Projeto de Núcleo Produtivo e Criativo de Santa Maria

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Projeto de Núcleo Produtivo e Criativo de Santa Maria

Desenvolvimento de ações para geração de renda através de insumos de reciclagem

Região de Santa Maria

Aracaju / Sergipe

Encontrei uma realidade dura ao chegar pela primeira vez no então bairro de Pedra Dura, o que no caminho para lá o motorista já contava as histórias de violência e nos alertava sobre o horário de retorno.

Também ouvi as histórias de que ali era o local do antigo lixão, imagem antiga e que nos vem a cabeça àquelas onde pessoas ficariam no meio dos entulhos de lixo descarregados dos caminhões, encourados com roupas grossas e luvas rasgadas, a procura de algo com valor, seja pelos centavos pagos pelo seu peso, seja pela sorte de encontrar algum relógio ou jóia de valor.

Todo este contexto já nos é apresentado antes de chegarmos no bairro, criando já um estigma de violência e sujeira. Mas para nossa grata surpresa a realidade hoje já não é a da imagem passada. Graças ao trabalho do Ministério Público muita coisa mudou, tanto em termos de infraestrutura como de serviços e comércios, tornando o território um local vivo, ainda carente, mas com uma vitalidade latente. E tudo ainda girando em torno do lixo, só que agora com outros olhares, seja pela existência das cooperativas de reciclagem, seja pelo comércio de entulho e sucata, ou mesmo pela ainda existência de catadores autônomos. Ou seja, uma economia girando em torno do lixo. Mas há ainda coisas a fazer, e até estigmas a se quebrar. Uma das coisas é o aumento de agregação de valor a ser dado aos resíduos de forma a aumentar a receita dos catadores1, e com isso

Buscar o aumento de pessoas a se inserirem na ´economia do lixo´, hoje de certa forma estigmatizada pela imagem do antigo lixão, e com isso, fazendo com que moradores busquem (e não encontrem na maioria das vezes) outras fontes de renda.

A inserção do Design Social é uma novidade neste processo e neste território, diria até um processo inovador de desenvolvimento social e econômico. Com esta ferramenta buscou-se desenvolver novos processos e produtos que unissem o contexto material (insumos) existente, com o saber local, aliado com novas tecnologias (sociais e produtivas), gerando produtos novos e consequentemente novos olhares sobre aquele cenário, antes visto com desagrado.

Estes, ainda protótipos, têm como papel principal não só o teste produtivo de novas fontes de renda com valor agregado, mas também a concretização de sonhos e devaneios que antes ficariam apenas no âmbito interno e pessoal de cada catador.

E é este o objetivo deste projeto. Fazer com que pessoas que trabalham com a coleta do lixo, tornem concretos seus sonhos. Sonhos de poderem, com seu trabalho e esforço, construir uma vida melhor, resinificando o lixo e transformando vidas.

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Mario Bestetti, Designer
1 Valores de resíduos vide Anexo 1: Matérias Primas.

Os negócios que vêm do lixo2

A coleta seletiva e a reciclagem patinam em grande parte das cidades brasileiras, não vão dar certo enquanto não existirem cadeias de negócios baseadas em matérias-primas recicladas.

A urbanista Raquel Rolnik publicou recentemente um artigo mostrando o que acontece com a coleta seletiva e a reciclagem na cidade de São Paulo, a mais populosa do país e a que mais gera resíduos, de todas as classes, recicláveis ou não. Ela aponta que a cidade tem 46% de domicílios servidos por coleta seletiva, no entanto apenas 2% dos resíduos são de fato reciclados. Essa é uma realidade que em maior ou menor grau se espraia por todas as cidades brasileiras, apesar de coleta seletiva e reciclagem estarem previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, de dezembro de 2010 (depois de 20 anos dormitando no Congresso), e que tem 2014 como prazo para a eliminação completa dos lixões e implantação de aterros sanitários em todo o país.

Minha opinião é que nada disso vai dar certo se não houver, também, um esforço consistente para a geração de novos produtos e negócios com base em matérias-primas obtidas a partir da separação dos resíduos coletados, seja em residências ou em empresas. Negócios capazes de gerar inovação, empregos e renda a partir do uso de materiais que podem ser obtidos a partir da mineração dos resíduos gerados pela atividade humana.

O primeiro desafio que se impõe é a necessidade de que esses negócios sejam espalhados por todo o país, uma vez que transportar resíduos por longas distâncias pode tornar o custo da operação incompatível com qualquer negócio. Então, será preciso envolver não apenas cooperativas de recicladores em todo o país (capazes de coletar, separar e dar destinação adequada a cada classe de resíduo), mas também fomentar o empreendedorismo para a formação de milhares de pequenas empresas que utilizem esses materiais para a produção de uma miríade de produtos que satisfaçam as mais diversas necessidades da sociedade. Isso não acontecerá de forma espontânea, será preciso um planejamento e um esforço coordenado de empresas, governos, universidades, institutos de pesquisa e organismos financeiros capazes de produzir inovações, design e modelos de negócios viáveis e espalha-los por todo o Brasil. Desta forma não apenas as principais questões relativas aos resíduos podem ser encaminhadas, como também haverá muito mais oportunidades de negócios e empregos à disposição da sociedade. Já existem iniciativas na direção de transformar lixo em matéria-prima para produtos de bom valor econômico e alto benefício social. Um exemplo interessante é o desenvolvimento de produtos a partir da reciclagem de embalagens longa-vida. Hoje já existe no mercado telhas e uma série de tipos de painéis feitos a partir da reciclagem desses materiais, com grande vantagem frente a materiais tradicionais no mercado. Para se chegar a esse formato de produto e negócio a Tetra Pak, maior empresa global de embalagens longa-vida apostou no desenvolvimento de tecnologias e apoio às cooperativas de catadores e produtores de telhas e placas. “O resultado foi a criação de um mercado novo, algo que não existia antes e que a demanda é ainda bem maior do que a capacidade de oferta”, explica Fernando Von Zuben, diretor de meio ambiente da empresa.

A inovação neste caso foi planejada e não veio apenas porque a empresa é boazinha, mas também porque ela deve ser responsável pelos resíduos que coloca no mercado. Centenas de pequenas empresas estão sendo criadas em todo o Brasil para o aproveitamento dessa matéria-prima com bons resultados nos negócios. Outros materiais tem mais valor e, por isso, são mais demandados, é o caso das latas de alumínio, onde o Brasil detém recordes de reciclagem. Vidros e PETs estão entrando nessa linha de materiais com valor comercial, mas ainda em escala insuficiente para cumprir as metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A chave para a solução dos resíduos está basicamente em dois vetores, a redução na produção de resíduos e a inovação na geração de novos produtos e negócios a partir dos resíduos coletados. Sem isso a coleta seletiva simplesmente vai fazer com que as prefeituras tenham de manter imensos depósitos de materiais recicláveis que não serão reciclados por falta de uma cadeia de negócios que os utilize.

2 Fonte: Dal Marcondes é jornalista, diretor da Envolverde e especialista em meio ambiente e desenvolvimento sustentável. http://envolverde.com.br/economia/os-negocios-que-vem-lixo/

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Intervenções de Design em Comunidades Produtivas

O Design é uma atividade projetual que associa contexto social com exigências de mercado e meio ambiente conciliando pólos na tarefa de satisfazer ou modificar as necessidades humanas. Em sua aplicabilidade o Design integra várias disciplinas tornando-se uma atividade plural que traz melhorias dos aspectos funcionais, ergonômicos e visuais dos produtos, de modo a atender às demandas do consumidor, otimizando o conforto, a segurança e a satisfação dos usuários.

