Apresentando Jesus

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Jesus, o amigo da família de Zaqueu Lucas 19.1-9

Pr. Odair de Almeida

Introdução Alguma vez você já se sentiu rejeitado, condenado e achou que não tinha direito de se aproximar de Jesus? Alguma vez você já percebeu que tudo o que você tem, não satisfaz e parece que sempre está faltando algo? Ao analisar a história de Zaqueu podemos encontrar respostas para algumas destas questões. I – Salvação para todos A Bíblia nos apresenta dois quadros de pecadores: 1. Pessoas muito pobres e mal vestidas: Ex.: O Filho pródigo quando voltou ao pai todo rasgado Maria Madalena, arrastada pelos cabelos semi-nua Um cego de nascença pedindo esmolas à porta da cidade 2. Pessoas muito ricas, ocupando um cargo de muita importância: Ex.: Naamã o capitão do exército Sírio Nicodemos que veio falar com Jesus à noite Zaqueu, um dos ricos da cidade de Jericó. O que Deus tenta nos dizer com isto? Deus está nos mostrando, que todos somos pecadores, não importa a classe nossa classe social. Uma das diferenças entre estas duas classes é que, geralmente, o pobre é pego em flagrante em seus delitos, e exposto à sociedade com limitados direitos de defesa. E o rico, mesmo andando em um carro zero, com roupas riquíssimas, morando em mansões, vivendo sob o brilho da riqueza, pode viver na mais completa miséria do pecado, sofrendo com a culpa e com o medo de perder a salvação. Diante da sociedade, da igreja, aos olhos humanos, são classes distintas de pessoas, mas aos olhos de Deus, são todos iguais, pecadores que precisam de salvação. II – Quem era Zaqueu Zaqueu era um homem de estatura baixa, era muito rico, era um cobrador de impostos, usava o poder para benefício próprio. Se fosse hoje, talvez pudéssemos vê-lo morando num bairro nobre, numa luxuosa mansão, com piscina, andaria pelas ruas num carro importando de último modelo, teria os filhos todos estudando em escolas particulares e freqüentando os restaurantes mais finos da cidade. Este homem aparentemente tinha tudo para ser uma pessoa feliz, como alguns pensam das pessoas ricas. Mas isso não era a realidade na vida dele. Ele possuía dentro de si o que todo ser humano possui quando não tem Cristo. Tinha um vazio que a riqueza não pode preencher. Com certeza já havia ouvido comentários a respeito de Jesus, e o Espírito Santo tocou em seu coração e despertou nele a curiosidade de conhecer este homem. Zaqueu queria ver a Jesus - Ele ficou sabendo que Jesus passaria por Jericó e viu que aquela era uma oportunidade rara de ver Jesus. 3 | Apresentando Jesus - Sermonário


III – Quando a multidão atrapalha Por ser um homem baixo, Zaqueu não conseguia ver Jesus. A multidão sempre atrapalhou o trabalho de salvação de Jesus. a. Atrapalhou o cego que queria ser curado. b. Atrapalhou a mulher que tinha uma hemorragia, c. Atrapalhou um paralítico que teve de descer pelo teto. d. Atrapalhou as crianças que queriam se aproximar de Jesus. Hoje a multidão continua atrapalhando o trabalho de Jesus. Você começa a estudar a Bíblia, começa a vir à igreja, e as pessoas começam e falar de você. Usados por Satanás, tentam impedi-lo de ver Jesus. A multidão sempre agiu como fiscais da salvação. As pessoas acham que têm o direito de julgar a vida do seu semelhante e impedi-lo de ver Jesus. Z a queu sentia-se nesta situação ele se considerava pecador, queria se aproximar do perdão, da salvação, mas a multidão fazia-o pensar que era mais pecador ainda, e o fazia permanecer longe de Jesus. O homem rico de Jericó, vencido pela multidão, tomou a decisão que muitos estão tomando hoje, de contemplar Jesus à distância. IV – Observando a Jesus de longe Zaqueu se distanciou, e subiu em uma árvore que estava no caminho por onde Jesus passaria, para vê-lo de longe. Você precisa entender que cristianismo não é seguir Jesus de longe, cristianismo é ter um encontro pessoal com Jesus e passar a ter um relacionamento diário com Ele. Não importa se a multidão está no seu caminho tentando lhe impedir. Faça como a mulher do fluxo de sangue, abra caminho entre a multidão e toque no manto de Jesus. Se a multidão te impedir, desça pelo teto como fez o paralítico. Não importa se a multidão pede para que você fique quieto, clame mais alto como o cego de Jericó, “JESUS FILHO DE DAVI, TEM COMPAIXÃO DE MIM” Crie coragem, vença a multidão porque a salvação é individual e só serão salvos aqueles que tiveram um encontro pessoal com Cristo, aqueles que venceram a multidão para encontrar-se com Ele. Zaqueu não teve coragem de enfrentar a multidão, ele subiu em uma árvore para ver Jesus passar. Hoje eu te pergunto, onde você está? Está você em cima de uma árvore? Alguém disse ou fez alguma coisa que você não gostou e você subiu na árvore do ressentimento? Está você em cima da árvore do orgulho? Ou está sobre a árvore da mágoa, ou da incredulidade? Cristianismo é ter um compromisso com Jesus, é envolvimento com as atividades da sua igreja, é participação na missão de levar esta mensagem ao mundo. V – Jesus atende individualmente Ainda bem que não importa a árvore que nós tenhamos subido, Jesus consegue nos ver ali. O texto diz que Jesus parou, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa...” Zaqueu estava entre as folhas da árvore, e sem ter idéia do que estaria prestes a acontecer, sem imaginar que Jesus pudesse vê-lo. A multidão se apertava disputando um lugar onde o Mestre pudesse vê-la, de repente o Mestre para 4 | Apresentando Jesus - Sermonário


e olha para alguém que nunca esperava ser visto e lhe chama pelo nome. Uma pessoa que se considerava insignificante, indigna, rejeitada pela multidão, mas amada por Jesus. Jesus estava demonstrando como é o seu tratamento para conosco. Embora Jesus tenha vindo para salvar toda a humanidade, Ele veio para salvar pessoas individuais, ele conhece o seu nome, conhece o seu endereço, conhece a sua vida, sua casa, sua família e se preocupa com você. Pode ser que você esteja na mesma situação de Zaqueu, em cima de uma árvore achando que não consegue estar com Jesus, sofrendo a crítica da multidão. Subiu numa árvore e está apenas contemplando Jesus à distância. Se você estiver sobre uma árvore de ressentimentos, de mágoa, de orgulho, de medo, de dúvidas e pecados... Jesus para, olha para você, chama pelo seu nome: João, Maria, Antônio Josefa. Ele te conhece, e pede para que você desça da árvore porque Ele quer ter um encontro pessoal contigo. Ele diz: “eu vou passar a noite com você hoje.” Não olhe para o seu lado, é com você que o Senhor está falando. Você pode pensar: “Mas Senhor, eu fumo, eu bebo, eu tenho uma vida irregular, eu não sou digno.” Jesus diz: “É COM VOCÊ SIM, FOI POR VOCÊ QUE EU VIM A ESTA TERRA, FOI EXATAMENTE POR CAUSA DOS TEUS PECADOS QUE EU MORRI.” Ilustração: Ah! Queridos irmãos eu nunca terei palavras para agradecer a Jesus porque um dia Ele me encontrou sobre uma árvore e pediu para que eu descesse para me abraçar e me perdoar... VI – Jesus se encarrega da limpeza Aquele encontro de Zaqueu com Jesus não estava sendo aguardado, foi uma coisa inesperada para ele. Ele vivia uma vida longe de Cristo, os seus costumes eram contrários aos de Cristo. Zaqueu poderia ter dito: Senhor, fique esperando aqui, enquanto eu vou dar um jeito lá em casa. Vou limpar a casa. Vou tirar os ídolos. Vou trocar as roupas do guarda-roupa. Vou jogar os maços de cigarro fora. Vou jogar as bebidas que eu tenho lá em casa. Vou avisar a família que o Senhor está chegando para que eles se comportem direitinho. Zaqueu não precisou ir fazer uma limpeza para depois hospedar Jesus, Esta é a maravilha da justificação e santificação pela fé: eu não consigo limpar os meus erros, quem faz isso é Cristo. Eu preciso apenas abrir a porta da minha casa para que ele entre. Conclusão: Depois que Zaqueu se encontrou com Jesus ele se propôs a devolver o dinheiro que havia roubado com cobranças indevidas de impostos. Quando Jesus entra na nossa vida não há lugar para o erro. Automaticamente temos o desejo de abandoná-lo. Jesus não veio aqui para nos condenar, por isso ele não condenou Zaqueu, ele veio para salvar e perdoar, por isso que Zaqueu sentiu o desejo de devolver o que roubou de maneira espontânea. Sua vida foi transformada, sua casa abençoada com a presença do Mestre e seu comportamento modificado naturalmente. 5 | Apresentando Jesus - Sermonário


Ilustração: Se você tem uma vasilha cheia de água e coloca um objeto sólido exatamente do tamanho da vasilha dentro da água, o que acontece? A água vai transbordar e o objeto ocupará o espaço no lugar da água. Isto é o que acontece com os nossos erros e pecados quando deixamos Jesus ocupar a nossa vida. Ele completa todos os espaços vazios existentes no nosso ser, por isso expulsa todo o erro que ocupava o espaço. Isto acontece automaticamente. Jesus está olhando pra você nesse momento e lhe convidando a descer a árvore que o distancia dEle. Cristo vai com você à sua casa e, quando ele entrar, limpará tudo o que lhe faz sofrer. Aceita este convite. Ele está lhe chamando pelo nome. Receba-O em sua vida e deixe que a presença dEle transforme sua família, como fez com a de Zaqueu.

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Jesus, o amigo da viúva de Naim Lucas 7.11-17

Pr. Washington Silva

Introdução As coisas para ela ultimamente não estavam dando muito certo. Seu marido falecera a algum tempo atrás, agora era o filho que estava doente. Certamente fez tudo o que estivava ao seu alcance tentando restaurar a saúde do filho, mas todos os esforços foram em vão. Cada minuto que passava ela percebia mais e mais que seu filho estava morrendo. Imagine o desespero dessa mãe. Ver o filho morrendo e não poder fazer nada. Às vezes isso acontece conosco, passamos por problemas que diante deles nos sentimos pequenos, fracos e incapazes de fazer alguma coisa. Talvez você esteja assim hoje! Passando por um problema que não consiga resolver. Vivendo uma situação sem solução e perguntando: “Onde posso encontrar ajuda?” Esta história irá ajudá-lo. Quando o pior acontece Infelizmente o filho desta viúva veio a falecer. Que tristeza! Talvez ela, como uma seguidora do Deus verdadeiro tenha orado varias vezes pelo filho. Tenha suplicado a Deus a cura, mas isto não aconteceu. O menino morreu. O mais terrível aconteceu. Com certeza ela pensou que nunca mais veria seu filho. Não mais teria seus abraços, não mais teria seus beijos, não mais receberia seu carinho. Perdera parte de sua família. Imagine a tristeza desta mulher. Ela não tinha mais esposo, agora também não tinha mais filho. Ela estava sozinha. Não havia mais ninguém. As pessoas vêem o desespero desta mulher e se compadecem. Seus vizinhos entendem o momento terrível que ela está vivendo e tentam de alguma forma trazer-lhe conforto, mas todos os esforços nesta direção parecem inúteis. O que ela queria era o filho de volta, e isso ninguém pode lhe dar. O sepultamento do filho é doloroso. Este é o momento em que ela irá se despedir para sempre do seu ente querido. Se você já esteve em um funeral sabe o quanto é triste para os amigos e familiares este momento. É horrível! A dor dos que ficam é imensa! Por mais que você fale, ou abrace, ou chore a dor não passa. No caminho do sofrimento Naquela região, o enterro normalmente acontecia à tarde do mesmo dia da morte; o cemitério estava situado, como era normal entre os hebreus, fora do povoado. O cortejo fúnebre seguia pelo caminho, saindo pela única via que dava acesso ao cemitério. Uma multidão acompanhava. Um manto sombrio de tristeza e dor cobria os que caminhavam e seguiam o corpo sem vida do filho da viúva. Pesar e sofrimento circundavam a estrada. Por aquela mesma estrada vinha outro grupo em direção a cidade. Ao contrario dos que estavam indo para o enterro, este grupo vinha sorrindo, cantando, como se estivessem indo para uma festa. 7 | Apresentando Jesus - Sermonário


Uma expectativa surge quando os dois grupos se aproximam uma do outro. Quem respeitaria quem? Ou quem contagiaria quem? A tristeza suplantaria a alegria, ou a alegria suplantaria a tristeza? Os dois grupos se aproximam mais e mais até que eles param um em frente o outro. De um lado um grupo de pessoas conduzindo um jovem morto, conseqüentemente, muita tristeza e choro. Do outro lado, um grupo, guiados por alguém simples, mas que trazia alegria para todos. Pensem nesta situação. O que você faria se estivesse no grupo desta mãe? E se você estivesse no outro grupo, qual seria sua reação? Encontrando a alegria Do grupo de pessoas felizes sai uma pessoa. Ele vai em direção ao garoto morto. A mãe está ali ao lado. Ele se aproxima da mãe e diz: “Não chores!” (Lucas 17.13) Como assim, não chores? Não é você que está passando por este problema. Não é você que está sentindo o que eu estou sentindo. Não foi você que perdeu um marido, e agora um filho. Não foi você que perdeu o emprego. Não é você que está com câncer. Não é você que está sendo ameaçado por um filho viciado em drogas e para que lhe dê dinheiro. Não é você que está com depressão. Não é você é você que não tem dinheiro para pagar aluguel. Não é você que está endividado. É muito fácil falar não chore. Você não conhece a minha vida. O ponto de destaque aqui não é a frase “NÃO CHORES”, mas quem está falando com a mulher, dizendo para ela não chorar. O foco aqui não está na frase, mas no personagem, Jesus! Jesus Cristo não esperou que a viúva aproximasse dEle para pedir-lhe uma ajuda, ou que enviasse alguém para tal; Ele, o Deus da caridade foi ao seu encontro e derramou sobre o seu coração sofrido de mãe aquela paz que ninguém da multidão poderia dar-lhe Amigo, Jesus tinha a solução para ela, e ele te diz: “Não Chores”, simplesmente por que Ele tem a solução para todos os seus problemas. Milagres acontecem e são aceitos, não se explicam De acordo com o texto bíblico de Lucas 7.14-15, Jesus ressuscitou o menino e o entregou a sua mãe. Você crê neste milagre? Então pode ter certeza que este Jesus pode fazer o que for necessário por sua família. Se Ele foi capaz de ressuscitar um morto, haveria alguma coisa impossível para ele fazer em seu lar? O texto termina dizendo que no final todos deram gloria a Deus. Lucas 7.16 Quem recebe Jesus em seu lar e em sua vida desfruta de seus favores e bênçãos. Sempre encontrarão motivos para dar glória a Deus, pois Deus nunca deixará de fazer milagres na vida dos que nEle confiam. Jesus não gosta de ver uma família em sofrimento, uma mãe sofrendo, um filho sofrendo, um esposo sofrendo. Ele operar grandes coisas em seu lar. Confie nEle. Se você anda angustiado e triste, por causa de inúmeras dificuldades de sua vida; se você sofre com problemas em sua família, sofre no seu emprego, sofre com doenças, etc., não fique desesperado e não pense em cometer loucuras, 8 | Apresentando Jesus - Sermonário


como vingança ou suicídio, aproxime-se de Jesus Cristo, e Ele enxugará as suas lágrimas e, assim como o fez com a viúva de Naim. Lembre-se de que o desespero, a vingança e o suicídio não resolvem nada; corra para os braços de Jesus Cristo e Ele te ajudará. O próprio Cristo te convida dizendo: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mateus 11.28-30). Mensageiros da alegria As duas multidões, a que seguia a Jesus Cristo, e a que acompanhava o enterro do filho da viúva de Naim, presenciaram o milagre da ressurreição e agora era uma única multidão. A notícia desse milagre, difundiu-se pela Judéia inteira e por toda a redondeza. Aquele rapaz converteu-se num sinal vivo da divindade de Jesus. Assim como aquela multidão difundiu pela Judéia e por toda a redondeza o milagre que Nosso Senhor Jesus Cristo acabara de fazer; nós que somos seguidores de Cristo Jesus, que conhecemos o Seu amor e a Sua bondade, devemos pregar que Cristo Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, que Ele é a Luz do mundo, o Príncipe da paz, e que fora d’Ele tudo é ilusão e tristeza. Alegria indescritível A esposa e os filhos de Geraldo estavam assistindo uma série de conferências realizada em sua cidade. Depois de estudarem a Bíblia por algumas semanas, aceitaram a Jesus e pediram o batismo. Em uma visita à família, o pastor perguntou ao Geraldo o que ele achava de sua esposa e filho se tornarem cristãos, sendo batizados na Igreja Adventista. Ele respondeu: “Sabe pastor, eu pensava que era feliz, mas depois que minha família começou a assistir às reuniões de vocês, e Jesus entrou em minha casa, eu conheci uma felicidade que jamais pensei que existisse”. CONCLUSÃO 1. Não há impossíveis para Deus – quando achamos que tudo está perdido, Ele pode fazer o milagre. Quanto mais terrível o problema, maior é o milagre para aqueles que confiam em Deus. 2. Jesus alivia a dor – as pessoas ao lado poderiam fazer de tudo para aquela mulher se sentir melhor, mas somente Jesus poderia realmente fazê-la feliz, realmente aliviar a sua dor. Somente Jesus pode tornar o seu lar feliz, somente Ele pode te fazer realmente feliz. Você pode pensar que a felicidade está em festas, bebidas ou amigos, mas é um grande engano, ali só há momentos de alegria, não há paz. A paz verdadeira só Jesus pode dar. 3. Jesus transforma a tristeza em alegria. Amigo, infelizmente no mundo em que vivemos ainda temos que conviver com o choro e a tristeza, mas se você continuar crendo em Jesus, chegará o dia em que somente a alegria e o gozo existirão para sempre. Nunca mais haverá tristeza, pranto ou dor, por que as primeiras coisas passaram, e eis que tudo se fez novo!

