ENFERMAGEM EM NEFROLOGIA Interfaces do Cuidado na Doença Renal Crônica
Eda Schwartz Fernanda Lise Bianca Pozza dos Santos (Organizadoras)
1ª edição 2018 Porto Alegre – RS
Os autores e a editora se empenharam para dar os devidos créditos e citar adequadamente a todos os detentores de direitos autorais de qualquer material u lizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos posteriores, caso, involuntária e inadver damente, a idenficação de algum deles tenha sido omi da. Todas as fotos que ilustram o livro foram autorizadas para publicação e uso cien fico pelos pacientes e/ou familiares na forma de consen mento livre e informado, seguindo as normas preconizadas pela resolução 466/2002, do Conselho Nacional de Saúde. Diagramação e capa: Formato Artes Gráficas Imagem de capa: ShuƩerstock; ID da Imagem: 247359262 Revisão de Português: Lisiane Andreoli 1ª Edição – 2018 Todos os direitos de reprodução reservados para
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (mecânico, eletrônico, fotocópia, gravação, distribuição pela internet ou outros), sem permissão, por escrito, da MORIÁ EDITORA LTDA. Endereço para correspondência: Av do Forte, 1573 Caixa Postal 21603 Vila Ipiranga – Porto Alegre /RS CEP: 91.360-970 – Tel./Fax 51.98604.3597 moriaeditora@gmail.com www.moriaeditora.com.br
E56
Enfermagem em nefrologia: interfaces do cuidado na doença renal crônica / Organizadoras: Eda Schwartz, Fernanda Lise, Bianca Pozza dos Santos. - Porto Alegre: Moriá, 2018. 199 p.: il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-99238-33-2 1. Enfermagem em nefrologia 2. Cuidados de enfermagem I. Schwartz, Eda II. Lise, Fernanda III. Santos, Bianca Pozza dos NLM WY164
Catalogação na fonte: Rubens da Costa Silva Filho CRB10/1761
Autores
Aline da Costa Viegas Enfermeira. Mestre em Ciências. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Enfermeira Assistencial do Programa Melhor em Casa do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/EBSERH. Integrante do Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN). E-mail: alinecviegas@hotmail.com Bianca Pozza dos Santos Enfermeira. Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Integrante do Grupo de Pesquisa Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN). Possui experiência na área de em Saúde do Adulto e Condições Crônicas de Saúde. E-mail: bi.santos@bol.com.br Daniela Habekost Cardoso Enfermeira. Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Integrante do grupo de pesquisa Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN). E-mail: danielahabekost@yahoo.com.br Débora Eduarda Duarte do Amaral Enfermeira. Mestre em Ciências. Especialista em Oncologia. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelo-
vi Autores tas. Integrante do Grupo de Pesquisa Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN) e Liga Acadêmica Interdisciplinar de Cuidados Palia vos (LACP) da Universidade Federal de Pelotas. E-mail: deboraamaralp@gmail.com Eda Schwartz Enfermeira e Pós-Doutora pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Docente da Faculdade de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Par cipante do Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces e do Núcleo de Pesquisa Saúde Rural e Sustentabilidade. Membro do Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Família e Saúde e da Interna onal Family Nursing Associa on. Bolsista CNPQ. E-mail: eschwartz@terra.com.br Elaine de Paula Amaral Enfermeira. Mestre em Saúde pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Brasileira da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Enfermeira no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Condições Crônicas de Saúde. E-mail: elaineamp@hotmail.com Fernanda Lise Enfermeira. Especialista em Enfermagem Pediátrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Ciências pela Universidade Federal de Pelotas. Integrante do Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN) e da Sociedade Brasileira de Enfermagem Pediátrica (SOBEP). Tem experiência na área de Enfermagem Pediátrica, Família e Condições Crônicas. E-mail: fernandalise@gmail.com Graziella GasparoƩo Baiocco Enfermeira. Especialista em Terapia Intensiva pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Mestre em Ciências da Saúde pela Pon cia Universidade Católica/RS. Especialista em Nefrologia pela Sociedade Brasileira de Enfermagem. Especialista em Segurança do Paciente pela Fundação Oswaldo Cruz. Enfermeira da Comissão de Gerenciamento de Risco do Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre. Tem experiência na área de terapia intensiva, nefrologia, terapia infusional e segurança do paciente. E-mail: grazigasparo o@gmail.com Juliana Dall’Agnol Acadêmica de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Bolsista de Iniciação Cien fica do Conselho Nacional de Desenvol-
