Amos e masmorras - Vol.3

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Carta da autora

Livro após livro, a aventura só aumenta. Tenho muitos agradecimentos: A Valen, por todo o apoio e confiança depositados em tudo o que eu faço. É maravilhoso trabalhar assim. Ainda temos muitos sonhos para realizar, não é? À minha turma de “Limpar escadas”, Elena e Aida: mesmo que não acreditem, a ajuda e a companhia de vocês foram e são muito importantes para mim. Vocês são “multi” em tudo: multifacetadas, multiesportivas e multiqueridas do meu coração. Eu multiadoro vocês. Obrigada por me deixarem adentrar o mundo de vocês. Como dá para perceber, vocês também fazem parte do meu. Uma loucura, não? Obrigada ao meu professor de tiro, por tudo o que me ensinou em tão pouco tempo. E ao “Comissário”, pelo aprendizado. Obrigada às minhas guias, por estarem sempre à disposição. Lore e Du, por serem como são comigo. Eva, porque mesmo que às vezes esteja ausente, você está sempre presente. Yure, porque se eu fosse parar em uma ilha deserta, com você eu nunca me sentiria sozinha. E Esme, porque mesmo sendo novata no Editorial Vanir, parece que você é da equipe há muito tempo.


A todos que eu não citei, mas que de alguma forma se sentem parte de tudo isso, o meu mais sincero agradecimento. E a todos os meus leitores e seguidores, a todos os que me acompanham nas redes sociais, aos que me conhecem um pouquinho e aos que não me conhecem, mas gostam do que eu escrevo: obrigada por continuarem comigo. Amos e masmorras III e IV são, sem dúvida, os livros que fazem com que esta série erótica se afaste de todas as outras que existem. Não gosto de bater sempre na mesma tecla, ou de falar sempre sobre as mesmas coisas; esta história me ofereceu, então, a possibilidade de estudar e conhecer novos mundos e novas realidades, e este é o maior presente de um escritor: pesquisar e dar o melhor de si em cada obra. Eu poderia permanecer na minha zona de conforto e falar de novo sobre o que está chamando a atenção, como o erotismo, o sexo selvagem e a dominação. Mas eu já falei sobre isso em Amos e Masmorras I e II, e gosto de inovar. O que vocês vão encontrar nessa nova aventura? Não dá nem para imaginar. Só começando a ler para descobrir.


INFILTRE-SE

ARRISQUE-SE

CUIDE DO SEU CORAÇÃO



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DATA: 26/07/2012 FONTE: SVR/FBI CLASSIFICAÇÃO: CONFIDENCIAL CONFIDENTIAL WASHINGTON 000328

CASO: AMOS E MASMORRAS LK PARA CLEO CONNELLY KL PARA LION ROMANO MP PARA LESLIE CONNELLY

E.O. 32561: DECL: /23/2012 CATEGORIAS: Tráfico de pessoas, sodomização, prostituição, escravidão, tráfico de drogas ASSUNTO: Abertura e conclusão do caso Amos e Masmorras


REF: WASHINGTON 939

Aprovado por: fbi, Elias Montgomery

Durante doze meses de treinamento, os agentes Nick Summers, Leslie Connelly, Lion Romano, Karen Robinson e Clint Myers haviam se infiltrado no mundo da dominação e da submissão para investigar e solucionar os casos de homicídio de Irina, Katia, Marru e Roxana, e encontrar a origem de uma droga desconhecida, fruto da combinação de popper e cocaína. A descoberta do fórum Dragões e Masmorras ds e a chegada do segundo torneio, a ser realizado naquele mesmo ano, constituíram o ponto de partida do inquérito. Os agentes assumiram seus papéis de dominadores e submissos e investigaram todos os envolvidos até ficarem sabendo sobre um grupo denominado “Vilões”, que controlava todo o esquema. Depois disso, e alguns dias antes do início do torneio Dragões e Masmorras

ds,

Leslie Connelly desapareceu e,

lamentavelmente, foi encontrado o cadáver de Clint Myers, companheiro dela na missão, morto asfixiado. Cleo Connelly, irmã de Leslie, foi contratada pelo

fbi

para

ajudar a desmascarar os Vilões, participando do torneio como parceira e submissa de Lion Romano, o agente encarregado da missão. Durante as quatro longas rodadas do torneio, os agentes se envolveram nos jogos, assim como qualquer outro