O Designer, ou seja, o profissional de Design atua tanto no planejamento estratégico e gestão (processo) quanto em suas especialidades como o design gráfico (projetos de marcas, identidade visual, estética de embalagem, cartazes, folhetos, capas de livros, CD’s, etc) e o design de produto (projetos de objetos), renovando e inovando de forma criativa produtos e serviços.

As vantagens da aplicação do Design como estratégia para diferenciação e inovação em um mercado cada vez mais competitivo perpassa conceitos como qualidade, ecologia e inovação.

Isso significa identificação de demandas, adequação da oferta, melhoria de serviços, melhoria de processos, capacitação do capital humano, agregação de valor, promoção, divulgação, comercialização e mercado.

Em comunidades artesanais a linha de atuação do Design deve estar incondicionalmente embasada no contexto

Pressupostos Teóricos e Metodologia

A dinâmica da vida na sociedade industrial contemporânea acelerou mudanças nos ciclos de vida e conseqüentemente trouxe alterações às manifestações de diversos grupos que se encontram periféricos, distantes dos grandes centros. Para tanto é importante definirmos os significados e limites das denominações Identidade Cultural.

A antropologia a partir da observação direta de indivíduos perante outros e diante da natureza define como cultura o que o homem constitui, através de sistemas simbólicos, o ambiente artificial no qual vive e o qual esta continuamente transformando. A cultura é, propriamente, esse movimento de criação, transmissão e reformulação desse ambiente artificial. Pela observação é possível detectar regularidades,

sócio-cultural específico de cada grupo e de como a atividade artesanal ocorre em cada localidade. São trabalhadas, em consultorias de design para grupos de artesãos institucionalizados em associações, ou não, atividades de resgate e promoção do patrimônio material e imaterial com valorização da identidade local das comunidades, agregando valor a produção, buscando a sustentabilidade ambiental e econômica, melhorando e aumentando a produção, otimizando os processos, tendo como objetivo a melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas e sua autonomia.

essas regularidades variam de um grupo social para outro. Como vários grupos humanos interpretam de forma diferente suas experiências e as materializam de acordo com suas concepções, esta diversidade é que caracteriza pertencer a um grupo social, compartilhando um modo específico de comportamento que os diferencia em relação a outros grupos. Temos então formulada uma definição de identidade.

Página 4 de 40 Produto Ou Âmbito do Produto Visão de Marketing Pesquisa de Mercado Análise de mercado Economia Sistema de Distribuiçã o Visão de Engenharia Pesquisa técnica Análise técnica Alvos econômicos Métodos de produção Pesquisas ergonômicas
social e cultural Relações ambientais
ambientais
estéticos Tendências Visuais Insights em aspectos do marketing Insights em aspectos de engenharia Métodos de produção Pesquisas ergonômicas
VisãodeDesign Formação
Requisitos
Conhecimentos

Diagnóstico Estratégico de Design

Apresentação

Este relatório tem como objetivo descrever as atividades, resultados e encaminhamentos da consultoria em design para cooperativas de reciclagem prestadas pela empresa Overbrand Designers Associados, no mês de setembro de 2014 O presente relatório apresenta um resumo das atividades da segunda etapa do Projeto Território Produtivo Santa Maria: Desenvolvimento de ações para geração de renda através de insumos de reciclagem, que é o Diagnóstico Estratégico de Design, realizada junto às cooperativas que fazem parte da região de Santa Maria, no município de Aracajú (SE). As atividades foram realizadas no período de 01 a 30 de setembro de 2014

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Território Produtivo

O conceito aqui proposto, de Território Produtivo, visa caracterizar uma região de mais de 6km2, com uma população de mais de 33mil habitantes3, e com aproximadamente 40% desta população atuando com o resíduo do lixo, seja de maneira individual, como catadores autônomos, seja agrupado em coletivos, como as cooperativas, ou mesmo como negócios, com os sucateiros.

Quando aqui propomos o conceito de consolidação de um território visa conceber que ali existe um contexto próprio, que por mais que haja um histórico negativo, há histórias de vidas e de superação, que devem ser preservadas e até valorizadas, assim como de suas atividades, essenciais ao cotidiano urbano das metrópoles com o excesso de lixo sendo descartado sem critérios.

O Projeto Territórios Produtivos visualiza um território que possua características convergentes no sentido de produção de algo, e assim, deve ser estimulado para que estas características transformem-se em desenvolvimento social e econômico. Isso através de uma organização sistemática do processo de capacitação e melhoramento de suas atividades laborais.

E ai entra o design. O Design como meio de transformação social e econômica. Ações de formação e organização do público que trabalha com a coleta de resíduos já implantada e em processo, algumas até já estabelecidas. O que se propõe aqui é a inserção de uma nova ferramenta neste processo, o Design, que através de suas novas variantes (Design Social, Design de Serviços e Design Estratégico) agregado as tradicionais (Design de Produto e Design Gráfico) buscam-se soluções para problemas enfrentados pelos grupos, cooperados ou de indivíduos.

Levantamento dos indicativos para intervenção na produção

Foram visitados os empreendimentos existentes no território de forma a identificar suas características bem como suas potencialidades e problemáticas.

Cooperativa de Catadores do Bairro Santa Maria – COORES

A COORES, possui 39 integrantes, estes são oriundos do lixão de Santa Maria que foi encerrado a 07 (sete) meses, acabou de receber um galpão de triagem doado pelo município com capacidade para 130 catadores com escritório, auditório, refeitório, baias, rampa para embarque de materiais recicláveis, guarita, e em articulação com a rede, a CARE emprestou 4 carrinhos, uma prensa, atualmente realiza coleta seletiva em carrinhos e bicicletas e conta com o apoio de um caminhão da prefeitura, tem muitas perspectivas de parcerias com grandes geradores e está em fase de ampliação da coleta seletiva em alguns bairros e no centro comercial da cidade. COORES não possui nenhum equipamento de coleta como caminhões ou carrinhos, a cooperativa opera hoje com carrinhos bicicletas, prensa e balança cedido pela CARE através do trabalho em rede. A cooperativa tem uma capacidade de produção de 250 toneladas de materiais recicláveis, porém devido às dificuldades de expansão da coleta seletiva tem processado apenas uma média 20 toneladas por mês

Pontos positivos: Grupo mais recente entre os outros do projeto, possui no seu corpo diretivo uma referência jovem de engajamento, o Adriano, com bom potencial de crescimento profissional dentro da área e de multiplicador. Com relação ao espaço físico, recentemente ocupado, possui dimensão confortável para crescimento produtivo, ainda pequeno.

Pontos negativos:

A COORES tem baixa quantidade de coleta, tendo um resultado abaixo do ideal, inclusive financeiro. Parte desta baixa capacidade deve-se a ainda existente dependência de terceiros em resolução de necessidades, o que poderia ser convertido em uma atitude mais proativa de buscar resoluções, como por exemplo, busca de novos pontos de coletas ou articulação com instituições para formar parcerias.

Ações propostas:

Reunião mediada pelo Sebrae, com o Ministério Público e a Energiza para montar um regime de parceria no processo de coleta de ambos;

Desenvolvimento de material informativo/promocional para busca de novos parceiros e pontos de coleta;

3 Segundo o Diagnóstico Situacional do Bairro Santa Maria (SEBRAE, Dez/2013).

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Planta esquemática da área:

Associação Comunitária de Mulheres Trabalhadoras em Reciclagem - MATER

Fundada em 2009, a Mater é uma entidade sem fins lucrativos que funciona no Conjunto Padre Pedro, bairro Santa Maria, promovendo o desenvolvimento pessoal, educacional e cultural, assim como ações de saúde, proteção ao meio ambiente e melhoria da qualidade de vida das trabalhadoras em reciclagem e suas famílias.