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Jesus sempre foi e sempre será o Grande amigo das famílias, por mais que haja dor sofrimento ou tristeza, Ele sempre achará um jeito de fazer você feliz. Se você está passando por um momento difícil e precisa de um milagre de Jesus em sua vida, convide-O para morar em seu coração. Aceite-O agora e permita que Ele conduza seus caminhos.

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Jesus, o amigo da família de Jairo Marcos 5.21-24

Pr. Odair de Almeida

Introdução Dentro do objetivo da obra de Marcos, este trecho procura mostrar de maneira inequívoca o poder de Jesus. Ela não somente é o Messias, prometido a Israel, mas também é o Filho de Deus, o próprio Deus que opera maravilhas. Jairo era oficial da sinanoga; Ele sabia que Jesus podia curar; Jairo sabia que Jesus poderia trazer sua filha de volta à vida. Não devemos perder a nossa fé e tentar ajudar a nós mesmos mediante nossos próprios esforços, pois Deus é capaz de agir mesmo quando achamos que não há mais esperança. I – Um pai em desespero Jairo era um líder. Supõe-se que os líderes foram colocados neste mundo para liderar, para mostrar o caminho para os outros. Então Jairo é este homem que está acostumado a liderar, a dirigir e não a ser dirigido. A Bíblia nos conta que um dia Jairo enfrentou um terrível problema em sua vida. A sua filha estava morrendo. Certamente deve ter ido com a sua filha à todos os médicos da região, mas não havia conseguido a solução para o seu problema. O que faz o ser humano quando a medicina falha, os remédios falham? Para onde vai? Naquele tempo Jesus andava pela região curando, fazendo milagres, transformando a vida das pessoas. Jairo ficou sabendo de tudo isto,que os enfermos eram curados e que até mortos Jesus havia ressuscitado. II – Ressurge a esperança Ao ouvir estas coisas, reacendeu no coração de Jairo a esperança. Se Jesus fez tudo aquilo com as outras pessoas, poderia curar a sua filha. Jairo não ficou esperando de braços cruzados as coisas acontecerem, ele correu para onde estava Jesus e caiu de joelhos diante dEle, pedindo: “Senhor ajuda-me, minha filha está nas últimas.” De joelhos diante de Jesus, disse: “Venha comigo,” “Entra na minha casa,” “Levanta as mãos,” “Toca a minha filha e ela será curada.” Jairo estava fazendo o que todo cristão deve fazer, solicitar a ajuda de Jesus quando tudo parece não ter solução. Mas, parece que ele, de joelhos, estava querendo dizer a Jesus como agir. Muitas vezes, mesmo ajoelhados, podemos estar querendo dar ordens e querendo mostrar o caminho para Jesus. Cristianismo não é usar Jesus, não é tomar o nome de Jesus e fazer o que eu quero. Precisamos aceitar o plano de Deus aceitar o plano e não querer forçá-lo a aceitar o nosso programa. Jairo teve que aprender esta grande lição do cristianismo com um golpe muito duro em sua vida. Jesus poderia Ter dito a Jairo: “Quem você pensa que é para me dizer o que eu tenho que fazer.” Jesus não disse isto porque ele nos ama, mesmo quando queremos fazer do nosso jeito, ao invés de confiar tudo em suas mãos. 11 | Apresentando Jesus - Sermonário


Jesus disse: “Tudo bem, eu vou com você,” e começou a se dirigir em direção à casa de Jairo. Mas, Jairo tinha pressa. Talvez tenha tentado puxá-lo pelo braço, para que andasse mais rápido, mas Jesus ia calmamente, tranqüilamente, sem pressa. Com toda aquela tranqüilidade Jesus estava querendo ensinar uma grande lição: “Eu sei o que estou fazendo, do meu jeito me melhor.” III – Problemas no caminho A Bíblia diz que no trajeto até à casa de Jairo, eles encontraram uma mulher que tinha um fluxo de sangue, devido à grande multidão ela precisou se espremer e chegar onde estava Jesus e tocar em suas vestes e por esse ato de fé aquela mulher foi curada. Jesus parou, conversou com ela, isto demorou um tempo. Em seguida Jesus foi atendendo a outras pessoas, conversando com os seus discípulos, etc. E Jairo estava em pânico. Jairo pensava: “Será que Jesus não entendeu que o meu problema é sério? Por que ele fica perdendo tanto tempo, ao invés de ir logo para casa? Fica aí batendo papo. Ele poderia muito bem atender estas pessoas depois.” Neste momento, chegaram alguns empregados de Jairo e disseram: “Jairo chega, não precisa mais incomodar o Mestre, pois a sua filha morreu.” Há um ditado que diz que “enquanto há vida há esperança.” Quando estamos com o filho doente e ele ainda está vivo, lutamos, corremos, suplicamos, choramos, batemos numa porta, noutra porta, até onde pudermos ir nós vamos. Mas quando a morte chega, acaba-se a esperança. Até então Jairo estava ali suplicando: “Senhor, faça o que eu estou dizendo, é urgente”, mas quando os empregados disseram: “A sua filha morreu”, ele se entregou, não quis mais lutar, não quis mais comandar. IV – Crendo em milagres Podemos definir “milagre” como uma intervenção divina, no mundo natural, operado pela vontade divina, com pouca possibilidade de discernimento por meio dos sentidos humanos. Trata-se, portanto, de um evento, uma ocorrência que se encontra além da natureza e do homem. Fato fora do comum, que Deus realiza a fim de confirmar o Seu poder, Seu amor e Sua mensagem. É a demonstração da atuação de um Deus Poderoso e Criador que não se confunde com Sua criação, tendo o poder de expandir as leis que Ele mesmo criou. O Novo Testamento mostra que Jesus realizou muitos milagres. Os Evangelhos registram 36. Os milagres de Jesus, diferentemente de alguns propalados nos dias atuais, não tinham um fim em si mesmos, antes objetivavam que aqueles que os testemunhassem viessem a reconhecer que Cristo era o Messias Prometido, o Deus Encarnado, e que, por meio dEle, se relacionassem com Deus. Em algumas ocasiões, por causa da incredulidade, Jesus deixou de realizar milagres e foi criterioso a fim de que os milagres distanciassem os religiosos da verdade do evangelho, em Sua pessoa. Aqueles que não acreditam em milagres assumem uma posição contrária ao 12 | Apresentando Jesus - Sermonário


que testemunhamos na Bíblia, na história da igreja e na vida de muitos irmãos. Não sabemos a razão pela qual Deus intervém em alguns casos e em outros não. Qualquer explicação, nesse sentido, não passa de especulação. Deixemos esse quesito, no nível da soberana vontade de Deus. Da parte humana, resta o desafio de continuar crendo que o Jesus que realizou milagres nos tempos antigos “é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hb.13.8). Conclusão: A grande lição que precisamos aprender como cristão é que cristianismo não é agarrar Jesus pela mão e levá-lo onde queremos. Cristianismo é colocar a nossa mão nas mãos poderosas de Jesus. É deixar que Ele nos conduza para onde Ele quer nos levar e para onde precisamos ir. Nossa família será abençoada com a presença dEle. A história Bíblica termina dizendo que Jesus entrou na casa de Jairo e ressuscitou a sua filha. Quando você aprender a deixar Jesus conduzir, ele é capaz de ressuscitar tudo o que o mal, a morte lhe provocou. Não desista: quem insiste alcança a bênção. Se quisermos que Deus aja em nossas vidas, temos que conservar nossa fé em Jesus e perseverar em qualquer situação. Ainda que você esteja se sentindo desamparado; ainda que as notícias sejam ruins; ainda que esteja enfrentando zombaria (dentro ou fora de casa); continue demonstrando sua fé em Jesus, pois, Deus conta com a nossa fé em Jesus. Não desista: QUEM INSISTE ALCANÇA A BENÇÃO.

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Jesus, o amigo que faz a diferença João 2.1- 11

Pr. Adalberto Azevedo

Introdução Caná, em hebraico, significa “uma terra de juncos”. Jun¬co, na Escritura, significa pessoas frágeis. Tanto Isaías quanto Mateus dizem que nós, as pessoas fracas, somos a cana quebrada” que o Senhor não esmagará (Is 42.3 Mt 12.20). Em Mateus 11:7, ao se referir a João Batista, o Senhor perguntou aos judeus se eles saíram ao deserto para ver um caniço agitado pelo vento. Naturalmente, João Batista não era essa pessoa frágil e fraca que poderia ser balançada pelo vento. Caná, portanto, como uma terra de juncos, simboliza o mundo todo, cheio de pessoas fracas e frágeis, para as quais o Senhor veio. A vinda do Senhor a Caná tipifica a Sua vinda a um mundo cheio de pessoas fracas e frágeis. Embora as pessoas desta terra, sejam fracas e frágeis, ainda assim o Senhor veio até elas com poder tranformador, operando milagres em suas vidas. O casamento aconteceu em Caná da Galiléia. Galiléia era um lugar desprezado pelas pessoas (Jo 7.52). Assim, ela significa a condição baixa e miserá¬vel do mundo. A. Casamento e o vinho O casa¬mento é muito significativo e essencial à humanidade, pois ele propicia a perpetuação da raça, o deleite e prazer da vida humana. Acerimônia de casamento é um momentoe de risos e alegria. As lágrimas que possam existrir são de emoção e felicidade. Não há lugar para o choro e a tristeza. De acordo com a cultura humana, um casamento é uma ocasião alegre. No passado, qprincipalmente no Oriente, o vinho servido na festa de casamento tinha um significao muito especial. Era o simbolo da vida e o elemento essencial da celebração. Não era meramente uma bebida ofercida para os convidados, mas representava as espectativas do csamento para os próprios noivos. Embora um casamento seja uma ocasião muito alegre, sua alegria é temporária. Nenhum casamento dura muito tempo. Esse é o casamento humano, também as alegrias humanas são passageiras e podem acabar de forma inesperada. B. O vinho acabou O vinho, que era o centro do deleite da festa de casamento, acabou (v. 3), o que provocaria transtorno, pesar e, provavelmente, o fim da festa. Na Bíblia o vinho simboliza “alegria, prazer.” Quando a razão da nossa alegreias acaba podemos correr o risco de não achar mais motivo de ter alegria na na vida. Quando o vinho acaba, o prazer da festa de casamento termina. Isso indica que, não apenas o deleite da vida é terminado, mas também termina a vida humana. Não importa quanto prazer você esteja desfrutando, os prazers terrenos são temporários, todo o seu deleite humano chega ao fim. 15 | Apresentando Jesus - Sermonário


A despeito de quão boa sua esposa, seu marido, seus pais, seus filhos ou seu emprego possam ser, eles não podem te dar uma alegria permanente. Quando o vinho se acaba, a festa termina, pois esta depende dele. Você não crê que, antes de ir a Caná, o Senhor Jesus sabia que o vinho iria terminar? Certamente Ele o sabia de antemão, pois esta foi a razão de sua ida até lá. O Mestre não foi pego de surpresa. O Senhor Jesus sabia, antecipadamente, que o vinho se esgotaria, e foi até lá, tratou com a situação e a supriu. Quando o Senhor veio ao mundo, veio para uma situação onde o deleite humano existia, porém não era duradouro. Veio para uma situação onde os problemas, a dor e o sofrimento terminam com todo o deleite humano. C. O poder transformador O vinho não desapareceu derrepente, ele foi acabando lentamente. Assim acontece conosco, a maior parte dos nossos problemas surgem e vão se intensificanto devagar, até que não podemos mais controlar. O esgotamento do vinho é a sinalização que precisamos tomar as devidas providencias, é preciso ter atitudes. Quando o vinho está se esgotando, sabemos que nossa festa de casamento logo terminará. Mas louvado seja Deus pois em nossa festa de casamento temos o Senhor! Não precisamos temer, pois Ele pode transformar a água em vinho. Antes de realizar o milagre, o Senhor disse às pessoas que enchessem as talhas com água (vs 6-7). As talhas comportavam em média de 80 a 120 litros de água. Elas podem representar os seres humanos sem Cristo. Nada somos senão “TALHAS VAZIAS”, vasos para con¬ter alguma coisa. Algumas pessoas se sentem vázias, cheias de depressào e angustia, mergulhadas em um oceano de crise existencial, sem razão para viver. Outros não tem nada além de água dentro de si, procuram encher sua vidas com prazeres e coisas sem real valor. As talhas eram usadas nos ritos de purificação (v 6), uma prática da religião judaica. Os ritos judaicos de purifi¬cação com água simbolizam a tentativa religiosa para tornar as pessoas limpas moralmente. Os judeus ánti¬gos cuidavam em lavar-se e conservar-se limpos e puros na adoração a Deus. O Senhor disse aos servos que enchessem as talhas com água, e eles as encheram completamente (v 7). O que isso significa? Significa que os seres humanos estão vazios e que somente Deus pode e deseja preenchê-los totalmente com a verdadeira alegria. O Senhor Jesus transformou essa água em vinho de uma maneira maravilhosa. Esse milagre não apenas mostra que o Senhor Jesus pode chamar coisas que não exis¬tem à existência (Rm 4.17), como também mostra que Ele pode transformar a sua tristeza em alegria, pode converter o pranto em riso, morte em vida. Quando o Senhor transforma a nossa água em vinho, esse vinho, em nossa festa de casamento, nunca termina. Uma vez que fomos regenerados, a vida, com seu deleite espiritual, durará eternamente. Teremos uma festa eterna de casamento que nunca terminará. 16 | Apresentando Jesus - Sermonário


