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SÁBADO

Traçado do Arco pode ser alterado Em audiência pública realizada ontem, Dnit admitiu atrasar projeto do Arco Metropolitano em virtude de questões ambientais. k economia 5


economia

www.jconline.com.br Edmar Melo/JC Imagem

Questão ambiental pode atrasar Arco POLÊMICA Traçado atual da rodovia corta Área de Proteção Ambiental com fragmento de mata atlântica e manancial. Mudança no projeto pode inviabilizar licitação em 2014 Giovanni Sandes gsandes@jc.com.br

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GRATUITO Acesso do público ao evento é das 10h às 22h

7º Salão Imobiliário encerra-se amanhã

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Bobby Fabisak/JC Imagem

questão ambiental é crucial para a licitação do Arco Metropolitano. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) planeja relançar o edital da obra, um novo contorno rodoviário do Grande Recife, mês que vem. Mas um trecho do traçado corta uma área de proteção ambiental, o que provocou questionamentos ontem em uma audiência pública na Assembleia Legislativa. Diante disso, o diretor-executivo do Dnit, Tarcísio Freitas, afirmou que o governo federal está aberto a mudanças. Mas alertou: se for necessário fazer grandes alterações no Arco, a licitação pode não sair mais em 2014, por restrições legais de prazos em ano de eleição. Existe consenso sobre a necessidade de um novo contorno metropolitano no Recife, algo que já existe em capitais como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Esse tipo de obra tem como principal característica separar o tráfego urbano comum, como hoje é visto em toda a extensão urbana da BR-101, do fluxo intenso de caminhões e carretas, que exige um perfil diferente de via. Se a região metropolitana já sofre com os congestionamentos na rodovia, nos próximos dois anos o trânsito vai piorar ainda mais. Só a Refinaria Abreu e Lima, quando começar a funcionar em Suape, ao sul do Grande Recife, vai receber todos os dias cerca de 1.800 caminhões. O polo automotivo de Goiana, na Mata Norte, vai movimentar diariamente outros dois mil veículos, entre caminhões, carretas, cegonhas, ônibus e veículos leves. Todo esse tráfego tende a pressionar ainda mais o Grande Recife. Mas a questão é que existe um outro lado a ser encarado seriamente, o dos impactos ambientais. Em São Paulo, questionamentos judiciais fazem o Rodoanel tentar ser viabilizado permanecer há mais de dez anos. Em Pernambuco, as críticas se concentram em um trecho da rodovia que, pelo traçado atual, vai cortar a Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, onde se encontra um fragmento de Mata Atlântica, e ainda o Sistema Botafogo, manancial que abastece de água todo o norte do Grande Recife. Tarcísio Freitas diz ser possível alterar o traçado, o que pode mudar o cronograma. “O prazo depende da sinalização do licenciamento. Se a sinalização não for pelo licenciamento ou se for pela necessidade de estudar uma outra alternativa, mais estudos de campo te-

PRAZO Freitas alerta para restrições legais em ano eleitoral rão que ser feitos, outro traçado terá que ser estudado, e aí não teremos licitação este ano”, afirmou. Na audiência de ontem, os parlamentares demonstraram consenso. O encontro foi convocado pelo deputado estadual Aluísio Lessa (PSB) e teve a presença do deputado estadual Sílvio Costa Filho (PTB) e do federal Fernando Ferro (PT). Falando pelos grupos da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB), eles enfatizaram a ausência de tensão política sobre o tema. Mesmo o Fórum Socioambiental de Aldeia, que se destaca nas críticas ao Arco, disse não ser contra a obra e sim a favor de mudanças que evitem os impactos ambientais na APA.

Um dos pontos criticados é que o DNIT hoje só dispõe de um anteprojeto, produzido com base em um estudo do governo estadual, de 2008. As alternativas de traçado teriam “similaridades” com as avaliadas pela iniciativa privada, quando o Estado tentou viabilizar a obra como uma concessão. Em 2011, um consórcio liderado pela Odebrecht avaliou três opções diferentes para a obra. Escolheu a que tinha um nível intermediário de impactos ambientais e o governo chegou a iniciar o licenciamento ambiental na Agência Estadual de Recursos Hídricos (CPRH). Segundo o Fórum, porém, esse traçado foi até reprovado pela CPRH – o que não significa fim de conversa, mas necessidade de alteração na proposta.