Pontos positivos:

Grupo que já vem sendo trabalhado enquanto grupo produtivo, facilitando a inserção de novos processos e produtos.

Possuem um espaço bom para capacitações (embora não para um núcleo produtivo) e bem localizado.

Pontos negativos:

O espaço físico é compartilhado com outras atividades, e carece de algumas adequações de serviços (como a questão da água).

Ações propostas:

Resolução da questão da água e do sanitário, bem como da limpeza de da nova fechadura para á área externa, de forma a se ter um espaço físico melhor;

Instalação elétrica com mais pontos, de forma a possibilitar a instalação de equipamentos para futuras capacitações produtivas.

Articulação com o SENAC para novas capacitações de corte/costura haja vista o histórico de atividades nesta área.

Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Sergipe – CARE

A Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (CARE) foi instituída no âmbito do Projeto Lixo e Cidadania em Sergipe, coordenado pelo Ministério Público de Sergipe, em parceria com o UNICEF, UFS, Prefeitura de Aracaju, TIM, INFRAERO, entre outros. A instituição da cooperativa teve como objetivo principal a inclusão social dos catadores de lixo, mediante a construção de uma unidade produtiva para o beneficiamento e comercialização de material reciclável, em condições mais dignas de trabalho, e de forma a proporcionar melhoria no nível de renda das famílias que desenvolviam atividades de catação na Lixeira da Terra Dura, localizada no Bairro Santa Maria, nesta Capital. Atualmente, a CARE conta com 45 membros, beneficiando 60 toneladas/mês de material reciclável proveniente de alguns bairros e conjuntos nos quais a EMSURB implantou o sistema de coleta seletiva. Visando incorporar novos membros, capacitá-los e dotá-los de equipamentos necessários ao desenvolvimento da Cooperativa, foi aprovado, em junho de 2005, pela Fundação Banco do Brasil, um projeto de implantação de unidade para reciclagem de plástico. Além disso, a aquisição de um caminhão para a realização de coleta nas empresas, escolas e condomínios, bem como de máquina fragmentadora de papéis, que possibilitará a ampliação das atividades e a geração de novas oportunidades de trabalho para os cooperados. Ao receber o lixo, os 45 cooperados da CARE separam o que poderá ser reciclado e, uma vez selecionado, o lixo processado é vendido, sempre buscando preços melhores do que aqueles oferecidos pelos intermediários. O resultado da venda é distribuído entre os associados de acordo com a produção de cada um.

Pontos positivos:

Sua capacidade de articulação fruto do seu histórico na região e no segmento gera uma expertise essencial para o desenvolvimento de novas ações na região, com pessoal atuante e qualificado no tratar com resíduos, potenciais multiplicadores. Possui uma boa produção mensal, embora o espaço físico apresente estar na sua capacidade máxima.

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Pontos negativos: A CARE apresenta um problema de gestão pelo não domínio do ferramental, causando alguns problemas de ordem financeira, o que gera consequentemente, busca de apoio ao Ministério Público na resolução. Outra questão percebida é a falta de critérios na recepção de material descartado, recebendo todo tipo inclusive os sem valor de mercado.

Ações propostas: Organização do espaço de produção, com capacitação na área; Capacitação de gestão administrativa financeira para gestores;

Planta esquemática da área:

Projeto VarrePET

Projeto idealizado pelo Sr. Peixoto e pertencente à CARE, está desativado, embora seu espaço físico ainda esteja operante. Galpão com 1.500m², situado em frente à avenida principal, serve hoje de estoque de matéria prima para a CARE, onde lá estoca madeira (pinus, pallet, madeirit, painéis), refugo de obra, linha branca e mobiliário usado e doado. Antes funcionava o projeto de vassouras com cerdas de fio PET. Hoje se apresenta com um espaço desorganizado e sujo, embora possua grande potencial de espaço produtivo, já existindo inclusive equipamentos como serra de bancada, prensa balança e paleteira.

Pontos positivos:

Possui um forte potencial de ser a célula inicial de transformação de todo o projeto, com possibilidades diversas. Em termos de espaço físico, tem localização central e de fácil acesso, estrutura física em bom estado, boa luminosidade, equipamentos ainda operantes e área de estocagem com dimensão confortável.

Pontos negativos:

Com o acúmulo de material recebido (e sem critério, pois recebe todo material) está funcionando hoje como um estoque (de lixo) de material para descarte. Além disso, as colmeias (com abelhas) no fundo trarão um problema de segurança e manuseio (das peças e do espaço).

Ações propostas: Descarte (venda) de todo o material existente hoje no galpão, de forma a limpá-lo e com isso poder fazer uma grande faxina, dando-lhe um novo aspecto (ação já em andamento);

o Madeira: venda em sua totalidade, para a Cerâmica de Itabaiana;

o Móveis: limpeza para venda dos que estão em bom estado, e dos outros, agendar uma etapa de ressignificação visual e artística destes para comercialização;

o Papel: levar para o galpão da CARE;

Consultoria de organização produtiva (já prevista) alinhada com as atividades de Design;

Retirada das colmeias do fundo;

Planejamento de um espaço de formação/capacitação produtiva, em parceria com as instituições já atuantes bem como o SENAI.

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Página 9 de 40 Planta esquemática da área: Matérias Primas Tipo de matéria prima Descrição Quantidade Valor Imagem Aparas (papel branco) Doado por gráficas e coletas diversas, é vendido a peso. 34 t/mês R$0,55 Papelão pardo Doado por repartições públicas e coletas diversas, é vendido a peso. 49 t/mês R$0,20 Alumínio Retirado em coletas, é vendido a peso. 2,5 t/mês R$2,40 Plástico PET Retirado em coletas, é vendido a peso, através de atravessadores. 5,5 t/mês R$0,60 Plástico PP (Fino) 4,2 t/mês R$0,70 Plástico PEAD (grosso) 2,2 t/mês R$0,70 Pallets e madeiras Doados pela Energiza, Petrobras e outras empresas, é trocado por tijolos em cerâmica local. Não mensurável Não mensurável Cobre De alto valor de mercado, é retirado de equipamentos eletrônicos. 0,9 t/mês R$10,00 Móveis e Linha Branca quebrados Doados pela Coca-Cola, Petrobras e outras empresas. Não mensurável Não mensurável Vidros (garrafas e potes) Retirado em coletas, não possui valor de mercado, ficando armazenado. 2,7 t/mês Sem valor comercial

Lixo eletrônico

Doado por instituições, é desmontado e retirado partes com potencial de venda, e outras peças trabalhadas como processo pedagógico.

Registro Fotográfico

Não mensurável Não mensurável

Principais atores deste projeto, a MATER, a COORES e a CARE.

Matérias prima encontradas para reciclagem

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Processo de aprendizagem

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Problemáticas gerais encontradas

Santa Maria tem uma forte imagem de vínculo com o Lixão e a Violência, o que gera uma barreira a qualquer produto desenvolvido no local, bem como às pessoas que lá habitam, que quando da falta de um emprego formal (o mais desejado), buscavam nas cooperativas uma opção de geração de renda.

Segundo a CARE, aproximadamente 40% da população da região vive da coleta / tratamento dos resíduos, o que faz com que a atividade tenha uma dimensão social e econômica considerável.

Baixo valor agregado ao produto (matéria-prima sem tratamento).

As ações de desenvolvimento econômico e social acontecem de forma não articulada, e envolvendo o mesmo publico alvo.

