ANO II Nr.10 BIMESTRAL
JUNHO 2015 - Director: Pedro Santos Pereira Distribuição Gratuita
AMP distingue sócios Ex-presidentes, funcionários e colaboradores foram distinguidos na celebração dos 40 anos da AMP.
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Parquímetros - mais lugares gratuitos Parque do Jardim Almeida Garrett deixa de ser pago. Parque alternativo do Mercado, em Moscavide, gratuito durante a manhã.
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II Feira dos Saberes e Sabores A exemplo do ano passado, este evento em Moscavide voltou a contar com bastante adesão popular.
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À terceira não foi de vez Pelo terceiro ano consecutivo o futsal da Portela não alcançou a tão desejada subida à Primeira Divisão Nacional.
ENTREVISTA
CARDEAL PATRIARCA
"Grande parte da minha vida tem-se passado aqui, entre Moscavide e a Portela... por isso sinto-me perfeitamente em casa".
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EDITORIAL
Quando há comunicação o caminho torna-se menos íngreme Pedro Santos Pereira Director Editorial
Ficha Técnica
Escolher o melhor caminho nem sempre é uma decisão fácil. Mais complicado é quando duas pessoas tentam chegar a um destino comum partindo de locais diferentes. Necessariamente os caminhos escolhidos serão díspares, mas isso não significa que tenham de ser antagonistas. Mais grave se torna quando isso põe em causa o bem-estar de terceiros, que não tendo qualquer interferência acabam por sofrer as consequên-
cias. Parece-me que é o que está a acontecer aqui na nossa Freguesia. Destinos comuns, caminhos diferentes e ausência de comunicação. Quando digo comunicação não me refiro exclusivamente a contactos, antes cinjo-me a vontade efectiva que as coisas aconteçam, de ambos os lados. Como exemplo poderia escolher vários, mas vou escolher o caso do “papel higiénico”. Como diria Herman José, através da personagem por si
interpretada Diácono Remédios, “Havia necessidade”. Era mesmo impreterível resolver a questão, apenas, no dia a seguir à notícia saída num jornal nacional? Não houve qualquer possibilidade de resolver antes? Era preciso ir para os jornais e pedir doações aos encarregados de educação para a compra do papel higiénico? Era necessário enxovalhar uma Freguesia e um Concelho? Uns dirão que sim, que foi a forma mais eficaz de resolver a
situação. Parece-me um pouco egoísta, quando pensamos apenas em nós e esquecemo-nos que há mais pessoas à volta. Denegrir uma comunidade inteira por um objectivo comum de uma minoria, dessa mesma comunidade, não me parece uma boa solução. Ainda mais quando não era uma situação de urgência, pois o stock de papel nunca chegou a esgotar. Diria que ninguém ficou bem na fotografia. Resolver um dia depois da notícia dá a
ideia que foi necessário haver pressão, de outra forma não seria conseguido. Por outro lado, não olhar a meios para alcançar os fins é um mau exemplo. As relações institucionais estão acima de relações pessoais ou políticas e só quem conseguir perceber isso estará a servir a comunidade. Comuniquem mais e melhor, todos.
Director: Pedro Santos Pereira Colaborações: Ana Rodrigues, André Julião, António dos Santos, Filipa Monteiro Fernandes, Filipe Amaral, Filipe Godinho, Francisco Rocha, João Alexandre, José Luís Nunes Martins, Joyce Mendonça, Maria Margarida Oliveira, Martim Santos, Ricardo Andrade, Rita Paulos, Rita Santos Fotografia: João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 13 500 Exemplares Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: moscavideportela@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 121 952 Depósito Legal nº 119 760 / 98
ACTUALIDADE
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AM Portela Celebração dos 40 anos Com a presença de alguns ex-presidentes, a AM Portela celebrou os 40 anos, desde a sua criação, distinguindo presidentes, funcionários, colaboradores e a presidente da Junta de Freguesia Manuela Dias. A AM Portela celebrou no dia 22 de Maio 40 anos de existência, cujo slogan foi “40 anos juntos”. Para comemorar a data a Direcção promoveu uma cerimónia, que se realizou no Centro de Actividades da AMP (Edifício do Portela Sábios), onde distinguiu presidentes, funcionários, colaboradores e a Presidente da Junta de Freguesia, Manuela Dias. A mesa de honra foi composta pela vereadora Maria Eugénia Coelho, em representação da Câmara Municipal de Loures, a anterior citada presidente da Junta de Freguesia Manuela Dias, a presidente da Assembleia Geral Carla Marques, que conduziu a cerimónia, o presidente da Direcção Miguel Matias e o presidente do Conselho Fiscal Fernando Caetano. Na assistência estiveram boa parte dos membros que compõem os órgãos sociais, funcionários, colaboradores e os ex-presidentes João Felgar, Ferreira dos Santos, Tavares Regal, Silva Ferreira e José Lopes Santos. Num estilo informal várias foram as referências à importância da AMP
no bairro da Portela, que lhe permitiu construir uma identidade própria. Miguel Matias, actual presidente da Direcção, referiu a importância dos sócios na luta pelos direitos dos moradores do bairro, principalmente quando ainda não existia a Junta de Freguesia da Portela. Realçou também a importância de Maria Geni, ex-presidente da Junta de Freguesia da Portela, no crescimento da Associação, assim como dos ex-presidentes de Câmara Adão Barata e Carlos Teixeira, destacando que os actuais líderes autárquicos, Bernardino Soares e Manuela Dias, também estão dentro do espírito dos anteriormente referidos. Para terminar lançou uma sugestão, que o actual largo que envolve a sede da AMP e o Parque Desportivo venha a ser denominado Largo Adão Barata. Um repto que Manuela Dias aceitou, podendo vir a designação desta zona que ainda não tem nome. No final brindou-se com vinhos de Bucelas e houve espaço para a confraternização. Pedro Santos Pereira
Distinções Presidente da Junta Freguesia Moscavide Portela Manuela Dias
Presidentes
1977-78 - Augusto Costa Valadares 1978-79 e 1985-86 - Aristides Andrade Mendes 1979-80 - Jorge Maria Ramalho Silva Ferreira 1983-84 - José António Lopes Santos 1987-88 e 1989-90 - João Pereira da Silva 1991-92 - António Francisco Tavares Regal 1993-94; 95-96, 97-98 e 99-2000 - Sebastião José da Silva Simões 2000-2001 - Heloísa Aguiar 2001- 2002 - João Miguel Girão Queirós Felgar 2003-2004 e 2005-2006 - Miguel Nuno Pedro Cardoso Matias 2005-2006 - António Manuel Marques Torres 2007-2008 - Álvaro Ferreira dos Santos 2009-2010; 2011-2012 e 2013-2014 - Carla Maria Ferro Marques
Colaboradores e Funcionários Joaquim Antunes Margarida Louro Fernando Cota Teixeira António Mesquita João Mendonça Ramos Humberto Tomás Luís Cruz Manuela Bastos Dias Coronel Fernando Lopes Armando Jorge Domingues João Alexandre Silva Aida Freira Odete Teixeira
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Estacionamento mais barato e pedagógico Mais lugares gratuitos, menor tempo tarifado e tarifas mais baixas. Estas são algumas das alterações ao estacionamento em Loures, Moscavide, Portela, Sacavém e Prior Velho. As medidas não põem em casa a sustentabilidade da Loures Parque, garantem os responsáveis. José Luís Nunes Martins Investigador
O amor não acontece. Decide-se. Há quem julgue que o amor é alheio à vontade humana, algo superior que elege, embala e conduz… e que quase nada se pode fazer perante tamanha força. Isso é uma mera paixão no seu sentido menos nobre. E, nesse caso, sim, o amor acontece... Ao contrário, amar é estar acima das paixões e dos apetites. Mesmo quando o amor nasce de uma espontaneidade, resulta de um claro discernimento. O amor decorre de uma decisão. De um compromisso. Constrói-se de forma consciente. Através do heroísmo de alguém livre que decide ser o que poucos ousam. Escolhe para fim de si mesmo ser o meio para a felicidade daquele a quem ama. Sim, decide-se amar e, sim, decide-se a quem amar. O amor autêntico é raro e extraordinário, embora o seu nome sirva para quase tudo... a maior parte das vezes designa egoísmos entrelaçados, cada vez mais comuns. São poucos os que se aventuram, os que arriscam tudo, os que se dispõem a amar mesmo quando sabem que poucos sequer perceberão o que fazem, o seu porquê e o para quê. O amor não supõe reciprocidade. Amar é dar-se por completo e aceitar tudo... não se contabilizam ganhos e perdas, porque o seu maior ganho é esse mesmo: perder-se. Entregar o corpo e o espírito, o passado e o futuro, a razão e o coração... não é ser metade de qualquer coisa, é dar-se inteiro em troca de nada. Quem ama nunca se funde nem confunde com o amado. Os egoísmos buscam modificar o outro para o fazer à sua imagem e semelhança. O amor aceita e promove o ser do outro, enquanto verdade livre e autónoma, com o seu significado, rumo e valor próprios. O amor envolve alegrias puras e tristezas fundas, sorrisos sinceros e dores profundas. Amar não é ser feliz. Mas será muito mais importante amar do que ser feliz, porque só é feliz quem ama, seja neste momento ou na eternidade. Nunca se está tão perto da solidão absoluta como quando se é capaz de amar. O risco de tudo ser absurdo... é grande. Enorme. Mas o amor é uma perfeição, não uma perdição. É uma virtude porque resulta de uma escolha responsável, um compromisso íntimo de alguém com outra pessoa a quem se dá o melhor de si… face a face com a possibilidade do pior dos fracassos: uma vida em vão. É mais forte do que a morte. Quando se ama alguém, a sua perda apenas aprofunda e eleva, engrandece e alarga o coração de quem, apesar de todos os sofrimentos, medos e angústias, aqui decide não ser daqui. A verdade é que se todos os caminhos nos levam ao amanhã, só o do amor nos entrega à eternidade. Amar é renunciar a muito, a quase tudo, sentir, pensar e dizer não… a todas as outras possibilidades, às superficialidades e aos prazeres, ao próprio egoísmo que tenta impor-se, tantas vezes, como se fosse uma questão de sobrevivência. Amar é criar. Do nada faz tudo. A sua essência escapa por completo à compreensão humana. A sua lógica é outra... O amor é divino. Quem ama faz-se a si mesmo imagem de Deus. É preciso muita coragem e uma nobreza suprema para sentir, pensar e dizer a cada dia e a cada noite: sim, quero! sim, aceito! sim, amo!
