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Palavras de Esperança - As últimas palavras de Jesus
índice: 1. As últimas palavras de Jesus na cruz 2. Palavras de Perdão 3. Palavras de Certeza 4. Palavras de Provisão 5. Palavras de Sofrimento 6. Palavras de Necessidade 7. Palavras de Vitória 8. Palavras de Entrega
Expediente: Temas: Wagner Aragão Revisão: Jolivê Chaves/ Mariazinha Coelho da Silva Diagramação: Victor Trivelato Pintura Capa: Jocard Design: Victor Trivelato Realização: Divisão Sul-Americana
1. AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ INTRODUÇÃO: Durante esta semana estaremos vendo as ações e declarações dAquele que deu a Sua vida pela vida de todos nós. Vamos estudar as últimas palavras de Jesus na cruz. São Palavras de Esperança! Vamos ler: Lucas 23: 34, 43; João 19: 26 e 27; Mateus 27:46; João 19:28; Lucas 23:46 e João 19:30. DESENVOLVIMENTO: Aqui estão sete declarações memoráveis e solenes. Foi o maior discurso de despedida da história do mundo. Foi proferido por Jesus no púlpito da cruz, na capela do Gólgota, na sexta-feira antes da Páscoa e por volta de trinta e três anos após o Seu nascimento. Apesar das Escrituras Sagradas cobrirem milhares de anos e registrarem as palavras de centenas de homens e mulheres em vida, pouquíssimas palavras de pessoas à beira da morte foram registradas na íntegra, como no caso de Jesus. Nenhum ouvido captou os sussurros de um homem à beira da morte como fizeram os escritores dos Evangelhos, ao pegarem do Calvário “as sete cordas da sinfonia da redenção.” Durante Seu ministério pessoal, Jesus teve vários púlpitos – o topo de uma montanha, um telhado, um banco, um poço. Mas, Ele nunca teve um púlpito como a cruz. Nunca houve ali um pregador como o Senhor, nunca houve uma congregação como aquela reunida no lugar da caveira, e nunca houve um sermão como as últimas palavras de Jesus.
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Mas por que as últimas palavras de Cristo na cruz são tão importantes assim? 1. O número sete tem todo um significado especial, tanto na literatura bíblica como na universal. Cícero já dizia: “Em tudo quanto existe o número sete prevalece.” Por exemplo: sete são os dias da semana, sete são as maravilhas do mundo antigo, sete são as cores do arco-íris, sete são as notas musicais, sete são as colinas de Roma e sete foram as palavras de Cristo na cruz. Na Bíblia encontramos mais de oitocentas referências ao número sete. Por exemplo: sete igrejas do Apocalipse, sete selos, sete trombetas, etc. O número sete indica plenitude, perfeição. E nas sete palavras encontramos uma mensagem perfeita, plena. Uma mensagem que nos fala de um Salvador, que na hora da morte tinha o Seu coração cheio de amor, amor que transbordou em palavras de esperança. Suas feridas não foram tratadas para que as nossas fossem. Suas aflições foram imensas para que as nossas fossem levadas embora. 2. Quando uma pessoa está para morrer todos querem ouvir o que ela tem p’ra falar. Se as palavras finais de um ente querido são recolhidas e citadas pelos familiares como uma recordação preciosa, muito mais significativas são as que Cristo pronunciou sobre a cruz. Ele não falou aleatoriamente, ou apenas por falar. Em cada expressão há um fundamento, há um significado. Foram poucas as Suas falas no longo silêncio daquele dia em que Ele pendeu no madeiro. As absorventes e aniquiladoras agonias da cruz não turbaram a ordem e a harmonia que Lhe assinalaram a vida. As sete últimas frases de Cristo podem ser comparadas às sete janelas por onde contemplamos a nobreza do Seu caráter. Elas são tão importantes que os quatro evangelistas citaram, pelo menos, uma delas. 3. O registro da história humana revela que muitos daqueles que foram sentenciados à pena de morte, tiveram
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a oportunidade de expressar as suas últimas palavras antes da morte. Alguns alegaram até o final a sua inocência. Outros extravasaram a sua ira e indignação contra aqueles que os executaram. Poucos reconheceram a merecida punição numa atitude de arrependimento. Entretanto, as palavras de Jesus Cristo nos momentos de Sua agonia naquela cruz, revelam o caráter santo e o propósito amoroso do Filho de Deus para conosco. Suas palavras não foram de amargura, de covardia, de frustração ou de maldição. Numa situação tão adversa, Jesus falou para os que ali estavam, naquele dia, as mesmas palavras que fala para nós, hoje: a) Palavras de Perdão: “Pai, perdoa-lhes...”Aqui vemos o maravilhoso amor de Jesus, mesmo sofrendo injustamente devido às acusações dos judeus e as violências dos romanos, Ele pedia ao Pai que os perdoasse. b) Palavras de Certeza: “Estarás comigo no Paraíso”. Não importa onde estamos, não importa quão pecadores somos, se nos arrependermos e confessarmos os nossos pecados e aceitarmos a salvação de Jesus, não somente teremos paz neste mundo, bem como a certeza de vida eterna no Paraíso Celestial. c) Palavras de Provisão: “Mulher eis aí o teu filho...eis aí a tua mãe.” As relações humanas são ternas. E, quando Jesus viu a Sua mãe Maria ao pé da cruz, tomou providências em favor dela. Deu instruções para que João cuidasse dela. Isso revela o cuidado de Cristo para aqueles que são Seus, aqueles que O seguem pela fé em Sua palavra. Estas mesmas palavras de provisão são extensivas a nós, pois somos da Família de Deus. Ele é nosso Pai e, Jesus, nosso irmão mais velho e como o próprio Jesus disse: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a praticam.” Luc. 8:21. d) Palavras de Sofrimento: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Morte é separação e morte eterna
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é eterna separação de Deus. As agonias da segunda morte foram sofridas por Jesus quando recebeu a carga completa dos nossos pecados, “fazendo-se pecado por nós”. Graças a Deus que Jesus venceu a segunda morte para que você e eu jamais a experimentemos. Jesus proferiu palavras de sofrimento para que nunca, jamais você e eu soframos os horrores da segunda morte. Isso só depende de você e de mim. Só depende de O aceitarmos como nosso substituto. Você O aceita? e) Palavras de Exaustão: “Tenho sede”. Não era uma reclamação, nem um pedido, apenas uma simples afirmação de um fato. Uma lição óbvia de que Ele era de carne e osso. Tinha fome e sede como nós e é por isso que Ele se compadece de nós. “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se de nossas fraquezas...Acheguemo-nos, pois, confiadamente junto ao trono da Graça , a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”( Heb. 4 :15 e 16). Graças a Deus que temos um sumo sacerdote que pode compadecer-se de nós. Por que não chegarmos hoje ao trono da Graça, confiantemente, em busca de perdão, transformação e salvação? f) Palavras de Vitória: “Está consumado!” Esta foi a declaração de vitória do Senhor Jesus ao mundo, aos homens, ao diabo, aos anjos e ao Seu Pai Celestial. Ele havia pago, consumado a Sua obra redentora. O preço de nossa dívida estava totalmente pago. O nosso preço já foi pago, a vitória de Cristo é a certeza da nossa vitória sobre o mundo com todas as seduções sobre a carne, com todas as suas inclinações e sobre Satanás com todas as suas tentações. Com Cristo seremos vitoriosos sobre essa terrível confederação do mal: o mundo, a carne e o diabo. g) Palavras de Entrega: “Nas Tuas mãos entrego o meu espírito.” A morte não venceu Jesus, pelo contrário, Ele ofereceu voluntariamente a Sua vida. A morte não foi
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ao encontro de Jesus, Ele foi ao encontro dela. Ao referirse à Sua vida e morte, disse: “Ninguém a tira de Mim, eu espontaneamente a dou.” Jesus viveu uma vida de entrega ao Pai, e na hora de Sua morte, a Sua disposição não poderia ser outra, a não ser entregar-Se. Semelhantemente você e eu precisamos ter uma vida de entrega a Deus para que ao passarmos pela morte possamos descansar e dormir seguros em Seus braços de amor. 4. E o último motivo pelo qual é importante meditar, estudar as últimas palavras de Cristo na cruz, está na citação que Ellen G. White faz, no DTN, pág 72 : “Far-nosia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Devemos tomá-la ponto por ponto , e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança será mais constante, nosso amor vivificado e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito. Se queremos ser salvos, afinal, teremos de aprender aos pés da cruz a lição de arrependimento e humilhação.” CONCLUSÃO: Diante do que acabamos de ouvir, queremos deixar com você um convite: a partir de amanhã estudaremos as sete últimas frases de Cristo na cruz. São sete declarações do Seu amor por nós. Amanhã, estudaremos a primeira que é uma declaração de perdão. Perdão é algo que necessitamos dia a dia. Quantos de vocês, pela graça de Deus, querem levantar a mão dizendo que estarão aqui para mais um encontro com Jesus? Amém!
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2. PALAVRAS DE PERDÃO INTRODUÇÃO: Estamos novamente juntos, para mais uma reunião nesta semana especial da Paixão de Cristo. O tema da nossa semana é “Palavras de Esperança”. Estamos estudando as últimas palavras de Cristo na cruz, que em essência são palavras de esperança. O tema desta noite é “Palavras de Perdão”. Examinemos, então, a primeira palavra de Cristo na cruz. Encontra-se em S. Lucas 23: 33 e 34. DESENVOLVIMENTO: Quando Jesus entrou em Jerusalém, montado em um jumentinho, a multidão estendia suas vestes para Ele passar. (Lucas 19:36). A multidão gritava e louvava em voz alta dizendo: “Bendito o que vem em nome do Senhor” (Lucas 19:37 e 38). Cinco dias depois, a mesma multidão grita diante de Pilatos: “Crucifica-O! Crucifica-O!” São tiradas as vestes de Jesus. Quão rapidamente a multidão mudou. Como as pessoas são influenciáveis. É fácil acompanhar a multidão, a massa. É fácil acreditar no ditado popular: “A voz do povo é a voz de Deus.” Mas é bom lembrar que, na maioria das vezes, a multidão esteve errada. E, que, para nós, o que vale não é a voz da maioria e nem da minoria, mas, sim, a voz de Deus expressa nas Sagradas Escrituras. As pessoas mudam facilmente, mas graças a Deus que Jesus não muda. “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e o será para sempre” (Hebreus 13:8). Tudo o que Jesus foi ontem (Amor) Ele é hoje. Tudo o que Jesus é hoje (Amor) Ele será amanhã, sempre (Amor). No Calvário Jesus estendeu a mão aos Seus executores. Mãos que não haviam ferido nenhum homem, mãos das
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quais fluíam bênçãos para o mundo. A cruz foi erguida devagar e, então, fincada no buraco preparado para ela. Jesus havia subido ao Seu último púlpito. E Suas primeiras palavras na cruz foram de perdão. Esta primeira palavra, bem como a quarta e a última são orações que Ele dirige ao Pai. O início, o meio e o fim da agonia de Jesus foram banhados pela santa comunhão com o Pai. Iniciou o Seu ministério com oração e terminou com oração. Aqui encontramos uma grande lição. Neste mundo ninguém pode ser vitorioso sem oração. Precisamos aprender a fazer como Jesus que dependia constantemente do Pai. Raramente homens oravam na cruz. A crucificação era uma invenção de mentes depravadas e determinada a tornar a morte tão dolorosa quanto possível. Conforme estudos realizados, era comum a vítima delirar de dor, soltar gritos estridentes, praguejar e cuspir nos espectadores. Mas Jesus orou. Quando o homem deu o pior de si, Jesus orou. Não por justiça, mas por misericórdia. E orou, não após Suas feridas terem sarado, mas enquanto estavam sendo abertas. “Pai” – disse Jesus na hora da morte. Tinha uma coroa de espinhos furando o Seu rosto, mas isso não O impedia de enxergar o amor do Pai. Suas mãos estavam cravadas numa cruz, não podiam mais curar pessoas, mas Ele podia orar. Seus pés não podiam mais andar para alcançar o pecador, mas isso não O impedia de orar. Seus discípulos O tinham abandonado. Ele não podia mais ensinar-lhes, mas isso não impedia Jesus de orar. Ah, meus amigos, às vezes, quando surgem dificuldades em nossa vida, quando um filho sofre um acidente, ou quando perdemos o emprego, o primeiro pensamento que vem à nossa mente é o fato de que, talvez, Deus tenha nos abandonado, que tenha Se esquecido de nós, que não Se
