TCC

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MONISE SICHIERI

ANTEPROJETO DE ARQUITETURA MORADIA UNIVERSITÁRIA

Trabalho nal de curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda, para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de Arquiteta e Urbanista, em 2016, sob orientação do professor Onésimo Carvalho de Lima.

RIBEIRÃO PRETO 2016


Agradecimentos: Agradeço primeiramente a Deus pоr tеr mе dado saúde е força pаrа superar а todas as diculdades que atravessaram meu caminho. Ao Centro Universitário Moura Lacerda, sеυ corpo docente, direção е administração qυе abriram suas portas para que me sentisse em casa e vislumbrasse υm horizonte superior, onde depositei toda minha conança nо mérito е ética aqui presentes. Ao mеυ orientador Onésimo C. de Lima, pelo incansável emprenho e paciencia dedicado à elaboração deste trabalho. Mеυ pai qυе apesar dе todas аs diculdades mе fortaleceu е qυе pаrа mіm foi muito importante e minha mãe, heroína qυе mе dеυ apoio, incentivo nаs horas difíceis, de desânimo е cansaço, minha irmã minha eterna companheira. A todos qυе direta оυ indiretamente zeram parte dа minha formação, о mеυ muito obrigado


Resumo: O déct habitacional no meio universitário é um grande problema na cidade de Ribeirão Preto. Altos preços, diculdades de locomoção, moradias adapatadas e super lotadas são alguns problemas que os estudantes universitários enfrentam. Este trabalho tem como objetivo diminuir a falta de moradia dos estudantes da Universidade de São Paulo na cidade, tendo como principal conceito a Flexibilidade na moradia, fazendo com que os dormitórios se adáptem às necessidades de cada usuário e possibilitar interações sociais e facilidades na vida do estudante.


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INTRODUÇÃO

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SÍNTESE TEÓRICA 2.1 AS MORADIAS ESTUDANTIS 2.1.1 O papel social da moradia estudantil 2.2 FLEXIBILIDADE NA ARQUITETURA

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CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO 3.1 LOCALIZAÇÃO 3.2 ENTORNO 3.3 TERRENO 3.4 LEGISLAÇÃO 3.4.1 Recuos 3.4.2 Orientação e ventilação 3.4.3 Programa de necessidades 3.4.4 População

9 9 10 10 11 11 12 12 12

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS 4.1 Casa Brasil, Cidade Universitária de Paris – Lucio Costa. 4.2 Pavilhão Suíço, CIDADE UNIVERSITÁRIA DE PARIS - Le Corbusier 4.3 Alojamento estudantil ciudad del saber, Panamá - SIC arquitetura 4.4 Cité a docks student housing, França - Cattani Architects 4.5 Dream Hostel, Finlândia Estúdio Puisto

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JUSTIFICATIVA

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O projeto 6.1 Estrutura 6.2 Transporte 6.3 montagem 6.4 blocos 6.5 térreo 6.6 1º e 2º pavimentos 6.3 implantação/cobertura 6.4 Cortes 6.5 Perspectivas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como proposta a elaboração de anteprojeto arquitetônico de edifício destinado a estudantes da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. A intenção do projeto surgiu para diminuir um crescente décit de vagas de moradias universitárias, devido um maior número de alunos que ingressam no ensino superior a cada ano ESTADÃO (2015). Mesmo com o péssimo sistema de ensino da rede pública brasileira, muitos alunos, através de determinados programas do Governo Federal, como Sistema de Seleção Unicada - SISU, por exemplo, conseguem vagas em universidades públicas ou particulares. Algumas dessas faculdades cam longe de suas cidades natais e, para conseguir estudar, esses jovens precisam sair de suas casas. Esse quadro tem aumentado o número de universitários matriculados e agravado o problema da falta de moradias estudantis. Algumas instituições de ensino superior oferecem moradias estudantis, mas em pequeno número e assim não atendem toda a demanda o que faz com que a maioria de seus estudantes sejam obrigados a pagar alugueis. Muitos alunos, não podem arcar com esse custo e então deixam de estudar. De acordo com COSTA, Gerson C.O. (não datado, p.8): As moradias estudantis desempenham um papel fundamental na formação social e política dos estudantes, possibilitam aos moradores o convívio pacíco e harmonioso com uma gama de indivíduos dos mais diversos e variáveis pers/posicionamentos políticos; pessoas com histórias de vidas completamente distintas e oriundas de contextos sociais diversos que, convivendo coletivamente, estabelecem um ambiente heterogêneo, do ponto de vista sociológico, e fundamental para uma formação pessoal diferenciada para os estudantes.

De acordo com COSTA, Gerson C.O. (não datado, p.8): As moradias estudantis, entendidas como um equipamento coletivo de moradia exercem a potencialidade de promover uma coesão social que deveria ser, a priori, uma responsabilidade do poder público, através do traçado urbanístico da cidade. Por conta da própria conguração urbanística da cidade de produzir efeitos deletérios, no que diz respeito às práticas sociais no ambiente urbanístico, as moradias estudantis acabam assumindo, ainda que em uma pequena dimensão, a tarefa de promover uma coesão social entre os estudantes que são residentes.