O estacionamento nas freguesias de Loures, Moscavide e Portela e Sacavém e Prior Velho tem novos tarifários, novos horários e mais lugares gratuitos. O anúncio foi feito, em conferência de imprensa, por Tiago Matias, vereador com os pelouros do planeamento e gestão urbanística da Câmara Municipal de Loures e Nuno Abreu, presidente da Loures Parque. Após mais de um ano a consultar os munícipes e a ouvir várias entidades e associações, o município e a Loures Parque anunciaram finalmente as medidas decorrentes da auscultação. Moscavide, um dos locais mais problemáticos, foi abordado com cuidado. «Apesar dos constrangimentos existentes, nomeadamente a grande pressão
automóvel e a proximidade da estação do Metro, foi possível assegurar a disponibilidade diária de bolsas de estacionamento gratuito em Moscavide», anunciou Tiago Matias. «As medidas propostas foram objecto de análise conjunta com os executivos das juntas de freguesia, mas também com a Associação de Comércio e Serviços e todos os intervenientes mostraram o seu acordo para com as mudanças propostas», acrescentou o vereador. Destacando os acordos alcançados entre freguesias de diferentes cores políticas, Nuno Abreu, presidente da Loures Parque referiu que o «processo foi altamente participado pelas populações e as soluções que permitiu apresentar são ajustadas
à especificidade de cada zona do concelho». A solução encontrada assenta em três pilares: mais estacionamento gratuito, redução de horários e redução de tarifas, mas cada zona teve intervenções específicas. Cada problema com a sua solução «No caso da freguesia de Loures, parece-nos importante referir a criação de mais 80 lugares de estacionamento gratuito, que se vêm juntar aos cerca de 1400 lugares gratuitos já existentes», adiantou Nuno Abreu. «Em relação a Moscavide, destaca-se a criação de duas novas bolsas de estacionamento e ainda uma oferta de estacionamento gratuito durante todo o dia, embora não seja toda no mesmo local», acrescentou o presidente da Loures Parque. Numa solução bi-partida, o executivo camarário e a Loures Parque vão agora isentar a zona perto do mercado durante a manhã e a zona junto ao Metro (parques da Azinhaga do Jogo da Bola) na parte da tarde. «Passamos, por isso, a oferecer 260 lugares gratuitos em Moscavide, embora uns no período da manhã e outros no período da tarde», reforça Nuno Abreu. «Na Portela, procedemos à oferta de mais 60 lugares de estacionamento gratuito, tendo libertado o estacionamento do Jardim Almeida Garrett e reduzido os horários de estacionamento pago», garante o responsável. «Concluímos que, no parque de estacionamento que dá resposta às piscinas e aos equipamentos da Associação dos Moradores, o horário que existia (das 08h00 às 20h00, de segunda-feira a sábado e aos domingos de manhã) era desajustado das necessidades da rotatividade», acrescenta. Neste sentido, o horário
de estacionamento pago naquele local situa-se agora entre as 16h00 e as 20h00, de segunda a sexta-feira e das 10h00 às 18h00, aos sábados, sendo gratuito aos domingos. «No Prior Velho, vamos oferecer, na Rua Henrique Barros, mais 72 lugares de estacionamento gratuito», concluiu Nuno Abreu. «Raspadinhas» mais baratas e pagamento por telemóvel Além destas alterações, o preço por hora de cada «raspadinha» - títulos de estacionamento pré-comprados – passa de 50 para 40 cêntimos e os munícipes vão ser incentivados a pagar o estacionamento através do Meo Parking, uma plataforma para pagamento do estacionamento através de telemóvel, que, apesar do nome, funciona com todas as operadoras e está em funcionamento desde o Verão de 2014. Em suma, para Nuno Abreu, estas alterações vieram «criar, no concelho de Loures, 559 novos lugares de estacionamento gratuito, sendo 211 ao longo de todo o dia e 348 alternados entre o período da manhã e o período da tarde». Com uma aposta na pedagogia em detrimento do autoritarismo, o responsável máximo da Loures Parque anunciou ainda que esta nova atitude «permitiu reduzir, em 2014, em 29 por cento, o número de autos passados e, em 45 por cento, o número de bloqueios e remoções de viaturas». Isto, apesar do aumento de cinco por cento na utilização dos parquímetros. «Estas alterações não colocam, de forma alguma, em risco o equilíbrio e a sustentabilidade económica e financeira da empresa», defende Nuno Abreu. André Julião
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Alterações ao Estacionamento MOSCAVIDE 116 lugares gratuitos - Parque alternativo do Mercado (2ª a 6ª, das 09h00 às 14h00) 143 lugares gratuitos - Parques alternativos da Azinhaga do Jogo da Bola (2ª a 6ª, das 14h00 às 18h00) Redução de horários de estacionamento pago - Zona 311 (agora, das 09h00 às 19h00) PORTELA Mais 61 lugares gratuitos - Parque do Jardim Almeida Garrett Redução de horários de estacionamento pago - Zona das piscinas (agora, de 2ª a 6º, das 16h00 às 20h00 e sábados, das 10h00 às 18h00) Redução de tarifas - Zona das piscinas (oferta de 30 minutos) - Zona envolvente ao Centro Comercial (oferta de 30 minutos) LOURES Mais 50 lugares gratuitos - Rua General Norton de Matos Mais 28 lugares gratuitos - Rua 4 de Outubro Redução de horários de estacionamento pago - Quinta da Tinalha (agora das 09h00 às 18h00) - Largo Benjamim Mateus (agora de 2ª a 6º, das 09h00 às 18h00) - Junto ao Pavilhão Paz e Amizade (agora de 2ª a 6º, das 09h00 às 18h00) Redução de tarifas - Junto à Escola Secundária Dr. António Carvalho Figueiredo (agora €1) - Junto ao Pavilhão Paz e Amizade (agora €0,50) SACAVÉM E PRIOR VELHO Mais 72 lugares gratuitos - Rua Professor Henrique de Barros Redução de tarifas - Parque da Rua da Guiné (agora €0,50) - Parque junto à Av. Salgueiro Maia (agora €0,50)
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II Feira dos Saberes e Sabores
João Borges Neves
No dia 29 de Maio iniciou-se a II Feira dos Saberes e Sabores no Jardim de Moscavide. Pelo segundo ano consecutivo a adesão foi grande e o convívio e degustação aprovados. Este evento decorreu durante o fim-de-semana, tendo terminado no domingo, dia 31. Vários foram os apontamen-
tos musicais, que começaram na Cerimónia de Abertura, às 18 e 30, com a Orquestra Típica de Águeda. Depois das 22 à meia-noite actuou o grupo “Baile Onda Média”. No sábado o rancho folclórico do Bairro da Fraternidade abriu as “hostilidades” às 15 horas, seguindo-se as dan-
ças tradicionais da Escola de Dança de Moscavide. Pelas 17 e 30 subiu ao palco o Rancho da Casa de Cultura e Recreio de Vila Facaia Pedrogão Grande, seguido do Rancho Folclórico do Grupo Desportivo de Lousa. Para encerrar a noite voltou o grupo “Baile Onda Média”, que com
as suas músicas de baile pôs a assistência a dançar. No domingo, entre as 15 e as 18 horas, os mais pequenos tiveram o seu momento com o espectáculo do Banana e a Mascote do Panda. Para finalizar, às 21 horas, actuou o “Duo Café Creme”.
(Im)pressões Privatização da Segurança Social? Não, Obrigado! É certo e sabido que as crises geram oportunidades. Só que raramente aproveitam as vítimas. Antes atiçam a cobiça de oportunistas (os do costume) que, a pretexto da “mudança”, avançam com propostas miraculosas que mais tarde ou mais cedo se revelam verdadeiros desastres. Os muitos milhares de milhões de euros movimentados pela Segurança Social há muito que estimulam o apetite voraz do sistema financeiro. Seria impossível a Segurança Social sair incólume da crise que atravessamos e não se ressentir dos seus efeitos dolorosos. Destaco, a montante, três factores que vão fazer perdurar efeitos adversos na sua sustentabilidade: - A Globalização, com a deslocação de empresas para mercados de mão d’obra mais “favorável”; - A Demografia, um problema mais do que previsível mas que, pelos vistos, por cá ninguém previu; - A Robotização, em todos os sectores de actividade económica, que avança impiedosamente na eliminação do trabalho humano. A sustentabilidade da Segurança Social deve, por isso, preocupar todos. E a todos envolver na busca de soluções que, obviamente, são incompatíveis com a sua privatização. Há que começar quanto antes, para evitar que duma deterioração conjuntural passe a estrutural e condene irremediavelmente toda a estrutura do “Estado Social” – uma das maiores conquistas civilizacionais do século passado. Será, certamente, no mundo do trabalho e do emprego que advirão as respostas. O “pleno emprego”, hoje, é uma miragem económica. Se é certo que as condições adversas não permitem deixar vislumbrar a criação de emprego - tal como hoje o conhecemos - para todos, talvez não seja tão difícil repartir o existente por todos. Para que tal aconteça, urge a (des) construção da Sociedade, que se repense tudo, que se quebrem mitos. Esta “mudança” será porventura a única forma de as vítimas poderem beneficiar da tal “oportunidade” gerada pela crise.
Ressureição do hóquei em patins do Sporting deve-se a Portelense Soares Franco acabou com a equipa sénior do Sporting de hóquei em patins, mas o portelense Gilberto Borges não se resignou e trouxe os leões de volta à ribalta. O Sporting venceu esta época a Taça CERS, a segunda competição europeia mais importante no hóquei em patins. Um feito difícil de imaginar há 10 anos, quando a equipa sénior dos leões foi extinta, por decisão da então direcção presidida por Soares Franco. Algo impensável para alguns, mas houve alguém que sempre acreditou na potencialidade da modalidade e, em 2005, tomou conta do hóquei leonino, ainda que de forma autónoma – foi presidente da Secção de Hóquei em Patins do Sporting: o engenheiro Gilberto Borges, para muitos o grande obreiro desta nova geração do hóquei sportinguista. Nos últimos quatro anos, o agora director da Secção de Hóquei em Patins do Sporting, levou o clube à Primeira Divisão, depois dos títulos na 3ª e 2ª divisões, tendo alcançado as competições europeias no ano em que regressou ao escalão principal do hóquei português.
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Cardeal em procissão das velas em Moscavide e na Portela D. Manuel Clemente acompanhou a procissão das velas que decorreu na Portela e deu a missa perante centenas de fiéis. O Cardeal Patriarca falou ainda ao MP sobre a sua relação com a freguesia e o concelho. Foi com uma enorme emoção colectiva e espírito de missão que centenas de pessoas saíram à rua no passado dia 22 de Maio para fazer parte da procissão das velas organizada pela paróquia da Portela e que contou com a participação do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. Pouco passava das 21h30 quando um mar de gente saiu da Igreja da Portela para formar a procissão. O trânsito esteve cortado pela PSP, enquanto centenas de devotos davam à volta à freguesia em torno do andor de Nossa Senhora, segurando velas que provocavam um efeito tranquilo e resplandecente. Durante o trajecto, que durou cerca de uma hora e meia, muitas pessoas acenavam à janela à passagem da procissão. Devotos ou simples curiosos abandonavam os seus afazeres para ver aquele acontecimento invulgar que se desenrolava nas ruas normalmente calmas da freguesia. A procissão terminou com uma missa na Igreja da Portela, dada pelo próprio Cardeal Patriarca, D. Manuel Clemente. A emoção que rodeou o evento contagiou todos os participantes e até o próprio sacerdote. Um feliz retorno a casa Em declarações exclusivas ao MP, D. Manuel Clemente revelou ter-se tratado de um momento especial. Para o cardeal, foi uma ocasião que significou muito e que trouxe à memória recordações de outros tempos. «Estou
aqui desde o início dos anos de 1970, vi isto tudo crescer e as primeiras pessoas que vieram viver para cá, do continente e de África», disse. «É sempre com muito gosto que aqui venho, porque muita desta gente cresceu e até já envelheceu comigo, portanto é sempre com muito carinho que venho a esta comunidade cristã, que sirvo como padre e sacerdote», acrescentou D. Manuel Clemente. Quanto à celebração, o pároco foi exemplificativo: «esta devoção à mãe de Jesus traz o melhor de nós todos e origina sempre estas celebrações, pelas quais tenho um carinho muito especial, lembrando os mais pobres e os doentes ou familiares que estão com dificuldades». Quanto à sua relação com o concelho de Loures e a freguesia de Moscavide e Portela, em particular, D. Manuel Clemente recordou a sua relação diária com a localidade, onde vive, na Casa Patriarcal do Seminário dos Olivais, desde o início dos anos 70. «Grande parte da minha vida tem-se passado aqui, entre Moscavide e a Portela, que têm funcionado como uma base para mim, por isso sinto-me perfeitamente em casa», confessou ao MP. Já quanto à nova forma de dirigir a Igreja Católica do Papa Francisco, o cardeal mostrou-se plenamente identificado e realçou a simplicidade, característica do Evangelho. «O Evangelho faz com que a palavra religião tenha um significado muito preciso, pois
é a vida de alguém – de Jesus de Nazaré -, que consideramos ser a própria manifestação de Deus, com uma palavra e atitudes muito próprias, muito directas, próximas e convincentes», defende. «Esta simplificação é própria do Evangelho e, quando um Papa como Francisco a reproduz, sentimo-nos muito convictos e muito fortalecidos naquilo que é o Evangelho propriamente dito, que é esta proximidade de Deus com todos, através de Jesus e da mãe de Jesus», acrescenta D. Manuel Clemente. Ilhas de misericórdia para o futuro Plenamente identificado com o rumo que o Papa Francisco tem traçado para a Igreja, o Cardeal Patriarca acompanha os desejos de Francisco para o futuro das paróquias como a de Moscavide e Portela. «O Papa diz, de uma forma muito bonita, que cada comunidade cristã – paróquias e outras – seja uma ilha de misericórdia no meio de um mar de indiferença e eu acho que isto é um programa magnífico», revela. «O Papa até convocou agora um ano à volta da misericórdia, que é esta atitude de Deus de se aproximar de todos, especialmente daqueles que precisam de ser confortados, e uma comunidade cristã só pode ser isso: uma ilha de misericórdia num mar de indiferença», sustenta D. Manuel Clemente. André Julião
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ACTUAL
1ª Légua Urbana da Portela Ricardo Andrade
Como o próprio nome indica, a Portela passou a entrar na Corrida das Colectividades do Concelho de Loures através da Légua Urbana. Uma corrida que teve lugar no dia 24 de Maio e que contou com largas centenas de participantes. Uma manhã diferente nesta localidade, que lhe deu um outro colorido e uma agitação própria que estes eventos transportam consigo.