D. O melhor vinho Essa festa não está em nossa vida original, mas na nova vida que recebemos por meio da regeneração. Do mesmo modo que o mestre-sala descobriu que o novo vinho é melhor do que o velho (vs 9-10), assim também nós descobriremos que a vida que recebemos de Deus através da regeneração é muito melhor do que a velha vida natural. A nossa antiga vida, simbolizada pelo vinho pobre, era muito inferior. O Senhor não nos deu a melhor primeiro, porém, por último. A primeira, a vida humana, criada, é uma vida inferior; a melhor vida é a segunda, a vida divina, com Cristo, a vid¬e eterna. Essa vida é a melhor porque é a vida do próprio Deus em Cristo. Então assim, nosso prazer durará eterna¬mente. Temos deleite eterno, pois Cristo nos levou da morte para a vida. Ele, como nossa vida eterna, duradoura, pode manter nossos prazeres e deleites para todo o sempre. Uma festa de casamento começou quando fomos salvos, e nunca terminará. Há sempre alegria por dentro, há sempre uma festa de casamento interior porque temos o vinho divino que é a vida divinao, o próprio Senhor. Todos nós tivemos esse tipo de experiência. Antes de sermos salvos, éramos as talhas vazias ou saturadas de água sem valor. Um dia dissemos: “Senhor Jesus”, e Ele veio e transformou a nossa vida. A despeito do tipo de situação que possamos estar, se entregarmos nosso caso ao Senhor Jesus, Ele transformará essa morte em vida. Até mesmo os maridos e esposas cristãos, por exemplo, podem chegar a um ponto de sua vida conjugal em que a alegria acaba em seus casamentos. Parece que são incapazes de prosseguir na sua vida conjugal. Todavia, se eles se abrirem suas vidas a Cristo, Ele transformará qualquer situação. Em muitos casa¬mentos, o Senhor já realizou estas transformações. E. Sinais No evangelho de João, os milagres de Jesus são chamados de sinais, (2.23; 3.2; 4.54; 6:.2, 14, 26, 30; 7.31; 9.16; 10.41; 11.47; 12.18, 37; 20.30). Um sinal é aquilo que representa alguma coisa. Uma luz vermelha, por exemplo, é um sinal que indica que devemos parar. Todos os milagres realizados pelo Senhor Jesus, conforme registrados no evan¬gelho de João, foram não apenas milagres, porém sinais. O versículo onze diz que, no início de seus sinais em Caná da Galiléia, Jesus manifestou Sua glória, e Seus discípu¬los creram Nele. A divindade do Senhor foi manifestada ao transformar a água em vinho. É possível que o Senhor permita que o vinho se acabe em certas situações de nossa vida a fim de que Ele possa ter uma oportunidade de manifestar Sua gória sobre nós. Conclusão Todos precisamos admitir que a alegria está desaparecendo de muitas famílias e que o divórcio é uma dura realidade que esmaga as esperanças. O bom vinho está acabando muito mais cedo que podíamos imaginar. Conflitos e desentendimentos substituem s boas palavras e a harmonia. 17 | Apresentando Jesus - Sermonário


Precisamos reconhecer que a situação está fora de controle e permiritir que a realidade venha à superfície sem nenhuma maquiagem ou hipocrisia; então o Senhor Jesus entrará em cena com seu poder transformador. Devemos assumir que não somos suficientes e que sem Ele nada podemos fazer para sermos melhores maridos, esposas e filhos. Por falta desta consciência muitas de nossas orações têm ficado sem resposta. Se você está precisando que que Jesus transforme alguma situaçào difícil em sua vida, permita que Ele transforme sua vida, primeiro. Se Ele estiver em seu coração, quando surgirem os momentos escuros ele fazrá brilhar Sua glória, restaurando a verdadeira alegria.

18 | Apresentando Jesus - Sermonário


Jesus, o amigo dos discípulos de Emaús Lucas 24.13-35

Pr. Fernando Lopes de Melo

Introdução Todos os relatos da páscoa recolhidos no evangelho deixam ver com clareza que os discípulos resistiram em crer na realidade da ressurreição de Jesus. Certamente, no pensamento religioso de Israel não existiu nada similar a uma ressurreição “dentro da história” como acontecimento que se pudesse experimentar já no presente. Quando se falava de “ressurreição dos mortos” entendia-se como uma promessa para o final dos tempos, mas não como algo acontecido dentro da vida daqui de baixo. A ressurreição de Jesus dá significado à existência humana e potencializa os filhos de Deus para enfrentarem as lutas diárias. O Cristo vivo precisa ser convidado a permanecer no seio da família, habitando em cada coração. I - Um dia de negras nuvens Apesar do sol radiante naquela dia da ressurreição, dois discípulos caminham em desolação, afastando-se da cidade de Jerusalém. Jesus se aproxima deles e caminha junto. Mas eles não o reconhecem. Um é chamado de Cléofas e o outro não é identificado pelo nome. Não compreendiam sua morte, mas não podiam negar seus milagres. Sabiam até que algumas mulheres, naquele dia tinham ido ao sepulcro e o haviam encontrado vazio. Sabiam também que uma delas dissera ter visto o Senhor vivo e que alguns apóstolos asseveravam o mesmo. Mas, eles estavam abalados, e sua perturbação lhes tirara a paz. Por isso saíam eles de Jerusalém. Sair de Jerusalém, a cidade da paz, significa exatamente isto: abandonar o local onde reside a paz. Emaús significa desejo de conselho. E bem faziam eles, pois quem perdeu a paz, deve buscar conselho. Para atingir Emaús deveriam caminhar sessenta estádios (cerca de 11 km). Iam juntos. Não sem motivo: quando estamos sozinhos é mais fácil ceder à tentação, especialmente se estamos perturbados, como era o caso dos dois discípulos. Iam, pois juntos, para protegerem-se, consolarem-se resistirem à tentação. Além disso, iam conversando, dando ajuda um ao outro, pois quem está fraco deve buscar apoio para não cair. Nas lutas da vida os membros da família devem estar juntos dando suporte e apoio, compartilhando as alegrias e pesares, sendo mais que simples companhia. Dividindo os dissabores, buscando encontrar a esperança. Falavam sobre a Paixão do Cristo, tentando compreender o que ela significava e como se harmonizava com tudo o que o Mestre ensinara e com os milagres que praticara. Iam pelo caminho, em busca de conselho, ajudando-se caridosamente, meditando e conversando piedosamente para vencer a perturbação em que se achavam. Iam juntos pelo caminho aqueles dois discípulos de Cristo, falando de Cristo e esperando nEle. Estavam unidos em seu nome. 19 | Apresentando Jesus - Sermonário


Por isso, “aproximou-se deles o próprio Jesus e ia com eles.” Ele havia prometido: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu Nome, Eu estarei no meio deles” (Mt 18.20). A família deve se reunir diariamente em nome de Jesus. Em meio aos problemas da vida, muitas vezes ficamos sem esperança, não percebemos a presença do Ressuscitado. Como Jesus perguntou aos dois também pergunta a você: “Sobre o que vocês estão conversando, qual é o problema?” II - Quando a esperança se vai Eles respondem tristes, nervosos, irritados: “Você não sabe o que aconteceu em Jerusalém, nestes dias?” – “Que foi?” – “A morte de Jesus, o Nazareno.” Cristo estava com eles, era dia e eles não o reconheceram, porque “os seus olhos estavam como que fechados.” Era dia claro, eles olhavam a “Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1.9), mas não viam. Não viam o Mestre ressuscitado que eles buscavam. “E nós que esperávamos que fosse ele o libertador de Israel!” – “Como sois lentos para crer o que os profetas falaram! Acaso não era necessário que o Cristo sofresse, para entrar na Glória?” As palavras de Jesus acendem a esperança nos discípulos. Na desolação, é bom abrir-se, confrontar com alguém. Como Jesus não derrubou o Império Romano, como eles esperavam, eles continuaram a desejar algum tipo de insurreição como resultado de Sua morte – algo que fizesse o povo judeu recuperar o controle político. Mas a morte de Jesus não promoveu nada disso. Até mesmo Seus discípulos mais íntimos pareciam ter desaparecido. O que poderia ser uma oportunidade de ação já havia desaparecido (já havia três dias que Ele havia morrido). O que esta história deve nos ensinar é a importância de não sobrepormos nossos próprios desejos, nossa vontade, nossas expectativas, à compreensão da doutrina. Precisamos ser submissos ao que a Palavra de Deus ensina, mesmo que ensine coisas não exatamente iguais ao que gostamos. Precisamos ser submissos à Palavra; a história do cristianismo está cheia de tristes histórias do que acontece quando a Palavra de Deus é submetida aos desejos humanos. Ao ouvir estas palavras, Jesus exclamou, repreendendo-os como “néscios e tardos de coração”. Néscios, por não compreender o que haviam dito os Profetas e se realizara em Cristo. Eles haviam lido, relido e meditado as Escrituras. Haviam presenciado o que as profecias anunciaram. Néscios, por não entender. Tardos de coração, por custar a aceitar. De que adiantara ler as Escrituras, se não entendiam, nem quando viam sua realização? De que adianta, hoje, tantos lerem e citarem a Escritura interpretando-a de acordo com seus interesses, sem aceitarem a vontade de Deus Então o forasteiro lhes explicou como em Cristo se realizara tudo o que Moisés e os profetas haviam anunciado. E às suas palavras o coração deles se abrasava de amor e de entusiasmo. Mas ainda mantiveram os olhos “como que fechados.” Certamente o Espírito Santo está fazer aquecer o seu coração pela exposição da palavra do Senhor, mas ela só iluminará sua vida se você permitir. 20 | Apresentando Jesus - Sermonário


O evangelho aquece a alma e ilumina o caminho mostrando o que devemos fazer para que a esperança inunde nossa vida. III - Basta um convite Haviam já chegado perto de Emaús e o forasteiro, que batera à porta de seus corações, deu a entender que prosseguiria seu caminho. Eles então o convidaram a cear com eles: “Fica conosco.” E Ele entrou e ceou com eles. Ele continua desejando entrar em nossa casa, em nossa vida, em nosso coração: “Eis que estou à porta de teu coração e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e me abrir a porta, entrarei nele e cearei com ele e ele comigo” ( Ap 3.20). “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entra para ficar com eles. À mesa, Jesus toma o pão, abençoa e lhes dá. “Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram”. Jesus desaparece da vista deles, mas fica no seu coração. “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos explicava as Escrituras?” A experiência é tão extraordinária, que os discípulos precisam levar à notícia, naquela mesma noite, a Jerusalém. Cheios de alegria e plenos de paz, os discípulos de Emaús voltaram às pressas a Jerusalém, onde encontraram os apóstolos jubilosos dizendo que o Senhor estava vivo. Narraram então o que lhes sucedera, “e como O tinham reconhecido ao partir do pão. Faça como os discípulos de Emaús e peça: Fica conosco Senhor, para que você possa reconhecê-lo como fonte da verdadeira felicidade. A palavra convoca, oferece espaço de realização, de revitalização, abre-se para o diferente. O “Espírito” que se move na profundidade do nosso ser deve nos despertar para a luz. O chamado de Deus nasce muitas vezes de situações incompreensíveis, e em circunstâncias tão humanas e concretas. Os problemas tornam-se comuns em toda parte do mundo. Neste contexto global surgem novos desafios à vida familiar. Mudanças nos padrões morais, problemas da justiça e da paz, a pobreza de grandes massas de população, os problemas e tantos outros desafios acumulam-se de modo impressionante. Como defender a vida em todas as suas fases? Como tocar no coração das crianças, dos adolescentes, da juventude e das famílias com o fogo caloroso da Palavra do Senhor? Quando se apresentam situações novas e desesperadoras, em Cristo serão reveladas, também novas maneiras e poder para enfrentálas. IV - Jesus se revela no lar Os discípulos reconheceram Jesus “ao partir o pão”. Em Israel nunca se partia o pão com faca. E todas as refeições se iniciavam com este gesto de partir o pão, feito por quem presidia a mesa. Jesus deve ter tido uma forma particular de fazer isso quando comia com seus companheiros e este foi o sinal através do qual identificaram quem era o peregrino desconhecido. Quando os discípulos perceberam que o estranho que caminhara ao seu lado era o Jesus ressuscitado, de repente tudo se encaixou, porque o “Estranho” ligou racionalmente os pontos da história desde Moisés até a cruz e traçou o quadro maior da redenção espiritual. 21 | Apresentando Jesus - Sermonário


Jesus poderia ter se revelado aos discípulos ainda em Jerusalém, ou mesmo durante a caminhada, mas guardou esse precioso momento para o instante de intimidade, comunhão e informalidade de uma refeição doméstica. O ambiente era favorável e Jesus os abençoou, não porque os anfitriões eram pessoas nobres, honradas e especiais, mas porque em suas necessidades convidaram o Salvador para estar com eles. Que exemplo para fortalecermos nossa experiência religiosa no lar, em família e individualmente. Eles estavam tão concentrados em sua decepção que deixaram de perceber a iluminação e a claridade que estavam bem à sua frente. De que modo as coisas nos foram apresentadas tão claramente e ainda, no momento, pela dureza de nosso coração, as perdemos completamente? Como podemos evitar enganos semelhantes? Conclusão Não há dúvida sobre a absoluta importância da ressurreição de Cristo para nossa fé. Sem ela, realmente, não mais haveria importância no que Jesus fez aqui. O que Sua morte na cruz teria feito por nós se Ele não houvesse ressuscitado? Que bem todos os Seus ensinos nos fariam se Ele continuasse na sepultura? Qual seria o significado de nossa fé sem a ressurreição de Cristo? Ao falar a esses discípulos, Jesus os ajudou a entender não só a historicidade do plano da redenção, mas também seu propósito para cada pessoa na Terra. Jesus os ajudou a ver seu lugar e papel individual no plano divino de salvação. Assim que eles entenderam, aceitaram e apreciaram os eventos daquele fimde-semana As experiências vividas com o Senhor no passado devem fortalecem sua fé e suas convicções diante das dificuldades de hoje. Devem ajudá-lo a tomar decisões ao lado de Cristo e fazer com que você sinta a urgência em compartilhar com outras pessoas as alegrias da salvação. Você deve demonstrar gratidão a Cristo, aceitando Seu sacrifício por você. Em uma época de guerra, terror e desastres naturais, a tumba vazia lhe diz que Deus é poderoso e está no controle. A ressurreição de Jesus teve um efeito profundo sobre todos, especialmente sobre os de Seu “círculo íntimo” – Seus discípulos e familiares imediatos. Mas, ela deve afetar suas relações familiares, sociais e interações comunitárias.