5 Segundo artigo do Estadão Educação “criado em 1986, o primeiro conjunto residencial do campus da USP em Ribeirão Preto atende 160 estudantes em quartos duplos.” Em 2011, foram criados mais dois prédios de apartamentos, sendo que o número de alunos atendidos por eles é de aproximadamente 250 alunos. Porém este é um número ainda muito pequeno diante do alto número de estudantes que ingressam na universidade que é aproximado de 1.300 alunos todos os anos. Segundo o artigo do site do ESTADÃO (2015): Passa de 10 mil, o número de alunos da graduação e da pós-graduação em Ribeirão Preto. Somente este ano (2015) vão ingressar 1,3 mil estudantes aprovados no vestibular da FUVEST.

Diante destes números, percebemos o quanto é grande o número de aprovados na universidade. Além disso, segundo o ranking do site www.custodevida.com.br, Ribeirão Preto é a 9ª cidade com maior custo de vida do Brasil, cando a frente de capitais como Recife e Belo Horizonte. Com todas essas informações, surge o interesse de projetar uma moradia para estudantes da única universidade pública da cidade. A USP, uma das mais importantes do país. O projeto proporá moradias com espaços exíveis, aumentar o número habitações para alunos de outras cidades e que alunos mais carentes não precisem abrir mão de sua vaga na universidade diante do alto custo de vida de Ribeirão Preto. Os espaços exíveis vêm sendo cada vez mais aplicados em projetos arquitetônicos, proporcionando uma melhor dinâmica das atividades no espaço construído, que pode ser modicado e ser adaptado conforme as necessidades dos usuários. Segundo Finkelstein (2009, p.13) “A possibilidade de mudar, modicar, adaptar novos usos, sempre foi preocupação e um objetivo da arquitetura de prédios”. No Dicionário, a palavra exibilidade é denida como: 1. Qualidade de exível. 2. Elasticidade, destreza, agilidade, exão, [...] 3. Facilidade de ser manejado; maleabilidade. 4. Aptidão para variadas coisas, [...]

Diante dessa denição, entendemos que algo exível é algo maleável e de fácil manejo e modicação, que proporciona diversas aplicabilidades e possibilidades de uso. Na arquitetura não é diferente, com a utilização da arquitetura exível, obtém-se polivalência de uso. Tratando-se de um conjunto de moradias para estudantes, uma vez que o projeto se dê por espaços exíveis, o conjunto pode abrigar diferentes usuários, fazendo com que o espaço se adapte ao morador, resultando em espaços mais confortáveis e com maior liberdade para os estudantes.


Segundo Silva e Eloy (2012, p.192): A necessidade de mobilidade e as constantes alterações pelas quais a nossa vida passa, criam um conjunto de necessidades e atividades dos indivíduos, que são razões para a necessidade de adaptabilidade e exibilidade dos espaços construídos, nomeadamente da habitação.

Com isso, conclui-se que o objetivo nal do trabalho, é projetar uma moradia estudantil, em que os espaços exíveis façam que o projeto resolva as questões de conforto, integração e habitabilidade do universitário. O trabalho foi dividido em quatro partes, Sendo: Fundamentos teóricos: sínteses de bibliograa estudada para melhor compreensão do tema, conhecendo problemáticas e melhores soluções. Leituras projetuais: análises de projetos que podem ajudar na denição dos conceitos e partidos arquitetônicos a serem adotados para o projeto. Considerações para o projeto: análises de condicionantes como a localização, elaboração de um levantamento do terreno, conhecimento da legislação pertinente ao local e seu entorno, além de uma elaboração programa de necessidades. Anteprojeto arquitetônico: apresentação da proposta inicial da moradia estudantil para os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, que supra todas as necessidades dos futuros usuários.

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SÍNTESE TEÓRICA

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A fundamentação teórica deste trabalho será embasada em pesquisas de artigos e assuntos em geral que, possam auxiliar no desenvolvimento do trabalho com relação ao tema que está sendo proposto, e ao projeto de arquitetura que será desenvolvido. Entre as referências escolhidas para nortear a elaboração do trabalho é a dissertação de mestrado da autora Cristiane Wainberg Finkelstein, intitulada de “Flexibilidade na Arquitetura Residencial- um estudo sobre o conceito e sua aplicação” a qual vem sendo utilizada desde o início deste trabalho, por apresentar forte relevância para o tema. Esta referência foi escolhida como uma das principais pelo fato de que a autora proporciona em sua discussão uma visão geral e completa do termo exibilidade, e a forma como ela pode ser aplicada em habitações. 2.1

AS MORADIAS ESTUDANTIS

No estudo da história brasileira indicam que, uma das primeiras moradias estudantis (im.01), é datada entre as décadas de 1850 e 1860, na cidade histórica de Ouro Preto. Onde nessa época surgia a Escola de Minas de Ouro Preto (hoje vinculada à Universidade Federal de Ouro Preto). Por ser uma instituição de alta qualicação, em pouco tempo, vários estudantes migraram para a cidade, e isso motivou a implantação das moradias estudantis. Essas moradias abrigaram os estudantes de outras cidades, possibilitavam a divisão das despesas e consequentemente reduziram os custos mensais dos estudantes. Brandli (2004), sempre houve uma grande tendência dos estudantes moravam em áreas especícas, próximo as faculdades onde estão matriculados, para minimizar os custos e tempo de deslocamento. Os centros das cidades áreas que apresentavam grandes atrativos devido à facilidade de acesso. Com o passar do tempo, houve um afastamento das universidades dos centros das cidades mudando para as zonas periféricas. Na década de 1930 com a expansão das universidades pelo país com o governo Getúlio Vargas, foram criadas as chamadas “cidades universitárias” para abrigar os estudantes e professores dessas novas universidades. (SCHUH, 2015) Ainda segundo Schuc (2015), hoje as 55 universidades federais do país tem dormitórios ou residências estudantis. Algumas delas como é o caso da UNESP de São Paulo disponibilizam para seus estudantes uma bolsa auxílio moradia para custear além do aluguel, outros custos de moradia como água, energia, gás entre outros. Outro caso que acontece hoje é das univerFigura 1 - Moradia estudantil de Ouro Preto, MG sidades católicas, que mantem casas estudantis. (Fonte: http://www.ouropreto.com.br)