De qualquer modo, como a obra tinha um orçamento alto, de R$ 1,21 bilhão, o Estado em 2012 tentou emplacar o projeto no programa de concessões federais, sem sucesso. Mas ano passado a presidente Dilma mudou de ideia e, em abril, anunciou que faria a obra. Por questões de propriedade intelectual, o governo federal só recebeu o estudo original, de 2008. Quando o DNIT lançou o edital em 18 de dezembro passado, o Fórum Socioambiental de Aldeia entrou com pedido de impugnação, denunciando a inexistência de licenciamento, violação de leis ambientais e os impactos na APA. Ontem, na audiência, o engenheiro Herbert Tejo, membro do Fórum de Aldeia, reclamou da insistência do governo em um traçado mais agressivo que o vetado pela CPRH: “A responsabilidade pela não execução do Arco é dos senhores”. O Conselho de Defesa Ambiental de Aldeia (Codeama) e o Conselho Gestor da Estação Ecológica Caetés enviaram cartas questionando a obra. “Não há interesse nenhum do governo federal em desmatar, não há insensibilidade, nada disso. A gente quer que seja feito o Arco dentro da alternativa mais viável. Pode custar mais caro. Mas se isso for o mais viável, vai ser feito”, justificou Freitas.

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uando soube do 7º Salão Imobiliário de Pernambuco, o casal Abel Sales, 31 anos, e Leydiane Soares, 24, resolveu começar a pesquisa para realizar o sonho da casa própria. Ontem, acompanhados da pequena Maria Clara, de oito meses, eles estavam no evento e conheceram o Reserva São Lourenço, que está sendo exposto no estande da Pernambuco Construtora. “Queremos um imóvel de dois quartos na faixa de uns R$ 120 mil e nos interessamos por ele”, comenta o promotor de vendas. Imóveis econômicos como o que Abel e Leydiane procuram estão expostos ao lado de residenciais e comerciais de alto padrão no salão, que começou na quarta-feira passada e vai até amanhã, no Centro de Convenções, em Olinda. Há unidades com preços desde R$ 100 mil a R$ 3,8 milhões, algumas com condições de vendas especiais para o evento, com bônus e descontos. A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi PE), organizadora do salão, espera

que 15 mil pessoas circulem na área de exposição até amanhã. Para chamar a atenção dos clientes, as construtoras investem em formatos diferenciados. A Pernambuco Construtora montou a “Arena Pernambuco”, com motivos da Copa do Mundo e área ampla de atendimento. No estande da Rio Ave, a maquete do empresarial Charles Darwin – que estará pronto até 2017 e será construído na Ilha do Leite (área central do Recife) – tem quase três metros de altura e se destaca no corredor. “Aqui o cliente pode ver vários empreendimentos em um só lugar e conta com a presença do construtor e dos gerentes das imobiliárias. Além disso, ele pode tirar todas as dúvidas e até mesmo resolver entraves que teve com a compra do imóvel antes do evento”, destaca o diretor comercial da Central de Vendas, Jackson Rodrigues. k 7º Salão Imobiliário de Pernambuco, das 10h às 22h. Inscrições gratuitas: www.salaoimobiliariodepe.co m.br

Negócios podem ser fechados na hora Quem vai ao Salão Imobiliário pode fechar o negócio dentro do próprio evento, que conta com estandes da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do Tabelionato Figueiredo (8º Ofício de Notas). A contadora Juliana Brandão, 34 anos, e seu marido, o advogado Gleidiston Brandão, finalizaram ontem a compra de um apartamento no residencial Duetto, da Gabriel Bacelar, no Espinheiro (Zona Norte do Recife) e que custa em torno de R$ 400 mil. No estande da construtora, eles acertaram os últimos detalhes e assinaram a papelada. “O apartamento é menor do que a nossa casa em Olinda, que tem 200 metros quadrados, mas vamos morar perto do trabalho”, conta Juliana. A casa vai ficar no patrimônio da família.

Juliana e Gleidiston “namoravam” o Duetto há alguns meses e aproveitaram o salão para comprá-lo. O negócio vai estar nas estatísticas da Ademi PE, que espera R$ 160 milhões em vendas durante o evento e nos dias imediatamente seguintes ao encerramento. A entidade espera que sejam comercializados cerca de 500 imóveis. Para isso, as construtoras contam com apoio das imobiliárias, que distribuem seus corretores entre os estandes para atender os clientes. Somente a Eduardo Feitosa tem mais de 150 profissionais para vender produtos de 16 construtoras parceiras.

q Mais na web Veja fotos dos estandes em www.jconline.com.br/imoveis


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