Comissário de Bordo
Transparências ou o Fantasma de Sócrates Já noite cerrada e a caminho de Lisboa aproveito para escrever mentalmente estas linhas. Acima de muitas nuvens aproveito para recordar que, num jornal nacional, constatei que o caso “Sócrates” estava, ainda, na “ordem do dia”! Agora a notícia é a recusa do ex-Primeiro Ministro em aceitar que lhe seja colocada uma pulseira electrónica e os fundamentos com que o outrora Chefe de Estado o faz. Acredito que pareça redundante para o leitor estar aqui a escrever sobre este assunto, mas tenho para mim que quando falamos do caso “Sócrates” não falamos apenas do próprio, mas sim de uma forma de estar, de fazer política e de olhar para as instituições nacionais. Mas quando falamos em José Sócrates também devemos pensar se muito do modus operandi marcado por um caminhar errático e até, muitas vezes, irresponsável não deixou seguidores no nosso País e em particular na estrutura de um PS muito moldado, há não muito tempo atrás, por uma liderança forte e agressiva onde Sócrates e “sus muchachos” mandavam e desmandavam. Será que António José Seguro primeiro e, mais recentemente após um golpe palaciano de ataque à liderança do PS, António Costa apagaram a forma de fazer política do PS de Sócrates? Sinceramente e sem recorrer a um facciosismo social-democrata… julgo que não!! Penso até que o enorme esforço por fugir a falar de Sócrates ou até a pronunciar o seu nome, como se de um fantasma se tratasse, demonstra que se pretende esconder uma herança que claramente existe. Julgo mesmo que a forma como o próprio António Costa ultimamente escamoteia a sua presença nos Governos liderados pelo Sr.Engenheiro é algo que fica mal a quem exerceu funções de Estado. Acredito também que esconder que António Costa tem o apoio e a ajuda de muitos “socráticos” e, quem sabe, do próprio Sócrates, é tão pouco sério como tentar esconder que o político que há muitos anos atrás, durante uma campanha autárquica à Câmara de Loures, colocou um burro e um Ferrari lado a lado na Calçada de Carriche para, numa manobra populista, pôr em causa um problema de trânsito relevante sem propalar convenientemente a solução para o mesmo, se chamava… António Costa. O mesmo hoje que faz do populismo uma forma de estar na política. Para terminar não posso deixar de escrever que é pena que, numa altura que muito se debatem programas e ideias de como governar o nosso País, haja quem não tenha a mesma transparência em assumir o seu percurso, que aquela que procura apregoar ter com a transmissão das ideias que vai lançando para o ar de forma casuística acerca da condução dos destinos de Portugal. Afinal de contas, aquilo que somos não marca também aquilo que defendemos?
Projecto Cruz Vermelha - perigos da exposição solar
Escola Dr. Catela Gomes festeja final do ano lectivo
No dia 5 de Junho as crianças do 1º ano da Escola Básica Dr. Catela Gomes aprenderam a proteger-se do sol e ficaram a saber mais sobre os perigos da exposição solar. A actividade, patrocinada pela Associação de Pais e Encarregados de Educação e coordenada pela Cruz Vermelha Portuguesa, foi um sucesso.
No dia 11 de Junho, com início às 17 horas, a Escola Básica Dr. Catela Gomes, em Moscavide, vai celebrar o final de mais um ano lectivo. Com actuações dos alunos e um arraial preparado pela Associação de Pais e Encarregados de Educação, que contará com sardinhas, bifanas, couratos, doces, bebidas, música e muita animação, ou seja, tudo o que se quer numa festa popular. Os mais pequenos ainda terão acesso a pinturas faciais.
Projecto “Querido(s pais) mudámos a nossa escola!” Mais uma iniciativa ocorrida na Escola Básica Dr. Catela Gomes, que contou com a participação de alunos, docentes e assistentes. O projecto consiste, uma vez que ainda está em fase de acabamentos, de pintar e retocar algumas paredes da escola, dando-lhe assim uma maior alegria e encanto. Os resultados, daquilo que já foi feito, são excelentes, tanto do ponto de
vista decorativo como no da interacção entre as forças vivas que compõem o estabelecimento.
Jardins do Cristo Rei com aula de zumba Para celebrar o 1º aniversário, a Let’s Go Study vai promover uma aula de zumba na Urbanização Jardins do Cristo Rei hoje, dia 13 de Junho, pelas 10 horas. O local da aula será no Parque Verde da urbanização, que contará também com insufláveis para regozijo dos mais pequenos.
Associação de Moradores Jardins do Cristo Rei vai a votos No dia 23 de Junho, às 18 horas e 30 minutos, na Casa da Cidade está marcada a Assembleia Geral Eleitoral da Associação de Moradores Jardins Cristo Rei. Os pontos desta assembleia serão a votação e a tomada de posse dos órgãos eleitos, Direcção, Assembleia Geral e Conselho Fiscal. A votação será encerrada às 20 e 30, altura em que será efectuada a contagem. Todos
os sócios com as quotas regularizadas até ao acto da votação terão direito a participar na mesma. A apresentação das listas presentes a escrutínio teve como prazo o dia 10 de Junho, tendo de ser compostas com um mínimo de três elementos por órgão, enquanto a apresentação das listas e do programa deverá ser feita até ao dia 17 deste mês, altura em que serão comunicados os cadernos eleitorais. Uma oportunidade para os moradores desta urbanização mostrarem o que os une.
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”Saloio com muito gosto” Este é o lema da A2S, uma associação inter-municipal com fundos comunitários, que tem como objectivo dinamizar o sector agrícola e patrimonial dos concelhos envolvidos, Loures, Mafra e Sintra. O MP entrevistou Márcia Mendes, coordenadora do projecto. No dia 21 de Maio, na Quinta do Vale em Santo Antão do Tojal, foi apresentada a A2S, uma associação que apoiará projectos dos três municípios envolvidos, Loures, Mafra e Sintra, a obterem fundos comunitários. Com moderação de Mário Fidalgo, vice-presidente da Federação Minha Terra e com discursos do Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, dos presidentes de Loures e Mafra, Bernardino Soares e Hélder Sousa Silva, dos vereadores Pedro Ventura (CM Sintra) e António Pombinho (CM Loures), da Directora Regional da Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo, Elizete Jardim, a Coordenadora da A2S, Márcia Mendes e Diogo Batalha da Aldeia da Mata Pequena, foram dados diversos contributos sobre formas de actuação que esta Associação poderá ter. Para culminar seguiu-se uma degustação com produtos saloios. A A2S é presidida pelo vereador António Pombinho e coordenada por Márcia Mendes que, no final da apresentação, nos explicou melhor o funcionamento e os objectivos da Associação. O que é necessário para concorrer a este programa ao A2S? Em primeiro lugar é necessário que haja uma intenção, uma ideia de desenvolver um projecto no território. Esse projecto tem de ir ao encontro das áreas em que actuamos, portanto são pequenos, sempre pequenos projectos. Projectos que têm por objectivo a diversificação das actividades nas produções agrícolas, as cadeias de comercialização e distribuição, portanto, tudo o que exista para ir ao encontro destas temáticas são elegíveis para poderem ser financiados. Depois daremos todo o apoio na sua concepção e será apresentado à Associação que, se for viável, irá atribuir o financiamento que será dado pelas autoridades de gestão. Funcionam como um filtro? No fundo, nós vamos tentar captar agentes que
estão no território para desenvolver projectos de acordo com estas temáticas, que são elegíveis no âmbito dos fundos e, para nós, na ordem do território. Para a A2S são importantes as zonas rurais, o património, o turismo e definimos que é importante a capitalização e a inclusão social, esperando que todos os projectos que apareçam sejam nestas áreas… Dentro dessas vertentes… Exacto… E há limites em termos financiamentos? Sim, os projectos são sempre “pequenos projectos”, no máximo podem ir até aos 200 mil euros e é suposto criarem postos de trabalho e terem metas específicas e concretas. E já se sabe qual é a taxa de comparticipação? Não. Agora estamos numa fase em que vamos ter que dizer à autoridade de gestão o que é que queremos fazer, vamos ter que detalhar a nossa estratégia, tanto dentro do património como nas zonas rurais vamos ter que dizer o que queremos fazer. E consoante aquilo que dissermos à autoridade de gestão, será desencadeado um processo de negociação, que determinará a verba que teremos disponível para colocar nos projectos. Tudo irá ser feito em função das propostas que nós proporcionarmos
fazer, ou seja, se proporcionarmos pouco, vamos receber pouco dinheiro, se proporcionamos fazer muito, provavelmente iremos ter que renegociar, para dimensionar o projecto à escala do apoio que será atribuído. Mas vamos ter que dizer nesta segunda fase, o quê que vamos fazer para concretizar a nossa estratégia. O que vai ser definido no próximo mês e meio toda a estratégia? Sim. Depois, a partir daí, iremos fazer animação territorial, ouvindo todos os interessados e alertá-los para as possibilidades que têm com este novo pacote, porque quanto mais rápidos formos na elaboração dos projectos, mais rapidamente poderemos concorrer a outros pacotes financeiros. Qual é o objectivo principal da A2S? É dar a possibilidade a estas pessoas de beneficiar dos fundos, que elas nunca puderam beneficiar. E criar postos de trabalho? Exactamente. A parte cultural também é elegível? Em princípio sim, dependerá daquilo que vier da negociação, mas no passado tem vindo a ser elegível, tanto na parte social como na parte cultural. Agora iremos ver se existirão algumas restrições. Pedro Santos Pereira
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MP
ACTUAL
Make it Possible Um grupo de alunos do 12.º ano da Escola Secundária Arco-Íris (Portela) teve a iniciativa de pintar algumas salas de aula, num projecto inovador desenvolvido na disciplina de Sociologia e que foi lançado pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa. Durante as primeiras semanas do mês de Maio, alunos do 12º ano das turmas de Línguas e Humanidades e de Socio-económicas da Escola Secundária Arco-Íris pintaram várias salas de aula, tendo em vista o seu desempenho académico, bem como a recuperação dos espaços escolares. A realização deste evento decorreu no âmbito da disciplina de Sociologia, estando integrado no projecto “Make it Possible”, o qual existe em parceria com o ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa. Este é um projeto educativo que visa a consciencialização dos jovens estudantes para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (OMD), de forma inovadora e dinâmica. Considerando a participação e inclusão sociais e a afirma-
ção do seu papel cívico, estes alunos do 12º ano optaram pela pintura de salas de aula. O contributo da sua acção é reconhecido, na medida em que representa um incentivo para a manutenção e recuperação das infraestruturas constituintes do recinto escolar, que contam já com mais de um quarto de século. Assim, estes estudantes puseram mãos à obra, procurando patrocínios que fornecessem o material necessário e por isso, desde já fica registado o agradecimento à Robbialac pelo serviço prestado. Deste modo, toda a comunidade escolar agradece por esta acção benéfica, sobretudo devido ao exemplo que representa. A escola é um espaço comum, que também pertence aos alunos e como tal devemos aprender a conservá-la, assim
como desenvolver práticas sustentáveis que a mantenham com condições de trabalho. Embora, muitas vezes, se pense que não vale a pena ter uma atitude mais razoável, como evitar riscar as mesas, porque alguém o vai fazer, ou pôr os resíduos no
lixo, porque outros irão deitá-los para o chão, o que é certo é que ninguém pretende afirmarse à imagem de outrém, especialmente quando essa retrata uma má conduta. Por isso, a mínima intervenção faz a diferença; devemos moldar os nos-
sos comportamentos, enquanto estudantes, em função do bom ambiente escolar. Por essa razão a mais inusitada ideia que tenhamos nesse sentido é sempre bem-vinda e como tal “Make It Possible”.
