Correio do Trabalhador Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em empresas de Correios, Telégrafos e Similares do Vale do Paraíba e Litoral Norte
Especial contra as opressões II
Saiba como foi o Encontro de Negras e Negros da CSP-Conlutas
Homenagem à Claudia Silvia Ferreira, trabalhadora negra que foi arrastada por policiais no Rio
Contra a violência racista na Copa
Uma das principais resoluções do encontro foi a implementação de uma ampla campanha contra a violência racista na Copa, com o tema “Chega de dinheiro para os patrões, banqueiros e a Fifa: Contra a violência racista na Copa”. Também serão alvos da campanha o combate ao turismo sexual e a violência contra a mulher negra.
Turismo Sexual
A multinacional Adidas, lançou uma camiseta especial para a Copa fazendo alusão a exploração e o turismo sexual na Copa do Mundo. Os grandes emprsários esperam lucrar ainda mais durante o evento, e o tu-
rismo sexual também se mostra um negócio bastante lucrativo, já que durante a Copa o mundo todo se voltará para o Brasil. A exploração sexual é a forma mais degradante de sobrevivência na nossa sociedade, a mulher negra estatísticamente é a que mais sofre com esta exploração, são jovens e até crianças sendo usadas como mercadoria. Fazemos um chamado a luta! Todos aqueles que sentem indignação de ver tudo se transformando em mercadoria no “espetáculo da copa”, que lutem conosco! Na copa vai ter luta!
O I Encontro Nacional de Negras e Negros da CSP-Conlutas, realizada na noite de 21 de março, dia internacional de luta contra o racismo, foi um marco na reorganização do movimento negro e dos lutadores da classe trabalhadora. Foram debatidas as estratégias de luta contra o racismo e a exploração, foram feitas denúncias de preconceito na Copa do Mundo e o evento também contou com apresentações artísticas e homenagens ao povo negro. Uma das homenageadas foi a trabalhadora negra Cláudia Silvia Ferreira, que foi arrastada por policiais no Rio de Janeiro.
Violência policial
A auxiliar de serviços gerais Cláudia S. Ferreira, 38 anos, foi alvejada a tiros pela PM enquanto saía para buscar pão. Como se não bastasse, Cláudia foi “socorrida” da maneira mais duvidosa possível. Foi jogada na traseira da viatura, que misteriosamente se abriu, arrastando o corpo da vítima por 250 metros. Esse assassinato só reforça a necessidade da desmilitarização da PM. É preciso punir os assassinos de Claúdia, Amarildo e todos os outros trabalhadores e negros. Esse crime coloca em debate a política racista da polícia militar.
Algumas resoluções do Encontro:
“Chega de dinheiro para os patrões, banqueiros e a FIFA: contra violência racista na Copa!”
- Lançamento daCampanha contra a violência racista na Copa - Luta pela desmilitarização das polícias e calendário de lutas. - Luta contra violência à mulher negra e às mulheres trans e mercantilização de seus corpos. - Contra a repressão policial em manifestações e periferias, lutar não é crime! - Combate a discri-
minação religiosa - Publicações especiais em datas simbólicas do movimento, tais como jornais e informativos. - Realização frequente de encontros de negras e negros - Campanha contra a impunidade e pelo julgamento dos assassinos de Quilombolas (negros e índios). - Contra a violência no campo e pela Reforma Agrária.
Racismo no futebol
Racismo em campo! Os gramados são dos brancos? Com imitação de macacos, o jogador Tinga recentemente foi vítima de racismo durante jogo no Peru. O caso aconteceu durante a partida contra o Real Garcilaso pela Libertadores da América, nodia 11 de fevereiro deste ano. O jogador ouviu das arquibancadas imitações de macacos a cada vez que ttocava na bola. Mas infelizmente este não é o único caso registrado nos gramados de futebol. Em 2005, Edinaldo Batista Libânio, o Grafite, quando jogava pelo São Paulo, o jogador do Quilmes, Desábato, gritou a Grafite “seu negro de merda”, o caso tomou proporção internacional, levando Desábato à prisão por 2 dias. No mesmo ano, na Itália, em um jogo entre Inter de Milão e Messina, Marc Zoro escutou palavras racistas de praticamente todo o estádio. Outro jogador a ser incorporado nessa triste lista foi Roberto Carlos, que recebeu de um jogador do Zenit, da Rússia, uma banana, quando jogava pelo Anzhi, em uma partida. A exemplo do colega, a torcida também lan-
Na luta contra a opressão, filie-se ao Sintect-VP
çou bananas contra ele. E, infelizmente sabemos que o caso do Tinga não será o último registro de preconceito nos campos de futebol. Entrevistas e depoimentos provaram que além de um excelente jogador, Tinga também é engajado em causas sociais e mostrou posicionamento consciente sobre a questão racial, não foi a tôa que recebeu milhares de mensagens de apoio e solidariedade. Mas o futebol também é feito de reacionários como Pelé e Ronaldo, que apesar de serem negros, se venderam e são capachos da
WWW.SINTECTVP.BLOGSPOT.COM Sintect-VP: Fone: (12) 3302-5996 ou (12) 39415451 Sede S.J.Campos, R. Genésia B. Tarantino, 115
Copa pra quem?
