Revista Momen 04

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A revista do homem moderno

Um pouco da história de

LUCIANO HUCK

FAMILIA TRADICIONAL? Que papel o homem exerce?

Comer bem

o empresário que tem carisma pra dar e vender

para dormir bem

CrossFit: do exército para as academias

COWORKING RON MUECK Os Brasis de Tarsila VIDA DE

DIÁRIO DE BORDO CHILLI BEANS FASHION CRUISE

COMO ECONOMIZAR EM

CONCURSEIRO

.

50 tons de clichê e um questionamento

.

Saia do verbo

!

“to be”

#4

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13

o número da sorte para o seu pênis.

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Abr 2015 | Ed 04 momen.com.br


A revista do homem moderno

Já é abril. O Brasil passa por um momento crítico, seja pela alta do dólar, pelos escândalos da Petrobras ou pelo índice de rejeição da nossa Presidente. O lado cheio do copo é que existem alguns brasileiros que saem às ruas para o ‘panelaço’. Estes caras pintadas estão dizendo que estamos cansados, que já não engolimos mais tudo goela abaixo. E quem sabe algo mude, quem sabe o país de todos transforme-se no imaginário país do futuro. Ta l v e z n ã o , m a s q u a l q u e r mudança vinda com a transparência que merecemos já é válida. Voltando aqui à conversa com os ‘homens modernos’, já temos SPFW novamente. E por falar em moda, nesta edição, você verá a cobertura que fizemos no Chilli Beans Fashin Cruise, o navio que apresentou os destaques da marca ao longo do ano que passou, os próximos lançamentos e, em paralelo, alguns profissionais renomados do mundo fashion que ministraram palestras, como Dudu Bertollini – um cara que entende muito, muito de história da moda.

Editor Chefe Cadu M Ferreira Conteúdo e Revisão Leticia Flores

Colaboradores Fernando Aguzzoli Renan Vericondo

Vamos falar da inútil pesquisa dos 13 centímetros, algo que só servirá para boas risadas nas mesas de boteco; tem também um apanhado na carreira empreendedora do apresentador Luciano Huck e alguns questionamentos sobre o campeão de vendas, “50 Tons de Cinza”. Retomando o panelaço, temos muito o que cobrar de nossos representantes, pois teoricamente eles estariam lá para nos representar e a representação não está como esperamos – na verdade nunca esteve. Mas também podemos repensar os cinco minutos estacionado em vaga especial do supermercado, na lata de refrigerante lançada para fora do carro, na fila furada e em todos os jeitinhos que conseguimos dar para facilitar nossas vidas. Em um país do futuro, a educação está presente em pequenos atos: pequenos e nobres.

Cadu M Ferreira

Diagramação Cadu M Ferreira

Contato contato@momen.com.br

Artes vetoriais Freepik

www.momen.com.br


FEITO POR PROFISSIONAIS


A revista do homem moderno

DIRETOR GERAL

COLABORADORES

CADU M FERREIRA

FERNANDO AGUZZOLI

Foi sócio da PB Character Entretenimento, viajou alguns países como ator com o musical Lazy Town e é consultor financeiro da AD Produções. Gosta de bons vinhos, boas cervejas, viagens e comidas diferentes. Para ele, o equilíbrio da mente reflete-se na estética pessoal.

Comunicador por nascença, jornalista por acidente, aspirante a filósofo de formação, autor de um livro só, futuro escritor de outros títulos, intolerante a lactose, ciumento, chato, filho dos melhores pais, neto e pai da mais incrível avó desse mundo. Bem-vindo aos devaneios de um Peter Pan na Terra do Sempre, jovem adulto apaixonado por política, cinema, música... mas que recusa o fardo de um dia ter que crescer. Muito prazer, assim espero!

CONTEÚDO E REVISÃO LETÍCIA FLORES Redatora, professora e admiradora dos pequenos detalhes, acredita que uma pessoa interessante é aquela que se informa, se cuida e se sente bem consigo mesma. É apaixonada por literatura contemporânea, adora uma boa cerveja e é fascinada pela língua e cultura italianas.

RENAN VERICONDO

A tecnologia trouxe mudanças nas formas de agir e de pensar. O homem moderno está cada vez mais integrado ao contexto das novas concepções e a estética tem um papel fundamental para sua inserção nos âmbitos pessoal e profissional. O conceito de que cuidados com beleza e moda são restritos às mulheres não tem mais espaço na sociedade moderna, que busca um homem antenado às tendências e que exercite a criatividade a partir da sua realidade. Nós, do Momen, queremos auxiliar nossos leitores a aproveitar ao máximo os recursos que lhes estão disponíveis e a tomar decisões cruciais, do ponto de vista estético, em ocasiões importantes como festas, reuniões, entrevistas de trabalho entre tantos outros eventos, em que a aparência e a atitude podem fazer toda a diferença. Welcome Modern Men!

Consultor em Nutrição, Renan acredita que grandes mudanças ocorrem a partir de pequenas iniciativas, sendo o bem-estar reflexo do grau de autoconhecimento de cada indivíduo. Tem interesse em saúde, educação, cultura oriental, música, seriados e é fascinado pela teoria do caos.



NESTA EDIÇÃO NESTA

EDIÇÃO

A revista do homem moderno

10

AFINAL DE CONTAS,

Qual é o papel

DO HOMEM NA Família Tradicional

34

?

Comer bem

para dormir bem

13 23

DIÁRIO DE BORDO CHILLI BEANS FASHION CRUISE

LISTA DOS BILIONÁRIOS DE 2015 DA FORBES BRASIL TRAZ 54 NOMES

LUCIANO 24 HUCK: UM CASE DE SUCESSO

28

38

COMO ECONOMIZAR EM

COWORKING:

40

COMO TRABALHAR

EM CONJUNTO

PODE SER MAIS

PRODUTIVO

PARA O SEU NEGÓCIO.

CAPA

A importância da

43 Fotografia

em nossas vidas:

do papel ao Instagram.

46 Um show de arte até o último fio de cabelo: a obra de

RON MUECK

50 tons de clichê e um questionamento: MomenOficial



NESTA EDIÇÃO

A revista do homem moderno

13 64

Para sempre Alice

o número da sorte para o seu pênis.

50

por Fernando Aguzzoli

CrossFit:

VIDA DE CONCURSEIRO

54

do exército para as academias

UMA ROTINA QUE SÓ QUEM ESCOLHE ENTENDE.

Quando a tristeza bate.

58

66

56

LambidaCasual.com.br

Happy Faceday to you!

60 Não saí do verbo

Mora sozinho?

“to be”. E aí? Veja porque o inglês pode estar fazendo (muita) falta na sua vida!

Os Brasis de Tarsila: da deformidade das telas para os destroços reais.

62

Confira seis dicas para aprender organizar sua residência!

70 MomenOficial



por Letícia Flores

AFINAL DE CONTAS,

Qual é o papel

HOMEM NA Família Tradicional DO

T

radição: palavra de três sílabas que, unidas, podem nos ajudar a compreender muitas coisas. Mas, veja bem: muitas coisas. Ultimamente, esta pequena palavra tem gerado uma certa polêmica quando o objetivo é compreender pessoas. Por que, então, é tão difícil conceituar um ser humano por meio de uma suposta tradição? Ora, ora. Não estamos falando de um café, certo? O café tradicional do Brasil é o café preto. O da Itália, corto. No Marrocos, reaproveitam a borra deste café para ler o destino das pessoas. Já em Catanduva, interior de São Paulo, muitas donas de casa a reutilizam para espantar o mosquito da dengue. Café = uma bebida, um grão, um ingrediente... sobretudo, uma coisa! O que acontece quando queremos imputar em pessoas o sentido da palavra tradição? Bom... eu poderia dizer sem pestanejar que ocorreria um desastre. Vamos entender porquê?

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pelos seus sentimentos e, consequentemente, pelo seu modo de se relacionar. Os laços que nascem de determinadas relações, por sua vez, podem ou não levar à constituição da famigerada família, bem como pode estreitar os laços do que chamamos “pessoas do nosso próprio sangue”. Apesar de o nosso querido cantor e compositor Falcão já ter nos avisado há algum tempo “Não é preciso ter conta sanguínea. É preciso ter um pouco mais de sintonia”, há muitos brasileiros que insistem em criar padrões de acordo com o que creem ser uma tradição mais 'adequada'.

Entendendo a diferença entre o ser humano e um grão de café Bem, ao contrário de muitas coisas – que podem ou não ser consideradas tradicionais de acordo com determinada cultura – as pessoas trazem consigo peculiaridades que um grão de café não traz. Além de suas próprias experiências, o ser humano se diferencia Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

AFINAL DE CONTAS,

Qual é o papel

DO HOMEM NA Família Tradicional

É neste momento que começamos a confundir pessoas com café, sem levar em consideração uma premissa básica: o ser humano é livre – ou deveria ser – para fazer suas escolhas. Se ele vai ser um café preto, espresso ou um cappuccino, a decisão é dele! Só dele!

criança quando, de repente, descobre que ela precisa ser um grão de café destinado única e exclusivamente a ser um café fraco ao invés de se atuar socialmente como a borra que ajuda no combate à dengue? Há duas opções: ou este ser humano aceita as imposições de uma tradição doentia OU resolve se rebelar. Ah... os rebeldes!

A tradicional rebeldia

O que tudo isso tem a ver com a família tradicional? Explico. Começamos falando de tradição para chegarmos a esse momento crucial de desmembramento dessa frase polêmica – e por que não dizer preconceituosa? Acontece que a família, como bem sabemos, não é formada por grãos de café. Uma família é formada por seres humanos. Seres humanos, como já sabemos, fazem escolhas, sentem afinidade e trazem consigo suas próprias experiências de vida. Por isso mesmo é que começa a ficar complicado definir apenas uma pessoa como tradicional. Imagine só definir um grupo de pessoas que se unem para constituir uma família? É aí que entra a tradicional mão-de-ferro do preconceito, querendo definir quem são as pessoas que devem constitui-la, como devem se comportar dentro desse suposto modelo e quem deve exercer determinado papel ali. Erro, meus amigos. Um graaaande erro. Imagine só como deve ficar a cabeça de uma criança que cresce ouvindo que somos providos de livre-arbítrio, mas quando podem finalmente realizar suas escolhas baseados naquilo que acreditam ser o melhor pra elas são veemente julgadas, criticadas, recriminadas e escorraçadas pela sociedade – literalmente ou sob olhares discriminatórios. Imagine o que sente essa

Ah... os rebeldes! Por que eles são tão importantes para a família? Porque, geralmente, é dela que você vai ouvir pela primeira vez este adjetivo, caso não se enquadre no que é considerado tradicional. Eles querem fazer seus horários, competir de igual para igual, amar pessoas do mesmo sexo, a m a r pessoas de sexo diferente e querem até amar sem fazer sexo. Eles transgridem as regras, vestem-se de maneira diferente, falam de maneira diferente, expressam-se de maneira diferente e, principalmente, pensam de maneira diferente. Diferente do quê? Do que é imposto pelo preconceito. Do que é imposto pelas pessoas preconceituosas. Do que é imposto pelo chamado núcleo familiar tradicional. Eles não são assassinos, não são ladrões, não são criminosos. Eles são corajosos. Eles, como todo e qualquer ser humano, usam do seu livre-arbítrio para definitivamente serem livres. E isso, meus caros amigos, incomoda. Ah... incomoda muito! Eles são homens e mulheres que exercem diversos papéis na sociedade e, consequentemente, na família. Mas, afinal de contas, onde fica o papel do homem na tal família tradicional?

Momen #04 Abr 2015

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por Letícia Flores

AFINAL DE CONTAS,

Qual é o papel

DO HOMEM NA Família Tradicional

Afinal de contas, qual é o papel do homem na família tradicional? Chegamos ao ponto G. Ao êxtase. Ao orgasmo da nossa discussão. Faça uma pequena busca no Google e descubra que há dezenas, centenas, milhares de pessoas que definitivamente acreditam que o homem tem o papel de prover a família tradicional. Ainda que a nossa sociedade machista já aceite com certo orgulho que a mulher também possa trabalhar fora e ajudar nas despesas da casa, a função dela sempre será primordialmente cuidar da limpeza do lar (ou pelo menos ser responsável pela funcionária que o faça), pela educação dos filhos e, pasmem, devem preferencialmente ganhar menos que o marido. Agora, tenho certeza de que você, leitor Momen, não deva estar concordando muito com esses estereótipos, não é mesmo? É porquê são apenas estereótipos. Se um dia te fizeram acreditar que sua família só é digna de ser assim considerada se for composta por um homem-macho-alfa-provedor-dacasa, uma mulher minimamente submissa – ainda que dentro do mercado de trabalho – e um casal de filhos perfeitos; desculpe, mas te enganaram feio, bro! Isso porquê aqueles chamados rebeldes fizeram uma revolução e bagunçaram todos os conceitos socialmente impostos. Eles colocaram o dedo na car a do discriminador hipócrita e gritaram: “Família é quem você escolhe pra viver. Família é quem você escolhe pra você”. Fizeram suas malas, pegaram suas coisas e deixaram para trás a ilusão construída por tantos e tantos anos sobre o que deve ou não ser uma família para você. Eles são homens como você. São homens que trabalham fora, que trabalham em casa, que cozinham, que cuidam dos filhos, que amam seus

homens, que fazem amor com suas mulheres. Eles são homens que escolheram não ter filhos, que preferiram se casar com uma pessoa mais velha ou que vivem melhor com seu cachorro amigo numa chácara afastada da cidade. São homens que têm o cabelo comprido, que são carecas, que usam perucas e que adoram vestir lingerie. São homens que se maquiam, que fazem as unhas ou que simplesmente preferem apreciar o resquício de graxa que fica entre a unha e a carne depois de um longo dia de trabalho. Eles são homens que têm pau, são homens que têm vagina. Eles são homens como você e podem ser mulheres como eu. P o d e m , ainda, serem h o m e n s também como eu. Mas, primordialmente, são pessoas como só eles são. Com seus defeitos, suas qualidades e, sobretudo, com suas escolhas. O papel que exercem na família? O papel do ser que ama e é amado. O papel do ser que respeita. O papel do ser confia e compartilha. O papel do ser que não julga. O papel do ser que não é mais um grão de café. Esse ser, meus amigos, esse homem não acredita em família tradicional. Sabe por quê? Porque ela, meus caros amigos, a família tradicional (prepare-se para esta revelação)... não existe! Foi apenas mais um conceito primata no qual te fizeram acreditar a fim de conquistar um padrão, uma cultura e uma economia mais interessante – e definitivamente não mais interessante para você!

Momen #04 Abr 2015

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DIÁRIO DE BORDO CHILLI BEANS FASHION CRUISE fotos: Equipe Momen

por Cadu M Ferreira

Momen #04 Abr 2015


por Cadu M Ferreira

DIÁRIO DE BORDO

CHILLI BEANS FASHION CRUISE

21 DE MARÇO, SÁBADO. O PRIMEIRO DIA. No último dezembro, soube do Chilli Beans Fashion Cruise através da assessoria da marca. Duas semanas antes do embarque recebi o convite para fazer parte deste mega evento e confesso que houve uma boa satisfação ao receber este convite. O ponto de encontro foi o Shopping Vila Olímpia, na capital. Ao chegar no local já vi que a estrutura do evento seria proporcional ao convite recebido. Havia três ônibus à nossa espera, produtores uniformizados e o traslado foi bem tranquilo.

