Sp jc 03 09 2014 crack

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k Recife, 3 de setembro de 2014

www.jconline.com.br -ano 96 - número 246 - R$ 1,80

QUARTA-FEIRA

Guerra contra o crack Diego Nigro/JC Imagem

k Em defesa do pedestre

Seis semáforos do Recife, como na Avenida Marquês de Olinda (foto), no Centro, ganharam equipamentos de fiscalização eletrônica e refletores mais fortes para permitir a melhor identificação dos infratores. k cidades 4

Arco Metropolitano só em 2017

Rodovia expressa contornando o Grande Recife para escoamento de carga acumula atrasos e boa parte ainda está em estudos. k economia 4

O esgoto do Residencial Igarassu está há vários meses escoando a céu aberto”, Fernando Melo.

k página 9

k Corredor Leste-Oeste é o caos

Getúlio Vargas

Teto de ala do hospital desaba, causando adiamento de cirurgias. k cidades 2

Estado Islâmico

Radicais divulgam vídeo de mais um norte-americano decapitado. k página 10

Atraso de obras, como a do Túnel da Abolição, causa retenções intermináveis na Av. Caxangá, Zona Oeste do Recife. k cidades 3

Petróleo para refino atraca hoje em Suape

Papa receberá Orquestra Criança Cidadã

Navio de bandeira grega está trazendo a carga para iniciar os primeiros testes na Refinaria Abreu e Lima. k economia 2

Meninos do Coque, na área central do Recife, vão se apresentar no Vaticano em 31 de outubro. k capa dois

Vice-prefeito de Cumaru é assassinado

Sessão solene na Câmara para Eduardo

Marcos Antônio Bezerra Costa (PSD) sofreu uma emboscada na BR-104, no Agreste. k cidades 2

Deputados homenagearam ex-governador. Viúva Renata Campos recebeu placa de agradecimento. k página 3

q caderno C Especial do JC vira exposição e estreia amanhã

q esportes Sport tem tarefa complicada na Sul-Americana

Material fotográfico do caderno A história de mim será exposto no Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães. k 1

Em Salvador, às 22h, Leão, do atacante Neto Baiano (foto), precisa bater Vitória por pelo menos 2x1 para passar. k1

Alexandre Gondim/JC Imagem

k Voz do leitor

Sérgio Bernardo/JC Imagem

exemplar do assinante

Recife aciona nova etapa do plano de combate à droga. Áreas com altos índices de violência ganharão bases móveis de videomonitoramento e ações integradas de segurança, saúde e assistência social, no conceito de polícia cidadã. k cidades 1 e 2


k Pedestres ganham mais proteção em 6 travessias k4

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Editores: André Malagueta Galvão agalvao@jc.com.br Betânia Santana bsantana@jc.com.br Fale conosco: (81) 3413.6187 www.jconline.com.br/cidades Twitter: @jc_cidades

cidades Recife I 3 de setembro de 2014 I quarta-feira

Bobby Fabisak/JC Imagem/19-12-2013

Fotos: Edmar Melo/JC Imagem

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Guga Matos/JC Imagem

Sérgio Bernardo/JC Imagem

k Obra se arrasta e o Corredor Leste-Oeste vira dor de cabeça

OFENSIVA Policiais terão micro-ônibus com monitores, viaturas e motos para monitorar três bairros da cidade onde são registrados alto consumo da droga e elevados índices de violência

Não há mais espaço para posição corporativa. Nosso papel é reprimir o tráfico de drogas, mas isso não exclui a função de polícia comunitária, que atua na prevenção”, comenta Rodrigo Bastos, secretário-executivo de Defesa Social

A ação demanda integração entre a Saúde, a Assistência Social e a Segurança. Deve ter por princípios o acolhimento e a construção de vínculos com os usuários”, diz Léa Lins, gerente de Atenção à Saúde Mental do Estado