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importa conosco. Jesus, em meio à tanto sofrimento, dor, agonia, perseguição, insultos e sangramento não permitiu que nada o impedisse de saber que Seu Pai O amava e que olhava para Ele. É possível que em nosso meio, neste auditório, haja alguém que está desempregado há muito tempo. Você é capaz de enxergar o rosto do Pai apesar de estar passando por necessidade? Você está doente, desenganado pelos médicos? Os amigos o abandonaram? Foi traído pelas pessoas que mais amava? Sente-se solitário? E, apesar de tudo isso, é capaz de enxergar o rosto do Pai? Jesus o fez na cruz do Calvário. Sem amigos, abandonado pelos discípulos, odiado pela multidão, castigado pelos soldados, acusado falsamente, crucificado injustamente, ferido, em agonia, era capaz de dizer: “Pai, eu não Te vejo, está tudo escuro, mas sei que estás presente. Sei que estás aí e eu confio em Ti.” Somos capazes de fazer isso? Se vivemos constantemente em comunhão com o Pai, nada neste mundo poderá nos separar dEle, do Seu amor. O primeiro pensamento de Jesus não foi sobre Sua própria dor, mas sobre o mal que os Seus acusadores estavam infligindo neles próprios. Em Sua hora de agonia Jesus não orou por Ele, mas pelos outros. E não foi por Seus amigos, por Seus familiares ou por bons cidadãos. Sabe por quem? Ele orou por Seus inimigos. Justamente aqueles que O estavam maltratando. Orou e pediu perdão por eles. Como uma árvore que derrama perfume sobre o machado que a corta, Jesus disse: “Pai, embora Sua misericórdia precise ser negada a Mim, não a negue a eles!” Ah, meu amigo! Jesus estava vivendo o que sempre ensinou. “Perdoai vossos inimigos”, “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”,
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“Se não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” Na cruz Jesus viveu a Sua mensagem. O Seu maior ensinamento sobre perdão foi na cruz. Ele saiu da teologia, da beleza das palavras e entrou na realidade do perdão. Ele praticou o que pregou. Nas palavras de Jesus está a esperança da nossa salvação. Então, acheguemo-nos para escutar mais atentamente o que está sendo dito. Com certeza, vamos escutar o nosso nome sendo mencionado na súplica. Ele orou em voz alta para que soubéssemos que estávamos incluídos na oração. No grego, o verbo em Lucas 23:34 está na forma imperfeita, indicando “ação contínua no passado”. Nosso texto diz: “Contudo Jesus dizia”, que também poderia ser traduzido por : “Contudo Jesus continuava dizendo”. Em outras palavras, Jesus pode ter dito várias vezes a frase: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” Quando o centurião O lançou ao chão, Jesus orou: “Pai, perdoa-lhe, porque não sabe o que faz.” Quando os rudes cravos rasgaram Seus punhos trêmulos, Jesus orou: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” Quando ergueram a cruz ao alto, Jesus orou: “Pai, perdoalhes, porque não sabem o que fazem.” Quando a multidão zombou dEle e O injuriou, Jesus orou : “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Quando os soldados lançaram sorte sobre Suas vestes, Jesus orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Apesar de não conhecermos os detalhes, sabemos que Jesus continuou orando: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Mas, pense um pouco por quem Jesus orou... Certamente a Sua oração, conforme mencionamos incluiu os soldados que cravaram os pregos em Suas mãos e pés,
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que se ajoelharam ao pé da cruz, não em tristeza reverente, mas para lançar sorte sobre Sua túnica. Talvez, estes foram os homens que, na noite anterior esbofetearam o Seu rosto, cuspiram nEle e, por vezes, bateram na coroa de espinhos que eles mesmos Lhe puseram sobre a cabeça, fazendo enterrarem-se-Lhe os espinhos na fronte, e o sangue a gotejar-Lhe pelo rosto e barba. Porventura você oraria e concederia perdão para alguém que, de igual modo, abusasse de você? Nenhuma maldição invocou Jesus sobre os soldados que O trataram tão rudemente! Nós entendemos porque os soldados foram tão cruéis! Eles foram pagos para isso e, acima de tudo, deviam obedecer às ordens superiores. Nós entendemos a ação dos soldados... Mas Jesus fez mais! Ele simplesmente perdoou... Por quem mais Jesus orou? Certamente pela multidão que na noite anterior gritou alucinada: crucifica-O, crucifica-O (Marcos 15:13) e, agora, ao pé da cruz em chacota dizia: “Se és Filho de Deus, desça da cruz.” Nós entendemos porque aquela multidão agiu assim. Os líderes do povo haviam estimulado a turba ignorante a pronunciar tal julgamento. Nós entendemos a ação da multidão. Mas Jesus fez mais! Ele perdoou... Por quem mais Jesus orou? Nosso Senhor orou pelos discípulos que fugiram. Certamente Ele orou por Seu amigo Pedro que O negou. Novamente nós entendemos a reação dos discípulos. Todos nós já experimentamos o choque de um perigo físico. Todos já fomos tentados a fugir. Por isso, podemos entender a reação dos discípulos fugitivos. Mas Jesus fez mais! Ele os perdoou...
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Certamente Jesus também incluiu Caifás, Herodes e Pilatos em Sua oração de perdão. E nós entendemos porque esses homens de responsabilidade agiram assim... É dito que os sacerdotes agiram movidos pela inveja. Pilatos entregou Jesus por medo da multidão e receio de perder a amizade do Imperador. Nós entendemos porque estes homens falharam. Jesus fez mais! Ele perdoou... Jesus orou pelos responsáveis imediatos do Seu sofrimento e morte. Mas, a Sua oração ultrapassa as fronteiras de Jerusalém, ultrapassa os limites da sexta-feira em que morreu. Aquela oração de Jesus por Seus inimigos abrangia o mundo inteiro. Envolvia todo pecador que já vivera ou viria viver ainda. A oração de perdão inclui você quando erra... A você, também, é oferecido o perdão. Na cruz, Jesus Cristo abriu a porta do perdão de Deus. A porta ainda está aberta hoje!...Mas, depois de alguém haver entrado, o que deve fazer? ......... Pergunto: Você é capaz de orar por seus inimigos? Talvez se você está vivendo bem, com um bom saldo no banco, com boa saúde, com toda a família unida. Mas, se condenado à morte por um câncer, em dificuldades financeiras, com a família feita em pedaços e todo mundo contra você, seria capaz de orar pelos seus inimigos? Perdoar não é fácil, mas é necessário. Na cruz, Jesus estava sofrendo. O sangue levava Sua vida gota a gota. O Seu sofrimento mental, físico e espiritual era profundo. Mas se Ele abrigasse em Seu coração mágoa por aquilo que Lhe faziam, o Seu sofrimento seria maior. Ao perdoar, Ele não somente estava praticando o que ensinava, mas, também, estava aliviando a Sua dor. Sabe por quê? Porque o perdão beneficia mais a quem perdoa do aquele que é perdoado. E isso você precisa aprender, aceitar. Se por 14
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algum motivo não é capaz de perdoar alguém que o traiu, que o machucou, ou fez algo que marcou terrivelmente a sua vida, você não tem paz e vive um inferno cada vez que vê aquela pessoa. Seu espírito se envenena. Você pode estar vivendo um momento feliz, mas quando aparece aquela pessoa, estraga tudo. Mas você sabia que provavelmente aquela pessoa não está nem aí para o que você sente? O único que está sofrendo é você. Então, quando perdoa, você expulsa o veneno de sua vida. O veneno da mágoa não machuca nem um pouco o seu inimigo, mas perturba a sua vida. O seu coração torna-se um depósito de lixo, porque ódio, mágoa, rancor, ressentimento, tudo isso é lixo! Quando você conseguir olhar para o outro sem sentir mais mágoa, nem rancor, certamente estará livre. O maior beneficiado pelo perdão é aquele que o oferece. Pergunto novamente: Você já perdoou? Não consegue perdoar o marido que a traiu, a mulher que o traiu? O pai que nunca o reconheceu como filho? Já perdoou o filho que jogou o seu nome na lama? O amigo que o traiu? É porventura o seu coração um depósito de lixo, que só lhe prejudica? Na última parte desta mensagem vamos ver qual foi o resultado da oração de Jesus. Será que Sua oração foi atendida? Vamos para Jerusalém quarenta dias depois da morte de Jesus. Pedro está pregando e aqueles homens que participaram da crucificação de Jesus são tomados pelo Espírito Santo. A oração de Jesus pelos seus inimigos, na cruz, é respondida. Ele orou por Seus inimigos e, agora, muitos são transformados. Imagine aquele que colocou a coroa de espinhos na fronte de Jesus. Imagine-o correndo na direção de Pedro e dizendo: “Eu cravei a coroa na 15
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fronte de Jesus. Há perdão para mim?” E Pedro responde: “Arrependei-vos e batizai-vos e vossos pecados vos serão perdoados.” Aquele que pregou as mãos de Jesus corre até Pedro e diz: “Eu preguei Suas mãos, há perdão para mim?” Pedro responde: “Se você está arrependido sim, há perdão.” E naquele dia foram batizadas três mil almas. Quarenta dias antes estavam cuspindo em Seu rosto, insultando e xingando-O. Mas Jesus orou por eles e o Pai respondeu à oração. Quarenta dias depois, aqueles mesmos homens foram alcançados pelo evangelho salvador. Será que alguém, neste auditório, tem o marido ou esposa, ou quem sabe um familiar que não quer saber nada de Jesus? Alguém cujo filho está se distanciando de Jesus? Você tem um amigo, ou parente por quem já orou e ele continua indiferente em relação a Jesus? Continue orando, seja perseverante. Ore pelos amigos, mas também pelos piores, ore por aqueles que, em sua opinião, não têm mais jeito. Se Deus respondeu à oração de Jesus, responderá a sua também e lhe entregará esse marido, essa mulher, esse filho, esse pai, esse amigo para Cristo. Ele o fará. Não perca o ânimo, continue orando, continue suplicando. Ele responderá à sua oração. Ilustração: Contar alguma experiência de resposta à oração intercessória. CONCLUSÃO: Nesta noite quero lhe fazer um convite. Se você se sente distante de Jesus, se está lutando com o pecado em sua vida, se você caiu, falhou e não se perdoou, ou não se sente perdoado, ouça agora, Jesus do púlpito do Calvário orar em seu favor, dizendo: “Pai, perdoa-lhe. Perdoa esse
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Teu filho. Aceita-o em Teu redil. Dê-lhe o abraço da paz. Que ele sinta o Teu doce e completo perdão. Que ele receba, aceite o Teu perdão, hoje, agora! Quantos desejam colocarse em pé recebendo-O, aceitando o perdão do Pai? Quero fazer ainda um segundo convite: Talvez, você já se sinta perdoado, mas quer que o perdão de Jesus alcance o coração de um amigo, de um parente, quer que Jesus o ajude a perdoar alguém. Poderia você vir comigo ao Calvário e dizer: “Senhor, foi por mim que entraste em agonia. Lá na cruz oraste por mim. Fui eu que Te crucifiquei. Lá na cruz oraste por meu pai, por meu filho, meu marido, por minha esposa. E, se em quarenta dias três mil pessoas se entregaram a Ti, por que não podes transformar o meu coração e o coração daquela pessoa por quem estou orando? Se esta é a sua oração, fique em pé também. Oração. Amanhã, estaremos juntos novamente para estudarmos a segunda palavra de Esperança: Cristo na cruz.