Arraiais de Moscavide e da Portela
RALIS expõe viaturas militares
As Festas de Santo António e da Comunidade Paroquial de Moscavide vão ter lugar nos fins-de-semana de 13 e 14 e 20 e 21 de Junho. O início será com uma Eucaristia, no dia 13 de Junho às 9 e 30, presidida pelo Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás. No dia 14 será realizada a Procissão de Santo António. No fim-de-semana seguinte destaque para o arraial no dia 20 com música, sardinhas, animação e muito convívio. As festividades encerrarão no domingo, dia 21, com um almoço comunitário. Por sua vez na Portela, os arraiais estão marcados, como de costume, para os dias 19, 20, 26 e 27, os últimos dois fins-de-semana de Junho. Como também é habitual os eventos festivos decorrerão no espaço da Igreja de Cristo-Rei, onde sardinhas, bifanas, música e boa disposição não faltarão. Quatro dias de grande tradição, que permitem juntar famílias e encontrar conhecidos, que há muito não se vêem.
Está a decorrer uma exposição de viaturas militares no Regimento de Artilharia de Lisboa (RALIS), para a qual a Junta de Freguesia está a convidar todos os interessados, no dia 15 de Junho às 10 horas, a visitá-la. As inscrições poderão ser efectuadas na seda da Junta de Freguesia, na Portela, ou no Centro de Dia Social e Comunitário.
por Sofia Borges
Árvores e plantas provenientes do bairro da Quinta da Vitória
Colecção Jardins da Vitória
Através do cultivo das hortas desenvolveu-se uma agricultura de subsistência, onde era também frequente a venda de excedentes como a cana-de-açúcar
Durante mais de 40 anos moradores cultivaram hortas, plantaram árvores e plantas, construíram canteiros e jardins improvisados. A enorme diversidade cultural existente no bairro, traduziu-se também no cultivo de diferentes espécies botânicas, provenientes de várias origens geográficas, habitualmente trazidas pelos moradores dos seus países de origem ou compradas nos mercados da periferia da cidade de Lisboa.
O bairro da Quinta da Vitória situava-se entre os concelhos de Lisboa e Loures (Freguesia dos Olivais e, Freguesia de Moscavide e Portela), perto do aeroporto de Lisboa. Começou a ser construído nos anos 60 por moradores oriundos das zonas rurais de Portugal, para nos anos 70 acolher um grande fluxo de portugueses provenientes das ex-colónias portuguesas situadas em África e na Índia. No final dos anos 90 recebe um número significativo de imigrantes que chegam a Lisboa para trabalhar na construção da zona Oriental da cidade, chegando nessa altura a alojar cerca de 5.000 pessoas. Em 1993 com a criação do P.E.R. (Plano Especial de Realojamento), inicia-se o plano de demolição, só concluído em 2014 com a demolida da última casa do bairro.
Os exemplares presentes neste jardim — feito de jardins — permitem o acesso à realidade vivida pelos moradores, que ao longo dos anos foram reproduzindo as suas necessidades, afectos e conhecimentos através do cultivo de diferentes espécies botânicas, provenientes de Portugal, Angola, Moçambique, Índia, Quénia, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. A maioria das espécies oriunda dos países de origem dos moradores, que começaram a chegar a Portugal a partir dos anos 70, no período que procedeu à descolonização destes países.
Reúne-se uma colecção de 20 espécies botânicas(*), seleccionadas de um conjunto de 50 exemplares cedidos pelos moradores do bairro da Quinta da Vitória, com o objectivo de construir uma memória, associando as espécies transplantadas e o testemunho dos moradores(**), inscrito nas placas de identificação desta colecção.
(*) Espécies botânicas presentes na Colecção Jardins da Vitória: Nº 20 Piprô (Ficus religiosa L.); Nº 45 Abacateiro (Persea americana Mill.); Nº 6 Jamelão (Syzygium cumini (L.) Skeels); Nº1 Nespereira (Eriobothrya japonica (Thunb.) Lindl.); Nº 39 Patra (Colocasia esculenta (L.) Schott); Nº 37 Cacto (Opuntia ficus-indica (L.) Mill.); Nº 3 e Nº 4 Canado-açucar (Saccharum officinarum L.); Nº 16 Anoneira (Annona cherimola Mill.); Nº 25 Loureiro (Laurus nobilis L.); Nº 30 Erva-príncipe (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf); Nº 43 Alecrim (Rosmarinus officinalis L.); Nº 41 Arruda (Ruta graveolens L.); Nº48 Figueira (Ficus carica L.); Nº 23 Cana-do-açucar (Saccharum officinarum L.); Nº 21 Piprô
A Colecção Jardins da Vitória é realizada no âmbito alargado de um trabalho de pesquisa e criação artística desenvolvido desde 2006 em estreita colaboração com os moradores, até a demolição do bairro da Quinta da Vitória em 2014. Tendo sido produzidos neste período objectos de natureza artística e documental, intervenções em espaços públicos e discussões públicas, culminando com a concretização desta colecção de espécies botânicas doadas pelos moradores e a sua implementação no Jardim Almeida Garrett, situado nas proximidades do bairro da Quinta da Vitória.
Alguns dos exemplares transplantados para o jardim, como a árvore sagrada (Piprô Nº 20) e outras plantas identificadas nas placas de identificação desta colecção, continuam a ser usados por alguns moradores que residiam no bairro e pela comunidade hindu que vive na proximidade deste jardim.
Na sua maioria as espécies botânicas plantadas no bairro eram utilizadas como uma continuidade de práticas e hábitos culturais ligados à alimentação e ao cultivo, mas também para fins terapêuticos e medicinais, para a produção de medicamentos tradicionais, ou para cerimónias religiosas da comunidade hindu residente. Tratando-se de árvores e plantas sagradas, no sentido em que corporizam o divino, como o Piprô, a bananeira e a cana-do-açucar, estas espécies eram plantadas pelos moradores com o objectivo de servirem culto religioso e as cerimónias religiosas realizadas no bairro.
(Saccharum officinarum L.) para a confecção de melaço e grogue (aguardente), tradicionalmente produzidos em Cabo Verde.
DIVULGAÇÃO LOCAL
APOIOS LOCAIS
APOIOS INSTITUCIONAIS
APOIOS
REVISÃO Rui Palmeiro
www.jardinsdavitoria.com
REVISÃO CIENTÍFICA Luís Mendonça de Carvalho, Mariana Caixeiro e Apurv Jani (Shiv Mandir-Templo hindu)
EQUIPAMENTO URBANO Joana Pestana, Joana Braga e Inês Veiga
DESIGN GRÁFICO Inês Veiga
COLABORAÇÃO Moradores do Bairro da Quinta da Vitória: Rajnicant Sauchande Daia, Nalini Bai Carsane, Ajit Dangi, Benvindo Moreira, Jaisinh Calanchande, Pedro Calanchande, Amarchande Otomchande, Puspavantibai Valgi, Manuel Vaz, Ana Moreno dos Santos, Sucilabai Ramgi, Ramila Carsane, Puruisha Manoja, Mohanlal Premgi, Usha Govind Harji Nathoo, entre outros.
PARCEIROS INSTITUCIONAIS
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO Sofia Borges
ÁRVORES E PLANTAS CEDIDAS POR Rajnicant Sauchande Daia, Nalini Bai Carsane, Ajit Dangi, Benvindo Moreira, Jaisinh Calanchande, Pedro Calanchande, Amarchande Otomchande, Puspavantibai Valgi, Manuel Vaz, Ana Moreno dos Santos, Sucilabai Ramgi, Ramila Carsane, Puruisha Manoja, Mohanlal Premgi e Usha Govind Harji Nathoo.
(**) Testemunhos dos moradores reunidos num conjunto de conversas registadas no bairro da Quinta da Vitória e posteriormente à sua demolição em Lisboa, Loures e Londres, entre Julho de 2012 e Outubro de 2014.
(Ficus religiosa L.); Nº 8 Mangueira (Mangifera indica L.); Nº 51 Hibiscus (Hibiscus rosa-sinensis L.); Nº18 Piprô (Ficus religiosa L.); Nº 22 Bananeira (Musa x paradisiaca L.) e Nº7b Oleandro (Nerium oleander L.).
No seguimento d‘A Festa Acabou’, o projecto
Colecção Jardins da Vitória: árvores e plantas provenientes do Bairro da Quinta da Vitória, da autoria de Sofia Borges, começou com a ideia de salvaguardar árvores e plantas
O projecto ‘A Festa Acabou’, que se constitui como prática artística colaborativa, inicia-se em 2006 juntando artistas visuais, antropólogos, curadores, designers e moradores. A presença da equipa multidisciplinar — que aborda e questiona as representações distorcidas e muitas vezes preconceituosas destes lugares, a violência da demolição ou a incerteza do realojamento — decorre durante a execução do PER (Plano Especial de Realojamento), programa público para a ‘erradicação de barracas’ executado no bairro entre 1995 e 2014. No contexto deste projecto foi criado um conjunto de peças de natureza artística e documental apresentado em universos distintos, destacando-se a exposição no próprio bairro e em galerias de arte ou as discussões em meio académico.
O Bairro da Quinta da Vitória foi um bairro de habitação precária localizado na freguesia da Portela, concelho de Loures, sobre a fronteira com o concelho de Lisboa. Tal como muitos outros bairros autoproduzidos que surgiram na periferia de Lisboa a partir dos anos 60, o bairro resultou da ocupação das antigas trincheiras da Estrada Militar nas quais era mais fácil construir. A sua construção deveu-se inicialmente à fixação de migrantes portugueses, tendo-se adensado com a chegada de vagas consecutivas de imigrantes de países africanos, desde o Pós 25 de Abril até ao início dos anos 90, que incluem também hindus vindos de Moçambique devido ao agravamento da guerra civil nos anos 80.
doadas pelos moradores desse bairro que já não existe. Constitui-se assim como um documento vivo de uma espacialidade desaparecida. Nas placas que identificam as espécies do jardim estão inscritos testemunhos dos moradores que as doaram, reproduzindo o que sobreviveu da memória cultural do bairro demolido, interligando a história de vida de plantas e pessoas.
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Colecção Jardins da Vitória: Árvores e plantas provenientes do bairro da Quinta da Vitória tomou a forma de um jardim público criado com espécies botânicas
Apesar da sua aparente invisibilidade para a maior parte dos visitantes, a Colecção Jardins da Vitória incorpora especificidades culturais associadas a práticas espaciais singulares que se inscrevem fora dos padrões instituídos no uso de jardins públicos. Destacamos
A localização da colecção de árvores e plantas provenientes da Quinta da Vitória no Jardim Almeida Garrett resulta de um processo de colaboração e negociação que envolveu os vários intervenientes e utilizadores do espaço — a artista visual, moradores de ambos os bairros, autarquia e junta de freguesia — acomodando variáveis de carácter técnico, mas sobretudo tendo em consideração o modo como os frequentadores habituais do jardim o usam.
presentes no bairro — com as quais os moradores tinham estabelecido forte relação simbólica — como forma de preservar a memória cultural daquele lugar. Durante mais de 40 anos, os habitantes do bairro cultivaram jardins florais e hortícolas não só como forma de subsistência, mas também com a finalidade de obter espécies terapêuticas associadas a tradições medicinais enraizadas no seu universo cultural e, no caso da comunidade hindu, como forma de assegurar a presença no bairro de lugares de culto (algumas espécies são consideradas sagradas). O projecto iniciou em 2012 com a identificação e cartografia das espécies botânicas do bairro, acompanhada de um processo de reconhecimento do interesse dos moradores na construção do futuro jardim e da sua disponibilidade para contribuir com a doação de árvores e plantas. Este movimento inicial levou à realização de um arquivo com 50 exemplares representativos das práticas culturais e de subsistência dos moradores, arquivo que se materializou com o transplante de 20 espécies botânicas associadas às geografias dos países de origem dos moradores do bairro da Quinta da Vitória — Portugal, Angola, Moçambique, Índia, Quénia, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau — para um jardim municipal na freguesia da Portela. Esta colecção de espécies botânicas que incorpora a memória cultural do bairro que já não existe foi por sua vez incorporada no Jardim Almeida Garrett. A sua justaposição ao tecido urbano consolidado do bairro da Portela resultou na camuflagem da colecção no jardim existente.
Por Joana Braga, Joana Pestana e Inês Veiga
O projecto, assente numa cartografia afectiva, misturase com o jardim existente, destacando estas árvores como veículos afectivos e simbólicos de um lugar desaparecido mas não esquecido. Porque falamos de um jardim que é feito de outros jardins.