Precisamos ampliar a rede de assistência social, reforçando as equipes que atuam com população de rua. A política social é a primeira porta que o usuário procura”,

afirma Antônio de Pádua, gestor da Política sobre Drogas do Recife

Recife reforça a difícil guerra contra o crack

ASSISTÊNCIA Dois anos após início do programa, bases de videomonitoramento começarão a atuar a partir de segunda-feira em Santo Amaro, Coelhos e Ibura

A

s primeiras bases móveis de videomonitoramento aprovadas para Pernambuco, do programa Crack, é possível vencer, do governo federal, finalmente entrarão em atividade a partir da próxima segunda-feira. A Prefeitura do Recife aderiu em 2012 ao modelo, no ano seguinte os equipamentos chegaram, passaram por ajustes, houve treinamento de pessoal e agora vão para as ruas, monitorar três bairros com alto índice de violência – Santo Amaro, Coelhos e Ibura. Além da presença ostensiva, podem ser um passo na sonhada sistematização da ação integrada entre as áreas de segurança saúde e assistência social. Noventa e seis policiais vão vigiar o tráfico a partir das bases. A filosofia da polícia comunitária, que ouve, compreende os arranjos familiares e os problemas sociais deve ser invocada, para encaminhamento dos casos de dependência às redes de acolhimento social e do SUS, também tem lugar. “A base permite uma presença mais efetiva. A polícia estará lá para ajudar as comunidades”, enfatiza o secretário-executivo de Defesa Social do Estado, Rodrigo Bastos. Segundo ele, outras bases serão instaladas em Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, na RMR, e em Caruaru, no Agreste. A atividade é feita em ônibus adaptado, com monitores, onde policiais acompanham imagens captadas também por outras 20 câmeras de vídeo instaladas em pontos estratégicos do bairro visitado. O trabalho é 24 horas por dia, e tem apoio de policiais em viaturas e da guarda municipal. O anúncio da ativação das bases foi feito ontem, durante um seminário que reuniu 350 pessoas, entre militares, guardas municipais e profissionais da saúde e assistência social do Recife e da rede estadual. O objetivo foi definir detalhes da atuação conjunta e acertar arestas do trabalho conjunto. Durante o resto da semana devem ocorrer visitas dos PMs às redes

96 policiais militares de diferentes batalhões do Grande Recife vão atuar nas três primeiras bases móveis do programa Crack, é possível vencer

de assistência social e da saúde mental, como os centros de acolhimento e de atenção psicossocial (Caps). Segundo a Secretaria de Defesa Social, 246,8 quilos de crack foram apreendidos no Estado de janeiro até agora. Em 2013, outros 1.103.806,03 gramas foram retirados de circulação, pelas Polícias Civil e Militar. Nos bairros centrais, onde se encontram Santo Amaro e Coelhos, do início de 2014 até agora já são três quilos da droga. O dobro dessa quantidade foi encontrado pelas polícias em bairros da Zona Sul, como o Ibura que fica na periferia. Uma pedra de crack é vendida por R$ 10 ou até R$ 20, duas ou quatro vezes mais cara que o cigarro de maconha. As prisões por tráfico de droga cresceram em torno de 25% este ano, em relação ao anterior, informa o delegado Sérgio Ricardo, do Departamento de Repressão ao Narcotráfico. O crack é a substância usada por mais de 80% das pessoas assistidas pelo Programa Atitude, do governo estadual, de atenção social aos usuários de drogas. Conforme o coordenador Rafael West, 40% dos seis mil acolhidos no programa têm de 18 a 29 anos. Para ele, diante da magnitude do uso do crack e de seu efeito devastador, a integração das diferentes áreas é importante. “Precisamos sair da dicotomia, que faz profissionais da

assistência e saúde condenarem a ação repressora da polícia e, ao mesmo tempo, policiais dizerem que a turma dos direitos humanos só está querendo proteger bandido, passando a mão na cabeça”, afirmou. Por isso, é preciso o diálogo entre os setores, mesmo que em determinadas situações seja necessário agir separadamente. “Não vamos fornecer informações de nossos usuários para a polícia, mas podemos ajudar na prevenção da violência oferecendo o cuidado que o dependente precisa da saúde pública”, afirma Telma Melo, gerente de Saúde Mental do Recife. Segundo ela, unidades estão em reforma e novos serviços serviços serão implantados até 2016, financiados pelo programa Crack, é possível vencer e pelo município.