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3. PALAVRAS DE CERTEZA INTRODUÇÃO: Continuando o estudo sobre as sete últimas palavras de Cristo na cruz que podem ser comparadas, também, às sete declarações de amor e esperança, hoje vamos estudar a segunda palavra, que está escrita em Lucas 23:39 a 44. DESENVOLVIMENTO: Olhemos, neste momento, para a montanha solitária onde estão cravadas três cruzes. Jesus está no meio. Ao Seu lado dois ladrões. O Mestre está pregando o Seu último sermão. Seu púlpito é uma cruz. Seu auditório, apenas duas pessoas: dois homens que nunca quiseram saber nada de Jesus; dois ladrões que, em decorrência de seus erros, estão ali, pendurados na cruz, esperando a morte. Mas, por que esses dois ladrões foram castigados assim? Aqui há algo que precisamos entender. De Jerusalém saíam dois caminhos: um descia para Jericó que estava na parte baixa e o outro, subia para o Gólgota. No primeiro caminho, quem ia para Jericó era pego pelos marginais, ladrões que se escondiam nas sombras da noite para matar, roubar, assaltar e violentar. Daí surgiu a parábola do Bom Samaritano que nos fala de um homem que foi assaltado no caminho que descia para Jericó. O que esses homens que se escondiam nas trevas da noite não sabiam é que por terem descido para Jericó, teriam que subir para o Calvário, porque mais cedo ou mais tarde a sociedade os prenderia, seriam julgados e condenados. Como era essa condenação? Eram condenados com a pena de morte, a pena de crucifixão. Hoje, não podemos entender plenamente o que isso 18
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significava. Em realidade a pena de morte por crucifixão não era tão simples como a morte na cadeira elétrica, na câmara de gás ou por fuzilamento. Esta morte era cruel, terrível, miserável – a pior das mortes. A sociedade tinha inventado esse tipo de morte para vingar-se dos marginais que a tinham perturbado por muito tempo. Você não fica irado quando roubam o som do seu carro? Você não fica com raiva quando invadem a sua casa, a sua vida e tocam naquilo que é seu? Você não fica com raiva, quando gente a quem você não fez nada invade a sua privacidade e arruína a sua vida roubando, matando? Então, a sociedade em Jerusalém, cansada do abuso desses marginais, inventou uma morte cruel para eles. E em que consistia a morte por crucifixão? Deitavam a cruz no chão e sobre ela depositavam o condenado. Pregavam as suas mãos e pés. Mas ninguém morre porque alguém lhe fez dois buracos nas mãos. Se os pregos fossem colocados na cabeça, no coração, aí seria diferente, mas nas mãos o máximo que pode acontecer é sangrar. Então, o objetivo desse tipo de morte, ao se pregar as mãos e os pés, não era matar imediatamente, mas castigar da pior forma possível. Veja como isso acontecia. Depois de pregarem o condenado, levantavam a cruz. Aí as coisas começavam a ficar difíceis para o bandido, porque com o peso do corpo as carnes se rasgavam, o sangue começava a sair em torrentes e devido ao sangramento, o ladrão enfraquecia, ficava debilitado. Por quanto tempo o marginal ficava pendurado na cruz? A lei dizia que seu corpo só poderia ser retirado da cruz depois de morto. E quanto tempo durava esse processo até à morte? Dependia da resistência do condenado. Alguns
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resistiam seis horas, outros doze horas, outros vinte e quatro horas. Alguns resistiam dois, três dias, sem comida, sem bebida e sangrando. A única permissão era lhe oferecer de hora em hora um pouco de vinagre nos lábios, mais nada. Ali ficava ele pendurado. De dia o Sol queimava sua carne. Imagine o sangue secando em suas mãos, moscas pousando em cima do seu corpo ensangüentado e ele sem mãos para se mexer, se defender. E, ainda, sentindo muita sede... Quando a noite chegava, o frio gelado como uma chicotada castigava o seu corpo ferido e seminu. Alguns contraiam uma pneumonia e morriam. Outros enfraqueciam lentamente, gota a gota. Era uma morte terrível, porque além de sentir intensa dor, o crucificado tinha tempo necessário para lembrar de toda a sua vida passada, de todos os seus erros. Chegava um momento em que ele não agüentava mais . Chegava um momento em que ele gritava para os soldados lá embaixo: “Por favor, tenham piedade de mim, me matem, me matem, me dêem o golpe final, não agüento mais!” Mas os soldados diziam: “Não! Você precisa morrer lentamente e lembrar tudo o que fez no caminho de Jericó. Como roubou, assaltou, matou gente inocente, pacífica e que nunca lhe fez nada. Morre aí, derrama a sua vida gota a gota.” Agora quero que imaginem comigo o Calvário. Três cruzes lá na montanha. Dois tinham motivos suficientes para morrer; o do meio era o que mais tinha motivos, porque o da direita e o da esquerda pelo menos morriam somente por eles, mas o do meio morria pelos outros. Uma das coisas impressionantes em Jesus é que ao nascer foi cercado por animais e, ao morrer, por criminosos. Ao morrer, não escolheu ficar ladeado dos melhores cidadãos,
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dos homens mais ilustres. Não escolheu morrer rodeado por homens famosos, como artistas de TV, jogadores de futebol, políticos. Ao morrer, o fez rodeado por dois bandidos. Por que fez assim? Jesus sempre foi coerente. Quando esteve nesta Terra andou e Se juntou com os excluídos da sociedade, os considerados perdidos. Você sempre O verá andando entre ladrões, publicanos, prostitutas, a ralé, os párias da sociedade. Ele Se misturou com pecadores. Viveu entre pecadores. Mas o que mais nos impressiona é que quando morreu, escolheu morrer entre pecadores. Morreu cravado, pregado entre dois ladrões. Dois seres humanos em quem a sociedade tinha perdido toda a esperança de recuperação e os estava matando. Dois seres humanos selvagens, imorais, sem sentimentos, que gastaram toda a vida no pecado. Por que Jesus agiu assim? Ele escolheu morrer entre os pecadores porque tinha uma missão. Queria transformar a vida daqueles homens. Aí estava a grandeza do ministério de Cristo. Viveu entre pecadores para salvar e morreu entre pecadores para salvar. Quando Se separava da multidão era unicamente para receber poder de Seu Pai e logo saía para pregar, transformar vidas e mostrar o amor maravilhoso do Pai. Assim, nunca devemos nos esquecer de que o nosso Senhor Jesus que conhecia tudo, que sabia tudo, gastou a Sua vida para transformar pecadores e exalou o último suspiro acreditando nos piores seres humanos. Isso quer dizer que o ministério de Cristo teve resultado? Sim e não! Não, porque o primeiro marginal, de um lado, olhou para Ele e disse: “Se Tu és o Cristo salva-te e salvanos.”
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- “Se tu és o Cristo”-Você se lembra do que Satanás disse para Cristo lá no deserto? “Se tu és o Cristo, lança-te ...” Você se lembra do que os sacerdotes disseram? – “Se tu és o Cristo, desce da cruz.” E, agora, o marginal disse: “ Se tu és o Cristo, salva-te...” O problema desse homem é que ele não sentia necessidade espiritual, estava consciente, apenas, de sua necessidade física. Não estava arrependido, não confessou. Ele somente queria alívio para a difícil situação em que se encontrava. Esse homem mostra a realidade de todos os tempos. Milhões de pessoas seguem a Jesus simplesmente por interesses terrenos. Porque Jesus pode curar ou arrumar um bom emprego, ou porque pode tirar o filho da miséria em que está vivendo ou porque pode trazer o marido ou a mulher de volta. São as motivações ocultas que muitas vezes trazemos no coração. Qual é a sua motivação para seguir a Jesus? Pense no raciocínio do primeiro homem: “Se tu és o Filho de Deus, salva-me. Porque se me salvares, me tirares da cruz, acreditarei que Tu és o Filho de Deus. Se tu me curares, saberei que tu és o Filho de Deus. Se não me curar, então qual é o mérito em Te seguir?” Quer dizer que desejar ser curado está errado? Claro que não! Peça a Deus um milagre. Acredite no poder divino, mas não faça disso a motivação para seguir a Jesus. Pobre homem! Estava diante da Água da Vida, do Pão do Céu, do Salvador e morreu com sede, com fome e totalmente perdido. Mas, graças a Deus, que na cruz não havia somente incredulidade. Na cruz havia, também, uma alma sincera que acreditou no Cristo moribundo. Eu quero fazer desse Cristo, o meu Cristo. Quero segui-Lo sem interesse.
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Quero segui-Lo sem esperar nada dEle. Quero segui-Lo simplesmente porque Ele me amou primeiro. E você? Essa foi a atitude do segundo ladrão na cruz. Ele estava morrendo, pregado na cruz. Gostaria de ficar livre da situação, mas sua oração não era somente para sair da cruz. Ele sabia que o seu problema imediato era estar pregado na cruz, mas havia um problema mais profundo: Ele era um miserável pecador. Ele percebeu que em seu coração estava a natureza pecaminosa que o empurrou a vida toda para o pecado. Ele não queria somente ser livrado da situação angustiante da cruz, mas ver-se livre da situação miserável do pecado. Por isso repreendeu o colega do lado, dizendo: “Ele não fez mal nenhum, nós com justiça padecemos, porque fizemos o mal.” Aqui está o primeiro passo que precisamos dar: reconhecer que o nosso problema não é apenas estar desempregado, doente, mas sim, viver separado de Deus. É não termos dado a Jesus o primeiro lugar em nossa vida. O segundo ladrão percebeu a sua situação, reconheceu o seu pecado, não o escondeu, não se justificou, não explicou, não argumentou, não jogou a culpa nos outros. Mas tão logo damos o primeiro passo, devemos dar o segundo que é clamar por ajuda e foi isso que esse homem fez. Ele disse: “Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no Teu reino.” O que havia na vida daquele homem que valesse a pena ser lembrado? Sangue, roubos, vícios, imoralidade, desonestidade. Que tinha esse homem de bom em sua vida que valesse a pena ser lembrado por Jesus? Aqui está a essência da salvação: nenhum ser humano será salvo porque o seu passado foi maravilhoso. O passado de todos não nos condena. Não podemos vir diante do trono da graça e dizer: “Senhor, aqui está o meu bom
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comportamento, a minha conduta irrepreensível.” Não podemos depositar a confiança da nossa salvação em obras humanas. A salvação vem somente pela graça. O perdão dado ao ladrão lembra-nos que há mais graça no coração de Deus do que pecado em nosso passado. Esse foi um dos mais sublimes pedidos feitos a Jesus: “Senhor, lembra-te de mim...”. E Jesus respondeu imediatamente, dando aquele homem uma palavra de certeza, doce certeza. Ele lhe disse: “Filho, eu te digo uma coisa hoje. Eu te prometo que estarás comigo quando eu voltar pela segunda vez. Estarás comigo no Paraíso. A tua oração está sendo atendida neste momento. Podes fechar os olhos com confiança, podes descansar em paz, quando eu voltar o teu lugar estará seguro no meu reino.” Aqui há esperança para o pior e maior dos pecadores. A promessa dada por Jesus , era uma nota promissória, expedida pelo banco do Céu, tão digna de confiança como o homem que a assinava. Aprendemos das palavras de Jesus que a salvação nos é concedida no momento em que vamos a Ele e Lhe entregamos a vida, do jeito que ela está. Não importa quem somos, como vivemos, o que fizemos, quão longe estivemos, podemos ir a Jesus com sinceridade de coração, que Ele nos receberá, apagará os nossos pecados, fará de nós novas criaturas, colocará a mente de Cristo em nosso coração. Transformar-nos-á, criará em nós novas motivações. Ele foi contado entre os transgressores para que você e eu pudéssemos ser contados com os redimidos. CONCLUSÃO: Nesta noite, estou convicto de que você precisa fazer este pedido a Jesus. “Senhor, lembra-te de mim...”. Lembra-Te de mim, hoje. Preciso do Teu socorro, do
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Teu perdão, do Teu poder, da Tua cura, da Tua salvação. Quero ser lembrado por Ti hoje, porque quero ser lembrado por Ti quando vieres nas nuvens do céu. Tenha certeza, amigo, de que se você agora, em sinceridade de coração orar e falar para Jesus: “LembraTe de mim”, seu pedido não será em vão, não passará despercebido. Ele, em Seu amor, lhe dará agora a mais doce certeza. Fará para você uma bela declaração de amor: “Meu filho, meu amado, te digo hoje, estarás comigo no Paraíso”. Eu quero ser lembrado por Jesus, hoje e, também, quando Ele voltar. Quero dizer hoje para Jesus “ Lembra-te de mim”. Eu quero ouvir pela fé esta declaração de amor, de certeza: “Meu filho, estarás comigo no Paraíso”. Se você tem o mesmo desejo em seu coração, se esta é a sua vontade, fique em pé demonstrando a sua decisão. Neste momento quero orar por você e por todos nós.
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4. PALAVRAS DE PROVISÃO INTRODUÇÃO: Em continuação à Semana do Calvário, hoje vamos estudar o que está relatado em João 19:25 a 27. Aqui encontramos mais uma declaração de Jesus. Uma declaração, uma palavra de provisão. Esta foi a terceira palavra de Jesus na cruz. Vimos que a primeira Ele dirigiu para cima, ao Pai e nos fala da comunhão que tinha com o Pai e do Seu amor perdoador. A segunda, para o lado, ao ladrão arrependido e nos fala de um amor que nunca desiste de nós e que quer nos dar a certeza num mundo tão mutável, tão incerto. Agora Ele dirige uma palavra para baixo, onde, perto da cruz, se encontravam Sua mãe e o discípulo amado. Quão grande é o amor do nosso Senhor Jesus Cristo. Ele Se dirige em todas as direções, vai a todos os lugares , bate em todas as portas em busca do pecador. Age assim por amor. Age assim para salvar. Age assim porque quer prover perdão, esperança, amor, atenção e cuidado. Analisemos mais profundamente esta terceira palavra de Jesus. DESENVOLVIMENTO: Quando pintamos a cena do Calvário ficamos gratos ao ver que nem todos os presentes estavam injuriando Jesus. Um punhado de gente que ali estava se importava com Ele. Ali estavam o discípulo amado, Maria e outras três mulheres. Com exceção de João, todos os discípulos de Jesus fugiram em massa. Mas as mulheres que O acompanharam em Seu ministério não fugiram. Elas não tiveram medo e estavam ao pé da cruz. As mulheres, naqueles dias, 26
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assim como hoje, eram colocadas à margem, tantas vezes destituídas de sua dignidade, mas estavam ali. Ninguém consegue deter uma mulher que tem um sonho, um objetivo. Jesus nunca discriminou as mulheres, sempre as tratou bem, sempre as respeitou. Ele jamais Se deixou levar pelos preconceitos de Seu tempo. Não tinha medo de Se expor, de falar com elas em público, para evangelizá-las, para fazer com que se sentissem filhas amadas do Pai. E, agora, um grupo delas estava ali ao pé da cruz. Então, Jesus quase cego pelo sangue que Lhe escorria da fronte, enxergou as duas pessoas que na vida Lhe foram mais próximas: Sua mãe e o discípulo amado. Falemos primeiramente um pouco de Maria, a Sua mãe. Quando pensamos em Maria, logo nos vem à mente a sua disposição em aceitar o plano de Deus para a sua vida. Quando o anjo Gabriel lhe apareceu dizendo que ela conceberia do Espírito Santo, e que a criança que haveria de nascer seria o Filho de Deus, ela teve fé que isso aconteceria. Maria era, também, uma mulher de coragem, porque ao aceitar o plano de Deus, ela estava disposta a ser difamada, criticada pela sociedade da época. Maria respondeu a esses desafios, simplesmente dizendo: “Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim conforme a Tua palavra.” Lucas 1:38. Deus tem planos maravilhosos para a sua vida, está você disposto a aceitá-los? Logo após o Seu nascimento, Jesus foi apresentado no templo e Maria ouviu dos lábios de Simeão a profecia de que Seu filho seria alvo de contradição e que uma espada traspassaria a sua própria alma. Lucas 2:34 e 35.