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Jesus, o Amigo de Simão Lucas 7.36-50

Pr. Fernando Lopes de Melo

Introdução No tempo em que Jesus viveu entre nós havia algumas divisões entre o povo de Deus. Um dos seguimentos mais reispeitados, por sua religiosidade, eram os fariseus. Fariseu é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C., foram os criadores da instituição da sinagoga. A palavra fariseu basicamente quer dizer “separar”, “afastar”. Assim, o nome é normalmente interpretado como “aqueles que se separaram” do resto da população comum para se consagrar o estudo da Torá e das suas tradições. Todavia, sua separação não envolvia um isolamento dos demais, já que julgavam ser importante o ensino à população das escrituras e das tradições dos pais. Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma imagem de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa “fariseu”, comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes. Os fariseus eram uma seita de grande influência em Israel devido ao ensino religioso e político. Eram os principais mestres nas sinagogas. Hoje em dia o termo fariseu pode soar negativamente, mas no passado não era assim. Um convite especial Um fariseu, chamado Simão, convidou Jesus para jantar. Mesmo não compreendendo tudo a respeito de Jesus, ele sabia o suficiente para ter a convicção de que se o Mestre fosse a sua casa ele seria abençoado. Cristo só espera um convite para estar no lar de Seus filhos. Apesar da hostilidade crescente de proeminentes membros da seita farisaica que O contestavam, o Mestre aceitou o convite. Jesus foi até a casa dele e sentou-se para comer. Naquela cidade morava uma mulher de má fama. Ela soube que Jesus estava jantando na casa do fariseu. Então pegou um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, e ficou aos pés de Jesus, por trás. Ela chorava e as suas lágrimas molhavam os pés dele. Então ela os enxugou. Algo inusitado, sem dúvida. Chocante! Não obstante, normal na vida judaica daquele tempo. Personalidades ilustres eram homenageadas assim, em manifestações de humildade e submissão. Na última ceia, quando transmitiu as derradeiras instruções, Jesus lavou os pés dos discípulos. Inverteu as posições, a fim de oferecer a lição inesquecível: A verdadeira grandeza exprime-se na disposição de servir. Simão se escandalizou quando viu a mulher beijando os pés de Jesus: “Se este homem fosse, de fato, um profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida de pecado que ela leva” v 39. Seu juízo é apressado e infundado. Faltou-lhe o discernimento para, na expecadora, ver e interpretar os sinais de um arrependimento perfeito, pois são notórios os efeitos do de sua vida transformada estampados na face. Muitos deixam de desfrutar a alegria da companhia de Jesus por não convidá-lo a fazer parte de sua vida, outros têm um comportamento inadequado quando estão com Ele. 23 | Apresentando Jesus - Sermonário


Jesus, o médico da família Quando Cristo andou entre os homens fez muitas curas e milagres, mas a maior de todas as enfermidades que ele curou e ainda cura é o pecado. Como médico da alma, traz o bálsamo do Seu perdão para o pecador. Diante dos dois enfermos expressou Seu amor. A pecadora tinha experimentado a cura, mas Simão que recebera o Salvador em sua casa, ainda não bebera da água da vida, que restaura e satisfaz. Aquela mulher chorava de gratidão, mas o fariseu, orgulhoso pela sua falsa justiça, achava que tinha o suficiente – Cristo estava em sua casa. Ali estavam dois réus. Ambos haviam ofendido a Deus em graus diferentes e necessitavam, portanto, do perdão. A pecadora estava tomada por um arrependimento perfeito e foram-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou. Quanto ao fariseu, o Senhor lhe externa sua disposição em perdoá-lo, mas seria necessário, da parte dele, fé e maior amor. Indispensável era ao fariseu reconhecer seu débito para com Deus e pedir-Lhe perdão, mas ele assim não procedeu, por ser orgulhoso. Quantas pessoas no mundo sofrem com o peso da culpa, quantas famílias arruinadas por causa do pecado. Quanto sofrimento por falta do perdão. Quando Cristo é convidado para estar em nossa casa, ele restaura individualmente os membros da família e solidifica as bases do lar. O perigo dos julgamentos humanos Em nossas relações interpessoais julgamos as pessoas a cada instante. Seus gestos, suas palavras, seus atos e até suas intenções. É praticamente impossível viver sem julgar. Quando as Escrituras nos advertem quanto ao perigo do julgamento (Mt 7.1, Lc 6.37), se referem às limitações de compreensão e visão humana para um justo juízo e das implicações de uma sentença indevida. Só Deus pode julgar corretamente. Neste caso a pecadora é oficial e publicamente perdoada. Quanto ao fariseu, resta-lhe decreto de Nosso Senhor: “os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus” (Mt 21.31). Esta sentença pode ser a nossa quando criticamos ou censuramos os outros. Sobretudo aqueles que a sociedade marginaliza e considera como pecadores públicos. Enquanto, nós cristãos, muitas vezes excluímos os pecadores, o Salvador diz: “A tua fé te salvou. Vai em paz” v. 50. Ao fariseu, Jesus quer ensinar que não se deve julgar alguém só pelo exterior ou por suas sombrias experiências do passado. Aquela mulher ama demais, por isso não se importa com regras, convenções, etiquetas. Quer apenas demonstrar sua devoção, sua gratidão, seu carinho sem limites. O amor de Deus não exclui nem descrimina Os grandes mestres religiosos, austeros e dotados de sensibilidade, facilmente identificariam a visitante. Jamais permitiriam que uma mulher de reputação questionável os tocasse. O contato com prostitutas tornava o homem impuro, algo que lhes seria inconcebível. Enquanto Simão pensava consigo mesmo: Seria Cristo um falso profeta? Jesus lhe diz: Simão, tenho algo a lhe dizer. – Fala, Mestre. – Certo homem tinha dois devedores: um devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta (O denário, moeda romana, equivalia a um dia de trabalho). 24 | Apresentando Jesus - Sermonário


Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou a dívida a ambos. Qual deles, portanto, lhe terá maior amor? Respondeu Simão: Suponho que foi aquele a quem mais perdoou... Fitando-o com complacência, Jesus comentou: Você está certo. E apontando a mulher, disse: – Olhe esta mulher? Entrei em sua casa e você não me deu água para os pés; ela, porém os regou com lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Você não me saudou com um beijo; ela, porém, desde que entrei, não cessou de beijarme os pés. Você não ungiu minha cabeça com óleo; ela, porém, ungiu com perfume os meus pés. Por isso te digo: perdoados lhe são os pecados, que são muitos, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. O Pai não quer perder nenhum de seus filhos. Por isso, jamais nos marginaliza. Ao invés de nos destruir quando nos comprometemos com o mal, concede-nos a bênção de experiências que nos redimem. Por isso, quando reconhecemos nossos desvios, tanto maior deve ser nossa gratidão e o empenho por corresponder ao amor divino. Jesus convive sem problemas com o fariseu, comprometido com a hipocrisia e com a mulher, comprometida com a prostituição. O amor jamais discrimina. A resposta da mulher evidenciou-se na disposição de servir. Naquele momento não era a pecadora quem ali estava, mas a serva amorosa, disposta a homenagear aquele mensageiro celeste que lhe dera com uma vida diferente. Fariseus modernos Atitudes farisaicas campeiam por todos os lados e não faltam pessoas para manifestá-las. Diante de sua suposta “decência”, de sua boa educação, de sua boa família, do dinheiro que têm, constroem uma barreira para se separar dos de baixo. Não só se acham superiores, de maior valor, mas também chegam a identificar o cristianismo com sua classe social ou com a sua moral de aparências. Temos que nos acautelar, pois esta farsa, que nada tem a ver com o evangelho, bate a porta de todo coração humano. Ao identificar ou rotular alguém como sendo “fariseu” podemos estar agindo como eles. As virtudes cristãs são primeiramente as atitudes de solidariedade e de igualdade entre os homens, contrárias a todo sentimento de orgulho ou de discriminação. Nem na Simão ou em qualquer outra situação, Jesus reclamou para si um trato especial, de preferência, como o que exigem os grandes deste mundo, que se odeiam de servos, de luxo ou de distinções. O que Jesus reclamou sempre foi um tratamento de respeito, de condescendência, para com os marginalizados e com os pobres. Não quis privilégios para si, mas igualdade para todos. Na parábola sobre o tema do perdão narrada por Jesus ao fariseu ele deixa uma grande lição. O pecador redimido sabe realmente o que é o perdão e, por isso, é o único que pode ser agradecido. O fariseu, orgulhoso e arrogante, nunca compreenderá isso, pois não acha que deva ser perdoado por nada. E tampouco sabe agradecer. O agradecimento por experimentar o perdão – dimensão básica na relação do Homem com Deus – não está ao alcance de quem já se acha bom. A religião é o caminho pelo qual Deus se revela ao homem, mas podemos correr o risco de sermos religiosos sem ser espirituais. Isto é farisaísmo. 25 | Apresentando Jesus - Sermonário


Transformando a religião em bem de consumo Assim como o fariseu, muitas pessoas têm buscado a Cristo para satisfazer seus interesses pessoais, o que poderíamos chamar de cristianismo de consumo. No cristianismo de consumo ouve-se uma propaganda sutil, mostrando todas as coisas que Deus oferece à humanidade. Essa maneira de viver a fé tornou-se tão comum que é até difícil para alguns cristãos reconhecerem que há algum problema nisso, sem falar em discernirem quão duvidoso é se as pessoas alcançadas foram realmente salvas. Qualquer pessoa que é nascida de novo pelo Espírito de Deus tem um coração novo, cheio de amor genuíno por Deus e pelos outros, como também pela Palavra. Ele ou ela é uma nova criatura e, ainda que não seja perfeita, dentro dela existe um coração que deseja agradar a Deus mais do que a si mesma. A experiência da mulher na casa de Simão nos mostra como é essencial a convicção de pecado quando alguém vem a Cristo. Os fariseus, cheios de si e virtuosos aos seus próprios olhos, tinham pouca ou nenhuma convicção de pecado, portanto, não procuravam perdão. A mulher, pelo contrário, não pensou em si mesma, ou no desprezo dos convidados daquele jantar. Sua gratidão a Jesus, por ter lavado os seus pecados, a compeliu a morrer para si mesma e a viver para Ele. O fariseu esperava receber algum favor do Grande Mestre de Israel, algum ensinamento privilegiado, ver algum milagre acontecendo diante de seus olhos, dentro de sua casa, ou qualquer coisa que atendesse suas necessidades. Na verdadeira religião a presença de Cristo na vida é a maior bênção, o que vier, além disso, é resultado e conseqüência. O evangelho de acordo com o cristianismo de consumo, por outro lado, apela para o ego, colocando a ênfase em coisas (verdadeiras ou distorcidas) que vêm ao encontro das necessidades expressas dos perdidos. Jesus veio salvar os pecadores, não os consumidores. Conclusão O Mestre Jesus Cristo nunca discriminou os pecadores por causa de seus pecados. Embora odeie o pecado, Ele ama os pecadores. O Salvador demonstrou amor e paciência com ambos, o fariseu e a pecadora. Quando você entrega sua vida a Cristo você não recebe um certificado de garantia contra os problemas da vida. Injustiça, traições, mentiras, abandono, dor e decepções podem te cercar todos os dias. Mas, o bem maior da graça estará em seu coração. Apesar do muito sofrimento que um amor muito grande pode trazer, não é nada em comparação com a alegria do perdão recebido, da paz experimentada, da vida resgatada e do sentido reencontrado. Em meio à precariedade e fragilidade das relações amorosas de hoje, a pecadora redimida, que levou a verdadeira bênção à casa do fariseu, pode ensinar a homens e mulheres que o amor ainda é a única coisa que dá sentido à vida. Jesus sabia o que se passava no coração do fariseu e que a mulher entraria na casa dele. O Mestre sabe tudo. Ele foi a casa daquele homem para salvá-lo, para que ele conhecesse o verdadeiro amor e a verdadeira religião. Hoje, Jesus quer entrar em sua casa e em seu coração. Ele te ama e quer você o ame também. Aceite o Seu amor.

26 | Apresentando Jesus - Sermonário


JESUS, O AMIGO QUE RESTAURA O LAR Lucas 15: 11-32

Pr. Juracy Santiago Castelo

Introdução A parábola do filho pródigo é uma das mais bonitas e mais conhecidas que Jesus contou. Um jovem insatisfeito sai da casa de seu pai no campo para viver uma vida de prazeres envolvendo-se com o mundo e suas atrações fatais. Após um curto período longe do lar, cansado de sofrer, passar fome e ser humilhado, volta e é recebido com muita festa e alegria pelo saudoso pai. Este rapaz é conhecido com o filho pródigo. O dicionário Aurélio classifica o termo “pródigo” como gastador, esbanjador, dissipador, perdulário, desperdiçador. O primeiro filho citado na parábola ganhou esse titulo depois de haver desperdiçado uma parte dos bens de seu pai. Geralmente classificamos de pródigo o filho que saiu de casa. Porém nesta parábola existe outro pródigo que nunca abandonou a casa paterna, nunca fez nada de errado, nunca transgrediu um só mandamento do lar e, no entanto também era um desperdiçador. Assim como seu irmão mais novo, não soube aproveitar as bênçãos da casa paterna. Desperdiçou o que de mais importante há, que é o convívio abençoado do ambiente familiar, a companhia do pai. Desperdiçou as bênçãos e a comunhão do lar paterno. Não valorizou, nem desfrutou do carinho do pai O filho caçula estava insatisfeito e saiu de casa, enquanto que o mais velho estava insatisfeito e não fez nada. Continuou em casa – morto, perdido e frustrado. INSATISFAÇÃO DETECTADA Vivemos hoje na era da insatisfação. Pais insatisfeitos com os filhos, filhos insatisfeitos com os pais, empregados insatisfeitos com patrões, patrões insatisfeitos com empregados, igrejas insatisfeitas com pastores e pastores insatisfeitos com igrejas. Cristãos insatisfeitos com Deus. Quando a nossa insatisfação se traduz em reclamações, amargura de alma, murmurações e pessimismo; podemos, inconscientemente, estar declarando que Deus não é tão bom. Que Ele como Pai poderia ser melhor, mais atencioso, estar mais presente na vida de Seus filhos. E mesmo que não digamos nada com os lábios, as nossas atitudes nos denunciarão como aconteceu com o filho mais velho da parábola. INSATISFAÇÃO REVELADA Ao voltar da jornada no campo e ouvir o som das musicas, das vozes e dos gritos de júbilo, o filho achou que algo estava errado. Logo sua suspeita se confirma. Revelou naquele momento a sua insatisfação. Muitos procedem dessa maneira. Remoem por anos uma situação que poderia ser resolvida com diálogo e oração. Quando não se entra na casa de Deus, não se concretiza a adoração. O pródigo que não aceita a paternidade divina irá se sentir sempre injustiçado, desamparado e rejeitado. A vida vai se acabando até chegar ao estado mais critico do lamaçal do coração. 27 | Apresentando Jesus - Sermonário


VISÃO EQUIVOCADA “A quanto tempo lhe sirvo” v 29. O filho mais velho via o pai como um patrão. Pobre rapaz. Que imagem tinha ele do pai. Ele se sentia como servo e não como filho. Na sua concepção ele não tinha um pai, mas um patrão para quem trabalhava e esperava em troca alguma recompensa. Não havia nada de afeto, carinho, graça, misericórdia nessa relação. Só lei e interesse. Uma coisa é preciso destacar: nunca poderá haver contentamento na obrigação. Só no amor há verdadeira alegria. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” Jo 1.12. Agora estava revelado, ele não conseguiu sair de casa por viver sob o fardo da obrigação e pela insegurança quanto ao que lhe poderia ocorrer fora da casa paterna. Toda ação motivada por estas duas razoes não agradam a Deus. Se até aqui temos sido fieis a Deus, motivados pela obrigação ou segurança, está tudo errado. Precisamos reavaliar nossa conduta e dar um novo começo a nossa vida. Ele revela que o seu conceito de alegria estava intimamente ligado à existência de bens materiais: “Nunca me deste um cabrito para me alegrar com os meus amigos” v 29. O conceito de felicidade do filho diferia do conceito do pai. Para o pai matar o bezerro era o resultado de sua felicidade pela volta do filho mais novo. Ou seja, o pai matou o bezerro porque estava feliz. O filho mais velho só se sentiria feliz se matasse o cabrito. Quanta diferença. Enquanto para um a morte do animal é o resultado, para o outro é o motivo da alegria. INSATISFAÇÃO CONFRONTADA O que o pai da parábola fará para conquistar o filho revoltado? Se ele exigir, o filho entrará em casa e participará da festa mesmo a contragosto. Afinal ele se sente como servo e sabe muito bem cumprir ordens. Mas não é o que o pai deseja. “Meu filho...” v 31. O pai demonstra amor. O rapaz em nenhum momento o chama de pai. O mais moço embora partindo, ao regressar reconhece isto dizendo “meu pai.” Qual é a visão que você tem de Deus? Tem-lhe sido um pai ou um patrão. “Tu sempre estás comigo” v 31. Este era um privilegio que o filho caçula abrira a mão e depois se arrependera amargamente. O filho mais velho tinha o melhor pai e não percebia. Tinha todos os motivos para se sentir feliz e satisfeito, pois o pai estava com ele, porém não enxergava a preciosidade de sua presença. Tem você percebido a presença de Deus em tua vida ou está em busca de algum motivo de maior valor para poder começar a ser fiel a Ele? “Tudo o que é meu é teu...” v 31. Todas as coisas, bens, casas, animais, o campo, os empregados, a plantação, toda a herança estava à sua disposição. Não como um pagamento feito a um servo, mas como um direito de filho. Nunca havia matado um cabrito para se alegrar com os amigos porque nunca quis fazê-lo, não assumiu sua posição de filho, não tomou posse do seu direito. Poderia ter assado quantos bezerros quisesse para celebrar suas alegrias. PRÓDIGOS DO SÉCULO XXI Dores e sofrimentos surgem quando as pessoas se encontrarem foragidas do caminho da verdade. As drogas e a prostituição contribuírem para desviar os filhos de Deus. Elas têm destruído muita gente, cujo sofrimento aumenta muito mais, quando não se acha o Caminho que liberta das amarras do mal. 28 | Apresentando Jesus - Sermonário


