Cenários da serra catarinense

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Maurício C. Garcia

Cenários da Serra Catarinense Imagens, Imagens,poesias poesia e história. história. 1a Edição

Lages/SC - 2017


Editoração Infinity Produções Direção Editorial e Projeto Gráfico Maurício C. Garcia Diagramação e Arte Thiago Pereira Fotos e Imagens 3D Maurício C. Garcia Textos Fabiana Nonjah SC02993JP Poemas Cassiano Eduardo Pinto Jean R. M. Taruhn Leduvino Ramos da Silva Ramiro Amorim Vinícius Narciso Revisão Telma Maria Junges Silvana Zabott Garcia Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Impressão Gráfica Coan - Tubarão/SC © Copyright 2017 Maurício C. Garcia 2

Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.

www.cenariosdaserracatarinense.com.br


Estas imagens iluminam meu ser: o amarelo do outuno, o branco do inverno, o verde da primavera e o azul do céu de verão. As curvas sinuosas da estrada, as curvas sinuosas dos montes, a admiração de cada olhar, sempre a deslumbrar. Estão em cada desvio e em cada paragem. A Serra Catarinense encanta e fascina.

Maurício C. Garcia

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Sumário Serra Catarinense ..................................9

Inverno Serrano .................................. 53

Recuerdos .............................................. 19

Arte Cemiterial .................................... 60

Lages ......................................................... 20

Morro das Antenas - Urupema ...... 70

Das Lagens ............................................ 21

Imagine uma linha ............................. 73

Morro da Cruz ..................................... 25

Amanhecer Serrano ......................... 76

Catedral Diocesana de Lages ..... 26

Pedra gelada .......................................... 77

Convento Franciscano ................... 27

Morro da Igreja - Urubici .................. 78

Em nome do pai ............................... 28

Serra do Rio do Rastro ..................... 85

A alma transcende a vida ............ 31

Parque Eólico ....................................... 86

Parque Ecológico ............................... 33

Fontes de Pesquisa ............................. 96

Aqui da minha janela ...................... 40 4

Informação

Poema

Fontes de Pesquisa


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Foto: Silvana Zabott Garcia

Natural de Lages/SC, profissional da comunicação, designer gráfico, editor e produtor audiovisual. Organizador e autor das fotos e imagens 3D, é autor, também, dos livros: - Esquizo - a realidade é ilusória, 2013 (Romance Policial); - A ascensão do poder, 2004 (Ficção Científica).

esquizo.com.br

Maurício C. Garcia

Poetas Convidados

Cassiano Eduardo Pinto

Jean Madruga Taruhn

Apoio: 6

Leduvino Ramos da Silva

Ramiro Amorim

Vinícius Narciso


Agradecimentos Agradeço a todos que contribuíram para a realização deste trabalho, especialmente às empresas: GTS do Brasil, Minusa Trator Peças, American Oil, Rede Economic e ZM S.A., que através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocinaram este projeto. Meus agradecimentos à ACCN - Associação Corredor Cultural Nativista e seus poetas, pela produção dos poemas contidos neste livro. Minha esposa Silvana e filha Luana, meu muito obrigado pelo apoio nas viagens e a melhor companhia, sempre! Ainda agradeço a parceria de: Públio Sartori e Sérgio Gregório Sartori (Fazer Cultural), Eder Goulart (Encarte Cultural), Thiago Pereira, Roger Fraga, Fabiana Nonjah, Telma Maria Junges, Elisiana Trilha Castro, Sara Nunes, Família Couto (Granja Santa Isabel), Celso P. Gerber e Sonia A. Gamborgi (Fazenda Pedras Brancas) Domingos R. Valente (Pousada Refúgio do Lago) e Hélio D. Furlan (Movimento do Tabor).