DESAFIO

Durante o debate, no seminário de ontem, policiais adiantaram algumas dificuldades que podem ter em campo. Apesar do treinamento prévio, questionaram não terem sido ouvidos antes do desenho da estratégia, assim como as lideranças comunitárias. Houve quem questionasse a descontinuidade dos Núcleos Integrados de Segurança Comunitária, no atual governo, e a falta de gratificação ou outro estímulo para o novo trabalho. Outra polêmica é sobre a conduta diante do usuário de droga não envolvido com a venda da substância. “Ele não responderá por crime, mas deve ser apresentado à autoridade policial, ao delegado da Central de Plantões, para que seja lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)”, defendeu Sérgio Ricardo, do Departamento de Repressão ao Narcotráfico. O major Romero Oliveira, coordenador de Polícia Comunitária da PM, esclarece que lideranças comunitárias estão sendo comunicadas sobre a ação e que as equipes receberão um roteiro para agir. “Na vivência, as dificuldades serão superadas”, acredita.

q Mais na web Veja vídeo com mais detalhes sobre o programa Crack, é possível vencer, no www.jconline.com.br/cidades


2 jornal do commercio

Recife I 3 de setembro de 2014 I quarta-feira

cidades

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cavalcanti.jorge@gmail.com twitter: @jc_jcnasruas telefone: (81) 3413.6103

Decifra-me ou te devoro Toda e qualquer ação bem intencionada do poder público para frear o avanço do crack e suas consequências degradantes são bem-vindas, mesmo que de eficiência ainda desconhecida. No Brasil, País carcomido pela droga que não permite uso sociável e vivência digna para o dependente, nenhuma cidade de médio ou grande porte já encontrou solução a curto, médio ou longo prazo. O crack não pode ser combatido apenas pelo braço policial do Estado. É uma questão também de saúde. Mas a parceria entre União, Estado e município, divulgada ontem à imprensa, parece acertar por carregar o conceito de “polícia cidadã”. Apesar da subjetividade do termo, aproximar-se de pobres comunidades, portanto dos mais vulneráveis à droga, com o objetivo de resolver conflitos pela mediação, em vez da repressão unicamente, é uma ideia simpática. Pode surtir efeito, se acompanhada de outras intervenções do poder público com foco na cidadania. A pedra – forma de consumo do crack – carrega em si muita complexidade. É uma droga diferente das outras. E, por isso, deve ser tratada de forma diferente. Marginaliza com assustadora rapidez. Emagrece o corpo e a alma. Nivela pessoas de boa e má índole, bem nascidos e dependentes do Bolsa Família.

Vanessa Araújo/Divulgação

k Cachoeirinha “escondida”

Na BR-232, no Agreste, placas de sinalização escondem a cidade de Cachoeirinha, a 169 km do Recife. Além de estar grafado em letras pequenas e errado, sem o “i”, o nome do município foi pintado depois, espremido no alto da placa.

Gato por lebre

Boato do tubarão

Ao menos em uma cidade do interior visitada pela caravana de Paulo Câmara, a presença da ex-primeira dama Renata Campos foi anunciada pelo carro de som, horas antes do evento. Mas nem sinal da viúva do ex-governador Eduardo Campos no palanque.

Circulou nas redes sociais foto de um animal próximo da areia, num ponto onde o nível da água não chega à cintura, como se fosse no Recife. Mas a imagem foi retirada de um vídeo feito fora do Brasil. No conteúdo aberto da coluna no JC Online, a íntegra dele.

Vistoria do Detran é para os pacientes

O serviço é realizado até as 16h. Mas, segunda-feira, na unidade do Expresso Cidadão de Peixinhos, Olinda, um funcionário largou 50 minutos antes, deixando seis usuários na mão.