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Mesmo sabendo disso, mesmo sabendo que o fim de seu amado Filho seria triste, Maria O educou com todo amor e carinho, dando-Lhe o melhor que podia, educando-O a seus pés. Nunca deixou de ser para Ele a Sua mãe. Mas chegou o momento em que Jesus precisava iniciar o Seu ministério. E, Maria, que estava sempre com Jesus, estaria com Ele também nesse momento. A Bíblia nos conta que Jesus iniciou Seu ministério em Caná da Galiléia, em uma festa de casamento. Quando, para a consternação dos noivos, acabou o suprimento de vinho, Maria que sabia do filho especial e poderoso que tinha, comunicou o fato a Ele e disse para os serventes da festa: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” João 2:5. O resultado foi que Jesus pediu que os serventes enchessem seis talhas com água. Eles obedeceram à orientação e ordem de Jesus e aquelas águas foram transformadas em vinho. Ao beberem, os convidados afirmaram que o segundo vinho era melhor do que o primeiro. Quando um casal de noivos convida Jesus para o seu casamento, Ele pode oferecer o melhor vinho: do amor verdadeiro, do espírito de perdão e compreensão. Quando uma família convida Jesus para morar em seu lar, Ele pode transformar em vinho a água do ciúme, da inveja, da incompreensão, da impaciência e da ansiedade. Mas para que isso aconteça é necessário convidar Jesus e atender à sugestão de Maria: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Está você disposto a convidar Jesus para entrar em seu coração, em seu lar, em seu trabalho, em seus estudos, em seu namoro? Está você disposto a acatar a orientação de Maria e fazer tudo o que Jesus pede? Se a sua resposta for sim, Deus seja louvado! Você já começará a experimentar aqui na Terra, o 28
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rico vinho do Céu. E é assim que deve ser mesmo. O Céu precisa entrar em nós, antes de entrarmos nele. Com Jesus podemos fazer deste mundo um pedacinho do Céu. Porém, Maria que esteve presente no início do ministério de Jesus não poderia deixar de estar presente, também, no final do mesmo e, por isso, ela estava ali ao pé da cruz. Agora imaginem comigo a dor, a situação de Maria. Ela, que havia beijado a testa da pequena criança, agora via a coroa de espinhos sendo colocada nEle. Ela, que segurara as pequenas mãos enquanto Ele aprendia a andar, agora via-as perfuradas pelos cravos. Ela, que O havia embalado nos braços, agora via-O contorcer-Se sozinho na cruz. Ela, que O havia amado desde o nascimento, passava a amá-Lo ainda mais na morte. Nunca um nascimento humano trouxe tanta alegria. Jamais uma morte trouxe tanta tristeza. Ela sabia que Ele tinha poder para descer da cruz e que legiões de anjos estavam à Sua disposição. Mas, quando Ele disse: “Aí está o seu filho” e meneou a cabeça na direção de João, ela entendeu que Ele a preparava para a morte. Os laços terrenos estavam desfeitos e um novo relacionamento celestial estava para começar. Ele não seria mais seu Filho, mas seu Salvador. Maria sofreu em absoluto silêncio. Via a coroa de espinhos, mas não podia removê-la; via os cravos, mas não lhe foi permitido retirá-los; via os machucados, mas não podia aliviar a dor do filho com algum medicamento; ouvia o escárnio, mas não tinha como calar a multidão. Era sempre perigoso demonstrar ser a favor de um homem que os romanos considerassem digno de crucificação. Mas ela ficou ao Seu lado. Ela ficou diante da cruz. Não desmaiou, não se curvou, não saiu correndo. Ficou e assistiu a tudo. Ela é a mulher que os artistas retratam com um lírio branco entre as mãos,
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mas já foi sugerido que o lírio branco estivesse salpicado com o sangue de um coração partido. O amor de mãe é um amor mal compreendido, mal pago, que nada espera e, por isso, talvez seja mal compreendido. Muitos só poderão ter uma idéia do amor de mãe, ou do amor de pai quando se tornarem pais, quando puderem ter pela primeira vez um pedacinho de gente em seus braços. Os pais são, infelizmente, uma raça mal compreendida. Ao se tornarem pais, as pessoas deixam de sonhar para elas e começam a sonhar para os filhos. Com o coração partido pela dor, Maria chegou até à cruz. Ali estava o seu sonho pregado numa cruz. Filhos, quantas vezes, infelizmente, vocês jogam os lindos sonhos de seus pais no lixo. Ali, ao pé da cruz, estava também o discípulo amado. Jesus tinha doze discípulos, mas somente João se encontrava ali. João, que diferentemente dos outros discípulos, teve uma comunhão especial com Jesus. Não era uma comunhão formal, mas íntima. Ele não se contentava em apenas ouvir os ensinamentos de Jesus, mas procurava encostar a cabeça no coração de Jesus. No momento da crise, os outros dez, que tinham uma comunhão formal com Jesus, fugiram. João foi o único que não abandonou Jesus e agiu assim, porque tinha uma comunhão íntima com Ele. Cristianismo é isso. É fazer de Cristo o nosso amigo. Cristianismo é colocar Jesus no centro da vida. É dar-Lhe o primeiro lugar. É viver com Ele e para Ele. João agia assim. Encostava a cabeça no coração de Jesus, e quando a crise chegou, Ele venceu. Quando Jesus viu sua mãe e o discípulo João ali, ao pé
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da cruz, presenciando Seu sofrimento, Sua dor, exclamou: “Mulher, eis aí o teu filho” e dirigindo-se para João acrescentou: “ Eis aí a tua mãe.” João 19:26 e 27. Podemos aprender muitas lições desse incidente. Primeiro Jesus cuidou de sua mãe. Proveu cuidado e companhia para ela. Maria, já viúva, enfrentava a crise de ver seu lar totalmente destruído pela ausência Daquele filho, pelo qual trinta anos antes havia arriscado tudo. Paulo nos ensina: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente.” I Timóteo 5:8. Jesus disse uma palavra de provisão para Sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho.” É bom lembrar que, embora Jesus amasse Sua mãe, Ele não a venerava. Não a chamava “Rainha do Céu” ou “Mãe de Deus”. Em vez disso, Ele a chamava de “mulher”. Na língua grega, este era um termo de afeição, mas estava longe dos títulos divinos que se atribuem a Maria. A figura central do Calvário não era Maria, nem João, mas Jesus. Vejam que Ele estava preocupado com a mãe e não consigo mesmo. Ele aponta para sua mãe a figura do discípulo que mais amava. “Mãe, eu vou morrer, mas vou lhe deixar aos cuidados de alguém de inteira confiança: João.” Ele procurava satisfazer à necessidade de companhia que Maria sentiria. Jesus estava preocupado também com João. João perdia o único ser que lhe dera sentido à vida e que o havia transformado de um violento “Filho do trovão” no terno “discípulo do amor”. Então, na última hora de Sua vida, Jesus dá a João uma sagrada responsabilidade: cuidar de Sua mãe. Em outras palavras, Jesus estava dizendo “João, eu estou morrendo, mas porque você é o discípulo do meu coração, porque você é de minha inteira confiança, quero
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lhe dar uma sagrada missão: cuide de minha mãe. Eu quero fechar os olhos com a certeza de que você cuidará dela.” “Filho, toma o Meu lugar, faça as Minhas obras!” Você não me terá mais, mas terá a minha mãe. Duas pessoas que passaram pela mesma crise: a perda de alguém querido, iriam agora servir de conforto uma à outra, e fazer companhia uma para a outra, seguindo a orientação dAquele que é Conselheiro. Cristo estava morrendo em um sacrifício próprio, mas não esqueceu as simples necessidades diárias de afeto humano. E a Bíblia diz de maneira magistral, que “dessa hora em diante o discípulo a tomou para casa.” João 19:27. João obedeceu no mesmo instante. Tem você obedecido às orientações de Jesus? Para Maria e João, as palavras de Jesus eram palavras de amor, amor que provia companhia. Mas, para Jesus, Suas palavras eram de solidão. Porque ao João tomar e levar Maria Ele não mais teria o conforto da presença de Sua mãe e de Seu grande amigo. A presença da mãe e do amigo João Lhe foram tiradas, assim como a presença do Pai Celestial Lhe seria retirada em breve. Jesus estaria só em Sua luta para derrotar o poder do pecado. Podemos não entender totalmente como foi ficar sem a presença de Deus, mas podemos entender como foi ficar sem a presença do amor humano. Sabemos como é estar só. Todos nós sabemos. Portanto sabemos que Jesus entende quando estamos sós e Ele pode nos ajudar a sermos vitoriosos, assim como Ele o foi. CONCLUSÃO: Ao concluir esta mensagem, quero ainda enfatizar mais um aspecto da declaração de Jesus. As palavras ditas para Maria e João são as mesmas que Ele quer dizer para você e para mim, hoje. 32
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As Escrituras nos contam que um dia chegaram para Jesus e disseram: “Estão aí a Tua mãe e os Teus irmãos” ao que Ele respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus e a praticam.” Lucas 8:21. Quando ouvimos e obedecemos a Palavra de Deus, nos tornamos Família de Deus, irmãos e irmãs de Jesus. Que privilégio! Quantos querem levantar a mão dizendo que desejam fazer parte da família de Deus, lendo, ouvindo e obedecendo aos Seus ensinamentos? Jesus deixou-nos uma missão: “Filho, eis aí a tua mãe”. Podemos e devemos cuidar de tanta gente necessitada ao nosso redor. Pessoas necessitadas de uma palavra, de um gesto de amor, de um carinho. Não cuidar de Sua mãe, porque ela não está mais aqui, mas cuidar de outros filhos que estão ao nosso redor.