Outras Instituições atuantes na região

Ministério Público: com seu papel regulador, tem na sua equipe técnica, em especial Sr. Aragão, um grande impulsionador das ações de renovação na região, embora de outro lado, haja certa dependência dos grupos para com esta instituição, que ciente deste fato, busca incentivar a tomada de iniciativa pelos grupos. O MP iniciou as atividades no bairro quando ainda se tinha o lixão na região (4 a 5km de onde hoje é a COORES) com o projeto de Criança fora do lixo. Criança na escola. Desde então vem desenvolvendo atividades de apoio às famílias de forma a terem uma melhor qualidade de vida sem depender do lixão. Embora já não exista mais o lixão e o grupo já esteja organizado em cooperativas, ainda há certa dependência da instituição como articulador junto à outros atores. Possuem noção desta dependência, embora não tenha como deixá-los caminhar só. O que mais dificulta é a questão da gestão do negócio, pois não existe este perfil de conhecimento no grupo capaz de se capacitar em gestão profissional do empreendimento, e não acreditam que a ´cultura do lixão´ possibilite esta mudança de atitude. O MP atua como intermediador e fomentador (usando a lei como instrumento) de apoios com empresas e outras organizações. São os ais da iniciativa e como tal, não devem sair do processo, pois poderia causar a desestruturação do processo.

Instituto GBarbosa: que através da realização de cursos técnicos e setoriais busca qualificar jovens moradores da região, abrindo portas inclusive para negociações comerciais com os possíveis produtos gerados ali.

Energisa: atua além dos seus programas sociais de tarifa social com o projeto de Coleta Seletiva com bônus na conta de energia, situação que gera um atrito com a COORES por esta achar que está atuando em mesma região e com vantagem.

Fundação Banco do Brasil e Petrobras: com apoios financeiros através de editais e convênios para aquisição de equipamentos e outras demandas especificas.

UFSE e IFSE: atua de forma mais distante com projetos acadêmicos e específicos.

Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Estado de Sergipe – Central Recicle: Criada em 06 de outubro de 2011, com a finalidade de representar seus singulares, na busca por parcerias público e privadas que favoreçam o beneficiamento de seus empreendimentos através de capacitações, assistência administrativa, jurídica, contábil e logística, amparando seus sócios para a comercialização conjunta e justa do material reciclável em busca do maior volume negociado e proporcionalmente do maior valor. A Central Recicle está situada na Rua A 05, nº 150, Conjunto Governador Valadares, Bairro Santa Maria, no Município de Aracaju no estado de Sergipe. Atualmente a Cooperativa de 2° grau apesar de já estar formada com diretoria eleita. A Rede é composta hoje por 07 (sete) empreendimentos, sendo 05 (cinco) cooperativas e 02 (duas) associações formalizadas: CARE - Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Sergipe (112 integrantes). COORES – Cooperativa de Catadores do Bairro Santa Maria (39 integrantes). MATER – Associação de Mulheres Trabalhadoras em Reciclagem (10 integrantes). ASCOOQ – Associação de Catadores de Reciclagem do Coqueiral (18 integrantes). CATRE – Cooperativa de Reciclagem da Barra dos Coqueiros (23 integrantes).

REVIRAVOLTA – Cooperativa Reviravolta de Nossa Senhora do Socorro (34 integrantes). CRAAB – Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem do Povoado Brejão (20 integrantes).

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Matriz Produtiva proposta

Foi elaborada uma Matriz produtiva do Território, levantando-se os principais atores deste projeto. Nela podemos visualizar o perfil produtivo existente hoje, e criar parâmetros para, junto com as ações propostas, acompanhar sua evolução.

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Novas possibilidades produtivas identificadas

Recuperação de móveis

Devido ao grande numero de descarte de mobiliário e o fato destes terem pouco valor

Reativação do GP VarrePet

Projeto já iniciado e abortado, tem grande possibilidade de sucesso, haja vista depoimento do GBarbosa em apoiar a comercialização bem como a demanda em compras governamentais.

Produção de móveis

Com a madeira recolhida, e através de um projeto de design de produto e de capacitação no segmento de marcenaria, seriam produzidas linhas de mobiliário (residência, coorporativo e urbano).

Produção de Madeira Plástica

Através do processo industrial de beneficiamento e produção

Produção de embalagens de polpa celulósica

Solução para a agregação de valor ao papel usa a termoformação da polpa do papel para produzir embalagens ou outros produtos com o papel rígido.

Produção de linha de acessórios de vidro

Opção para este material que não tem valor comercial bruto, pode gerar, após beneficiado e tratado, linhas de produtos de mesa e utilitários.

Produção de vidro verde reciclado

Gerando uma opção para substituição de areia virgem de construção como a necessária para assentar piso.

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Tipo Descrição Exemplo

Diretrizes e Possibilidades

Como o projeto não abarcará produtos artesanais busca-se aqui pensar produtos ou soluções produtivas que gerem um início de mudança na situação econômica dos grupos, assim o cenário apresenta uma série de sinalizações e diretrizes para outras ações descritas abaixo:

O produto oriundo do Projeto VarrePet, a vassoura, elaborada através da iniciativa do Sr. Pereira, tem o perfil de ser um bom produto, embora peque na questão estética e na capacidade de produção.

O projeto da Associação/Marcenaria, citada pelo consultor Aurélio, e que recebe egressos dos presídios, está se conformando como mais uma iniciativa paralela a este projeto. Tal movimentação deve estar em sintonia, e até trazida para dentro deste projeto, de forma a ser uma das partes relacionadas à formação profissional, em marcenaria no caso.

Em reunião com Sr. André Luiz (Energisa) foi citada a possibilidade de contato com a fábrica de plásticos PLASA, como possuidora de um equipamento de formação de Madeira Plástica4, e que está desativada em outro estado, podendo ser uma solução futura para o processo de agregação de valor ao plástico.

Desenvolvimento de um Master Plan Estratégico para o Território Santa Maria de forma a se fazer um planejamento mais amplo das ações e envolvendo de forma sistemática as instituições.

A ideia do Feirão de Produtos para limpeza do galpão mostra-se uma boa saída para formar naquele local um núcleo produtivo novo. Para isso, sugere a agregação de valores subjetivos (artísticos) aos potenciais produtos existentes (mobiliário, em especial) através do convite de artistas gráficos locais fazerem interferências no sentido de darem uma ressignificação à estes produtos, aliado a um processo de conscientização de organização de trabalho, através do consultor Aurélio. Todo este processo necessitará de uma boa comunicação de forma a ganhar visibilidade, agregando novos parceiros e também levando um novo olhar para o processo de reciclagem/reuso.

produtos

Obs.: Foram inseridas as etapas conversadas com o Consultor Aurélio, de forma a alinharmos as ações das duas consultorias.

4 Madeira Plástica: é um tipo de material 100% reciclado composto de fibra de madeira/serragem de madeira e de termoplástico(s) (inclui PE, PP, PVC etc), Polímeros mais fibras naturais conferem alta resistência e durabilidade aos perfis pultrudados. O material utiliza de 30 a 40% de polímeros (PE e PP de alta densidade) e 60 a 70% de fibras orgânicas descartadas pelas indústrias do agronegócio, alimentícia e outras. Material não racha, é impermeável e não gera subprodutos ou resíduos na fabricação. Pode ser trabalhado de maneira similar à madeira tradicional.