Segundo a UNE (União Nacional de Estudantes) (2014) o Brasil ainda deixa muito a desejar com relação ao número de vagas, em relação a países estrangeiros. Além do décit de vagas, essas moradias apresentam problemas, a maioria dessas moradias são imóveis adaptados para esse m. 2.1.1 O papel social da moradia estudantil Segundo Costa e Oliveira (2015, p.8): As moradias estudantis desempenham um papel fundamental na formação social e política dos estudantes, pois muito mais do que um imóvel utilizado como moradia pelos estudantes, possibilitam aos moradores o convívio pacíco e harmonioso com uma gama de indivíduos dos mais diversos e variáveis pers/posicionamentos políticos; pessoas com histórias de vidas completamente distintas e oriundas de contextos sociais e diversos que, convivendo coletivamente, estabelecem um ambiente heterogêneo, do ponto de vista sociológico, e fundamental para a formação pessoal diferenciada para os estudantes.

Portanto a moradia estudantil é um componente social de fundamental importância na vida universitária, pois não se resumem em meras habitações, elas geralmente substituem a vida familiar e acaba promovendo interações sociais entre os estudantes que ajudam no desenvolvimento do meio educacional. As moradias ou alojamento estudantis têm aspectos importantes, pois incentivam o coletivo, promovem a diversidade cultural, política, sexual, racial e social, assim promovem o diálogo entres com a sociedade e as instituições (através das criações de ideias progressistas e democráticas). Também promove a convivência, no mesmo, espaço de estudantes de cursos das mais diversas áreas de conhecimento, como de humanas, exatas, saúde, artes, cultura, etc.; interagindo interdisciplinar e socialmente, viabilizando uma ordem social sosticada e democrática, que é uma parte importante na formação acadêmica, pessoal e social dos residentes (COSTA E OLIVEIRA, 2015). Para Costa e Oliveira (2015), as moradias além de contribuir com a formação acadêmica dos moradores, possibilitam aos estudantes um espaço de manifestação e interação artístico cultural, pois elas também são ambientes favoráveis às práticas e as manifestações culturais e artísticas. É comum acontecer nesses locais a realização de apresentações musicais, teatrais, espetáculos artísticos, e outros eventos. Segundo Costa e Oliveira (2015, p.9): O seu legado sociológico é o principal contributo para a sociedade brasileira, que de alguma maneira, é quem custeia o Estado, que, por sua vez, mantém e nancia o funcionamento das moradias. Isso envolve diretamente o seu papel social, que em certa instância converge com o conceito de papel social das instituições educacionais. Assim é dever destas instituições promover o funcionamento das moradias, bem como estimular a prática de atividades acadêmica, artística, cultural, política e social nestes lugares.

7 Neste trabalho, o projeto de arquitetura considera esses aspectos socializantes. Será explorado através do projeto grandes áreas comuns e de convivência para os estudantes que lá habitarem (praças, anteatro, salas de TV, sala de jogos, circulações, praça de alimentação e sala de estudo, biblioteca), além de dormitórios coletivos.


2.2

FLEXIBILIDADE NA ARQUITETURA

A exibilidade nas habitações se opõe à visão de edifícios estáticos, porque o ambiente exível se adapta aos diferentes usuários que usarão ao longo do tempo e tem caráter de mutabilidade. Nas edicações exíveis cam muito claro processos como: adaptabilidade, evolução, mobilidade, elasticidade, funcionalidade, sustentabilidade, dinamismo, durabilidade e polivalência. Com isso, as qualidades e vantagens que existem ao utilizar espaços exíveis nas habitações, como as estudantis que tem caráter de uso temporário, é de como se organiza o espaço ao usuário. Dimensões adequadas, e possibilidade de modicação, ou seja, uma personalização conforme as particularidades de cada usuário. De acordo com Esteves (2013, p.73): “A habitação inuencia, segundo vários aspectos, o dia-a-dia dos moradores marcando profundamente a sua qualidade de vida e suas expectativas e possibilidades de desenvolvimento futuro”. Apresenta claramente a contextualização histórica da exibilidade na arquitetura e os seus pressupostos, (Finkelstein, autora de “Flexibilidade na Arquitetura Residencial - um estudo sobre o conceito e sua aplicação”), no capítulo três, intitulado “Critérios e Métodos para identicar os Elementos Facilitadores da Flexibilidade, os tipos de exibilidade e as atividades exercidas no ambiente doméstico”, a autora apresenta um grande embasamento teórico de alta relevância para o trabalho proposto, que será utilizado ao longo de todo o desenvolvimento do projeto, para que se tenha um bom resultado do mesmo. Finkelstein (2009, p.65) diz: A questão da exibilidade envolve tanto procedimentos projetuais e construtivos, quanto conceitos e soluções relativas à forma de utilização do espaço pelas diferentes conformações familiares. A possibilidade de uma arquitetura exível se cona partir de quatro posições, que podem ser consideradas universais, tais como: elementos transformáveis (espaços que abrigam determinado uso no presente, mas que podem abrigar outras funções), espaços adaptáveis (locais onde vários tipos de atividades podem ocorrer, como espaços de teatro, hall e estacionamentos), operação interativa (movimentação e interação do visitante e usuário possibilitado por um planejamento cuidadoso e organização dos espaços no projeto do edifício), elementos móveis (presentes em locais com ampla superfície livre de estruturas xas, como estacionamentos, onde vários desses componentes estão dispostos e organizam o espaço. Nesse local pode ocorrer apresentações, exposições inclusive em áreas com maior privacidade).