Dilma anunciou que a Copa seria a maior prova do combate ao racismo. Isso não passa de demagogia! Em um país em que 67% da população que vive abaixo da linha da pobreza é negra, enquanto milhões são destinados para a Copa e os ingressos para os jogos terão valor exorbitante, mostra que a Copa do Mundo está longe de ser para os trabalhadores.!
Saudação aos que tiveram coragem!
Organizados somos mais fortes!
CONTRA OS ATAQUES DA ECT, CONTRA O RACISMO, O MACHISMO E CONTRA A OPRESSÃO, FILIE-SE NO SINTECT-VP
FIFA, instituição que prioriza os interesses dos grandes empresários e não as necessidades de esporte e lazer da população.
As mulheres lutadoras ex-moradoras do Pinheirinho, em São José dos Campos, finalmente terão o que comemorar com suas famílias. Após muita luta e pressão popular, o governo federal anunciou a construção das moradias. A secretaria de mulheres do SINTECT-VP quer saudar, em particular, essas companheiras.
Mulheres guerreiras que tanto sofreram com a desocupação e agora podem sonhar com dias melhores. Vale lembrar que os ex-moradores do Pinheirinho se enfrentaram com nada mais dada menos que o megaespeculador Naji Nahas, a juíza Marcia Loureiro, empresários do ramo imobiliário e também o governo. Essas mulheres não se intimidaram e foram linha de frente em todas as batalhas. E apesar de toda violência sofrida naquela inesquecível desocupação, agora poderão desfrutar de suas casas, sem abandonar a luta diária por uma vida melhor. Parabéns povo do Pinheirinho, por nos mostrar que é preciso lutar e que é possível vencer!
Jornal Correio do Trabalhador Perigo no Transporte Público
“Não me encoxa que eu não te furo” Campanha do MML distribui alfinetes no metrô
Os casos de assédio no transporte público têm aumentado assustadoramente, e são cada vez mais audaciosos e violentos. Diante desses ataques, o Movimento Mulheres em Luta (MML) de São Paulo lançou a campanha “Não me encoxa que eu não te furo”, na qual distribuiu alfinetes em uma estação do metrô. O objetivo foi denunciar a violência e o assédio às mulheres no transporte público e exigir do governo estadual uma campanha para combater o assédio! Esse pequena iniciativa foi destaque nos principais noticiários do
país e do mundo, o que comprova a necessidade de uma campanha que envolva toda a população. Fique atenta! As agressões vão desde fotos das partes íntimas tiradas sem consentimento, homens se esfregando ou apalpando as mulheres das formas mais nojentas, ejaculações com o pênis para fora da calça e até estupros. Além do machismo, outro responsável por essa situação é o governo que não dá condições dignas de transporte à população. Você mulher, que quer reivindicar seus direitos e que luta contra
o machismo, venha se juntar às lutadoras da secretaria de mulheres do sindicato! Essas guerreiras estiveram na greve e continuam nas mobilizações. Em breve convocaremos uma reunião com todas as mulheres de luta trabalhadoras da ECT.
Dados que chocaram o país
Nenhuma mulher merece ser estuprada!
Pesquisa realizada pelo Ipea chocou e deu início a uma forte campanha na internet O Instituto de gou um erro na pesquisa e divul- dor. Não dá para aceitar que uma Pesquisa Eco- gou o que seria o resultado corre- em cada quatro pessoas pense que as roupas justifiquem um estupro. nômica Aplicada to: 26% concordam com a frase. A cada 12 segundos uma muher A divulgação do primeiro resulta(Ipea) divulgou, no dia 26 de mar- do, em março, gerou grande revolta é estuprada no Brasil. A realidade ço, uma pesquisa em diversos setores da sociedade. da violência no país é completaCom o anúncio do erro na pes- mente absurda, e é preciso seguir que apontou que 65% da popula- quisa do Ipea, muitos respiraram denunciando essa situação. O Movimento Mulheres em ção concordava aliviados. Outros, no entanto, cheLuta lançou o bordão: “Faço parte gam a desconfiar e acham que o que “mulheres dos 35%”, e milhares de pessoas Ipea voltou atrás apenas por cauAtivista que aderiu que usam roupas sa da repercussão ruim da pesqui- divulgaram fotos com a frase. ao protesto da web que mostram o Continuaremos firmes na luta sa, que alarmou o país. corpo merecem ser atacadas”. contra o machismo e a exploração! O novo dado, ainda é assustaNo dia 4 de abril, o instituto aleDenúncia!