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Cronograma atualizado Descrição da etapa Meses Reunião de Planejamento e Organização de Ambiência 1 Oficina de Criatividade 2 Diagnóstico Estratégico de Design 3 Capacitação Técnica 4 Articulação para Feirão do VarrePet Organização da produção e design de produto 5 Consultoria sobre Organização Oficina de Identidade Visual e Embalagem 6 Limpeza do galpão e Preparação dos
Desenvolvimento de Coleção 7 Feirão do VarrePet Testes de mercado 8 Desenvolvimento de Folder Promocional 9 Lançamento da Coleção 10

Atividades Realizadas

Segundo o plano de trabalho desenvolvido, foram realizadas atividades mensais durante o período de junho/2014 a janeiro/2015, com as seguintes etapas:

Reunião de Planejamento e Organização de Ambiência

Preparação de material de apresentação

Reunião inicial de apresentação das ações e sensibilização dos integrantes do processo

Apresentação e alinhamento das ações e calendário

Visita aos espaços dos grupos produtivos

Reunião de Planejamento e Organização de Ambiência

Preparação de material de apresentação

Reunião inicial de apresentação das ações e sensibilização dos integrantes do processo

Apresentação e alinhamento das ações e calendário

Oficina de Criatividade

Coleta de material

Seleção e limpeza dos resíduos para atividade

Trabalho com papel: criação e pintura

Trabalho com vidro: corte e pintura

Trabalho com Pet: corte, pintura e criação

Avaliação técnica da produção, organizacional e de contexto cultural do Território, de forma a embasar as ações futuras.

Levantamento dos indicativos para intervenção na produção através de visita de campo; Elaboração de documento através de analise dos dados coletados para subsídios do acompanhamento e desenvolvimento das fases seguintes;

Registro fotográfico;

Pesquisa Bibliográfica; Elaboração do cronograma e definição das tarefas.

Capacitação Técnica

Preparação de insumos e ferramental para oficina;

Capacitação dos participantes em técnicas de manejo e processamento da matéria-prima, de acordo com as informações definidas no Diagnóstico Estratégico de Design; Registro fotográfico;

Oficina de Organização de produção

Organização de processo produtivo em reuso de papel reciclado; Desenvolvimento participativo de protótipos para análise e testes; Desenvolvimento participativo de modelos para multiplicação;

Definição de papeis nas etapas de produção.

Oficina de Organização de produção

Pesquisa e aquisição de insumos para produção dos prototipos; Organização de processo produtivo em reuso de papel reciclado; Desenvolvimento participativo de protótipos para análise e testes; Desenvolvimento participativo de modelos para multiplicação; Definição de papeis nas etapas de produção.

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Desenvolvimento de Coleção de Produtos

Apresentação e avaliação do segmento de mercado onde o grupo está inserido;

Discussão com Consultor de Mercado do Sebrae Sede para definição das linhas de produtos a serem trabalhadas.

Apresentação de conceitos de coleção e mercado; Como se define e desenvolve uma coleção, as fontes de referência, e o processo de desenvolvimento alinhado com o mercado;

Brainstorming de identificação de novos produtos;

Construção coletiva do tema baseado nas informações de mercado;

Definição de produtos;

Dentro do tema escolhido, são definidos linhas de produtos a serem prototipados;

Desenvolvimento técnico produtivo dos produtos;

Produção de protótipos para avaliação de qualidade, perspectiva de mercado, uso e funcionalidade e capacidade de produção;

Desenvolvimento de Identidade Visual (Etapa 1)

Construção participativa de nome do grupo;

Discussão sobre identidade do grupo e como representá-lo com um nome;

Definição do nome do núcleo produtivo e do nome comercial;

Desenvolvimento participativo da marca;

Definição dos elementos que comporão a marca do grupo e dos produtos;

Pesquisa de similares para registro da marca;

Pesquisas nos órgãos de registro para validação de registro futuro;

Hierarquização da linha de produtos;

Definição da linha de produtos com nomes e categorias;

Desenvolvimento de Coleção de Produtos

Desenvolvimento técnico produtivo dos produtos;

Finalização de protótipos desenvolvidos; Definição da linha de produtos.

Testes de Mercado

Envio de protótipos para analise de empresas do mercado.

Acesso a Mercado

Organização de visitas a lojas do mercado de Aracaju de forma ao grupo visualizar como funciona o processo de comercialização;

Preparação de material para envio a agentes de mercado para promoção do grupo.

Desenvolvimento de Identidade Visual (Etapa 2)

Devolutiva de material desenvolvido;

Produção de TAG e PLACA para visualização da identidade desenvolvida;

Entrega de tiragem piloto para validação e visualização no produto;

Produção de ETIQUETAS e BANNER para promoção do grupo.

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Reunião de Planejamento e Organização de Ambiência

Apresentação

Este relatório tem como objetivo descrever as atividades, resultados e encaminhamentos da consultoria em design prestado pela empresa Overbrand Designers Associados, através do designer Mario Bestetti e André Mucarzel no mês de junho/2014, junto com a gestora local do projeto, Marianita Mendonça. A reunião e visitas aos grupos do território de Santa Maria se deram no dia 10 do mesmo mês.

Grupos atendidos:

Objetivo da Ação

Agenda de Atividades em Campo

Manha Deslocamento

Reunião de apresentação e sensibilização

Visita aos grupos atendidos

Publico Alvo e Participantes

As ações foram idealizadas para os artesãos atendidos pela agência SEBRAE local com o compromisso de empregar e repassar o conhecimento na sua produção e na organização. Esta abordagem possibilita um enfoque mais especifico ressaltando os papeis e importância do engajamento na multiplicação dos conteúdos e a ação imediata dos artesãos na sua produção.

Metodologia

Ações de design para o artesanato devem considerar o processo de trabalho: o aprender fazendo como meio pedagógico e focar o trabalho de parceria para e com o artesão, reflita sobre o papel da atividade na sua vida e da sua comunidade.

Desenvolvimento das atividades

A apresentação da metodologia de trabalho de desenvolvimento de grupos produtivos foi feita através de exemplos similares em outros grupos, similares ou com características projetuais que se cruzam.

Tarde

Reunião de alinhamento com gestora do projeto

Retorno

Os objetivos desta ação foram construídos para contribuir para a formação profissional do artesão, sua reflexão sobre sua atividade, proporcionar meios para a produção e aquisição de conhecimentos e habilidades e contribuir para o desenvolvimento de atitudes, buscando a participação individual e coletiva na gestão de empreendimentos sociais em sintonia com o uso sustentável e na conservação dos recursos ambientais; garantir a efetiva participação dos atores sociais; e compartilhar a gestão comunitária, fortalecendo e resgatando a cultura local.

A sistemática foi apresentada com todas as ações que podem ser executadas, demonstrando a importância do conhecimento do processo antecipadamente, e reforçando a apropriação e o comprometimento dos grupos no processo.

Perfil Produtivo dos Grupos

MATER

Capacidade de produção: 15 pessoas (pretendida)

Linha de Produtos: Toalhas de mesa, Bisquit, Croche, Pintura em vidro, Pintura em tecido, Bolsa em patchwork.

Equipamentos: maquina de costura industrial reta, overlock.

Layout: área de reunião e área de produção com estocagem

CARE

Capacidade de produção: 110 pessoas (pretendida)

Matéria Prima: madeira, plástico, roupas, vidro plano.

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MATER COORES CARE RECRIARTE IBEM

Linha de Produtos: Cestas em madeira, organizadores, vassouras.

Equipamentos: toda estrutura de separação e reciclagem.

Layout: espaço adequado a reciclagem e separação.

COORES

Matéria-prima: garrafas de vidro e pallets.

Equipamentos: toda estrutura de separação e reciclagem.