Segundo Herman Hertzberger (2015, p.1), do livro “Lições de Arquitetura”: “A forma é capaz de se habitar e assumir novas aparências permanecendo com a mesma estrutura...”. A forma do edifício deveria ter essa competência, para assim, poder assumir novas funções e não somente uma única, para que o edifício depois de um tempo possa ter uma nova utilização.

8 Outra referência tomada como embasamento da pesquisa escolhida foi a dissertação de mestrado da autora Ana Margarida Fleming José, “O mínimo como habitação - Reabilitação do bairro da Alegria”. Neste trabalho a autora propõe a requalicação do bairro da Alegria, que se encontra em estado de degradação, e implanta neste bairro, como requalicação da área, moradias para estudantes com espaços exíveis. Somente pelo objetivo central da referência apresentada, nota-se o quanto ele se aproxima com o tema do presente trabalho, e pelo fato de tratar de espaços exíveis para estudantes. Segundo José (2012, p.05): “O movimento moderno introduziu, em parte, o conceito de exibilidade na habitação, o princípio da planta livre que permite espaços amplos e a separação da estrutura de suporte da distribuição interior”. José arma também (2012, p.53), que: “O conceito de exibilidade não é assunto recente, apesar de bastante abordado atualmente.”. Os arquitetos e designers como Le Corbusier, Joe Colombo, Gerrit Rietveld e Buckminster Fuller colaboraram, no passado, com as suas ideias que vieram a inuenciar mais tarde em muitas características básicas das nossas habitações. Além de nos apresentar de forma bastante explicativa o contexto histórico da habitação mínima e da exibilidade na arquitetura, ela também nos relata o contexto atual e social, e faz um paralelo disso com a arquitetura, e diante disso, ela mostra o quão importante é a aplicação da exibilidade nas futuras construções. O contexto atual, que é apresentado diariamente nos meios de comunicação, revela que vivemos um momento de rápidas alterações econômicas e sociais. Propor soluções para uso atual e futuro além de práticas conscientes e sustentáveis ao projeto, é um meio para que no futuro a edicação não seja sucateada ou subutilizada, (JOSÉ, 2012). Em se tratando do contexto social, brevemente, podemos dizer que a autora salienta ainda o quanto é importante que a habitação “acompanhe” o ritmo de vida do usuário, e ao mesmo tempo seja confortável e prazerosa. Ela fala inclusive de como as habitações são além de espaços para morar também são espaços de trabalho e lazer. No universo contemporâneo tudo se modica muito rapidamente, inclusive os moradores das habitações, os de hoje podem não ser os mesmos de amanhã, principalmente em moradias estudantis. Muitas vezes, depois de graduados, os estudantes voltam para sua cidade ou adquirem uma independência nanceira e deixam de morar nas habitações estudantis. Nota-se ainda que os materiais são de fundamental importância na concepção de espaços exíveis desde o século XIX. Em relação à exibilidade e o início de sua utilização na arquitetura e nas habitações, Finkelstein (2009, p.25), diz que: Os principais fatores que contribuíram para o desenvolvimento da exibilidade no início do século XIX foram a evolução do conhecimento técnico e a nova forma de utilização de materiais já conhecidos como o concreto, agora provido de armadura é capaz de vencer grandes vãos.


Ainda Finkelstein (2009, p.26 e 27)diz que: Estruturas e paredes passam a ser vistas como elementos independentes: a primeira como um suporte para a segunda, anunciando a separação das partes [...] O próximo passo seria a substituição do plano de parede de pedra ou tijolos pelo plano de vidro [...] A estrutura independente e a planta livre destacam-se assim como seus maiores expoentes: Le Corbusier, com sua arquitetura em concreto armado e Mies van der Rohe, o arquiteto das construções em aço e vidro.

Seguindo os preceitos dos consagrados arquitetos modernistas, arquitetos japoneses contemporâneos como Shigeru Ban, Hiroshi Hara, Tadao Ando, entre outros usam com maestria em suas obras esses conceitos. Nota-se em seus projetos grandes “galpões” de plantas livres que o espaço é o grande protagonista. Sakurai (2011, p.18)diz que:

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CONSIDERAÇÕES PARA PROJETO

3.1

LOCALIZAÇÃO

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A área de implantação da moradia estudantil localiza-se na região Oeste da cidade de Ribeirão Preto - SP, próximo a Universidade de São Paulo (USP) e aos bairros: Parque Residencial Vila Universitária e Vila Monte Alegre, Encontra-se entre a Avenida Governador Lucas Nogueira Garcês, Rua Professor Hélio Lourenço, Rua Tenente Catão Roxo e Avenida Luigi Rosélio.

(...)Além do mais, ao instalar painéis corrediços, os construtores tornam possível aos moradores abrirem paredes inteiras, criando espaços maiores para ocasiões em que se recebem muitas visitas. Essa exibilidade voltada para o espaço interno é uma das maiores características das casas japonesas. (...), o espaço japonês passou a ser pensado como espaço-movimento. A arquitetura japonesa se desdobra a partir desenvolvimento das atividades no interior, não pressupondo uma forma arquitetônica externa delimitada e acabada.