Autores
vii
vimento Cien fico e Tecnológico (CNPq). Membro do Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN). Tem experiência na área de Educação. E-mail: dalljuliana@gmail.com Juliana Farias Enfermeira. Integrante do Grupo de Extensão Um Olhar Sobre o Cuidador Familiar: quem cuida merece ser cuidado. Integrante do Projeto de Pesquisa e Extensão Nefrologia: Atenção à saúde nos serviços de terapia renal subs tu va da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Projeto de Extensão: Internato em Nefrologia. E-mail: juliana.farias1988@hotmail.com Juliana MarƟno Roth Enfermeira. Mestre em Saúde e Comportamento pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), RS. Especialista em Projetos Assistências pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS. Doutoranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação da UFPel. Membro do grupo de pesquisa Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN). Tem experiência na área da enfermagem, educação, nefrologia e gené ca humana. E-mail: juroth33@hotmail.com Luciana Farias Enfermeira. Integrante do Projeto de Pesquisa Situação da Criança de Risco em Pelotas: Programa Prá-Nenê. Integrante do Projeto de Pesquisa e Extensão Nefrologia. Atenção à saúde nos serviços de terapia renal subs tu va da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Projeto de Extensão: Internato em Nefrologia. E-mail: enf.evander@hotmail.com Luiza Pereira Vargas Rodrigues Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas. Bolsista PROBIC/FAPERGS do Projeto de Pesquisa Atenção à saúde nos serviços de terapia renal subs tu va da metade sul do Rio Grande do Sul. E-mail: luiza-vargas@hotmail.com Marinéia Albrecht Kickhofel Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS. Membro do Núcleo de pesquisa de Doenças Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN). E-mail: marineiakickhofel@gmail.com Michele CrisƟene NachƟgall Barboza Enfermeira. Professora Assistente II da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Mestre em Enfermagem. Doutoranda pelo Programa de Pós-
ix Autores Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Integrante do Grupo de Pesquisa Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN). E-mail: michelenach gall@yahoo.com.br Paulo Roberto Boeira Fuculo Junior Acadêmico em Enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas. Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET Saúde). Integrante do Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCRIN). Membro da Comissão Técnica do periódico cien fico Journal of Nursing and Health (JONAH) e da Revista Brasileira de Queimaduras (RBQ). E-mail: paulo.fuculo@hotmail.com Rosani Manfrin Muniz Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Líder do Grupo de Pesquisa Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces (NUCCRIN). E-mail: romaniz@terra.com.br Ruth Irmgard Bärtschi Gabatz Enfermeira. Pós-Graduada em Administração Hospitalar pela SETREM (2004) e em Saúde Cole va e da Família pela UNISUL de Santa Catarina. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria. Doutora em Ciências da Saúde pela UFPel Professora Adjunta da Faculdade de Enfermagem da UFPel e membro do núcleo de pesquisa e estudos com crianças, adolescentes, mulheres e famílias (NUPECAMF). E-mail: rb-gabatz@uol.com.br Viviane Marten Milbrath Enfermeira. Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande. Doutora em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora Adjunta II da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas. Vice-coordenadora do Núcleo de Pesquisa da Criança, Adolescente, Mulher e Família. E-mail: vivianemarten@hotmail.com
Sumário
Olhar do parecerista Enfermagem em Nefrologia: interfaces do cuidado na doença renal crônica .....................................................................
11
Apresentação .....................................................................................
13
Prefácio ..............................................................................................
15
1 Doença renal crônica: fisiopatologia e fatores de risco .................
17
2 Cuidando da criança e do adolescente com doença renal crônica ....
31
3 Prevenção da doença renal crônica: ferramentas para o cuidado da pessoa hipertensa e diabé ca ....................................