Layout: espaço adequado a reciclagem e separação (espaços ociosos)

RECRIARTE

Capacidade de produção: variável

Linha de Produtos: ressignificção de lixo eletrônico

Layout: uso do espaço do reforço escolar.

IBEM

Capacidade de produção: variável

Linha de Produtos: bordados e pintura em tecido, manualidades, brinquedos de material reciclado, objetos em costura.

Equipamentos: maquina de costura industrial reta, maquina de transfer.

Layout: área de produção compartilhada com outras atividades.

Conclusão

Com as informações obtidas ficou-se de se estruturar um plano de ação global de curto, médio e longo prazo, e com as ações a serem executadas.

Com relação ao IBEM ficou-se de ser feito um protótipo das embalagens dos produtos já existentes, de forma a se visualizar a sugestão de iniciar o processo de desenvolvimento produtivo através da visualização do que existe de link entre a diversidade de produtos e técnicas, que é a própria figura do IBEM e de sua atividade, assim, fortalece inicialmente a filosofia embutida no produto para posteriormente avaliar a viabilidade de estruturar um núcleo de produção.

Com relação aos grupos de reciclagem, pela complexidade do contexto social e do segmento, ficou-se de estudar a melhor estratégia de ação, para que o investimento de tempo e recursos aplicados seja feito com resultados concretos, algo que foi visto como elemento que pode ao mesmo tempo fortalecer ou desestruturar ações de desenvolvimento territorial em contextos sociais complexos.

Imagens do Processo

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Acima: Exemplo de produto gerado pelos grupos, apresentado na reunião. Abaixo: imagens dos espaços dos grupos em visita inloco.
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Oficina de Criatividade

Aracajú (SE) – Agosto de 2014

Apresentação

A reunião e visitas aos grupos do território de Santa Maria se deram do dia 18 ao dia 21 do mesmo mês.

Objetivo da Ação

Na ação Oficina de Criatividade, os objetivos específicos são:

Desenvolver o potencial criativo dos indivíduos envolvidos nos grupos, através de técnicas de pintura e criação, utilizando como suporte os resíduos sólidos coletados por eles para transformação em novos produtos. Possibilitar ao grupo, trabalhar sua criatividade e processo de construção, analisando todo processo que envolve o criar, como preparo do insumo, o que criar, organização de material, organização do espaço de criação.

Agenda de Atividades em Campo

Segunda Manhã

Segunda Tarde

Reunião de apresentação do Plano de Ação Global e sensibilização para comprometimento dos participantes

Seleção de material reciclável para as oficinas

Separação e preparação dos resíduos

Inicio das Oficinas de Criatividade: Papel Divisão de tarefas com papel Início do processo de criação

Terça Manhã Segundo dia de criação de material com papel Preparação e corte do material plástico.

Terça Tarde

Inicio das Oficinas de Criatividade: Vidro Criação e pintura em vidros

Quarta Manhã Criação e pintura em vidros

Quarta Tarde Inicio das Oficinas de Criatividade: Plástico Corte de material plástico e criação

Quinta Manhã Corte de material plástico e criação

Quinta Tarde Finalização da oficina com mostra dos produtos criados, diálogos sobre o processo e resultados.

Publico Alvo e Participantes

As ações foram idealizadas para os artesãos atendidos pela agência SEBRAE local com o compromisso de empregar e repassar o conhecimento na sua produção e na organização. Esta abordagem possibilita um enfoque mais especifico ressaltando os papeis e importância do engajamento na multiplicação dos conteúdos e a ação imediata dos artesãos na sua produção. O grupo demonstrou comprometimento e assiduidade com a oficina e grande interesse no processo de criação e confecção. Algumas pessoas foram visitar o espaço após saber da oficina e demonstraram interesse em participar nas próximas etapas, bem como participantes informaram que iriam chamar outras pessoas para participar do processo.

Metodologia

A palavra oficina vem do latim e traz a ideia de reaproximar experiência e pensamento, esforço e interesse, jogo e trabalho. Oficina é um jeito de aprender e ensinar baseado no princípio do aprender fazendo, valorizando os saberes de cada indivíduo.

Ações de design para o artesanato devem considerar o processo de trabalho: o aprender fazendo como meio pedagógico e focar o trabalho de parceria para e com o artesão, reflita sobre o papel da atividade na sua vida e da sua comunidade.

A proposta da oficina atende a um melhor autoconhecimento de cada um e das forças com as quais o ser humano interage no cotidiano. Com isso a oficina de criatividade envolveu todos os participantes, que desenvolveram as técnicas propostas, respeitando o tempo e o material apresentado, gerando diversas peças dentro do conteúdo apresentado.

Papel Machê

Papietagem

Corte e Pintura em vidro

Reciclagem e reaproveitamento do Pet.

Pintura em técnica de Vitral, Dimensional e Látex

Desenvolvimento das atividades

A apresentação da metodologia de trabalho de desenvolvimento de grupos produtivos foi feita através de

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exemplos similares em outros grupos, similares ou com características projetuais que se cruzam.

A sistemática foi apresentada com todas as ações que podem ser executadas, demonstrando a importância do conhecimento do processo antecipadamente, e reforçando a apropriação e o comprometimento dos grupos no processo.

Primeiro dia: No turno da manhã, fizemos a apresentação do projeto, explanando sobre cada etapa que será executada neste projeto, apresentamos produtos criados por outros grupos a partir de resíduos sólidos analisando o processo de criação e comercialização, além de separar o material em papel, vidros e plásticos, para limpeza e corte.

Durante a tarde, iniciamos a oficina de criação com papel, com introdução da técnica de papel machê e papietagem, utilizando como base bexigas para transformação em vasos, máscaras e luminárias.

No segundo dia, pela manhã, demos continuidade a técnica de machê e papietagem; durante a tarde iniciamos a técnica de pintura em vidro, transformando garrafas e vasos em produtos de decoração.

No terceiro dia foi o dia de demonstrar a técnica de corte em vidro com utilização de barbante e dar continuidade a papietagem e papel machê, percebendo as diversas formas de pintar uma peça. Houve corte das garrafas pet, para início das técnicas de flores, pintura e montagem de luminárias como fundo das garrafas.

No quarto dia, quinta-feira, trabalhamos a montagem das luminárias, introduzindo como base, vários formatos de flores, pintadas a mão e também na tonalidade transparente que o próprio pet possui. Durante a tarde, expomos todos os trabalhos confeccionados pelo grupo, passamos verniz e fizemos uma análise sobre o processo de transição entre o resíduo sólido e a reutilização do material na confecção de novos produtos.

Conclusão

A oficina de criatividade teve uma excelente aceitação do grupo, onde conseguimos manter todos os atores envolvidos no processo e com vontade de continuação. As técnicas utilizadas foram compreendidas e serviram de inspiração para novas peças dos participantes; houve entendimento de como funciona um ambiente de criação, com a organização e seleção de materiais prontos antes do momento de confeccionar os produtos.

Houve apropriação das técnicas pelo grupo e algumas pessoas informaram que iriam continuar a utilizar as técnicas aprendidas para desenvolver mais peças, melhorando assim o processo criativo.

Como existem vários grupos envolvidos no processo é importante utilizar de estratégias para interação dos mesmos e com isso utilizamos o processo de apresentação de cada individuo ao grupo e no momento de seleção, limpeza e corte dos resíduos, recorremos sempre a proposta de alternar as pessoas para criar novos laços de interação e amizade.

Agendamos a próxima etapa com a aprovação das datas por todos os integrantes da oficina.

Concluímos a oficina com um diálogo sobre os resultados alcançados e a percepção das grandes possibilidades que os resíduos sólidos oferecem como retorno financeiro ao grupo.