Os filhos que se desviaram do caminho da retidão e do amor são muitos,e alguns só mediante a dor vão um dia se conscientizar de sua participação na construção de uma vida melhor. O filho pródigo é aquele que retorna ao seio da casa paterna, mas não somente por ter esgotado os recursos que levou dos pais para usufruto nos motéis, noitadas, prazeres ou qualquer forma de abuso que alimenta a inferioridade do ser humano. O bom mesmo, é que o ser humano se conscientize, sem ter que sofrer as conseqüências do seu distanciamento. O distanciamento de Deus se reflete em uma realidade do ser humano que mata sem piedade, com requintes de crueldade. Cheios de ódio, raiva, ira, e desejo de praticar violência. Muitas pessoas possuem a impulsão pelo furto, pelo roubo e pela maldade. Maledicências, machismo, neuroses, psicopatias, patologias sociais, homicídios e tantos desequilíbrios humanos, fazem com que as pessoas continuam a vagar por este mundo afora, precisando de ajuda. O CARÁTER DO PAI Conta-se que certa ocasião um indivíduo deitou bastante preocupado com a sua relação com o Pai celestial. Sonhou que ouvia uma voz que lhe dizia: Deus não possui netos. Deus não possui netos. Acordou com a certeza que Deus desejava ter uma relação de pai e filho. Não de patrão e servo. No conflito do filho pródigo com seu irmão temos o retrato do nosso dilema entre a aventura e a fidelidade a Deus. Na cena do filho pródigo que passa fome, temos o retrato da nossa miséria quando afastados de Deus. E no abraço acolhedor que o pai dá, no filho que volta pra casa, temos a mensagem do amor incondicional de Deus. A parábola ensina uma nova imagem de Deus. A experiência de fé de Jesus permitiu que Ele chamasse Deus de Pai, tirando de Deus aquele ar austero e distante. Pode-se até dizer que o cristianismo nasce dessa experiência de poder chamar Deus de Pai. O Deus de Jesus e dos cristãos é um pai amoroso; que disciplina, mas ama o perdão. A parábola também ensina e provoca uma nova imagem de pai, alicerçada no perdão, no amor incondicional e no abraço. Esse pai zela pela disciplina na educação dos filhos, mas não a confunde com agressividade ou violência. Coloca limites necessários, mas não os confunde com restrição da liberdade. É um pai que às vezes se fecha e diz não, mas que também arrisca, confia, abre os braços e solta o filho. UMA REPRESENTAÇÃO DA HUMANIDADE O filho mais velho representa a justiça própria do coração natural, terrível obstáculo para a salvação. A justiça própria produz a ira e o ódio quando a graça é manifestada. “Ele se indignou e não queria entrar”. Ele se exclui a si mesmo da alegria reinante na casa do pai. Ele queria estar ano lugar do seu irmão, não por causa do amor do pai, mas por causa da sua própria conduta, de sua obediência e suas obras. Para alguns cristãos é absurdo pensar que as pessoas com uma vida distante de Deus, praticando toda sorte de pecados, possam ter direito ao gozo da casa paternal. Mas Deus não age deste modo, para Ele a justiça própria do homem é declarada nula e sem valor. O que a si mesmo se justifica não sente nenhuma simpatia pelo caráter e conduta do pai, e não tem nenhuma comunhão com o regozijo paterno. Assim fazem todos aqueles que querem ser justificados com fundamento nas suas obras; eles recusam a graça de Deus e perseguem os que estão salvos pela graça de Cristo. 29 | Apresentando Jesus - Sermonário


A TERAPIA DO ABRAÇO Algumas pessoas afirmam que abraçar faz bem pra saúde, pois a sensação produzida no abraço proporciona reações bioquímicas que contribuem para o prazer, alegria e senso de aceitação. Isto se dará com, no mínimo sete abraços despretensiosos, amigos e sinceros; por dia. O ambiente familiar é o melhor lugar para isso. A tarefa da paternidade está associada à imagem de Deus. Ter boa imagem do pai colabora para que se tenha uma bela imagem de Deus. Se o filho pródigo tivesse medo do pai, como poderia voltar para casa e pedir perdão? Se o fiel tem medo de Deus, como terá coragem de pedir perdão? Então, que tal um abraço? Em seu filho ou sua filha, pai ou mãe, irmão ou irmã; tenham eles cinco ou cinqüenta anos. Abra os braços, coloque as mãos na sua cabeça e diga: Deus te abençoe! Esse gesto produz alegria na terra e ecoa no céu! O TERCEIRO FILHO Os dois tipos de “filhos pródigos” são uma figura de possíveis cristãos em nossas igrejas. Uns procurando acertar, reconhecendo seus erros e confessando seus pecados. Outros, justificando-se, cobrando os “serviços prestados” à igreja. Queixam-se de seus pastores, da igreja onde congregam, vivem sempre a se queixar. O filho pródigo que ficou em casa tipifica os que vivem dentro da igreja confiando em seus próprios méritos, quase sempre protestando quando a igreja recebe um filho pródigo. O primeiro levantou-se e foi ter com seu pai, confessando os seus pecados, sem exigir nada, tão somente a sua admissão como servo (v 19). O segundo indignou-se e não quis entrar para abraçar o irmão, apresentando suas razões egoístas. O pródigo ajunta tudo, leva tudo (vs 13 e 14), más ao voltar nem os amigos o acompanham. Somente o pai levanta-se e corre para abraçá-lo (v 20). O nosso desafio e ter uma atitude diferente desses dois moços. Devemos ser o filho que nunca deixa o lar, que fica feliz juntamente com o Pai quando algum desgarrado volta para casa. O filho que é agradecido e tem o coração em sintonia com o Pai. Deus quer que você seja o terceiro filho, que não está registrado na parábola. Mas caso você se encontre como um dos dois saiba que o Pai ama lhe profundamente. CONCLUSÂO Assim como Deus está ansioso por ter todos os Seus filhos consigo e por isso faz de tudo para reestruturar sua família para a eternidade, ele deseja restaurar as famílias na Terra. Ele tem deixado a nossa disposição tesouros infindáveis para a nossa felicidade completa, porém não percebemos. A riqueza da família, do trabalho, da saúde, dos amigos, da igreja, enfim são tantos tesouros que o Senhor tem colocado em nossos caminhos e não percebemos. Deus não se cansa de esperar por nós. Por que você não corre para os braços de Jesus agora mesmo. Você vai trazer alegria ao coração Pai e ter sua vida transformada. Não importa se você está distante dos caminhos do Senhor ou se está se sentindo perdido dentro da igreja. Ele te espera de braços abertos.

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JESUS, O SENHOR DA VIDA Jo 11.1-43

Pr. Fernando Lopes de Melo

Introdução Quando lemos Palavra de Deus sob a perspectiva da família, identificamos que cada família tinha a sua dinâmica, seus erros e acertos, suas neuroses. Umas eram bem-estruturadas, dentro de uma visão emocional e espiritual. Outras eram totalmente disfuncionais. Umas cumpriam a missão dada por Deus. Outras deixavam a desejar. Uma família interessante morava na cidadezinha chamada Betânia. A família de Marta, Maria e Lázaro. Seria esta uma simpática família de solteiros? Essa família é a única que tem a sua história narrada pelos quatro evangelistas (Mt 26.6; Mc 14.3; Lc 10.38; Jo 11.1. Uma das famílias mais amadas por Jesus. Jesus amou profundamente todas as famílias com quem conviveu enquanto esteve neste mundo. Jesus ao chegar a Betânia pensava mais ou menos assim: “Ah, quem bom, estou em casa!”. Ao chegar a Betânia davam-lhe o melhor aposento, a melhor refeição, e acima de tudo era adorado (Lc 10.38-42). Jesus se utilizou várias vezes dessa família para servir de apoio ao seu ministério. O pior inimigo da humanidade, a morte Existem pessoas têm medo da morte, talvez você seja um desses. De alguma maneira todos temos alguma preocupação com a morte. Talvez porque tenhamos algum ente querido, como pai, mãe, ou irmão, filho, ou amigo, que já se foi. Em João 11 encontramos a descrição da ressurreição de Lázaro, um grande amigo de Jesus, que residia na cidade de Betânia com suas irmãs Marta e Maria. Seu nome provavelmente do grego corresponde ao hebraico Eleazar (‫)רזעלא‬, e significa literalmente “Deus ajudou”. O texto diz que Lázaro adoeceu e suas irmãs mandaram chamar a Jesus, mas Ele estava muito longe, de forma que demorou e Lázaro acabou morrendo. Jesus amava aquela família, mas não impediu que o sofrimento e a dor os atingissem. O que podemos aprender deste fato quando estamos mergulhados em problemas? O Tempo de Deus Marta e Maria enviam um mensageiro avisar a Jesus do estado de saúde do irmão. A mensagem não era só informativa, mas, com enorme polidez, ela continha uma súplica: “Senhor, aquele que amas está doente.” Deus jamais abandona aquele a quem ama. Quando chegaram a Bêtania, Lázaro já havia sido sepultado há quatro dias. As duas irmãs se lançaram aos pés de Jesus com a mesma expressão: “Se estivesses aqui, nosso irmão não teria morrido”. João 11: 21 e 32 Maior aflição pelo fato de Jesus não se ter movido imediatamente para socorrer o amigo nem encontrar-se com suas irmãs. Embora soubesse da enfermidade com antecedência, não foi à casa do amigo para ajudá-lo. Suas irmãs estavam de fato dizendo: “você chegou tarde demais, agora não tem mais jeito.” 31 | Apresentando Jesus - Sermonário


Quantas vezes você já se sentiu abandonado por Deus, porque, aparente Ele não resolveu, no tempo que você gostaria ou precisaria, qualquer situação difícil. Ainda que tudo dê errado, que não aconteça nada, que você não entenda porque o Senhor não agiu e as coisas se complicaram demais, creia: Deus nunca se atrasa. Quando as calamidades acontecem, pela permissão de Deus, e isso nos causa desespero e dor podemos ter a certeza da presença dEle em meio às chamas da aflição. A esperança que consola Jesus então prometeu para elas que o irmão haveria de ressurgir, e elas creram naquela promessa, mas achavam que Jesus estivera falando sobre a grande ressurreição que se dará no último dia por ocasião da sua segunda vinda. Então Jesus pronunciou uma das frases mais poderosas do Novo Testamento. Está em João 11:25 e 26 : - “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim ainda que morra viverá. E todo o que vive e crê em mim nunca morrerá eternamente:” Esta promessa enfeita a lápide de muitos túmulos, em muitos lugares por todo o mundo e nos dá a certeza de que nossos queridos ressurgirão quando Jesus voltar. Estas palavras têm poder de nos consolar e trazer esperança nas horas mais escuras da vida. Quando tudo falha, Ele nos pode fazer viver. As lágrimas de Jesus Jesus se dirigiu ao túmulo e diz a Bíblia em João 11:35 - “Jesus chorou”. Chorou em simpatia para com a família enlutada. Chorou porque se identifica com a humanidade sofredora. Chorou por ver as conseqüências do pecado sobre a raça humana. Chorou por ver corações sem esperança e fé. Jesus não chorou por causa do amigo morto. Deus se alegra na morte do justo, pra estes a morte é um sono. Cristo havia dito que Lázaro estava dormindo, e Ele iria despertá-lo do sono. Quando um de seus filhos sofre aqui na terra, Jesus sofre a mesma tristeza, a mesma dor. Jesus se compadece de toda criatura humana. Ele está de braços abertos para nos afagar, nos confortar e enxugar nossas lágrimas. Removendo a pedra Diante do sepulcro, com magna autoridade, Jesus ordena: “Tirai a pedra.” Esta era a parte humana. A vida só Cristo poderia dar, mas remover a pedra estava ao alcance dos homens. O milagre é a parte de Deus, mas ele espera a iniciativa humana. Marta, sempre criteriosa, não resiste em ponderar que o cadáver já estaria em decomposição depois de vários dias. “Senhor, ele já cheira mal...”. Magistral a resposta de Jesus: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”. Depois de tudo Jesus mandou que removessem a pedra e clamou com grande voz: “Lázaro, vem para fora”. João 11:43 Saiu o que estivera morto, e Jesus mandou que o desatassem e assim se fez porque Lázaro estava enfaixado com um lençol e Jesus então disse: Deixai-o ir. Que coisa esplendorosa é o poder de Jesus. Ele é a ressurreição e a vida. Talvez eu esteja falando hoje para pessoas cujo coração está muito triste com a perda do pai, ou da mãe, ou de um filho, ou de qualquer outra pessoa querida. 32 | Apresentando Jesus - Sermonário


Talvez você esteja sofrendo como sofriam Maria e Marta. Mas a esperança da ressurreição é maior que a nossa saudade. Nossa confiança em Jesus, o Senhor da ressurreição é maior que a nossa dor. Famílias mortas vivas Uma família pode morrer espiritualmente, ainda que seus membros permaneçam fisicamente vivos por anos e anos. Várias podem ser as causas da morte espiritual de uma família, dentre elas: A perda traumática de um de seus membros: Algumas famílias se deixam morrer espiritualmente pela perda do pai, da mãe ou de um dos filhos. Passam a viver por viver, sem um objetivo estabelecido ou então passam a viver obsessivamente em função daquela ausência durante longo tempo. A decepção causada por um de seus membros: Ocorre quando um membro da família é descoberto em pecado, gerando traumas familiares, como por exemplo, a descoberta de relacionamentos fora do casamento ou o desvio de comportamento de um dos filhos. O desgaste do relacionamento familiar: Palavras agressivas, traições, desconsideração, mentiras, individualidade, falta de valorização... As pessoas se suportam cada vez menos e passam a agir em benefício próprio em vez de agirem para o bem comum da família. Família que não compartilha aspirações e sonhos, lutas e vitórias, tende a se degradar e se tornar um bando que vive sob o mesmo teto. A falta de orientação espiritual de seus membros: Um pai não deve abrir mão do seu papel de sacerdote da família. Uma mãe não deve abrir mão de seu papel de educadora religiosa de seus filhos. Filhos devem honrar pai e mãe para que vivam longamente e prosperem. Essa morte espiritual geralmente não se dá de forma repentina, mas vai agravando o quadro do paciente-família até o ponto que ocorre a desagregação familiar. Lázaro não morreu de repente: já vinha carregando a doença há algum tempo. É preciso observar os primeiros sintomas e, principalmente, buscar a cura o quanto antes. Muitas vezes vemos o problema brotando e o deixamos crescer confortável e robusto, até o ponto em que ele aplica o golpe fatal. Deus tem um propósito Marta e Maria, irmãs de Lázaro, ficaram desapontadas porque Jesus não veio quando chamaram por Ele e por este motivo, segundo elas, seu irmão acabou morrendo. Algumas vezes ficamos desapontados com Deus porque Ele não nos ouviu e não fez exatamente aquilo que pedimos. Nossa visão é muito curta e não entendemos os propósitos de Deus, e esquecemos que seus caminhos e pensamentos são muito mais altos que os nossos. Jesus tinha um propósito em não atender o pedido Marta e Maria naquele momento. Através do milagre da ressurreição de Lázaro, muitos creram em Jesus como filho de Deus e puderam perceber que Ele é o dono da vida, quem crê Nele, ainda que esteja morto viverá. As irmãs de Lázaro passaram por momentos difíceis para que o propósito de Deus se cumprisse naquela ocasião, se entristeceram, choraram, sentiram a dor da separação de um ente querido, mas no fim puderam ver a glória de Deus. 33 | Apresentando Jesus - Sermonário


Se você tem a impressão que suas orações não têm sido ouvidas, tem passado por momentos de tribulação e pago um preço para que os propósitos de Deus se cumpram, não se esqueça que se você crer, verá a glória de Deus. Conclusão Diante dos problemas da vida você pode ter fé e coragem. Não desista, nem desanime, se ele tem poder sobre a morte e nos garante a ressurreição, então podemos viver com o coração alegre. Ele logo voltará. Sua voz poderosa será ouvida por toda extensão da terra. E os mortos no Senhor ressurgirão afinal. Será um momento glorioso. Jesus ressuscitou e porque tudo isto só é possível porque Ele ressurgiu. A ressurreição de Jesus é a certeza da vitória sobre a morte. Pense como deve ter sido de alegria para os discípulos aquela manhã quando Jesus ressuscitou. Se a vida oferece noites sombrias Ele assegura a manhã da ressurreição.