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5. PALAVRAS DE SOFRIMENTO
INTRODUÇÃO: A declaração de Jesus que vamos estudar agora está relatada em Mateus 27: 45 e 46. Foi a quarta palavra, a quarta frase de Jesus na cruz. O texto começa dizendo que houve trevas sobre toda a terra desde a hora sexta (meio dia) até a hora nona ( três horas da tarde). DESENVOLVIMENTO: A cena estava montada. Uma escuridão miraculosa cobriu o Gólgota, escondendo a forma de Jesus aos olhos humanos. E era meio dia. A própria natureza inanimada parecia esconder a face da terrível cena do Calvário, em simpatia por seu Autor agonizante. As injúrias dos lábios da multidão cessaram. Medo e temor apertaram cada coração. O único barulho que se ouvia vinha dos gemidos e suspiros dos que estavam naquelas três cruzes. Cristo estava suportando o horror das grandes trevas para que um dia pudéssemos entrar na Sua grande Luz. O Deus que é a Luz tornou-Se portador de pecado e suportou a escuridão da separação de Seu Pai. Aquele que podia salvar os outros não podia salvar a Si mesmo, para que pudéssemos ser salvos. Mas, de repente, soaram palavras em meio à escuridão, rompendo o longo silêncio. E Jesus gritou como quem grita para um amigo perdido: “Eli, Eli” - Deus Meu, Deus Meu. Sua voz estava rouca, ferida e então Ele completa: “Por que me desamparaste?” Os três primeiros brados da cruz foram emitidos à luz do dia. Mas, nesse momento, o sofrimento do Salvador foi envolto em trevas. O brado de abandono, como é chamado, ocorreu apropriadamente no meio das sete frases. É ele que 34
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nos faz adentrar o mistério do Deus sofredor. “Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?” É preciso compreender que na cruz foram convergidas todas as forças do Universo: o homem fez a sua parte assassinando o Filho de Deus e mostrando a maldade de seu coração; Satanás fez a parte dele esmagando a semente da mulher e demonstrando ridícula hostilidade; Jesus realizou a Sua obra, pois morreu “O justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus.” I Pedro 3: 18; por fim, Deus também fez Sua parte demonstrando Sua justiça e amor, quando derramou Sua ira sobre o Filho. Para que Deus nos abençoe, Ele deve dar as costas a Si mesmo. Sem dúvida, devemos nos aproximar da cruz, maravilhados. Mas, a grande pergunta é: O que significa este clamor de abandono por parte de Jesus? Primeiramente precisamos deixar claro que o grito de Jesus reflete uma angústia real. Deus não está brincando de esconde-esconde. Ele deixou, de fato, Seu Filho sozinho na cruz. Deus permitiu que Jesus experimentasse o aniquilamento total, pois de outra forma a vida e esperança não retornariam ao coração dos homens. Por mais que não pareça, a oração de Jesus agonizante foi uma oração de confiança e não de desespero. Em Sua maior angústia, Ele bradou ao Seu único consolo e amparo. Não houve revolta em Suas palavras. Ele não estava cobrando uma intervenção magnífica por parte do Pai. Estava abandonado por tudo e por todos, inclusive pelo Pai. Mesmo assim, manifestou-Lhe a Sua dor. Ele creu no Pai, tanto que a Ele recorreu, mesmo que fosse para comunicar que a solidão estava insuportável. “Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?” Que diferença das experiências anteriores com o Pai! No Jardim do Getsêmani, tivera um Deus que O fortalecera. Na cruz, o mesmo Deus Lhe deu as costas. No Getsêmani, Ele
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podia chamar doze legiões de anjos que O teriam salvado rapidamente. Antes disso, afirmou que o Pai não O deixara só. Porém, o Pai Lhe deu as costas. No Getsêmani, o Filho foi tentado a abandonar o Pai. Na cruz, o Pai abandonou o Filho. Somente aqui, em todo o Evangelho, Jesus Se dirige ao Pai como “Deus”. Essa mudança de tratamento significa quebra de comunhão entre Pai e Filho. Naquele momento o Pai não parecia estar agindo como um pai. O sofrimento do Filho já era terrível, mas suportá-lo sem a presença do Pai aumentava ainda mais o terror. Esse brado é de tão difícil aceitação para nós que muitos acreditam que o Pai não abandonou realmente o filho, mas que Jesus apenas Se sentiu abandonado. Outros dizem que na agonia, Jesus começou a delirar e não sabia o que estava falando. Outros argumentam que o sofrimento físico era tão intenso que aquela exclamação de abandono foi praticamente arrancada de Seus lábios por causa da dor. Mas não devemos furtar o verdadeiro significado dessas palavras. Jesus esteve consciente até o último minuto de sua vida. Não delirava. Ele sabia o que estava falando. E, é claro, que a dor física era terrível, mas Seu brado não foi resultado dessa dor, mas sim da dor de estar Se separando do Pai. Em saber que estava chegando ao sacrifício para salvar aquilo que mais amava no mundo: o ser humano. Não nos enganemos. Por nossa causa Ele sofreu o verdadeiro abandono por parte do Pai. Abandonado é uma palavra forte. É uma das palavras mais tristes em qualquer idioma. Um homem abandonado por seus amigos. Uma esposa abandonada pelo marido. É duro imaginar que, até uma mãe, pode ser capaz de abandonar seu filho. Aí concluímos que do ser humano podemos esperar tudo. Mas de Deus?... De Deus só esperamos consolo. De Deus só esperamos presença
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amorosa na hora do desespero. Sem Deus nada podemos, sem Ele não sobra nada. A ausência de Deus é o momento da mais suprema prova pela qual podemos passar. Porque aí se mostra o momento da verdadeira tentação: a de desistir dEle. A tentação de aderir plenamente ao mal, de descrer totalmente do amor. Porém, ali estava Jesus no momento mais doloroso de Sua vida. Pregado na cruz e impossibilitado de Se mexer, estava ali pagando o preço de nossa culpa e, pior ainda, por causa disso completamente abandonado pelo Pai. O Filho era amado pelo Pai desde a eternidade. A presença do Pai era Seu único prazer. Assim a ocultação da face do Pai era o gole mais amargo do cálice que Ele decidiu beber por nós. Se nós, que somos pecadores, consideramos aterradora a idéia de ser abandonado por Deus, pense no sofrimento do Filho, que por toda a eternidade havia estado ao lado do Pai! Imagine-O sendo abandonado! Se Deus não abandonou o povo de Israel quando estava diante do Mar Vermelho; não abandonou os três jovens hebreus na fornalha ardente; não abandonou Daniel na cova dos leões ; se Ele promete que nunca nos abandonará, que nunca nos deixará ; como é então que no momento mais crítico , o Pai Se esqueceu de Jesus? Em que sentido Ele Se afastou do Filho? Por que o Pai ficou em silêncio? Dois mil anos antes, Deus pedira a Abraão que oferecesse seu filho Isaque sobre um altar erguido no Monte Moriá. No entanto, quando a faca foi erguida, Jeová interveio. “Não toque no rapaz... não lhe faça nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho.” (Gen 22:12). E assim a vida de Isaque foi poupada. A voz proferida no Monte Moriá estava agora silenciosa no Calvário. Então, por que o Filho foi abandonado pelo Pai?
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Os anjos, sem dúvida, buscaram uma resposta, pois têm interesse no assunto relativo à nossa salvação. (I Pedro 1:12). Os fariseus, que se encontravam à boa distância da cruz, não tinham a capacidade de responder. Os sacerdotes e soldados romanos não tinham também como compreender. O mesmo acontece hoje. Muitos continuam indagando como isso foi possível. Vamos procurar entender. Primeiro essa expressão “Deus Meu, Deus Meu, por que me desamparaste?” está registrada no Salmo 22:1. Jesus deve ter aprendido o Salmo 22 quando era criança. De certa forma, este Salmo era uma profecia do que aconteceria no Calvário e é chamado o Salmo da Cruz. Ele começa exatamente assim: “Deus Meu, Deus Meu, por que me desamparaste?” (v.1). O verso 2 apresenta outro clamor de tristeza e solidão e o verso 3 explica: “Contudo Tu és santo...” (Salmo 22:3). Quer dizer que Deus abandonou Seu Filho porque Ele é santo? Ao ler Habacuque 1:13, talvez você entenda melhor o que estamos estudando. O versículo diz assim: “Tu és puro de olhos e não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar.” (Hab 1:13). Agora é preciso juntar as peças para formar o quadro: antes de qualquer coisa é preciso saber que na cruz do Calvário Jesus estava pagando o preço do pecado. O pecado de quem? Do meu, do seu, o preço do pecado de todos os seres humanos de todos os tempos; todos os pecados havidos e por haver, todos os pecados imaginados, todos os pecados acontecidos ao longo da história deste mundo, desde o primeiro pecado de Adão e Eva, até o último pecado que neste momento está sendo cometido. Todos os pecados, os que serão cometidos amanhã e depois de amanhã, todos os pecados de todos os tempos, de todos os homens foram depositados nos ombros do Senhor Jesus, quando Ele morreu na cruz.
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O mais terrível do pecado é a separação que Ele provoca entre o Criador e a criatura. O mais terrível do pecado está retratado na cruz. O pecado separou Deus, o Pai, de Deus o Filho. Os olhos de Deus são tão puros que não podiam contemplar a iniqüidade. Agora entendemos porque o meio dia se tornou meia noite. As trevas físicas simbolizavam a separação entre Cristo e o Pai, que é Luz. O teólogo John Stott escreveu: “Nossos pecados obscureceram o brilho do Sol da face de Seu Pai.” Isso explica porque Ele teria preferido não beber desse cálice. Ao longo de toda a vida sofrera nas mãos dos homens. Em determinado momento sofreu nas mãos de Satanás. Mas agora sofria nas mãos de Deus. “Deus Meu, Deus Meu, por que me desamparaste?” - “Porque Tu és santo”- é a resposta que Ele mesmo dá. O Pai abandonou o Filho porque Sua santidade o exigia. Ele foi separado do Pai por causa do pecado. Isaías 59:1 e 2 ensina que o pecado nos separa de Deus. Em II Coríntios 5:21 lemos que Jesus “ se fez pecado por nós”. Ao tornar-se “pecado por nós”, Ele recebeu o castigo de nossos pecados, e a última penalidade do pecado é ser abandonado por Deus (II Tess.1:9). Até onde Jesus estava disposto a ir para nos salvar? Mateus 27:46 especifica a distância. Jesus deixou a imponência do Céu, mas Ele foi mais longe do que isso. Ele veio a esta Terra como ser humano e servo. Mas Ele foi ainda mais longe. Ele sofreu vergonha e rejeição , porém foi mais longe. Ele foi para a cruz, mas a jornada ainda não estava no fim. Para nos salvar Jesus estava disposto a ir até o lugar do abandono de Deus. Ele foi abandonado nas trevas exteriores para que pudéssemos caminhar na luz. Ele foi abandonado por Deus para que fôssemos aceitos por Ele. Agarremo-nos hoje a essa promessa: “nunca te deixarei, nunca o abandonarei.” (Heb.13: 5).