T R A D I Ç Ã O E I N O VA Ç Ã O

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|Mirante Parque Eรณlico - Bom Jardim da Serra 8


Serra Catarinense Mais de 16 mil km² de extensão distribuídos entre os territórios de 18 municípios formam a imponente Serra Catarinense, conhecida como Planalto Serrano ou Planalto Sul de Santa Catarina. Exuberante pelo verde e imponente pelo relevo de sua paisagem, a região se sobressai como a mais fria do Brasil. As temperaturas, especialmente no inverno, atingem marcas negativas e atraem turistas de todo país. Que chegam para experimentar as sensações congelantes que só a Serra Catarinense proporciona. Uma delas é o “sincelo” - fenômeno comum quando a superfície gelada do solo, a partir de -2ºC, decide exibir-se e congela as gotas de nevoeiro assim que estas se atrevem a tocá-la, além da geada e, os quase sempre, rápidos e inesquecíveis episódios de neve. Nesse período, o verde vira cama e dá licença para o branco deitar sobre ele, entre a madrugada e as primeiras horas da manhã. Esse gesto de submissão da paisagem termina quando o sol derrete o gelo e permite que o verde volte a respirar e a ocupar o lugar a que lhe pertence. A economia, antigamente comandada pela exploração da madeira, passou por diversificações e ganhou novos suportes, não só na agropecuária e turismo, mas também no comércio e em indústrias de setores, como o alimentício, mantendo viva a cultura sem deixar de estar atenta à evolução. Com uma população de aproximadamente 290 mil habitantes, a região corresponde a 16,87% do território do Estado, e é nesta área que fica uma das maiores cidades em extensão de Santa Catarina: Lages, a Princesa da Serra e coração urbano do Planalto Serrano. Nas alturas, os destaques são o Morro da Igreja, em Urubici, com 1.822 metros de altitude, e a Serra do Rio do Rastro, em Bom Jardim da Serra. No alto do mirante, em Bom Jardim, revelam-se não só um dos caminhos mais sinuosos do Brasil, como uma vista do mar de um pedacinho do Litoral Catarinense. Rica em recursos naturais, a Serra faz do frio a principal informação de seu cartão de visitas. No entanto, a arquitetura das habitações construídas ao longo de sua história, a grande quantidade de monumentos encontrados nas suas cidades, museus e outros tantos atrativos não são despercebidos por quem passa pela região. Extensão: 16.085,355 km² Representa: 16,87% do território de SC Municípios que compõe a Serra Catarinense: Anita Garibaldi, Bocaina do Sul, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Correia Pinto, Lages, Otacílio Costa, Painel, Palmeira, Ponte Alta, Rio Rufino, São Joaquim, São José do Cerrito, Urubici, Urupema.

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Somente utilizar os óculos inclusos, para visualizar imagens que contenham o ícone acima. Ambientes claros são indicados para melhor experiência 3D. Cenários da Serra Catarinense contém imagens em 3D Anáglifo. As imagens são produzidas de maneira especial para fornecer um efeito tridimensional estereoscópico quando vistas com óculos de duas cores. A imagem é formada por duas camadas de cor sobrepostas, mas com uma pequena distância entre as duas para produzir um efeito de profundidade, na mente de quem observa. Para a composição de imagens anáglifo contidas neste livro, foi necessário para cada imagem a produção de duas fotos em perpectivas diferentes, para alcançar o efeito 3D em sua composição final.

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Recuerdos

Cassiano Eduardo Pinto

Nas madrugadas sebrunas,1 Depois que o negro deixa o céu, Penduro o meu chapéu, Nalgum canto do galpão. Mateio ao redor do fogão, Pra espantar o frio do peito. Despaçito,2 acho o jeito, E a bordona3 agarro. Pra dizer-lhe do que trago De regalos de meu rincão. Léguas de horizonte nas vistas! Campo pedindo pousada. Em cada canto da invernada, Imagens para enternecer. Para uma homem entender, Que a vida é bem estribada. Santo chão e buena aguada, É a herança para o Serrano. Ser jardineiro neste plano, Com a benção celestial.

Pelo ronco do bugio, Ou no grito do quero-quero. Figuras que eu venero. Um pelas araucárias, Outro nos descampados. São como dois soldados, Guardando firme o quartel, Cada um no seu posto, Vigiando com muito gosto. O Planalto por inteiro. Nem Reis poderão se igualar Com tamanha majestade, Quando nos finais de tarde, Um rosado enfeitar o céu. A passarada em escarcéu, Saudando a aurora serena. Se apagam todas as penas Que por aí tenho visto. Evidente, e por tudo isto! Tenha olhos para te contemplar.

Quando se vai a outros pagos, Por precisão ou destino. Não por ser índio teatino,4 Tem no coração a essência. Com saudades da querência, Mateia nas madrugadas, Sentindo o sabor das aguadas, Sorvidos no gole do amargo. Por isso, o pensamento alargo.