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participante. No tempo livre, quando não estavam sendo monitorados pela organização, eles apuraram que a droga administrada aos submissos sem consentimento era uma variação de popper com cocaína, que melhorava a fórmula anterior e não provocava choques anafiláticos. O contato direto com Markus Lébedev, agente secreto russo que havia participado do torneio no papel de Amo do Calabouço, levara à localização de Leslie Connelly. A relação de conveniência entre eles deu origem a uma ação conjunta do

fbi

com o

svr,

fazendo Markus e

Leslie atuarem juntos como amo instrutor e submissa. O agente reconheceu Cleo Connelly em uma das provas do torneio e a levou à Peter Bay, onde estavam muitas outras submissas cedidas por Belikhov, um russo que atuava na mediação entre os Vilões e os compradores. Ele era o responsável por levar as submissas para os amos instrutores, que as preparavam e faziam sua dominação. Graças à descoberta de Belikhov, os investigadores puderam constatar o que os Vilões faziam com as mulheres e os homens sequestrados: as vítimas eram adestradas para se tornarem escravos, mascotes e submissos de verdadeiros sádicos multimilionários. Alguns desses submissos iriam sobreviver e ser leiloados; outros iriam morrer na última noite do torneio, chamada de Noite de Santa Valburga. Enquanto os participantes celebravam o final das provas, os submissos e submissas drogados e sequestrados eram levados para outra ilha, onde seriam sacrificados.

AMOS E MASMORRAS: III. A MISSÃO

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Assim começava o relatório no qual Cleo Connelly resumia toda a investigação do caso Amos e Masmorras. No relato, ela revelava a trama do rum, de como Lion havia suspeitado acertadamente de Mistress Pain, uma ama, menina rica do Upper East Side de Nova York, que tinha uma queda pelo agente Romano, e que era a responsável pela morte de Clint Myers e, tal qual Cleo pôde comprovar posteriormente, também de outros submissos não identificados que foram encontrados com marcas de guiches no períneo. O grupo dos Vilões era formado por Sombra, Tiamat e o ­Vingador. O Sombra era a Mistress Pain, como Claudia era conhecida pelos Vilões. Ela havia sequestrado Cleo Connelly e Lion Romano e os levado até Tiamat. Tiamat era formado por cinco poderosas cabeças pensantes, dentre as quais se destacavam os D’Arthenay. Eles eram um conhecido casal de multimilionários de Nova Orleans. Cleo já havia prendido o filho deles anteriormente, acusado de violência contra a mulher. O fato de os D’Arthenay terem reconhecido Cleo no torneio, assim como a Leslie, que já há algum tempo aparecia como ama em casas de bdsm, sabendo que a primeira tinha sido a responsável pela infelicidade do filho, acabou acelerando o andamento do caso. Os D’Arthenay queriam uma vingança pessoal, e pretendiam acabar com as irmãs na Noite de Santa Valburga. Mas não conseguiram. Lion e Cleo fugiram da caverna em que estiveram a ponto de ser executados por Claudia e Billy Bob, o filho dos D’Arthenay. Billy Bob, que já havia levado uma surra monumental de Lion Romano em Nova Orleans, morreu na briga com o agente. Claudia ficou gravemente ferida.