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Paulo assegura-nos de que nada nos poderá separar do amor de Cristo. ( Rom 8: 35 a 39). Ele foi amaldiçoado para que fôssemos abençoados. Ele foi condenado para que pudéssemos dizer: “portanto, agora já não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.” (Rom 8:1 ). Ele sofreu os horrores do inferno (segunda morte) para que desfrutássemos o Céu com Ele. Ele bebeu o cálice da angústia para que bebêssemos o cálice da alegria. O pecado como uma repulsiva serpente agarrou-se a Ele, mas Ele suportou a picada por nós. Não consigo entender isso: Como Jesus pôde fazer isso por nós? Como pôde amar a mim e a você tanto assim? Além disso, como pôde sofrer o castigo eterno pela culpa de todos os pecadores naquele período comprimido na cruz? Não consigo entender nada disso, mas posso aceitar tudo pela fé e de todo coração agradecer a Deus “pelo Seu dom inefável.” (II Cor 9:15). CONCLUSÃO: Depois de tudo o que Jesus fez por nós, tenha certeza, meu amigo, que quando aceitamos a Ele, podemos nos esconder atrás dos muros de Sua graça e que estamos salvos da ira. Um homem que não tinha nenhuma consideração por Deus, estava à morte em um pequeno abrigo. Com a aproximação de seus momentos finais, pediu à filha para assoprar a vela que estava sobre a mesa. Ela disse “Não, pai. Você não pode morrer no escuro.” Ele respondeu: “Sim, eu morrerei no escuro.” Ele morreu, da maneira que viveu. Viveu em trevas, morreu em trevas. Conosco não precisa e nem deve ser assim. Na cruz Jesus proferiu palavras de esperança para você e para mim, dizendo que estava sendo abandonado para você ser achado, encontrado, perdoado e amado. 40
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Quando disse estas palavras de esperança o fez na escuridão para que você e eu tenhamos a Sua Luz. Vivamos na luz de Sua Palavra e estejamos com Ele em Seu “reino de luz” quando voltar a esta Terra. Sou grato a Deus, mais uma vez, por tudo o que sofreu por mim na cruz. Quero aceitá-Lo mais uma vez em meu coração, como o meu Maravilhoso Salvador. Se você tem o mesmo sentimento de gratidão a Deus e se quer, nesta noite, recebê-Lo em seu coração e aceitá-Lo como o seu Salvador, como o Senhor de sua vida, fique agora em pé. Quero fazer uma oração especial por você! Oração
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6. PALAVRAS DE NECESSIDADE INTRODUÇÃO: Continuando o estudo sobre os momentos finais da vida de Jesus no Calvário, hoje, vamos analisar a quinta palavra de esperança que Jesus proferiu na cruz. Está registrada em João 19: 28 e 29. Já vimos que na cruz Jesus orou por Seus inimigos, garantiu vida ao ladrão arrependido, fez provisão para o futuro de Sua mãe e clamou ao Pai em meio às sombras do abandono. Vamos, então, ao texto. Leiamos. DESENVOLVIMENTO: Neste texto bíblico percebemos que Jesus já não tinha muito tempo mais de vida. As sombras que envolviam o Calvário desapareceram e a luz do Sol começou a brilhar novamente e, de repente, ouvimos o Seu clamor: “Tenho Sede”. Nenhum tipo de sede que venhamos a sentir, por mais debilitante e abrasadora que seja, pode ser comparada à sede que Jesus sentiu na cruz. Ele sentiu a sede clássica dos crucificados, que era o resultado de um longo processo de desidratação. A última gota de líquido que Jesus havia colocado em Sua boca, foi na noite de quinta-feira, quando tomou a Ceia com Seus discípulos. Após isto, vieram as experiências no Getsêmani, onde suou a ponto de derramar gotas de sangue; depois passou pela prisão e pelos julgamentos perante Anás e Caifás; à noite passou nas masmorras; pela manhã passou por uma nova série de julgamentos, o açoitamento e a obrigação de carregar a cruz. Enfim, um sofrimento dessa natureza, com certeza, esgotaria todo o líquido de Seu corpo. E, como se não bastasse, durante seis horas ficou pendurado na cruz sem ter acesso a nenhum líquido. 42
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Fala-se que, em sueco, as palavras sede e fogo são semelhantes, pois quando a sede é forte demais ela pode queimar como fogo na boca. “Tenho Sede”. Não é por acaso que João transmite essa quinta expressão de Jesus. Ele nos apresenta Cristo, no início de Sua vida pública, chegando ao poço de Jacó, cansado e sedento pela longa caminhada sob o Sol, pedindo água à mulher samaritana. “Mulher, dá-me de beber.” Agora, quando está encerrando a viagem da vida, cansado e sedento, reclinado na cruz, torna a pedir água: “Tenho sede”. Como é possível que o Criador dos rios e oceanos tivesse os lábios ressecados pela sede? Como é possível que o Deus Todo Poderoso estivesse sedento? Como é possível que Aquele que acalmou o mar com Sua palavra ansiasse por algumas gotas de refrigério? Aquele que fez milagres para os outros, Se recusa a realizar um para Si mesmo. Recusa-Se a produzir água para matar a Sua sede. Ele já nos havia ensinado como viver, agora está nos ensinando como morrer. Esta simples frase “Tenho sede” tem muitos significados. Ela é uma mensagem de esperança. Ela fala a todos os que têm sede, a todos os que têm sonhos não realizados. As gotas que Ele ansiava podem tornar-se chuvas de bênçãos para nós. Então o que há por detrás desse clamor? Por que você acha que o Criador do Universo, criador de todas as fontes, morre numa cruz miserável, suplicando por um pouco de água? Aqui está escrito com sangue o maravilhoso amor de Deus pela raça humana. Para entender isso é preciso saber que o que Deus mais quer é viver em comunhão com o ser humano. Satanás, de alguma maneira, quer colocar na mente dos homens a idéia de que Deus é mau, castigador
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e vingativo. Que do Céu observa aqueles que erram, para então castigá-los. Dessa maneira muitos sentem medo de Deus e passam a servi-Lo por temor. E pensam: “Se eu não me portar bem, Deus me castiga. Ele vai levar os meus negócios à falência, o meu filho pode sofrer um acidente”. E Satanás dá gargalhadas diante desse comportamento. Porque se ele não pode levá-lo a viver uma vida completamente errada e distante de Deus, vai fazer com que você O sirva por medo, o que para ele é a mesma coisa. Meu amigo, Deus não pode suportar que Seus filhos vivam longe dEle, ou que Lhe sirvam por medo. Ele nos criou para uma vida de maravilhosa comunhão com Ele. Mas o homem corre, foge dEle. O Pai vem e o filho foge, O Criador Se apresenta e a criatura foge. O Pai quer abraçar e o filho entra em pânico. O que fazer, então, para que o Deus eterno possa viver em comunhão com o ser humano? É preciso que Deus Se faça homem para alcançar o homem, porque como Deus não pode. Aí aparece mais uma vez o maravilhoso amor de Deus. Na pessoa de Jesus Cristo, Deus Se torna homem como você e eu, para nos alcançar, a fim de que nunca tenhamos a desculpa de que Ele não pode nos compreender, porque é divino e, nós, somos humanos. Quando Jesus exclamou na cruz “Tenho sede” estava expressando Sua humanidade plena. Aí podemos ver Deus feito homem, plenamente homem ao ponto de ter sede. Você se sente incompreendido? Jesus Se fez homem para poder alcançar você, para poder entendê-lo. Pregado na cruz Ele soube o que era a dor física e emocional. Por isso, se você está numa cadeira de rodas sem poder se mexer, ou ir aonde quiser, saiba que Jesus foi pregado na cruz e sabe como você se sente. Você está lutando com uma enfermidade que está devorando a sua vida? Você não tem o direito de pensar que Deus se esqueceu de você, porque Ele Se fez homem e na cruz soube o que é a dor física, o que é ter
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sede e ser caçoado. Já cuspiram em Seu rosto? Cuspiram no rosto de Jesus. Já cravaram uma coroa de espinhos em sua fronte? Fizeram isso com Jesus. Por que Ele não entenderia você? Por que não poderia entender a luta terrível que você está tendo em seu coração neste momento? Por que não poderia compreender os traumas e complexos que você carrega desde criança? Quando Jesus disse: “Tenho sede”, estava revelando Sua humanidade. Fez-Se homem para alcançar-me. Por quê? Às vezes, olho para cima e penso: Meu Deus, quanto eu valho? Quanto eu significo para Ti, que deixaste tudo e vieste a este mundo? Que coisa há dentro de mim que valha tanto? E Jesus diz: “Não sei! O que sei é que você é a coisa mais importante que tenho neste mundo”. Voltemos à mulher samaritana: Um dia, Jesus foi a uma cidade chamada Samaria para procurar uma prostituta. A Bíblia nem sequer menciona o nome dessa mulher, simplesmente a chama de mulher samaritana. O texto bíblico diz que Jesus assentou-Se perto do poço, cansado da viagem, para esperar aquela mulher. Deus não Se cansa nem Se fatiga. Por que Jesus Se cansou? Ele Se fez homem para alcançar o ser humano. A que ser humano? A uma senhora ilustre da sociedade? A uma Madre Tereza de Calcutá que viveu uma vida de inspiração e morreu fazendo tanta coisa linda em favor da humanidade? Se fosse para esperar um ser humano tão maravilhoso como essa mulher que acabo de mencionar, até que daria para entender, mas sabe, Jesus Se fez homem e Se cansou, para esperar uma prostituta, uma mulher que não tinha respeito pelo seu próprio corpo, e na perspectiva humana, não tinha muito valor. Diga-me uma coisa: Será que você tem o direito de pensar que não há esperança para você? Se Jesus deixou tudo para Se cansar, ter sede e morrer como um marginal pregado na
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cruz, o teria feito se você não valesse a pena? Você acha que tem o direito de pensar que não há esperança para o seu caso porque está afundado no mundo das drogas? Acha que tem o direito de pensar que Jesus não o ama, porque você é um pobre alcóolatra sem respeito próprio, amarrado e aprisionado a uma garrafa de bebida? Acha que tem o direito de pensar que Deus não o ama porque você tem um vício do qual não pode se libertar? Meu amigo, Jesus deixou tudo e veio morrer neste mundo porque você é importante. Do jeito que você é, com o caráter horrível que tem, com esse temperamento mau que carrega, com esse egoísmo próprio da humanidade, com os vícios que o amarram, com os sentimentos que o perturbam, com os complexos que o atormentam, você é a coisa mais valiosa que Jesus tem nesta vida. É por isso que Ele morreu na cruz; é por isso que o Deus criador de todas as fontes pede de beber. Outro ponto importante desta mensagem é que a morte de Cristo na cruz não deve encher nosso coração de tristeza, mas de esperança. Sabe por quê? Porque o clamor “Tenho sede” não foi somente o grito da necessidade humana de Cristo, mas foi também o grito de vitória. Vou explicar o que estou dizendo. Um atleta que participa de uma corrida e que está com os olhos fixos na meta, não se lembra de dor nem de sede. Somente quando atinge seu objetivo é que as necessidades físicas passam a ter importância. O atleta só bebe um copo de água quando chega ao alvo. Amigos, na cruz do Calvário, Jesus tinha uma meta: salvar o ser humano. E Jesus superou a dor, a fome e a sede. Superou tudo para conquistar a meta. O fato de Jesus lembrar-Se que estava com sede, me diz uma coisa: Jesus tinha completado a Sua missão. Quando Ele disse “Tenho sede”, queria dizer, “já fiz tudo o que era preciso para salvar o homem. Consegui meu
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objetivo, alcancei a meta. Agora dê-me água, porque cheguei ao alvo, terminei o que tinha de ser terminado”. Sabe o que quer dizer isso? Que a sua vitória já está garantida; que a sua salvação é um fato concreto; que seus erros passados já foram pagos na cruz do Calvário; que o inimigo não tem mais o direito de atormentá-lo por causa de sua vida passada. Sabe o que quer dizer isso? Que a próxima vez que o inimigo, por intermédio de sua consciência, quiser atormentá-lo, você tem todo o direito de dizer: “Você não tem mais motivo para me atormentar porque, é verdade, pequei, mereço a morte; mas a dívida da minha culpa foi paga na cruz”. Ninguém hoje tem o direito de ficar triste, pensando que não há solução para o seu caso. A Bíblia nos fala que o Evangelho é o poder de Deus para salvar todo aquele que crê (Rom 1:16).Quando o evangelho é pregado pessoas são salvas, transformadas. E a história da pregação do evangelho nos fala de prostitutas que deixaram o prostíbulo, correram para os braços de Jesus, e hoje são senhoras extraordinárias. Fala-nos de ateus que não queriam saber de Deus; caçoavam e riam dEle, mas no íntimo eram vazios e angustiados. Um dia, porém, caíram aos pés da cruz e hoje estão pregando o evangelho de Jesus. Fala de lares completamente desfeitos, filhos para um lado, pais para o outro, esposa e esposo numa guerra de nervos, mas que um dia o evangelho os alcançou e então caíram aos pés da cruz e, hoje, foram unidos no amor maravilhoso de Jesus. Não conheço uma pessoa que tenha ido a Jesus levando sua vida como estava e que tivesse voltado desapontada, porque quando Jesus disse “Tenho sede”, estava dizendo que tudo o que era necessário fazer para salvar o ser humano, já estava feito. Agora é só uma questão de nos decidirmos por Ele. Mas continuemos olhando para o Calvário. Ali o Deus eterno morreu por você e por mim. E o fez bradando “Tenho sede”. 47
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O que mais este brado pode dizer para nós? Pense, será que se estivéssemos lá, teríamos dado água para Jesus? Ele ensinou que podemos fazer isso hoje, nos dias em que vivemos. Leiamos Mateus 25: 34, 35 e 40. Se dermos um copo de água fresca a um filho de Deus, estamos fazendo para o próprio Jesus. Um dos primeiros sinais da vida é a sede. Todos nós nascemos sedentos, como é do conhecimento de qualquer mãe de primeira viagem. Mas assim como entramos neste mundo trazendo conosco a sede física, também possuímos a sede espiritual. Nos idos do Séc. XVI, Henry Scougal, escreveu: “A alma do homem traz consigo uma sede voraz, insaciável. Somente quando nos entregamos a Deus essa sede pode ser saciada.” Temos dentro de nós sede de comunhão, não apenas com outras pessoas, mas com o Deus que nos criou. Alguns decidem extinguir essa sede com álcool, sexo, dinheiro ou poder. Outros vivem à base de medicamentos, porque não conseguem suportar a dor do próprio vazio. Outros ainda, preenchem a vida com prazeres, tentando sobreviver pelo estímulo contínuo das sensações do corpo. Todos esses bebedouros dão a falsa ilusão de sustento, mas apenas contaminam o homem e o mantém afastado da verdadeira água.. “Eles me abandonaram a Mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas, que não retêm a água.” Jer 2: 13. A questão não é se temos sede, pois todos temos, e sim, até quando teremos sede se estamos diante de Jesus, a Fonte de Água Viva?!... Felizmente, Jesus sofreu com os lábios ressecados para que pudéssemos beber da fonte da Salvação. E a promessa é segura. “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede... pois o Cordeiro que está no centro do trono será o Seu pastor, Ele os guiará às fontes de água viva, e Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima.” ( Apoc. 7:16 e 17)
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Ele conhece o significado da palavra “dor” não apenas como o médico que conhece uma doença, mas como o homem com lacerações e a boca ressecada. Os anjos, de bom grado, Lhe teriam trazido água, mas Ele suportou a desidratação. Jesus bebeu o cálice da morte para que pudéssemos beber o cálice da vida. Ele teve sede para que fôssemos salvos da sede eterna. Aceite agora o Cristo sedento na cruz e sua alma jamais tornará a sentir sede. Tome, agora, um gole da Água da Vida e poderá desfrutá-La para sempre. No início de Seu Ministério, esse Jesus que agora estava sedento, bradou: “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, diz a Escritura, de seu interior fluirão rios da Água Viva.” João 7: 37 e 38. Então, não é de admirar que no livro da Revelação de Nosso Senhor Jesus, podemos ler o último convite que aparece na Bíblia: “O Espírito e a Noiva dizem: vem. E todo aquele que ouvir, diga:Vem. Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da Água da Vida.” Apoc. 22:17. CONCLUSÃO: Meu amigo, olhe para a montanha e contemple Jesus. Olhe Seu rosto cansado e sangrando. Mas olhe o brilho de Seu olhar. Ele acredita em você. Ele o espera com os braços em forma de cruz. Por que não abrir hoje, agora, o seu coração e Lhe dizer: “Senhor, estou cansado das águas deste mundo, elas não me satisfazem. Não saciam a minha sede, eu quero Te receber em meu coração, eu quero beber da Água refrescante, salvadora e transformadora que tens para mim. Quero que minha sede seja saciada para sempre.” Se este é o desejo do seu coração, por que não levantar a mão comigo? Por que não ficar em pé, assim como estou? Por que não vir aqui à frente, no altar do Senhor, para juntos orarmos ao Pai do Céu. Oração.
