2014 07 20 estado postalis briga na justica por r$ 335 milhoes

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O ESTADO DE S. PAULO

DOMINGO, 20 DE JULHO DE 2014

RENATO CRUZ ✽ ●

renato@renatocruz.com

Indústria conectada N

ão são somente os robôs que mudam a indústria. Recentemente, a GE divulgou a quarta edição de seu estudo anual de seu Barômetro Global da Inovação. Um dosdestaquesdapesquisa,que ouviu 3.209 executivos em 26 países (incluindo o Brasil), foi a percepção dos entrevistados sobre se estamos ou não vivendo uma nova revolução industrial. As opiniões ficaram divididas. Foi pedidoqueosentrevistadosavaliassem a seguinte afirmação: “Vivemos atualmente uma nova revolução industrial no encontro entre o

hardware e o software, uma mudança histórica na era da fabricação avançada e da internet industrial”. Para 52%, a frase é verdadeira, enquantoque, para42%, existeumexagero nela, pois estaríamos vivendo uma evolução técnica contínua, e não uma revolução. Para os 6% restantes, a afirmação é falsa, pois a nova revolução industrial não passaria de um mito. Uma das faces dessa revolução seria a “internet industrial”, expressão cunhada pela própria GE. O conceito seria a versão para máquinas pesadas do fenômeno que vem sendo chamado de “internet das coisas”, em que todo

Postalis briga na Justiça por R$ 335 mi Devedoras alegam não ter recebido todo o dinheiro cobrado pelo fundo de pensão

tipo de equipamento e produto passa a ser conectado à internet. A incorporação de sensores e aplicação de técnicas de análise de dados a equipamentos como motores e turbinas prometem aumentar a eficiência, reduzir custos e evitar falhas. “Já atendemos a novos clientes no Brasil com esse conceito”, afirmou Adriana Machado, vice-presidente de Assuntos Governamentais e Políticas Públicas da GE para a América Latina. Apesar disso, o conhecimento a respeito desse assunto ainda não é grande.Do total dosentrevistados,44% disseram nunca ter ouvido falar de “inter-

net industrial”, enquanto 25% disseramterumaestratégiaouprocessoparcial ou totalmente preparado para isso. Mesmo a chamada internet das coisas ainda é novidade em qualquer lugar do mundo. Conversei com Alessandro Cunha, diretor de tecnologia da TechTraining sobre casos interessantes em desenvolvimento fora do Brasil. Um exemplo é a empresa Streetline, que desenvolveu parquímetros inteligentes, com sensores, integrados a aplicativos de celular. O motorista pode consultar onde existe uma vaga disponível no lugar em que está indo, reservar a vaga pelo smartphone e pagar paraestacionarnela.Ocarronãoprecisa ter nenhum sensor, pois a checagem do tempo em que o automóvel fica na vaga é feita pelo sistema de localização do próprio celular. Poraqui,aindaexistempoucosexemplos práticos. O evento ESC Brazil, que acontece nos dias 26 e 27 de agosto em São Paulo, vai discutir, entre outros temas, os motivos disso. Para Cunha, a falta de fabricantes de chips no País é um dos fatores que dificultam o desenvolvimento de soluções brasileiras.

Economia B9

DIGITAIS ●

Obstáculos

Os cinco principais obstáculos à inovação no Brasil são, de acordo com os executivos ouvidos no estudo da GE, peso da regulação do governo, disponibilidade de cientistas e engenheiros, porcentual de impostos em relação aos lucros, qualidade da educação em matemática e ciência e qualidade da infraestrutura em geral. ●

Colaboração

Mundialmente, o estudo indicou aumento da percepção sobre a importância do trabalho colaborativo. Para 77%, o compartilhamento de inovações e de novos projetos é um risco que vale a pena assumir. Em 2013, apenas 38% concordavam com essa afirmação, por temores de roubo de propriedade intelectual e de perda de profissionais. Empresas iniciantes e empreendedores foram indicados por 85% como parceiros mais promissores em projetos de inovação.

BRIGAS MILIONÁRIAS ● Fundo

de pensão dos funcionários dos Correios tenta cobrar na Justiça perdas com títulos de crédito

TOTAL QUESTIONADO

TOTAL PROVISIONADO EM 2013

R$ 335,5 milhões

R$ 150 milhões

VALOR COBRADO

R$ 92 milhões

R$ 77 milhões

R$ 63 milhões

R$ 41 milhões

R$ 33,5 milhões

R$ 32 milhões

R$ 29 milhões

EMPRESA

Laima Participações

PróSaúde

Company Ind. e Com.