47
4 Tratamento conservador na doença renal crônica ........................ 75 5 Cuidando da pessoa em tratamento por hemodiálise .................. 93 6 Cuidado à pessoa em diálise peritoneal ........................................ 111 7 Cuidados à pessoa com transplante renal ..................................... 127 8 Diagnós co de enfermagem e o plano de ações para o cuidado da pessoa com doença renal crônica ...................................... 149 Índice remissivo ................................................................................. 197
Olhar do parecerista Enfermagem em Nefrologia: interfaces do cuidado na doença renal crônica
O livro apresenta material didáƟco para a Enfermagem relaƟva à enfermidade renal. É composto de 8 capítulos com tópicos diferentes e convergentes sobre a Enfermidade Renal Crônica (ERC): Fisiopatologia e fatores de risco; a infância e a adolescência na ERC; Prevenção da ERC em pessoas hipertensas e diabéƟcas; Tratamento conservador na doença renal; O cuidado de pessoas em Tratamento por hemodiálise; Avaliação de vantagens e desvantagens da diálise peritoneal; cuidado de pessoas com transplante renal; e, por fim, a apresentação do instrumento de SistemaƟzação da Assistência de Enfermagem aplicado à Prevenção, promoção, recuperação e reabilitação. No primeiro capítulo se introduzem as principais caracterísƟcas da enfermidade renal crônica e os fatores de risco associados à mesma. Na segunda parte encontramos a ERC como problemáƟca aparente na infância e na adolescência e também a importância de estratégias precoces de prevenção. O capítulo 3 contribui com um olhar reforçado sobre a ERC em pacientes hipertensos e diabéƟcos: uma minuciosa descrição de indicadores que dão conta da magnitude da ERC e uma adequada sistemaƟzação de estratégias de prevenção associada ao diagnósƟco precoce de fatores de risco. O capítulo 4 aborda o tratamento conservador na ERC, destacando, de uma forma precisa, a sistemaƟzação dos diagnósƟcos, caracterísƟcas definidoras, fatores associados e intervenções a serem feitas.
12 Eda Schwartz, Fernanda Lise e Bianca Pozza dos Santos (Orgs.) O capítulo 5 fala sobre os aspectos de ordem sociocultural em torno da percepção e qualidade de vida do paciente em hemodiálise como elementos chaves para enfrentar um paradigma de saúde reducionista e fragmentado, sendo observado o indivíduo desde uma compreensão holísƟca, consƟtuindo o centro de atenção da equipe de saúde. O capítulo 6 é uma concisa descrição dos diferentes Ɵpos de tratamento de hemodiálise acompanhado de um atraƟvo exercício de vantagens e desvantagens no uso da opção de hemodiálise peritoneal. Muito úƟl na busca permanente de melhorar a qualidade de vida do paciente renal. No desfecho do capítulo 7 se apresenta uma adequada contribuição ao estado de arte na ERC. Aborda de forma didáƟca e precisa os cuidados que requerem as pessoas transplantadas, tanto sua esfera individual e familiar quanto ao que corresponde à equipe de saúde. No capítulo 8 é apresentado o Instrumento “SistemaƟzação da assistência de enfermagem” aplicado à prevenção, promoção, recuperação e reabilitação em saúde renal. A enfermagem, como disciplina relevante na consƟtuição dos equipamentos de saúde, tem uma profunda vocação interdisciplinar, uma vez que há pontos específicos e intransferíveis da profissão. O instrumento apresentado traduz as especificidades ao mesmo tempo em que oferece um conjunto de atributos úteis para o trabalho das equipes de saúde e das pessoas interessadas na temáƟca. Rodolfo Levin Echeverri Sociólogo e Mestre pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidad de la República Uruguay (UdelaR). Coordenador de oficina insƟtucional e professor de sociologia na Faculdade de Ciências Sociais – UdelaR Responsável pela disciplina de invesƟgação qualitaƟva em saúde no curso de Graduação em Saúde Ocupacional da Faculdade de Medicina – UdelaR. Professor permanente e responsável na unidade de Educação em Saúde da Faculdade de Medicina – UdelaR. Tutor virtual sob o Campus Virtual de Saúde Pública da Organización Panamericana de la Salud (CVSP-OPS).