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JESUS, O AMIGO QUE NÃO DISCRIMINA Mateus 15:21-28

Pr. Fernando Lopes de Melo

Introdução Geralmente nos incomodamos quando vemos pessoas humildes, simples ou em condições desfavoráveis sendo humilhadas. Sentimentos de indignação e revolta são naturais diante de situações como esta. Ver pessoas poderosas e arrogantes agindo assim gera incômodo, mas tão comum é o fato que muitas vezes nos acostumamos. Homens de negócios, líderes políticos, empregadores e mesmo esposos e pais podem ser os opressores dos menos favorecidos. A injustiça social campeia por todos os lados. É preciso quebrar o silêncio e denunciar os que reprimem e oprimem. A violência e abuso podem estar dentro de casa. Os traumas emocionais e físicos martirizam milhões. Jesus conviveu com uma situação que avaliada superficialmente poderia incomodar os mais sensíveis às dores humanas. Aparentemente o Mestre discriminou e humilhou uma pobre mulher. Vamos aprender desta curiosa situação, um pouco mais das maravilhas do amor do Senhor pelos que carecem de atenção e de Seu favor. Quem era esta mulher A mulher cananéia, de que nos fala o texto, é designada por «siro-fenícia» em Marcos (7.24-30). O que ambos os evangelistas pretendem indicar é que se trata de uma mulher pagã, não judia. As ruínas do que foram Tiro e Sidon, correspondem hoje ao território do Líbano, ao norte de Israel. Tiro era uma cidade importante nos tempos evangélicos. Uma grande colônia israelita havia se estabelecido ali. Como os judeus sempre foram muito hábeis no comércio, conseguiram prosperar rapidamente, mas como povo nacionalista – e às vezes racista – não se misturaram com os habitantes de Tiro. No evangelho, eles são chamados de sírio-fenícios ou cananeus. Com sua mensagem, com suas palavras e suas ações Jesus rechaçou absolutamente o nacionalismo que caracterizava seus compatriotas. Isto era uma novidade e, ao mesmo tempo, um escândalo para eles. Os grupos fariseus, os monges essênios e o povo em geral, excluíam os estrangeiros do reino de Deus que esperavam. E acreditavam que Deus também os excluiria. Jesus rompeu totalmente com esta arraigada tradição nacionalista. A mulher cananéia já havia tido contato com os judeus e sabia do Messias vindouro. Ela conhecia tanto o assunto que chamou Jesus por Seu nome messiânico “Filho de Davi”. Era uma “mulher Cananéia.” Esta palavra cana significa “frágil”. Esta mulher era marcada pela fragilidade: física e social. Física porque é considerada aquela precisa de cuidado; social porque naquele tempo a mulher não tinha voz para nada era responsável por cuidar de uma família inteira. Era insistente. Não existe ninguém neste mundo que consiga algo sem insistência, perseverança e atitude. Aquela mulher Cananéia tinha um objetivo, uma meta: a de salvar sua filha. Era humilde. A humildade nos coloca aos pés de Jesus. Mães que transformam o mundo estão aos pés de Jesus. 35 | Apresentando Jesus - Sermonário


Uma lição para os judeus O silêncio, a indiferença, e as duras palavras de Jesus expressavam o que estava no coração dos judeus que o rodeavam. Aquela era um atitude comum entre eles em relação aos povos considerados pagãos ou gentios. Eles poderiam estar pensando: “É isso mesmo, é assim que se faz... esse é dos nossos...,” – Mas, o Mestre estava usando o veneno como antídoto. Jesus conhecia a fé daquela mulher e tirou proveito da ocasião para abençoá-la e dar uma lição para Seu povo. Israel era um povo pequeno, fraco, humilhado e perseguido. Mas Deus, pela sua misericórdia, resolveu escolhê-lo para ser o seu povo. Nós não somos hebreus, mas devemos ser igualmente gratos ao Senhor, que usou de misericórdia para conosco. Isaías viu todos os povos subirem ao Monte Sião, e falou do templo de Jerusalém como casa de oração para todos os povos. Esta universalização do amor de Deus, em favor de todos os povos, constituiu um grave problema para os hebreus. Jesus reforça essa mensagem da salvação para todos os povos. Por isso, muitos judeus se sentiram ofendidos, e não aderiram à mensagem de Jesus. Paulo escreveu que, nem judeus nem gregos, podiam gabar-se de direitos diante de Deus porque Ele «encerrou a todos na desobediência, para com todos usar de misericórdia (Rm 11.32). As palavras de Jesus mostram o que realmente Ele pretendia: “Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas” (v. 28). Era aí que Jesus queria chegar! Não basta ser judeu para obter os favores de Deus. Pode-se ser pagão! Qualquer homem, desde que tenha fé, desde que aceite Jesus como Senhor e Mestre, pode ser salvo. Diante de Deus, o que conta é a fé, a humildade, o reconhecimento, porque é gratuitamente que Ele nos enche de alegria e de amor: a alegria de sermos amados por Ele e chamados a testemunhar a todos o seu amor. Abaixo o racismo O racismo tem fustigado a humanidade desde os mais remotos tempos. O senso de superioridade de pessoas e povos é incoerente de qualquer ponto de vista. Nossas diferenças não justificam essas ações. A ciência demonstrou abundantemente a absoluta falsidade que existe no pensamento racista que afirma que umas raças são superiores a outras. Biologicamente, cada agrupamento humano tem diferentes características físicas e psíquicas Nem melhores, nem piores que os demais, mas, tão valiosos uns como os outros. Todo o evangelho rechaça o nacionalismo e o racismo. E o cristianismo mais original combate qualquer forma de discriminação: já não há judeu nem pagão, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher... (Gal 3.28). Tampouco branco ou negro, índio ou latino, mulato ou mestiço... Todos são iguais perante Deus. Todos somos seus filhos. Jesus usa da ironia com a mulher sírio-fenícia. E lhe diz que “não se deve jogar pão aos cães”. Faz isso para realçar diante de Seus seguidores sua falta de compaixão e sua arrogância nacionalista. “Cachorro” é usado como insulto tanto na língua aramaica como na árabe. O cachorro era considerado um animal desprezível e impuro, por andar errante e comer carniça ou carne de animais não puros. 36 | Apresentando Jesus - Sermonário


No cristianismo não se pode falar de fronteiras que separem os povos. Respeitando a cultura de cada povo, sua história, suas peculiaridades, o cristão deve ser, como às vezes se diz, um “cidadão do mundo”, um “internacionalista”, sensível à dor e às alegrias dos homens de qualquer país, solidário com as lutas e realizações justas de todos os povos. Neste episódio, o milagre de Jesus para a filha da mulher estrangeira é um sinal de que para Deus não há nem fronteiras nem raças. Ele convoca seu povo, dos quatro cantos da terra, e o único sinal que distinguirá os cidadãos desse povo é a liberdade, a vida e a justiça que escolhem os que o formam. O segredo para a vitória A filha da mulher cananéia estava endemoniada. A mãe veio clamar por misericórdia. Porque a mulher pediu misericórdia para ela em vez de pedir pela filha? É importante entendermos que todo problema que temos em casa é nosso problema também. Assim acontecia com aquela mulher. A mulher cananéia encontrou algumas barreiras, vejamos: O silêncio de Jesus. A sala de aulas do silêncio de Deus é difícil e dolorosa, mas Ele só matricula pessoas que podem suportá-la. Se você, como aquela mulher, foi escolhido por Deus para viver alguma situação assim, tenha fé – a bênção vai te surpreender. A mulher vivia uma situação que não podia ser protelada. Precisamos saber e confiar que Deus sempre está no controle de todas as coisas. Preconceito dos discípulos. Algumas vezes chegam às nossas igrejas pessoas que ainda não conhecem a Jesus, e por isso possuem costumes diferentes e estilo de vida diferente do nosso e acabam enfrentando barreiras e preconceitos de alguns professos cristãos. Jesus “provoca” a mulher para ver se ela estava convicta do que queria. Lutamos para conseguir vitórias e não conseguimos o que queremos no tempo imediato. O Senhor mede o nosso interesse pela dificuldade. Ela obteve a vitória! Qual é o seu problema? Hoje é dia de vitória pela adoração! A pedagogia da inclusão O diálogo de Jesus com a mulher cananéia é registrado entre o confronto dos escribas e fariseus com Jesus, inicio do capitulo 15, e os milagres que Jesus fazia (mudos falavam, aleijados recobravam saúde, coxos andavam e cegos viam) e a multiplicação dos pães. Todo este capítulo é uma grande lição sobre a maneira como Jesus vive e apresenta a nova religião, diante de uma religião morta e opressora. Jesus faz um chamado à inclusão de todos os que estavam fora da sociedade religiosa da época e, portanto, fora do Reino de Deus No diálogo de Jesus com a mulher cananéia está evidente que Jesus faz um questionamento não sobre a crença da mulher, mas sobre a crença dos discípulos. “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.” Jesus espera uma resposta dos crentes que estão ao seu lado há muito tempo. Eles não sabem o que dizer, pois não compreendem a pedagogia da inclusão de Jesus. 37 | Apresentando Jesus - Sermonário


A mulher cananéia responde corretamente e nessa resposta temos a evidência da fé. Os discípulos, os escribas e os fariseus são evangelizados pela mulher estrangeira. “Os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Essa afirmação é profunda. Aquela mulher estrangeira inclui todos os que não são da fé de Israel como possíveis recebedores das migalhas. Percebam que a mesa é Deus, que, mediante Jesus, permitiu que as migalhas fossem distribuídas a todos os gentios. Essa grande lição está concretizada no final do capítulo. Houve pão para todos os famintos, não as migalhas, mas pão (Mt 15.29-36). Jesus inclui todos no Reino de Deus. Os Sensíveis e a Mulher Cananéia É comum em nossos dias ver dentro da igreja crentes muitos sensíveis. Não se trata de referência à sensibilidade à voz do Espírito Santo (antes fosse), mas sim de pessoas incapazes de ouvir uma palavra mais dura, ou simples orientação, desconhecendo o significado de humildade. Sentem-se ofendidas e desistem da caminhada facilmente. No Evangelho de Mateus, capítulo 15, encontra-se a história da mulher cananéia. Ela se aproximou de Jesus e implorou pela libertação de sua filha, que sofria de uma opressão satânica. A resposta de Jesus àquela súplica foi um tanto inesperada, chamando-a de cachorrinha. “Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.” (Mateus 15:26). Atualmente, se estas palavras fossem ditas por um pastor a um cristão, seria um motivo para brigas, rancores e até mesmo uma justificativa para o membro deixar a igreja. O crente ofendido diria que foi discriminado, perderia o foco e se esqueceria da bênção que buscava, enquanto a ira dominaria seu coração e a vitória não seria alcançada. Jesus conhecia aquela mulher, e não respondeu mal com a intenção de humilhá-la, e sim, para deixar uma lição sublime. Ao ouvir aquelas palavras, a mulher cananéia não se distanciou de seu objetivo inicial nem perdeu tempo com picuinhas ou fez o papel de vítima. Ela continuou buscando a libertação de sua filha. “E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.” (Mateus 15:27). Que resposta linda. Ela reconheceu a grandeza de Jesus chamando-o de Senhor e reafirmou o seu pedido inicial. Foi assim que ela conseguiu a bênção que almejava. Irmão, não seja sensível às palavras duras, não perca tempo irando-se; atenha apenas em buscar a sua vitória e salvação, aprenda com a mulher cananéia. O que são as ofensas perto do milagre que Deus pode fazer por você? Conclusão A posição da Cananéia era desfavorável, era uma estrangeira. Tinha necessidades urgentes, sua filha estava enferma. Teve de enfrentar barreiras, a aparente indiferença de Jesus e repreensão do povo. Mas sua humildade, perseverança e fé, resultaram na bênção desejada, a cura da filha. Quero desafiá-lo a colocar os problemas de sua família na presença de Jesus, mas seu primeiro desafio é entregar sua própria vida ao Salvador. Foi isso que aquela mulher fez. Não espere por ninguém nem por nada. Ela não esperou a bênção para se entregar, ela foi pela fé. E, ainda que não recebesse nada que pedira já alcançara tudo. Estava com Jesus, esta é a maior bênção. 38 | Apresentando Jesus - Sermonário


JESUS O AMIGO QUE RESPONDE ÀS ORAÇÕES Mateus 8.5-13

Pr. Fernando Lopes de Melo

Introdução Nas igrejas tudo parece ser questão de fé. Se algo acontece ou deixa de acontecer, é porque houve fé ou ausência dela. Trabalho, estudos, relacionamentos, finanças, tudo depende de fé. E quase todos falam da fé que é necessária para que as coisas aconteçam. A fé é um dos assuntos mais mal entendidos dentro do cristianismo evangélico contemporâneo. A fé é confundida com pensamento positivo. A fé é realmente necessária para que Deus nos conceda algumas coisas. Somos desafiados a cada dia a percorrer uma jornada de fé, a entender o que é fé e a experimentar, de modo prático a bênção e o poder da fé em Jesus, quer seja em oração ou em qualquer outra situação da vida. Fé é ver o invisível, escolher o imperecível e praticar o impossível. INTERCESSÃO MOTIVADA PELO AMOR Cafarnaum é uma aldeia, sede de uma coletoria de tributos e a presença de um centurião leva a crer tenha sido também um centro militar romano. Ali estava o servo de um centurião, doente e quase à morte, a quem seu senhor estimava muito. Uma legião romana tinha 6.000 homens divididos em 60 centúrias de 100 homens cada. A frente destas centúrias estava um centurião, soldado profissional, veterano do exército e responsável pela disciplina do regimento. Mas este era um homem pouco comum. Ele amava o seu escravo em uma época que os escravos eram considerado ferramentas vivas. Foi justamente este amor, e consideração que o fizeram procurar Jesus a fim de promover a cura e alívio dos seus sofrimentos. O amor é uma forte motivação a intercessão. Quando amamos lutamos pelas pessoas que são importantes para nós. Não desistimos. Ame e ore pelas pessoas que você ama. Seus familiares, parentes, amigos e pelos que você entra em contato diariamente. Não desista. A fé é a maneira como nos aproximamos de Deus, pois sem fé é impossível agradar a Deus. E se Deus é amor, quando a nossa fé esta baseada, fortalecida e motivada no amor ela se torna mais contundente, mais perseverante. Antes de orar por alguém ame esta pessoa. Mas se você tem motivos para não amar, ore. A oração mudará seu coração. Ore pela cura, pela libertação do mal, pela salvação; mesmo que ele não creia, ore todos os dias, todas as noites. Lute esta batalha por ele, mesmo que ele não creia. Ore pela libertação do mau. O amor não desiste. HUMILDADE SINCERA A humildade do centurião foi expressa pela afirmativa de que não era digno de que Jesus entrasse debaixo de seu telhado. Ele era um gentio e Jesus um mestre judeu e segundo os costumes judaicos, quando um judeu entrava na casa de um gentio ele se tornava cerimonialmente impuro. Jesus estava acima desses preconceitos religiosos. 39 | Apresentando Jesus - Sermonário


