo navio de Oslo para a cidade de Nova Iorque. Talvez fosse a ligação que tínhamos em comum com a Noruega, ou talvez o tempo que gastamos juntos na viagem para a América, ou simplesmente pelo fato de ele ser uma pessoa tão gentil. O fato é que desenvolvemos um elo muito importante para mim. Heppenstall era um professor persuasivo e desafiador. Meus primeiros dois anos no seminário me propiciaram muitas descobertas – o tempo em que comecei a encontrar o real senso de alegria e realização por estudar teologia.

Seria bom que cada um de nós olhasse para trás, para nossa caminhada, e reconhecesse os indivíduos que Deus colocou em nosso caminho. portante em minha vida. Ted (Edward) Heppenstall foi um dos principais teólogos e professores de sua geração, cuja influência ainda é sentida de muitas maneiras em nossa igreja, hoje. Nem todos concordavam com ele 100% do tempo; sua abordagem teológica, às vezes, encontrava reações diversas. Contudo, para mim, ele era, em muitos sentidos, a figura de um pai. Primeiro conheci Heppenstal e sua esposa, uma senhora norueguesa, quando visitaram a Noruega no verão de 1955. Ele acabara de ser indicado para dar aulas no seminário, na época, localizado em Washington, D.C. (EUA). Eu tinha vinte anos de idade e estava fazendo planos de ir para o Emmanuel Missionary College para terminar meus dois últimos anos de faculdade, antes de mudar-me para o seminário. Aconteceu que Heppenstall e eu tínhamos

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Mas Heppenstall conseguia agitar minha mente. Ele não expunha as coisas de modo histórico e tradicional. Lembrome de ter ido ao seu escritório, certo dia, no meio do semestre, para dizer: “Dr. Heppenstall, o senhor destruiu tudo o que eu acreditava sobre o santuário e não me ensinou nada para ficar no lugar.” Provavelmente essa fosse uma declaração arrogante para um aluno, mas foi provocada por uma frustração honesta. Ele respondeu: “Jan, lembre-se de que o sinal de uma mente madura é esperar por todas as evidências.” E ele tinha razão. À medida que o tempo passou, as coisas começaram a fazer sentido. Nem tudo o que ele disse eu podia aceitar exatamente do modo como ele apresentava. Mas o admiro por ter conduzido seus alunos por períodos difíceis de estudo, caminho necessário para os que desejam trabalhar efetivamente

como ministros. Ele não discordava quando adotávamos maneiras alternativas de ver as coisas. Era profundamente leal à nossa igreja e fazia o melhor para reunir todas as coisas em uma estrutura que pudesse ser defendida pela Bíblia. Mais do que qualquer outra pessoa, ele me estimulou a examinar as Escrituras por mim mesmo. Consigo enxergar certa sintonia entre o que aprendi de minha mãe e o que recebi de Heppenstall. Minha mãe me ajudou a experimentar a salvação. Ted Heppenstall me ajudou a entendê-la. Aí existe uma ponte entre a fé e a compreensão de que minha crença é muito importante. Se nossa fé é meramente intelectual – mesmo que possamos explicá-la, defendê-la, e mesmo ensiná-la aos outros – não é completa. É fundamental que vivamos nossa fé, o senso de segurança inabalável proveniente apenas de uma confiança descomplicada na bondade de Deus e na certeza de Suas promessas. Seria bom que cada um de nós olhasse para trás, para nossa caminhada, e reconhecesse os indivíduos que Deus colocou em nosso caminho. Reconheçamos os relacionamentos que nos moldaram e nos desafiaram, pessoas que foram âncoras em nosso desenvolvimento espiritual. Muitos de nós descobriremos que aqueles que mais nos burilaram são pessoas que conhecemos na infância, no começo de nossa jornada. Isso nos lembra a importância de cuidar das crianças, dos jovens, especialmente nos anos da pré-adolescência, quando o caráter e a mente são passíveis de modelagem; quando palavras de incentivo significam tanto. Ao refletirmos sobre isso, encontraremos nova confiança na presença de Deus em nossa vida; teremos certeza de Sua constante atuação por meio das circunstâncias e relacionamentos para nos manter perto dEle e para que continuemos em nossa caminhada rumo ao futuro.


S A Ú D E

N O

M U N D O

cura da

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

Mente? Minha esposa tem 80 anos de idade e sente dor nas costas há vários anos. Recentemente, soube de um livro que fala sobre viver sem dor pelo resto da vida. Parece que se refere a um tipo de “cura da mente”. Qual é a posição da Igreja Adventista em relação à “cura mental”?

E

llen White foi muito inflexível acerca de nunca ceder o controle de nossa mente para outros, como ocorre na hipnoterapia. Ela também foi firme em relação aos efeitos da força de vontade, quando corretamente direcionada. Cremos que a mente controla grande parte de nossa resposta às doenças. Contudo, não cremos que to-

dos opiláceos, e está provado que essas medicações também bloqueiam a ação das endorfinas. Pesquisas sobre o efeito placebo – que é o processo pelo qual substâncias inertes produzem alívio em aproximadamente 35% da população – demonstraram que o efeito é produzido através do sistema de endorfina.

alívio nas dores resultantes de patologias importantes. Preocupa-nos, inclusive, o fato de as pessoas ignorarem a causa da dor enquanto buscam alívio. O diagnóstico sempre deve anteceder o tratamento, mesmo que esse seja um processo da “mente”. Falhar no diagnóstico de um problema orgânico grave, como por exemplo, um câncer,

Falha no diagnóstico de um problema orgânico grave leva a conseqüências desastrosas. das as doenças vêm da mente. É loucura pensar que “pela vontade” podemos controlar um câncer, uma pneumonia dupla, um caso de malária ou fixar um osso sem que seja devidamente alinhado e imobilizado. Já a dor é uma coisa totalmente diferente. Ela não é uma doença; é um sintoma. A dor nos ajuda. Ela nos força a tirar a mão de um forno quente ou a evitar tocar um objeto pontiagudo. A dor é essencial para uma sobrevivência adequada. Mas a dor crônica é diferente – ela indica a irritação de algum nervo e, de algum modo, pode perpetuar sua presença. Nosso cérebro tem um conjunto de vias que estimulam a produção de endorfinas. São substâncias químicas que funcionam como opiláceos. Os opiláceos são: heroína, morfina e codeína, derivados de plantas como a papoula. Talvez fosse prudente dizer que os opiláceos imitam as endorfinas. Há substâncias químicas que bloqueiam a ação

Os bloqueadores dos opiláceos também bloqueiam o efeito placebo. É pelo poder da sugestão que os placebos funcionam, de modo que temos aí um mecanismo por meio do qual nosso cérebro pode suprimir a dor. Lembre-se, porém, de que o efeito placebo funciona em apenas 35% das pessoas. Conseqüentemente, para se obter sucesso, é necessário ter um poderoso ativador das endorfinas. Mesmo assim, raramente o alívio experimentado é de 100%. Naturalmente, quando se trata de dor, qualquer redução de sua intensidade será muito bem-vinda. Estudos demonstram que o alívio da dor tende a ser exagerado na mente de quem obteve algum alívio, registrando um nível maior do que realmente foi experimentado no momento. O ceticismo em si pode ser contraproducente para a ação de tais mecanismos ativadores da endorfina, mas seria menos que verdadeiro não dizer que duvidamos que seja obtido100% de

teria conseqüências desastrosas. Sua esposa, que deve sofrer de alguma degeneração na coluna (para isso os médicos convencionais têm poucas medidas efetivas de cura), pode encontrar algum benefício na adaptação mental à dor. Lembre-se, ainda, de que a oração e a confiança no Senhor podem remover os elementos de ansiedade que tanto aumentam a dor.

Allan R. Handysides, M.B.,

Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, M.B.,

B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor executivo da ICPA e diretor associado do Ministério da Saúde.

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D E V O C I O N A L

reflexões sobre a

Pacıêncıa Estou simplesmente perplexo com o longo sofrimento de nosso Deus

Robert G. Wearner escreve de Collegedale,

no Tennessee.

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D I G I TA L M E N T E M O D I F I C A D A K N O T T / B I L L P O R

Deus e permanecem fiéis a Jesus.” Como posso desenvolver essa virtude essencial chamada “perseverança”? Seguindo o exemplo de nosso Deus Pai. Observe como Ele modelou o caráter dos heróis da fé mencionados em Hebreus 11. De acordo com o relato preciso da vida deles, contido no Antigo Testamento, quase todos tinham sérios defeitos de caráter. Abraão tinha problema para falar a verdade (Gn 12:10-13; 20:1, 2). Jacó enganou o pai (Gn 27). Moisés e Davi eram assassinos (Êx 2:11, 12; 2Sm 11:14-25). Gideão, mais tarde em sua vida, caiu na idolatria, após Deus ter lhe dado a grande vitória sobre os midianitas (Jz 8:27). Até Sansão foi incluído na lista daqueles que, “por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas” (Hb 11:33). Certamente, nosso Deus teve muita paciência com eles.

