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jornal do commercio 3

Recife I 2 de novembro de 2014 I domingo

cidades k ciência/meio ambiente

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Efeitos climáticos motivam debates

FUTURO Eventos ocorrem simultaneamente e vão discutir políticas de enfrentamento de fenômenos da natureza e tecnologias para observação de mudanças meteorológicas

Bobby Fabisak/JC Imagem/28-2-2013

SECA Diminuir prejuízos ocasionados por desastres naturais é uma das metas

Bobby Fabisak/JC Imagem/3-5-2013

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EROSÃO Costa do Grande Recife sofre com avanço do mar, a exemplo da Praia de Pau Amarelo

Relatório fica pronto hoje SÃO PAULO – Líderes mundiais aguardam com expectativa a divulgação da síntese do quinto relatório de avaliação sobre mudanças climáticas, elaborado pelo Painel Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (o IPCC, na sigla em inglês). Cientistas e membros de governos estiveram reunidos durante toda a semana, em Copenhague, capital da Dinamarca, a portas fechadas, para finalizar o documento, que promete ser o mais abrangente já elaborado no setor. A divulgação do relatório está prevista para este domingo. Segundo o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, o documento funcionará como um guia para que os desenvolvedores de políticas públicas consigam chegar a um acordo que permita a redução das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pela elevação da temperatura do planeta. As negociações para um tratado climático global, com metas mais rigorosas para as nações, avançarão até a 21ª Conferência do Clima (COP 21), em dezembro do ano que vem, em Paris. A elaboração do quinto relatório do IPCC teve a participação de 830 cientistas de 80 países, divididos em três gru-

AFP

partir de amanhã, Pernambuco estará no centro das discussões das mudanças climáticas. Além da terceira edição do evento PE no Clima, o Estado sedia o Congresso Brasileiro de Meteorologia (CBMET) pela primeira vez. Os eventos serão realizados, simultaneamente, no Centro de Convenções, em Olinda, até quintafeira. Além de discutir políticas públicas de enfrentamento aos fenômenos extremos da natureza, o congresso vai apresentar novas tecnologias usadas na observação meteorológica. “Esse evento é uma oportunidade de preparar a sociedade para se adaptar aos novos cenários que estão se desenhando”, disse o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos André Cavalcanti, lembrando que Pernambuco, com suas secas, enchentes e avanço do mar, é extremamente vulnerável ao aquecimento global. O destaque de amanhã, no Congresso de Meteorologia, é o debate sobre a seca recente no Sudeste do País e a apresentação de sistemas de prevenção e preparação para enfrentar desastres naturais. Cerca de 1,2 mil meteorologistas do País devem participar dos debates, além de gestores públicos, empresários e o público em geral. Já o Pernambuco no Clima vai discutir política de baixo carbono, alternativas para a mobilidade urbana, energias renováveis, gerenciamento costeiro, unidades de conservação e cidades sustentáveis. Nesse quesito, a secretária de Meio Ambiente do Recife, Cida Pedrosa, garante que a capital está trabalhando para se adaptar às novas demandas impostas pelas alterações climáticas. “Já elaboramos um inventário para identificar de onde vem as emissões de gás carbônico, que servirá como referência para outras cidades, e vamos elaborar um plano de mitigação e adaptação às mudanças climáticas”, informa. Os especialistas de várias instituições públicas privadas, do Brasil e do exterior, também vão discutir metodologias para fazer mapeamento eólico e solar, adaptação ao fenômeno El Niño, responsável pelas secas no Nordeste, e a rede de radares meteorológicos no Brasil, entre outras questões. A entrada para os dois eventos é gratuita, mas os interessados devem se inscrever no site www.semanadoclima.com.br

IPCC Países representados pos de trabalho. Os resultados de cada grupo foram divulgados em três documentos, ao longo dos últimos 13 meses. A síntese, que está sendo elaborada esta semana, abordará as principais conclusões e orientações dos cientistas.

DECISÕES

“O relatório garante o conhecimento necessário para a tomada de decisões bem fundamentadas e para a construção de um futuro melhor e mais sustentável. Com ele, entenderemos melhor as razões pelas quais devemos agir, e as sérias consequências de não agirmos”, enfatizou Pachauri na abertura do encontro.

Por videoconferência, a secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, Christiana Figueres, disse que “o quinto relatório é o mais atual e influente trabalho científico em mudanças climáticas já feito no mundo”. O último documento a ser produzido pelo painel do clima da ONU no ano deve adotar um tom menos pessimista com relação à possibilidade de o planeta evitar um acréscimo de temperatura superior a 2˚ C neste século, limite considerado perigoso.

MEDIDAS

Nas próximas poucas décadas, existem medidas para atingir uma redução substancial de emissões de CO2, necessária a evitar um aquecimento provável de 2˚ C, afirma um esboço do relatório. Para implementar tais reduções, há substanciais desafios tecnológicos, econômicos, sociais e institucionais, que crescem com o atraso na mitigação. Proferida um ano antes da cúpula que tentará fechar um acordo global do clima, em Paris, a afirmação soa menos pessimista que o panorama descrito nas versões integrais da 4ª versão do IPCC.


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