CONCEPT ART: A ARTE POR TRÁS DA ARTE Ao assistir a um filme ou jogar seu video game preferido, você já se perguntou como ele chegou ao produto final? Tudo começou com uma Concept Art. Você está convidado a entrar no mundo das chamadas artes conceituais, o ponto de partida para qualquer produto audiovisual de entretenimento. Em uso pela indústria do cinema desde o início do século XX, elas servem para traduzir em imagens as primeiras ideias de um projeto. Foram pelas mãos de concept artists que surgiram os primeiros visuais dos personagens de animações que você se lembra da sua infância, ou dos games que você joga todo dia. Na exposição “ARTE POR TRÁS DA ARTE”, você terá um panorama da evolução desse ramo do design, desde sua popularização com os primeiros filmes de animação de Walt Disney nos anos 30, em que as artes conceituais eram feitas à mão, até os dias de hoje, onde a tecno-
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logia se difundiu, e a modelagem em 3D e pintura digital se tornam cada vez mais comuns. Além do olhar geral, você vai conhecer melhor quatro talentosos artistas de concept – Glen Keane, Christopher Vacher, Neville Page e Feng Zhu – e descobrir como eles trabalham e o que significa Concept Art para eles. Existe um vasto universo de belos trabalhos artísticos por trás das suas diversões do dia-a-dia, e você está prestes a entrar nele.
BEM-VINDO, AO MUNDO DAS IDEIAS.
1ª SALA O QUE É? O objetivo de uma arte conceitual é pegar as idéias do diretor ou roteirista e criar a primeira representação visual do design de personagens, cenários ou cenas de um filme, animação, jogo ou quadrinho. A quantidade de pessoas que trabalham para fazer um produto audiovisual é gigante, e todos precisam ter as mesmas referencias visuais, e é aí que entra o chamado concept artist. É ele que usa a imaginação para transformar linhas de um roteiro em imagens, antes do filme sequer começar a ser produzido. Nessa sala, abordaremos as concept arts mais modernas, com alguns desenhos mais conhecidos pelo público jovem. No desenho ao lado, podemos ver uma concept art de uma personagem de um dos desenhos de maior sucesso da atualidade: Fronzen. e no desenho no canto superior direito, podemos ver o desenho de um dos personagens mais carismáticos (embora no desenho, não seja tão carismático assim) das animações modernas: O ogro, Shrek.
Jim Kim Para o filme “Frozen” - Grafite 2013
Conrad Vernon Para o filme “Shrek” - Grafite 2001
Uma arte conceitual pode ser desde um estudo feito em grafite, até uma pintura finalizada e extremamente bem trabalhada. Tudo conta para o processo. Por definição, o artista de concept faz desenhos rápidos de forma tradicional, e um ilustrador é quem finaliza essas artes, e transforma em trabalhos elaborados. Porém na prática, a maioria dos artistas de Concept Art são ilustradores, e responsáveis por todo o processo. No desenho acima, vemos os primeiros esboços de um dos personagens principais da animação “Up - altas aventuras”.
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Pete Docter (Direita) e Ricky Nierva (Esquerda) Para o filme “Up - Altas aventuras” 2009
2ª SALA Uma prática que existe desde o início do século XX, quando todos os filmes eram feitos com a ajuda de artistas, mas ainda não era conhecida por esse nome. A popularização do termo só veio na década de 1930, com a equipe de Walt Disney e seus longas de animação. Nessa sala, mostraremos concept arts de clássicos Disney, alguns filmes modernos e alguns desenhos feitos para o filme Star Wars.
Gustaf Tenggren Para o filme “Fantasia” 1940 - Pintura a óleo
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Gustaf Tenggren Para o filme “A Branca de neve e os sete anões” 1937 - Tinta a óleo
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Ralph McQuarrie Para o filme “Star Wars” 1977 - Tinta a óleo
CHRISTOPHE VACHER Nascido em uma área rural da França chamada Auvergne, Christophe Vacher se lembra de tentar desenhar antes mesmo de aprender a escrever, aos quatro anos de idade. Fascinado por Tintin, ele sempre quis ser artista de história em quadrinhos. Ele conta que foi difícil de encontrar seu caminho morando em uma área remota, em um tempo em que não havia internet. Depois de passar por diversas faculdades de arte, Christopher conseguiu começar na carreira relacionada aos quadrinhos. Foi quando conheceu “as pessoas certas no momento certo”, e acabou sendo convidado para trabalhar com filmes de animação. Em 1989, uma filial do estúdio de animação da Disney estava abrindo em Paris, na mesma época em que Vacher se mudou para a cidade; “Quando eu olho para o panorama geral, ainda é incrível ver como tudo aconteceu no tempo perfeito”, diz ele. Chamado para trabalhar com a Disney em Paris, ele pintou os cenários de “Mickey e seu Cérebro em Apuros” (1995), “Pateta: O Filme” (1995) e “O Corcunda de Notre Dame” (1996). Mais tarde Vacher se mudou para os Estados Unidos, onde realizou seus trabalhos de Concept Art mais conhecidos, nos filmes “Hércules” (1997), “Tarzan” (1999) e “Planeta do Tesouro” (2002). Ao longo da carreira Christophe Vacher recebeu diversos reconhecimentos: em 2010 ganhou o prêmio Annie de “melhor design de produção” pelo filme “9 – A Salvação”, produzido
por Tim Burton, em que trabalhou como diretor de arte; em 2011 e 2012, foi vencedor do Emmy com a série de TV “Transformers Prime”, em que trabalha atualmente. Na sala ao lado você vai ter a oportunidade de entrar em uma dar artes de Vacher. Com projeção e cenografia, criamos o cenário baseado em uma das pinturas que o artista fez para “Planeta do Tesouro”, para você explorar e levar recordações para casa.