Contudo, o admirável nesta passagem é o conhecimento superior do centurião. Sabendo disto o centurião foi humilde o suficiente para dizer a Jesus que ele não era digno de recebê-lo em sua casa. A humildade é aliada da fé a. Pois é preciso que compreendamos que nunca seremos dignos de nada diante do Senhor e que tudo o que ele nos dá é a expressão da sua graça. Somos pecadores que com humildade clamamos pela graça de Jesus. Fé não é a força, ou o poder do seu pensamento positivo. Fé não é a liberação do nosso poder humano. Fé é a confiança no poder de Deus que toca a nossa vida porque nos submetemos ao senhorio de Cristo. Fé é caminho de entrega e submissão. Humilhe-se debaixo da potente mão de Deus e ele a seu tempo lhe exaltará. A AUTORIDADE DE CRISTO De que adianta todo poder diante das impossibilidades humanas? O centurião era um homem poderoso, mas não tinha poderes para curar aquela pessoa por quem ele tinha afeição. De que lhe adiantava tanto poder, se ele não tinha o poder necessário para atender àquela necessidade? A fé deste centurião estava baseada na convicção de que Jesus detinha toda a autoridade no céu e na terra por isso ele podia fazer qualquer coisa, mesmo aquelas que lhe pareciam impossíveis. Ele conhecia o poder da autoridade, ele conhecia o poder da palavra de autoridade. Se Jesus é Senhor dos céus e da terra. Se toda a natureza esta sob o seu comando. Se os exércitos de anjos celestiais o obedecem a distância não faria a mínima diferença, Ele era poderoso para realizar o milagre. Fé é crer no poder ilimitado do mestre que não pode ser detido por nada nem ninguém. Fé é crer que enquanto clamamos aqui o senhor responde ali. Clame a Jesus com a certeza da sua plena autoridade e descanse no Seu poder. O centurião reconheceu em Jesus o poder para curar seu criado, apesar de não ser judeu, ele viu em Jesus a autoridade e o poder sobre todas as coisas. UMA PALAVRA Apenas uma palavra daquele Ser poderoso e o que ordenara seria cumprido. O centurião aceitou Jesus primeiro em seu coração e então obteve o milagre da cura do seu criado. Por que Jesus, no primeiro momento comprometera-se a ir pessoalmente e, depois, ante a absoluta e virtuosa confiança do centurião, absteve-se de entrar em sua casa, certificando aos enviados que a cura já se realizara? Como Jesus realizou tal prodígio? O fator que fez mudar a postura do Mestre foi o ato de profunda convicção e humildade do centurião. Sua sinceridade comoveu a Jesus. “Não sou digno de que entres em minha casa; dize apenas uma palavra...”. Existe um fator a ser considerado na vida de oração: a soberania de Deus. Ele sabe o que necessitamos antes mesmo de pedirmos. Devemos pedir sim, mas sabendo que ele nos dará o melhor porque sabe o que é melhor sempre. Pessoas sem fé podem ser abençoadas pelas nossas orações e são freqüentemente. Ex. as crianças de colo quando oramos por elas. 40 | Apresentando Jesus - Sermonário


Nossa fé não serve para obrigar Deus a fazer a nossa vontade, mas a bíblia diz que se pedirmos alguma coisa segundo a vontade de Deus ele nos ouve! Veja I Jo 5.14 - “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.” Se as pessoas estiverem dispostas a servir e adorar a Deus, então através da Palavra, poderão receber a remissão dos seus pecados e obter fé em seus corações. Quando você tem conhecimento da Palavra de Deus e fé nesta Palavra, você também recebe maravilhosas bênçãos em sua vida, assim como o centurião. A fé na Palavra nos faz mudar de uma vida de pecado para uma vida de salvação, e nos permite ser abençoados por toda a Palavra. A fé em Deus é crer nEle e na Sua Palavra. E por isso o centurião teve a fé que Deus declara ser grandiosa. Tal fé existe em nós pela graça de Deus, para que creiamos que Sua Palavra tem sido e será cumprida exatamente como ela é. O LUGAR DA CURA Diante do drama da enfermidade os cristãos têm desenvolvido duas tendências perigosas. O primeiro risco é tornar-se super-racionalistas. Segundo esta perspectiva, Deus não cura mais. Ele deixou as regras para a nossa vivência e sobrevivência; cabe-nos aceitá-las, sem pedir ou esperar a Sua intervenção para cessar a dor, cortar as feridas, encerrar o ciclo trágico da doença. Predominando esta visão, ninguém deve pedir por cura, mas por paciência para suportar a dor, conforto diante das perdas, sabedoria para aprender a conviver com a enfermidade. Na outra posição, estão os supermiraculistas ou super-sobrenaturalistas. Segundo esta posição, Deus cura hoje desde que haja necessidade e haja fé no Senhor que cura. A toda hora o Senhor quebra as leis/regras, postas por Ele mesmo, para atender necessidades humanas, geralmente decorrentes da quebra dessas mesmas leis. A intervenção divina depende da fé, da fé por parte de quem ora, seja o próprio enfermo, seja algum intercessor, ou sejam ambos. É muito comum, por isto, procurar-se alguém “de fé” (com o dom de curar) para orar por um enfermo. É por isto que muitas pessoas procuram as igrejas, em busca da cura. O comportamento que devemos adotar é o do militar romano. O modo de Deus agir encontra-se aqui também apresentado. O centurião pediu por cura. As intervenções divinas nascem das necessidades e dos pedidos humanos. Se você tem uma enfermidade, seja ela física ou psíquica, peça a Deus que a cure. Não tenha vergonha de “incomodar” a Deus. Quando orar por cura, não pense em você; pense em Deus. Não espere em você; espere em Deus. Não conte com você mesmo; conte com Deus. O centurião confiou em Jesus. Quando oramos ao Senhor por cura não devemos impor nossos desejos, por mais legítimos que sejam. Algumas pessoas pregam que temos que tomar posse da bênção, da cura. Este ensino não é Bíblico, Frases como “eu declaro a cura” são, também, estranhas à Bíblia. Quem espera em Deus não espera com ansiedade, apenas espera. 41 | Apresentando Jesus - Sermonário


Se você está doente ou tem alguém doente em seu ciclo de parentesco ou amizade, não deixe de orar, seja a enfermidade grave ou simples. Não se intimide porque a doença está fora da sua lista de doença fácil de ser curada. O impossível só existe para os homens. TENHA FÉ Estamos tão acostumados a pensar na fé como uma espécie de amuleto do cristianismo que, invariavelmente, nos esquecemos de que Deus não necessita dela para fazer sua vontade. Deus não depende da fé das pessoas para realizar todas as coisas. Deus não é limitado por nossa fé. Deus pede de nós fé não porque precisa dela, mas porque nós precisamos. Ter fé em Deus é reconhecer que nada em nossa vida faz sentido se não for pela vontade de Deus. Ter fé em Deus significa aceitar que para tudo existe um propósito e que esse propósito quase nunca é claro. Sem fé, nossa vida é vazia, simplesmente porque é preciso ter fé para perceber que há um sentido na vida. Deus nos convida a exercitar a fé para encontrarmos esse sentido, Ele mesmo. Deus é muito maior do que nossa fé ou do que a falta dela. CONCLUSÃO Há certos personagens na Bíblia, que têm uma característica interessante: Não conhecemos os seus nomes, suas famílias, mas os seus encontros com Cristo foram tão significativos que mereceram um registro que fica até os nossos dias. É o caso do centurião que foi até Cristo para pedir por um servo, recebeu a bênção e foi elogiado por Cristo Ore com fé. O Deus do passado é o mesmo Deus de hoje. Reconheça que Deus é Senhor da vida e da morte, da saúde e da dor. Queira ter a fé que teve o centurião romano a quem Jesus ministrou. Não deixe de lutar em oração, pedindo força para viver. O poder está em Deus, não em quem ora. A obra é dEle, não dos obreiros. Não deixe de buscar os recursos médicos disponíveis. Seja exigente com os hospitais. Seja crítico das condutas adotadas. É a sua vida que está em jogo. Não deixe de interceder. Em outras palavras, não olhe apenas para o seu problema; olhe também para o problema dos outros. Ao orar pelos outros, você abençoará pessoas; ao abençoar, você será abençoado.

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JESUS, O AMIGO QUE SALVA A FAMÍLIA Atos 16.20-34

Pr. Fernando Lopes de Melo

Introdução A Igreja Primitiva foi marcada por um crescimento sobrenatural. Aqueles cristãos tinham um tremendo senso de missão e não se acovardavam diante das situações de crise. Quanto mais eram perseguidos, mais se tornavam produtivos na divulgação do Evangelho e na implantação do Reino de Deus. Paulo e Silas estavam na cidade de Filipos, onde ganharam para Jesus a vendedora de púrpura chamada Lídia e libertaram uma jovem das garras de Satanás. Por causa deste último feito, isto é, após serem usados pelo Espírito Santo para que o poder de Deus libertasse aquela jovem, foram açoitados e levados presos para o cárcere de segurança máxima, onde ficaram acorrentados e sob vigilância. Nesta situação, retaliados e presos por estarem fazendo a obra e a vontade de Deus, eles foram instrumentos de Deus para que a sua glória se manifestasse naquela prisão. Na prisão cantaram e oraram. Um louvor libertador não é apenas o ato de cantar ou de fazer com que pessoas chorem de emoção. E um conjunto de atitudes que nos conduzem a Deus e transformam nosso coração. Uma atmosfera celestial na prisão “Os apóstolos sofreram extrema tortura por causa da dolorosa posição em que foram postos, mas não murmuraram. Em vez disto, na densa escuridade e desolação do calabouço, encorajavam-se mutuamente com palavras de oração, e cantavam louvores a Deus por terem sido considerados dignos de sofrer vergonha por Sua causa. Seus corações foram animados por um amor fervente e profundo a seu Redentor. Paulo lembrava-se da perseguição movida contra os discípulos de Cristo, da qual ele havia sido instrumento, e rejubilava-se de que lhe tivessem sido abertos os olhos para ver, e seu coração para sentir o poder das gloriosas verdades que uma vez desprezara. Com espanto ouviram os outros prisioneiros os sons de oração e hinos que saíam da prisão interior. Estavam habituados a ouvir gritos e gemidos, maldições e blasfêmias a quebrarem o silêncio da noite, mas nunca dantes haviam eles ouvido palavras de oração e louvor ascenderem daquela sombria cela. Guardas e prisioneiros se maravilharam, e perguntavam a si mesmos quem poderiam ser esses homens que, com frio e fome e torturados, podiam ainda se regozijar... ... Todo o Céu estava interessado nos homens que estavam sofrendo por amor de Cristo, e anjos foram enviados a visitar a prisão. A terra tremeu aos seus passos. As portas da prisão pesadamente aferrolhadas abriram-se; cadeias e grilhões caíram das mãos e pés dos prisioneiros; e brilhante luz inundou a prisão.” Atos dos Apóstolos Cap. 21 “Nas Regiões Distantes” págs. 213-215. A vida se renova A experiência do carcereiro de Filipos é um dos exemplos mais fascinantes de celebração da vida. O carcereiro estava disposto a suicidar-se porque achava que os presos haviam fugido. A sentença de morte já estava às portas para aquele homem, e não somente para ele, mas também a sua família provavelmente seria executada. Sem alternativas, escolhe ele mesmo dar cabo de sua vida. Aquele carcereiro estava acostumado a conviver com a violência e a tortura. 43 | Apresentando Jesus - Sermonário


Ele conhecia a dor. Ele estava acostumado com as práticas cruéis dos carrascos das prisões romanas. Paulo e Silas eram apenas mais dois entre os muitos que ele tinha visto ser açoitados. Ele sabia o castigo que o esperava por deixar os presos fugirem e, por isso, estava desesperado e prestes a se suicidar. Mas a proclamação da Palavra de Deus salvou a sua vida. A pregação do evangelho anula o circuito de morte e restitui a vida. Paulo e Silas fizeram uma proclamação imediata e urgente, mas era necessário estender a mensagem do evangelho à família do carcereiro. Sua família precisava conhecer as bases do evangelho de Cristo e isto só poderia ocorrer através do ensino. O carcereiro tomou a decisão de compartilhar com a sua família a experiência que ele tivera com Cristo. Era uma experiência forte demais para ficar confinada nas celas e muros daquela prisão. O evangelho tinha que chegar a família do carcereiro, que, por sua vez, o repassaria a outras pessoas. “Os apóstolos não consideraram vãos seus esforços em Filipos. Haviam encontrado muita oposição e perseguição; mas a intervenção da Providência em seu favor, e a conversão do carcereiro e de sua casa, foi mais que suficiente para cobrir a desventura e o sofrimento que haviam suportado. As novas de sua injusta prisão e milagroso livramento tornaram-se conhecidas em toda a região, e isto levou a obra dos apóstolos ao conhecimento de um grande número que de outra maneira não teriam sido alcançados.” —Atos dos Apóstolos, pág. 218. Salvação e Serviço Quando experimentamos a alegria da salvação nossa vida se move em entrega e serviço prazeroso pelo Senhor. Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. “Cuidando deles... lavou-lhes...” – São expressões de serviço, de diaconia. Ninguém que tenha tido a experiência do novo nascimento, da conversão, da restauração da vida, tem o direito de viver uma vida apática diante de Deus. Deus não nos libertou da morte e do pecado para nos acomodarmos. Quem se acomoda na Igreja, não tenta se envolver, trabalhar, ou ainda não se converteu ou está precisando retornar ao primeiro amor. O coração do carcereiro explode de alegria! Sua alma entra em festa! Sua casa se transforma em um lugar de comunhão. Esta história começa em uma prisão e termina em uma casa. Começa com inimizade e termina em amizade. Começa com mágoa e termina em perdão. Começa com ódio e termina em amor. Começa com dissensão e termina em reconciliação. Começa com violência e termina com uma refeição na casa do ex-inimigo. Começa com cheiro de morte e termina com vida. Luz nas trevas Era meia-noite e só havia trevas lá fora. Na prisão, os discípulos Paulo e Silas sangravam pelas feridas abertas em suas costas. Estavam amarrados à algemas, sentindo dores horríveis. Tudo estava escuro e o futuro não era nada promissor; mas mesmo assim, eles cantavam. Sabe por quê? Porque Jesus estava no coração deles. Um terremoto aconteceu; os alicerces da prisão foram removidos e os grilhões que atavam os pés dos discípulos foram quebrantados. Quando o carcereiro acordou, ficou desesperado. Tinham lhe ameaçado de morte se ele deixasse escapar os prisioneiros. Agora, tinha chegado a meianoite na vida do carcereiro. O que foi que ele fez? Tentou o suicídio. Que diferença! Enquanto Paulo e Silas cantam, o carcereiro tenta o suicídio. A diferença é que os discípulos têm a Jesus e o carcereiro não. 44 | Apresentando Jesus - Sermonário