A Colecção Jardins da Vitória feita do que resta do Bairro da Quinta da Vitória combate o apagamento físico e cultural a que inevitavelmente o conduziria o processo de demolição, assim transformando um espaço de exclusão num lugar de inclusão. Este projecto procura manter viva a memória daquele lugar, através da preservação de espécies botânicas significativas para os antigos moradores, que as doaram à artista para que a Colecção Jardins da Vitória pudesse ganhar forma.
Este percurso botânico, assinalado pela história de cada uma das espécies representadas, confronta-nos com a aceitação da diversidade e das diferenças culturais presentes no espaço público, o espaço partilhado por todos. As práticas quotidianas de quem por ali passeia pelo jardim devem respeitar as outras formas de o usar, negociando a coexistência diária de diferentes formas de vida.
a prática religiosa associada à Piprô (Ficus religiosa), considerada como árvore sagrada em diversas culturas e religiões, como no Budismo e no Hinduísmo. A Piprô vinda da Quinta da Vitória é venerada pelos moradores hindus que ali prestam culto aos seus antepassados e participam noutros rituais religiosos associados ao calendário hindu. Devido ao seu carácter sagrado, a árvore e o espaço que a envolve são percepcionados para esta comunidade como lugar de culto, lugar ao qual estão associadas determinadas práticas simbólicas expressadas espacialmente de modo específico. Os padrões culturais predominantes no contexto português remetem exclusivamente para a associação de lugares de culto a edifícios: igrejas ao catolicismo, sinagogas ao judaísmo, mesquitas ao islamismo, unindo características morfo-tipológicas a determinada religião. Mas, e se uma árvore for um lugar de culto? Neste jardim estão traduzidas as diferenças culturais conducentes a concepções diferentes do sagrado, suas representações e espacialidade.
Quinta da Vitória: quando a demolição floresce
Os exemplares presentes neste jardim — feito de jardins — permitem o acesso à realidade vivida pelos moradores, que ao longo dos anos foram reproduzindo as suas necessidades, afectos e conhecimentos através do cultivo de diferentes espécies botânicas, provenientes de Portugal, Angola, Moçambique, Índia, Quénia, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. A maioria das espécies oriunda dos países de origem dos moradores, que começaram a chegar a Portugal a partir dos anos 70, no período que procedeu à descolonização destes países.
Reúne-se uma colecção de 20 espécies botânicas(*), seleccionadas de um conjunto de 50 exemplares cedidos pelos moradores do bairro da Quinta da Vitória, com o objectivo de construir uma memória, associando as espécies transplantadas e o testemunho dos moradores(**), inscrito nas placas de identificação desta colecção. Na sua maioria as espécies botânicas plantadas no bairro eram utilizadas como uma continuidade de práticas e hábitos culturais ligados à alimentação e ao cultivo, mas também para fins terapêuticos e medicinais, para a produção de medicamentos tradicionais, ou para cerimónias religiosas da comunidade hindu residente. Tratando-se de árvores e plantas sagradas, no sentido em que corporizam o divino, como o Piprô, a bananeira e a cana-do-açucar, estas espécies eram plantadas pelos moradores com o objectivo de servirem culto religioso e as cerimónias religiosas realizadas no bairro.
(Saccharum officinarum L.) para a confecção de melaço e grogue (aguardente), tradicionalmente produzidos em Cabo Verde.
ÁRVORES E PLANTAS CEDIDAS POR Rajnicant Sauchande Daia, Nalini Bai Carsane, Ajit Dangi, Benvindo Moreira, Jaisinh Calanchande, Pedro Calanchande, Amarchande Otomchande, Puspavantibai Valgi, Manuel Vaz, Ana Moreno dos Santos, Sucilabai Ramgi, Ramila Carsane, Puruisha Manoja, Mohanlal Premgi e Usha Govind Harji Nathoo.
(**) Testemunhos dos moradores reunidos num conjunto de conversas registadas no bairro da Quinta da Vitória e posteriormente à sua demolição em Lisboa, Loures e Londres, entre Julho de 2012 e Outubro de 2014.
(Ficus religiosa L.); Nº 8 Mangueira (Mangifera indica L.); Nº 51 Hibiscus (Hibiscus rosa-sinensis L.); Nº18 Piprô (Ficus religiosa L.); Nº 22 Bananeira (Musa x paradisiaca L.) e Nº7b Oleandro (Nerium oleander L.).
Através do cultivo das hortas desenvolveu-se uma agricultura de subsistência, onde era também frequente a venda de excedentes como a cana-de-açúcar
Durante mais de 40 anos moradores cultivaram hortas, plantaram árvores e plantas, construíram canteiros e jardins improvisados. A enorme diversidade cultural existente no bairro, traduziu-se também no cultivo de diferentes espécies botânicas, provenientes de várias origens geográficas, habitualmente trazidas pelos moradores dos seus países de origem ou compradas nos mercados da periferia da cidade de Lisboa.
O bairro da Quinta da Vitória situava-se entre os concelhos de Lisboa e Loures (Freguesia dos Olivais e, Freguesia de Moscavide e Portela), perto do aeroporto de Lisboa. Começou a ser construído nos anos 60 por moradores oriundos das zonas rurais de Portugal, para nos anos 70 acolher um grande fluxo de portugueses provenientes das ex-colónias portuguesas situadas em África e na Índia. No final dos anos 90 recebe um número significativo de imigrantes que chegam a Lisboa para trabalhar na construção da zona Oriental da cidade, chegando nessa altura a alojar cerca de 5.000 pessoas. Em 1993 com a criação do P.E.R. (Plano Especial de Realojamento), inicia-se o plano de demolição, só concluído em 2014 com a demolida da última casa do bairro. (*) Espécies botânicas presentes na Colecção Jardins da Vitória: Nº 20 Piprô (Ficus religiosa L.); Nº 45 Abacateiro (Persea americana Mill.); Nº 6 Jamelão (Syzygium cumini (L.) Skeels); Nº1 Nespereira (Eriobothrya japonica (Thunb.) Lindl.); Nº 39 Patra (Colocasia esculenta (L.) Schott); Nº 37 Cacto (Opuntia ficus-indica (L.) Mill.); Nº 3 e Nº 4 Canado-açucar (Saccharum officinarum L.); Nº 16 Anoneira (Annona cherimola Mill.); Nº 25 Loureiro (Laurus nobilis L.); Nº 30 Erva-príncipe (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf); Nº 43 Alecrim (Rosmarinus officinalis L.); Nº 41 Arruda (Ruta graveolens L.); Nº48 Figueira (Ficus carica L.); Nº 23 Cana-do-açucar (Saccharum officinarum L.); Nº 21 Piprô
A Colecção Jardins da Vitória é realizada no âmbito alargado de um trabalho de pesquisa e criação artística desenvolvido desde 2006 em estreita colaboração com os moradores, até a demolição do bairro da Quinta da Vitória em 2014. Tendo sido produzidos neste período objectos de natureza artística e documental, intervenções em espaços públicos e discussões públicas, culminando com a concretização desta colecção de espécies botânicas doadas pelos moradores e a sua implementação no Jardim Almeida Garrett, situado nas proximidades do bairro da Quinta da Vitória.
Alguns dos exemplares transplantados para o jardim, como a árvore sagrada (Piprô Nº 20) e outras plantas identificadas nas placas de identificação desta colecção, continuam a ser usados por alguns moradores que residiam no bairro e pela comunidade hindu que vive na proximidade deste jardim.
DIVULGAÇÃO LOCAL
APOIOS LOCAIS
APOIOS INSTITUCIONAIS
APOIOS
REVISÃO Rui Palmeiro
www.jardinsdavitoria.com
REVISÃO CIENTÍFICA Luís Mendonça de Carvalho, Mariana Caixeiro e Apurv Jani (Shiv Mandir-Templo hindu)
EQUIPAMENTO URBANO Joana Pestana, Joana Braga e Inês Veiga
DESIGN GRÁFICO Inês Veiga
COLABORAÇÃO Moradores do Bairro da Quinta da Vitória: Rajnicant Sauchande Daia, Nalini Bai Carsane, Ajit Dangi, Benvindo Moreira, Jaisinh Calanchande, Pedro Calanchande, Amarchande Otomchande, Puspavantibai Valgi, Manuel Vaz, Ana Moreno dos Santos, Sucilabai Ramgi, Ramila Carsane, Puruisha Manoja, Mohanlal Premgi, Usha Govind Harji Nathoo, entre outros.
PARCEIROS INSTITUCIONAIS
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO Sofia Borges
Este jardim — feito de jardins — mostra a realidade vivida pelos moradores do Bairro da Quinta da Vitória, que ao longo dos anos reproduziram as suas necessidades, afectos e conhecimentos no cultivo de diferentes espécies botânicas, provenientes de Portugal, Angola, Moçambique, Índia, Quénia, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, presentes nesta colecção.
OPINIÃO
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Mobilidade Social: Um Conceito Perverso Rita Paulos
Árvores e plantas provenientes do bairro da Quinta da Vitória
Colecção Jardins da Vitória
Diretora da Casa Qui - Associação de Solidariedade Social
um dos bairros mais pobres de Portugal encontra-se uma escola secundária moderna e bem equipada. Um contraste extremo, um pequeno oásis de qualidade de vida, que felizmente as crianças e jovens daquele bairro usufruem pelo menos naquele local, se alunos ou alunas da escola. Nós que trabalhamos nas áreas sociais ouvimos e repetimos há anos que a educação é um elemento essencial na mobilidade social. Que sem ela é impossível sair da pobreza. No entanto, já há muitos anos que esta premissa me sabe a pouco. Não é suficiente oferecermos educação universal e (tendencialmente) gratuita. O próprio conceito de "mobilidade social" aceita que existirá um nível social baixo que se torna relevante quando aceita que o nível social mais baixo pode ser tal como ele ainda é hoje. Esta interiorização não
por Sofia Borges
Nos últimos anos viajei algumas vezes até Copenhaga, na Dinamarca. Um aspecto sobressaiu mais do que todos os outros nessas várias visitas: a maioria esmagadora de pessoas em empregos de serviço num café, ou noutro tipo que em Portugal é culturalmente considerado inferior, trabalhavam com uma disposição que nunca vi verdadeiramente no nosso país. Não é fácil descrevê-lo, mas diria que é um ar feliz, tranquilo, mas acima de tudo dignificado. Isto é, todo o corpo e a respectiva comunicação paraverbal transmitem um sentimento positivo quanto a si próprio e nenhum sentimento de inferiorização. Esta experiência recorrente levou-me por outro lado à memória da experiência que tive quando fiz uma acção na área da igualdade no Bairro da Bela Vista, em Setúbal. No centro de
Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide promoveu Banca Solidária No dia 2 de Junho, dia do Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide, realizou-se uma Banca Solidária, que consistia na recolha de livros, materiais pedagógicos, filmes, alimentos não perecíveis e vestuário para ser doado a uma instituição de solidariedade social que acolhe crianças dos 0 aos 12 anos. A campanha decorreu entre as 11 e 30 e as 16 e 30 e foi levada a cabo pelos alunos do 9º B e do 9º C, as professoras Hermínia Ribeiro e Paula Diogo. Além dos pedidos efectuados a todos os particulares, também foi solicitada a colaboração da Associação
de Moradores, da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela e, também, do Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide. Um fim solidário que muito enaltece todos os que contribuíram. O Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide é composto pela Escola Básica 1 e Jardim de Infância da Portela, Escola Básica 1 e Jardim de Infância da Quinta da Alegria em Moscavide, Escola Básica Dr. Catela Gomes em Moscavide, Escola Básica 2,3 de Gaspar Correia da Portela e Escola Secundária da Portela (Arco-Íris).
me parece aceitável. O objectivo é acabar com a pobreza, não é simplesmente permitir que seja possível sair dela, sem pensar que para quem sai, outra pessoa rapidamente pode e, efectivamente, entra para o seu lugar. Isto porque todos os empregos são necessários e importantes. Não deixa de ser de uma ironia perturbadora que alguns dos empregos mais difíceis, menos entusiasmantes ou com mais consequências para a saúde, são os mais mal pagos. É um contrassenso. Mas acima de tudo é preciso lembrar que se porventura um jovem ou uma jovem puder encontrar um emprego melhor remunerado, porque terminou o ensino secundário ou tirou uma licenciatura, aquela tarefa ou ser-
viço que já não lhe foi destinado continua a existir. O que acontecerá quando todas as pessoas tiverem uma qualificação mínima acima do necessário para este tipo de trabalho? Qual é a desculpa que vamos dar para continuarem a ser mal remuneradas? Daqui regresso à Dinamarca. Há uma série de estudos recentes a tentar descobrir por que são os dinamarqueses as pessoas mais felizes do mundo. Entre várias tentativas de explicação, há quem fale do nível de protecção social e do nível de confiança nas instituições e nas pessoas, mas acima de tudo da atitude em relação ao dinheiro. Não é tão importante, dizem, "subir na vida" e gastar dinheiro em coisas caras, mas sim gastar dinheiro
a socializar com as outras pessoas. Não é por acaso o que vi com os meus próprios olhos. Se as pessoas vivem com um ar feliz e digno é também porque do seu trabalho recebem uma remuneração também ela digna, mas acima de tudo que lhes permite viver bem. Em contraste, o actual salário mínimo em Portugal permite somente sobreviver. Todas as pessoas desejam viver seguras e em paz. Não é possível fazê-lo quando alguém perto vive a lutar diariamente para viver minimamente bem, porque no processo produtivo, gerador de riqueza, para o qual é essencial, recebe menos do que é merecido, mas, acima de tudo, necessário. Falta-nos esta consciência.