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NEVILLE PAGE Nascido na Grã-Bretanha, filho de pai músico e mãe dançarina, a arte sempre esteve presente na vida de Neville Page. Se mudou para os Estados Unidos em 1970, e, sem conhecer o design, Neville queria ser ator. Fez aulas de teatro por dois anos, e, após algumas tentativas na área da atuação, acabou desistindo e entrou para a Art Center College of Design, faculdade de arte, em Pasadena, Califórnia. Lá, se sentiu no lugar certo, e se formou com honras em 1990. Não demorou muito para que abrisse seu próprio estúdio de design, com seu colega da faculdade. Como designer de produto, Page trabalhou para empresas como a BMW, Mattel e Nike. Mas ficou mesmo conhecido como artista de Concept Art, trabalhando em filmes como “Minority Report: A Nova Lei” (2002), “X-Men 2 e 3” (2003 e 2006), “As Crônicas de Nárnia” (2005), “Tron: O Legado” (2010) e “Lanterna Verde” (2011). Seu trabalho mais famoso foi no filme “Avatar”, de 2009. Page foi responsável por desenvolver o visual das criaturas fantásticas imaginadas pelo diretor James Cameron, no filme que foi muito elogiado pelo seu visual, indicado a diversos Oscars e se mantém como o filme mais rentável da história do cinema. Os filmes “Watchmen” de Zack Snyder, “Star Trek” de JJ Abrams e “Prometheus” de Ridley Scott também fazem parte do portfólio de Neville Page.
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FENG ZHU Apesar do nome, Feng Zhu tem apenas descendência asiática, mas é americano. Nos anos noventa, estudava arquitetura na universidade de Berkley, na Califórnia quando percebeu que aquilo não era para ele. Ele queria trabalhar com vídeo-games e filmes. Foi quando conheceu a Art Center College of Design, faculdade de arte, em Pasadena, Califórnia. Largou os estudos em Berkeley e foi para lá, decisão da qual nunca se arrependeu. Feng Zhu tem um histórico invejável a qualquer um do ramo de arte conceitual. Apenas dois anos após se formar, em 1999, Zhu fundou sua própria companhia de design, a Feng Zhu Design (FZD). Ao longo de mais de quinze anos de carreira, Feng Zhu já trabalhou com dezenas de importantes empresas e estúdios de cinema, como a Microsoft, Electronic Arts, Sony, Activision, Industrial Light+Magic, a Warner Brothers, Lucasfilm, Bay Films, e outros. Conhecido de Hollywood, já trabalhou ao lado de George Lucas em “A Vingança dos Sith” de 2005, James Cameron em “Battle Angel” e Michael Bay em “Transformers” e “Tartarugas Ninja”.
Feng Zhu tem também paixão por ensinar. O artista foi professor da escola de efeitos visuais Gnomon, em Hollywood, e também da faculdade em que se formou. Em 2009 deciciu ir além, e abriu sua própria instituição de ensino, a FZD School of Design, em Cingapura, um lugar que, segundo ele, está no centro da Ásia e, portanto é perfeito para atrair alunos de diversos países. Apesar disso, as aulas
tomam apenas metade de seu tempo, e Zhu continua fazendo trabalhando como artista.Dono de uma arte de tirar o fôlego, os trabalhos de Zhu são de impressionar. Suas pinturas digitais têm caráter realista, mas ainda assim imprimem um grande estilo próprio. Ele é sem dúvida um dos mais talentosos artistas da indústria do entretenimento hoje.
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GLEN KEANE Com um pai cartunista, Glen Keane cresceu rodeado de desenhos, livros de arte e pinturas. Por ser um cartunista, o pai de Glen foi muitas vezes questionado por “não ser um artista de verdade”, e por isso fazia questão de dizer ao filho: “Glen, você não é um cartunista, você é um artista”. Aos nove anos, quando ganhou de seu pai um livro de anatomia, foi quando realmente percebeu que queria se tornar um artista. Sem ter a mínima intenção de trabalhar com filmes, Keane mandou seu portfólio para CalArts, a escola de artes da Califórnia, com o intuito de se tornar um artista plástico. No entanto, só foi aceito para aulas do curso de animação. Ele acabou se encantando com os desenhos em movimento. Keane deixou CalArts em 1974 e entrou para a Disney no mesmo ano. Seu primeiro trabalho foi em “Bernardo e Bianca” (1977) como animador de personagens. Trabalhou como animador também em “Meu Amigo Dragão” (1977) e “O Cão e a Raposa” (1981). Mas foi nos meados dos anos 80 que seu trabalho como artista de concept art brilhou, quando foi o responsável por criar memoráveis personagens da chamada “Nova Era de Ouro” das animações Disney. Keane desenhou e animou a Ariel de “A Pequena Sereia” (1989), e nos anos seguintes trabalhou em “A Bela e a Fera” (1991), “Aladdin” (1992), “Pocahontas” (1995) e “Tarzan” (1999). Seus últimos trabalhos como artista na Disney foram criando personagens para o filme “Enrolados” (2010) e o curta-metragem “O Avião de Papel” (2012). Ao longo da carreira, Keane recebeu um prêmio Annie, um prêmio de reconhecimento da
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International Animated Film Association, e foi honrado com a premiação Disney Legend, um prêmio dado dentro do estúdio para seus funcionários mais ilustres. Atualmente aposentado da Disney, Glen se aventura em novos projetos. Em 2014 produziu, a convite do Google, o curta-metragem “Duet”. Feito com uma técnica de animação experimental, a produção tem uma versão interativa que pode ser baixado em smartphones, e foi indicada ao prêmio Annie de melhor curta.
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