Localização da área de intervenção na cidade. (Fonte Google Earth)

Esse entendimento sobre o tema exibilidade como era feito em projetos consagrados ou de como é feito nos dias atuais, faz com que o desenvolvimento d projeto seja feito da melhor forma possível.

ÁREA

área de intervenção e entorno. (Fonte Google Earth)

FIGURA 2


3.2

ENTORNO

3.3

Atualmente a USP passa por expansão nos eixos norte e sul, onde no eixo norte encontra-se as novas construções do Banco do Brasil, Banco Santander, estacionamento e o famoso Bandejão.

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TERRENO

O projeto será inserido defronte a Avenida Governador Lucas Nogueira Garcês, em um terreno de forma irregular totalizando 3.265,77m² de área. Em frente ao local escolhido, há um ponto de ônibus que facilita a locomoção dos alunos até a rodoviária ou bairros distantes. O terreno foi escolhido pela proximidade da USP e facilidade de acesso dos usuários, pois, têm importantes vias de ligações próximas e alguns pontos de ônibus. O local está em um nível mais alto, essa diferença de nível dará uma visão privilegiada da cidade universitária, possibilitando a percepção do edifício em locais mais afastados do bairro. Segundo dados do site do ESTADÃO (2015), são em torno de 1.200 estudantes que precisam de alojamento, para diminuir essa demanda de estudantes que estão matriculados na Universidade (USP) e que não possuem moradia xa na cidade de Ribeirão Preto, o lote foi dimensionado para abrigar cerca de 160 estudantes.

Figura 3

Figura 5


3.4

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LEGISLAÇÃO

Em relação aos dados de projeto como: recuo, gabarito e ventilação. A USP possui normas próprias que devem ser seguidas para a execução do projeto, e esses dados estão disponíveis no site superintendência do espaço físico da USP. As normas são as seguintes: 3.4.1 Recuos Os recuos entre edifícios deverão possibilitar a circulação de pedestres com ambientação e escala adequada ao espaço, sendo função da altura e comprimento dos “corredores” formados entre os edifícios, gerar o espaço necessário à circulação de pedestre e do tratamento paisagístico. O tratamento paisagístico não deverá comprometer a possibilidade de acesso de veículos em caso de incêndio (mínimo 3,00m). Em relação às vias principais de tráfego de veículos, deverá ser considerado o mínimo de 15 metros até o edifício. r ≥ 2/3 (mínimo 5m) Figura 7

Figura 6

Em relação ao estacionamento, deverá ser considerado o recuo mínimo de 5 metros até o edifício.


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3.4.2 Orientação e ventilação

3.4.3 Programa de necessidades

A implantação deverá ser aquela em que as faces predominantes do edifício (faces na direção do comprimento), são paralelas à linha leste - oeste. As faces predominantes deverão ter as aberturas necessárias para atender às condições requeridas para a iluminação/ventilação natural, enquanto as faces perpendiculares deverão ser, obrigatoriamente, sem aberturas (fachada cega). Caso as condições do “layout” interno, da captação ou proteção dos ventos dominantes ou das características topográcas do terreno não permitam essa implantação, a posição de implantação ideal deverá ser obtida girando o edifício em aproximadamente 45º (quarenta e cinco graus), em torno do centro (intersecção das linhas norte - sul e leste - oeste). Para qualquer das condições de implantação, os ambientes de permanência prolongada não poderão ser localizados nas faces do edifício perpendiculares à direção Sul.

Diante da análise de legislação do local, necessidades dos alunos da USP e as sínteses teóricas sobre o tema conclui-se que o projeto deve conter moradia estudantil com banheiros privativos nos dormitórios, áreas de convívio, tanto para estudantes, como para visitantes, locais de apoio para formação acadêmica dos estudantes, biblioteca, papelaria, cozinhas coletivas e lanchonete/cantina, áreas de estudo coletivas, lavanderia e espaços de circulação e elevadores.

Figura 9

Circulação Central

Figura 8

3.4.4 População O edifício é destinado aos estudantes da USP e não possuem moradia xa na cidade. Por se tratar de uma habitação coletiva há de se levar em conta as diferentes religiões, opiniões e maneiras de viver. Segundo dados da USP, cada estudante chega a ocupar 20m² de habitação, esse dado também ajudará a dimensionar o projeto da moradia. Com isso objetivo do projeto é atingir cerca de 160 universitários.


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REFERÊNCIAS PROJETUAIS

4.1

Casa Brasil, Cidade Universitária de Paris – Lucio Costa.

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O projeto de referência Casa Brasil, em Paris, foi projetado pelo arquiteto Lucio Costa em 1959. O objetivo principal é a setorização de vários espaços de diferentes usos em um único local.

Figura 11 - Croqui da Casa Brasil (Fonte: https://www.pinterest.com)

Figura 12 - Planta pavimento superior tipo (Fonte: http://comover-arq.blogspot.com.br)

FIGURA 10 - Fachada principal do edifício (Fonte: http://www.entrefatos.com.br/wp-content/uploads/2014/05/maison-du-bresil-paris-2.jpg)

A Casa Brasil é composta por cento e três quartos, todos com orientação para leste - sudeste, possui aproximadamente 5.500m², distribuídos em um grande térreo e cinco andares, as habitações são todas modulares com metragem de 18m², mas caso houvesse necessidade as habitações poderiam ser conjugadas ampliando o espaço interno para receber familiares. Cada andar possui vinte unidades. Nas áreas comuns encontra-se biblioteca, sala de estudo, sala de TV, cafeteria, lavanderia coletiva e um teatro com capacidade de 150 pessoas além de dois blocos de serviços com cozinha coletiva e grandes corredores para circulação. A cobertura do edifício é um terraço jardim.