1. Cavalo de pêlo escuro sendo mais comum o baio sebruno. 2. Devagar, calmamente, tranquilamente. 3. Qualquer das cordas de som grave do violão ou guitarra. 4. Objeto ou animal que não sabe a quem pertence, ao homem que está fora de sua terra, sua querência ou animal sem dono.

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Lages

Localizada na Bacia do Rio Canoas, a 224 km da capital catarinense, (Florianópolis), Lages completou 250 anos de fundação em 2016. É o maior município em extensão territorial de Santa Catarina. Carinhosamente chamada de Princesa da Serra, a cidade é conhecida como a capital do Turismo Rural e também como a Terra da Festa Nacional do Pinhão. Lages já foi o município mais rico de Santa Catarina durante o ciclo da madeira, o qual sofreu declínio pelo esgotamento da matéria-prima, explorada sem reposição. Atualmente, o setor madeireiro ainda é forte no município, com grandes indústrias na produção de papel e celulose, portas e outros produtos. Empresas de desenvolvimento de softwares também se destacam.

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Das Lagens

Cassiano Eduardo Pinto

Aos olhos do campo, de mimoso e forquilha. Ergueu-se a Lages de nosso povo! Serpente, lavadeiras do tanque, Serrana pรกtria em retovo.1 Conta dinheiro, bois de botas, farroupilhas. Vem do antigo e sempre novo.

Bem no alto, do seu posto. Viu um campo mudar a tez. E no Planalto, rico rincรฃo, Por gente que aqui a fez. De antes: vacarias, taipas, tropas. Hoje: Princesa, pujanรงa e altivez.

|Vista Morro da Cruz - Lages 1. Peรงas da lida campeira envolto ou coberto com couro com que se cobre ou reveste qualquer objeto dando destaque e acabamento.

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Morro da Cruz e Movimento do Tabor

O Morro da Cruz ou Morro Grande - nome do bairro de sua localização - é um tradicional ponto turístico religioso de Lages. Para se chegar ao topo, onde fica a cruz que dá nome ao lugar, existem duas opções: seguir de carro por uma estreita rua que ladeia o morro, ou subir os 500 degraus construídos no ano de 2000 em homenagem aos 500 anos do Brasil. A maioria dos visitantes prefere a escadaria, pois a subida serve para pagar promessas. Do alto, a recompensa é uma deslumbrante vista panorâmica de Lages. Desde 2002, na Semana Santa, o Morro da Cruz vira palco das encenações teatrais realizadas pelo Movimento do Tabor que é composto especialmente pela juventude católica. (Tabor é uma referência à passagem bíblica encontrada em Mateus 17:). O grupo foi reunido por incentivo do frei Silvério Webber, pároco na Paróquia Nossa senhora Aparecida do Navio, falecido no ano de 2000. A escadaria foi batizada com o nome do frei, como homenagem ao seu trabalho junto à comunidade.

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Catedral Diocesana Nossa Senhora dos Prazeres

É um dos principais pontos turísticos de Lages. Construída por padres franciscanos, levou 12 anos para ficar pronta e foi consagrada como Igreja Matriz em 01 de janeiro de 1922. Só em 1927, com a criação do Bispado de Lages, passou à categoria de Catedral Diocesana. O projeto, em estilo neo-gótico, veio da Alemanha, assim como seus vitrais, o altar-mor, as imagens do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores e os sinos. Suas paredes são de blocos de pedra arenito, típicas das formações rochosas da região.

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Antes da Catedral, em 21 de dezembro de 1915 foi lançada e abençoada a pedra fundamental do Convento Franciscano, que atualmente ainda abriga religiosos da ordem. A construção da Capela do Convento só iniciou em abril de 1916 e, em outubro daquele ano, foi dada a benção à pedra fundamental da obra. Um dos primeiros franciscanos a chegar em Lages foi frei Rogério, em 1892. Foi ele quem começou a construir a Capela São José ao lado da primeira edificação. É nesta capela que fica o seu mausoléu. Sua antiga moradia fica aos fundos do Convento e da Capela. Popularmente chamada de “Conventinho”, a edificação localizada no Centro de Lages é um dos 18 imóveis tombados como patrimônio histórico e cultural do município por lei estadual, e mantida pela Fundação Catarinense de Cultura. O decreto do tombamento foi publicado em março de 1985.