F O T O

“Tendes ouvido da paciência de Jó” (Tg 5:11). Verdade? Na única referência ao patriarca, no Novo Testamento, o autor enfatiza sua paciência e coragem. Entretanto, nos primeiros capítulos do livro de Jó, vemos a descrição de um homem bem impaciente que pergunta: Por quê? Por quê? Por quê? (Jó 3:11, 12). Após longa discussão entre Jó e seus “amigos”, o Senhor lhe respondeu de um redemoinho, revelando Seu poder. Só então ele aprendeu a ter paciência. Na minha maneira de pensar, Deus é que foi paciente. No Novo Testamento, a palavra paciência aparece 34 vezes, traduzida da palavra hupomone. Entretanto, isso significa muito mais do que simplesmente o controle do temperamento de alguém. O tradutor da Nova Versão Internacional interpreta como “perseverança”. Nessa versão moderna, um texto familiar para nós (Ap 14:12) diz: “Aqui está a perseverança [paciência] dos santos, os que obedecem aos mandamentos de

Por Robert G. Wearner


Mais Sobre Sansão

Um mensageiro do Céu anunciou aos pais de Sansão que seu filho iniciaria a libertação de Israel. Criado por pais consagrados, Sansão recebeu as bênçãos de Deus. Ele foi comissionado a chamar o povo escolhido para o verdadeiro culto. Ele, porém, rebelou-se desde o princípio. Ao apaixonar-se por uma moça filistéia, Sansão deu o primeiro passo para baixo. Seu casamento terminou em desastre. Ano após ano, homicídio e adultério marcaram a história daquele jovem dotado de muita força física. A infeliz carreira de vinte anos de Sansão chegou ao clímax quando ele se apaixonou por Dalila, uma prostituta. Ele perdeu o cabelo e a força, e, ao cair nas mãos dos inimigos, perdeu a visão e a liberdade. “Mas não sabia que o Senhor o tinha deixado”, dizem as Escrituras (Jz 16:20, NVI). Essa declaração me dá a impressão de que, para Sansão, não havia mais esperança, mas Deus ainda o amava. Com os olhos arrancados, Sansão foi

duramente tratado por seus inimigos. Colocado para moer grãos na prisão, ele finalmente se arrependeu dos seus pecados. Que paciência demonstrada por Deus! Se Ele salvou tal rebelde, pode salvar qualquer um. Também devemos dizer como Sansão: “Senhor Deus, peçoTe que Te lembres de mim” (Jz 16:28). E Manassés?

Como último exemplo, cito Manassés, rei de Judá. Seu pai, Ezequias, “Fez o que era reto perante o Senhor” (2Cr 29:2). Entretanto, quando Manassés se tornou rei, rebelou-se contra Deus e “Fez o que era mau perante o Senhor, segundo as abominações dos gentios” (2Cr 33:2). Ele edificou altares pagãos no Templo, consultou médiuns e sacrificou seus filhos, fazendo coisas piores do que seus vizinhos pagãos. O péssimo reinado de Manassés arrastou-se por meio século. As condições deterioram-se tanto que Deus interveio, falando a ele e a seu

povo. Mas não deram atenção. Então o Senhor chamou o comandante do exército do rei da Assíria para cuidar do rebelde. Levando o rei como prisioneiro, colocaram-lhe um gancho no nariz, prendendo-o com cadeias de bronze e levando-o para Babilônia. Finalmente, o duro coração do rei foi quebrado. “Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais” (2Cr 33:12). O Deus contra quem o rei havia lutado por décadas, ouviu sua súplica, levou-o de volta para Jerusalém e restaurou-lhe o trono. Que paciência, que amor! A história da conversão de Manassés e dos outros mencionados anteriormente, mostra-me com clareza que não devemos desistir de ninguém. As palavras da Escritura, a seguir, dizem tudo: “Mas Tu és um Deus perdoador, um Deus bondoso e misericordioso, muito paciente e cheio de amor” (Nm 9:17, NVI)

Mau Exemplo Depois de

Perdão Gracioso

O reino de Judá, próspero nos tempos de Ezequias, foi uma vez mais para o declínio durante os longos anos do ímpio reinado de Manassés, quando o paganismo foi reavivado e muitos dentre o povo foram levados à idolatria. “Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído” (2Cr 33:9). A gloriosa luz das gerações passadas fora substituída pelas trevas da superstição e do erro. Graves males brotaram e floresceram – a tirania, a opressão, o ódio a tudo que era bom. A justiça foi pervertida e prevaleceu a violência. (Profetas e Reis, p. 381). Fielmente, os profetas continuaram suas advertências e exortações; destemerosamente falaram a Manassés e a seu povo, mas as mensagens foram desprezadas; a transviada Judá não queria dar ouvidos. Como amostra do que poderia sobrevir ao povo se este continuasse impenitente, o Senhor permitiu que seu rei fosse capturado por um bando de soldados assírios, os quais

Seleção de textos de Ellen G. White

“o amarraram com cadeias, e o levaram a Babilônia”, sua capital temporária. Essa aflição trouxe o rei ao seu juízo; “ele, angustiado, orou deveras ao Senhor seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais; e Lhe fez oração, e Deus Se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e o tornou a trazer a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que o Senhor era Deus” (2Cr 33:11-13). Mas este arrependimento, notável embora, veio demasiado tarde para salvar o reino da influência corruptora de anos de prática idolátrica. Muitos haviam tropeçado e caído, não se levantando mais. Entre aqueles cuja experiência da vida tinha sido influenciada além da possibilidade de recuperação pela fatal apostasia de Manassés, estava seu próprio filho, que subiu ao trono na idade de vinte e dois anos. [...] Ao ímpio rei não foi permitido reinar por muito tempo. Em meio de sua audaciosa impiedade, dois anos depois de haver ascendido ao trono, foi morto no palácio por seus próprios servos (Ib., p. 382, 383).

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V I D A

A D V E N T I S T A

Por Benjamin e Esther Lau

O

Terceıro

Mınıstérıo Reforçando a vida saudável na China

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nquanto esteve na Terra, Jesus exerceu três ministérios distintos: pregação, ensino e cura (Mt 4:23). Ele chama cristãos comprometidos para fazerem o mesmo (Jo 14:12). Na China, os adventistas do sétimo dia que pregam e ensinam honestamente as boas novas da salvação, estão agora ansiosos para reforçar e expandir a terceira dimensão do ministério de Cristo – a cura. Sentimo-nos chamados por Deus para ser parte desse ministério. Em setembro de 2006, aceitamos um pedido de ajuda para treinar funcionários do Sanatório Adventista Mei Hwa, em Gulangyu, no ministério da cura. A linda ilha de Gulangyu, localiza-se na província de Fukien, no sudeste da costa da China. Entretanto, assim que souberam de nossa chegada, líderes de igreja de várias regiões do país também compareceram para receber treinamento. Muitos deles disseram que nossa ida à China, para oferecer treinamento sobre o ministério da cura, foi uma resposta às suas orações. No fim de quatro meses, tínhamos ensinado a mais de 250 pessoas os oito remédios naturais prescritos, há mais de cem anos, por Ellen G. White, co-fundadora da Igreja Adventista: alimentação saudável, exercício, água, luz solar, temperança, ar puro, repouso e confiança no poder divino. Hoje, esses princípios constituem a base do programa de saúde chamado NEWSTART (Recomeço), expressão criada em 1975 pelos fundadores do Instituto Weimar de Saúde e Educação na Califórnia, Estados Unidos. Muitos adventistas têm adotado o programa do NEWSTART com entusiasmo e

Benjamin Lau, M.D., Ph.D., é professor

emérito da Escola de Medicina na Universidade de Loma Linda; e Esther Lau, R.D., é nutricionista. O casal retornou aos Estados Unidos em janeiro de 2007.

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estão ansiosos para colocar em prática, em seus lares e igrejas, o que aprenderam. Atualmente, a China sofre com as doenças causadas pela abundância: diabetes, pressão alta, doenças cardiovasculares e câncer. Com o surgimento de restaurantes “fast food” nas cidades, crianças e jovens estão ganhando peso em excesso e vários outros problemas de saúde relacionados à dieta. Um número crescente de adultos que adotaram o estilo de alimentação ocidental está sofrendo com uma grande quantidade de doenças crônicas. Mas, com o programa NEWSTART, vimos muitos milagres de cura, no Sanatório Mei Hwa. Mudando Vidas

Um ex-cirurgião, que foi presidente da comissão executiva de uma grande companhia, sofreu de diabetes por 30 anos. Apesar de ter usado insulina, não conseguia controlar o açúcar no sangue. Após seguir por dez dias o programa do NEWSTART, o nível glicêmico estava normal. Depois de três semanas, estava caminhando cerca de nove quilômetros por dia e tinha perdido quase dez quilos. Uma senhora com mais idade, que sofria de artrite severa e problemas digestivos crônicos, veio até nós. Tinha dificuldade para andar. Freqüentemente, ficava confinada à cama por semanas, com problemas de náusea e vômito, mas seu espírito era alegre. Ela amava dar estudos bíblicos e, na busca por interessados em ouvir a Palavra de Deus, andava vários quilômetros, apesar de dores nas pernas. Com as mãos deformadas, levava uma Bíblia (letras grandes) e uma lupa para ajudá-la na leitura. Com pouco mais de um metro e meio de altura, ela testemunha poderosamente de Jesus. Quando chegou ao Sanatório Mei Hwa, sofria com mais uma crise de náusea, vômito e muita dor nas articulações. Foi ensinada a alterar a dieta e utilizar métodos de hidroterapia. Poucos dias depois, estava tão bem que queria voltar para casa a fim de continuar testemunhando. Faz pouco


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S o u t h hC i ngoverno, a SANATÓRIO: Membros do líderes da igreja Sea e funcionários posam em frente ao prédio do Sanatório Mei Hwa, em Philippines Sea Gulangyu. A construção dessa estrutura de pedra data de 1934, dirigida pelo pastor adventista B. L. Anderson. Os autores, Benjamin e Esther Lau, estão sentados na segunda fila da frente para trás, sexta e sétima a partir da esquerda. Hain a n