NO PORTO DE SANTOS O despache de bagagem foi rápido. Tivemos um profissional dedicado aos convidados e a entrada no navio também foi direta. Porém (o porém sempre existe? Ou não?), entramos sem nenhuma identificação. Questionei um membro da tripulação sobre a entrada na cabine e ele me disse que era só me dirigir até lá. Mas sem chave? “- Isso, pode se dirigir à sua cabine!”, foi o que ouvi. É claro que fui à recepção, pois sei que não entraria na cabine sem meu cartão/chave. Lá, soube que o cartão deveria ter sido retirado no Terminal de Embarque, mas não foi o caso. Tudo bem, ele fez outro sem maiores rumores.

NA CABINE 7246 Linda, espaçosa e confortável. Muitos abajures, um sofá de dois metros, poltrona, vários armários, mesa de estudo, roupão de banho, banheira e a bela sacada (este detalhe é um dos mais importantes quando você pensar em um cruzeiro. Não me imagino trancado num quarto, por alguns dias, sem janela ou um espaço para ver o mundo lá fora. Consulte sempre a diferença de valores e pondere este investimento. SACADA É VIDA em um cruzeiro). De cara, uma mesa com as boas vindas com frutas, petiscos e uma garrafa de Proseco Treviso Doe. Delicioso.

A bagagem chegou e fomos explorar o Costa Favolosa. Particularmente, acho navios imponentes do lado de fora, fico fascinado. Mas por dentro nem tudo me encanta. Há muita informação e led, muito led. A própria cabine, que é bem confortável, tem lá seus detalhes que poderiam passar despercebidos. Vejam estes abajures. O que dizer?

Momen #04 Abr 2015


por Cadu M Ferreira

O FASHION CRUISE Convite aceito, embarque com sucesso, malas desfeitas na cabine 'maaara' e breve explorada no Costa Favolosa concluída, fui à recepção saber quais seriam as coordenadas para a cobertura de imprensa. Quais eram? Resposta sem maiores emoções.

DIÁRIO DE BORDO

CHILLI BEANS FASHION CRUISE

Já nesta primeira noite, o conceituado Instituto Marangoni realizou o workshop “Visual Merchandising” e agradou.

SINALIZAÇÃO Mais tarde, fomos assistir ao Fashion Show “Casamento em alto mar Diva”.

Me identifiquei como convidado imprensa e gostaria de saber quais os próximos acontecimentos, detalhes para as devidas notas e talvez um press-kit do evento. Mas não. A recepcionista do guichê Chilli Beans que até procurou algo em meio aos papéis espalhados na bancada e nos informou que o roteiro era aquele mesmo do diário de bordo entregue na cabine. “-Está tudo lá mesmo!”, disse a moça. “–Obrigado”, respondi com uma sensação de decepção.

No jornal de cabine (aquele que a recepcionista indicou, rs), o local era descrito como: “Disco Etolle/Capella”, e como já havíamos passado pela capela, por ser de fácil acesso, retornamos. Mas não tinha desfile nenhum na capela, e fizemos o momento 'barata tonta' por ali até uma garota da produção nos informar que o local era na boate, mais a frente. A garota que nos informou o local foi questionada por um cara (de mesmo uniforme) sobre o fato e disse a ela: -“Não se preocupe, no navio há muita gente, e muitos perdidos”. Oi? Naquele momento senti que faltou uma mão de um expert em eventos. A sinalização estava falha e o produtor não estava se importando com o fato. Mas bora pro desfile! Eu estava ali para cobrir o evento, Momen #04 Abr 2015


por Cadu M Ferreira

tinha que me atentar às atrações, nada poderia passar em branco. Do meu assento, via a porta de entrada. Novamente, as pessoas passavam pela entrada do local e vi em suas caras algo como “É mesmo aqui? Posso entrar?”, pois como disse, nada estava escrito na entrada da boate, nem havia alguém para recepcionar os convidados interessados em participar daquela atração. O desfile, em si, foi interessante, bonitos vestidos, noivo bem arrumado. As modelos? Meados de março vi uma matéria de que a França está tentando fazer lei um IMC (Índice de Massa Corpórea) mínimo nas passarelas. Achei a iniciativa sensacional. Anorexia não está com nada! Modelo tem que servir de referência, como o próprio nome já diz, mas na minha opinião é preciso ter formas também. O ser humano é assim: tem curvas.

DIÁRIO DE BORDO

CHILLI BEANS FASHION CRUISE

mortais. O lendário filme “O diabo veste Prada” é citado com a emblemática cena onde a assistente Andrea (Anne Hathaway) questiona o tom do azul de um mero cinto utilizado pela modelo em um ensaio fotográfico. Miranda (Mary Streep) o ícone – e diaba –, exemplifica que por mais cafona que sua assistente seja, há moda nela. Tudo que ela 'joga' em seu corpo foi estudado, nada foi para a passarela por mero detalhe. Algo interessante do workshop foi a ligação feita entre os grandes nomes da moda internacional com as lojas do estilo 'fastfashion' como a Zara (que tenho verdadeiro fascínio). No ano passado, a Zara lançou algumas coleções que foram bem 'chupadas' dos grandes nomes. Veja o exemplo nestas imagens.

Ainda na primeira noite, rolou pool party, mas se você já ouviu que quando chegamos na casa dos trinta, a idade pesa, acredite, pesa mesmo. Fomos conferir o que estava rolando, mas três ou quatro dezenas de minutos foram suficientes. Afinal, o Superdose estava só começando – e pra quem teve disposição, a festa rolou até as seis horas da manhã do domingão. Fomos dormir a 1h.

22 de março, Domingo. O segundo dia. Rio de Janeiro. Mais um dia de workshop com o Instituto Maragoni. Hoje a abordagem é “Fashion Image&Styling”. O palestrante ilustra diversas influências da moda e o quanto cada detalhe é estudado antes do produto final chegar até nós,

- Parada para escrever um pouco deste relato e logo mais, almoço. Momen #04 Abr 2015


por Cadu M Ferreira

Voltamos aos últimos momentos do Instituto Maragoni no navio. O representante da escola exemplificou os tipos de silhuetas (8, A, V, H, O e X – cada um descreve onde o corpo tem suas maiores formas. Por exemplo: o tipo A tem os ombros curtos e quadril largo) e de uma forma bem didática mostrou como são os formatos corporais de algumas celebridades internacionais. Mas (olha o 'mas' aqui novamente), em alguns casos, ele não soube selecionar muito bem as imagens, pois no caso da silhueta do tipo 'O' a modelo de passarela apresentada, não era a 'gordinha sexy', mas uma mulher que muito se parecia com as demais, as 'sem curvas'. Logo no final do workshop, foi a vez dos truques para diminuir as imperfeições. Dicas interessantes e outras como: “Se você estiver acima do peso, utilize linhas nas verticais, pois as horizontais engordam ainda mais”, dicas básicas. Para encerrar, os inscritos se reuniram em grupos para realizar uma colagem de revistas e apresentar de forma coerente, o que haviam absorvido da palestra que assistiram.

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CHILLI BEANS FASHION CRUISE

BARRADO NA PALESTRA DA NIKE? A sala do workshop do Instituto Maragoni foi um salão que também serve de bar/boate no navio. Um espaço grande, que recebeu (vou chutar o número) talvez 400 pessoas, mas o local parecia comportar 1500. Já a sala que recebeu os interessados em ouvir o que a Nike tinha para dizer, parecia comportar 150 pessoas. Já na porta era possível notar que não caberiam todos os interessados. A muvuca foi se instaurando. Quando alguns fotógrafos adentraram a sala, antes dos inscritos, fui barrado pela primeira vez, pois a responsável pelo marketing da Nike disse que abriria logo mais. Minutos depois, a produtora do Fashion Cruise veio me informar que o espaço receberia primeiro a imprensa grande, depois os convidados, depois, se houvesse espaço, eu poderia entrar. Foram estas as palavras, de fato. Então, devido ao fato agradabilíssimo, procurei a recepção do Fashion Cruise para informar o ocorrido e entender qual era o meu papel dentro do navio. Foi neste momento que descobri que havia uma sala de imprensa. Eu já estava há mais de 24 horas no evento, já havia perguntado nesta mesma recepção se havia algo direcionado à cobertura do evento e nada foi dito. Chego então à tal sala de imprensa e não era mesmo o espaço deste nome, era o escritório da Dreamakers (organizadora). Relatei o ocorrido e, sem muito entendimento, fui direcionado à palestra que intitula este tópico.

O empresário Ricardo Nunes

Quando entrei, quem falava era a @carolalt. Falou da importância de se vestir bem e do tão famoso lifestyle. Na sequencia, foi a vez do empresário Ricardo Nunes. Dentista formado, Ricardo foi deixando a profissão e dando vida a um blog onde apresentava sua paixão por tênis e hoje presta consultoria sobre o assunto e criou o site http://sneakersbr.co/. Ricardo se veste a partir do Momen #04 Abr 2015


por Cadu M Ferreira

tênis, é este 'acessório' que determina seu estilo e ele possui mais de 1000 peças, disse que parou de contar as unidades há alguns anos. O cara entende muito do assunto, nos contou muitas histórias e os estudos de materiais da marca, desde o surgimento, os modelos ícones e as últimas novidades. Curiosidade que o Ricardo Nunes nos contou: Sabe a origem dos dentes dos tênis e chuteiras? Um cara, cansado de ouvir que seus clientes viviam derrapando com seus calçados, pegou a máquina de waffle de sua esposa, derreteu a borracha e 'Eureca'!

Depois foi a vez do produtor de moda, Felipe Veloso. O cara fez um editorial fantástico para a Nike com participação de Pedro Scooby (@pedroscooby) . Felipe nos apresentou diversas referências que o inspiraram para o editorial e finalizou com um pensamento que nós da Revista Momen compartilhamos: “O importante é quando a roupa diz quem você é. Se você está realizado com o que está vestindo, é o que realmente conta”, conclui o produtor de moda.

DIÁRIO DE BORDO

CHILLI BEANS FASHION CRUISE

A palestra foi bem proveitosa por conta dos convidados, mas a postura da responsável pelo marketing da Nike nos deixou uma péssima impressão sobre a marca. Estava em um cruzeiro de moda, a convite da organização e ela declara que receberia a “imprensa maior” e se sobrasse espaço, nos receberia? Deprimente ter que passar por esta situação, pois se estávamos lá, deve-se ao fato de a organização do Chilli Beans Fashion Cruise ter enxergado o diferencial do nosso trabalho. Ponto dos mais negativos para a Nike.

EXISTIA UMA PROGRAMAÇÃO Logo mais tarde, assistimos ao desfile da Blue Man. Confira.

Reprodução Instagram @caioc03 Modelos do desfile da Blue Man

Momen #04 Abr 2015


por Cadu M Ferreira

Jantamos e retornarmos à cabine, o que encontramos sobre a cama junto ao Guia de Bordo? Um impresso com a programação mais detalhada do navio. Entramos a bordo no sábado às 14h e recebemos o guia no domingo, às 23h? Como assim, produção? Logo identifiquei a 'Saída para o Circuito Moda Rio de Janeiro' e fui à tal recepção Chilli Beans saber qual o procedimento para participar. Mas é claro que às 23h já não havia ninguém a postos. Ok, me informei com uma produtora que passava por ali e soube que as inscrições já haviam sido encerradas. Legal, mais um item da programação se perdeu.

DIÁRIO DE BORDO

CHILLI BEANS FASHION CRUISE

23 de março, segunda-feira. O terceiro dia. Devido às más condições meteorológicas, não fomos a Búzios. Passamos dois dias no porto do Rio de Janeiro. Navio parado não tem a mesma graça. Hoje aconteceu a convenção para os franqueados, a Superdose. O diretor, Caito Maia é um showman.

Tudo bem, estávamos numa bela cabine, com TV fechada e ar-condicionado. Atração e passeios, pra quê? Pra quem? Ah, esta noite foi aquela do jantar de gala. O jantar com o comandante. Mas não teve comandante, e poucos de gala. Reprodução Instagram @italodiogo

Reprodução Instagram @gabrieldepaula

Reprodução Instagram @silvinhaneryy

O cara apresentou as novas coleções, explicando o conceito de cada linha, os investimentos dos últimos meses e quais os próximos passos do marketing. Entre eles estão: Superstar, The Voice e Big Brother Brasil 2016. Neste último, terão o lançamento mundial do seu mais recente licenciado, The Beatles. E esta coleção merece nosso destaque, parece que vem coisa interessante por aí. Durante a tarde desta segundona, foram premiados os melhores vendedores, gerentes, lojas e quiosques. Um gás para dia-a-dia de quem fez a marca ser a melhor franquia de 2014, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchinsing). Para compor o show, tivemos um belo coral, João Gordo, a linda Luiza Possi e a showwoman, Preta Gil. Preta ainda realizou outro show no deck 9 para apresentar a coleção 'Tropicália' que chegará às lojas no começo de 2016.

Reprodução Instagram @paulospadoto

Momen #04 Abr 2015


por Cadu M Ferreira

24 de março, terça-feira. O quarto, e último dia. Hoje acompanhamos a AULA de Dudu Bertholini. Ele é uma enciclopédia da moda! Cheguei na sala e a palestra já havia começado. Fui ficando abismado com o conhecimento e memória do Dudu. Ele apresentava cada slide (que tinha apenas a foto e década) descrevendo o nome da modelo, do fotógrafo e do estilista. Fez isto com todas as imagens, e todas não foram poucas, foram muitas imagens e descrições. O estilista apresentou um belo panorama das décadas de moda, falou da influência que a rua levou para a passarela e vice-versa.

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CHILLI BEANS FASHION CRUISE

Durante a palestra do Dudu percebi que o cruzeiro era composto por dois públicos, um que integrava os funcionários e franqueados da Chilli Beans, que estavam ali para festejar até o horário em que íamos tomar o café da manhã. E outro que estava sedento por informações do mundo da moda. Aquele que participou das atrações do chamado Fashion Cruise.

Reprodução Instagram @paulospadoto

Reprodução Instagram @borgesantonio

Foto: Marcos Moreira

BARBA Sabe o estilo lumbersexual? Aquele que citamos na segunda edição da nossa revista? Então, ele está com tudo. Confira alguns dos caras que comprovam que a moda barba avantajada veio com força.

Entre algumas frases memoráveis durante a palestra, destacamos:

- “O que vale é a harmonia da moda com seu conceito de vida”;

- “Como ao mesmo tempo queremos ser únicos, também queremos pertencer”;

- “Moda não é arte, é o business feito com poesia”.

Reprodução Instagram @marlonbrambilla

Ah, barba rala também vale, principalmente se vier acompanhada com um corte mais baixo na lateral. Momen #04 Abr 2015


por Cadu M Ferreira

CRUZEIROS DA COSTA?