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7. PALAVRAS DE VITÓRIA INTRODUÇÃO: Hoje, vamos estudar a sexta palavra de Cristo na cruz. Foram palavras de vitória. Isto significa que há esperança para você e para mim, porque Cristo venceu para que você e eu pudéssemos vencer, também. Então vamos lê-las em João 19: 28 a 30. DESENVOLVIMENTO: A primeira palavra foi dirigida ao Pai, em prol de todos; a segunda palavra foi para uma pessoa; a terceira foi para duas pessoas: Sua mãe e Seu discípulo João; a quarta foi para o Pai; a quinta para Ele mesmo, a sexta palavra foi dirigida ao Pai, mas é para todos. “Está consumado”. Somente Jesus pôde dizer essas palavras de forma absolutamente verdadeira. Ele morreu com a certeza de que Sua missão havia sido eterna e perfeitamente cumprida, morreu sem um único arrependimento. Não precisou de mais tempo para pregar mais um sermão, curar mais um paralítico ou multiplicar mais um pedaço de pão. Ele tinha apenas trinta e três anos, mas havia cumprido a Sua responsabilidade ao pé da letra. Embora Ele tivesse encerrado de forma traumática Seus dias na Terra, morreria com a satisfação de saber que o propósito de Sua vida fora cumprido com sucesso. É quase uma prestação de contas. O último e definitivo balanço. Nessas palavras podemos encontrar a certeza de nossa salvação, a convicção de que nossos débitos para com o Pai foram pagos por outra pessoa. Esta frase “Está consumado” é apenas uma palavra em grego: Tetelestai. Ela vem do verbo Teleo, que significa “terminar, completar, realizar.” Significa a conclusão bem sucedida de um procedimento. Você pode usar esta 50
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palavra após pagar suas contas ou completar uma corrida. O servo que terminava sua tarefa, usava esta palavra para comunicar ao Mestre. Significa que você terminou o que veio fazer, e ainda o fez de maneira perfeita. Assim, Tetelestai era a palavra usada por fazendeiros. Quando um bezerro nascia tão perfeito que parecia não ter nenhum defeito, o fazendeiro gritava: “Tetelestai! Tetelestai!” Era a palavra usada por um artista depois de dar os toques finais em uma paisagem ou no busto de mármore, o pintor ou escultor afastava-se uns passos e admirava a sua obra. Se não achasse nada que exigisse correção ou melhora, dizia orgulhosamente: ”Tetelestai”. Jesus usou esta palavra “Tetelestai”. O que Ele tinha feito estava acabado e perfeito. Aos pés da cruz, os homens diziam: “A vida de Jesus foi um fracasso”, mas Jesus dizia: “foi um sucesso”! De acordo com Mateus e Marcos (Mat 27:50 e Mar 17:37), Jesus pronunciou esta palavra em voz alta. Quis que todo mundo ouvisse aquela palavra especial que ecoaria por vinte séculos. Ele não disse: “É o fim”, porque isto significaria que havia sido morto e derrotado. Não, não era o Seu fim, mas o início de um novo capítulo em Sua existência eterna. Ao gritar “Está consumado”, Jesus deu o maior brado de vitória em toda a história da humanidade. Mas, vamos juntos analisar um pouco mais a fundo, o significado desta expressão: “Está consumado”. Jesus veio à Terra com um propósito. Qual foi o propósito de Jesus deixar a Glória celeste, tomar a forma humana, nascer como uma criança e viver sendo tentado em tudo, para finalmente morrer em uma cruz? Para entendermos isto, temos que voltar ao Jardim do Éden. Após criar o mundo, na sexta-feira Deus criou o homem. E naquele dia, ao pôr-do-Sol, diz a Bíblia, Deus
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contemplou Sua obra de criação e exclamou: “Está tudo muito bom”. Está completado, consumado, e tudo é perfeito. Tudo está em seu lugar. Um mundo perfeito e harmonioso, e o ser humano para desfrutar da felicidade em meio a essa criação sem defeito. Depois de contemplar Sua maravilhosa criação, Deus descansou no sábado, deixando para o homem um dia especial de comunhão entre a criatura e o Criador. Mas então, o inimigo de Deus, como se fosse uma criança malcriada, diante de um quadro recém acabado e com tinta fresca, vem e coloca a mão, bagunçando todo o quadro da criação. Num mundo onde havia perfeição, ele colocou dor, morte e traição. O quadro maravilhoso da criação ficou todo arruinado. Apareceram, então, lágrimas, solidão, tristeza, morte, traição e desconfiança. O mundo ficou arruinado. Deus, porém, não podia aceitar que as coisas ficassem desse jeito. Ele não podia permitir que o ser humano, que Ele criou com amor para ser feliz vivesse em um mundo assim. Não, Deus não podia permitir isso e, em Seus planos eternos, já estava providenciada a obra maravilhosa da Redenção. Então Jesus veio a este mundo para restaurar o que o inimigo havia deteriorado. Veio para recriar, para salvar, para devolver a esperança. Mas para isso era preciso pagar o preço da culpa humana, porque se o homem pecou, tinha que morrer. Não havia outro caminho. Mas o ser humano não queria morrer. Como solucionar o problema? Alguém tinha que morrer. Só que Deus não pode morrer porque é Deus. Então, Ele teve que Se fazer homem para poder morrer. Nenhuma criatura, incluindo os anjos, poderia morrer para salvar o homem. Somente Deus feito homem. Assim o pecado seria pago. A dívida humana seria paga e o homem poderia receber a salvação de graça. Por isso, Deus teve que Se fazer homem e morrer na pessoa de Jesus.
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Éramos nós que merecíamos que nos cuspissem no rosto. Éramos nós que merecíamos uma coroa de espinhos na cabeça. Éramos nós que merecíamos as chicotadas nas costas até sangrar. Éramos nós que merecíamos morrer pregados na cruz. Fomos nós que fizemos as coisas erradas. Em Jesus, ninguém encontrou pecado. Ele nunca fez nada errado. Ele não tinha por que morrer. Mas já que não queríamos morrer, alguém teria que morrer em nosso lugar. Ele morreu e com Sua morte terminou a obra de Salvação, sofreu tudo o que podia sofrer, ensinou tudo o que podia ensinar e, agora, também numa sexta-feira, à tarde, Deus, na pessoa de Jesus, pregado na cruz do Calvário olha para o quadro restaurado, salvo, reintegrado, refeito. Agora o homem não está condenado só a viver num mundo de infelicidade; agora ele tem uma saída. Jesus, lá na cruz, vê a obra da redenção terminada e exclama: “Está tudo muito bom. Está completo. Está consumado!” Então morre. No sábado descansa na tumba, mostrando-nos que ainda resta um dia de repouso depois do Calvário. Amigo, tudo o que Jesus precisava fazer para nos salvar está feito. Não precisamos fazer mais nada. O ser humano, porém, por algum motivo não aceita que é de graça. Se alguém lhe der de presente um carro, 0K, você vai olhar para a pessoa e vai pensar: “O que ele vai me cobrar depois?”, porque neste mundo ninguém entrega nada de graça. Vivemos num mundo que temos de pagar por tudo. Se vamos a uma loja comprar um terno e vemos que ele custa apenas oitenta reais, não compramos e começamos a pensar: “Não pode ser. Se é tão barato assim é porque não presta”. Por que agimos dessa forma? Porque vivemos num mundo onde as coisas que valem, custam muito. Estamos acostumados a pagar e quanto mais caro pagamos, temos
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a impressão de que adquirimos o que é melhor. Por isso, é difícil acreditar que se vivemos mal a vida toda, se andamos no pecado e caímos em miséria, de repente, podemos ser salvos, de graça, sem pagar nada, sem dar um centavo. É inacreditável! Um evangelista estava recolhendo a sua tenda depois de uma campanha evangelística quando alguém chegou e lhe fez a seguinte pergunta: “Pastor, o que devo fazer para ser salvo?” O pastor continuou embrulhando a sua tenda e disse: “Ah, rapaz, você chegou tarde demais”. O rapaz ficou bravo e reclamou: “O senhor não acha que está sendo muito petulante ao dizer que cheguei tarde? O senhor acha que era na sua tenda que eu encontraria salvação? Eram suas palavras donas da salvação?” E o pastor respondeu: “Você não entendeu, amigo. Se quiser fazer algo para salvar-se, chegou dois mil anos atrasado, porque tudo o que era necessário fazer para salvar-se, já foi feito na cruz do Calvário. Você tem somente que aceitar. Não há nada que possa fazer.” Quer dizer que o homem não tem nenhuma responsabilidade quanto à salvação? Tem sim e sabe qual é? Tem que dizer “Sim”, tem que abrir o coração, aceitar, porque Jesus não pode fazer nada por você, se você não quiser. De que serve a penicilina se a pessoa que está morrendo com uma infecção não aceita o remédio? Está tudo providenciado. Alguém pagou o preço para descobrir a penicilina. Aí está o remédio pronto. Mas não vale nada se o doente não reconhece que está doente e não aceita o remédio! Amigo, a salvação da raça humana está providenciada na cruz do Calvário. Está tudo feito, tudo pago, consumado. Mas isto não vale nada se você não aceitar, se não reconhecer que precisa e não correr para os braços de Jesus.