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Em nome do pai Jean R. M. Taruhn

Em nome do pai, rasgar as fronteiras, Em nome do filho, marcar novas terras, Que o Espírito Santo nos venha guiar Ao deixarmos o mar Pra subirmos a serra. Em nome do rei, tomar logo a posse Em busca do ouro, esboçar outros mapas Apressar a tropa por pura saudade Ver voar a mocidade Junto com o pó das estradas. E então algum dia, cansados da lida, Recolher o que resta e esquecer as miragens. E em nome do pai, erguer um marco pras eras Reassentando as pedras, No campo das lajens. Em nome do pai, rasgar as fronteiras, Em nome do filho, marcar novas terras, Que o Espírito Santo nos venha guiar Ao deixarmos o mar Pra subirmos a serra.

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|Catedral Diocesana Nossa Senhora dos Prazeres 29


|Capela São José 30


A alma transcende a vida Ramiro Amorim

A alma transcende a vida, Transpõe a vida terrena, Porque a vida se faz plena Além do corpo de guarida. Vida é chegada, é partida, Períodos de aprendizagem. E a cada nova passagem, Vem melhor, mais bem vivida. Muitas certezas dos homens. Por vezes são descabidas, Com as respostas aprendidas As certezas logo somem.

Não tem plata ou sobrenome Que sobreponha o amor E quem evolui na dor, Terá o conforto que assome. Que Deus estenda o pala Feito deste sol dourado E neste pago abarbarado1 Traduza a força que embala. E a rima mais baguala,2 Nesta energia aconteça Do coração pra cabeça E do papel para a fala!

1. Valente. 2. Vem de bagual: potro arisco, recém domado, selvagem.

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Parque NalMAGENS AÉREAS

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Parque Ecológico João José Theodoro da Costa

É um dos pontos turísticos de Lages. Quando foi oficialmente criado, em 1997, pela Lei Municipal Complementar 059, era a esperança de recuperar a Floresta Ombrófila Mista (FOM) do Planalto Serrano, que foi dizimada na primeira metade do século XX pelas madeireiras operantes na região. Como a matéria-prima para extração da madeira ficou escassa, a indústria do setor passou a plantar o Pinus ssp – espécie exótica e invasora. Foi criado, então, o Parque, na tentativa de manter a biodiversidade local. No entanto, desde 1979, sua área já fazia limites com florestas homogêneas de Pinus, o que impediu a expansão da floresta nativa. Com 2,34 milhões de m², concentra mais de 8 mil pinheiros Araucária convivendo com outras espécies de árvores nativas centenárias e de alturas superiores a 30 metros. É o habitat de uma diversidade de animais, alguns em extinção, como a gralha azul (um dos símbolos da fauna regional). O acesso à sede do Parque fica na BR-282, na rua Carlos Mesquita, no bairro São Paulo, em direção a São José do Cerrito.

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Aqui da minha janela Ramiro Amorim

Aqui da minha janela Eu tenho uma aquarela De vida sempre a pulsar, Um caponete altaneiro Onde verdejam pinheiros, Nos campos deste lugar. Aqui da minha janela Tenho a imagem singela Da vida sempre a vagar. Cresce o pasto viçoso, O nativo capim mimoso E o gado livre a pastar.

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Aqui da minha janela Tenho a Lages mais bela Que se possa imaginar, Um céu, que medir não pude, Abençoando o açude Junto a pureza do ar. Concluo sem fazer conta, Do muito que me amedronta, A cidade e suas mazelas... Que nestes campos fecundos, A vida melhor do mundo Eu vejo da minha janela.


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|Bairro Conta Dinheiro - Lages 42


|Acesso Norte - Lages 43


|Granja Santa Isabel, Acesso Norte - Lages

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|Fazenda Pedras Brancas - Lages

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Inverno Serrano Leduvino Ramos da Silva

Quando chega o frio, no reponte do minuano, lá das bandas do Rio Grande ou da região Argentina... das Províncias Cisplatinas, Não sei bem suas origens, vem cruzando os campos virgens até Santa Catarina.

Nas fazendas e invernadas, o serviço é puxado, o patrão e capataz, junto com a peonada, levantam de madrugada. Mesmo sem muito agasalho, dão conta do seu trabalho cumprindo sua jornada.