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CHILLI BEANS FASHION CRUISE

Reprodução Instagram @rodrigogodoy_ Reprodução Instagram @chillibeanses

Sabe que no final das contas, prefiro a concorrente italiana? Não sei se pelo fato de que minha primeira experiência não foi num Costa, que tenho esta impressão ou talvez pelo fato de ter percevejos na minha cortina da cabine e ter visto passageiro com marcas avermelhadas pela mordida do inseto. Ou ainda, em estar às 20h40 na cabine, no penúltimo dia de cruzeiro, a camareira bater na porta e entrar, simplesmente assim, bater e entrar na cabine. Ela precisava fechar o bar até às 22h e entrou sem pestanejar. Na minha opinião, a MSC tem mais classe.

Reprodução Instagram @badalododia Reprodução Instagram @chillibeansoficial

Reprodução Instagram @geanmaia Reprodução Instagram @noellepereira_

OBRIGADO Reprodução Instagram @thiagomaciel

Reprodução Instagram @thaisgusmaoaholic

Reprodução Instagram @rodoolfocorradin

Receber um convite para um cruzeiro é bem bacana. Não recebemos este convite a todo momento. Mas, como estava ali a trabalho, decepcionei-me com a falta de comunicação da organização para com a imprensa. Tive a impressão que o mega evento foi realizado pelos funcionários da Chilli Beans, que não havia alguém com know-how em eventos. Release, press-kit e material informativo para a imprensa são muito bem vindos. Um crachá também seria de bom grado. Talvez a indelicada do marketing da Nike não tivesse tido a tal postura se estivéssemos credenciados para a cobertura das atrações. Quem sabe, numa próxima edição podemos ser surpreendidos com as experiências desta edição, ou até mesmo, ir sem a pretensão de cobertura e trabalho, ir pelo convite e só aproveitar o que der. Agradecemos pela honra de ter participado desta edição, damos parabéns a Dreamakers e sabemos que algo com esta dimensão é difícil ter o controle de tudo e agradar a todos, mas estamos aqui para contribuir. Conte sempre conosco! Queremos somar. Momen #04 Abr 2015



LISTA DOS BILIONÁRIOS DE 2015 DA FORBES BRASIL TRAZ 54 NOMES

A

edição de março da FORBES Brasil apresenta a nova lista de 2015 que já contemplam 1.826 bilionários segundo a apuração da revista FORBES norte-americana. Apesar da queda do preço do petróleo e de certa fraqueza no euro, o número de bilionários cresceu e a soma total do seu patrimônio elevou-se em mais de 600 bilhões de dólares, passando de 6,4 trilhões de dólares em 2014 para 7,05 trilhões de dólares neste ano. O primeiro posto no rol de afortunados continua sendo de Bill Gates, dono de 79,2 bilhões de dólares, sendo que nos últimos 21 anos é eleito pela décima sexta vez o homem mais rico do planeta. Entre os brasileiros, observou-se uma queda numérica de 11 bilionários, provocada em grande parte pela desvalorização do real, embora os 54 remanescentes continuem formando um contingente notável. Em 2014, o país detinha uma fatia de 190 bilhões de dólares dos 6,40 trilhões de dólares, e agora são 181 bilhões de dólares dos 7,05 trilhões de dólares.

Jorge Paulo Lemann, da Ambev

O primeiro lugar do Brasil é de Jorge Paulo Lemann, da Ambev, que ocupa a 26º posição no ranking com uma fortuna de 25 bilhões de dólares. Além de Lemann, dois nomes nacionais estão entre os cem primeiros da disputa: o sócio de Lemann Marcel Herrmann Telles, que ocupa a 89º posição com 13 bilhões de dólares e o dono do Banco Safra, Joseph Safra, na 52ª colocação com estimados 17,3 bilhões de dólares.

A lista deste ano traz ainda uma novata que vale ressaltar: a bilionária de apenas 30 anos Elizabeth Holmes. A jovem abandonou os estudos para apostar em uma inusitada ideia que deu certo: criar um novo teste de sangue mais rápido, barato e eficiente. Ela desenvolveu um aparelho pequeno, com uma miniagulha capaz de mostrar em minutos o que os laboratórios levavam dias para fazer. O resultado foi que em dez anos de existência, a empresa chamada Theranos alcançou o valor de mercado de nove bilhões de dólares com o conselho repleto de nomes importantes. Segue abaixo o nome de 20 dos 54 bilionários brasileiros: 26° Jorge Paulo Lemann - US$ 25 bilhões 52° Joseph Safra - US$ 17,3 bilhões 89° Marcel Herrmann Telles - US$ 14 bilhões 110° Carlos Alberto Sicupira - US$ 11,3 bilhões 165° João Roberto Marinho - US$ 8,2 bilhões 165° José Roberto Marinho - US$ 8,2 bilhões 165° Roberto Irineu Marinho - US$ 8,2 bilhões 330° Eduardo Saverin - US$ 4,8 bilhões 369° Abílio dos Santos Diniz - US$ 4,4 bilhões 462° Francisco Ivens de Sá Dias Branco - US$ 3,7 bilhões 512° Walter Faria - US$ 3,4 bilhões 603° Aloysio de Andrade Faria - US$ 3 bilhões 628° André Esteves - US$ 2,9 bilhões 737° José Luis Cutrale - US$ 2,5 bilhões 737° Alexandre Grendene Bartelle - US$ 2,5 bilhões 737° Ermírio Pereira de Moraes - US$ 2,5 bilhões 737° Maria Helena Moraes Scripilliti - US$ 2,5 bilhões 737° Carlos Sanchez - US$ 2,5 bilhões 782° Edson de Godoy Bueno - US$ 2,4 bilhões 810° Miguel Krigsner - US$ 2,3 bilhões

Momen #04 Abr 2015


CAPA

LUCIANO HUCK: UM CASE DE SUCESSO

Foto: Macedo Rodrigues - Revista Isto ĂŠ gente _ terra Momen #04 Abr 2015


Por que Luciano Huck é o cara?

LUCIANO HUCK:

por Letícia Flores

UM CASE DE SUCESSO

Um pouco da história Huck 1,73 de pura simpatia, havaianas número 37 e carisma pra dar e vender. Mas muito mais pra doar, já que não estamos falando de qualquer miss simpatia, estamos falando de Luciano Grostein Huck, mais conhecido como Luciano Huck. E é exatamente por essas características, somadas às muitas faces que Huck desempenha no curso de sua carreira o porquê de estarmos falando dele hoje! Até porque, Luciano Huck é muito mais do que um simples apresentador de um dos programas de maior audiência da televisão brasileira. Ele é empresário, pai, idealizador dos tantos quadros do seu próprio programa famosos por ajudar e incentivar pessoas carentes e necessitadas, além de ser o diretor-presidente do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias, ONG que abriga cerca de 150 jovens todo ano a fim de dar-lhes uma formação profissional.

M

as isso, meus caros amigos, – como diz o próprio apresentador – não é nada. Apesar de bem nascido, Luciano nunca fez o tipo “bon vivant”. Começou a cursar direito, mas terminou por concluir a faculdade de jornalismo, na Universidade de São Paulo, de onde surgiu o seu interesse pelos meios de comunicação. Sua carreira, então, começa com sua voz estourando na rádio Jovem Pan. Foi estagiário nas maiores agências do País, sob comando de Washington Olivetto e Nizan Guanaes, mas, não satisfeito com as primeiras conquistas, o instinto empreendedor do jovem já começou a pulsar quando decidiu abrir seu primeiro negócio, em São Paulo: o bar Cabral.

Como sabemos, o empresário sempre soube levar muito bem várias carreiras ao mesmo tempo, e foi administrando seus primeiros passos no Cabral que ele fez sua primeira aparição nas telinhas, em um quadro do programa “Perfil”, de Otávio Mesquita. Sua credibilidade, como era de se esperar, só fez aumentar desde então. A facilidade em comunicar-se, a descontração frente às câmeras e a voz impostada o levaram tão longe quanto possamos imaginar! Até porque, além do talento nato para a comunicação, o rapaz – sempre esforçado – é muito inteligente. Passou a assinar uma coluna no “Jornal da Tarde” e abriu seu segundo bar, este conhecido no Brasil todo: o Sirena, em Maresias. Depois de passar três anos pela rede Bandeirantes como apresentador do “Programa H”, Luciano assinou contrato com a rede Globo, em 1999 e, desde então, tem-se destacado por seus quadros populares como “Lar Doce Lar” e “Lata Velha”, sendo que todos têm um fundo social, seja para ajudar as pessoas profissionalmente, a colocar um projeto bacana em prática e até mobilizar comunidades inteiras em prol de uma ação beneficente. E isso é o que a gente vê. O que a gente não vê são as doações feitas pela família Huck a tantas outras famílias só pelo prazer de ajudar, de fazer sua parte. Marcelo Rosenbaum. Divulgação

Programa H. Divulgação

Casado com a também apresentadora de TV Angélica, Huck é pai de três filhos: Joaquim, Benício e Eva. Uma união perfeita de simpatia: o público simplesmente idolatra o casal que sempre aparece nas redes sociais exalando carisma e boas energias. Resultados não vêm de graça Toda esta trajetória de sucesso, no entanto, é resultado de ações praticadas pelo empresário que, na maioria das vezes, nem nos damos conta. Luciano Momen #04 Abr 2015


Por que Luciano Huck é o cara?

LUCIANO HUCK:

por Letícia Flores

UM CASE DE SUCESSO

consegue interagir com todos os tipos de público: desde a elite que frequenta o Sirena até a classe média que não tem como reformar o seu carro. Ele dá conta de pregar não apenas a ajuda ao próximo, mas a insere em um contexto em que promove a profissionalização das pessoas e a manutenção de projetos sociais em cidades de qualquer lugar do país! Ele promove o encontro de familiares perdidos pelo mundo e incentiva que cada um dos seus “apadrinhados” mereçam a ajuda que estão recebendo. Ele prega a gratidão, o altruísmo e pratica, seguramente, o networking nosso de cada dia. Afinal de contas, por mais esforçado que seja esse homem, seria muito difícil ele conseguir administrar todos os seus negócios e projetos sem braços leais para ajudá-lo. Não há quem não goste publicamente de Luciano e essa união de forças e reforços é que fazem o sucesso do apresentador, empresário, empreendedor, pai, marido, doador, jornalista, artista, locutor e as tantas outras funções que ele desempenha no seu dia-a-dia com a ajuda de seus colegas e amigos de trabalho.

casa e – o mais importante – sempre com um sorriso no rosto. A caminhada para o sucesso, portanto, nada tem a ver com a televisão ou ter quase dez milhões de seguidores no Twitter, como Luciano. O sucesso depende de você defini-lo em sua vida e escolher o caminho certo para trilhá-lo, espelhando-se em figuras memoráveis como esta que nós escolhemos hoje para retratar como um “case de sucesso”. Observe, enfim, suas atitudes, seus objetivos e quais ações tem desempenhado para atingi-los e, mesmo que você seja tímido, seja o seu próprio Luciano Huck, o seu próprio case de sucesso.

O Instituto Criar Como já foi dito, o Instituto Criar é uma organização fundada pelo apresentador e empresário Luciano Huck em 2003, cujo objetivo é incentivar e, principalmente, promover o desenvolvimento de jovens a partir da profissionalização na área audiovisual. Seus principais valores são baseados em transparência, solidariedade, responsabilidade e, claro, criatividade, de modo que as ações em conjunto permitam que uma equipe de quase setenta pessoas(entre conselho, diretorias e equipe) ajude a promover diversas oportunidades aos jovens, não apenas de trabalho, mas também de vivência sóciocultural. Além do mais, a instituição conta com a parceria de grandes marcas, como Volkswagen, Coca-cola e Itaú. Agora, vai dizer que o fato de a ONG ter sido criada pelo famigerado e carismático Luciano Huck não tem nada a ver com o seu sucesso? Mas é claro que tem!

Então, apesar de acharmos tantas vezes que os resultados vêm facilmente para pessoas da elite, é preciso lembrar que nenhuma dessas conquistas teria acontecido não fosse Luciano um lutador. E tendo escolhido uma carreira de alta visibilidade nacional, seu sucesso fica ainda mais perceptível, mas não significa que você não possa ser (ou não seja) o Huck da sua área de atuação. Eu, inclusive, conheço vários Huck's. Desde empresários do ramo artístico que conseguiram transformar a arte em comércio da maneira mais encantadora possível, até faxineiras que, mesmo acordando às 5h da manhã todos os dias, tiraram do seu ganha-pão a renda para sustentar filhos em universidades, abrir negócios, comprar a própria Momen #04 Abr 2015


Por que Luciano Huck é o cara?

LUCIANO HUCK:

por Letícia Flores

UM CASE DE SUCESSO

Outros projetos Não bastassem as empresas que gerencia, a carreira de apresentador e a família linda, Luciano ainda tem participações em projetos super bacanas, como as peças infantis idealizadas por ele e a esposa Angélica, “Peixonauta” e “Charlie e Lola”, produzidas pela empresa Aventura Entretenimento com a qual ele também tem ligação. Acha que acabou por aí? Em 2010, o cara comprou 5% de uma das maiores redes de compra coletiva do País, o “Peixe Urbano”; criou a empresa de participações “Joá Eventos” só para poder se tornar sócio do canal “Porta dos Fundos”, transformando-se em investidor concentrado também em startups, mobilidade urbana e internet; e ainda assina a marca de roupas “Use Huck”, cujas peças são super descoladas e podem ser adquiridas pela loja virtual homônima. E em consequência disso tudo, é claro, ele foi matéria na revista Exame inúmeras vezes. Ah, ele também venceu, na categoria “apresentador”, o I Prêmio Rio Sem Preconceito, em 2012. Ufa! Será que acabou? Não, não, pra finalizar (a matéria, porque

os investimentos dele são infinitos!) com chave de ouro, ele ainda aproveita toda a sua experiência como empresário e investidor para palestrar em nome da Endeavor, empresa pioneira em empreendedorismo, contando sua história de vida empreendedora! Não importa qual a profissão que você exerça, ter orgulho da sua própria trajetória é uma escolha sua. E aí? Qual vai ser o seu primeiro “passo Huck” depois desta leitura, hein? Divida aí com a gente!

Momen #04 Abr 2015


50 tons de clichê e um questionamento:

até onde vai o limite de dominação do ser humano?


50 tons

por Letícia Flores

de clichê e um questionamento: até onde vai o limite de dominação do ser humano?

IMAGINE UMA BOMBONIERE CHEIA DE DOCES. TROQUE OS DOCES POR CLICHÊS. UM TURBILHÃO DE CLICHÊS: ESSE É O FAMIGERADO “50 TONS DE CINZA”.

J

á nascido como um gerador de polêmicas, ainda em livro, a promessa de uma nova perspectiva de roteiro, com um enredo cheio de novidades, transformou sua versão em filme em uma onda de decepções, provocada, em especial, nas mulheres. Mas o foco aqui não são as mulheres, especificamente, e sim um tema que surgiu involuntariamente nas sessões de cinema: até onde vai o limite de dominação do ser humano?