Tarado fotografa mulheres em shopping de São José
Um homem de 31 anos foi flagrado, no dia 9 de abril, pelas câmeras do Shopping Colinas em São José dos Campos, fotografando mulheres debaixo das saias, usando um telefone celular. A polícia já o estava monitorando há uma semana, sem que nada fosse feito. Segundo a polícia, ele fazia fotos há pelo menos um mês e foi pego em flagrante por um policial civil. O homem foi detido, levado à Delegacia de Polícia, prestou depoimento e foi liberado! Este ato de violência contra a
mulher, é visto pela justiça como de menor potencial ofensivo, e esta atitude terrível e machista deste homem, configura apenas uma contravenção, a de importunação ofensiva ao pudor. A pena para esta “contravenção” pode ser ou o pagamento de multa, ou a execução de serviços comunitários. Apesar de muitas mulheres terem sido vítimas, nenhuma compareceu na Delegacia para fazer Boletim de Ocorrência. Segundo o delegado, Régis Germano, “Muitas (mulheres) sentem vergonha e não
procuram a polícia.” Isso se deve a ausência de uma Delegacia da Mulher combativa e ao machismo que a mulher muitas vezes encontra na própria delegacia. Basta de violência contra as mulheres!
Mais preconceito no esporte
A homofobia vinda das arquibancadas
Jogo Corinthians X São Paulo também é um classico da homofobia
“Ôôôôôôôôôôôô.... Bicha!!!” Este é o grito que vem das arquibancadas em praticamente todas as vezes que o goleiro sãopaulino, Rogério Ceni, cobrava os tiros de meta. Uma parte considerável dos torcedores dos times rivais ao São Paulo fazem coro com esta “piadinha”. Todas as músicas
da torcida do corinthias durante o jogo do dia 9 de março, tiveram letras preconceituosas. Então “Vamos Corinthians/ Esse jogo/ Teremos que ganhar” virou “Vamos Corinthians/ Dessas bichas/ Teremos que ganhar”. O narrador e os comentaristas não tocaram no assunto, talvez porque isso seja
somente uma brincadeira ou provocação ao rival, coisa normal no futebol. Só que não! Brincadeiras e piadas são justamente a expressão cotidiana mais comum da ideologia homofóbica disseminada em nossa sociedade. O Brasil é o país que mais assassina homossexuais em todo mundo! Mas como este sentimento infelizmente está enraizado na sociedade, temos que travar uma batalha diária e nos policiar para não cometer atos e ofensas homofóbicas, pois isto é inadimissível e deveria ser crime! O Sintect-VP está lutando contra qualquer forma de preconceito e opressão, em qualquer que seja a circunstância. Essas ideologias só servem para dividir e enfraquecer a união dos trabalhadores. Somos todos parte de uma só classe, a classe trabalhadora e a nossa luta cotidiana deve se dar contra a burguesia que nos explora e oprime.
50 anos do golpe militar
A ditadura extremamente homofóbica e negras foram organizadas e lu-
Neste ano, o golpe militar no Brasil completa 50 anos. Dentre as atrocidades deste período, destacamos a repressão, o fim da liberdade e a violência por parte do Estado. No dia 29 de março, uma sessão especial do “Sábado Resistente” – atividade mensal promovida pelo Memorial da Resistência de São Paulo para resgatar a memória das vítimas dos crimes da ditadura – recebeu a Audiência Pública “Ditadura e Homossexualidade no Brasil”, destinada a tratar da repressão e crimes cometidos contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais durante os chamados “anos de chumbo”. Esta audiência também serviu para resgatar a história movimento LGBT, principalmente no final da década de 1970, quando as entidades LGBT’s, feministas
tavam pela derrubada do regime militar. Um dos fundadores da Facção Homossexual da Convergência Socialista (CS), James Green (conhecido como Jimmy) resgatou parte da história do jornalista, escritor, guerrilheiro e ativista LGBT Herbert Daniel (1946-92), lembrando não só da sua perseguição pelo asqueroso regime militar, mas também dos problemas que o militante gay teve com a própria esquerda que, na sua maioria (sendo a Convergência uma honrosa exceção) era homofóbica, tornando a luta ainda mais difícil. Jimmy lembrou que a perseguição a gays, lésbicas, travestis e transexuais se intensificou já nos primeiros anos após ao golpe, quando diplomatas do Itamaraty começaram a ser demitidos por
Faixa levada pelo movimento LGBT ao ato de 1º de maio em 1980
“atentarem contra a moral pública” – e demissões desse tipo também aconteceram em empresas estatais, órgãos do governo, serviço público etc. Durante o ato, o painel do auditório expunha fotos históricas do movimento LGBT, como a Marcha contra a fascista “Operação Limpeza”, que tinha o objetivo de prender homossexuais, travestis e prostitutas.
Expediente - Publicação do Sintect-VP - Sede S.J.Campos, R. Genésia B. Tarantino, 115 - Jd. Paulista, Fone: (12) 3941-5451 ou (12) 33025996 - Jornalista Responsável: Angélica de Paula, MTB 50299 - www.sintectvp.blogspot.com.br - E-mail: sintect_vp@yahoo.com.br