Luzon

Philippine o u t h hC i n a Sea Luzon Philippines S etempo, a a filha nos disse que, desde que aprendeu sobre os e jovens. Encontramos um rapaz que freqüentou nossos remédios naturais, sua mãe passou a dar estudos bíblicos todos os dias. Uma médica, que contraíra febre reumática quando criança, também procurou nossa ajuda. Havia lido sobre o sanatório na Internet. Quando a vimos pela primeira vez, ela sofria de problemas respiratórios e de extrema fadiga. As pernas estavam inchadas até os quadris. Tinha, também, altos níveis de colesterol LDL e arritmia cardíaca. Após quatro semanas de tratamento, o colesterol caiu significativamente e não sofria mais com problemas respiratórios e inchaço nas pernas. Voltou feliz para casa com a melhora da saúde, mas disse que o que a deixou mais feliz foi o fato de ter conhecido o Senhor durante o tempo em que esteve em Gulangyu. Agora, ela freqüenta uma igreja adventista todos os sábados e se prepara para o batismo. Somos testemunhas de que dieta, hidroterapia, exercício e oração têm um efeito maravilhoso em muitos tipos de doenças. A oração, especialmente, é vital no programa. Os médicos, enfermeiros e funcionários do sanatório se levantam bem cedo para orar pelos pacientes. À tarde, oram por todos eles individualmente. A maioria dos funcionários é jovem, na faixa dos 20 anos. Entretanto, é evidente sua poderosa fé. Visitando Igrejas

Durante nossas folgas mensais, visitávamos igrejas adventistas em toda parte da China. Em cada reunião, tínhamos o privilégio de compartilhar o amor de Jesus e a mensagem de saúde com os crentes. Certa ocasião, realizamos oito reuniões diferentes em um fim de semana, para uma igreja adventista de oito mil membros, dirigida por quatro anciãs (por sinal, jovens) muito dedicadas. Bênçãos do Espírito

Vemos evidências da chuva serôdia caindo torrencialmente por toda a China, especialmente entre os juvenis

seminários de saúde em Gulangyu. Com dezoito anos, é um estudante de medicina que, nos finais de semana, “pastoreia” várias pequenas igrejas. Quando era aluno do ensino fundamental, ele e muitos colegas de classe apanharam por freqüentar uma escola adventista. Mais tarde, a escola foi fechada à força e ele teve que estudar em uma escola do governo, o que lhe causou grandes problemas, por casa de aulas e exames aos sábados. Mas, pela graça de Deus, esse jovem e seus amigos foram capazes de guardar o sábado, apesar das ameaças. O Senhor os abençoou, não apenas academicamente, mas também lhes concedeu muitos prêmios e reconhecimento oficial do governo por suas excelentes realizações acadêmicas. Uma aluna do ensino médio nos disse que não havia recebido o certificado de conclusão do curso por se recusar a prestar exames aos sábados. Mas, ao fazer as provas para ingresso na faculdade, alcançou a segunda nota mais alta do país. Por isso, recebeu ofertas de bolsa de estudo das principais universidades. Particularmente, o momento mais emocionante para nós aconteceu em um culto vespertino. Os alunos cantaram o lindo hino “Saudades do Céu,” escrito pelo pai de Esther, James D. Wang. Ele o escreveu em 1978 e enviou para alguns dos seus ex-alunos. Agora, esse hino faz parte do hinário adventista chinês. Wang desejava um dia retornar à sua terra natal, na China, mas seu sonho nunca se realizou. Ele, porém, tinha um anelo ainda maior: o desejo de ver o lar celestial. Em quase todas as igrejas que visitamos, percebemos o mesmo anseio por parte dos crentes. Em nossa permanência na China, muitas vezes testemunhamos a unção do Espírito Santo. Realmente, foi um privilégio trabalhar, orar e louvar ao Senhor junto com nossos queridos irmãos adventistas da China. Para saber mais sobre NEWSTART, visite www.newstart.com.

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A R T I G O D E C A PA

O

dia nasceu claro e lindo na República Democrática do Congo. A brisa morna e suave tocava a face dos mais de mil e duzentos homens, mulheres e crianças que se dirigiam ao pequeno prédio da igreja, erguido sobre estacas de madeira que suportam o teto de sapé e bancos rústicos. Ouvia-se o som ritmado dos pássaros chamando uns aos outros e voando sobre as colinas ondulantes, como se os moradores dessa região remota da selva desfrutassem a alegria de um evento especial de sábado. Um sentimento de tranqüilidade, fruído por antecipação, penetrava a atmosfera, elevando a mente e o coração das pessoas em direção ao Céu, à sala do trono de Deus, onde seres celestiais também se regozijavam. Naquela manhã de fevereiro, logo após o culto, havia no grupo adventista recém-organizado – denominado Bethel –, trinta pessoas que seriam batizadas (os primeiros da tribo Lugbara), para entregar publicamente a vida ao Senhor e Salvador que haviam conhecido há pouco tempo. Seung Chun Yang, missionário adventista não assalariado, vindo da Coréia, acreditava que não serão os últimos. “Poucas pessoas podem fazer muito se estiverem realmente determinadas a preparar outros para a segunda vinda de

Por Sandra Blackmer

Jesus”, diz Yang, graduado em direito pela Universidade Nacional de Seul e empresário aposentado. “Deus abençoará os esforços com o sucesso.” Caminho para o Congo

Não era a intenção de Yang envolver-se no trabalho missionário, quando vendeu sua empresa de comunicação eletrônica em 1995 e se aposentou. Ele planejava desfrutar “boa vida” com a esposa, Kyung Won Yoon, viajando ao redor do mundo e se dedicar aos jogos de golfe. Mas o Senhor tinha outra coisa para ele. Poucos anos depois de se aposentar, Yang experimentou uma reconversão e dedicou a vida para servir a Deus. Matriculou-se num curso de Mestrado em Divindade no Instituto Internacional de Estudos Avançados (AIIAS), nas Filipinas, e orou para que o Senhor o guiasse para onde fosse necessário. Um CD de hinos cantados por missionários da República Democrática do Congo (RDC), presente recebido de seu filho, encaminhou seus pensamentos e coração em direção à África. “Cada um daqueles hinos gravou um vídeo em meu coração e algumas das melodias soavam constantemente em

Condofıns

undo M Empresário coreano torna-se missionário no Congo

Direita: UM EVENTO COMUNITÁRIO: Mais de 1.200 nativos compareceram ao primeiro batismo dos lugbarans que se uniram à Igreja Adventista. Destaque: ACEITANDO JESUS: Seung Chun Yang, missionário não assalariado da Coréia, participa do batismo.


minha mente. Elas atrapalhavam minha concentração”, explica Yang. “Quando, finalmente, tomei a decisão de ser missionário na África, a paz inundou minha alma. Eu sabia que o Senhor estava me dizendo que a África era o lugar para onde Ele queria que eu fosse.”

“Eles fingiam que aceitavam as lições espirituais”, diz ele. Com o tempo, porém desenvolveu-se gradativamente uma relação de aceitação e confiança e o povo começou a ouvir a mensagem do evangelho e a aprender a respeito de Jesus.

Primeiras Impressões

Logo, Yang conheceu Sebastian Tirtirau, diretor de uma organização adventista autônoma chamada Sociedade de Assistência Peregrina (SAP), fundada por Tirtirau, em 2001. A SAP atende o povo que mora na RDC e em outras quinze regiões do mundo, por meio de programas humanitários e espirituais. Yang e Tirtirau chegaram à conclusão de que poderiam realizar mais, se trabalhassem juntos. “O Sr. Yang é o fundador da missão no Congo”, diz Tirtirau. “Seu coração é maior do que o Congo, assim como seu amor por Deus e pelo povo. O trabalho está progredindo aqui por causa de sua paixão, integridade e dedicação.” Tirtirau também ama profundamente as tribos da RDC. “Tenho orado pelas tribos de pigmeus do Congo, nos últimos cinco anos”, diz ele. “O que passaram na guerra civil é indes-

Yang chegou à RDC (região do mundo da qual sabia muito pouco) no dia 12 de dezembro de 2006. Seu plano era trabalhar entre as tribos de pigmeus que habitam em áreas remotas, perto de Butembo, na região noroeste do país. Mas ele se surpreendeu com o que encontrou ali. “Quando cheguei ao Congo, pela primeira vez, Butembo era o meu “fim do mundo”, explica Yang. Butembo é uma cidade de uns seiscentos mil refugiados. Não tem água encanada ou eletricidade, além da que é fornecida por geradores. Cozinha-se com fogões a lenha. O índice de escolaridade é muito baixo. É muito escassa a tecnologia moderna. “Quando, porém, fui ao campo dos pigmeus, o ‘fim do mundo’ ficou mais longe no Congo”, ele acrescenta. “Ali encontrei um local incomum, remoto, onde vivem milhares de tribos nuas, os Lugbara. Mas, com a ajuda de Deus, iremos muito além do que se pode imaginar, nessa longínqua região da Terra.” A princípio, os membros das tribos tratavam Yang com desconfiança. Era visto apenas como alguém com dinheiro e que podia lhes dar coisas boas. Esperavam que ele fosse embora logo, como fizeram outros missionários antes dele.

F O T O :

C O R T E S I A

D E

Maha é Formada

M A H A

Sandra Blackmer é editora assistente da

Adventist World.