Como não li o livro, muito menos assisti ao filme, não vou me ater às peculiaridades do roteiro (cujas críticas não são muito otimistas, digamos a verdade). No entanto, mesmo não tendo me atrevido a adentrar as entrelinhas desta história, é impossível manter-se alheio à explosão de comentários, críticas e até elogios sobre a trama e os questionamentos que ela levanta. Verdade seja dita, apesar da enchente de críticas, “50 tons” mal foi lançado e já é uma das obras mais comentadas do ano. São mais de 9 milhões de curtidas na sua página do Facebook. Até a minha mãe – que passa bem longe de uma cinéfila –

foi assistir com seu grupo de amigas; e aposto que suas alunas adolescentes estão afoitas para vêlo. Veja bem, meu caro, você viu algum grupo de caras ansiosos para assistir a um filme água-comaçúcar-e-um-pouco-de-pimenta como este? Bom, partimos daí então ao primeiro tópico para chegarmos, enfim, ao nosso objetivo sobre o assunto “dominação”, ok?

O machismo Se você assistiu a “50 tons” por livre e espontânea vontade, não tendo sido arrastado pela sua namorada ou grupo de amigas, ou se realmente está curioso e ansioso para vê-lo, você provavelmente é uma exceção – e, claro, não há problema nenhum nisso. Mas falemos da maioria. Sabe porquê a grande maioria de telespectadores do filme é composta por mulheres? Porque mulher, por incrível que pareça, também gosta – e muito – de sexo. Oi? O que isso tem a ver? Ora, ora. Você, homem, hetero ou gay, já nasce com um alvará para o acesso à pornografia, para comprar camisinhas, para assinar a Playboy e bater punheta. Você pode ser tímido, mas se for pego, no auge da sua adolescência, numa guerrinha de cinco contra um, o seu Momen #04 Abr 2015


50 tons

por Letícia Flores

A autora E. L. James

de clichê e um questionamento: até onde vai o limite de dominação do ser humano?

constrangimento vai passar despercebido e logo logo virará uma piada descontraída na família. Com o tempo, você entende que a sua sexualidade é natural e é até incentivado a explorá-la. Quanto à sua irmã? Bom, é melhor que ela não tenha um histórico de busca suspeito no Google, não folheie a G Magazine, muito menos explore com os dedinhos a sua engenhoca chamada vagina. Caso seja muito teimosa e descuidada o suficiente, poderá se tornar uma grande preocupação para seus pais. Isso significa que uma adolescente vai se desenvolver tendo menos fome sexual que um cara? É claro que não, ela só está sendo castrada pela sociedade machista e, assim que surge a oportunidade de satisfazer suas curiosidades visuais sendo apoiada por esta, ela corre para comprar o livro e garantir seu lugar na cadeira do cinema. Agora, me diga, você que já viu toda sorte de vídeos pornográficos iria mesmo se interessar por uma historinha sem vergonha, mega produzida, pra assistir – acompanhado de uma centena de telespectadores – cenas de... SEXO? Claro que não. Primeiro, porque você aprendeu desde pequeno que não precisa pagar por isso. Segundo, porque... bom, digamos que as cenas sejam realmente muito boas e... bem, todos aqui já sabemos o que acontece com o Júnior quando a imagem vale a pena, né? Ok, sem mais perguntas, vamos ao próximo tópico.

A idealização Diversos artigos estão chovendo na internet sob esta perspectiva. As mulheres – me refiro às que sabem realmente o que é foder – ficaram abismadas com o espetáculo de mentiras que é mostrado sobre o sexo nas cenas do filme e sobre isso não há dúvidas: sexo limpo, ritmado, bonito e perfeito, só em cinema... e nos pornôs da vida (neste caso não tão limpos assim, né?). Mas aqui todo mundo já é grandinho o suficiente pra saber que o sexo de verdade não dita regras: tapas, puxões de cabelo, suores, fluídos, acidentes, posições desconfortáveis... tudo pode acontecer, inclusive NADA! Pode rolar sentimento, pode ser só tesão, pode nem ser bom. Eu brocho, tu brochas, nós brochamos. E é aí o ponto em que eu quero chegar: a idealizaç ão do homem. Imagine só, cara, se você tiver de ser igual a o senhor Grey para alcançar a sua realização sexual? E olha que eu nem estou falando de relacionamento. Você precisaria ser impecavelmente bonito, barba feita, rico, bem vestido e oferecer a sua donzela todos os bens materiais que puder para poder comprar suas horas na cama (seria Anastasia uma putinha iludida ao invés de uma ex-virgem inocente?). Para fechar o combo, você seria um lindo babaca engravatado e traumatizado com sua “infância sofrida” (este foi o perfil do personagem traçado pelas críticas que encontrei nas minhas pesquisas). Quer dizer, além de você Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

50 tons

de clichê e um questionamento: até onde vai o limite de dominação do ser humano?

sexual em consentimento com suas vontades e respeitar ser podre de rico e gato (ok, eu sei que você adoraria sêsua individualidade num relacionamento a dois foi, lo), você ainda é obrigado a ser uma sex machine cujo definitivamente, um ponto que deixou bem claro que toque mágico faz uma virgem tremer na base e ficar esse tal de Christian é a tradução de um homem inseguro molhada INSTANTANEAMENTE. Você não precisa ser que se esconde atrás da carcaça de traumas passados, do mulher para saber muito bem da dificuldade que a medo de relacionar-se, do seu dinheiro e boa aparência maioria delas têm para atingir o orgasmo (a não ser que para alimentar em homens e nunca tenha transado com mulheres a falsa ideia de que uma, mas agora você já sabe Reprodução do filme ‘50 tons de cinza’ uma das partes precisa estar que é, literalmente, FODA!). no comando – na cama e na Daí vem o galanteador vida. Nenhuma relação pode Christian Grey, fala uma frase ser saudável baseada em decorada qualquer e ela se extremos, seja ele de derrete em gemidos? Bom, se dominação ou de submissão. você já não estava curioso pela Nenhum ser humano, seja história acho que agora está ele homem, mulher, virgem menos ainda, né? ou “bem-comido” pode Acontece que, não bastasse acreditar que não há todo esse amontoado de escolhas em uma situação estereótipos (nem vou entrar em que o outro se imponha em detalhes sobre a atribuição como dominante – seja esse outro um parceiro sexual, de valores à virgindade da moça, ok?), o protagonista um amigo, um companheiro e até mesmo um patrão. O ainda entra com uma carga de dominação sobre a sadomasoquismo e as preferências sexuais que sejam personagem feminina que extrapola significativamente consideradas socialmente como fora do padrão não dão as quatro paredes e seus respectivos fetiches. Então, aval para que nenhum lado extrapole a individualidade e vamos falar sobre isso? o arbítrio do outro – nem dentro e nem fora do quarto. O E n f i m , a d o m i n a ç ã o respeito não é um sentimento passível de evolução assim como tratamos o amor, a compaixão ou o ódio. Respeito masculina. depende necessariamente do caráter de cada um e não Ninguém, absolutamente ninguém aqui está julgando há nada que justifique (como apatia pela pessoa ou um seus gostos sexuais. Tem gente que goza com tapa, com soco e até com mijo – está tudo ok, galera... mas até certo ponto. Já que estamos imersos em universo de clichês, aproveito para fazer uma pergunta: você já ouviu aquele ditado de que “sua liberdade acaba quando começa a do outro”? Pois é. Esse ditado argumenta acerca de limites e respeito, coisa que passa muito longe da postura de Grey. E foi exatamente isso que causou tanto furor nas redes sociais: o filme não soube delinear os limites entre várias coisas, tais como: amor e sexo; fetiche e rotina; sadomasoquismo e respeito. Estapear sua parceria Momen #04 Abr 2015


50 tons

por Letícia Flores

trauma pessoal) não exercê-lo. Sendo assim, as palavras “dominação” e “respeito” não ocupam páginas diferentes apenas no dicionário, mas mantêm-se em posições de total oposição em que se um existe o outro, necessariamente, está fora. Portanto, gostar de ser dominado(a) na hora do sexo também é uma questão que infere respeito e consentimento. Não só porque é óbvio (apesar do autor de “50 Tons de Cinza” não achar tanto assim), mas também porque se você não pede sempre o mesmo sorvete quando vai à sorveteria, também não precisa querer os mesmos fetiches quando vai ao motel, não é mesmo? De qualquer maneira, livro e filme aqui mencionados não estão, de maneira nenhuma, sendo analisados muito menos curados/criticados. Nosso apelo é apenas por uma reflexão social e pessoal que impeça os fãs de tomarem como verdade uma encenação que de vida real não tem nada!

de clichê e um questionamento: até onde vai o limite de dominação do ser humano?

O que o homem acha disso tudo? Agora, um papo muito sério e que a gente realmente quer saber: qual sua opinião, enquanto Momen, sobre a temática do filme? Não importa se você o assistiu ou não, nós queremos MUITO saber sua opinião e poder entender como a mensagem do filme foi compreendida pela mente masculina. Topa participar? Reprodução do filme ‘50 tons de cinza’

Divulgação

Momen #04 Abr 2015



por Renan Vericondo

Comer bem

para dormir bem Como ter uma boa noite de descanso através das refeições

Momen #04 Abr 2015


por Renan Vericondo

Comer bem

para dormir bem Como ter uma boa noite de descanso através das refeições

V

ocê tem conseguido dormir bem ultimamente? Fica rolando de um lado para outro da cama, contando carneirinhos, cachorrinhos, gatinhos, e o sono não vem? Já parou para pensar que isso pode ter uma relação estreita com o que você come, principalmente antes de dormir? Uma boa noite de sono é fundamental para seu bem-estar, sendo tão importante quanto alimentação adequada e atividade física para um estilo de vida saudável. Por isso, caso tenha dificuldade em iniciar o sono ou mantêlo durante a noite toda, a Revista Momen explica quais são os alimentos que ajudam e atrapalham na hora de ir para cama, e mostra quais são as complicações de não ter uma noite bem dormida. Sabe aquela sensação de fome no meio da noite, que nos faz levantar da cama e avançar sobre o pedaço de pizza adormecido na geladeira? Ou então o desejo de um copo de água igual ao de quem está perdido no deserto há dias? Essas interrupções do sono poderiam ser evitadas caso a alimentação e hidratação fossem adequadas ao longo do dia, diminuindo a tendência de acordar no meio da noite. Quem t em fo me de madrugada é porque não comeu bem durante o dia. E ai vai dormir pesado porque comeu muito. São hábitos como esses que interferem na qualidade de como dormimos

e que podem alterar nosso humor, causar problemas de saúde e até aumentar alguns números na balança. Um artigo publicado no mês passado na Diabetology & Metabolic Syndrome revela que o sono está intimamente relacionado com o controle do apetite. Responda rápido: o que é mais atrativo no meio da madrugada? Aquele pacote de salada processada higienizada pronta para consumo com alface roxa, cenoura e rúcula que você comprou no supermercado, ou o bolo de cenoura com cobertura de chocolate e torta de frango com catupiry que sua mãe fez especialmente para você, porque sabe que você adora? Quando

dormimos menos, ou acordamos no meio da noite para comer, há uma tendência em escolhermos alimentos mais gordurosos e ricos em carboidratos, fazendo com que nossa ingestão calórica aumente cerca de 20%, pois passamos mais tempo acordado. E isso está diretamente associado com ganho de peso e acúmulo de gordura abdominal. Esta alteração no apetite associa-se com a diminuição do hormônio leptina (limita a ingestão de alimentos, secretada pelo tecido adiposo) e aumento de grelina (hormônio responsável pelo aumento da ingestão de comida, secretada principalmente pelo estômago) no sangue. Jan Polak (Charles University, Praga), um dos autores do artigo, afirma que o sono está intimamente relacionado com a regulação do metabolismo da glicose, e que uma vez prejudicado, contribui para resistência à insulina. Isso ocorre porque o uso de glicose pelo cérebro é reduzido durante o repouso, e Momen #04 Abr 2015


por Renan Vericondo

Comer bem

para dormir bem Como ter uma boa noite de descanso através das refeições

na antecipação do despertar, ocorre aumento da produção de glicose pelo fígado. Estes dois eventos em conjunto resultam em hiperglicemia, e como consequência, aumento da prevalência de diabetes tipo 2. Assim, pode-se afirmar que sono insuficiente, privações ou interrupções do sono estimula ingestão de alimentos menos saudáveis e contribui para o desenvolvimento de obesidade e anormalidades metabólicas.

Sabendo disso, quais alimentos devemos comer para termos um bom descanso a noite? Alimentos ricos em triptofano. Este nutriente é um aminoácido essencial utilizado pelo cérebro, juntamente com a Vitamina B3 e Vitamina B6, para produção de serotonina, principal neurotransmissor responsável pela regulação do nosso relógio biológico e dos ciclos de atividaderepouso. Durante o dia, nossos níveis de serotonina estão aumentados. Conforme a noite chega, estes níveis caem devido a conversão da serotonina em melatonina, que é o hormônio do sono. Portanto, para termos um sono regular, é necessário nível adequado de melatonina, e por sua vez, também é necessário nível adequado de serotonina para ser convertida futuramente a noite em melatonina. Os principais alimentos ricos em triptofano são carnes, peixes, leguminosas, ovos, laticínios, banana e nozes. Carboidratos integrais, como aveia, amaranto, quinua, arroz e massas integrais, além de apresentarem triptofano em sua composição, são ótimas fontes de Vitamina B6. Cereais de milho são excelentes fontes de Vitamina B3 e B6. Portanto, almoçar massa integral com salmão, jantar um arroz com grão de bico, intercalar as refeições com banana assada com canela e aveia, e finalizar o dia com chá de camomila, que tem um bom efeito sedativo, pode ser uma ótima solução para noites mais tranquilas.

E o que evitar? Bebidas estimulantes (café, chá preto, chá verde, chá mate, chá branco), refrigerantes (inclusive os dietéticos), alimentos gordurosos, frituras, salgados, excesso de carnes (devido a difícil digestão), comida muito salgada (para não ter sede a noite), e comer excessivamente. Tomar umas biritas a mais pode até ajudar a dormir mais rápido, mas além de provocar desidratação, afeta diretamente a qualidade do sono. O caminho é o equilíbrio. Nem de menos e nem demais. O importante é a pessoa não exagerar, mas não deixar de comer. Isto varia de acordo com o ritmo de vida de cada um. Mas em geral, a noite devemos comer menos do que ao longo do dia.

GRÃO DE BICO – Leguminosa rica em triptofano, estimula a liberação de serotonina pelo cérebro. Indicação: 1 a 2 colheres de sopa ao dia. Bom substituto do feijão, pode ser consumido cozido com legumes, sopas e saladas.

BANANA – Fruta rica em triptofano e Vitamina B6, que auxilia a conversão do aminoácido essencial em serotonina. Indicação: 1 a 2 unidades ao dia. Prática, é uma ótima opção para lanches intermediários entre as refeições principais. AVEIA – Cereal rico em triptofano e Vitamina B3, que também auxilia na produção de serotonina. Indicação: 1 a 2 colheres de sopa ao dia. Ótimo complemento para iogurtes, pães, bolos e frutas.

Momen #04 Abr 2015


por Beny Schmidt

A HIPOCRISIA NO ESPORTE sabido, sobretudo por especialistas em preparação física, neuromusculares, patologistas musculares, enfim, pessoas que trabalham ou conhecem as propriedades dos músculos esqueléticos, que grande parte dos atletas profissionais usam substâncias químicas que melhoram a performance física ou acarretam uma hipertrofia muscular.