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Imagine que você está devendo quinze mil reais. Não sabe o que fazer, não sabe a quem recorrer, nem para onde ir. Segunda-feira você tem de pagar quinze mil reais ao banco. De repente, chega um amigo com o comprovante de que sua dívida está paga. Está aqui, seus quinze mil reais estão pagos. O que você precisa fazer para não dever mais ao banco? Simplesmente aceitar. Mas se você não aceitar, ninguém pode fazer nada por você. Quando Jesus morreu, crucificado com os braços abertos, queria dizer: “Filho, estou aqui de braços abertos esperando por você. Venha a Mim enquanto pode. Não importa se você já falhou uma, ou mil vezes. Nunca pense que para você não há mais esperança. Eu venci na cruz para você vencer também. Para lhe dizer que ainda há esperança para você.” Amigo, você e eu merecemos morrer, mas um dia, Jesus subiu à montanha do Calvário. Era difícil. Era tão difícil que na véspera, no Getsêmani, Jesus disse: “Pai, tenho medo de morrer. Se puderes, passa de Mim este cálice”. Mas o Pai disse: “Filho, alguém tem de morrer para salvar o ser humano”. E Jesus, olhando para você, disse: Está bem, eu amo você. Não importa o que eu tenha que sofrer, se é para salvá-lo sofro.” Ele sofreu em nosso lugar. Pregaram Seus pés e Suas mãos. Colocaram uma coroa de espinhos em Sua fronte, cuspiram em Seu rosto, bateram nEle. Zombaram, caçoaram, xingaram-No e em silêncio Ele suportou tudo. Então você não tem o direito de dizer que está perdido, que seu caso é sem esperança. Lá na cruz Ele exclamou: “Está feito. Está consumado! ”Sim, Ele tomou nossa falência e cobriu-nos com Sua liquidez. Ele não Se limitou a dar uma entrada, esperando que você pagasse as prestações, “... agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.” Heb 9:26. 55
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Na antiguidade, quando o preço da compra era acertado e não ficava nenhum valor em aberto, escrevia-se TETELESTAI no comprovante de venda, isto é, QUITADO. Sim, Jesus pagou o saldo de nossa pecado até o último centavo. Isto significa que quando aceito a Jesus, meus pecados estão em Jesus, e não em mim. Sim, existe pecado dentro de mim, porque ainda tenho a natureza pecaminosa, mas não estão sobre mim, porque recebi vestes novas, as vestes da Justiça de Cristo. Em Jesus tenho ficha limpa no Céu. As virtudes de Jesus foram creditadas em minha conta, com êxito. Se tentarmos acrescentar algo à obra de Jesus, como rituais, penitências ou peregrinações, na verdade nós a estamos diminuindo. Deus não quer nosso mérito e sim nossa disposição em aceitar o pagamento feito por Cristo em nosso favor. CONCLUSÃO: Se você, meu amigo, ainda não recebeu Jesus como seu Salvador pessoal, recomendo que o faça neste instante. A questão que você tem diante de si não é a grandeza de seu pecado, mas o valor do sacrifício oferecido por Jesus. “Está consumado.” Ele completou Sua obra, para que a despeito de nossa obra incompleta, pudéssemos entrar no Céu. Ele alcançou os critérios de Deus, para que pudesse completar nossas deficiências. “Está consumado.” Este brado significava que a semente da mulher havia triunfado sobre a repulsiva serpente. Foi um brado de vitória que sacudiu todo o Universo. Satanás foi desmascarado e vencido. Sua eliminação só é questão de tempo. Por amor a você e a mim, o Senhor consentiu e aceitou passar por tudo isso. Estas foram as palavras mais
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abarcantes e poderosas já proferidas. “A expiação por um mundo perdido devia ser plena, abrangente, completa.” DTN pág. 566, e foi por meio deste brado que os portões do Céu se escancaram para quem quiser entrar. Seria porventura inútil tudo isso que Jesus fez por nós? Não é este o momento para também dizermos “Está consumado?” Isto é, “dou por definitivamente consumada a minha entrega a Jesus, devolvendo, entregando a Ele o que por direito já é Seu: o meu coração”. Se este é o seu desejo, fique em pé, saia de onde você está, venha à frente e diga: “Jesus, quero fazer da Tua vitória, a minha vitória. Consumo hoje minha entrega a Ti.” Quem será o primeiro? Oração
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8. PALAVRAS DE ENTREGA INTRODUÇÃO: Hoje, é a última reunião desta Semana do Calvário. Estudaremos a sétima e última declaração de Jesus Cristo que se encontra registrada em Lucas 23: 44 a 46. DESENVOLVIMENTO: A missão de Jesus estava chegando ao fim e Suas últimas palavras foram: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” Dizem que geralmente as pessoas morrem do jeito que vivem. A vida de Cristo foi de dependência do poder de Seu Pai. Ele foi capaz de entregar Sua vida a Deus na hora da morte, porque passara toda a vida em completa entrega ao Pai. Queira Deus que, quando chegar o fim de nossa existência, as nossas palavras revelem o que foi a nossa vida. Você consegue se imaginar escrevendo sua última mensagem para um ente querido? Suas últimas palavras para um filho ou cônjuge? O que você diria? Como pronunciaria suas palavras finais? Com certeza, cuidadosamente, escolhendo cada palavra. A maioria dos seres humanos possui apenas uma chance de fazer o seu último pronunciamento. Foi o que aconteceu com Jesus. Sabendo que Suas últimas palavras seriam para sempre ponderadas, você não acha que Ele as escolheu cuidadosamente? Sim Ele fez, e o fez por você. Que lições podemos tirar dessas palavras? 1. Jesus viveu e morreu com as Escrituras nos lábios. Citou as palavras do Salmo 31:5. Quando o rei Davi foi caluniado e perseguido exortou todos os que podiam ouvir a serem fortes, cientes de que o Senhor os protegeria no momento de dificuldade. O Senhor era o seu refrigério e 58
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não o envergonharia. Foi então que exclamou: “Nas tuas mãos entrego o meu espírito, tu me remiste, Senhor, Deus da verdade!” Sal 31:5. 2. Jesus iniciou as Suas palavras na cruz usando a expressão: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34). Ao proferir as últimas palavras, começou assim: “Pai”. Assim sempre foi a Sua vida. Ele começava com o Pai, vivia com o Pai e concluía com o Pai. Cristo estava morrendo, mas não era vítima dessa tragédia. A entrega de Sua vida não era o resultado de uma derrota. Foi um ato livre de Sua própria vontade. “Ninguém a tira de mim. Pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.” (João 10:18). A morte não foi até Jesus. Ele foi ao encontro dela. Agostinho disse: “Ele desistiu de viver porque quis, quando e como o quis.” Jesus morreu de acordo com os propósitos divinos, não por causa do capricho de homens covardes. 3. Jesus morreu nas mãos do Pai. “Pai, nas Tuas mãos...” Que magnífico significado é encontrado nesta expressão! O poder das mãos! Por diversas vezes Jesus disse que seria entregue nas mãos dos homens. Aos cansados discípulos, no Getsêmani, disse: “Chegou a hora! Eis que o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantem-se e vamos. Aí vem o traidor.” (Mat 26:45 e 46). Pedro disse que Jesus foi crucificado por “Homens perversos.” (At 2:23). Mãos perversas formaram a coroa de espinhos, pondo-a sobre a fronte de Jesus. Mãos perversas o esbofetearam. Mãos perversas dilaceraram suas costas. Mãos perversas cravaram pregos em Suas mãos e pés. Mas chegou o momento em que as mãos dos homens não podiam fazer mais nada, e as mãos de Deus detiveram o derradeiro poder de decisão. Quando Davi estava sendo perseguido pelos inimigos, ele percebeu que mesmo quando
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estamos nas mãos de homens perversos, podemos estar nas mãos de Deus. “O meu futuro está nas tuas mãos; livrame dos meus inimigos e daqueles que me perseguem”. Da mesma forma mesmo que estejamos nas mãos de enfermidades e acidentes, podemos estar nas ternas e protetoras mãos de Deus. Jesus Se entregou voluntariamente nas mãos de pecadores e, voluntariamente, entregou-Se nas mãos de Deus. Cercado pelos que O odiavam, consciente de que ninguém havia se importado com as injustiças contra Ele; sabendo que os discípulos haviam, na maior parte, desertado, nessas circunstâncias Ele podia contar com o Pai. Ele podia entregar-Se nas mãos do Pai. Nas mãos do Pai, Ele foi elevado a uma posição de autoridade e, hoje, espera que Seus inimigos sejam colocados como tablado para os Seus pés. Estar nas mãos do Pai é estar nas mãos do Filho. As mãos do Filho e do Pai estão em harmonia, estão entrelaçadas. Assim o segredo da vida é estar nas mãos do Pai. Estar nas mãos do Pai é estar no melhor, no mais seguro e aconchegante lugar do Universo. Você está nas mãos do Pai? Veja se estar nas mãos do Pai não é tudo de que precisamos? Leiamos Isaías 41:10,13. Na Bíblia “Mão” significa poder e mão direita, o máximo de poder. Deus emprega o máximo de Seu poder em nosso favor. Ele nos oferece Suas mãos. Quanta segurança há em saber que debaixo de tudo há sempre as mãos de um Pai. Nada, ninguém, nenhum acontecimento pode nos causar dano. Sempre há mãos protetoras, fortes e carinhosas que nos acolhem. Quem poderá nos retirar das mãos do Pai? Amigo, eu lhe recomendo as mãos do Pai. Não se engane quanto a estar ou não nas protetoras mãos de Deus. Quando John Huss foi condenado pelo Concílio de Constança, em 1415, o bispo encerrou a cerimônia dizendo: “Nós agora confiamos sua alma ao diabo”, mas
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Huss contestou: “Confio minha vida em Tuas mãos Senhor Jesus Cristo. A Ti rendo o meu espírito, o qual Tu salvaste.” Huss, que era seguidor de Cristo e conhecia as boas novas do evangelho, sabia que nenhum homem pode nos confiar às mãos do diabo, se nos rendemos às mãos de Deus. Huss foi queimado em uma estaca, vitorioso, cantando, enquanto era queimado, pois sabia que pertencia a Cristo e Cristo pertencia a Ele. 4. Jesus entregou-Se confiante – “Nas Tuas mãos entrego...” Era um grito de confiança absoluta. Diante das portas da morte, aconchegando-Se nas mãos do Pai, era uma vida que descansava sobre a providência do Pai. Confiança ausente na vida de Pilatos que entra, sai, faz perguntas, emite juízo e atua como um possesso. Confiança ausente na multidão, que gritava endemoniada. Confiança ausente nos discípulos, que se dispersam, possuídos pelo pânico. Confiança ausente no Sinédrio, que monta um drama com maléficos desígnios e acaba desorganizado e confuso. Somente Cristo estava em pleno controle de Suas próprias faculdades e somente Ele pode exercer a plenitude de Sua vontade, porque Ele conhece o Pai e porque mantém Sua confiança nEle. 5. Jesus, não somente nos ensinou como viver, mas nos ensinou também como morrer. Ele estava preparado para morrer. Mesmo cercado pelas circunstâncias mais adversas Ele morreu em paz. Conta-se que na cultura africana os cristãos locais oram por uma “boa morte”. Ao contrário do que possamos pensar, boa morte não significa morrer sem dor ou dignamente, ou mesmo morrer em idade avançada. Boa morte é ter a oportunidade de reunir a família em torno de si nos últimos momentos e ter força para dar o último “incentivo” a fim de que levem uma vida piedosa e se preparem para o reencontro no Céu. A fé é transmitida quando o que está morrendo declara sua fé a quem está vivo. 61
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Na cruz, Jesus nos deu o último incentivo para vivermos nas mãos do Pai e nos mostrou que, vivendo assim, se tivermos que passar pela morte estaremos tranqüilo, porque estamos nas mãos de Deus. Ele nos deixou de herança uma “boa morte”. Na cruz as trevas estavam dissipadas, o sofrimento estava acabado e Ele podia finalmente entregar-Se nas mãos do Pai, para cuja presença agradável retornaria. Nos tempos antigos, o batedor auxiliava o navio para que entrasse no porto em segurança. Ele pulava do barco e ia até o porto, atando o forte cabo do navio a uma rocha ao longo da costa. Então, com um guincho, o navio aportava. Esse é o simbolismo usado pelo autor de Hebreus, que vê Jesus como Alguém que foi para o Céu preparar o caminho para nós. “Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar...” (Heb 6:19,20). Deixe as tempestades retalharem as velas, deixe as rajadas de vento tentarem nos tirar do curso, os salvos chegarão seguros ao porto. A cada dia estamos mais próximos da volta de Jesus, a cada dia somos puxados um pouco mais para perto do porto por Aquele que provou ser mais forte, até mesmo, que a morte. E para nós que temos esta esperança, a morte não é o fim da estrada é apenas uma curva; não é o fechar de um livro, mas apenas o início de um novo capítulo. Capítulo este, que terá início quando Jesus voltar e ressuscitar os Seus fiéis. Pois Ele morreu, não apenas, para levar os nossos pecados embora, mas para provar que a morte não domina sobre os que depositaram sua fé sobre o Único que a subjugou. Por isso, o fiel dormirá, mas nunca morrerá. Assim, próximos da morte, a cruz nos será mais preciosa do que nunca.
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Talvez, ao meditar nas últimas palavras de Jesus na cruz você esteja pensando: “Vou viver como quiser, e então, no último minuto, direi: ‘Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito.’” Não! Com raríssimas exceções você morrerá exatamente da maneira como viveu. Se Deus não é seu Pai agora, certamente será impossível aceitá-Lo como Pai quando a morte estiver se aproximando. Estamos preparados para o Céu, quando abraçamos Cristo como o nosso Salvador, aceitando o que Ele fez por nós na cruz. Somente os que crêem em Jesus podem confiar inteiramente o seu espírito ao Pai. CONCLUSÃO: “Nas Tuas mãos entrego o meu espírito”. Estas foram as últimas das sete palavras que Jesus proferiu na cruz. E estas têm sido, também, as últimas palavras de milhares de Seus seguidores, desde então até hoje. Quando as pedras começaram a ser lançadas, Estevão, o primeiro mártir cristão, orou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito.” (At 7:59). Mas “Bem aventurados”, escreveu alguém, “os que não somente morrem pelo Senhor, como crentes, mas à semelhança do Senhor exalando a vida nestas palavras: ‘Nas tuas mãos entrego o meu espírito. ’” Meu amigo, durante estas noites estivemos meditando sobre as sete últimas palavras de Cristo na cruz. Quantas preciosas lições Jesus ensinou na cruz! Lições sobre perdão, certeza, provisão, confiança, vitória e entrega. Para que estas lições tragam benefícios a nós, precisamos desenvolver um relacionamento com Aquele que as ensinou. Paulo observou em Gálatas 3:26 e 27: “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.” Depois de nos revestirmos de Cristo por meio da fé e do batismo, precisamos estar dispostos a segui-Lo, até à morte,
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se necessário for. Jesus disse: “Se alguém vir após Mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Luc 9:23). Será que reconhecemos o que Jesus fez por nós? Será que reconhecemos que na cruz Jesus fez sete declarações de amor por nós? Se reconhecemos, então devemos estar prontos a segui-Lo para todo e qualquer lugar. Quantos querem, nesta noite, levantar a sua mão comigo dizendo: “Jesus, eu reconheço o que fizeste por mim na cruz”? Agora quero convidar você que levantou a mão, para ficar em pé, dizendo: “Senhor, por tudo que fizeste por mim na cruz, e por tudo que fazes por mim a cada dia da minha vida, nesta noite, em pé na Tua presença, quero dizer que nas Tuas mãos entrego a minha vida.” Sim, se este é o seu desejo, fique em pé comigo. Agora que você já levantou a sua mão e ficou em pé, quero lhe fazer mais um convite. Venha à frente, pois juntos oraremos ao Pai do Céu selando a nossa entrega a Ele. Fazer uma oração de dedicação e entrega.
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