Somopar

Embrapack

Manchester

Paiva Agricultura

SETOR DE ATUAÇÃO

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

PLANOS DE SAÚDE

AGRÍCOLA

MOVELEIRO

EMBALAGENS PLÁSTICAS

LOGÍSTICA

AGRÍCOLA

FONTE: POSTALIS E JUSTIÇA DE SÃO PAULO

Simulação. Algumas empre-

Josette Goulart

Desde o ano passado, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios (Postalis) vêm promovendo uma série de execuções de dívidas na Justiça paulista no valor total de R$ 335,5 milhões. O valor representa quase 6% do patrimônio do fundo e pode não ter fácil recuperação. Isso porque algumas das sete empresas que estão sendo acionadas judicialmente alegam que não receberam a totalidade dos recursos e que, portanto, o fundo estaria inflando a conta. Outras alegam simulação de contratos de compra e venda e desvio de recursos. Em 2013, de acordo com o balanço anual do fundo, foram reconhecidasperdasdeR$150milhões referentes às execuções das sete companhias, contribuindo significativamente para o déficit técnico do fundo, que chegou a quase R$ 1 bilhão no ano passado. O restante do que está sendo cobrado nas ações de execução, segundo o Postalis, já foi provisionado em anos anteriores. As perdas com títulos de crédito – bancário, imobiliário ou agrário – têm sido recorrentes entreosfundosdepensão. Muitosdessestítulossãodeempréstimos concedidos por bancos demédioporte a empresaspouco conhecidas no mercado, ou na intermediação de contratos imobiliários ou de produção agrícola. Mais tarde, os títulos com lastro nestas operações são comprados pelas fundações, mediante um retorno mensal. As perdas do Postalis com estes tipos de títulos envolveram companhias como a Laima Participações,que controlaempresa de distribuição de combustíveis, ou como a Paiva Agricultura e Company, ambas do setor agrícolaeque operam na cidade de Primavera do Leste, no Mato Grosso. Há ainda nomes como Somopar, do setor moveleiro do Paraná. Outro caso que envolve o Postalis é o da PróSaúde, cujo crédito foi gerado pelo bancoBVA, queestá em processo de liquidação judicial e que deixou prejuízo bilionário entre seus credores e fundos que compraram os créditosgerados no banco. Entre as maiores execuções de dívida promovidas pelo Postalis está a da Laima Participa-

PARA LEMBRAR O Postalis admite em processo judicial que pode perder outros R$ 375 milhões que estão aplicados em um fundo de investimentos, que é acusado de ter aplicado o dinheiro da fundação no exterior em títulos de baixa qualidade de crédito, como revelou o Estado na edição do dia 22 de junho. Assim, em poucos anos, o fundo pode acumular prejuízos que representam quase 15% de seu patrimônio por aplicações erradas. ções, que controlava a Petrosul Distribuidora de Combustíveis. No processo judicial, a companhia se defende, alegando não ter recebido a totalidade dos R$ 64 milhões que o Postalis afirma ter desembolsado para a empresa. No total, somando multas e juros, o fundo cobra R$ 92 milhões. O Postalis disse, por meio de nota, entretanto, que “a Laima assinou todos os documentos da operação, dos quais consta o pagamento do valor total pelo Postalis”.

sas, além de alegarem que não receberam a totalidade dos recursos que estão cobrados na Justiça, acusamainda o Postalis de ter simulado operações. É o casodaPaivaAgriculturaqueestá sendo cobrada em R$ 29 milhões. De acordo com o processo, a Paiva alega que o Postalis simulou contrato de compra e venda decréditos,pormeiodeumtítulo conhecido como Cédula do Produtor Rural (CPR), de outrasduasempresascomocondição para que o dinheiro fosse liberado.Emdificuldades,a empresa teria aceitado o negócio, quitando dívidas das empresas Company e WS. O Postalis alega no processo que somente o fato de a própria Paiva ter assinado o acordo já descartaria a simulação. A Company, por sua vez, tem dois processos que lhe cobram R$ 63 milhões. As duas empresas estão localizadas em Primavera do Leste e as CPRs foram emitidas pelo Banco Paulista, que pertence ao grupo Socopa. Imobiliário. Saindo de Mato Grosso e chegando ao Paraná, a Somopar, do setor moveleiro, também foi acionada. No processo, a companhia alega que o

INFOGRÁFICO/ESTADÃO

contrato de locação que gerou ostítulosadquiridospeloPostalis a colocou indevidamente como devedora. Além disso, alega

que o valor que recebeu foi bem inferior ao que está na cédula e questiona o fato de que parte dos R$ 20 milhões liberados te-

EDITAL DE CONVOCAÇÃO: A Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais na Prefeitura, Câmara e Autarquias; Estatutários e CLTs, da Estância Turística de Ribeirão Pires, vem em cumprimento aos ditames estatutários do mesmo, através deste, convocar eleições para renovação da Diretoria, Conselho Fiscal, Conselho de Representantes e seus respectivos Suplentes. A eleição sindical ocorrerá nos dias 20 e 21/08/2014 das 07h00 às 19h00. As chapas concorrentes terão cinco dias a contar do dia seguinte da publicação deste edital para o registro de chapas, na Secretaria Eleitoral do Sindicato que funcionará das 09h00 até as 17h00, que contará com pessoa habilitada para o recebimento do registro das chapas, sito na Av. Francisco Monteiro, 1.060, Vila Aparecida, Ribeirão Pires/SP. Não se atingindo o quorum mínimo previsto no artigo 121 do Estatuto Social, realizar-se-á nova eleição em conformidade com o artigo 122 do mesmo, que será nos dias 27 e 28/08/2014, nos mesmos horários e locais do primeiro escrutínio e só concorrendo às chapas registradas no primeiro escrutínio; e se ainda assim não se atingir o quorum previsto, ocorrerá um terceiro escrutínio em conformidade com o artigo 123 do mesmo nos dias 03 e 04/09/2014, obedecendo aos ditames estatutários. O prazo para impugnação de chapas ou candidatos será de 24 horas contadas da afixação da relação de chapas inscritas no mural da entidade sindical. Ribeirão Pires / SP, 20/07/2014. Dalva Aparecida da Silva Rodriguez - Presidente.

riamsidotransferidos paraconta desconhecida. O Postalis alega que a empresa assinou todos os contratos da operação.

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