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A Noite de Santa Valburga foi abortada por uma incrível ação policial que reuniu as equipes das Ilhas Virgens, do fbi e do svr. O Vingador era Yuri Vasíliev, herdeiro de uma inigualável dinastia siderúrgica na Rússia. O pai dele, Aldo Vasíliev, é um dos dez homens mais ricos do país. O svr estava investigando a relação de Vasíliev com esquemas de prostituição e tráfico de pessoas em território russo. Tiamat, como já foi mencionado, era formado pelos D’Arthenay, e também por um banqueiro americano que tinha triplicado seu patrimônio comprando créditos baratos, chamado Leonard Necho, e pelos gêmeos Taylor, proprietários de uma cadeia de hotéis fundada pelo pai deles, Jonathan Taylor. Todas essas figuras faziam parte ou simpatizavam com a Old Guard. Tinham inclinações sádicas e uma grande tendência a sentir prazer ao controlar a dor, o sofrimento e a morte alheia. Eles não pretendiam nada com aquilo, não tinham nenhum objetivo. O procedimento era o seguinte: Belikhov recebia pedidos por homens e mulheres, e tentava atendê-los mediante seus contatos. Ele conseguia alguns por meio do fórum Dragões e Masmorras ds, como foi o caso de Irina, mas a maioria das pessoas era capturada por meio de sua rede de tráfico. Os Vilões encaminhavam as vítimas para serem treinadas por seus amos. Os amos e amas trabalhavam com eles por no máximo dois meses, com o objetivo de fazer os submissos aguentarem o máximo de dor possível. Eles queriam resistência, pessoas que não sucumbissem facilmente diante de um castigo, e por isso recorreram à ajuda de drogas como o popper e a cocaína. Depois dessa dominação, os submissos eram devolvidos para os Vilões. E, tal qual eles haviam feito naquela noite, os submissos eram mostrados e vendidos para um monte de milionários pela

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i­nternet, que faziam as compras via webcam. Aqueles que não fossem comprados eram levados para a fogueira, castigados e sacrificados, entregues como oferendas ao deus Beltane. Por que eles faziam aquilo? Havia cinquenta pessoas presas prestes a serem julgadas. Cinquenta homens e mulheres que gostariam de ter uma noite na qual torturariam, mutilariam e acabariam cremando todos aqueles submissos que estavam com eles, entregues e drogados até não poder mais. E o que esses cinquenta acusados diriam no tribunal? A mesma coisa que tinham respondido nos interrogatórios. – Por que esse sadismo? Por que matar? – Porque a vida é muito desinteressante. Porque não existe uma diversão ou uma sensação maior de poder do que saber que você tem nas mãos o último fio de oxigênio de uma pessoa – havia declarado um deles. – Esse é o prazer que nós encontramos. Descobrir todo o nosso poder na confiança e na fragilidade dos outros. Esse era o lema dos maus tratos: abusar da fragilidade e da confiança dos outros, saber que eles se atreviam a estar nas mãos daqueles sádicos, amarrados, submissos, esperando por aquilo que os faria voar, para dar de cara com o outro lado da moeda: um abusador que ia agredir, cortar, violar e diminuir cada parte de sua alma. E essa era a diferença entre os Vilões e o que os agentes tinham visto em outros participantes importantes do torneio, como Sharon, Prince, Brutus, Olivia, Lex, Cam, Nick, Louise Sophiestication (Sophie), Thelma, Markus, Leslie e todos aqueles que, alheios ao que acontecia com as drogas e os malfeitores, queriam disputar o torneio Dragões e Masmorras ds de maneira saudável; amos e submissos de verdade que enxergavam aquilo como um jogo, como uma prática sexual, saudável, segura e consensual.

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Os verdadeiros amos e amas alimentavam e reforçavam essa confiança, demonstrando que a dor era apenas um caminho para o prazer, e nunca para a dor extrema.

Os agentes deixaram claro no relatório que a dominação e a submissão de Dragões e Masmorras ds não tinham tendências sádicas.

Os sádicos sociopatas, como todos aqueles multimilionários aborrecidos com a própria realidade, como todos os Vilões, buscavam a dor e o sofrimento de verdade até o ponto extremo de tirar a vida. De ferir por ferir. De maltratar por maltratar. Eram eles quem deveriam pagar por seus crimes. E assim se fez.

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