A fachada principal do possui janelas com 1,05m que percorrem toda sua extensão, na fachada oposta há paredes contínuas com pequenas janelas perfuradas que abrigam as áreas dos banheiros e as salas de estudos, portanto o edifício possui fachadas envidraçadas, mas com características diferentes. A Casa Brasil tem como materiais principais em sua construção: concreto, ferro, vidro, e os caixilhos eram feitos de madeira pintada.

Figura 13 - Teatro (Fonte: https://commons.wikimedia.org)

Figura 15 - Pavimento térreo (Fonte :http://www.jobim.org/lucio)

Figura 14 - Fachada do edifício (Fonte: https://www.pinterest.com)

Figura 16 - Interior dormitórios (Fonte: https://farm4.staticflickr.com)

A escolha desse projeto para referencia é devido à relação entre os espaços, tanto publico como privado, tem entre si, nota-se uma interação entre esses espaços. Nele há serviços básicos para os moradores/estudantes, fazendo que os que ali habitem não precisem se deslocar para outros locais assim tendo economia de tempo e dinheiro, proporcionando ainda conforto para focarem nos estudos.

4.2

Pavilhão Suíço, CIDADE UNIVERSITÁRIA DE PARIS - Le Corbusier.

14

O Pavilhão Suíço está localizado na cidade universitária de Paris, foi projetado pelo arquiteto Le Corbusier, e cou pronto em 1933, um ícone sublime do Movimento Moderno, demonstrando um grande avanço nas técnicas de construção daquele período. Os materiais utilizados são: concreto e aço. No pavimento térreo encontramos as áreas comuns, e os quartos dos estudantes cam sob os pilotis de concreto e cada dormitório é independente da estrutura do edifício. O projeto aparentemente possui 42 alojamentos para estudantes, solário, um apartamento para o diretor, um escritório para a zeladoria, refeitório, biblioteca e dois quartos de serviços. Nesse projeto o arquiteto usou como referência o projeto anteriormente citado Casa Brasil, contem o mesmo programa e distribuição parecida. A fachada livre e as janelas posicionadas na horizontal destacam a fachada, e a transforma em uma cortina de vidro contínua. Corbusier para fazer esse projeto fez um estudo aprofundado sobre o terreno, entorno da área e insolação, para adequar da melhor maneira a implantação. O projeto possui duas propostas para edicação. A primeira é a junção de um bloco horizontal elevado por pilotis de aço, unida no norte com a circulação vertical e áreas coletivas. Devido à diculdade de direcionamento dos uxos principais de acesso, surge a segunda proposta que é modicar o módulo de entrada do Pavilhão, onde o núcleo envidraçado dá lugar a um módulo em forma de “Y” e com espaço angular composto por escadaria, sala de descanso e diretor. Sendo assim, a distribuição entre os ambientes privados e públicos são identicadas com maior facilidade, tanto internamente, como externamente, a partis das elevações do teto, o que permite uma rápida compreensão por parte dos usuários e pelo público geral.


15 Escadas

Serviço Circulação

Escadas Serviço

Dormitórios

Apartamento diretos + escritório + refeitório + biblioteca + quartos de serviço

Figura 18 - Vista das aberturas (Fonte: http:// www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier/ 515fc898b3fc4b9d4f00020f-ad-classics-swiss-pavilion-le-corbusier-photo)

Figura 20 - Vista do edifício (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/785156/ classicos-da-arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier/51890b79b3fc4b639d0000c6-ad-classics-swiss-pavilion-le-corbusier-photo)

Circulação

Figura 17 - esquema dos usos (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier/515fc898b3fc4b9d4f00020f-ad-classics-swiss-pavilion-le-corbusier-photo)

Figura 19 - Vista do térreo do edifício (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier/515fc88fb3fc4b2ba700020c-ad-classics-swiss-pavilion-le-corbusier-photo)

Figura 21 - Vista do edifício (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/785156/ classicos-da-arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier/51890b79b3fc4b639d0000c6-ad-classics-swiss-pavilion-le-corbusier-photo)