Acima: O FUNDADOR: Seung Chun Yang, fundador do ministério Maha. Direita: TESTANDO A ÁGUA: Seung Chun Yang (à esquerda) e o presidente jubilado da DSN, Pyung Duk Chun, testam o novo sistema hidráulico em Bethel. F O T O :

C O R T E S I A

D E

M A H A

critível... Foram assassinados por rebeldes em rituais canibais, como eles chamam, e pouca gente parecia se importar. Exatamente agora, estamos providenciando clínicas médicas, igrejas, escolas, pastores, enfermeiros e missionários para apoiá-los. Entregamos alimento e equipamento para esse povo. Conseguimos missionários de nossa escola missionária, na Romênia, para pregar lá e estamos planejando, em breve, realizar campanhas evangelísticas em suas vilas.” Yang chamou o programa da missão de Maha, que, no dialeto local, significa “esperança” ou “desejo.” A Maha e o SAP trabalham em regime de cooperação. Reuniões Espirituais e Necessidades Práticas

Além de contar ao povo sobre o amor de Jesus e dar-lhes estudos bíblicos, Yang, Tirtirau e voluntários recrutados pela Missão Adventista do Sétimo Dia do Norte do Kivu dedicam-se a suprir suas necessidades práticas. Os missionários ensinam agricultura para as tribos a fim de que cultivem pequenas hortas. Oferecem ainda seminários sobre vida saudável e alfabetização. “Nosso plano inclui ensinar os lugbarans e pigmeus a ler e escrever, para que possam ler a Bíblia”, diz Yang. A Maha também está organizando pequenas escolas e providenciando professores. Quarenta e cinco crianças freqüentam as aulas e muitos membros das tribos vão a cinco postos médicos que a organização missionária montou, com medicamentos básicos e de primeiros socorros. Vários orfanatos foram fundados em toda a região. “Estamos começando a acordar esse povo para a importância do ministério da saúde e da necessidade de educar as crianças e jovens”, diz Yang. “Os pigmeus e lugbarans são ignorantes nos assuntos de saúde. Eles morrem muito jovens, especialmente os homens. Há também muitos deficientes físicos. Os novos cristãos abriram o coração e as portas para esse povo.”

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A Maha está cuidando do problema da água nas vilas da região. Dois engenheiros foram levados para inspecionar o campo da igreja Bethel, instalando um sistema de bombas manuais de água, utilizando a água do poço natural mais próximo. Yang chama o sistema de “primitivo”, mas barato – e funciona. “Essa é a primeira vez, na vida, que os lugbarans bebem água boa e fresca”, diz Yang. Musasya Makulambizia, presidente do território anexado do Nordeste do Congo, visitou a área para ver, em primeira mão, como os ministérios da Maha estavam funcionando. “O que primeiro me impressionou foi o amor que eles dedicam àquele povo necessitado, que vive sem esperança em áreas remotas, longe das cidades”, diz Makulambizia. “A segunda coisa é o método de trabalho sistemático da Maha. Após compartilhar a Palavra de Deus e Seu amor por eles, a Maha preocupa-se com o bem-estar do povo – coletando roupas para eles entre os membros da igreja de Butembo. O povo necessitava também de boa água na área e a Maha já providenciou água pura. Já iniciaram a construção do prédio dos dispensários, e o treinamento em agricultura está permitindo que o povo se torne independente financeiramente.” Makulambizia acrescenta: “O povo ali está muito feliz e quer ouvir sobre o amor de Deus. A vida deles tem evoluído significativamente.” Igreja Bethel

O recém-organizado grupo Bethel está localizado a 46 quilômetros a noroeste da cidade de Aru, que faz fronteira com a Uganda e cerca de 650 quilômetros a nordeste de Butembo, e está florecendo. Aproximadamente 530 lugbarans fazem curso bíblico e freqüentam a igreja Bethel a cada sábado. Para organizar o primeiro batismo da região, realizado no sábado 9 de fevereiro de 2008, Yang, dois outros missio-


nários e um pastor adventista ordenado fizeram uma viagem de dois dias entre Butembo e Bethel, por estradas em péssimas condições. “Foi uma grande aventura, mas compensou o esforço”, diz Yang. Mais de mil e duzentas pessoas compareceram ao evento. “O culto da manhã de sábado foi realizado na bela igreja da natureza providenciada por Deus”, diz Yang. “Zero de poluição. Longe do barulho, em cima das colinas... Não é esse o povo que é puro? Não somos nós os intrusos do Jardim do Éden? Eles, porém, precisam ouvir as boas novas de Jesus. É por isso que estamos aqui.” A congregação é liderada pelo pastor Batembo Lukando, que vive com a esposa e filhos no terreno da igreja, ou campo da igreja, como é chamado. Seis mil lugbarans residem num raio de cinco quilômetros de Bethel. Alguns membros caminham de sete a dez quilômetros numa região semidesértica para assistir ao culto na igreja. Igrejas filiais, em duas aldeias próximas, estão em fase de organização. “Seung Chun Yang está ajudando o trabalho a avançar uma geração”, diz Claude Richli, editor associado da Adventist World. Richli era o secretário associado na Divisão África Central Leste, quando Yang chegou à África. Ele mesmo sentiu o desejo de participar do evangelismo na área de Butembo, mas, cada vez que estava pronto para viajar, o projeto teve que ser adiado por razões políticas. Quando Yang chegou aos escritórios da Divisão e disse que era um missionário e estava indo para Butembo, Richli a princípio ficou muito surpreso. “Mas enquanto Yang falava como Deus o dirigiu, senti que, talvez, Ele o tenha escolhido para realizar o que não pude fazer”, explica Richli. “Então me tornei seu conselheiro.” Richli descreve o que Yang realizou com determinação. “Ele fez em um ano e poucos meses o que, normalmente, levaria dez, quinze anos para realizar. Ele vai mudar o trabalho ali para sempre.” Ministério em Crescimento

A Maha mantém dois pastores de período integral, três missionários voluntários congoleses formados em administração, dois missionários voluntários romenos, um deles formando em curso superior – que cozinha, faz o trabalho de casa, cuida dos órfãos e é vigia noturno. A Universidade Adventista Kampala, em Uganda, também está recrutando e enviando voluntários para ajudar nos projetos. Doações particulares e algum recurso da União Associação da Coréia dão apoio financeiro à Maha. Uma organização chamada Missão Ciclista para o Mundo (MCM), um grupo missionário coreano-americano, com sede em Michigan, nos Estados Unidos, enviou recursos para a construção do sistema de água em Bethel. O MCM também doou recursos para outros projetos da Maha, além de sessenta bicicletas e cinco motocicletas para que os líderes leigos e pastores do campo usem

como transporte. Yang foi extremamente generoso. Embora o dinheiro seja escasso, o Senhor tem abençoado o esforço. Além de pagar o pequeno salário dos pastores de tempo integral, de alguns pastores aposentados que também ajudaram e um líder leigo associado, a Maha funda orfanatos, postos médicos, ministério nas cadeias, projetos de telhado para igrejas, entre outras iniciativas. Até agora, a Maha financiou a construção do telhado de três igrejas e a União Associação Coreana, dez. A Maha também cobriu as despesas educacionais de 184 alunos por um ano. Desde então, um pastor coreano nas Filipinas criou um fundo que, até o momento, concedeu bolsas de estudo para 607 alunos na RDC. As igrejas adventistas em Butembo também participaram nessa iniciativa. Embora a maior parte dos membros não tenha muito dos bens materiais, eles coletaram e doaram grande quantidade de roupas para os lugbaras, após ouvirem o sermão sobre a Maha. Pyung Duk Chun, editor-chefe internacional da Adventist World e presidente jubilado da Divisão Ásia Pacífico Norte, recentemente ministrou dois cursos para estudantes de teologia na Universidade Adventista em Lukanga, na RDC. Enquanto esteve lá, visitou duas escolas entre os pigmeus e a igreja de Bethel. “A viagem até lá levou mais de cinco horas de carro”, observa Chun. “A visita foi possível graças à habilidade de dirigir de Yang e ... à Land Rover, mesmo tendo que empurrá-la várias vezes nas valas de lama.” E acrescenta: “O nível de pobreza do povo estava além da minha imaginação, mas eles me pareciam felizes. Não consigo compreender como aquele país enfrentou uma guerra civil por dez anos, uma vez que seu povo é amante da paz... Quase não há crime nem violência. Nem ladrões, assaltantes, conflitos, queixas. Por muito tempo, tive dúvidas da civilização em relação à felicidade do povo. “Os pigmeus e lugbarans devem ser os povos mais desfavorecidos do mundo. Mas Yang, os pastores locais e irmãos leigos treinados por ele fazem o possível para melhorar a qualidade de vida daqueles povos. E, claro, eles os ensinam a estudar a Bíblia e a adorar a Deus.” Amor pelo Povo

A vida e o coração de Yang estão ligados aos moradores da região de Butembo, na RDC. “O povo aqui é muito gentil. O senso de ordem, ética e moralidade dos lugbarans que moram na área da igreja de Bethel é muito grande”, diz ele. “Seu conceito de ordem social é bem avançado.” E completa: “Todo esse povo merece ter uma chance de ouvir as boas novas, pois é ávido e receptivo. Precisamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para ajudá-los a conhecer Jesus.” Para saber mais sobre a Maha e sua missão, entre em contato com Seung Chun Yang pelo endereço sc.yang@hotmail.com.

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C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

NÚMERO 27

O

Milênio

Por David Macdonald

A mudança será maior do que imaginamos “Olhei para a Terra, e ei-la sem forma e vazia. [...] Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto” (Jr 4:23-26). Diante de tantas notícias sobre as mudanças climáticas, tem-se a impressão de que as palavras do antigo profeta se cumprirão mais cedo do que pensávamos. Os cientistas estão dizendo que a Terra caminha para a condição descrita por Jeremias. O profeta faz deliberadamente uma ligação com Gênesis 1:2, na tentativa de impactar Israel para que se prepare para a invasão iminente de Nabucodonosor. Ele usa uma hipérbole para descrever a terrível destruição que o invasor traria. Ele diz que a Terra retornaria ao seu estado anterior à criação, “sem forma e vazia”. Quando João escreveu o livro do Apocalipse, também fez uma ligação com Gênesis 1:2, usando a palavra grega abussos (Ap 20:1), que é semelhante à palavra hebraica tehom, traduzida pela maioria das

David Macdonald é

pastor de igreja em Bundaberg, Queensland, Austrália.