Apresentação
Durante nossas vivências práƟcas de cuidado de saúde a pessoas com doenças crônicas, envolvendo diabetes e hipertensão, bem como a doença renal crônica já instalada, percebemos a necessidade de um material didáƟco voltado para a Enfermagem no âmbito do adoecimento por doença renal. Sendo assim, dedicamo-nos com carinho ao desenvolvimento deste livro. Desenvolvemos os conteúdos com o auxílio de enfermeiros(as) com experiência no cuidado à pessoa e à família que vivenciam a doença renal nos seus diferentes estágios. Portanto, esperamos que este livro possa contribuir aos estudantes e aos profissionais de enfermagem e áreas afins como uma ferramenta de conhecimento e que seja insƟgante, pois não pretendemos esgotar o conteúdo nesta obra. Eda Schwartz Fernanda Lise Bianca Pozza dos Santos (Organizadoras)
Prefácio
Estamos vivendo mais e, com essa perspecƟva, aumenta a probabilidade de vivenciarmos processos de adoecimento. Esses processos podem acontecer silenciosa e gradaƟvamente, sem que a pessoa tome consciência de suas consequências, como desenvolver hipertensão arterial sistêmica ou diabetes melito, doenças que permitem a qualquer pessoa conƟnuar sua vida sem grandes riscos seguindo alguns cuidados. No entanto, se esses cuidados não forem observados, outras consequências mais graves poderão acontecer, como a doença renal, que tem como fatores predisponentes as patologias citadas, assim como glomerulonefrites, entre outras causas que deixam o indivíduo afetado mais exposto a grandes riscos e a uma vida dependente de muitos cuidados. Conhecer as patologias – em especial a doença renal crônica, retratada neste livro –, suas formas de prevenir, diagnosƟcar, suas possibilidades de danos ao corpo de uma pessoa sadia e as formas de cuidar e intervir no controle da doença é o que pretende essa obra. Ela aborda a situação da doença renal crônica que acomete desde a criança e o adolescente até o adulto idoso. Mostra, também, que a ciência e a tecnologia, em seu processo evoluƟvo, têm beneficiado esse grupo de doentes com diagnósƟcos e tratamentos que permitem a eles viverem mais e com menos riscos, mas reconhece que novos riscos são criados a parƟr das inovações desse contexto. Um dos aspectos destacados nesta obra,
16 Eda Schwartz, Fernanda Lise e Bianca Pozza dos Santos (Orgs.) para amenizar ou evitar esses riscos, é o envolvimento neste processo não só do doente, mas também de sua família como uma cuidadora em potencial e uma enfermagem com propostas de avaliações conơnuas e intervenções seguras para uma evolução mais efeƟva. O livro Enfermagem em nefrologia: interfaces do cuidado na doença renal crônica, que resultou do dedicado trabalho da Eda Schwartz, Fernanda Lise, Bianca Pozza dos Santos e colaboradores pela vivência de suas práƟcas, revisão de arƟgos cienơficos e base de dados, nos traz de forma simples e didáƟca informações que esclarecem os tópicos de maior relevância do processo de adoecimento e tratamento de pessoas com doença renal crônica. A obra servirá de referência a estudantes e profissionais da área de nefrologia para invesƟr em modos de cuidar de quem vive o processo de adoecimento por perda da função renal. Como professora de enfermagem e com experiência de já ter estado muito tempo próxima aos doentes renais crônicos e conƟnuar junto aos estudantes e profissionais que trabalham na área da nefrologia, reconheço a importância desta publicação para muitos profissionais da enfermagem que atuam ou estão ingressando nesse contexto de cuidado. Dra Elisabeth Gomes da Rocha Thomé Professora adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Coordenadora do Curso de Especialização de Enfermagem em Nefrologia da UFRGS.
2 Cuidando da criança ça e do adolescente com doença renal crônica Fernanda Lise, Eda Schwartz, Juliana Dall’Agnol e Luiza Pereira Vargas Rodrigues
INTRODUÇÃO A doença renal crônica (DRC) é desencadeada por anormalidades na estrutura e/ou perda irreversível da função renal com redução progressiva da filtração glomerular, que é o principal mecanismo de excreção de solutos tóxicos não voláteis gerados pelo organismo, por pelo menos três meses (DRAIBE; AJZEN, 2011; KDIGO, 2013). Considera-se a DRC um importante problema de saúde pública em todo o mundo, da qual pouco se sabe sobre a epidemiologia desta na infância (HARAMBAT et al., 2011), os censos brasileiros demonstram dados semelhantes aos internacionais e, independente do local, os dados para pediatria são escassos (SESSO et al., 2011). O estágio da doença renal é classificado conforme a taxa de filtração glomerular (TFG), determinado pelo ritmo de filtração glomerular, sendo a melhor forma de avaliação, baseada nas medidas da crea nina sérica em que: o estágio 1 TFG é igual a > 90; o estágio 2 TFG é entre 60-89; o estágio 3 TFG é entre 30-59; o estágio 4 TFG é entre 15-29; e o estágio 5 TFG é < 15 (HOGG et al., 2013) (Quadro 1).