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CULTURA
MP
Ninho de Cucos
Apple Music João Alexandre Músico e Autor
A Apple anunciou em São Francisco, no dia 8 de Junho, o seu novo serviço de streaming, a Apple Music. A novidade foi anunciada no final do discurso de Tim Cook, o CEO da Apple. Entusiasmado, Tim Cook refere que “este serviço vai mudar a forma como cada um de nós experiencia de agora em diante a música”. Jimmy Iovine, que já trabalhou com nomes como Paul McCartney e Bruce Springsteen, apresentado por Cook como alguém que sabe mais sobre música e aquilo que a envolve que qualquer outra pessoa, referiu que em 2003, a indústria fonográfica se encontrava numa total confusão com Napster, Limewire, Bittorrent e a pirataria implícita que, em parte, se viu “domada” pelo iTunes, apresentado pela primeira vez em 2001 por Steve Jobs como um reprodutor de áudio e a partir de 2005 integrando vídeo e permitindo a organização destes conteúdos de media digital, mas sobretudo possibilitando a compra dos ficheiros digitais de música e mudando de vez a forma como esta se comercializa. Segundo Iovine, pelo menos na Apple "a tecnologia e a arte podem funcionar em conjunto. A indústria da música está fragmentada. Se alguém quiser fazer streaming de música pode ir por alguns caminhos, se quiser conferir um vídeo acede provavelmente ao youtube e se quiser seguir um artista utilizará facebook ou twitter".
Trent Reznor dos Nine Inch Nails descreveu a Apple Music como "um lugar onde a música é menos tratada como bits digitais e mais como a arte que é". A Siri, a assistente pessoal da Apple, pode também ser usada no Apple Music e aparece cada vez mais natural, inteligente e aperfeiçoada. Para isso, basta dizer o nome de um tema ou de um álbum e estes surgem automaticamente e em antecipação no smartphone ou tablet. Pode por exemplo pedir-se o top 10 das músicas mais ouvidas no momento ou há vários anos. As dezenas de milhares de vídeos disponíveis através do serviço não vão ter anúncios. A Apple Music vai permitir aos utilizadores o stream de música no iTunes, criar listas de reprodução particulares, recomendações, especialistas de música de todo o mundo a criar outras listas e sugestões com base nas preferências de cada utilizador, essencialmente muita personalização e diferenciação, um conceito diametralmente oposto do conceito de playlist reduzida, chata e repetitiva tão em voga nas rádios mainstream há muitos anos. Aliás a Apple Music contará com uma estação de rádio em todo o mundo Apple, emitida inicialmente a partir de Los Angeles, Nova Iorque e Londres e a cargo de Zane Lowe, Ebro Darden e Julie Adenuga, três especialistas capazes do melhor no que respeita a
programas de autor. Aos ouvintes de todo o mundo serão disponibilizadas entrevistas exclusivas e convidados capazes de conferir à rádio um capital acrescido de interactividade e emoção. É talvez aqui que a Apple Music se distancia e poderá criar uma mais-valia face ao todo poderoso Spotify. Mesmo artistas sem contratos poderão disponibilizar as suas canções, vídeos, fotos e os fans podem fazer comentários, partilhando-os no facebook ou twitter, por exemplo e no fundo sentirem-se dentro do processo e mais próximos dos seus ídolos.
Aguardemos o que se passará relativamente aos direitos de autor, pois as recentes palavras de Geoff dos Portishead mostram um enorme desapontamento por a música estar a ser vendida ao desbarato, após um retorno de 2500 dólares na sua conta fruto de, imagine-se, 34 milhões de streamings das suas músicas. É o reverso da medalha para os artistas. Os Weekend fecharam esta apresentação com a estreia mundial do tema “I can’t feel my face”. O serviço Apple Music entra em
funcionamento a partir do fim de Junho com uma mensalidade de 10 dólares e corre contra um Spotify que, na sua versão básica, é gratuito, sujeito a publicidade e limitado. A cada utilizador que se cadastrar no Apple Music são permitidos os primeiros três meses em regime de livre adesão e é possível um pacote de assinatura família por 15 dólares. A Apple Music estará disponível para iPhone, iPad, iPod touch, Mac, PC, Apple TV e telefones Android.
CULURA
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Filipe Esménio escreve a fotobiografia “O Sonho ao Poder” de Mário Viegas
O sonho ao poder. O fascínio, as desilusões, a obsessão, a bebedeira! Ao ter a possibilidade de beber nas mesmas fontes onde António Mário bebeu, descobri uma coisa: O cabrão era genial! Para alguns seria óbvio, mas eu não tinha colocado o rótulo a ninguém até hoje. Fui perseguido por uma bebedeira compulsiva de letras, de cheiros de adereços e livros. No processo de escrita deste livro a Câmara Municipal de Lisboa decidiu despejar a Companhia Teatral do Chiado do Teatro Estúdio Mário Viegas. Uma imbecilidade só ao alcance de alguns imbecis. Imbecis que gozam da complacência da imprensa que cega a gosto e em conformidade com as modas. Muitas pessoas ligam pouco a pessoas, e nada às coisas. Fartei-me de lombar caixotes de pertences da família ajudando o Juvenal Garcês a sair do Teatro. Foi como se Mário tivesse morrido outra vez para o Juvenal, e para mim, morrido pela primeira vez. Nunca o conheci. Mas chorei. Era difícil parar de querer saber mais sobre o Mário. Não quis privar com muitos dos que o conheceram, uma boa parte até já partiram. Não quis sair muito das casas onde viveu em Lisboa e em Santarém. Não quis desviar-me muito dele. Do que escreveu, do que disse em entrevistas ou em escritos. Não podia deixar de tentar percebê-lo, por ele, de viva voz. É um menino complexo, mas fácil. Complexo por ter muitos rostos, o amor ao teatro, a missão de levar a poesia aos portugueses, o sonho de um país mais justo para todos, o amor e o orgulho na sua família, as suas crises e as suas angústias, a sua inquietude e a capacidade metamorfósica perante tudo… É fácil porque era transparente. Actuava em qualquer circunstância, sem tiques de vedeta, sem luz, com luz, sem som, com som, sem público com público, era a sua paixão, fazia o que queria. Mas múltiplo, como todos nós. Com agressividade, procurando rupturas sempre em
construção. Exigente consigo e com os outros, por vezes demais. Duro e provocador como actor, como encenador e como homem. Transformou-se num Homem do Teatro seja lá isso o que for, transformou-se num bem comum. E preservava-se: “O importante para mim é ter as coisas equilibradas, ter um público certo, ter gente que goste de nós. Eu tenho, felizmente. As pessoas respeitam-me, porque sabem que não me veem em chachadas, não me veem em telenovelas. Toda a gente está a fazê-las, já agora quero ser excepção. Não aceito participar em concursos, criar bonecos que nos aprisionam, recuso, igualmente, entrar em publicidade”. Mário Viegas Era um trabalhador compulsivo. Era alguém que tinha consciência de si, que se aceitava, que via as suas virtudes e os seus defeitos com clareza. Isso era libertador. Que ligava o real ao sonho. Que concretizava o sonho, transformando-o. Tinha poucos pruridos em dizer o que lhe ia na alma. Identificava-se na plenitude com a personagem que era. O António confundia-se com o Mário. E ele gostava. Nunca se acomodou. Varreu o país de lés-a-lés. Foi múltiplas vezes ao estrangeiro e aceitava os desafios difíceis como levar público a um Chiado destruído pelas chamas. Viveu “Abril” por dentro das suas entranhas e esse fogo nunca se apaga. É como uma tatuagem. Tinha em si um naifismo artístico dentro do seu surrealismo. Nunca foi consensual. Sim, era um génio! Porque fez o que os outros não fizeram. Porque viu o que os outros não viram. Porque deu mais à poesia que muitos programas de leitura. Porque deu mais ao teatro que muitos subsídios. Porque era sublime. Porque não tinha um padrão. Porque se respeitava e respeitava o público. Mário era um sonhador. Se se candidatasse à Presidência da República, votava nele. A hora vai chegar! Filipe Esménio
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Manuel Monteiro edita novo livro O escritor, jornalista e revisor portelense Manuel Monteiro vai apresentar, no dia 13 de Junho às 20 horas na Feira do Livro de Lisboa, o seu mais recente trabalho “Dicionário de Erros Frequentes da Língua”, da Só Regra editores. Um livro que é, como o próprio nome indica, um dicionário de todas as perguntas mais frequentes da língua portuguesa, a maior parte das quais não encontra resposta em gramáticas, nem em qualquer livro que diga respeito à língua oficial de nove países e mais de 220 milhões de pessoas.
Exposições de pintura em Moscavide e na Portela Em Moscavide, no Centro Cultural, estará patente entre dia 12 e 26 de Junho a exposição de pintura de Rui Gomes da Silva. Na Portela Na Portela esteve patente a Exposição de Pintura a Óleo sobre Tela de Maria Celeste Gomes, que decorreu entre os dias 8 e 12 de Junho, na sede da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela.
Isabel Fraga lança novo livro Teve lugar, no dia 30 de Maio pelas 17 horas, na Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada, o lançamento do livro «Hagiografia do Silêncio» de Isabel Fraga (editora Lua de Marfim), uma alentejana-portelense ou vice-versa. A apresentação esteve a cargo de Élia Gonçalves. Isabel Fraga nasceu em Lisboa, mas viveu até aos 7 anos de idade num monte alentejano a cinco quilómetros de Moura. Trabalhou durante 14 anos no Centro de Linguística das Universidades de Lisboa, dando inicialmente apoio à biblioteca e mais tarde ao grupo do Português Fundamental orientado pelo professor Lindley Cintra. Foi copywritter em diversas agências de publicidade, entre elas a Publicis Ciesa e a Team-Young & Rubicam. Mais tarde dedicou-se exclusivamente à tradução, trabalhando autores como Erich Fromm, Juan Goytisolo, António Soler, César Vidal, Joanne Harris e J. H. Rowling (os cinco primeiros volumes do Harry Potter).