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Imagens do Processo Apresentação da Oficina

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Abaixo, imagens da organização do espaço e do processo criativo.

Abaixo, imagens dos resultados:

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Abaixo, grupo reunido.

Capacitação Técnica e Organização de Produção

Bairro de Santa Maria, Aracajú (SE) – Outubro de 2014

Apresentação

As atividades foram realizadas no período de 01 a 31 de outubro de 2014

Dinâmicas

Com atividades de campo de pesquisa e entrevistas, foram identificadas características e especificações do contexto produtivo e econômico dos atores do projeto, no caso, as Cooperativas de Reciclagem. Foram agendadas reuniões individualizadas com representantes das cooperativas, bem como visitadas instituições que já atuam junto à estes atores.

Descrição das Atividades

Definição de tipologia produtiva

Seguindo as definições do Diagnóstico Estratégico de Design, onde foram definidas algumas tipologias de produção para o contexto que se apresenta, iniciamos com a matéria prima do papel (aparas e papelão) de forma a concentrar os esforços iniciais de formação de um Núcleo Produtivo Piloto de Reciclagem de Papel.

Tipo Descrição Exemplo

Produção de embalagens de polpa celulósica

Solução para a agregação de valor ao papel usa a termoformação da polpa do papel para produzir embalagens ou outros produtos com o papel rígido.

experimentar as atividades produtivas em todos os espaços das cooperativas participantes, e assim, verificarem qual a melhor opção de local para implantação do núcleo piloto.

Outro fator seria a de integração entre todos os integrantes, onde estes receberiam em ´sua casa´, os integrantes de outras cooperativas, fazendo com que todos conheçam o local de atividade de cada um.

Ao final de cada etapa, é definida o próximo local, e assim, neste processo inicial, as atividades serem elaboradas em todas as sedes participantes, e ao final, ser definida onde serão realizadas de forma constante as próximas atividades produtivas

Dinâmica da atividade

Na 1ª etapa da capacitação técnica, trabalhamos o processo de reutilização de papel, utilizando como insumo o papel já picotado nas instituições que fazem parte do processo.

O grupo apresentou conhecimento básico na técnica de feitura da polpa em decorrência de capacitação anterior em papel reciclado, mas cada um trabalhava de forma diferente, onde houve necessidade de adaptação à técnica correta com padronização das etapas.

Foi realizada capacitação utilizando a técnica em papel machë, com teste em materiais encontrados no entorno do grupo. Utilizamos como base o uso de plástico filme e papelão para confecção das peças e pequenos moldes, testando a espessura, tempo de secagem e os princípios da termo formação, onde poderiamos criar novos formatos e adequar os futuros produtos à diversas linhas de mercado.

Produção de vidro verde reciclado

Gerando uma opção para substituição de areia virgem de construção como a necessária para assentar piso.

Local de produção

Como parte da estratégia adotada, foi definido em conjunto com o grupo que o local de produção seria nesta etapa a COORES, de forma a manter a estratégia de

No processo de abertura da polpa foram testadas, espessuras diferentes para percepção do grupo sobre a resistência do papel, só com a alteração da quantidade de polpa.

No processo de termoformagem o grupo percebeu a possibilidade de moldar peças através do aquecimento do papel, definindo com o papel quente o formato que a peça iria ficar.

O processo de secagem foi explicado passo a passo, mas não conseguimos alcançar o objetivo esperado devido ao mau tempo na cidade de Aracaju, onde passamos os dias com muita chuva e umidade no ar, dificultando a secagem, sem contar com a impossibilidade de secagem dentro do espaço devido ao pouco tempo para concluir a oficina. Como estratégia para resolver o problema de secagem, recorremos a atividades após a oficina na

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residência das pessoas do grupo, onde a maioria levou as peças úmidas para casa para secar e termoformar e trazer as peças na etapa seguinte.

Próximas atividades

Foram deixados os equipamentos e materiais utilizados na oficina para a próxima etapa de Organização da Produção que acontecerá na segunda quinzena de novembro e será realizada na CARE, com todos os presentes confirmando presença na próxima etapa, com isso garantimos a continuidade do projeto com qualidade no trabalho e um grupo fortalecido.

Foram deixadas tarefas de execução no intervalo entre as oficinas, sendo:

Preparação de insumos (papel separado e picotado).

Elaboração de testes de montagem e formação de produtos, para testagem de resistência e acabamento.

Imagens do Processo

Processo de aprendizado da técnica de papel marche

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Preparação de primeiros produtos com a técnica.
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Primeiros produtos, ainda brutos, do processo.

Organização de Produção (2)

Bairro de Santa Maria, Aracajú (SE) – Novembro de 2014

Apresentação

As atividades foram realizadas no período de 01 a 30 de novembro de 2014.

Objetivo da Consultoria

Pesquisa e aquisição de insumos para produção dos prototipos;

Devido a necessidade de produzir testes de produtos na etapa de Capacitação Técnica, foi pesquisa insumos e locais para aquisição de material básico para produção;

Definido, foram adquiridos quantidade mínima para prototipar;

Organização de processo produtivo em reuso de papel reciclado;

Após discussão coletiva, foi definido que a matéria prima para etapas posteriores sera o papel, em técnica da papietagem sobre moldes.

Desenvolvimento participativo de protótipos para análise e testes;

Foi deixado com o grupo a incumbência em cima do apreendido das parcelas anteriores, e assim tinham capacidade técnicas de produzir os protótipos;

Desenvolvimento participativo de modelos para multiplicação;

Foi deixada incumbência de produzir exemplares para visualização do conjuto.

Definição de papeis nas etapas de produção.

Escolha participativa e democratica da distribuição dos papeis, que até semana que vem, na proxima etapa ser definida.

Imagens do Processo

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Oficina de Desenvolvimento de Coleção e Oficina de Identidade Visual (1)

Bairro de Santa Maria, Aracajú (SE) – Dezembro de 2014

Apresentação

As atividades foram realizadas no período de 01 a 31 de dezembro de 2014

Objetivo da Consultoria

Desenvolvimento de Coleção de Produtos

Apresentação e avaliação do segmento de mercado onde o grupo está inserido;

o Discussão com Consultor de Mercado do Sebrae Sede para definição das linhas de produtos a serem trabalhadas.

Apresentação de conceitos de coleção e mercado;

o Como se define e desenvolve uma coleção, as fontes de referência, e o processo de desenvolvimento alinhado com o mercado; Brainstorming de identificação de novos produtos;

o Construção coletiva do tema baseado nas informações de mercado;

COLEÇÃO RESSIGNIFICADO:

NovosSignificadosparaolixo. Novos significados para produtos. Novos significados paraVida.

Sair de uma situação para outra exige força, coragem e determinação, e sempre se começa com o primeiro passo, o comprometimento de iniciar uma mudança. Esta mudança de situação, econômica e social, acabafazendocomquetenhamos uma nova visão das coisas, uma nova visão do mundo, e assim, acabamos dando um novo significado para ele, e um novo significado para vida. E é esta palavra, esta nova situação, que buscamos com os produtos. Ressiginificar nossas vidas, ressiginificandoosprodutos.