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versões em português como “abismo” (Gn 1:2 e Ap 20:1). Hoje, vemos o texto de Jeremias não apenas como uma referência ao passado, porém, mais importante, como uma profecia do futuro milênio. Esse ponto, entretanto, parece estar perdido nas traduções. Você consegue enxergar o plano de Deus? Antes que o primeiro Céu e a primeira Terra fossem criados, a Terra era sem forma e vazia, num estado de tehom. No fim dos tempos, a Terra voltará ao seu estado original – tehom. Deus já está preparando um novo Céu e uma nova Terra. O pecado manchou nossa história. Deus está apagando a lousa para iniciar um novo trabalho. Ele recomeçará tudo. Seus planos para o planeta Terra irão se cumprir. O Paraíso não está perdido. Ele não está frustrado pelo pecado ou por Satanás. “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas” (Dt 32:4). A Terra ficará sem forma e vazia, no estado de tehom, durante mil anos, por causa do que aconteceu no início daquele período. Pedro relata que “os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a Terra e as obras que nela existem serão atingidas” (2Pe 3:10). Considerando a linguagem que Pedro usa, o planeta Terra parece passar por uma fusão termonuclear: quinze milhões de graus centígrados, que tal?1

Ganhando o Direito

É vital que compreendamos a verdade sobre a condição da Terra durante o milênio. Os adventistas crêem que todos os salvos estarão no Céu, com Jesus, nesse período. Jesus disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo 14:2). Ele prometeu: “vou prepararvos lugar” (v. 2). Jesus está preparando um lugar no Céu para nós. Somente o diabo e seus demônios irão habitar esse lugar desolado, que conhecemos como planeta Terra, durante o milênio. E apenas no fim dos mil anos, descerá “A cidade santa, a nova Jerusalém que descia do Céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo” (Ap 21:2). Outro fator – provavelmente, o mais importante – que conduz a modelos equivocados a respeito do milênio, é a idéia de um reino político e do Estado dos judeus ou da igreja sobre as nações. Um estudioso identifica esse como o erro mais comum entre todos os outros. Isso é grave, já que, na realidade, faz da segunda vinda de Jesus uma decepção. Seria muito triste se, após a segunda vinda de Cristo, a vida continuasse como antes, apesar de os justos reinarem sob a direção de Jesus? Se 1844 foi um desapontamento, esse seria a mãe do todos os desapontamentos!


Não! Precisamos abandonar a idéia de um reino político para o Messias. Esse foi um erro cometido pelos discípulos. Judas traiu Jesus e Pedro O negou – na verdade, todos os discípulos estavam despreparados para o evento da cruz – por causa da sua visão equivocada a respeito de um Messias “político”. Essa idéia também é perigosa, pois pode levar “as multidões, desde o menor até o maior”2, a serem enganadas por Satanás em suas personificações do segundo advento de Jesus – que Ellen White chama de “o poderoso engano, quase invencível”.3 Jesus disse: “O Meu reino não é deste mundo. Se o Meu reino fosse deste mundo, os Meus ministros se empenhariam por Mim, para que não fosse Eu entregue aos judeus; mas agora o Meu reino não é daqui” (Jo 18:36). Quando entenderemos o verdadeiro significado de Suas palavras? A fusão termonuclear teria tido lugar na cruz e não no fim dos tempos, se o reino do Messias fosse político! Terceiro ponto: O milênio é o capítulo final da história da aliança de

Sim, a mudança climática está chegando. Mas será muito mais radical do que estão prevendo. Deus, o compromisso que Ele assumiu de salvar “todo aquele” que aceitar. O que Deus prometeu a Adão e Eva fora dos portões do paraíso e a todas as gerações que se sucederam, está se cumprindo agora. A “grande voz” vinda do trono pronuncia a linguagem típica do pacto: “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21:3). Deus está finalizando a história da salvação. Aqui vemos a tendência final de todas as coisas; o destino final de todos os que aceitaram a salvação de Deus; o destino dos que a rejeitaram; o processo de julgamento determina

Milênio e o Fim do

Pecado

O milênio é um período de mil anos, quando Cristo reinará com Seus santos no Céu entre a primeira e a segunda ressurreição. Durante esses anos, os ímpios mortos serão julgados. A Terra estará totalmente desolada, sem nenhum habitante humano vivo, e ocupada por Satanás e seus anjos. No fim dos mil anos, Cristo e os salvos descerão, com a Santa Cidade, do Céu para a Terra. Os ímpios mortos, então, serão ressuscitados para, juntamente com Satanás e seus anjos, cercarem a cidade. Deus, porém, enviará fogo para consumi-los e purificar a Terra. Assim, o universo será libertado do pecado e dos pecadores para sempre (Ap 20; 1Co 6:2, 3; Jr 4:23-26; Ap 21:1-5; Ml 4:1; Ez 28:18, 19).

o destino deles e defende o nome de Deus; o destino final de Satanás e dos agentes que usou para realizar sua obra na Terra e, especificamente, a morte é destruída. Finalmente, o novo Céu e a nova Terra são introduzidos com sua impressionante glória. Sim, é Jesus quem torna real essas promessas. “Pois quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas têm em Cristo o ‘sim’” (2Co 1:20 NVI) Essa é a Maior

Sim, a mudança climática está chegando. Mas será muito mais radical do que estão prevendo. A segunda vinda de Jesus não irá apenas mudar o mecanismo do planeta Terra. A Terra, como conhecemos, terá um fim. O tempo vai parar. Se a cruz divide a História, a segunda vinda é seu epílogo. Se a cruz é o centro da história da salvação, a segunda vinda é o seu capítulo final. Ninguém deveria convencer-nos a pensar de outro modo. Os mil anos formam uma ligação entre muitas idéias, aparentemente sem conexão, mas o divisor de águas para toda a escatologia é a segunda vinda de Jesus. Uma linda harmonia se apossa da mente quando vemos a maneira com que como Deus concluirá a história da salvação. A temperatura do centro do nosso Sol: Mark R. Chartrand III, Skyguide: A Field Guide for Amateur Astronomers (New York: Golden Press, 1982), p. 202. 2 O Grande Conflito, p. 625. 3 Ibid., p. 624. 1

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E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

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e modo especial, aqueles que são abençoados com uma conexão com Deus devem seguir, pela aplicação de Sua Santa Palavra, o grande Modelo, fazendo o bem e, assim, exemplificar a vida de Cristo em sua conversação diária, em caráter virtuoso e puro. Ao serem corteses e bondosos, adornam Sua doutrina e mostram que a verdade de origem celeste embeleza o caráter e enobrece a vida. [...] Suas palavras diárias e ações nobres recomendam a verdade aos que têm sido alvo de preconceito de professos professores que têm aparência bondosa, mas testificam que nada sabem de seu poder santificador. Exemplo Perfeito

Nenhum homem, mulher ou jovem pode alcançar a perfeição cristã e negligenciar o estudo da Palavra de Deus.

Ao estudarmos Sua Palavra diligente e minuciosamente, obedeceremos à ordem de Cristo: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (Jo 5:39). Esse estudo capacita o estudante a observar de perto o divino Modelo. [...] E o Modelo deve ser analisado com freqüência e detalhadamente, de modo que seja imitado. Quando alguém se familiariza com a história do Redentor, vê seus próprios defeitos de caráter. A diferença entre ele e Cristo é tão grande que acha difícil ser Seu seguidor sem que ocorra grande mudança em sua vida. Ainda assim, estuda com o desejo de ser como seu grande Exemplo; compreende o olhar, o espírito do seu amado Mestre; pela contemplação é transformado. [...] Não é olhando para longe e perdendo a visão dEle que imitamos a vida de Jesus, mas habitando com Ele, falando com Ele e

Livro Aberto Por Ellen G. White

“Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens” (2Co 3:2).

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procurando refinar o gosto e elevar o caráter; procurando aproximar-nos dEle com perseverante e honesto esforço, pela fé e pelo amor ao perfeito Modelo. A atenção fixada em Sua imagem [...] torna-se relíquia no coração, como “o chefe entre dez mil e aquele que é totalmente amorável”. Mesmo inconscientemente, imitamos aquilo que nos é familiar. Ao conhecermos Cristo, Suas palavras, hábitos e instruções, e ao tomar emprestadas Suas virtudes de caráter que tão de perto estudamos, nós somos imbuídos do Espírito do Mestre que tanto admiramos. Fé Resoluta

Após a ressurreição, dois discípulos que viajavam para Emaús falavam do desapontamento causado pela morte do querido Mestre. O próprio Cristo aproximou-Se, sem que fosse reconhecido pelos pesarosos discípulos. Sua fé havia morrido com o Senhor, e seus olhos, cegos pela incredulidade, não discerniram o Salvador ressurreto. Jesus, caminhando ao seu lado, desejava revelar-Se a eles, mas escolheu não fazê-lo abruptamente. Ele os abordou como mero companheiro de viagem e perguntou, enquanto se comunicavam, por que estavam tão tristes. Eles foram surpreendidos com a pergunta e interrogaram se Ele era estranho em Jerusalém e não ouvira sobre um poderoso profeta em palavras e em atos que tinha sido tomado por mãos ímpias e crucificado. Já haviam transcorrido três dias e notícias estranhas de que Jesus havia ressuscitado chegaram aos seus ouvidos fora visto por Maria e alguns dos discípulos. Jesus lhes disse: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na Sua glória?” (Lc 24:25, 26). E começando com Moisés e os profetas, Ele abriu a eles as Escrituras acerca de Si mesmo. Quando chegaram a Emaús, Jesus fez como se fosse seguir mais adiante, mas os discípulos O constrangeram a permanecer com eles, pois o dia havia acabado e já era noite. A refeição da noite foi rapidamente preparada e, enquanto Jesus dava graças, os discípulos observavam uns aos outros com olhar perplexo. Suas palavras, modos e Suas mãos feridas revelaram quem era Ele e os discípulos exclamaram: “Meu Senhor e meu Deus.” Se os discípulos tivessem sido indiferentes para com seu Companheiro de viagem, teriam perdido a preciosa oportunidade de reconhecer o companheiro que tinha arrazoado tão habilmente as Escrituras em relação à Sua vida, sofrimento, morte e ressurreição. Ele os reprovou por não estarem familiarizados com as Escrituras referentes a Ele. Se estivessem familiarizados com as Escrituras, sua fé teria sido sustentada, sua esperança

