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José Manuel Castro · Diretor do MODATEX
“… fazermo-nos ao caminho, adentrarmo-nos no desconhecido, sempre com grande humildade.
Face ao insondável que nos habita, não há outra forma.
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Somos beleza, beleza irrepetível, da qual não temos o direito de nos privarmos nem de privarmos os outros” (Carlos Maria Antunes, 2011 )
Celebrar esta primeira década do MODATEX será sempre um exercício que nos levará mais longe do que revisitar o somatório dos quatro mil e dezoito dias deste projeto exemplar. Seguramente não nos recordaremos de todos esses momentos, pois como escreveu Saramago (2008) “…, memória no interior da qual vivemos, como uma ilha entre dois mares: um que dizemos passado, outro que dizemos futuro”. Ainda que hoje muitas dessas memórias nos assomem desbotadas pela desventura das perdas, dos insucessos e das impossibilidades, sentimos que a jornada de (re)construção deste novo Centro foi uma extraordinária viagem, onde tivemos a capacidade de religar, a partir do fundo, as pontas soltas e dispersas e os opostos indizíveis do passado. Percurso de ação e de visão por um todo, em que todos se envolveram, potenciando o projeto exemplar que enobrece o legado histórico do MODATEX e a excelência e profissionalismo da sua missão e da sua visão: Liderar na Qualificação para o Sector do Têxtil e Vestuário! Não parecerá oportuno ocupar este espaço só com relances da história (e de estórias) dum processo vivido e protagonizado por muitos dos atuais trabalhadores e formadores do MODATEX, num momento que nos obrigamos, com temor, a olhar para o futuro da nossa “casa comum”, ameaçado pelas alterações climáticas e onde a pandemia Covid-19 colocou a descoberto e de modo radical a vulnerabilidade de todos e de tudo. O futuro do MODATEX terá de passar pela nossa capacidade de compreender os sinais que a Indústria Têxtil e Vestuário portuguesa vai esboçando, procurando pressentir o impacto de fugazes centelhas que alumiam a evolução das competências e saberes do sector. Preocupa-nos (e pré-ocupa-nos…) sobretudo conseguir compreender e antecipar os modos e modelos de intervenção que o Centro de Formação adotará para construir as respostas às urgências que certamente o futuro nos demandará. Para isso estamos ativamente envolvidos em projetos de modernização tecnológica, reequipamento dos espaços formativos e antecipação das exigências da propalada revolução digital. Obviamente que o “investimento” nos saberes intangíveis e nas competências das pessoas que trabalham no (e pelo) MODATEX, se situará noutros planos (…), mas ele será absolutamente imprescindível para um futuro com futuro, num centro de formação de um sector dito tradicional, mas que todos os dias é confrontado com formidáveis desafios de modernização e inovação.