Você está vivendo um momento escuro em sua vida? Tem derramado lágrimas; tem um parente no hospital; tem um ser amado condenado à morte; está desempregado? As provações estão sendo difíceis demais? Louve o nome do Senhor e cante com alegria. Clame a Deus na sua angústia; Ele o ouvirá assim como ouviu a oração de Paulo e Silas. O poder de Deus se manifesta através daqueles que adoram a Deus em espírito e em verdade para despertar pecadores que dormem nas trevas do pecado. A pergunta essencial “Senhores, o que farei para ser salvo”? É a pergunta que o Senhor gostaria que cada homem fizesse. Como nós, que somos cristãos, ansiamos para que alguém nos faça esta pergunta! Mas isso não acontecerá até que tenhamos a ousadia de Paulo e Silas. Quanto mais fizermos ser conhecido quem somos, maior será a oportunidade desta pergunta ser feita. O carcereiro era consciente de que estava perdido. Deus não pode fazer nada por aquele que pensa que com ele está tudo bem. Ele não somente era consciente de sua situação, mas queria sair dela. Mesmo estando ele consciente de sua situação e anelando a salvação, ele não sabia como salvar-se. O carcereiro entregou a vida a Jesus, ele e toda a sua família. Imagine só como Deus amava esse carcereiro. Permitiu tudo aquilo acontecer com Paulo e Silas para que o carcereiro tivesse contato com eles e com a mensagem do evangelho. Paulo e Silas foram pra cadeia só pra que ele pudesse conhecer Jesus! Deus está movendo os acontecimentos e direcionando você para pessoas que precisam ouvir as suas palavras e aprender com a sua história. O método de Deus para alcançar uma alma perdida deve nos maravilhar. O método de Deus é visto na atitude de seus servos. Paulo e Silas poderiam estar resmungando contra a injustiça de sua condição. Mas, em vez disso, sua resposta foi cantar e orar. Eles não cantaram e oraram quietamente, mas o fizeram para que os prisioneiros pudessem ouvir. Paulo era “um prisioneiro de Jesus Cristo”. Os romanos não o tinham amarrado, ele era um prisioneiro de Jesus. Somente com esta atitude o mundo será conquistado para Cristo. O que significa crer “Crê no Senhor Jesus e serás salvo...” Precisamos destacar que este mandamento é um chamado ao compromisso. Paulo está dizendo ao carcereiro que sua salvação depende de sua completa confiança em Jesus Cristo como o Mestre de sua vida. Enquanto este passo não for dado, nada mais importa. O carcereiro e toda sua casa foram batizados. Há somente uma conclusão que pode ser tirada daquela declaração: dizer a uma pessoa que creia no Senhor e então ensinar-lhe a palavra de Deus inclui ensinar-lhe a ser batizada. Se o batismo não é uma parte importante da salvação, então por que eles foram batizados “naquela mesma hora da noite”? De fato, afinal por que foram batizados? Isto é exatamente o que o Senhor ensinou em Marcos 16.16 quando disse: “Quem crer e for batizado será salvo”. Somente um falso mestre poderia pegar este texto e declarar que uma pessoa somente precisa declarar sua crença em Jesus para ser salvo. Após a conversão, o carcereiro e sua família se tornaram participantes e cooperadores na obra de Deus. A conversão do carcereiro não foi um simples acreditar em algo novo, uma adesão a uma nova religião ou mudança de religião. O que houve foi uma mudança radical de vida, uma mudança total de comportamento. A fé do carcereiro a partir daquele momento passou a ser evidenciada por uma inabalável confiança em Cristo; tanto que o medo pela punição já não tomava mais conta dele, uma vez que 45 | Apresentando Jesus - Sermonário


levou os prisioneiros para sua própria casa. Por isso podemos concluir que crer no Senhor Jesus não é simplesmente acreditar nele, pois acreditar em Jesus, até aqueles que nele não professam sua fé, podem acreditar. Crer no Senhor Jesus é depositar nele toda a nossa confiança, mesmo que a situação seja a mais adversa possível. Devemos esperar nele, que o mais ele fará. Somente aquele que verdadeiramente crê no Senhor Jesus, é que pode proclamar: Ser amigo de Jesus. Evangelizando a Família Cinco vezes são mencionadas a casa ou família do carcereiro. O que significa esta evangelização da casa? A necessidade da fé única em Jesus para o alcance da salvação da família. Muitos crentes não fazem nada pela sua família e ficam confessando Atos 16.31 como se fosse uma solução a se estabelecer automaticamente. Precisamos ser práticos. O que Paulo e aquele carcereiro fizeram? E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa. Depois de saber que Deus queria salvar sua família, o homem foi levar o Evangelho para eles. Foi por isso que creram e se batizaram. Tem muita gente que não prega a Palavra para os seus familiares. Não é assim que funciona. Temos que nos mexer. Lutar por eles. Interceder por eles. Dar bom testemunho. Embora não haja uma promessa específica de que cada família onde alguém se converter todos virão a ser salvos, sabemos que este é o desejo de Deus. Desde o princípio vemos Deus incluindo as famílias em suas promessas de bênçãos, salvação e livramento. Onde está o ponto de equilíbrio? Não está em achar que a família será salva por si e nem tampouco em deixar de ter esperança pelos seus. É entender a visão familiar na Palavra e batalhar para que isto aconteça. Creio que Deus queira que cada um de nós possa afirmar com alegria o mesmo que Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Js. 24.15) Pequenos grupos que salvam É importante destacar o princípio bíblico de que cada casa é uma igreja e cada crente é um ministro. As casas de Lídia e do carcereiro eram igrejas em Filipos; Lídia e o carcereiro eram ministros que deram impulso à igreja nascente naquela cidade. Nesses pequenos grupos temos (01) o anfitrião – Que é quem oferece a casa – o carcereiro. (02) O líder – Quem dirigi o PG – Paulo. (03) O auxiliar do líder – Silas. (04) Os membros – Familiares e convidados para a reunião do PG. Em que áreas da sua vida, familiar, há necessidade da manifestação do poder de Deus? O que tem feito nos momentos de crise conjugal, familiar, celular, financeira? Um pequeno grupo em sua casa poderia ser um canal de bênção e salvação. Conclusão Não havia nenhum impedimento para que o carcereiro se convertesse. O evangelho tinha superado todos os obstáculos. Ele aproveitou a oportunidade oferecida por Deus. Creia na salvação dos seus familiares. Lute em favor deles. O fato é que eles não serão salvos somente porque você creu. A condição para a salvação de seus familiares é a mesma que de qualquer outro pecador: precisam se arrepender e crer em Jesus, mas você precisa dar o primeiro passo. Faça como o carcereiro e sua vida e seu lar não serão mais os mesmos. Creia no cuidado de Deus, tenha um coração agradecido, espere o livramento do Senhor, tranqüilize o seu coração e tome a melhor e mais importante decisão de sua vida: Entregue agora mesmo sua vida a Jesus. 46 | Apresentando Jesus - Sermonário


A FAMÍLIA DO AMIGO JESUS Mateus 12.46-50

Pr. Fernando Lopes de Melo

Introdução A família é vista nos dias de hoje como uma instituição em crise. Não há tempo para os seus membros estarem juntos e manifestarem o seu afeto e amor. Todos andam muito ocupados. Precisamos aprender a viver como a família de Jesus. As cenas do menino Jesus sob os ternos cuidados da sua mãe, Maria, e do seu pai, José ou dEle trabalhando com Seu pai na carpintaria podem interessar até mesmo os que não professam ser cristãos. Elas destacam a Jesus e Sua família humana. Ao nascer de uma mulher Jesus tornou-se membro da família humana (Lucas 1.30-35). Antes de se anunciar a concepção milagrosa de Jesus, Maria ficara noiva de um homem chamado José, que se tornaria assim o pai adotivo de Jesus. O que se sabe sobre a família imediata de Jesus, aqueles com quem ele viveu até o seu batismo, aos 30 anos de idade? O que nos dizem os relatos evangélicos? O que podemos aprender por saber mais de sua família? José, o pai Quando José descobriu que sua noiva estava grávida “antes de se unirem”, certamente ficou dividido entre seu amor por Maria e sua aversão ao que parecia ser um ato de imoralidade. Orientado por um anjo, José tomou Maria como esposa e participou no cumprimento das profecias messiânicas. José certamente era um homem espiritual, que apreciava o privilégio de se tornar o pai adotivo do Messias, o filho primogênito de Maria. José não teve relações sexuais com Maria até ela ter dado à luz. (Mt 1.25) Como recém-casados, a abstinência pode ter sido difícil para eles, no entanto, é evidente que não queriam que houvesse nenhum mal-entendido quanto a quem era o Pai do menino. Que maravilhoso exemplo de autodomínio! José colocava valores espirituais à frente dos seus desejos naturais. Sim, José era um homem justo que cuidava bem da família, tanto espiritual como fisicamente. Será que você, assim como José, dá prioridade na vida aos interesses espirituais, ao discernir qual é a vontade de Deus para conosco hoje em dia? Maria, a mãe Maria, a mãe de Jesus, era uma excelente serva de Deus. Quando o anjo Gabriel anunciou que ela ia dar à luz um filho, ela ficou surpresa. Ao saber que daria à luz por meio do espírito santo, ela humildemente aceitou. Ela dava tanto valor ao privilégio espiritual, que estava disposta a suportar quaisquer dificuldades que sua decisão lhe poderia causar. Na realidade, o fato de aceitar a comissão mudou-lhe a vida como mulher. Ela levou a sério o privilégio de ser a mãe humana do Messias. 47 | Apresentando Jesus - Sermonário


Maria tinha forte fé em seu filho como o Messias. Essa certeza não diminuiu nem depois da morte de Jesus. Logo após a ressurreição dele, ela estava entre os discípulos fiéis reunidos para fazer oração com os apóstolos. (At 1.13,14) Ela manteve a fidelidade, apesar de ter passado pela agonia de ver seu querido filho morrer numa estaca de tortura. Seus irmãos Após o nascimento de Jesus, José e Maria tiveram mais filhos. Isso é evidenciado pela pergunta que os habitantes de Nazaré fizeram mais tarde a respeito de Jesus: “Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama a sua mãe Maria e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E suas irmãs, não estão todas elas aqui conosco?” (Mt 1.25; 13.55,56; Mc 6.3). Disso podemos concluir que a família imediata de Jesus era composta de seus pais, quatro irmãos e pelo menos duas irmãs. Há quem não acredite que os irmãos e as irmãs de Jesus eram filhos de José e Maria. As palavras “irmão” e “irmã” podem referir-se a “pessoa ou pessoas unidas num vínculo comum, religioso ou outro”, ou a parentes, talvez a primos. A palavra, adelfós [irmão, no grego], quando é usada para descrever algum tipo de relacionamento físico ou legal, significa um irmão que procede do mesmo pai e da mesma mãe ou um meio-irmão, e nada mais. As Escrituras indicam que Jesus tinha irmãos e irmãs carnais. Parece que os irmãos de Jesus só passaram a ter fé nele depois da sua morte. Os membros da família de Jesus mostravam que não o respeitavam, até mesmo dizendo, em certa ocasião, que ele havia ‘perdido o juízo’ (Mc 3.21). Visto que Jesus tinha familiares descrentes, os que hoje se encontram na mesma situação podem estar certos de que Jesus entende como se sentem, quando os parentes zombam deles por causa da sua fé. Tiago, irmão de Jesus, é citado nas Escrituras como desempenhando um notável papel na congregação cristã (At 15.6-29; I Co 15.7; Gl 1.18, 19; 2.9; Tg 1.1) Outro irmão, Judas, escreveu uma carta inspirada para incentivar os cristãos a travarem uma luta árdua pela fé (Jd 1). Seu nascimento José, seu pai adotivo, era carpinteiro. Isso exigia trabalho físico árduo, muitas vezes envolvendo o corte de árvores para obter madeira. Jesus Cristo, o futuro Governante da humanidade, nasceu entre pessoas humildes, que tinham de trabalhar arduamente para se sustentar. Ele cresceu e se tornou carpinteiro, assim como seu pai adotivo (Mt 13.55; Mc 6.3). “Embora fosse rico” como poderosa criatura espiritual no céu, a Bíblia diz que ele “tornou-se pobre” por nossa causa. Assumiu uma posição inferior como humano e cresceu numa família de gente comum (II Co 8.9; Fl 2:5-9; Hb 2.9). Jesus não nasceu numa família rica, e isso talvez tenha ajudado alguns a se sentirem mais à vontade com ele. Seu status ou posição social não os preocupava. Podiam prezá-lo pelo que ensinava, pelas suas qualidades atraentes e suas obras maravilhosas. Podemos notar a sabedoria de Deus em permitir que Jesus nascesse numa família comum. 48 | Apresentando Jesus - Sermonário


Sua infância Jesus nasceu numa família e aí cresceu experimentado o amor dos seus pais, o carinho dos familiares e a relacionar-se com as pessoas da sua aldeia. Foi também na sua família que aprendeu a amar a Deus e a amar o próximo. Aprendeu ainda o valor do trabalho para o sustento da vida. Foi igualmente aí que, pouco a pouco, foi tomando consciência da sua missão como filho de Deus e salvador da humanidade. Em Nazaré, Jesus cresceu em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens (Lc. 2.52). José recebeu em quatro ocasiões orientação angélica sobre como criar seu filho adotivo. Três delas eram sobre onde criar o menino. Sua pronta obediência foi vital para a sobrevivência da criança. Em todos os casos, José agiu imediatamente, levando o menino primeiro ao Egito e depois de volta a Israel. Isso protegeu a criancinha contra o massacre de meninos por Herodes. Sua adolescência José levou sua família a Jerusalém para a Páscoa. Exigia-se que apenas as pessoas do sexo masculino fossem, mas José tinha o costume de levar a família a Jerusalém “de ano em ano”. Ele fazia grandes sacrifícios, pois tinham de andar uns 100 quilômetros de Nazaré a Jerusalém. Na ocasião mencionada nas Escrituras, porém, Jesus separou-se do grupo. Foi encontrado no templo, ouvindo e questionando os instrutores da Lei. Embora Jesus tivesse apenas 12 anos de idade, demonstrou ter grande sabedoria e conhecimento da Palavra de Deus. À base desse incidente podemos notar que os pais de Jesus devem ter-lhe ensinado muito bem, criando um menino de mentalidade espiritual. (Lc 2.41-50) Pelo visto, José faleceu algum tempo depois disso, pois não há mais menção dele nos relatos bíblicos posteriores. O jovem Jesus José ensinou um ofício a Jesus, a fim de que pudesse se sustentar. De modo que Jesus era conhecido não só como “o filho do carpinteiro”, mas também como “o carpinteiro” (Mt 13.55; Mc 6.3). O apóstolo Paulo escreveu que Jesus foi “provado em todos os sentidos como nós mesmos”. Naturalmente, isso também incluía trabalhar de modo árduo para ajudar a sustentar a família (Hb 4.15). José e Maria ensinaram aos filhos valores espirituais e a importância do trabalho. Sua verdadeira família Mateus 12.46-50 narra um interessante encontro entre a família física e a família espiritual de Jesus. Se perguntarmos: Quem no texto é a família de Jesus? Certamente teremos duas respostas. A família física são os que estão do lado de fora chamando a Jesus; a família espiritual, o próprio Jesus responde apontando para os seus discípulos. Poucos tiveram o privilégio de fazer parte da família terrena de Jesus, quando ele desceu do céu e se fez carne, habitando entre nós. Mas, muitos podem ter o grande privilégio de fazer parte da família espiritual de Jesus, ouvindo a Palavra de Deus e colocando-a em prática. 49 | Apresentando Jesus - Sermonário


Este segundo privilégio, além de ser eterno, é bem maior que o primeiro. Experimente! Quem é da família se envolve, trabalha. Chora, mas também se alegra. Intercede, aprende, ensina, corrige e é corrigido. É consciente das lutas e desafios da casa. Contribui. Os discípulos são a verdadeira família de Jesus, pois, eles têm o costume de ficar por dentro dos assuntos da casa do Pai, ficar à vontade em Sua presença e ficar no centro da Sua vontade. A igreja como família A igreja é mais uma família que uma instituição. Ao dizer que ela é uma família, digo que é um grupo de pessoas. Ao dizer que é uma família, especifico que é a família de Jesus. Família que brotou ao pé da cruz. Igreja não é instituição, prédio ou império econômico. Igreja é gente. Gente pela qual Cristo morreu. Gente que ele inter-relacionou, em laços de família. A igreja não é um teatro, mas uma família, onde as pessoas interagem, devem se relacionar em amor, solidariedade e auto-doação. Na família, as pessoas se conhecem, sabem seus nomes e têm vida em comum. Numa família, as pessoas são diferentes, mas se relacionam e se respeitam. Numa família, as pessoas são diferentes, mas têm traços comuns. Genéticos e culturais. Tem o mesmo DNA espiritual, o mesmo sangue, o de Cristo. Numa família, as pessoas se apóiam mutuamente, vivem em empatia. Numa família não deve haver brechas. Ela é fechada. Não admite rachaduras. Conclusão A experiência do amor divino ajudou Jesus a compreender o amor da sua família humana. Porém, impeliu-o a ir mais longe: a criar uma nova família. Esta nova família criada por Jesus tem como mandamento amar como Deus ama. Nela, ninguém é inferior ou superior, mas todos são irmãos e esforça-se por viver como tal. A nova família que Jesus criou não se limita a um espaço geográfico, nem a um determinado tempo da história. De igual modo, não se reduz a um povo. Ela pretende ser uma família composta por todas as famílias do mundo. Portanto, quais são algumas das coisas que podemos aprender da família de Jesus? Sujeite-se fielmente à vontade expressa de Deus e esteja disposto a enfrentar todas as provações que possam surgir. Dê primazia aos valores espirituais, mesmo quando isso significa fazer sacrifícios. Eduque seus filhos em harmonia com as Escrituras. Não desista de membros da família que não compartilham a sua fé.

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