4.3

Alojamento estudantil na ciudad del saber, Panamá - SIC arquitetura

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Alojamento composto por dois edifícios, projetado por cinco jovens arquitetos, uns formados na USP (Eduardo Crag, Juliana Garcias e Marcio Guarnieri), outro na Mackenzie (Fabio Kassai), e outra da FAAP (Gabriela Gurgel), sendo inaugurado em 2014. É um exemplo claro de arquitetura brasileira tendo como característica principal o rigor da volumetria em forma de caixa em concreto armado aparente. O piso térreo possui calçadas alargadas e acesso por rampas, também encontramos programas de uso comum e apoio para os apartamentos como as áreas de estar, lavanderia, sala de leitura, café e pequeno auditório. No primeiro e no segundo pavimento há áreas de apoio com copa e depósito, além dos alojamentos que totalizam 200 dormitórios. As sacadas dos dormitórios abrem para os pequenos jardins, denidos pelo intervalo de aproximadamente 15 metros entre os prédios, fechados com grandes painéis de correr feitos de chapas perfuradas. Na fachada da rua é contínua e uniforme, constituída por uma trama horizontal ritmada, com leves brises metálicos. A circulação entre os blocos é feito por uma estrutura metálica, ou através de um conjunto de elevadores que foram implantados no nível térreo junto à praça. Graças ao clima quente e ao alto índice de chuvas os arquitetos projetaram uma arquitetura que minimizasse o ganho de calor no edifício e umidade do ar. Um exemplo dessa questão são as grandes aberturas protegidas da chuva e do sol, o sistema de grelhas, uxo de ar por sucção, assim, aproveitar a ventilação natural. Então, conclui-se que a construção dispõe de três formas para compensar a alta temperatura local: ventilação natural cruzada, ventilação cruzada induzida e, caso seja necessário, a utilização do ar condicionado. Para ajudar na capacitação de energia, na cobertura do edifício têm-se painéis de energia solar destinado ao aquecimento de água e reservas.

Figura 22 - Vista do edifício (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier/51890b79b3fc4b639d0000c6-ad-classics-swiss-pavilion-le-corbusier-photo)

Analisando o projeto, temos alguns pontos importantes para a elaboração da proposta a ser apresentada: - materialidade (concreto, vidros e metal), - relação entre o público e privado - aproveitamento interno das moradias e possibilidade de adaptação ao usuário.

Figura 23 Vista voo de pássaro (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/ alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a28b1e58ece8436000149)


Figura 24 - plantas (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a28a1e58ece50c800016e)

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Figura 25 - cortes (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a28a1e58ece50c800016e)


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Figura 26 - Vista superior do projeto (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a28a1e58ece50c800016e) Figura 27 - Vista interior dos dormitórios (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a28c5e58ece843600014a)

Figura 28 - Vista interna circulação vertical e horizontal (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a28d9e58ece843600014b)

Figura 30- Vista das varandas dos dormitórios (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a28d4e58ece8746000145)

Figura 29 - Vista esquina do edifício (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a288ae58ece50c800016d)

Figura 31 - Vista das varandas dos dormitórios (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/759500/alojamento-estudantil-na-ciudad-del-saber-sic-arquitetura/549a2916e58ece843600014d)


4.4

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Cité a docks student housing, França - Cattani Architects

O projeto das moradias estudantis “Cité a Docks Student Housing”, é do escritório Cattani Architects e está localizado na cidade universitária em Le Havre, na França.

Figura 32 - Localização do projeto (Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/ cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/ sh_290910_16)

O prédio utiliza containers reciclados que são empilhados em quatro andares, totalizando 100 alojamentos com 25m² cada um, que possuem banheiros, cozinha, wi- e isolamento acústico e térmico, pois as paredes são revestidas de concreto armado de 40cm de largura, com camadas de borracha no seu interior. Tem objetivo principal dessas moradias era a independência de cada unidade, e evitar o sentimento de caixa para os estudantes. Containers são estruturados por peças metálicas, que formam espaços da circulação e as varandas dos quatro pavimentos de moradia. No primeiro pavimento ca rente ao chão, mas os apartamentos deste andar possuem a mesma privacidade oferecida nos andares superiores. Os alojamentos tem vista para o jardim interior, e são equipados de paredes de vidro, permitindo a entrada de iluminação natural nas extremidades nas moradias. A fachada externa da moradia estudantil manteve o aspecto de “caixa” com metal ondulado, a única diferença é que os containers tiveram que ser repintados de cinza metálico, pois já tinham algum tempo de uso. Nas áreas internas, os designers do escritório optaram por paredes brancas e móveis de madeira.

Figura 34 - Planta pavimento tipo (Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_20)

Figura 33 - Vista externo do edifício (Fonte: http:// www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_13)

Figura 35 - Implantação do projeto (Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_19)


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Figura 36 - Cortes (Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/ sh_290910_17)

Figura 38 - Vista รกrea externa (Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_04)

Figura 37 - Cortes e planta humanizada (Fonte: http://www. plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/ cite-a-docks-cattani-architects/ sh_290910_18) Figura 39 - Vista รกrea externa (Fonte: http://www. plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_09)

Figura 40 - Vista รกrea externa (Fonte: http://www. plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_12)


4.5

Figura 41 - Vista área externa (Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_11)

Dream Hostel, Finlândia Estúdio Puisto

Projeto do hostel é do estúdio Puisto, e está localizado em Tampere, na Finlândia. O projeto é dentro de um edifício existente, que anteriormente era uma fábrica, complementando o Dream Hostel, existente no mesmo edifício, oferecendo suítes adicionais para o mesmo. Iinicia-se com a repetição dessa volumetria, de várias formas, dentro do espaço disponível. Os arquitetos projetaram quartos de forma que, ao estar entre os volumes deles, nos corredores, cria-se uma sensação de estar em um parque público. Para manter os quartos acessíveis, eles mantiveram as acomodações compactas e bem acomodadas, colocando somente o necessário, procurando manter os custos baixos, com foco na criação de uma suíte noite. Foi projetado também, um espaço para ler, relaxar e conhecer os outros hóspedes, que se localiza fora dos quartos individuais, diferente dos hotéis convencionais, que era essa a ideia principal, oferecendo tudo o que um hóspede realmente precisa para uma boa noite de sono. Metade dos quartos, aqueles com camas de casal, tem janelas para a rua, enquanto os quartos de solteiro, localizado no centro do complexo, tem áreas de iluminação que, trazem luz dos corredores. Como adição, tem-se uma cozinha, e salas de reunião livres, à disposição dos hóspedes. Os dormitórios são cobertos de madeira de produção local, e para a acústica, foram utilizados bra de madeira, sendo que, todas as superfícies onde foram utilizadas a madeira, elas foram tratadas com óleo natural. Madeiras verticais para decorar as paredes brancas e cinza, para marcar as entradas aos quartos.