E a peonada gaudéria não liga pra tempo feio; cruza sanga e rio cheio, volteando toda a invernada. É muito forte a lestada1 que se arma na região, recolhe a tropa o peão, protegendo a manada.

Aqui, ele faz sesteada, por algum tempo espera. Moradas viram taperas porque mudam aparência, é só olhar na querência e ver a neve caindo, o verde vai se sumindo, e o gelo é a excelência.

Quando chega ao fim da tarde, é hora de encerrar o gado. Aqueles mais atrasados, devem pousar no galpão, recebem sua ração conforme a raça e idade pra aguentar a tempestade até a saída do verão.

A época de castração, quando o clima é mais quente, não é como antigamente, na minguante de Setembro. Com saudade ainda me lembro daqueles tempos passados. Hoje, o tempo considerado é de Janeiro a Dezembro.

Agora, tudo está mudado, o mundo está diferente. O progresso fez reponte,2 mudando a vida da gente: não há mais fogo de chão, nem se bate mais tição, pra tornar a tradição uma chama mais ardente!

1. Vento persistente que sopra de léste. 2. O mesmo que amanhecer, raiar.

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|Pousada RefĂşgio do Lago - Lages

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Arte Cemiterial

O mais antigo cemitério da zona urbana de Lages, o Cruz das Almas, fundado em 1879, possui um importante conjunto tumular com obras de variados artistas e estilos arquitetônicos, que eram encomendadas por meio de marmorarias instaladas em Santa Catarina e de outros estados brasileiros. Ele está entre os mais importantes cemitérios do Sul do Brasil e, em um breve passeio por entre seus túmulos, santos populares e devoções, é possível perceber parte importante da história da cidade de Lages, contada na materialidade de sua arquitetura e na riqueza dos ritos. O Cruz das Almas conta muitas histórias e guarda os destacados mausoléus pertencentes às famílias mais abastadas, frutos da pujança econômica relacionada, principalmente, com o ciclo da madeira no início do século XX, como também aqueles de devoção popular, como os dos Irmãos Canozzi e da cigana Sebinca Christo. Contribuição: Sara Nunes - Historiadora Elisiana Trilha Castro - Historiadora especialista em Patrimônio Cultural Funerário e vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC)”

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|Monumento ao Tropeiro, Bairro Conta Dinheiro - Lages

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Morro das Antenas - Urupema

A pequena Urupema é uma cidade de 353 km², com população de 2.482 habitantes, mas, mesmo no pouco espaço territorial, se impõe por características únicas. Uma delas é a de ser o município catarinense de maior altitude, com 1.425 metros acima do nível do mar. Vivencia continuamente a disputa pelo título de “cidade mais fria do Brasil” com São Joaquim. Seu ponto turístico mais visitado e conhecido é o Morro das Torres ou das Antenas, assim denominado após a instalação de várias torres de comunicação (telefonia e TV) no seu topo, a 1.750 metros de altura. Originalmente, foi batizado de Morro do Campo Novo.

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Imagine uma linha Jean R. M. Taruhn

Imagine uma linha Que divida A tua vida da minha. Imagine uma linha.

Tente fazer um traço Que separe Pra cada qual seu pedaço. Tente fazer um traço.

Dali para cá, só minha lei. Dali para lá, teu sol queima. Dali para cá, eu sou rei. Dali para lá és tu quem reina.

E pra quem chegou tarde, desculpe Tudo aqui já tem dono e memória Sempre foi assim. Não me culpe Pelo arame farpado da história.

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Amanhecer Serrano VinĂ­cius Narciso

O dia nasce sereno e o sol aquece a alma da terra. Geada fria que estanca a seiva do campo, pinta o cenĂĄrio de branco, de um amanhecer de cima da Serra.

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Pedra gelada Vinícius Narciso

A água desta vertente, o frio intenso estancou As pedras estranham a ausência do mover-se da água corrente que aos poucos lhe desenhou.

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Morro da Igreja - Urubici

Com 11.102 habitantes, Urubici tem o ponto habitado mais alto do Sul do Brasil, que se encontra no Morro da Igreja, onde também fica a base do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA-MDI), destacamento subordinado ao 2º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II). O Cindacta II é responsável pelo controle do espaço aéreo da Região Sul do país. O município está no roteiro do “Caminho das Neves” e está localizado no vale fértil do Rio Canoas. O Morro da Igreja está entre os pontos turísticos da cidade, mais visitados. Do alto do Morro, a 1.822 metros de altura é possível avistar o mar do Litoral Sul e outra atração natural e imperdível: a “Pedra Furada”, que é uma escultura de formação rochosa com aproximados 30 metros de diâmetro.