A Palavra de Deus, falada ao coração, possui poder animador

inabalada, pois as profecias indicavam claramente que tipo de tratamento receberia daqueles a quem tinha vindo salvar. Os discípulos estavam assustados por não terem sido capazes de reconhecer Jesus imediatamente, tão logo lhes falou pelo caminho e porque haviam falhado em trazer para o seu consolo o texto relembrado por Jesus. Eles perderam de vista as preciosas promessas, mas quando as palavras ditas pelos profetas foram trazidas à mente deles, a fé reviveu e, depois de Cristo ter-Se revelado, exclamaram: “Porventura, não nos ardia o coração, quando Ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” [Lc 24:32]. Avivando a Chama

A Palavra de Deus, falada ao coração, possui poder animador, e aqueles que procuram uma desculpa para negligenciar sua familiarização com ela, ignorarão as reivindicações de Deus em muitos aspectos. O caráter será deformado, as palavras e atos, uma vergonha para a verdade. O apóstolo nos diz: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3:16, 17). Se os cristãos examinassem honestamente as Escrituras, mais corações arderiam com as vivas verdades ali reveladas. Suas esperanças brilhariam com as preciosas promessas, refletindo como pérolas em todo o escrito sagrado. Ao contemplarmos a história dos patriarcas, profetas, homens que amaram, temeram a Deus e andaram com Ele, corações brilharão com o Espírito que anima tal mérito. Enquanto mentes se demoram nas virtudes e piedade dos santos homens do passado, o Espírito que os inspirou acenderá a chama do amor e santo fervor no coração dos que gostariam de ter um caráter como o deles.

Este artigo foi extraído de um dos primeiros a serem publicados na Advent Review and Sabbath Herald, de 28 de novembro de 1878. Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

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H E R A N Ç A

A D V E N T I S T A

O professor Bell lecionou na primeira escola denominacional adventista aberta, em Bettle Creek, Michigan. Embora fosse uma figura controvertida, devido às suas exigências, idéias estreitas e visão pequena, Ellen White escreveu: “Para mim, ele representava uma vela que iluminou muitas pessoas.” Ela considerava suas aulas “do tipo necessário, que dá estabilidade ao caráter.” Não se pode esperar nada melhor de um professor.

ja zeloso, chamado Osborne, com quem dividiu o quarto. Parecia que Bell resistia aos esforços dos outros para mudar sua opinião religiosa, mas Osborne conhecia o poder da oração intercessória. Quando a persuasão falhou, a oração prevaleceu. Cada noite, depois de ir para a cama e fazer de conta que estava dormindo, ele ouvia Osborne orar em voz alta por ele. Bell ficou grandemente comovido, e essa experiência o levou a unir-se à Igreja Adventista do Sétimo Dia.

período... Provavelmente, iniciou sua carreira de professor (em 1851), com dezenove anos de idade em uma escola da qual era o único professor... Ganhou a reputação de ser o educador mais completo e bem-sucedido. Ao tornar-se adventista do sétimo dia, aposentou-se da escola pública para assumir o trabalho nas escolas dos guardadores do sábado. Até aquele tempo, os adventistas não haviam feito praticamente nada na área educacio-

deus Homem Usou um

Por Allan G. Lindsay

Goodloe Bell – amigo da verdade e fiel ao que é certo

G

oodloe Harper Bell era perfeccionista. Sua vida foi excessivamente pautada pela máxima: “O que merece ser feito, merece ser bem feito.” Como resultado, ele pagou o preço com a saúde. No outono de 1866, Bell, respeitado e bem-sucedido professor de escola pública em Michigan, foi, com um amigo, ao recém-inaugurado Instituto Ocidental de Reforma de Saúde, em Battle Creek ... Ele deve ter gostado do que viu, uma vez que, no ano seguinte, com problemas estomacais, retornou ao instituto para recuperar sua saúde. Sua permanência ali não apenas o colocou em contato com novas e estranhas doutrinas, mas com um membro de igre-

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Persuadido e Persuasivo

Poucos homens deram tão grande contribuição ao trabalho da Igreja Adventista como Bell, durante os últimos 25 anos do século dezenove. Ele trabalhou como professor, diretor, tutor, editor, administrador, autor e pesquisador. Ele se tornaria diretor da primeira escola mantida pela igreja e exerceria poderosa influência no desenvolvimento da primeira faculdade da igreja... Bell nasceu em Watertown, norte de Nova Iorque (em 1832) [...] Embora não haja registros de que Bell tenha sido aluno no Colégio Oberlin, acredita-se, pela tradição, que ele tenha freqüentado essa escola por um pequeno

nal... Enquanto Bell se recuperava no Instituto de Saúde, sua habilidade de professor chamou a atenção de alguns jovens de Battle Creek, especialmente os que eram funcionários da editora. Convidado para lecionar gramática e redação, ele iniciou uma escola em uma sala do velho Alojamento Norte, na Rua Washington. Entre seus alunos estavam W. C. e J. E. White, J. H. e W. K. Kellogg [...] Logo, sua reputação de excelente professor se espalhou e a sala tornou-se muito pequena. Ele foi encaminhado para o primeiro escritório e sala de impressão da “Review” [...] Depois de limpar o lixo do segundo andar, foi contratado pelos pais da igreja de Battle Creek para ensinar alguns


de seus filhos lá... Ele ainda dava aulas, de manhã e à noite, para os jovens funcionários da “Review and Herald” [...], editora da igreja. Escrever e Fazer Contas

No início (1872), Ellen White escreveu para Bell e insistiu com ele para [...] lecionar na escola que deveria ser aberta no mês de junho (em Battle Creek). A organização estava pronta para manter uma escola própria.

C O R T E S I A

D O

E L L E N

G .

W H I T E

Departamento de Inglês, sob a direção do professor Sidney Brownsberger, que dirigia a escola desde setembro de 1873. Nos sete anos seguintes, Bell inculcou princípios na experiência de seus alunos, educando-os para a vida. Fervoroso adepto da educação cristã divulgada por Ellen White durante os anos setenta, permaneceu como educador na linha de frente, quando a organização necessitava de tal pessoa.

E S TAT E

[…] No dia 3 de junho de 1872, quando doze alunos subiram a perigosa escadaria da velha editora e chegaram à longa sala do segundo piso, Bell estava lá para lhes dar as boas vindas. [...] Ele era alto, magro e levemente encurvado. Sua face gentil era dominada por um nariz aquilino e barba longa e rala. Ao se tornar conhecido pela qualidade de sua instrução, em pouco tempo descobriu que era necessário mudar-se para novo endereço. Após várias mudanças para lugares maiores, a escola foi finalmente transferida, em dezembro de 1874, para o novo prédio, construído no terreno da Faculdade de Battle Creek. Bell era responsável pelo

Suas qualidades pessoais, entretanto, o impediram de alcançar popularidade. Ele era mais temido do que admirado por alguns de seus alunos, embora, mais tarde, muitos falassem de seu amor pelo mestre, sua dignidade, simplicidade, entusiasmo infantil – e do respeito por sua eficiência, diligência e capacidade para ensinar. O aluno Drury W. Reavis, que mais tarde também se tornou professor, lembra-se de que Bell era “o professor da ordem, decoro, mais completo que jamais havia encontrado”. Bell havia sido orientador de Reavis, “... acima de tudo, faz as coisas com rigor e presteza em cada detalhe”. Reavis refere-se a isso para definir a “linha” de Bell.

Tempos Diferentes

Para auxiliar no controle da classe, o nome de cada aluno do Colégio de Battle Creek era escrito em um cartão para cada matéria, e a todos era dado um número. Cada professor tinha um aluno que atuava como secretário. Quando fazia uma pergunta, o aluno secretário mencionava um número. Ninguém sabia quando seu número seria chamado, mas “todos que já houvessem assistido às aulas do professor Bell sabiam que, no momento em que o número fosse chamado, o rapaz ou moça a quem o número pertencesse, deveria levantar-se e responder imediatamente”. Reavis relata a história de Dan Jones, que, mais tarde, se tornou secretário da Associação Geral. Jones era um rapaz brilhante, mas de movimentos lentos e que só tirava suas conclusões após pensar cuidadosamente. Ao ser chamado para ler um parágrafo do livro, deu uma olhada no parágrafo, antes de se colocar em pé. Bell reagiu rispidamente: “O Sr. Jones, evidentemente, está dormindo. Alguém, por favor, desperte-o.” Dan respondeu que não estava dormindo, mas “procurando o parágrafo”. Ao que Bell respondeu: “Procurando! Procurando! As pessoas, no Missouri, procuram sentadas! O senhor está muito fraco para se levantar? Ajude-o, irmão Reavis, ajude-o!” Reavis acreditava que, graças ao “trabalho duro e diligente” de Bell, “muitos dos primeiros e melhores obreiros da igreja foram bem-sucedidos”. Devem isso a esse educador completo. —“Goodloe Harper Bell: Teacher”, por Allan G. Lindsay, extraído do Early Adventist Educators (Primeiros Educadores Adventistas), editado por George R. Knight, Andrews University Press, 1983. A educação adventista cresceu de 12 alunos, em 1872, para cerca de 1,5 milhão no mundo, hoje.

