Enfermagem em Cirurgias Oftalmológicas

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Melhores Práticas de Enfermagem

Enfermagem em Cirurgias

Oftalmológicas Rosane Vargas Muniz Rosaura Soares Paczek Organizadoras

1ª edição 2021 Porto Alegre/RS


ORGANIZADORAS

Rosane Vargas Muniz — Enfermeira. Especialista em Gestão em Saúde e em Saúde Pública. Membro da Subcomissão de Segurança e Qualidade - Anestesia e Medicina Perioperatório (SCOMSEQ) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Membro da Comissão da Meta 4 - Cirurgia Segura do HCPA. Rosaura Soares Paczek — Enfermeira. Mestranda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em Estomaterapia, Gestão Hospitalar, Enfermagem do Trabalho e em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material pela Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC).


Colaboradores

Adriana Maria Alexandre Henriques Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e em Auditoria em Enfermagem. Membro da Comissão do Processo de Enfermagem do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Carina Galvan Enfermeira. Especialista em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material, Ortopedia e Traumatologia, Enfermagem em UTI Neonatal e Pediátrica, Enfermagem em Pediatria e Neonatologia. Claudia Carina Conceição dos Santos Enfermeira. Mestre em Ciências Médicas. Especialista em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e em Enfermagem do Trabalho. Licenciatura em Enfermagem. Debora Machado Nascimento do Espírito Santo Enfermeira. Especialista em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material, Saúde Coletiva e Saúde da Família. Elisa Justo Martins Enfermeira. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente. Membro do Programa de Acesso Vascular (PAV) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).


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Colaboradores

Elizete Maria de Souza Bueno Enfermeira. Especialista em Saúde do Idoso e Gerontologia, Gestão em Enfermagem e Docência em Enfermagem. Ester Izabel Soster Prates Enfermeira. Especialista em Administração dos Serviços de Saúde. Lisiane Paula Sordi Matzenbacher Enfermeira. Especialista em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Central de Material e Esterilização, Gestão em Saúde e Unidade de Tratamento Intensivo. Mariana Smaniotto Gernhardt Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Urgência e Emergência e Enfermagem do Trabalho pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER), e em Enfermagem Centro Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização. Walnice Jung Enfermeira. Doutoranda pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).


SumáRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 15 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 17 1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO OLHO ......................................................21 2 CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS ................................................................45 3 ANESTESIA EM CIRURGIAS OFTÁLMICAS ................................................49 4 CIRURGIA SEGURA ....................................................................................57 5 CIRURGIAS OFTALMO ONCOLÓGICAS ...................................................61 6 CIRURGIAS OCULOPLÁSTICAS .................................................................73 7 CIRURGIA DE CATARATA...........................................................................93 8 CIRURGIAS DO VÍTREO RETINA ............................................................105 9 CIRURGIA DE TRANSPLANTES DE TECIDOS EM OFTALMOLOGIA .......121 10 GLAUCOMA ..........................................................................................137 11 INJEÇÃO INTRAVÍTREA ......................................................................... 151 12 ESTRABISMO .......................................................................................155 13 CUIDADOS NO TRANSOPERATÓRIO .....................................................163 14 CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS ...........................................................169


1 1 Anatomia

e fisiologia do olho Carina Galvan

Rosaura Soares Paczek Walnice Jung

O conhecimento das estruturas anatômicas envolvidas na cirurgia oftálmica e suas funções é necessário para facilitar a escolha do instrumental e equipamentos para o procedimento a ser realizado. A equipe multiprofissional deve ter este conhecimento para compreender o plano de tratamento cirúrgico e preparar adequadamente o paciente.¹ Diferente de muitos órgãos do corpo, o olho está disponível para exame externamente. Sua anatomia pode ser avaliada com facilidade e o globo ocular está situado numa estrutura óssea que o protege, conhecida como órbita, em forma de pirâmide, sendo revestida por músculos, tecido adiposo e tecido conjuntivo, circundada pelos seios paranasais. A movimentação do globo ocular se dá pelos músculos extraoculares, que são inervados pelos nervos cranianos. Normalmente o movimento dos olhos é coordenado e o cérebro percebe uma única imagem.² O globo ocular é constituído por 3 túnicas: externa ou fibrosa (córnea e esclera), média ou vascular (íris, corpo ciliar e coróide) e interna ou neurossensorial (retina). Internamente, o


2 Cuidados pré-operatórios Carina Galvan Rosane Vargas Muniz

Os cuidados de enfermagem no pré-operatório são um segmento para o trans e pós-operatório de cirurgias oftalmológicas. Desde a admissão com a entrevista do paciente à alta na sala de recuperação podemos prevenir complicações e auxiliar no cuidado. O momento da entrevista, anamnese, é onde registramos a história familiar, o histórico do paciente, doenças prévias, medicações em uso e inclusive o estado emocional.1 Neste momento também deve-se realizar o acolhimento do paciente e familiar, esclarecendo dúvidas, explicando sobre a cirurgia, o que resultará numa diminuição da ansiedade e melhora a colaboração nos cuidados pós-operatórios. Observa-se uma diferença nos valores de ansiedade no período intra-operatório por pacientes que fizeram a entrevista com a enfermeira no pré-operatório e os que não fizeram. Pacientes que retornam para operar o outro olho, alguns até vários meses após a primeira cirurgia, demonstram mais tranquilidade e conhecimento perante os cuidados pré, trans e pós-operatórios.2


9 Cirurgia de transplantes de tecidos em oftalmologia Claudia Carina Conceição dos Santos Débora Machado Nascimento do Espírito Santo Elizete Maria de Souza Bueno Rosaura Soares Paczek

Os primeiros transplantes de córnea começaram em 1905 e essa prática só se consolidou em 1944, com a inauguração do primeiro banco de olhos mundial o Hospital Manhattan de Olhos, Ouvidos e Garganta.1 No Brasil o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é o responsável pela administração dos transplantes pelo Sistema Único de Saúde, onde temos que os transplantes de órgãos, por doação, somente podem ser realizados após a morte encefálica do doador e com o consentimento formal dos familiares. Salienta-se que o sistema de saúde suplementar financia o transplante de córnea e rim. Uma córnea pode durar até 7 dias após a retirada do doador.2


11 Injeção intravítrea Debora Machado Nascimento do Espírito Santo Mariana Smaniotto Gernhardt

A injeção intravítrea é a técnica de aplicação de injeção no olho, liberando medicamentos específicos em um local do olho chamado Vítreo (ou Humor Vítreo), uma região que contém uma massa gelatinosa, transparente e incolor que preenche o espaço do globo ocular entre o Cristalino e a Retina.1 Uma de suas funções é manter a Retina posicionada, evitando assim o seu descolamento.1 Essa técnica é a mais utilizada, recentemente devido a ser um procedimento pouco invasivo e de primeira escolha para o tratamento de uma série de doenças da Retina, incluindo principalmente a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), a oclusão de veias da Retina e a Retinopatia Diabética.2 Também utilizada como uma técnica para tratar Edema Macular Cistoide, Endoftalmite, Membrana Neovascular de Coroide e a Uveíte.2


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