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Serra do Rio do Rastro

Um dos mais belos cartões postais de Santa Catarina, a Serra do Rio do Rastro pertence ao município de Lauro Müller (Sul do Estado), mas a visão panorâmica de seus 12 quilômetros de estrada sinuosa e íngreme só é possível do mirante, que fica a 1.460 metros de altitude, em Bom Jardim da Serra. Em dias límpidos, é possível enxergar o mar a mais de 100 km de distância. Cortada pela SC-390 e rodeada de matas e cachoeiras, a Serra do Rio do Rastro está inserida na Cordilheira da Serra Geral. A estrada tem 5 km asfaltados. Os demais 7 km são em piso de concreto. Durante a noite, a Serra é iluminada pela energia gerada no Parque Eólico do município de Bom Jardim da Serra.

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Parque Eólico - Bom Jardim da Serra

Bom Jardim da Serra é a divisa do Planalto Serrano com o Litoral Sul de SC. É uma pequena cidade se considerados seus 4.631 habitantes, mas grandiosa quando o assunto são seus cânions. As correntes de vento em seu território deram ao município a prioridade de abrigar o Parque Eólico da Serra Catarinense, com seus gigantes cataventos. Ao todo, são 62 unidades aerogeradoras, em três mil hectares de área, cada uma com 100 metros de altura, e estão em operação desde junho de 2011. A energia renovável é garantida pelas velocidades médias anuais de ventos, em torno de 7,5 m/s. As torres têm capacidade de geração de 93 Megawatts (MW) de potência, suficientes para abastecer cidades como Lages ou Criciúma (no Sul do Estado). A energia mecânica caracterizada pela rotação de um rotor é convertida em energia elétrica por meio de um gerador específico. Uma vez enviada ao sistema de transmissão nacional pode ser consumida em qualquer parte do país. O Parque fica a 10 km do centro de Bom Jardim da Serra, às margens da SC-114. A visitação, nos finais de semana, é permitida mediante pagamento de valor simbólico. Durante a semana, é necessário agendar o passeio. 86


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|Cascata da Barrinha - Bom Jardim da Serra 95


|Fontes de Pesquisa Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures) Via assessoria de comunicação e site Amures www.amures.org.br Acesso em 18 de dezembro de 2016. Bom Jardim da Serra www.bomjardimdaserra.sc.gov.br Acesso em 05 de outubro de 2016. Governo do Estado de SC www.sc.gov.br/municipios Acesso em 13 de dezembro de 2016. IBGE Censo 2010 www.censo2010.ibge.gov.br Acesso em 23 de dezembro de 2016. IBGE Cidades www.cidades.ibge.gov.br Acesso em 21 de dezembro de 2016. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) www.ibge.gov.br Acesso em 23 de dezembro de 2016. Jornal Correio Lageano/Portal CLMais, notícia de 17/11/2016, intitulada “Parque Eólico de Bom Jardim da Serra tem 44 torres paradas”. www.clmais.com.br Acesso em 10 de dezembro de 2016. Movimento do Tabor www.facebook.com/movimentodotabor Acesso em 19 de dezembro de 2016 Parque Ecológico João José Theodoro Da Costa Neto: Conservação da Floresta em Lages www.pph.uem.br/cih/anais/trabalhos/712.pdf Samira Peruchi Moretto e Eunice Sueli Nodar Congresso Nacional de História, 9 a 11 de setembro de 2009. Acesso em 15 de dezembro de 2016. Prefeitura de Lages www.lages.sc.gov.br Acesso em 10, 14 de novembro de 2016. Secretaria de Turismo de Lages www.lages.sc.gov.br/turismo Acesso em 20 de setembro de 2016. Urupema www.cidademaisfriadobrasil.com.br Acesso em 01 de dezembro de 2016. Urubici www.urubici.sc.gov.br/turismo Acesso em 15 de novembro de 2016.

|Imagens de propriedades privadas Fazenda Pedras Brancas Páginas: 52, 53, 54, 55 e 56 Granja Santa Isabel Páginas: 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50 e 51 Pousada Refúgio do Lago Páginas: 57, 58 e 59

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