É

Também é de conhecimento de boa parte dos cientistas que existem laboratórios especializados em mascarar, nos exames de sangue e urina, estas mesmas substâncias. Estes laboratórios, em geral, possuem uma tecnologia muito mais apurada em relação àqueles que normalmente são utilizados para detectar as substâncias listadas como doping. Sendo assim, é preciso mudar filosoficamente o conceito de doping e refletir com inteligência sobre o que significa uma droga (qualquer substância da natureza que, acima de uma determinada quantidade, provoca dano à saúde do indivíduo). Por exemplo, os

fisiculturistas que eu conheço são usuários destas substâncias proibidas rotineiramente. A hipocrisia desta situação no esporte leva a outra ocorrência, quando um determinado atleta é “pego no doping”. Boa parte da mídia corrobora para transformálo em um verdadeiro fora da lei e, algumas vezes, pior que um bandido cruel. Vejamos o caso da entre Anderson Silva e Nick Diaz. Em primeiro lugar, deixo esta pergunta: se a luta fosse no Uruguai ou nos estados americanos em que o uso da maconha é permitido, Diaz seria punido? Mas o pior, para mim, é transformar um herói do Brasil, como Anderson Silva, em um vilão corrupto. Para terminar, em 2011, publicamos um artigo na Scientific American Brasil sobre os principais benefícios e malefícios dos anabolizantes. Nós, da Neuromuscular da Escola Paulista de Medicina, usamos anabolizantes de rotina na prática médica.

Beny Schmidt é chefe e fundador do Laboratório de Patologia Neuromuscular e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele e sua equipe são responsáveis pelo maior acervo de doenças musculares do mundo, com mais de doze mil biópsias realizadas, e ajudou a localizar, dentro da célula muscular, a proteína indispensável para o bom funcionamento do músculo esquelético - a distrofina. Beny Schmidt possui larga experiência na área de medicina esportiva, na qual já realizou consultorias para a liberação de jogadores no futebol profissional e atletas olímpicos. Foi um dos criadores do primeiro Centro Científico Esportivo do Brasil, atual Reffis, do São Paulo Futebol Clube, e do CECAP (Centro Esportivo Clube Atlético Paulistano). Momen #04 Abr 2015


por DicasDeNovaYork.com.br

COMO ECONOMIZAR EM

ALTA DO DÓLAR NÃO É NECESSARIAMENTE UM EMPECILHO PARA QUEM QUER VIAJAR PARA NOVA YORK, HÁ PROGRAMAS BARATOS, GRATUITOS E QUE AJUDAM O TURISTA A ECONOMIZAR UMA GRANINHA

A

instabilidade do preço do dólar está causando muitas preocupações para quem deseja ir para o exterior. Mas quem tem interesse em viajar para NovaYork, por exemplo, pode ficar mais intrigado pela fama de cidade cara. A questão é que não é necessário se desfazer dos planos por causa dessa crise e é possível economizar algumas verdinhas com dicas baratas e até grátis para quem quer conhecer a Big Apple. É o que mostra o site Dicas New York, que contou com mais de 720.000 acessos únicos em 2014 e já ultrapassa os 250.000 em 2015, um crescimento de 32% em relação ao mesmo período do ano anterior. Programar os gastos - O turista precisa colocar no papel todos os gastos previsíveis da viagem, desde hospedagens a lembrancinhas que pretende trazer para amigos e familiares. Pesquisar os valores em casas de câmbio e comprar os dólares aos poucos são outras medidas muito efetivas. É importante levar uma quantia em espécie para gastos básicos, ter noção das taxas de cartão de crédito e como funciona o uso de cartões pré-pagos.

Museus grátis em Nova York – Alguns museus bem legais oferecem entrada grátis em um determinado dia da semana. De acordo com o site Dicas de Nova Yo r k o A m e r i c a n FolkArt Museum, um dos maiores da cidade é um deles e possui esculturas, pinturas, cerâmicas, mobília, arquivos, filmes e fotografias). O Museu Nacional do Índio Americano, em Manhattan, também é uma excelente opção de visita cultural, ambos possuem entrada gratuita todos os dias da semana. Já o The Morgan Library Museum possui uma arquitetura fantástica e obras de artistas consagrados, como Leonardo da Vinci, Picasso, Rembrandt, entre outros. A visitação é grátis às sextas-feiras.

Momen #04 Abr 2015


por DicasDeNovaYork.com.br

O segundo maior museu da cidade é o Museu do Brooklyn, com mais de 1 milhão de objetos, a entrada é livre no primeiro sábado do mês, exceto em setembro. E para finalizar as dicas o Museu de arte Moderna de NovaYork, tem entrada grátis todas as sextas-feiras.

COMO ECONOMIZAR EM

A Macy’s é uma das mais famosas da cidade e a maior delas está em Manhattan são nove andares para quem quer comprar de tudo, co m mar cas reconhecidas no mundo todo e que os brasileiros adoram. A Sack’s tem sido a mais procurada por brasileiros, lá o turista encontra desde vestuários, produtos de beleza e eletrônicos.

Parques – Ir para Nova York e não conhecer o Central Park é como se nunca tivesse viajado para a cidade. Ele é um dos principais pontos turísticos e precisa de mais de um dia para conhecer tudo. Além disso, é um ótimo lugar para fazer piquenique, o que contribui para economizar na alimentação já que restaurantes podem custar mais caro. Outras atividades grátis: Conhecer a Biblioteca Pública de Nova York e também a Grand Central, dar uma volta da Times Square, passear na Wall Street e o Touro de Bronze também não vai mexer no seu bolso. Compras em Nova York – Nova York não é muito conhecida pelos outlets, ou seja, para comprar barato é preciso bater perna. Entretanto, a cidade é conhecida pelas enormes e várias opções de lojas de departamentos, onde é possível encontrar promoções bastante interessantes. Uma boa opção de compras em Nova York é a Loja Century 21, onde há marcas para todos os gostos e bolsos e eles costumam vender peças de coleções passadas com preços bastante atrativos.

Outlets em NovaYork – Como dissemos, não há muitas opções de outlets em Nova York, mas quem estiver disposto a se afastar dos grandes centros, pode se dirigir até o Woodbury (cerca de 1 hora de carro de Manhattan), é um shopping em céu aberto com grandes lojas de grife, como Aeropostale, Calvin Klein, Dior, Diesel, Lacoste, Nike, Prada, Ralph Lauren, Tommy, Michael Kors, entre inúmeras outras. O Jersey Gardens fica mais perto de Nova York, porém é menor e possui menos opções de lojas, mas por estar em New Jersey a vantagem é que não cobra as famosas tax sales para roupas e calçados. Transporte - O transporte é outra ótima fonte para fazer economias. Nova York possui um sistema de metrô de ótima qualidade que funciona até durante a madrugada e dá acesso a diversos pontos da cidade, inclusive os turísticos. Ele possui um bilhete semanal e mensal que pode ser usado a vontade e contribui muito na economia. Afinal, aproveitar as diversas linhas que percorrem Nova York evitam gastos com aluguel de carro e táxi. Além disso, o metrô possui um aplicativo que mostra todas as linhas e ajuda a chegar aos locais desejados.

Momen #04 Abr 2015


COWORKING: COMO TRABALHAR

EM CONJUNTO

PODE SER MAIS

PRODUTIVO

PARA O SEU NEGÓCIO.

H

oje em dia trabalhar dentro do escritório é uma tradição que muitas empresas vêm abolindo, pouco a pouco. Apesar de o Brasil ainda estar um pouco atrás de alguns países como Alemanha e Holanda no quesito trabalhar “outside the office” (fora do escritório), muitos prestadores de serviço autônomos têm aderido à prática do coworking. Mas o que é isso? Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

COWORKING: COMO TRABALHAR

EM CONJUNTO

PODE SER MAIS

PRODUTIVO

PARA O SEU NEGÓCIO.

Ainda um pouco tímida aqui no Brasil, essa prática é proporcionada por meio dos espaços coworkers, que nada mais são que lugares equipados com toda a infraestrutura de um escritório no qual os “colaboradores” pagam mensalmente pelo uso do espaço em conjunto e trabalham no mesmo local, realizando atividades individuais. O resultado disso, para um prestador de serviços autônomo, é tornar possível um ambiente de trabalho com interação entre os colegas, café, internet, ar-condicionado, bebedouro, endereço profissional para atender seus clientes e um ninho repleto de possibilidades e oportunidades. Isso porque o relacionamento entre os usuários do espaço acaba resultando em diversos novos trabalhos e parcerias. Falo isso por experiência própria, pois, boa parte dos clientes que atendo é fruto do networking realizado num espaço como este (que, neste caso, fica na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo).

Ilustração daniloz.com

Quem é o Coworker? Trabalhar das 8h às 18h, fechado num escritório, aos mandos e desmandos do seu chefe é uma realidade que muitos enfrentam por puro comodismo – ou por puro prazer, cada um no seu quadrado. Por conta disso, muitos trabalhadores têm migrado do “office” para o “home office”, como já falamos na nossa primeira edição [linkar]. Para quem é mais tímido e desenvolve trabalhos que não dependem da comunicação e do networking, o home office é uma ótima opção: você faz as regras e o horário do seu trabalho e, com disciplina, pode atender seus clientes proporcionando serviços com uma maior qualidade e satisfação, já que você é quem faz o negócio acontecer sem depender de um superior para isso (além do próprio cliente que é o seu chefe sempre, certo?). No entanto, alguns tipos de serviço tornam-se muito mais produtivos quando compartilhados com outras pessoas do mesmo ramo ou até mesmo de ramos que se completam, como o webdesigner e o programador de sites. Ambos podem prestar seus serviços individualmente, no entanto, existe uma nova maneira de relacionar-se no trabalho que permite conhecermos mais profissionais, estabelecendo parcerias mais duradouras e, claro, prospectando clientes. Essa maneira é chamada de coworking e quem a pratica é o tal do coworker.

No entanto, para quem prefere um pouco mais de privacidade e busca os espaços de coworker apenas para trabalhar em um ambiente mais profissional do que a própria casa, muitos desses centros empresariais oferecem salas individuais – por um preço mais alto que o espaço coletivo, mas sempre mais econômico do que uma sala particular fora dali – mas que Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

COWORKING: COMO TRABALHAR

EM CONJUNTO

PODE SER MAIS

PRODUTIVO

PARA O SEU NEGÓCIO.

permitem uma maior privacidade e não impedem a convivência com os outros usuários do local. Pequenas e grandes empresas têm adotado os espaços de coworker para os seus negócios – as primeiras, porque além de promover oportunidades, é mais rentável para o pequeno negócio; as segundas, pois tem sido mais vantajoso para ambas as partes manter “escritórios virtuais” pelo mundo do que migrar trabalhadores das pequenas e médias cidades para as metrópoles. No final das contas, todo mundo sai ganhando! Espaço de coworking em San Diego

Quais são as vantagens? Bom, como já foi dito, todo mundo acaba ganhando nesta história de coworker pois, além de proporcionar as mesmas condições que um escritório, agência ou empresa de médio porte proporcionaria, é uma forma bastante econômica de tocar seus negócios como pequeno empresário ou um simples prestador de serviços autônomo. Além do mais, o mais interessante acaba ficando por conta das relações profissionais que são estabelecidas nesse espaço, pois, como todo mundo ali tem interesse em fazer parcerias e ganhar novos clientes, o ambiente torna-se propício a novas oportunidades de negócio. Por exemplo, se o cliente de um jornalista que trabalha ali está precisando de um profissional que atualize o seu site e, coincidentemente, um deles estiver à disposição, cada um “mexe seus pauzinhos” em prol do bem comum do cliente. Nasce, então, uma nova parceria!

E quando falamos em parceria, podem ser das mais duradouras até as mais breves. Não importa. O trabalho na modalidade coworking é um investimento que traz muito retorno se você souber aproveitar as oportunidades em favor do seu negócio. Além do que, nada melhor do que sentir a liberdade de trabalhar por conta sem ter que investir rios de dinheiro em equipar um escritório ou uma pequena empresa, não é verdade?

Onde estão os coworkers? No Brasil, eles estão espalhados em algum dos cerca de 4000 espaços por aí (grande maioria deles, nas capitais e cidades de médio porte). Este número já está aumentando, mas ainda é uma quantidade bem pequena se comparada ao tamanho do nosso País e à quantidade de freelancers que demanda pelo acesso aos centros de corworking. Destes que já estão alocados, a maioria está ali por conta própria, enquanto uma pequena porcentagem faz parte de alguma equipe fixa ou randômica cuja empresa escolheu este método de trabalho. É, de certa maneira, uma garantia da postura profissional do contratado, que, por sua vez, goza de uma maior liberdade para a realização do seu trabalho. Para quem se interessou pelo coworking, mas não tem ainda disponível em sua cidade um espaço desse tipo, arrisque-se a montar um! Basta ter pelo menos mais um outro profissional autônomo que esteja disposto a rachar as despesas com você e o negócio já começa a funcionar com pelo menos o dobro de economia para ambas as partes e você terá uma companhia para o cafezinho da tarde. Se você já conhece um espaço como este, conte pra gente como é sua experiência de trabalho. Para você, é realmente mais vantajoso produzir ali ou o home office continua sendo a melhor opção? Ou então, se você ainda está estudando a possibilidade de deixar sua cadeira fixa em alguma empresa para partir para esta modalidade, quais são suas dúvidas? Compartilhe com a gente! A melhoria da vida de um Modern Man é o nosso melhor feedback! Momen #04 Abr 2015


A import창ncia da

Fotografia em nossas vidas:

do papel ao Instagram.

Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

A importância da

Fotografia em nossas vidas:

do papel ao Instagram.

E

m tempos de curtidas e compartilhamentos eufóricos nas redes sociais em busca da tão sonhada aceitação pode-se acreditar perdido o sentido primórdio das fotografias que é a recordação. Mas será que se perdeu mesmo? Bom, ainda que a maioria das pessoas esqueçam suas fotos antigas e que a fome pelo atual tenha tomado conta do dia-a-dia das pessoas, é impossível negar o sensível poder das fotografias. Sejam elas retratos de uma época distante, de uma infância feliz ou de uma adolescência vergonhosa (quem nunca ficou abismado com a moda de dez anos atrás revelada pelas fotos, hein?), elas trazem à tona uma série de sentimentos que, antigamente, ficavam guardados em álbuns revestidos por plásticos, dentro das caixas de papelão que, por sua vez, moravam nos maleiros dos guarda-roupas das nossas avós. Hoje, os guardaroupas vêm sem maleiro e as fotos, geralmente, ficam presas em outras caixas: as memórias do celular e do computador. Todo o mercado da fotografia sofreu. A Kodak minguou. Os filmes ficaram empoeirados e a expectativa para se ver a foto revelada, depois de dias no estúdio, já não existe mais. E os binóculos de retrato? Sabe aqueles pequeninos que nossos pais nos faziam enfiar o olho direito para reconhecer os parentes dentro de uma caixinha mágica?

como o sangrento massacre da Segunda Guerra Mundial.