Allan G. Lindsay mora

em Cooranbong, New South Wales, Austrália. Antes de jubilar-se, foi diretor do Centro de Pesquisas Adventista do Sétimo Dia/Ellen G. White no Avondale College, na Austrália.

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P E R G U N TA S B Í B L I C A S

Ouvi dizer que o sábado bíblico era um sábado lunar fixado pela Lua, e não um dia específico da semana, independente da Lua ou do Sol. Qual é sua opinião?

sábado foi instituído por Deus três dias depois da criação da Lua (Gn 1:14; 2:2), não o sétimo dia após o primeiro dia do mês. Era para funcionar independente do mês em uma seqüência específica de dias desconectados da Lua e do Sol, mas fundamentado tão-somente no poder de Deus sobre o tempo. O lugar sétimo do sábado está relacionado com a ualquer evidência bíblica para apoiar essa passagem do tempo, desde o início da atividade criativa de proposta não merece crédito. Por isso, eu me Deus no planeta Terra, até seu final. Com certeza, esse é um sinto desconfortável ao abordar o tema aqui. ato divino singular, ou seja, a fragmentação do tempo numa Contudo, devo dizer algo sobre ele. seqüência de sete dias exclusivamente fixada e governada Se o tempo do sábado pelo próprio Deus. fosse determinado pela Lua, 4. O Sábado e as Festas: então o sábado teria que ser O sábado lunar implicaria observado em dias diferentes no fato de que seria parte durante o mês e não no sédas festas judaicas, mas esse timo dia de cada semana. O não é o caso. O sábado do sábado poderia ser qualquer sétimo dia foi instituído dia da semana, baseando-se muito antes das festas terem no horário da lua nova. Persido dadas aos israelitas. O mita-me fazer as seguintes termo hebraico traduzido observações: para “festas, festivais”, é 1. O Calendário Israelimôcadîm, que significa “fita: O calendário israelita era xado/tempo determinado, lunisolar, o que significa que reuniões”. Refere-se a ativio tempo era medido pela lua dades não necessariamente nova (a rotação da Lua ao datadas pelo calendário luPor Angel Manuel Rodríguez redor da Terra) e também nar (Jr 8:17; Os 2:9). Mesmo do Sol (a rotação da Terra ao que alguém argumente que redor do Sol). Um calendário o termo se refere ao sábado, lunar, de doze meses, é cerca isso não quer dizer que o de onze dias mais curto que o calendário solar, que é de aprotempo do sábado foi fixado pela Lua (cf Lv 23:2). Além disso, ximadamente 365 dias. No mundo antigo, isso era resolvido a Bíblia deixa claro que o sábado deve ser diferenciado das com o acréscimo de um mês extra, sete vezes em dezenove festas (Lv 23:37, 38). anos. Na Bíblia, o calendário lunar foi utilizado para fixar o Finalmente, o descanso sabático era diferente do descanprazo para as festas. Por exemplo, 14 dias após a lua nova era so requerido durante os sábados cerimoniais. Levítico 23:3 a Páscoa (Nm 28:16). Por isso, algumas pessoas argumentam declara que, durante o sábado, os israelitas não deveriam que o sábado deve ser observado sete dias após o primeiro fazer “nenhuma obra”. Mas durante o tempo de santa convodia do mês. cação, o povo não deveria fazer “nenhum trabalho regular” 2. O Sábado e a Lua: No princípio do século XX, a (23:8, 21, 25, 35, 36, NVI). Isso indica que havia um tipo de conexão entre o sábado e a Lua era proposta e defendida por trabalho que era permitido fazer durante as festas e que eram um bom número de estudiosos. Eles rejeitaram a origem proibidos durante o sábado. bíblica do sábado e sugeriam que sua origem estava relaEmbora possa ser boa a intenção dos que defendem o cionada a vários “dias satânicos” no calendário babilônico, sábado lunar, devem estar atentos para o fato de que estão incluindo o dia de lua cheia, durante o qual o povo descanintroduzindo e promovendo, involuntariamente, o descanso sava. Tratava-se de uma seqüência não composta de sete dias sabático diferente do descanso sabático bíblico. – primeiro, sétimo, décimo quarto, décimo nono, vigésimo primeiro e vigésimo oitavo dias do mês. Essa teoria foi, então, abandonada. 3. Gênesis 1 e o Sábado: A origem do sábado bíblico está Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas definitivamente conectada com a semana da criação. O Bíblicas da Associação Geral. PERGUNTA:

Q

O Que é o

Sábado Lunar?

26

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E S T U D O

B Í B L I C O

Questão de aúde S

Por Mark A. Finley

Ao longo de toda a Bíblia, Deus enfatiza a importância da boa saúde. Hoje, cristãos e não-cristãos estão igualmente preocupados com isso. Sem dúvida alguma, a maioria das pessoas quer viver mais e reduzir o risco de doenças. Embora essa motivação seja louvável, boa saúde não é a única razão para Deus dar, nas Escrituras, princípios de saúde a Seu povo. Este estudo bíblico nos apresenta uma nova visão a respeito do tema.

1. A que o apóstolo Paulo comparou nosso corpo? Que ilustração usou para descrever o corpo humano? Leia o texto abaixo e preencha o espaço em branco. “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6:19) Nosso corpo é

do Espírito Santo.

2. Uma vez que nosso corpo é o templo de Deus, que apelo fez Paulo? Nos textos abaixo, assinale as palavras que descrevem mais claramente o apelo do apóstolo. a. “Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”( Co 6:20). b. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 6:20).

O apelo de Deus é simples e direto: Ele nos convida a glorificá-Lo em tudo que fazemos. Sua mensagem de saúde é para que O glorifiquemos em nossos hábitos físicos. Ele nos ama e quer que tenhamos saúde.

3. Por que o apóstolo Paulo nos estimula a apresentar nosso corpo como sacrifício vivo a Deus? Leia o texto abaixo e escreva sua resposta. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1). Apresentar nosso corpo a Deus é nosso culto

.

Embora seja razoável apresentar nosso corpo a Deus, há aqui algo mais profundo. Os sacrifícios eram oferecidos como parte dos serviços religiosos de Israel. Uma tradução da Bíblia menciona “culto racional” como “um ato de culto espiritual” (Phillips). Assim como o antigo Israel oferecia sacrifícios a Deus no culto, nós oferecemos o corpo como sacrifício vivo, como um ato de culto espiritual, quando seguimos os princípios de saúde prescritos por Deus. Viver saudavelmente para a glória de Deus é um ato de culto espiritual.

4. A mensagem de Deus quanto ao preparo de Seu povo para o retorno de Jesus inclui a saúde? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco. “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5:23).

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a. Santificação — a obra de Deus ao nos transformar por meio do Seu Santo Espírito, deve ser . b. Deus deseja preservar, irrepreensíveis, nosso (1) (2) (3)

Há conexão entre saúde física, emocional e espiritual. A falta de hábitos saudáveis afeta nosso processo de pensamento. Por meio do Espírito Santo, Deus Se comunica conosco. Devemos abandonar toda prática que obstrua o canal direto do Espírito Santo até nossa mente.

5. O profeta Isaías descreve as maravilhosas promessas de Deus para as pessoas que, de modo abnegado, servem e abençoam a outros. Leia o texto abaixo e assinale os quatro presentes que Deus dá aos que vivem para ser uma bênção aos outros.

“Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda” (Is 58:8).

Há relação entre a luz (verdade), a cura, a justiça e a glória. Ao vivermos uma vida totalmente comprometida com Deus, andamos em Sua luz (verdade), ansiamos por Sua cura completa, abrimos o coração à Sua justiça e almejamos revelar Sua glória.

6. O apóstolo João transmite o desejo de Deus para nossa vida. Leia o texto abaixo e descreva o desejo do Céu para nós.

“Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma” (3Jo 2).

Deus deseja que nossa vida seja

.

7. Quando experimentaremos a completa restauração física, mental e espiritual desejada por Deus? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco.

“Vi novo céu e nova terra...” “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21:1, 4). Apenas no

e

as primeiras coisas

Deus promete total restauração e cura. Até lá, Ele nos convida a glorificá-Lo em nosso corpo. Quando permitimos que Sua Palavra guie nossas escolhas e Lhe apresentamos nosso corpo como templo para a habitação do Seu Santo Espírito, glorificamos a Deus agora, aguardando o dia em que receberemos um novo corpo, glorioso, imortal, completamente restaurado para glorificá-Lo por toda a eternidade.

O estudo do próximo mês – “Quando os Espíritos Falam” – revelará alguns dos enganos apresentados por Satanás no fim dos tempos. 28

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.


Intercâmbio Mundial C A R TA S Daqui para Lá

O artigo “Daqui para Lá”, por Lee Dunstan (Adventist World, junho de 2008), foi muito oportuno e informativo. Nossos membros, em todo o mundo, necessitam conhecer e compreender todos os passos tomados para ter a certeza de que a Lição da Escola Sabatina representa a igreja em sua totalidade, particularmente agora, que está se expandindo tão rapidamente, em novas áreas. A diversidade de linguagem, de cultura e nacionalidade proporciona um terreno fértil para possíveis divisões de crenças e atitudes. A fim de manter a unidade desejada, é imperativo que as lições sejam cuidadosamente escritas e analisadas. A necessidade de tradução, impressão e distribuição prolonga o processo de chegada das lições às mãos dos membros. O artigo refere-se à realidade da Divisão do Sul do Pacífico, mas representa também as condições enfrentadas por outras divisões. Em países mais desenvolvidos, por termos acesso mais fácil às coisas, não percebemos as complexidades envolvidas no atendimento às necessidades das pessoas em lugares remotos. Provavelmente, nenhuma publicação da igreja, ou livro (exceto a Bíblia), seja tão vastamente distribuída, lida e estudada pelos membros de nossa igreja como a Lição da Escola Sabatina. A oração de Cristo, registrada em João 17, enfatiza a importância de se manter a unidade entre Seus seguidores, como

um claro sinal ao mundo da veracidade da mensagem que pregamos. Obrigado por um artigo tão apropriado.