3 nica: Prevenção da doença renal crônica: d d ferramentas para o cuidado da pessoa hipertensa e diabética Elaine Amaral de Paula e Eda Schwartz
h INTRODUÇÃO A doença renal crônica (DRC) é definida pela presença de alterações da estrutura ou funções dos rins, com ou sem alteração da filtração glomerular, por um período maior que três meses e com implicações na saúde do indivíduo (KDIGO, 2012). A inves gação da lesão renal é feita a par r de exames laboratoriais de sangue, urina e através de imagem. Assim, a confirmação da presença de albuminúria, reconhecida como importante marcador de lesão renal ou outra alteração de sedimento urinário, como hematúria glomerular, leucocitúria ou de imagem, como a presença de cistos na doença renal policís ca do adulto ou observada a biópsia renal na glomerulopa a com ou sem comprome mento túbulo-inters cial pode evidenciar a DRC (KDIGO, 2012). Portanto, é considerado doente renal o indivíduo que possui alguma lesão renal independente da taxa de filtração glomerular (TFG). Isso se jus fica uma vez que a TFG pode ser man da em níveis normais ou até elevados, apesar da lesão renal estrutural iniciada (KDIGO, 2012). A DRC apresenta altos índices de prevalência mundial, porém é subdiagnos cada e, por conseguinte, não tratada ou abordada tar-
6 Cuidado à pessoaa em diálise peritoneall Eda Schwartz, Fernanda Lise, Bianca Pozza dos Santos, Juliana Martino Roth e Marinéia Albrecht Kickhofel
h INTRODUÇÃO A doença renal crônica (DRC) se caracteriza pela perda lenta, progressiva e irreversível da função dos rins, impondo, em sua fase terminal, a necessidade de submeter-se a uma das formas de terapia renal subs tu va (TRS), seja a hemodiálise, o transplante renal ou a diálise peritoneal (DP). A diálise peritoneal é indicada para pessoas com insuficiência renal aguda ou crônica e, como as demais formas de TRS, possui vantagens e desvantagens, sendo considerada uma técnica de subs tuição da função renal de grande eficácia, com resultados semelhante às demais formas de tratamentos. Contudo, a escolha pela DP precisa ser uma decisão feita pela pessoa com o apoio da família e do médico nefrologista. Nessa modalidade de tratamento, o processo de filtração ocorre dentro do corpo da pessoa, especificamente na cavidade interna do abdome denominada peritônio, o qual é uma membrana porosa e semipermeável, que reveste os principais órgãos abdominais. O peritônio atua como um filtro natural do sangue, removendo o excesso de água e de toxinas do corpo, subs tuindo a função renal prejudicada pela evolução da DRC (SBN, 2017).
8 meo Diagnóstico de enfermagem plano de ações para o cuidado d da pessoa com doença renal crônica Ruth Irmgard Bärtschi Gabatz e Viviane Marten Milbrath
h INTRODUÇÃO A sistema zação da assistência de enfermagem (SAE) é uma a vidade priva va do enfermeiro. Por meio dela, são iden ficadas as situações de saúde e de doença da pessoa, família ou comunidade, a fim de elaborar ações que possam fornecer subsídios para prevenção, promoção, recuperação e reabilitação da saúde (COFEN, 2009). Segundo Medeiros, Santos e Cabral (2012), a u lização da SAE confere autonomia à prá ca do enfermeiro, melhorando a assistência prestada por ele. A implantação da SAE é exigida para todas as ins tuições de saúde privadas e públicas do país desde 2002. A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem número 272/2002, revogada pela Resolução 358/2009, determina que o Processo de Enfermagem deve ser realizado de modo deliberado e sistemá co em todos os ambientes em que ocorre o cuidado profissional da enfermagem (COFEN, 2009). O trabalho da enfermagem está voltado para a prá ca do cuidado das pessoas que atende. Nesse contexto, é necessário que a enfermagem reconheça seu objeto de trabalho a fim de ocorrer uma “transformação no indivíduo, na família e na comunidade” para se ob-