Dia de foto era um evento. A família se reunia, colocava a melhor roupa, marcava uma geração. As crianças choravam com o susto refletido pelo flash escandaloso. Mas não adiantou a tecnologia evoluir essa engenhoca, o flash, por si só, continua sendo uma ferramenta milagrosa na mão de profissionais que sabem o que fazem! Na escola, por sua vez, muitos professores ainda não perderam a mania nostálgica de ensinar seus queridos alunos a fazer sua própria máquina fotográfica! E por mais simples que seja o digitar de um smartphone, o prazer de levar sua lata de achocolatado para a escola e voltar com sua própria “câmera” é insubstituível. E o que dizer da Polaroid? A câmera de fotos instantâneas que marcou época e é vangloriada até hoje. Apesar de não ser mais comercializada na versão original, já existem equipamentos (eu os chamo de “app's físicos”) que, acoplados aos celulares, também conseguem imprimir fotos na hora. Mas, é claro, nada como a polêmica Polaroid da década de 1950, que depois de vinte anos no mercado derrubou a concorrente Kodak da briga pela sua patente, provando que a invenção era mesmo de Edwin H. Land.

Máquina lambe-lambe do século XIX

Ah... a magia. A fotografia trouxe para nossas vidas um infinito de oportunidades. Novas perspectivas. Já teve muita utilidade, inclusive mórbida, antes de se tornar a vitrine de negócios e de autoestima de muitas pessoas e empresas. Elas serviram para registrar a morte dos integrantes das famílias abastadas da Europa, bem Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

A importância da

Fotografia em nossas vidas:

do papel ao Instagram.

A verdade é que a fotografia venceu todas as imposições da tecnologia. Adaptou-se. Transformouse. E, hoje, continua sendo paixão, trabalho e utilidade em diversos meios de comunicação, empresas e vidas que se espalham por entre o turbilhão de coisas que fazemos no nosso dia-a-dia. Registramos o trabalho do dia, o almoço com os colegas, o jantar romântico, o casamento, a balada, as unhas semi-prontas (para quem as faz), o anel de noivado, a cerveja gelada, a data do vinho, a viagem dos sonhos, a praia e até o amor. A foto tornou-se mais parte dos nossos dias do que as próprias coisas que são fotografadas, muitas vezes representantes de uma falsa felicidade ou de uma riqueza almejada e não-alcançada. As estatísticas vão dizer que quanto menos fotos você posta nas redes sociais, mais feliz você é. Será? E o que dizer sobre os fascinados pela magia fotográfica? O que dizer sobre as paisagens singulares que esbarramos pelo nosso caminho e que consideramos um crime não registrálas? O que dizer sobre o alegre sorriso de uma criança? Não se diz. E aí está a fantasia das fotos. E é por isso que o Instagram, a maior rede de compartilhamento

de fotos tem estado mais popular que o próprio Facebook. Porque ali não é lugar de se dizer, é lugar de se admirar. Mergulhar entre as fotos que mais lhe agradam e apenas observar. E ainda que a foto não seja natural, observa-se também a artificialidade, os efeitos, os trejeitos.

A fotografia é história. É magia. É fantasia. Fotografia é fato, é notícia e é, sobretudo, registro. Por isso, nós te desafiamos: que tal escolher algumas fotos para revelar esta semana? Escrever nas costas do papel fotográfico a data e guardar com muito carinho dentro do guarda-roupa para daqui alguns anos – ou meses – retomar as lembranças e simplesmente se perder na memória dos dias felizes num dia chuvoso. Curtiu? Então compartilhe da nossa ideia e integre o ontem ao hoje numa só fotografia!

Polaroid Instagram concept camera

Momen #04 Abr 2015


Um show de arte até o último fio de cabelo: a obra de

RON MUECK

Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

Q

uem nunca caçou formigas com copos de vidro para observar detalhadamente suas características mais profundas, que atire a primeira pedra! Bom, se você atirou, pelo menos pode concordar que, muito provavelmente, a infância do artista Ron Mueck foi repleta de experiências que exigiam muito detalhismo e observação. Não entendeu? Vou explicar: Ron Mueck é o artista australiano responsável pela exposição que está deixando o mundo inteiro fascinado. Não há quem não fique bestificado com as esculturas deste cara! Filho de uma mãe que fazia bonecas de pano e de um pai extremamente perfeccionista que construía marionetes e brinquedos, Mueck sempre fez questão de expressar sua personalidade por meio de um detalhismo incomparável! Quem pôde visitar uma de suas exposições só não se confundiu com suas esculturas porque elas são em tamanho diferente do real (ou muito maior ou menor), ou seja, hiperrealistas. No entanto, você facilmente se perderá de boca aberta e olhos vidrados nas rugas, cabelos, barbas por fazer e lábios trincados desses corpos e rostos avulsos, espalhados pelo museu. Cada fio de cabelo é colocado um a um. Isso mesmo, um a um! Resina, fibra de vidro, silicone e argila são alguns dos materiais que ele utiliza para dar vida às esculturas que conquistaram o mundo inteiro. A exposição que veio ao Brasil, no Mam do Rio e na Pinacoteca de São Paulo, pesa mais de 7 toneladas e é avaliada em quase R$ 78 milhões! São homens, mulheres, casais, idosos, jovens, mães e seus rebentos, todos personagens de suas esculturas fantásticas e cheias de expressões de amor, carinho, tristeza, distância, sofrimento e reflexão. A perfeição dos seus traços está na imperfeição dos corpos gigantes construídos pelas mãos de Ron Mueck. A nudez é tão linda e a sensibilidade é tão grande, que os mais artistas irão até se emocionar com tanta expressão em uma exposição só!

Se por um lado eu me divertia com as formigas na minha infância, Mueck mergulhou na anatomia humana no seu mais puro sentido, procurando em cada minuto de seu processo introspectivo de criação uma nova maneira de representar a miudeza de um piscar de olhos que, em conjunto com tantas outras miudezas, transforma-se na maior grandeza hiperrealista de todos os tempos! É possível sentir o sangue correndo nas veias de suas obras. Impressionante, literalmente de perder o fôlego. E falando em perder, se você não conseguiu ver a exposição, vai ter que esperar na fila pela próxima oportunidade – talvez agora só em outro País. A exposição deixou a Pinacoteca no dia 22 de fevereiro, batendo recorde de público, com mais de 400 mil visitas! Se você conseguiu ir, conte-nos sobre sua experiência e sensações. Foram as mesmas que as nossas? E um viva à arte!

fotos: Cadu M Ferreira

Momen #04 Abr 2015


fotos: Cadu M Ferreira

Um show de arte até o último fio de cabelo: a obra de

RON MUECK

Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

Um show de arte até o último fio de cabelo: a obra de

RON MUECK

Momen #04 Abr 2015


13

o número da sorte para o seu pênis.

O

número 13 sempre foi polêmico. Começando pela sexta-feira, 13, que leva o imaginário cultural a um série de superstições macabras. Algumas outras pessoas chamam-no de número da sorte – porque o que vale mesmo é a crença da pessoa e não o que o senso comum diz ser certo ou errado. Hoje, o número 13 investe mais uma polêmica: o dos 13 centímetros de pau-padrão. É assim que chamo carinhosamente uma recente pesquisa britânica que, após analisar cerca de 15.500 homens, constatou que a média inglesa é de (um momento, estou pegando a minha régua aqui) meros 13 centímetros em ereção.

Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

13 o número da sorte para o seu pênis.

Tamanho normal? O que nos deixou estarrecidos não foi a medida “econômica” para os membros sexuais masculinos, e sim como ela chegou sendo divulgada aqui no Brasil. Veja bem: “Pesquisa britânica define tamanho normal do pênis”. Oi? É isso mesmo, vamos ler de novo, agora com a devida ênfase: “Pesquisa britânica DEFINE TAMANHO NORMAL do pênis” (fonte: Estadão). E tem mais, eles chegaram a uma média de 13x11cm quando a perspectiva é comprimento versus diâmetro (satisfazendo as mentes de quem já

está lembrando que a grossura pode ser até mais importante que o próprio comprimento do membro). O objetivo da pesquisa, na verdade, é o de fornecer dados para médicos que lidem com pacientes inseguros em relação ao tamanho do próprio pau pênis. Até mesmo porquê não é só no Brasil que sofremos, desde a infância, com a frequente expectativa de se chegar à idade em que seu pênis será maior que o do seu pai. Ainda que o famigerado Kid Bengala seja personagem fruto da criatividade brasileira, europeus, norte-americanos e até

mesmo os chineses podem sofrer socialmente em função desta questão, digamos... fútil?

Tamanho é documento ou falar disso é mera futilidade? Quando lançamos mão do argumento de que “tamanho não é documento” para defender nossas próprias “origens” e/ou características físicas (não apenas em relação ao pênis, mas também em relação à própria altura, por exemplo), podemos estar blindando n o s s a autoestima baseados n u m a insegurança pessoal. Infelizmente , por crescer ouvindo assuntos relacionados a sexo e ter c o m o representaçã o da figura masculina personagens com uma senhora “bengala” entrando em ação na hora H, garotos e adolescentes sentem-se frustrados com a própria forma e acabam se tornando homens inseguros no momento da performance sexual. Por isso, falar sobre o tamanho do “documento” não é mera futilidade, já que podemos, por meio do diálogo, esclarecer todos os mitos relacionados ao que pode ou não influenciar o seu desempenho na cama, bem como a satisfação sexual da(o) sua(seu) parceira(o). Momen #04 Abr 2015


13

por Letícia Flores

o número da sorte para o seu pênis.

Mito ou verdade?

O importante é gozar!

Muito já se foi discutido sobre a veracidade da importância do tamanho do pênis para a satisfação sexual do ser humano. No entanto, é impossível afirmar o que é relevante para cada indivíduo. Do mesmo jeito que o seu membro pode ser uma grande, grossa e poderosa ferramenta, você pode se relacionar com uma mulher que tenha o canal vaginal estreito e curto e, portanto, não curta tanto assim um tamanho extra G. Por outro lado, é importante levar-se em consideração as preferências do parceiro e é por isso que tamanho n un ca f o i documento. Se uma pessoa prefere o sexo oral ao vaginal ou anal, pode ser que um pau grande faça muita diferença no momento da sua própria performance – questão de ego, não é mesmo? Se a pessoa liga o seu prazer à dor, mesmo tendo um canal estreito ou preferir o sexo anal, quanto maior o tamanho, mais prazer ela terá. Se, por outro lado, a pessoa gosta mais das pré-eliminares, do contato físico com outras partes do corpo e até mesmo da masturbação, vale mais a frequência e sintonia dos seus dedos, boca, língua e saliva do que o próprio pênis em si, concorda? Por isso, se você não se considera um cara de “pênis normal”, fique tranquilo. O sexo é uma atividade que depende de toda a sintonia entre os participantes e o momento em si, não apenas das ferramentas que são utilizadas no ato. Se por outro lado, essa situação te afeta ao ponto de você se sentir inseguro e com a autoestima abalada – não importa se sua “anormalidade” seja pra menos ou pra mais, procure ajuda. Converse com quem você confia e, se o constrangimento for muito grande para você, fale com um(a) psicólogo(a).

Gozar a vida e ser feliz! É um mero clichê, mas que define a expectativa Momen em relação aos nossos leitores. Não nos importamos com o que é polêmico em si, e sim com que pode ajudar no seu autoconhecimento e saúde. Por isso, não esquente a cabeça (a de cima, claro). E caso tenha alguma dúvida ou comentário que possa agregar às nossas matérias, pergunte, fale; estamos aqui para te ouvir! Ah, e só para constar, o tamanho do pé não influencia em nada o tamanho do pênis, ok? (De acordo com a pesquisa citada nesta matéria).

Momen #04 Abr 2015


O canal do homem moderno INSPIRE-SE. INFORME-SE. SEJA MODERN MEN


por Letícia Flores

VIDA DE CONCURSEIRO UMA ROTINA QUE SÓ QUEM ESCOLHE ENTENDE.

P

assamos longos dez anos da nossa vida na escola entre os ensino Infantil, Fundamental e Médio. Ao fim deste percurso, temos algumas opções: cuidar do negócio da família, abrir seu próprio negócio, ir para o mercado de trabalho, fazer uma faculdade, entre outras opções. Muitos de nós, pelo menos a grande maioria da classe média, opta pela última opção (que geralmente é a sua primeira desde o primeiro ano da vida escolar). Destes que, enfim, terminam a graduação, alguns dão continuidade à rotina de estudos nos curso de pós-graduação ou, então, decidem traçar um caminho que, por muito tempo, pode se tornar uma rotina maçante em suas vidas: a vida de concurseiro. É claro que não são todos que chegam a cursar a

universidade, muitos escolhem prestar concursos logo que saem do Ensino Médio (ou até mesmo antes). Mas como nossos cursos de formação influenciam diretamente na nossa classificação, geralmente escolhe-se por pelo menos graduar-se. Feita, enfim, a escolha pelos concursos, começa a rotina incessante: cursinho preparatório, apostilas, noções de direito e informática, a maldita gramática e o cruel raciocínio lógico-matemático. São muitas – eu disse muitas – horas de estudo diárias. São finais de semana perdidos. São propostas de trabalho recusadas. É a pressão dos pais. É a pressão social. É a pressão de si mesmo e, algumas vezes, a dúvida: será que eu escolhi o caminho certo? Bom, optar por dedicar meses ou até mesmo anos da Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

sua vida para conquistar uma vaga no setor público precisa de uma análise estritamente pessoal. Além da tão sonhada estabilidade financeira, das carga horária reduzida, do status e da segurança, é preciso pensar sobre uma questão ainda mais íntima: você se vê trabalhando o resto da sua vida no cargo que está pleiteando por meio de um concurso público? Você se vê feliz assim? Seus esforços atuais valerão a pena ou você só está buscando conforto econômico para você e sua futura família? Sim, é preciso pensar muito. É preciso ser um pouco egoísta e pesar exatamente o que você realmente quer. Sabe por quê? Po r que pr o vavel men t e vo cê passará muito tempo dedicado às horas de estudo e se frustrará com o resultado de algumas provas. São anos de esforço, espera e rotina. Nesse meio tempo, além da sua própria dedicação, é preciso lidar com imprevistos emocionais e financeiros. Isso porque

VIDA DE CONCURSEIRO UMA ROTINA QUE SÓ QUEM ESCOLHE ENTENDE.

mais do que o dinheiro investido nos estudos, o seu precioso tempo estará passando e será preciso muita convicção para seguir em frente. Vida de concurseiro definitivamente não é fácil. Por outro lado, observa-se um perfil muito interessante das pessoas que optam por este Divulgação internet. objetivo de vida. Elas são determinadas, focadas e, mais cedo ou mais tarde, conseguem alcançar s u a m e t a . Tê m a coragem de abrir mão de um conforto no presente para conquistar, um pouco mais adiante, tudo aquilo que ela sonhou desde então e mais um pouco! Ser concurseiro é trabalhar o cérebro todos os dias dentro de uma rotina de horas de estudo diária que deve ser seguida à risca. Não, não é uma escolha fácil. É um período pelo qual se passa e nunca mais se esquece, baseado numa rotina que só quem vive entende. Para saber um pouco mais sobre o assunto e se divertir um pouco, acesse a página no Facebook “Vida de Concurseiro”.

Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores Publicado originalmente no LambidaCasual.com.br

Quando a tristeza bate. (Sugestão: ler ouvindo o álbum “Ventura”, LH)

Aconteceu comigo. - São seis e quinze. - Sério? - Sério. E aconteceu. O sol espreguiçava-se por trás das nuvens. Talvez trocasse de roupa. Ia rasgando as arestas recortadas de um céu sem azul. Eu também estava cinza. Ia passando um café quando o filtro de papel rasgou no meio e entornou meu pó. Desisti. “Deixa isso pra lá”. Deixei. Meu coração fazia caretas enquanto eu sorria. E iam acontecendo umas mentirinhas entre esses lábios ressecados pelo excesso de rancor. A amargura batia na boca do meu estômago e voltava. Parecia que eu tinha comido aquela merda daquele pó puro. Eu tava fodida. Enquanto tirava a calcinha, dei play naquela animada... qual é o nome mesmo? “I feel so close to you right now”. E coisa. E tal. Também era mentira.

Enrolei-me na toalha e meti logo de cara “A Outra”. Los Hermanos. É, eu tava fodida. A chuva começou e finalmente entendi: o sol tomava banho. Enquanto Camello dançava com outro par pra variar, eu sambava a dois por mim embaixo do chuveiro morno, amor. Bateu aquele preto e branco no meu olhar. Quase chorei. - São sete horas. - Já? - Já. Esfregava a bucha vegetal nos braços, nas pernas, nos seios, na cara. Enquanto eu quase chorava, um coração batucava fraco do lado de fora de mim, mas precisava disfarçar. Padecia de um vazio bobo e raso, criado à toa por mim. Carecia respirar. Antes carecia perder o ar. Prendi a respiração e nada chegava perto do que carecia. Emburreci, e ainda eram sete e dez de um dia “Black & White”.

Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

Quando a tristeza bate.

Publicado originalmente no LambidaCasual.com.br

“Caralho, mas que merda!”. E nenhum café forte pra salvar. Dei dois tapinhas na cara inchada de sono, sequei os membros de qualquer maneira e me enfiei no look mais básico do meu amontoado de roupas da semana. Enchi meus olhos de óculos de sol. Chovia. Ficou pra trás, no corredor das minhas veias atordoadas, a melodia angustiada de um cara estranho. E eu só queria um colo. Podia ir à puta que me pariu. Um cafuné. Seguido de um café bem quente pra queimar a língua e fazer arregalar os olhos; deixar-me ardendo o resto do dia pra esquecer das outras dores; perder o paladar; ter uma desculpa pra não beijar. É que a felicidade quando bate, explode. Estilhaça a gente desde a pré-eliminar. E, depois do gozo, a gente elimina. Se não prelimina, prevalece; permanece. E vai nos fazendo padecer de outros orgasmos. Nos mesmos organismos. Naquela desorganização. Depois do meio-dia, meus cabelos ainda estavam molhados. Os lábios ainda secos. Os ossos, em farrapos. Eu mendigava a alegria das pessoas, mas é foda sorrir de volta. Meu celular vibrou no bolso uma mensagem desconhecida: - Já são duas horas. - Mesmo? - Mesmo. - Vem me amar? - Hoje não. - Mas tô com saudade. Não ri. Deixei aquele verbo “amor” apodrecer na minha caixa de entrada. Eu não queria ser feliz assim. Não queria ser feliz. Porque se eu deixasse todo o peso daquele cinza sair das minhas costas, corria o risco até de voar. Flutuar. Zanzar pelo céu sem destino. E pra onde eu queria ir, não poderia. Nem todas as portas e braços e pernas se abriam para o meu sorriso; meu amor; minha saudade. É que a felicidade, quando bate, é atentado terrorista. E hoje eu não era mulher-bomba. Era sobrevivente de um campo de concentração chamado orgulho. Aconteceu comigo e eu quase chorei. E enquanto eu quase chorava, desenhava com meus lábios um coração em volta do seu umbigo gostoso. É que a tristeza quando bate, arrebenta. E eu tava mesmo fodida. Arrebentada. Acidentada. Engessada. Deixando o verão pra mais tarde porque assim tá bom, com o que sobrou. E quando te perguntarem de onde vem a calma daquela mulher, você vai correr a memória nas nossas conversas de botas batidas de quando éramos um par e responder, zeloso do nosso sofrimento bonito: “do lado de dentro”. Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

Happy Faceday to you! “Feliz aniversário” pelo Facebook – benefício ou estratégia?

D

entre as muitas funcionalidades que o Facebook nos oferece – tanto para perfis pessoais quanto para páginas de empresas e marcas – uma delas é o famoso lembrete de aniversário. Bastante tradicional, a prática de lembrar seus usuários por meio de um e-mail ou notificação já era praticada por outros aplicativos comuns, como o Outlook, por exemplo. No entanto, o Facebook tem inovado cada vez mais a fim de facilitar dia a dia o nosso exercício de simpatia com a máxima otimização do tempo. Para boa parte dos esquecidos (como eu, por exemplo), essa funcionalidade é muito prática e ajuda bastante, principalmente para pessoas que zelam pela sua imagem e seus relacionamentos e que, portanto, prezam pelo carinhoso lembrete de “Parabéns” na timeline do colega de Face. Outro benefício trazido por esta função é que as pequenas marcas podem aproveitar para criar campanhas de descontos e

reforçar sua presença no mercado por meio de uma singela mensagem montada em uma arte carinhosa. É uma ótima estratégia de negócios – mas não pode ser a única nem é viável para todos!

Todo mundo gosta? Sabemos que a grande maioria das pessoas mantêm – seja por vontade própria, seja por falta de conhecimento da ferramenta – a data do seu aniversário ali para todos os usuários da rede com quem têm “amizade”. No entanto, sabemos que boa parte dessa rede é geralmente composta por pessoas que não são tão próximas assim do nosso cotidiano e da nossa vida. De qualquer maneira, a polidez social sempre fala mais alto e, no dia do nosso tão querido aniversário boa parte desses contatos irão enviar uma mensagem padrão de felicitações pelo seu dia! Nenhum julgamento sobre isso, claro, mas... o que isso significa para você?

Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

É claro que ser lembrado é maravilhoso, mas salvo exceções de familiares e pessoas bem próximas, sabemos que o objetivo foi mudado em função da nova era tecnológica. Hoje, não agradecemos apenas pela “lembrança” ou pela boa memória da pessoa que te parabeniza, mas agradecemos principalmente pelo tempo dedicado para fazê-lo. Afinal de contas, tempo é dinheiro, não é mesmo? Acontece que nem todo mundo gosta. E é por isso que alguns usuários (como eu, de novo rs) simplesmente ocultam a sua data de aniversário no Facebook. E há vários motivos para isso:

Happy Faceday to you!

isso não pode ser uma maneira de testar os seus familiares e amigos próximos, pois se você tiver essa intenção, meu brother, pode ter certeza de que você sairá bem frustrado dessa experiência, afinal de contas, nós, seres humanos – diferentemente de máquinas e programas como o Facebook – somos fadados ao erro e, bem... você sabe, com o passar do tempo a memória falha mesmo! Então, se você não quer correr o risco de ser esquecido, mantenha seu aniversário lindo-leve-e-àvistadetodos! Depois não vá dizer que eu não avisei, hein!

- a pessoa pode simplesmente não gostar de receber parabéns (desta vez não é o meu caso, eu adoro!); - ele pode não conseguir trabalhar com a máxima atenção nesse dia tão especial d ev i d o à q u a n t i d a d e d e notificações ao longo da jornada; - ele não gosta de se expor; - ele ainda valoriza ligações pessoais nesse dia, bem como bilhetes escritos à mão e mensagens personalizadas, vindas daquelas pessoas que podem até errar o data do seu aniversário, mas nunca vão te deixar esquecer o quão importante você é em sua vida. Ainda há muitos outros motivos, mas apesar da praticidade proporcionada pela rede interativa, cabe a nós mesmos compreender o que cada mensagem de parabéns significa para nós. Eu, pessoalmente, acredito que nós temos tantas obrigações ao longo do ano que desejar feliz aniversário não precisa ser mais uma delas. Também não sou o tipo de pessoa que se magoa caso alguém não se lembre da data – o dia é o de menos, o dia-a-dia é o que conta! No entanto, se você é bastante apegado a datas, melhor não ocultá-la do seu perfil. Sim, porque fazer

Faça um teste: No mês do seu aniversário delete sua data de nascimento.

Momen #04 Abr 2015


Não saí do verbo

“to be”. E aí? Veja porque o inglês pode estar fazendo (muita) falta na sua vida!

A

teacher já te avisava lá na época da escola, quando o Inglês ainda era matéria extracurricular: “um dia você vai lembrar de mim”. Acontece que, infelizmente, para muitos de nós, essa lembrança vem com um gosto bem amargo junto ao pensamento “putz, por que eu não aproveitei a oportunidade de aprender inglês antes?”. Mas, fique calmo, dessa vez a responsabilidade não é só sua! Sabemos que os professores de inglês da escola tradicional brasileira correm contra o tempo para conseguirem algum avanço com suas turmas – muitas vezes – descompromissadas e quando conseguiam algum resultado, lá vinha o próximo ano, com novos alunos que não estavam no mesmo nível que a turma do ano anterior. E tudo se repetia por mais um ano; o admirável verbo “to be”. E se você era daqueles que achava que a aula de inglês era aquela perfeita para tirar um cochilo e nem se ligava em aprender algo com as músicas, filmes e até com os games, você já sentiu na pele o que é ficar para trás num mercado de trabalho desesperador e extremamente exigente como é o nosso, não é mesmo? De repente você vê aquela oportunidade de emprego dos sonhos ir por água abaixo simplesmente porque você não tem o prérequisito mínimo que é: falar inglês! Pode isso, Arnaldo? Pode, pode sim!

Viva o intercâmbio! Uma das maneiras que vem sendo muito utilizada tanto por adolescentes como por adultos é realizar intercâmbios de estudos, trabalho e até mesmo passeio no exterior para aprender ou melhorar o seu nível de inglês. Na verdade, qualquer língua estrangeira torna-se parte integral do seu dia-a-dia quando você é obrigado a se comunicar só – e somente só – por meio dela. Viver um tempo num país de língua inglesa é um desafio diário. É superar o “Nice to meet you too!”, descobrir novas palavras, expressões e, principalmente uma nova cultura. E se você ainda pretender voltar depois disso tudo, seu currículo estará recheado de experiências fantásticas!

Recuperando o tempo perdido. Pra quem ainda não tem tempo nem coragem para a aventura do intercâmbio, a pedida é recuperar o tempo perdido por aqui mesmo. Atualmente, além das aulas on-line que são a nova sensação do momento, Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

Não saí do verbo

“to be”. E aí? Veja porque o inglês pode estar fazendo (muita) falta na sua vida!

muitas escolas de idiomas estão voltadas para atender ao público adulto. Isso mesmo, escolas especializadas em resgatar você e todos os seus traumas da idade escolar e jogar todo seu preconceito pela janela. Assim como você (e eu, que estou voltando a estudar inglês agora, aos 25 anos), muitos adultos já inseridos no mercado de trabalho buscam pela melhora do seu idioma e até mesmo procuram novos idiomas para aprender, como francês, espanhol, italiano, alemão e até mesmo o mandarim! O mundo dos negócios, como já foi dito, está cada vez mais exigente e ter um idioma a mais no currículo é sempre positivo. Mas o mais importante disso tudo são as novidades que você aprende. Poder conhecer novas culturas por meio das

Não tenho grana. E agora? Muita calma nessa hora. Sabemos que somos nós os maiores pagantes da conta do tempo perdido entre um professor de inglês e outro do colégio. Mas se você não tem condições financeiras para bancar um intercâmbio ou um novo curso de inglês, não se desespere. Há inúmeros aplicativos por aí que ajudam a gente pra caramba! Babbel, Duolingo, Rosetta Stone, How To Say, Na Ponta da Língua (este é brasileiro, hein, vamos prestigiar!), entre outros. É só pesquisar. A maioria deles é compatível com Android e ioS; ou seja, você não precisa nem sair de casa e nem ligar o computador para aprender um novo idioma ou exercitar o seu inglês. Parece que acabaram as desculpas, né parceiro? B o m, en t ão #PartiuPraticar! Porque aqui a gente não incentiva só a prática de exercícios físicos, a gente apoia o exercício da mente também!

línguas estrangeiras e perceber o quanto é capaz de falar e pensar diferente é mágico. Um estudo realizado na University of Wisconsin-Milwaukee, nos Estados Unidos afirma até que para cada idioma aprendido (e exercitado), ativamos uma espécie de 'nova' personalidade. Ou seja, além de descobrirmos novas p e s s o a s n o e x t e r i o r, d e s c o b r i m o s n o v a s personalidades no nosso próprio interior. Não é o máximo? Além disso, aprender um novo idioma é uma forma muito eficaz de se prevenir contra doenças que afetam a memória e também uma maneira muito carinhosa de refazer ligações familiares, como os brasileiros que estudam espanhol ou italiano a fim de reconhecer palavras e expressões ditas por seus avós, no passado.

Be a Modern Men like us ;)

Momen #04 Abr 2015


Os Brasis de Tarsila: da deformidade das telas para os destroรงos reais.

Obra: Sol poente, 1929


Os Brasis de Tarsila: da deformidade das telas para os destroços reais.

por Letícia Flores

B

rasilidade, deformidade, sociedade. Este é um misto de adjetivos frutos das nossas reações ao nos deparamos com obras de Tarsila do Amaral, a brasileira que não conquistou apenas o coração de Oswald de Andrade, mas também os modernistas, Anita Malfatti e até Pablo Picasso! Referência de identidade da arte brasileira, a pintora aproveitou o ensejo de ruptura da Semana de Arte Moderna de 1922, para apresentar ao Brasil uma arte carregada de personalidade, cores, formas e, principalmente, reflexão social. É muito fácil admirar suas obras imaginando a paixão com que elas foram criadas. Do “Morro da CARTÃO-POSTAL, 1929 Favela” (1924) ao “Abaporu” (1928), Tarsila fez jus ao p i n cel que empunhara por tantos anos com maestria e não pensou duas vezes antes de trançar sua história à história de seu País por meio da arte!

Tarsila e o ontem Tarsila já é história. É personagem. Ela é uma entidade que passeia pelos museus paulistanos, pelos teatros municipais e pelos corredores da Semana de 1922 (que só precisou de três dias para se tornar imortal). Conhecida mundialmente pela sua obra mais famosa, o Abaporu, Tarsila ganhou o mundo com sua sede de conhecimento. Viajou a Paris, onde conheceu Picasso, mas foi pela influência do italiano Menotti Del Picchia e da também conhecida Anita Malfatti que a artista encontrou-se. Encontrou-se a si, a sua arte e a um de seus amores, o fascinante e destruidor Oswald de Andrade. Suas obras cheias de cores vivas e formas surrealistas preencheram a história nacional com temas sociais sob influência do cubismo. Telas como “Operários” (1933), “Antropofagia” (1929) e “Morro da Favela” (1924), ganharam vida e são, até hoje, parte do retrato de uma trajetória sofrida, suada e nem sempre reconhecida do povo brasileiro. Sua arte é tão profunda que transcende as décadas e, até hoje, tem o poder de representar a nossa sociedade de uma maneira tão sublime e singular que só mesmo uma mulher brasileira poderia expressar!