Figura 42 - Vista interna dormitórios (Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_15)

Figura 43 - Vista área externa (Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-55887/cite-a-docks-cattani-architects/sh_290910_01)

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Figura 44 - Módulos esquemáticos. (Fonte: https://br.pinterest.com/pin/80361174577829058/ )


Cozinha

Escadas + elevador Dormitórios

Terraço

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Circulação + área de convívio

Figura 49 - Vista corredores. (Fonte: https://br.pinterest.com/pin/80361174577829058/ )

Figura 45 - Planta tipo. (Fonte: https://br.pinterest.com/pin/80361174577829058/ )

W.C.

Figura 50 - Vista interna dormitórios. (Fonte: https://br.pinterest.com/ pin/80361174577829058/ )

Figura 47 - Vista corredores. (Fonte: https://br.pinterest.com/pin/80361174577829058/ )

Figura 46 - Vista corredores com área de convívio. (Fonte: https://br.pinterest.com/ pin/80361174577829058/ )

Figura 48 - Vista interna dormitórios. (Fonte: https:// br.pinterest.com/pin/80361174577829058/ )

Figura 51 - Vista corredores com área de convívio. (Fonte: https://br.pinterest.com/pin/80361174577829058/ )


5

JUSTIFICATIVA

O projeto é opção para estudantes com diculdade de acesso à uma moradia digna e barata que facilite sua vida enquanto estiver cursando a universidade. A forma proposta foi uma cápsula habitacional com dimensões mínimas, fácil de ser montada, barata e podendo ser instalado e transportada em tempo reduzido com o mínimo de impacto. Apesar de ser um conceito de habitação com espaços reduzidos, supre todas as necessidades do dia a dia de qualquer estudante, contando com área para cozinhar e refeição, estar, descanso, serviços e estudo. A ideia de ser uma habitação coletiva tem como ponto base um dormitório para quatro estudantes (dois beliches). Após alguns estudos percebeu-se que seriam necessários espaços de papelaria, uma praça para convívio e descanso dos usuários. Dar mais espaço para tarefas cotidianas e coletivas é uma das premissas utilizadas, por isso foi utilizado o térreo dos blocos para essas tarefas, os térreos são áreas que todos passam, é de fácil acesso e as tarefas realizadas lá não perturba quem esta em seus dormitórios.

23


6

O projeto

6.1

Estrututura

Toda a estrutura dos blocos será pré-moldada, que serão moldados fora da obra elevados para o local da instalação. Assim dando um caráter de construção “limpa” e rápida.

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6.2

Transporte

Todas as peças da estrutura, blocos de dormitórios e banheiros serão feitos fora do canteiro de obras e levados ao local da implantação por carretas. O tamanho das peças foi pensado para caber nessas carretas.

26


6.3

Montagem

Após a entrega das peças e blocos, guindaste fazem a instalação.

27


7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, L.A.G. e QUALARINI, E.L. Edicações Inteligentes: Pressupostos para o seu Projeto de Arquitetura. COSTA, Gerson Carlos de Oliveira e OLIVEIRA, Pedro. Moradia Estudantis: Uma política pública na consolidação do Direito à Cidade. Universidade Federal da Bahia, 2015. Disponível em <http://www.guiaconstruirereformar.com.br> Acesso em 29 de março de 2016. Disponível em <http://www.sef.usp.br> Acesso 27 de abril de 2016 Disponível em <http://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos.pdf> Acesso em 26 de março 2016. Disponível em <http://www.vitruvius.com.br> Acesso em 30 de março de 2016. Disponível em <https://arcoweb.com.br/nestra/tecnologia/arquitetura> Acesso em 26 de março de 2016. Disponível em <https://commons.wikimedia.org> Acesso em 29 de março de 2016. ESTEVES, Ana Margarida Correia. Flexibilidade em arquitetura, um contributo adicional para a sustentabilidade do ambiente construído. Dissertação de mestrado. FCTUC, Coimbra, 2013. FINKELSTEIN, W.C. Flexibilidade na Arquitetura Residencial – Um Estudo sobre o conceito e sua aplicação, 2009. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. JOSÉ, A.M.F. O Mínimo como Habitação – Reabilitação do Bairro da Alegria, 2012. Dissertação de Mestrado – Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2012. QUINTAL, Beck. Seleção dos principais projetos de Shigeru Ban. 2014. Disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-185087/selecao-dos-principais-projetos-de-shigeru-ban. Acesso em 10/10/2016 Sem Autor. USP vai abrir 216 novas vagas em moradias estudantis do campus de Ribeirão Preto. O Estadão Educação, São Paulo, 03 jan.2011. Disponível em: <http:// educacao.estadao.com.br/noticias/geral,usp-vai-abrir-216-novas-vagas-em-moradias-estudantis-do-campus-de-ribeirao-preto,661609>. Acesso em 15 nov. 2015. SCHUC, Vivian. Breve histórico das moradias universitárias. Disponível em http://pessoas.hsw.uol.com.br/moradia-universitaria1.htm>. Acesso 10/10/2016

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