Ilha de Deus e Polícia Militar juntas

Na Imbiribeira, moradores da comunidade e PMs anteciparam o desfile cívico de 7 de Setembro e caminharam em festa pelas ruas da Ilha. O evento de ontem reuniu cerca de mil pessoas.

Enviada por leitor

k O Estado segue enxugando gelo

Embora Pernambuco tenha, em termos proporcionais, a maior superlotação carcerária do País, o tema permanece à margem da campanha dos dois principais candidatos a governador: Paulo Câmara e Armando Monteiro. Ontem, na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, uma bacia de maconha e 30 facões e chuchos (facas artesanais) foram apreendidos. Numa próxima revista, quantidade igual ou superior de armas e drogas será confiscada novamente. O sistema se autoalimenta de perigosa conivência.

Investigação de crime sob sigilo

MORTE DE VICE-PREFEITO Polícia desconhece a causa do assassinato de Marcos Antônio Bezerra Costa , morto a tiros na BR-104, em Caruaru. Ele já atuou como agiota

O

assassinato do viceprefeito Marcos Antônio Bezerra Costa (PSD), conhecido como Marcos de Mané, surpreendeu a população do município de Cumaru, no Agreste do Estado. Tido como uma pessoa de perfil conciliador, Marcos de Mané foi assassinado a tiros na manhã de ontem, na BR-104, no município de Caruaru. O motivo do crime é desconhecido e a Polícia Civil determinou o sigilo nas investigações. Desde o final da tarde ontem, o corpo de Marcos está sendo velado no Club Social de Ameixas, distrito de Cumaru. Ele será transferido para a sede da prefeitura às 8h, onde permanecerá até o fim da tarde. O sepultamento será às 17h no cemitério da cidade. Marcos de Mané foi assassinado quando seguia para a lanchonete que administrava, que fica próximo ao terminal rodoviário de Caruaru. Segundo o prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa (PSD), este roteiro era feito pelo vice-prefeito todos os dias. Marcos foi abordado por dois homens numa moto. Eles fugiram do local após os disparos. Apesar de ainda não haver nenhuma motivação inicial pa-

Blog Conexão Cumaru/Divulgação

Jorge Cavalcanti

BUSCAS Polícia não descarta nenhuma hipótese para o assassinato de Marcos de Mané (detalhe) ra o crime, pessoas próximas ao vice-prefeito informaram que Marcos de Mané já atuou como agiota. O político estava trabalhando no mercado de móveis planejados há aproximadamente oito anos e, desde então, não estaria mais no ramo da agiotagem. O prefeito confirmou a versão cogitada. “Nós ouvimos falar sobre isso, de que ele teria sido agiota, mas foi há muito tempo”, contou.

A possibilidade de rivalidade política foi descartada pelo prefeito. Segundo ele, Marcos de Mané tinha bom relacionamento com os três principais grupos políticos da cidade e era cotado para disputar a Prefeitura de Cumaru nas eleições municipais de 2016. “Não vejo motivação política nem pessoal porque ele era muito tranquilo. Ele dialogava com os demais grupos políticos”, disse.

No final da manhã de ontem, o delegado Erick Lessa, gerente operacional do interior, concedeu entrevista coletiva. Segundo ele, nenhuma hipótese está descartada. À tarde, a Polícia Civil divulgou uma nota em que diz estar trabalhando “ininterruptamente” para esclarecer o caso. Os delegados Bruno Vital e Márcio Cruz foram designados para conduzir as investigações.

Teto cai e cirurgias são adiadas P arte do teto da sala de recuperação do bloco cirúrgico do Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, desabou na madrugada de ontem. Apesar do susto, ninguém ficou ferido, mas os pacientes precisaram ser transferidos para as enfermarias e as cirurgias foram suspensas. “Não podemos relevar a situação de pessoas que estão acamadas e ao lado delas cai pedaço de reboco”, critica o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Jorge. Desde agosto funcionários denunciam o clima de insegurança na unidade devido à presença de rachaduras no edifício. Após denúncias do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdên-