RETRATO DE OSWALD DE ANDRADE, 1922

A FAMÍLIA, 1924

Tarsila e o amanhã Apesar de ter passado alguns anos fora estudando, Tarsila nasceu, amou, criou e morreu no Brasil, deixando um legado colorido e deformado de uma sociedade igualmente colorida, deformada e distorcida, cujos valores confundem-se entre o luxo da elite e a miséria do povo, sustentado por uma maioria maçante de “meios-termos” que sustentam – ao “jeitinho brasileiro” – nossa máscara de país das favelas, dos morros, das selvas e do futebol. No entanto, para um artista do gabarito de Tarsila, morrer é apenas o começo. Além dos livros de Literatura nas escolas, ela preenche o imaginário de fãs e admiradores da sua arte por meio das representações feitas tanto no cinema quanto na TV, como no filme “Eternamente Pagu”, de 1987 e as minisséries brasileiras “Um Só Coração” (2004) e “JK” (2006). Deixou como legado um “currículo” com mais de 80 obras, pintadas de 1921 a 1970 (três anos antes de sua morte), espalhadas por museus no mundo inteiro. O Aboporu, seu filho prodígio, é avaliado hoje em cerca de US$ 1,5 milhão. (E você aí pensando que o valor era só histórico, né?) ABAPORU, 1928

É uma pena que preços tão chamativos estimulem ações criminosas como roubos e a lavagem de dinheiro em diversos países. Acho que Tarsila não ia aprovar nem um pouquinho o caráter de certos “empresários”. Momen #04 Abr 2015


Para sempre Alice por Fernando Aguzzoli

F

inalmente fui ver o filme que rendeu o Oscar de melhor atriz a Julianne Moore, “Ainda Alice”, que conta a história de uma professora de linguística que descobre um caso raro de Alzheimer precoce e genético. Seu avanço é agressivo e a possibilidade de ter passado o gene responsável por essa mutação aos filhos é de 50/50. Ou seja: pura aflição! O filme retrata uma pessoa lutando contra aquilo que homem algum conseguiu dominar: o tempo. Há muito tentamos atrasa-lo e outras mágicas impossíveis de acreditar, mas o máximo que conseguimos foram os relógios, assim podemos acompanha-lo passar junto com a vida e seus desafios. Alice enfrenta o tempo com a certeza de que dali pra frente ela viria a – progressivamente – esquecer das coisas que mais importam na vida: lembranças do casamento, dos filhos, dos netos, para que servem os objetos, as funções do corpo e outras reações que surgem com o Alzheimer. Moacyr Scliar um dia disse: Esquecimento é quando a gente não sabe onde colocou a chave do carro. Alzheimer é quando a gente encontra a chave, mas não sabe para que serve. O tempo que trava uma batalha feroz contra a

identidade do ser passa a se perder...se confundir e não fazer mais sentido. Infelizmente senti falta de uma participação mais ativa dos familiares, muito embora o filme proponha como protagonista Alice e seus dilemas filosóficos depois do diagnóstico, seria interessante aprofundar também a participação da família.

Em um diálogo entre marido – representado por Alec Baldwin – e mulher, ele diz: “Você era uma das pessoas mais inteligentes que eu já conheci!” e ela responde “Dizem que eu era”, essa colocação aparece como fechamento positivo do diálogo precedido, enquanto eu encaro isso com grande tristeza. Ali, tanto ele quanto ela separavam Alice antes e depois da doença, colocando as qualidades em uma caixa guardada para a mulher inteligente que ela teria sido, e separando Momen #04 Abr 2015


por Fernando Aguzzoli

isso da mulher frágil e doente que hoje ela seria. Nunca distingui a avó que tive antes do Alzheimer da avó que tive depois. Se existiam diferenças? Gritantes! Mas ainda assim, não há o que pague ser tratado com dignidade, muito além de nossas limitações ou do título de uma doença, mas como a pessoa que somos e seremos até o último segundo, mesmo resquícios. Embora essa passagem seja muito bem romanceada e traga – junto com a infalível trilha sonora – emoções de arrancar lágrimas do mais macho da sala, não encaro com muita alegria o rumo que alguns diálogos tomam no filme. De qualquer forma, o filme vale muito a pena por diversas reflexões que proporciona e por nos questionarmos até onde iríamos? Sobre Julianne Moore, o filme vale por cada segundo de atuação, não é à toa que a atriz levou pra casa o Oscar de melhor atriz, o Globo de Ouro, o SAG, o Broadcast Film Critics Association Awards, o Bafta, o Critics Choice Awards, o Hollywood Film Awards, o Gotham Independent Film Awards, o Independent Spirit Awards, o national Board of Review, o Satellite Awards e outros tantos prêmios da temporada! As atrizes que recusaram o papel (Nicole Kidman, Sandra Bullock, Julia Roberts, Michelle Pfeiffer e Diane Lane) devem estar se revirando! A postura, o olhar e a reação da atriz, que apresenta de

Para sempre Alice

forma muito fiel a degradação do corpo humano vítima da demência, são apresentados com toda sutileza que as fases carregam entre si. Uma atuação completamente visceral que transparece todos os conflitos representados nos estágios da doença. O filme dos diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland é inspirado na obra 'Still Alice' da escritora Lisa Genova. Vale o ingresso e vai render boas emoções e reflexões, mas não é tudo aquilo que eu imaginava!

Momen #04 Abr 2015


CrossFit:

do exĂŠrcito para as academias Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

CrossFit: do exército para as academias

E

star em forma é a palavra de ordem da atualidade. Mas para quem está cansado do tradicional circuito entre os aparelhos de ginástica da academia convencional, os criativos trazem inúmeras outras possibilidades. Para fazer a escolha entre cada uma delas é preciso identificar-se com a prática esportiva e, no caso do CrossFit, o que importa não é a idade ou o seu tipo físico, mas sim sua vontade de entrar de cabeça em um programa de treinamento de força e condicionamento baseado nas atividades praticadas por várias academias de polícia e até mesmo pelo exército americano. Parece coisa de louco, né? E é. De louco para otimizar suas capacidades, como a coordenação, agilidade, equilíbrio, força, flexibilidade, potência, velocidade, precisão, resistência muscular e cardiorrespiratória. Exatamente por conta dessa amplitude de otimização é que o CrossFit não é uma prática especializada em algum tipo de exercício ou capacidade. Na busca por resultados em todas as capacidades físicas do praticante, ela acaba por ser bastante diversificada e atrair todos os tipos de atletas – profissionais ou amadores – que, ao entrar no ritmo, acabam por se “viciar” na rotina acelerada do CrossFit. Photo Courtesy Staff Sgt. Christen Wagner

Mas quais são essas atividades, então? Bom, os crossfitters são submetidos a treinos de pedaladas, corridas, natação e, dependendo do local onde se pratica, até mesmo de remo! Além disso, os atletas são imersos em uma rotina de circuitos que

envolvem a realização de exercícios que não necessariamente dependam de algum aparelho ou peso, mas que também podem incluí-los. No entanto, o CrossFit não é uma atividade tão simples que possa ser praticada logo de cara sozinho. É preciso conhecimento e o acompanhamento de um profissional que entenda suas necessidades, respeite seus limites, avançando de acordo com a sua evolução, e que invista em exercícios que possam proporcionar a qualidade da prática, apesar do esforço físico realizado. Qualquer atividade física, por mais simples que pareça, se praticada sem esse apoio pode trazer riscos à saúde. Portanto, antes de sair por aí correndo like a boss, consulte seu médico, faça os exames periódicos e procure uma academia com profissionais que estejam dispostos a acompanhar o seu desenvolvimento. Feito tudo de maneira correta, o próximo passo do atleta que “se meter” nessa prática totalmente inovadora de se manter em forma e com as faculdades físicas e mentais equilibradas, é focar em uma dieta que favoreça a sua evolução treino a treino, pois apesar de a palavra de ordem ser “a boa forma física”, a qualidade de vida está sempre em primeiro lugar.

O que diferencia um crossfitter dos demais atletas? Por realizar uma série de atividades que exigem mais da sua resistência física e psicológica, um crossfitter tem a capacidade de praticar mais atividades por mais tempo no seu dia-a-dia, seja essa atividade uma pelada com os amigos, carregar os filhos no colo, levar as compras no carro, subir as escadas para trocar uma telha quebrada e até mesmo a atividade sexual com sua parceira. Além do mais, qualquer um pode ser um crossfitter. Como já dissemos, não há diferença entre idade ou tipo físico do atleta que esteja disposto a começar. Os treinos são amplificados para que a adaptação seja maior desde aos praticantes mais novos como aos idosos. O que muda de uma pessoa para outra é a carga de intensidade, mas todos participam do mesmo programa. Essa inclusão permite que todos se sintam parte do grupo e, consequentemente, capazes de evoluir cada dia mais. Momen #04 Abr 2015


por Letícia Flores

CrossFit: do exército para as academias

A partir do primeiro programa, o atleta já sente a diferença de suas capacidades por meio de movimentos funcionais e variados que, ao ser praticados em alta intensidade, proporcionam uma evolução mais rápida e visível.

um, bem como por meio de pesos olímpicos, manipulação de objetos externos, bolas, corridas, pulos, remadas, pedaladas, flexões, escaladas, enfim... tudo depende da criatividade do profissional que irá mediar as atividades e os objetos que estarão à disposição do grupo.

fattonybmx.com

Por que o condicionamento físico é tão importante?

O que são os movimentos funcionais? É interessante lembrarmos que funcional é tudo aquilo que encontra uma utilidade no seu cotidiano. Os movimentos funcionais são a mesma c o i s a . Po r m e i o d o programa você exerce movimentos que fazem parte da sua rotina cotidiana, mesmo que você não perceba. O subir e descer de escadas, o agachar para pegar coisas no chão, o lavar de louças, fattonybmx.com o bater do martelo e até o sentar e levantar da cadeira do escritório.

Mais do que a boa forma, o condicionamento físico está diretamente ligado à saúde e bem estar. Ele permite que todas as suas atividades funcionais cotidianas sejam praticadas com máxima excelência, ou seja, um bom condicionamento físico melhora não só a aparência do seu corpo, como também sua respiração, sua resistência em manter-se caminhando ou correndo, o equilíbrio em qualquer atividade que o exija, bem como a precisão e agilidade na prática de algum exercício físico. Existem vários conceitos que definem o que é ter um bom condicionamento físico, mas, basicamente, é você superar suas dificuldades rotineiras percebendo sua própria evolução e tornando suas capacidades uma maneira de melhorar sua qualidade de vida! A grande mágica do CrossFit, afinal, é permitir a mistura de diversos exercícios com criatividade e paixão, resultando em melhorias infinitas para o praticante: desde a própria forma física, autoestima, qualidade de vida e saúde. Então, se você também já está cansado de ficar contando os minutos para acabar cada exercício repetitivo na academia, junte-se a um grupo de crossfitter e comece hoje mesmo uma nova relação de amor e superação com seu próprio organismo!

Partiu praticar?

Todo programa é igual? Cada centro especializado em Crossfit pode montar o seu programa de acordo com o perfil de cada grupo. Mesmo que a intensidade seja a variável e os exercícios sejam iguais para todo mundo, o que atrai os alunos para o programa é exatamente sua capacidade de variar suas atividades de modo a trabalhar sua resistência ao mesmo tempo em que diverte e realiza o praticante. Por isso, os movimentos funcionais podem ser trabalhados com a própria força corpórea de cada Momen #04 Abr 2015


SEJA MOMEN EM TODOS OS LUGARES

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por Adriana Calixto e Denise Millan, consultoras da Life Organized

Mora sozinho? Confira seis dicas para aprender organizar sua residência!

M

orar sozinho tem lá as suas vantagens, mas também não é uma tarefa fácil, já que não existem outras pessoas com quem dividir as tarefas. Por isso, a organização da casa depende exclusivamente de você. Mas não se preocupe: é possível viver muito bem sob essa condição, desde que você tire um tempinho para cumprir todas as funções domésticas. Pensando nisso, conversamos com as organizadoras profissionais Adriana Calixto e Denise Millan da Life Organized (lifeorganized.com.br), que dão 06 dicas valiosas para quem mora sozinho e deseja organizar melhor a sua residência. Confira!

1. Arrume a cama - Sabemos que arrumar a cama ao acordar é uma das tarefas que mais inspiram preguiça. Mas pense: são apenas 3 minutos para que você cumpra essa função. Organize o seu tempo e arrume a cama todos os dias pela manhã. Isso aumenta a sua

sensação de bem-estar para o restante do dia.

2. Cuide das suas roupas - Para não acumular roupas sujas e ser pego desprevenido sem ter o que vestir, separe um dia na semana para lavá-las. Invista em uma máquina de lavar, existem modelos que lavam e secam o que facilita muito. Se você não sabe manusear o ferro de passar, opte pelo steamer, aquele aparelho próprio p a r a desamarrotar as roupas e que funciona por meio de vapor. Ele é muito mais prático e uma ótima opção para quem mora sozinho e busca praticidade.

3.

Tenha

muitos armários e prateleiras - Nunca é demais investir em armários e prateleiras. Eles ajudam a organizar e a dividir os seus pertences. É bom ter um armário na área de serviço para os produtos de limpeza, na cozinha para os utensílios e mantimentos, no quarto para as roupas, sapatos, roupas de cama e objetos pessoais e no banheiro para os itens de higiene. Para evitar que os objetos fiquem espalhados no chão ou em cima de mesas e cadeiras sempre que tirar algo de lugar coloque de volta no lugar de origem.

Momen #04 Abr 2015


por Adriana Calixto e Denise Millan, consultoras da Life Organized

Mora sozinho? Confira seis dicas para aprender organizar sua residência!

4. Não acumule a louça – É muito importante que a louça seja lavada todos os dias. Criar essa rotina evita que você tenha aquela preguiça no final da semana ao se deparar com uma pia lotada. Outra dica é que você tenha, além do fogão, um micro-ondas para esquentar a comida, já que quanto menos panelas você sujar, menos louças terá para lavar. Praticidade é um dos conselhos mais válidos na hora de morar sozinho.

5. Organize suas compras – Para não ficar sem ter o que comer, você tem duas opções: fazer compras periodicamente – você decide se semanal ou quinzenal -, ou sempre voltar pra casa com uma comidinha mais fresca: pães, frutas, laticínios e o que mais desejar. O importante é nunca deixar faltar os itens de primeira necessidade. Para isso mantenha uma lista com o que falta na sua despensa.

6. Limpeza – Você pode contratar uma profissional ou uma empresa para fazer a limpeza uma vez por semana ou então quinzenalmente.Mas, se não for viável, não se preocupe, é possível se organizar. Uma boa dica para não se sobrecarregar é limpar os cômodos “secos” (quartos e sala) em um dia da semana, e os cômodos “molhados” (cozinha e b a n h e i r o) e m o u t r o d i a . O t r a b a l h o s e r á recompensado quando você ver o resultado da casa limpa e organizada.

Momen #04 Abr 2015


8 Negócio 16 Julio 20 falta 21 empresario 22 Cerveja 24 Tatuagem 25 Carro 28 Jeans 30 Elzheimer 34 homens cozinha Sua38identidade glúten

é você quem faz.

40 comer emagrece 43 protestam 44 Fernando 48 indica 50 App 52 Vinicius 56 vinhos 58 fotógrafo 60 pele 62 homens românticos 63Pilates

Inspire-se Informe-se Seja modern men


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