Howard F. Rampton Carolina do Norte, Estados Unidos Publiquem Mais da História Adventista

Eu realmente gostei do artigo “A Última Moeda”, por Arthur W. Spalding (abril de 2008). Fiquei maravilhado ao ler como Deus atua quando nossos recursos humanos são exauridos. Essa história promove confiança naqueles que, às vezes, duvidam do amor e do cuidado de Deus por Seus filhos. Devemos consagrar-nos a Ele e confiar em Seu amor. Sou uma prova viva de como Deus ajuda Seus filhos durante tempos de prova. Gostaria de sugerir aos editores que publiquem um fato, uma história ou testemunho dos nossos pioneiros a cada mês. Esses testemunhos são muito importantes.

Gerson Souza Andrade Rio de Janeiro, Brasil Sonhos e Pedras do Jordão

Estou especialmente agradecida pelos artigos publicados na Adventist World de abril de 2008: “Realização do Sonho de uma Mãe”, de Samuel Neves, e “Minhas Pedras do Jordão”, de Stephen Dunbar. Chorei de alegria pelos fiéis e de tristeza por aqueles que não compreendem o valor e a beleza da mensagem adventista do sétimo dia. Oro para que cada membro da igreja mundial leia o artigo de Dumbar e

recolha suas próprias pedras do Jordão, para que seja uma bênção para si e para os outros.

Velma Beavon Montana, Estados Unidos Nos Ombros do Papai

Quero parabenizá-los por essa revista tão informativa. Sou adventista há apenas dois anos e leio sua publicação todos os meses. Não consigo expressar quanto ela significa na minha jornada espiritual com o Senhor. O artigo “Nos Ombros do Papai”, por Bárbara Croce, na edição de fevereiro de 2008, foi muito inspirador. Temos muitas histórias para compartilhar com nosso povo e com o mundo! Minha apreciação vai, também, para os editores, pelo trabalho realizado. Essa é a única revista que nos mostra quem são e como vivem nossos irmãos do outro lado do mundo.

Ann-Marie Fillier Newfoundland, Canadá Gratos pela Adventist World

Gosto muito de ler a Adventist World. Que o Espírito Santo os guie todos os dias! Estou feliz por ver o sucesso de minha família adventista por todo o mundo. O retorno de Jesus é certo. Estamos prontos e esperando por Ele? De que lado estamos? Essa batalha tem conseqüências eternas, e a Adventist World pode nos ajudar, enquanto nos unimos a Jesus.

Josué Frias Rodrigues Ivaiporã, Paraná, Brasil

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Intercâmbio Mundial C A R TA S Estou escrevendo para dizer-lhes da bênção que a Adventist World tem sido para mim. Deus tem me abençoado por meio dela, aqui na prisão. Essa é a única maneira pela qual posso conhecer a igreja de Deus, seu trabalho e tudo o que tem feito para apressar o breve retorno de nosso Senhor. Deus os abençoe por tão grande trabalho e que continue a dirigir a vida de vocês.

Juan Penalva Califórnia, Estados Unidos Muito obrigada pelo grande trabalho que estão realizando por meio da Adventist World. Através dessa “janela”

me é possível ver o trabalho realizado pelo Espírito Santo em todo o mundo. Meu esposo e eu moramos, com outros alemães, na Itália, por mais de 15 anos, plantando frutas e vegetais. Nossa igreja, na Itália, é bastante internacional, pois tem membros vindos da África, Romênia, Eslováquia, Bulgária e América do Sul. Alguém na igreja (não sei quem) nos deu um exemplar da Adventist World. Ela é muito importante para mim. Como recebê-la regularmente? Quanto custa a assinatura? Obrigada!

Christa Wedler Umbertide, Itália

A Adventist World é distribuída gratuitamente aos membros da igreja. Nosso conselho aos leitores e a outros com o mesmo interesse é que entrem em contato com a união ou divisão da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em sua região do mundo. Para ler online, visite www. adventistworld.org. Estamos gratos pelo fato de a revista suprir essa importante necessidade. — Os Editores. Cartas para o Editor – Envie para: letters@adventistworld.org As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

O LUGAR DE ORAÇÃO Peço que orem por meu irmão mais novo, que está doente, com o fígado aumentado, dificuldade para respirar e cansaço. Apresento-o em oração, em nome de Jesus.

Aaron, Zâmbia Por favor, orem por minha vida espiritual e pelo meu casamento.

Maricélia, Brasil

Por favor, orem para que meus filhos e netos aceitem a Jesus como seu Salvador e desejem seguir Seu caminho.

Joan, Estados Unidos Desejo que Deus toque minha família e lhes dê amor por Ele. Sou o único adventista na minha família e gostaria que as mesmas bênçãos fossem derramadas sobre todos eles.

Lucas, Argentina Gradativamente estou perdendo o interesse pelas coisas de Deus, devido à pressão no trabalho e por causa de problemas financeiros. Ultimamente trabalho aos sábados e sei que o diabo está feliz com isso. Orem fervorosamente para que eu seja vitorioso.

David, Zâmbia

Por favor, orem por mim. Tenho orado e procurado por trabalho nos últimos seis meses, mas ainda não encontrei. Por favor, orem para que eu não perca minha fé em Deus, mas que continue a confiar nEle, neste período de provação e enquanto eu viver.

Agatha, Antilhas

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Por favor, orem por minha família. Eles não freqüentam nenhuma igreja, nem lêem material espiritual. Gostaria que aceitassem Jesus Cristo como seu Salvador. Orem por mim, também. Faço faculdade e trabalho como empregada doméstica. Está sendo difícil terminar meus estudos.

Jennery, Filipinas Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.


“Eis que cedo venho…”

INTERCÂMBIO DE IDÉIAS

E R I C

C H E G W I N

Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Refinado

Este mês, um leitor compartilha seu poema* baseado na Lição da Escola Sabatina “O Fogo Refinador”

Sereı Toma minha vida, Senhor, Em meio à luta E no Seu fogo refinador, Acima da labuta Põe minh’alma, meu amor.

Não posso Te contemplar, Mas em fé, confiarei, Pois só Tu sabes me guiar E como ouro serei. Mesmo que estreito o caminho, Continuarei a caminhar. Para a luta completar, Seguirei, mesmo sozinho, Té que venhas me buscar. —Islim Imran, estudante do Quênia *Versos em Português por Gesson Magalhães

Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Laurie J. Evans, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos. Vol. 4, No. 8

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Q U E

L U G A R

É

E S S E ?

O Lugar Das

A N T O N Y

AS

—Darlene M. Allen, Flórida, Estados Unidos

CAI X A

D E

E N T R A D A

(curtos pensamentos de leitores sobre a Bíblia e nossa fé)

Quando chegar ao Céu, tenho um desejo secreto: quero encontrar meu anjo da guarda e saber de quais pessoas ele cuidou desde o Jardim do Éden! Talvez esse desejo pareça tolo, mas talvez, em algum momento, no Céu, nosso anjo da guarda se assente com todos nós para “conferir as anotações”. Tenho esperança de que isso aconteça! —Dick Rentfro, Washington, Estados Unidos

D E C O R T E S I A

VID A A D V EN T I S TA No livro de ciências da quinta e sexta séries, para as quais lecionei recentemente, há um capítulo sobre os sistemas do corpo humano. Aprendemos sobre os componentes e funções de dez sistemas, tais como o sistema nervoso, que inclui o cérebro, coluna vertebral e os nervos. Enquanto aplicava um teste sobre o capítulo, uma garota veio a mim, muito confusa, com a seguinte questão: “Por meio de que sistema do corpo Deus Se comunica conosco?” A aluna oscilava entre responder “o sistema nervoso” ou “o sistema circulatório”. Sabendo que havíamos discutido exaustivamente sobre o cérebro e suas habilidades maravilhosas, fiquei perplexa porque ela estava achando isso tão difícil. Até que explicou sua confusão, afirmando que Deus fala ao nosso coração.

S I J O

K U R I A N

PESS

FRASE

“Deus vê as pessoas pelo seu ‘valor de salvação’, não por seu ‘valor social’.”

—Maureen Moroff, Windhoek, Namíbia, dito aos colegas na sede da Associação da Namíbia da Igreja Adventista do Sétimo Dia, após estudar a Lição da Escola Sabatina do dia 15 de maio de 2008.

PRECISAMOS DE VOCÊ! Estamos à procura de participações breves nas seguintes categorias: Frases Adventistas (profundas e espontâneas) Vida Adventista (cem palavras ou menos, humorísticas ou sérias) Que Lugar é Esse? (fotos de alta qualidade de membros de todo o mundo) Por favor, envie sua participação para: The People’s Place, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600; fax: 301-680-6638; e-mail: marank@gc. adventist.org. Por favor, inclua o número de seu telefone. As colaborações não serão devolvidas nem comunicadas.

RESP O S TA : Em Pune, Índia, no Spicer Memorial College. Fotografado durante a cerimônia de formatura de 2006. Da esquerda para a direita: Jesin Israel, pastor da igreja e membro do corpo docente do Spicer Memorial College; Sijo Kurian Antony, formando em teologia em 2006 e Evelin Danielle Pietruska, primeira missionária adventista a ir para a Índia, natural de Bremen, Alemanha, e estudante no Spicer há dois anos.


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