Obras publicadas: Face (poesia), 1984 Seres Sentidos (contos), 2000, traduzido em França Apreço de Ocasião (romance), 2001, traduzido em França Pátio Interior (poesia), 2002 Mulheres em Contraluz (romance), 2004 A Desenhadora de Malvas (romance), 2007, traduzido em França A Música das Esperas (poesia), 2013 E Tudo Será Luz (poesia), 2014 Hagiografia do Silêncio (poesia), 2015
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DESPORTO
Um mês de Festival Solidário Rui Rego Advogado
Proposta de Sócio Caros leitores, Esta será a minha última crónica sobre o Futsal da Portela pois, como alguns de vós já saberão, deixei, por iniciativa própria de pertencer à Direcção da Associação dos Moradores da Portela e, consequentemente de ter qualquer responsabilidade no FUTSAL. Terminou o campeonato! Pelo terceiro ano consecutivo, no espaço de 40 minutos, saímos das portas do paraíso e descemos ao inferno. Entramos para a última jornada em segundo lugar, com os mesmos pontos do Fabril que seguia em primeiro e com 2 pontos de avanço sobre a Quinta dos Lombos, que ocupava o terceiro lugar. A nossa tarefa não era fácil. Tínhamos que ganhar no sempre complicado terreno do Vila Verde e esperar que o Fabril perdesse pontos na deslocação ao Amarense, que ocupava o último lugar com apenas um ponto. Mais uma vez não conseguimos e, desta feita, temos que admitir, por demérito próprio. Com efeito, o mais difícil aconteceu, o Fabril foi derrotado no Amarense por 5-4 pelo que à nossa equipa bastava um empate, mas fomos copiosamente derrotados por 7-2. Quem beneficiou com estes resultados foi a Quinta dos Lombos que recebeu e bateu o Vinhais por 4-2 e assim garantiu o primeiro lugar e o acesso à primeira divisão nacional. A pergunta que fica no ar é porque não conseguimos? Porque é que nos últimos 3 anos claudicamos sob pressão e não fomos capazes de atingir um objectivo tão desejado? Para mim a resposta é óbvia. E não há que culpar nem jogadores nem treinadores porque estes foram sempre inexcedíveis na defesa intransigente dos interesses da Portela. A culpa é minha, porque não fui capaz de agregar toda a estrutura directiva (directa e indirectamente ligada ao Futsal) em torno de um objectivo. Em torno do sonho da subida à primeira divisão. Porque permiti que a meio do campeonato a Direcção da Portela começasse a falar de mudanças de paradigma no Futsal, de desinvestimento, do perigo financeiro que seria a subida à primeira divisão. E estas hesitações directivas quer se queira, quer não, passam para jogadores e para e equipa técnica afectando-os no seu rendimento, pois, como todos sabemos no desporto a mente é tão importante quanto a técnica e a preparação física. É pois altura da Direcção da Portela, com a legitimidade eleitoral que tem, tomar decisões sobre o futuro desta modalidade, com a certeza de que, qualquer que seja a decisão que tome, deve saber envolver todos os intervenientes no mesmo objectivo (seja a subida à primeira divisão, seja a manutenção na segunda divisão). Se não for assim, se os objectivos não forem comuns a todos e abraçados por todos, teremos mais um ano de insucesso desportivo. Resta-me agradecer a todos os que comigo trabalharam nestes últimos dois anos e meio, em que fiz muitos amigos e alguns menos amigos, em que sorri e chorei, em que passei noites sem dormir e outras a sonhar, enfim em que me transformei num fervoroso adepto desta modalidade cujo lema deve nortear a nossa vida. “Ataque Contra Ataque”
“Por um Campo Novo no Parque das Nações” é o objectivo que levou um grupo de jovens a idealizarem um Festival de dois dias, que juntasse no Estádio Alfredo Marques Augusto largas centenas de pessoas residentes na zona oriental de Lisboa e ocidental de Loures. Tornou-se importante dar visibilidade ao trabalho desportivo desenvolvido com crianças ao longo da presente época e mostrar aos locais as iniciativas de reabilitação conseguidas com o apoio de parceiros. Apesar do trabalho concluído e de estarmos perante um clube renovado pela vontade de dirigentes, treinadores e voluntários, o principal impedimento para a criação de uma estrutura de formação de futebol de jovens adequada e segura no CDOM persiste. Um piso sintético no campo de futebol é urgente! Enquanto outros clubes de Lisboa procuram a substituição de relvados sintéticos anteriormente colocados com o apoio da CML, o CDOM procura soluções para a coloca-
ção do primeiro piso sintético no Estádio Alfredo Marques Augusto. O interesse pela causa tem vindo a aumentar gradualmente. O acordo celebrado entre a Direcção do CDOM e a AJM (Associação de Jovens de Moscavide) delega a responsabilidade legal pela organização do evento naquela associação, que assim se junta à All In (grupo de jovens que detém os direitos comerciais do SmallVille). Esta formalidade permitiu a reestruturação da equipa organizadora do Festival e do próprio conceito do evento. Inicialmente concebido para dois dias, o Festival está actualmente a ser projectado para um mês (de 29 de Maio a 28 de Junho). A área de ocupação também sofre alterações ao estar prevista a utilização de quase toda a área do Estádio, uma expansão evidente face ao projecto inicial. Circo, carrinhos de choque, carroceis, roulottes diversas e palco de concertos entre as atracções a marcar presença no
SmallVille. No que concerne ao programa das festas o Festival assume contornos mais generalistas e populares. Esta “Vila Solidária” quer apelar à participação de toda a população local. Estilos tão abrangentes como música electrónica, rock, hip hop, reggae e rap, juntam-se à música tradicional, popular e ligeira portuguesa. Certamente uma visita recomendada durante o mês de Junho. Mais informações em https://www.facebook. com/smallvillefestival
Jogo de Valores – Formação para Treinadores e Técnicos de Exercício Físico Dia 17 de Abril foi a data escolhida pelos treinadores independentes do “Ser Desportivo” para organizarem, em conjunto com o iLIDH e o IPDJ, uma formação para profissionais ligados ao desporto. No auditório da Direcção Regional de Lisboa e Vale do Tejo do IPDJ,
no Parque das Nações, foram cerca de 80 treinadores a aceitar o convite para durante três horas debaterem os valores que devem ser promovidos no desporto de formação e de competição. A sessão permitiu ainda dar a conhecer aos profissionais presentes o trabalho desenvolvido pelos treinadores independentes no Parque das Nações, tanto na escola Kalorias Futebol Tejo como no Clube Desportivo Olivais e Moscavide (CDOM), no âmbito do movimento “Ser Desportivo”. Clubismo à parte, estes profissionais já demonstraram que o seu foco são os jovens e o desenvolvimento de uma estrutura de formação de futebol, que permita às crianças das freguesias envolventes terem acesso a infra-estruturas desportivas adequadas e a um serviço de ensino desportivo. Apostados em colaborar com todas as instituições locais, juntas de freguesia e demais entidades que possam contribuir para o melhoramento do serviço prestado aos jovens, estes treinadores investem na sua própria formação e na procura de mais profissionais que se revejam nos seus ideais. Com o culminar de uma época desportiva tão produtiva quanto desgastante no CDOM, a equipa de treinadores independentes mantém-se igualmente no Kalorias Futebol Tejo onde planeia desenvolver uma escola de futebol ligada a um dos grandes clubes do futebol profissional nacional, já na próxima época. Mais informações em https://www.facebook. com/futebolclubetejo Pedro Marcelino
Portela na Gala de Natação Sincronizada Realizou-se no dia 31 de Maio, às 21 e 30 horas, na Piscina Municipal de Santo António dos Cavaleiros a Gala de Natação Sincronizada, organizada pela GesLoures. Este evento
contou com a presença de atletas desta variante das Piscinas Municipais da Portela, Santa Iria de Azóia e Santo António dos Cavaleiros, assim como a presença da atleta Bárbara Costa (faz
parte do projecto olímpico Rio de Janeiro 2016), a equipas campeã nacional em juniores e juvenis e a equipa terceira classificada em infantis. Um espectáculo de grande beleza composto por des-
file de abertura, esquema de escolas, esquema da equipa de competição, solo da atleta Bárbara Costa e esquemas de encerramento.
DESPORTO
MP
Festival da AMP enche pavilhão
XIFestival de Ginástica da Portela
O pavilhão da Escola Secundária da Portela parecia pequeno, tendo em conta a quantidade de pessoas que a ele se deslocaram no dia 6 de Junho, para assistir ao Festival AMP (FAMP). Um espectáculo, também conhecido como Sarau da AMP, que
Mais um espectáculo que se realizou na Portela e que contou, também, com grande afluência de público. No dia 29 de Maio decorreu no Jardim Almeida Garrett o XI Festival de Ginástica da Portela, com a organização da Junta de Freguesia e o apoio da Câmara Municipal. O evento
contou com exibições de dança jazz, ginástica acrobática, karaté, kickboxing, hip hop, ballet, entre outras. O evento começou por volta das 21 horas e o público gostou do que viu, não se cansando de aplaudir os intervenientes.
começou às 18 horas com uma aula de Fitness, aberta a todos os interessados e prosseguiu com a apresentação dos grupos de ginástica do Agrupamento de Escolas da Portela e Moscavide. Para o final ficaram as exibições dos clubes participantes.
AM Portela morre, novamente, à beira da praia No futsal a AM Portela ainda não arranjou forma de subir ao principal escalão. Pela terceira vez consecutiva ficou à beirinha, apesar do terceiro lugar alcançado, em igualdade pontual com o segundo. Uma vez mais, a exemplo da temporada passada, o confronto directo foi o factor que desempatou. Apesar de apenas subir directamente o primeiro classificado, que foi a Quinta dos Lombos, perante as fortes possibilidades de Cascais e Rio Ave desistirem do futsal sénior, os segundos classificados da Zona Norte e Sul também serão promovidos. E tudo se deveu à última jornada, para onde a Portela partiu no segundo lugar em igualdade com o primeiro classificado da altura, o Fabril do Barreiro. A AMP deslocou-
-se ao pavilhão do Vila Verde e o Fabril foi na condição de visitante ao Amarense. A tarefa previa-se mais fácil para a equipa do Barreiro, que defrontava o sexto e último classificado do grupo, enquanto a Portela ia ao terreno do quarto. Se para o primeiro lugar dependia de terceiros, para o segundo apenas dependia de si própria, pois a Quinta dos Lombos encontrava-se dois pontos atrás. Mas o impensável aconteceu, Fabril e Portela perderam e a equipa da linha venceu o Vinhais subindo à primeira posição e deixando a AMP em terceiro. Um final dramático que retira um sonho, mas que não elimina o excelente trabalho desenvolvido durante a época por esta equipa.
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OPINIÃO
APDI sensibiliza a população para a doença inflamatória do intestino Dr. Carlos Morais
Cardiologista e Presidente da Associação Bate Bate Coração
Proposta de Sócio Dia Mundial do Ritmo Cardíaco assinala-se a 13 de Junho O Cardioversor Desfibrilhador Implantável (CDI) é um dispositivo utilizado para tratar arritmias cardíacas, potencialmente fatais. Este dispositivo controla e regista o batimento cardíaco, ao longo do dia, e quando detecta um ritmo anormal proporciona uma série de impulsos ou choques eléctricos, que não provocam dor, para que o coração volte ao normal. Actualmente, o CDI é considerado, pelos profissionais de saúde, como a única terapêutica verdadeiramente eficaz para evitar a morte súbita em grupos específicos de doentes com elevado risco de arritmias. É também caracterizado por ser um aparelho seguro e de tamanho reduzido, praticamente invisível ao toque humano. A implantação de um CDI exige uma pequena cirurgia que é normalmente realizada com anestesia local. Através de uma pequena incisão na pele, abaixo da clavícula, o médico introduz cuidadosamente o electrocateter no coração, através de uma veia. O médico cardiologista deve propor um doente para a implantação deste aparelho sempre que o doente se encontra em risco aumentado de morte súbita, após a realização de vários testes e exames que comprovem esse risco e nos casos de pessoas que já tenham sido reanimadas de paragens cardíacas, que tenham histórico de arritmias ou de doenças cardíacas. O ritmo normal do coração é influenciado pelo sistema nervoso, que o faz acelerar quando as necessidades aumentam e retardar quando elas diminuem. Em média, o número de batimentos por minuto (frequência cardíaca) é em repouso de 60 a 100 p/ min, o que significa quase 100.000 batimentos por dia. Uma arritmia é uma perturbação do ritmo dos batimentos cardíacos e pode ter consequências fatais, quando não tratada. Os sintomas de alerta são as palpitações, fadiga, vertigens, tonturas, transpiração irregular, enfraquecimento, falta de ar, dor de peito e ansiedade. A falta de informação é um dos principais factores que pode levar à morte inesperada, repentina e não acidental, conhecida como morte súbita. Para mais informações visite: www.batebatecoracao.pt.