Definição de produtos;

o Reunião com gestores do projeto, consultores e gestora da área de mercado do Sebrae para alinhamento do direcionamento de mercado a ser adotado pelo grupo, de forma a se ter mais subsídios quando da etapa de acesso a mercado;

o Dentro do tema escolhido, são definidos linhas de produtos a serem prototipados;

 LinhadeLuminárias

 Linha de Cachepouts e PortaMuda

 Linha de Brindes Corporativos

 LinhadeDecor

Desenvolvimento técnico produtivo dos produtos;

o Produção de protótipos para avaliação de qualidade, perspectiva de mercado, uso e funcionalidade e capacidade de produção;

Desenvolvimento de Identidade Visual (Etapa 1)

Construção participativa de nome do grupo;

o Discussão sobre identidade do grupo e como representá-lo com um nome;

o Definição do nome do núcleo produtivo e do nome comercial;

 Após uma sessão de brainstorm chegou-se a dois caminhos para o nome do núcleo, uma que remetia à história do grupo no lixão, onde existia uma figura que trazia boa imagem, o COROA, e outro caminho foi a junção dos nomes das instituições integrantes, onde surgia um nome que remetia a palavra amigo, AMICCO.

Desenvolvimento participativo da marca;

o Definição dos elementos que comporão a marca do grupo e dos produtos;

 O símbolo que representaria o grupo e a marca surgiu da humanização para primeira letra do nome do grupo, A, e que remete à figura humana.

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Pesquisa de similares para registro da marca;

o Pesquisas nos órgãos de registro para validação de registro futuro; Hierarquização da linha de produtos;

o Definição da linha de produtos com nomes e categorias;

Imagens do Processo

Discussão para definição do nome do Núcleo

Discussão para definição de grade de cores dos produtos

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Reunião com gestores e consultores

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Definição da temática da coleção Montagem dos protótipos da Coleção Luz

Finalização de Desenvolvimento de Coleção e Oficina de Identidade Visual (2)

Bairro de Santa Maria, Aracajú (SE) – Janeiro de 2015

Apresentação

As atividades foram realizadas no período de 01 a 31 de janeiro de 2015

Objetivo da Consultoria

Desenvolvimento de Coleção de Produtos

Desenvolvimento técnico produtivo dos produtos;

o Finalização de protótipos desenvolvidos, com avaliação do acabamento dos produtos bem como da viabilidade técnica de cada um, selecionando os mais adequados à promoção;

o Definição da linha de produtos, sendo os selecionados fichados com Fichário Técnico.

 LINHA DE LUMINÁRIAS

 PORTA MUDAS ECOLÓGICOS

 LINHA DE DECORAÇÃO DE MESA

Testes de Mercado

o Envio de protótipos para analise de empresas do mercado, de forma a se ter feedback de seu potencial.

Acesso a Mercado

Organização de visitas a lojas do mercado de Aracaju de forma ao grupo visualizar como funciona o processo de comercialização, que como a agenda do momento em que o consultor esteve no local ficou direcionada para produção, agendou-se tal visita para semana seguinte, em companhia da Consultora Gilná.

o Após a visita foi feita uma reunião de avaliação sobre as percepções dos locais visitados bem como confronto com os produtos observados.

Preparação de material para envio a agentes de mercado para promoção do grupo.

o Seleção e finalização (acabamento, tag, limpeza) de produtos que deverão ser enviados para avaliação de agentes de

mercado, com o apoio do setor de Acesso a Mercado do Sebrae/SE.

Desenvolvimento de Identidade Visual (Etapa 2) Devolutiva de material desenvolvido;

o Foi projetado e encaminhado para produção, modelo de TAG e PLACA DE IDENTIFICAÇÃO para visualização da identidade desenvolvida

o Após produção, foram entregues ao grupo uma tiragem piloto para validação e visualização de sua aplicação no produto;

o Foram também produzidos modelo final da ETIQUETA DE IDENTIFICAÇÃO e BANNER PROMOCIONAL para promoção do grupo.

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Imagens do Processo

Identidade do Grupo (marca e tag)

Produção de protótipos das linhas de Luminárias, Porta Mudas e Bowls

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Visita à Feira de Sergipe
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Teste de produto final

Sair de uma situação para outra exige força, coragem e determinação, e sempre se começa com o primeiro passo, o comprometimento de iniciar uma mudança.

Esta mudança de situação, econômica e social, acaba fazendo com que tenhamos uma nova visão das coisas, uma nova visão do mundo, e assim, acabamos dando um novo significado para ele, e sim, um novo significado para vida.

E será esta a palavra e nova situação, que buscaremos com os produtos, Ressignificar.

Ressiginificar nossas vidas, ressiginificando os produtos.

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Conclusão Global

Na reunião de avaliação realizada nas etapas finais, alguns pontos foram levantados pelo grupo, e foram sistematizados abaixo, junto com as percepções do consultor.

Há um problema de demanda dos participantes pelas cooperativas que pelo período de grande coleta de resíduos ficam sobrecarregados nas atividades de separação, o que prejudica as atividades do núcleo. Isto nos mostra certa visão de curto prazo onde o curso e as oficinas sejam apenas de aprendizado de uma técnica, e não a estruturação de um Núcleo de produção autônomo, que gerará novas fontes de receita para as cooperativas e os seus integrantes.

As técnicas de produção semi-artesanal demandam mais acompanhamento técnico de forma à haver maior apropriação do conteúdo pelos integrantes, com a realização de encontros periódicos com maior intensidade, desenvolvendo as tarefas deixadas pelos consultores. Algo que não ocorreu.

Algumas integrantes (em especial a Sra.Luzia) se mostraram comprometidas e interessadas, assimilando bem o conteúdo apresentado, e inclusive evoluindo com ideias próprias. Isto possibilita a multiplicação do saber adquirido posteriormente.

Esta evolução com relação à apropriação do conteúdo se mostra como um dos pontos positivos do projeto visto que o contexto faça com que nos intervalos das oficinas haja uma regressão ou não evolução (dado a não realização de atividades do grupo), o que também nos mostra a necessidade de monitoramento constantes nesta fase inicial de implantação.

Percebeu-se no decorre das atividades um ruído de comunicação inicial onde a ideia de que as oficinas seriam apenas para integrantes da CARE, algo que havia sido exposto no inicio das atividades no qual o projeto era aberto à comunidade do bairro como um todo, e até trabalhado com o grupo com a execução de oficinas em três cooperativas diferentes de forma a integrar. Isto fez com que alguns integrantes da COORES e da MATER não participassem (e até deixassem de participar) das atividades. faz-se necessário esclarecer isto na comunidade e abrir chamada para nossos integrantes.

O espaço para realização das oficinas de implantação do Núcleo produtivo foi à sede da MATER, que embora servisse para este momento, não é adequado para a implantação de um Núcleo de produção. Uma visita inicial e posteriormente o inicio de uma discussão sobre o uso do galpão do Varrepet mostrou a potencialidade daquele local.

Mesmo com a conversão de horas técnicas da consultoria em aquisição de equipamentos e insumos, um núcleo produtivo como este demanda maior investimento em insumos de produção.

A técnica implantada inicialmente foi a da reciclagem do papel (apara branca, jornal e papelão) por ser de fácil assimilação em processos iniciais. Esta estratégia foi adotada de forma a iniciar um processo de consciência de trabalho coletivo, mas as integrantes foram trabalhadas de forma a entenderem que o processo de desenvolvimento produtivo pode ser implantado com outras técnicas e insumos, assim, em atividades futuras podem-se trabalhar novas matérias primas, como o vidro, por exemplo, embora este demande o investimento de equipamentos específicos (ver Diagnostico apresentado no inicio deste documento).

Em uma síntese do que foi trabalhado e percebido das atividades realizadas nos mostra o potencial que há na implantação de um Núcleo de produção em Santa Maria. É um mercado em franca expansão e de grande atenção pelo setor publico e pelos atores do mercado de produtos socialmente e ecologicamente responsáveis. Acreditamos ser de grande importância a continuidade do projeto, não deixando morrer a semente deixada.

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Realização

Execução Técnica

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