cia Social no Estado de Pernambuco (Sindsprev) sobre a situação do Bloco G do hospital, as obras de recuperação estrutural, interrompidas em maio, foram retomadas no mês passado. Mesmo com as intervenções, o edifício não foi interditado e os cerca de 2 mil funcionários continuam trabalhando no local. “Depois que começaram a fazer o terminal de ônibus apareceram mais fendas no prédio. Às vezes, é possível sentir tremores e as pessoas que trabalham aqui não se sentem seguras”, conta a diretora do Sindsprev Isabel Fabrício. Os problemas no prédio de três andares – onde além do bloco cirúrgico funcionam a emergência, o ambulatório e o refeitório – começaram há 10 anos e o setor chegou a ser in-

Pacientes precisaram ser transferidos para as enfermarias

terditado em 2004, por recomendação da Procuradoria Regional do Trabalho. No mês passado, durante dois dias, as cirurgias deixaram de ser realizadas para reinício da obra que começou no fim do ano passado e é orçada em R$ 1,2 milhão. Depois da queda de parte do reboco, o bloco cirúrgico preci-

sou ficar fechado para que fosse realizada a limpeza da área, mas segundo a Secretaria de Saúde do Estado, as atividades serão retomadas amanhã. Em nota, a pasta ainda informou que “fatos como estes podem vir a ocorrer devido à acomodação natural dos materiais dos Blocos A e G, construídos com estruturas diferentes e que são interligados por passarelas”. O serviço de reforço estrutural para sanar o problema deve ser concluído em seis meses. A Defesa Civil do Recife esteve na unidade no último dia 20 e solicitou à Secretaria de Saúde medidas imediatas para prevenir acidentes. Entretanto, descartou a possibilidade de desabamento. Ontem foi realizada vistoria de monitoramento.

Obstáculos simulados no caminho

C

alçadas com buracos e cavaletes com propaganda política e orelhões mal posicionados nas ruas. Estas são algumas das dificuldades das pessoas com deficiência visual. Para conscientizar a população sobre os problemas e propor mudanças, a Fundação Altino Ventura (FAV) instalou um espaço multisensorial no Centro de Convenções, em Olinda, Grande Recife. A atração faz parte do XXI Congresso Brasileiro de Oftalmologia. “Este espaço é importante, porque as pessoas sem deficiências não são sensíveis aos problemas de quem tem baixa visão ou cegueira. Através de dinâmicas, elas vão perceber o quanto é difícil viver com estes obstáculos e sem ajuda", afirma a presidente da FAV, Liana Ventura. No estande, o público terá acesso a quadros táteis. As obras foram feitas por estudan-

Rodrigo Carvalho/JC Imagem

jc nas ruas

DESAFIO Maria Raimunda fez a trilha de olhos vendados tes com necessidades especiais da Escola Municipal Casarão do Barbalho, da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Foram usados tampas de garrafa PET, isopor, palitos de picolé e massa corrida. A professora Cinthya Rozas afirma que a experiência ensinou muito aos alunos. “Não temos estudantes com deficiência

visual na escola, ainda vamos recebê-los”, afirma. Outra atividade é a trilha, que simula uma calçada com problemas, produzida por estudantes e professores da UniNassau. Com a ajuda de um monitor, a pessoa utiliza uma venda nos olhos e uma bengala e enfrenta vários obstáculos no caminho.

“Escolhemos os obstáculos a partir de pesquisa feita pelo centro universitário sobre acessibilidade no bairro das Graças, no Recife. Os dados apontam que das 82 calçadas da localidade, 35% apresentavam algum destes problemas”, disse o professor Arthur Mendonça. A dona de casa Maria Raimunda da Silva Fontes aceitou o desafio e fez a trilha. “Senti muita dificuldade, são muitos obstáculos para quem não tem visão. Tenho um filho cego e pude sentir um pouco do que ele sofre.” A mostra fica aberta ao público de hoje até sábado (6). Após o evento, os quadros feitos por estudantes serão expostos em unidades da Fundação Altino Ventura.

q Mais na web Galeria de fotos dos obstáculos, no www.jconline.com.br/cidades


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