No dia 19 de Maio, Dia Mundial da Doença Inflamatória do Intestino, a Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI) promoveu, em Lisboa e no Porto, uma iniciativa que pretende sensibilizar a população para as limitações que a Doença Inflamatória do Intestino (DII) impõem aos doentes bem como para o desconforto físico e social ao qual estão sujeitos. Durante todo o dia, das 9 às 18 horas, decorreu na Praça Luís de Camões, em Lisboa, e na Praça D. João I, no Porto, uma acção de sensibilização que visou captar a atenção e despertar o interesse das pessoas pela doença, através da caricatura de um dos sintomas com grande impacto na vida dos pacientes com estas patologias. “As idas frequentes à casa
de banho não são o único sintoma da DII mas são um dos que tem maior impacto e gera maior embaraço e limitações pessoais e profissionais na vida dos doentes”, refere João Machado, Presidente da Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI). Composta pela representação do número de horas que um doente passa numa casa de banho e pelo número estimado de metros de papel higiénico que um doente pode utilizar por ano, equivalente à distância de uma mini-maratona (10 quilómetros), esta iniciativa pretendeu representar o peso que a doença tem na vida das pessoas que dela sofrem. Para isso contou com a presença de um actor, que esteve sentado numa sanita durante grande parte da iniciativa, e de vários promotores que, com uma sanita às costas, distribuiram informação sobre a doença inflamatória do intestino, representando desta forma o peso que a doença tem na vida de quem dela sofre. "A DII é uma doença incapacitante e que afecta em muito a qualidade de vida dos doentes, sobretudo porque se manifesta numa idade activa,
O impacto da doença inflamatória do intestino: • 40% dos doentes acordam durante a noite por causa da dor relacionada com a doença • 40% dos doentes indicam que a doença inflamatória do intestino (Doença de Crohn ou Colite Ulcerosa) os impediu de terem relacionamentos amorosos • 83% dos doentes sentem-se diariamente cansados, fracos e desgastados, mesmo entre crises. • 53% dos doentes tiveram de cancelar ou re-agendar actividades pessoais por causa dos sintomas • 61% dos doentes sentem-se stressados ou pressionados quando têm de se ausentar do trabalho por causa da doença • 27% dos doentes têm uma lista de casas de banho limpas e acessíveis sempre que saem de casa.
em que as pessoas se encontram no pico das suas carreiras profissionais e no início das suas relações pessoais. Pior do que o fardo da doença, que limita em muito a vida dos jovens que dela sofrem, é o desconforto social e vergonha que estes sofrem e que os impede de ter uma adolescência e vida adulta normais”, conclui o Presidente da APDI. A DII engloba duas patologias – Doença de Crohn e Colite Ulcerosa – e manifesta-se frequentemente entre os 15 e 30 anos mas pode surgir em jovens de qualquer idade, sobretudo a partir da primeira década de vida. Sendo que, em 20% dos casos a doença tem início durante a infância ou adolescência. As crianças e jovens que sofrem desta doença do foro intestinal têm de lidar com surtos de dor abdominal e diarreia, o que obriga à necessidade de usar, de forma inesperada e frequente, a casa de banho. Na escola e noutros locais sociais, a doença pela sua natureza, desencadeia bastante desconforto físico e emocional, levando ao isolamento e à perda de actividade. Sobre a Doença Inflamatória do Intestino (DII) A DII engloba duas patologias: a Doença de Crohn, que se caracteriza por uma
inflamação crónica que pode afectar qualquer segmento do tubo digestivo, comprometendo, mais frequentemente, o intestino delgado no seu segmento terminal (íleo); e a Colite Ulcerosa, doença crónica que afecta a camada interna (mucosa) que reveste o intestino grosso ou cólon, deixando-a inflamada e com pequenas feridas na superfície (úlceras) que podem sangrar. Diarreia, dor abdominal, fadiga, febre, emagrecimento e sangue nas fezes são os sinais e sintomas mais frequentes destas patologias. Sobre a APDI http://www.apdi.org.pt/ Fundada em 1994, a Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, Colite Ulcerosa e Doença de Crohn (APDI) é uma associação de doentes para doentes, sem fins lucrativos, que visa apoiar e possibilitar a partilha de experiências aos portadores de uma doença inflamatória do intestino, seus familiares e amigos, bem como melhorar o conhecimento da população em geral sobre esta problemática. É membro da EFCCA European Federation of Crohn's and Ulcerative Colitis Associations, da Plataforma Saúde em Diálogo e da Plataforma Mais Saúde.
SAÚDE
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Atletas e pais confraternizam no Atlético de Moscavide No dia 7 de Junho realizou-se, no pavilhão do Atlético de Moscavide, um convívio de basquetebol. Juntaram-se os atletas e as respectivas famílias, para um dia de diversão e cheio de supressas.
Com o aproximar do fim de mais uma época desportiva o objectivo era proporcionar aos pais um dia diferente, trazê-los das bancadas para o campo. O clube está ciente de todos os sacrifícios que os pais fazem durante a época e em alturas tão difíceis, como as que actualmente se atravessam, por isso nada melhor que lhes agradecer pelo esforço, carinho e dedicação. Convívio O evento, que começou às 9 horas e se prolongou até depois das 16, contou com a participação de todos os escalões do clube. A manhã começou com os jogos de minibasquetebol, atletas dos 7 aos 12 anos de idade, divididos em três escalões (Sub- 8, 10 e 12), seguidos dos Sub-14 masculinos. As equipas femininas estrearam-se com a equipa Sub–16, seguida dos rapazes do mesmo escalão. Os adversários foram equipas constituídas por pais, familiares e treinadores. A manhã ficou completa com os jogos das equipas séniores, as senhoras jogaram contra a equipa Sub-16 feminina e os homens jogaram contra a equipa Sub-18 masculina. O almoço, momento já aguardado por muitos com alguma ansiedade, foi servido nas instalações e contou com a ajuda dos pais e treinadores. Foi mais um momento de boa disposição e de recarga de baterias para o resto do dia. O menu foi frango assado, batatas fritas e refrigerantes, que foi possível graças ao apoio da Casa de Frangos De Moscavide. O período da tarde começou com o torneio de lançamentos, que foi um sucesso entre os jogadores e
respectivos familiares. Um jogo inspirado no que é feito na NBA (liga americana de basquetebol profissional). Equipas constituídas por três elementos, sendo que era obrigatória a presença de um familiar e um dos elementos teria que ser do sexo feminino. Competição até ao último segundo, como é característica desta modalidade. Foram contempladas três equipas que receberam
pequenas lembranças dos jogadores séniores do Atlético Clube de Moscavide. Por fim o jogo das estrelas, onde as equipas seniores foram reforçadas pelos pais e jogaram contra uma equipa constituídas por jogadores dos outros escalões. Realizaram-se dois jogos, primeiro feminino e depois o masculino. O resultado foi a alegria, o gosto, o prazer e a camaradagem entre todos os elementos que estiveram presentes. No final ouve ainda um lanche oferecido pela pastelaria/restaurante A Cascata. Durante todo o dia realizou-se um sorteio através de rifas de vários objectos. O clube agradece especialmente aos que tiveram presentes, mas também a todos os que fazem parte do clube e por motivos pessoais ou profissionais não puderam estar presentes. O feedback foi muito positivo e fica a garantia dos responsáveis em fazer um esforço para manter esta iniciativa. Balanço do ano Embora a época não tenha acabado, ainda existem equipas com competição até ao final do mês de Junho, pode-se, desde já, fazer um balanço. Apesar das dificuldades que o clube, assim
como todos os portugueses sentem com o constante agravamento dos custos, foi feito um enorme esforço para manter as portas abertas. Apesar dessas dificuldades, o Atlético de Moscavide nunca recusou ninguém que não tenha condições para pagar uma mensalidade. A principal preocupação foi, é e será sempre os jovens, para que eles possam crescer, não só no plano desportivo mas também plano pessoal e social. Este ano foram inscritos cerca de 150 atletas, não contanto com aqueles que passaram pelas instalações para experimentar a modalidade. Perto de 40 jogadores pertencem ao escalão minibasquetebol, idade igual ou inferior a 12 anos. Meninas e senhoras são pouco mais de 40, divididas em dois escalões, Sub16 e Séniores. Este ano foi o ano de estreia da equipa sénior feminina e os objetivos foram amplamente alcançados. A equipa Sub-16 conta com jogadoras de dois escalões Sub–14 e Sub–16. O clube gostaria de ter os dois escalões, mas infelizmente devido ao diminuto número de atletas do sexo feminino viram-se obrigados a juntar os dois. Pode ser que no futuro possam passar a haver os dois escalões, esse é o objectivo.
Nos escalões de formação, compreendidos entre os minis e os Sub–16 de ambos os sexos, a principal dificuldade prende-se com uma sobrecarga escolar, tendo os jogadores sentido dificuldades em conciliar as suas actividades. Para os Sub–18 masculinos este foi um ano de aprendizagem, visto serem jogadores ou com pouco tempo de basquetebol ou de primeiro ano neste escalão. A equipa de séniores masculina conseguiu excelentes resultados. Apesar de não conseguir a qualificação para os playoffs, tendo várias equipas acabado com o mesmo número de pontos, aqui o critério de desempate não foi favorável. A época acaba com a conquista da primeira edição da taça nacional sénior masculina. Na final que se realizou no dia 30 de Maio, o Atlético de Moscavide venceu a formação do Famalicense por 68-76, trazendo a taça para a nossa Freguesia. Por fim, uma mensagem que fica dos responsáveis do clube “apesar das dificuldades vamos continuar a trabalhar, por isso podem aparecer e experimentar esta modalidade. Podem seguir o clube no facebook em, Atlético Clube de Moscavide. Não fiquem parados mexam-se pela vossa saúde”.
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OPINIÃO
O Tempo Hoje, diferente do Tempo Passado, Diferente do Tempo Futuro. (continuação do MP 9)
Filipa Monteiro Fernandes Psicóloga Organizacional
Recorda-se das 5 dicas sugeridas na edição anterior para uma melhor gestão da Sua Vida? Vamos então recordar as 5 dicas de Ricardo Vargas, por forma a sermos Nós na Vida e não a Vida a comandar-nos. Seguem as primeiras 5 sugestões já apresentadas na edição anterior do MP: 1. Decida o que é importante na sua vida. 2. Escreva os objectivos que pretende alcançar em todas as áreas da sua vida. 3. Identifique quais as actividades que precisa de realizar para atingir esses objectivos. 4. Decida quando quer fazer cada uma dessas actividades e quais os recursos que necessita (competências, informação, financeiros, etc.). 5. Reserve na sua agenda um tempo por ano, mês, dia, para fazer essas actividades e para organizar os recursos indispensáveis. Pois bem, seguem as restantes 5 sugestões de melhoria de gestão da nossa vida, para sentir que dentro da azáfama e da correria do dia-a-dia, consegue, e só depende de si, controlar e gerir as actividades que tem que desenvolver ou realizar dentro do seu tempo, dentro do nosso tempo, porque o tempo é igual para mim e para si: 6. Faça o que planeou, de forma flexível, ajustando o plano às
necessidades do momento, mas sem perder de vista onde quer chegar. A cada momento temos que decidir o que fazer a seguir. Para que essa decisão seja boa precisamos de saber distinguir, nas diferentes actividades que se nos apresentam, quais são as mais relevantes para chegar onde queremos e ser quem queremos ser. 7. Resista às solicitações do momento, tomando as decisões de acordo com o que quer para a sua vida e não com o que os outros querem. A importância de ter um plano global é que conseguimos responder às solicitações do momento, sabendo antecipadamente qual o impacto que essa decisão terá noutras áreas e projectos da nossa vida ou função, sem com isso prejudicar a nossa disponibilidade para ajudar os outros. 8. Faça as suas tarefas cada vez melhor, para gastar cada vez menos tempo nelas. O segredo para não acumular tarefas baseia-se em duas competências das pessoas: saber planear e ter a disciplina para concretizar o que foi planeado. A maioria das pessoas não sabe planear. Acha que planear é simplesmente decidir quando fazer as coisas? Não, não é! Planear, é ter a capacidade de projectar o tempo (real) e recursos necessários que terá que investir, para a concretização de uma determi-
nada actividade e, claro está, ter a disciplina de realizá-la antes de chegar o prazo limite. 9. Lembre-se que só se vive uma vez, por isso não deixe os seus planos afastá-lo das coisas interessantes que a vida proporciona de forma caótica e espontânea. Embora a maior parte das coisas que são urgentes possam ser planeadas com antecedência, evitando terem de ser feitas em cima da hora e do joelho, a verdade é que há outras que simplesmente acontecem e que exigem uma resposta imediata. Quando uma oportunidade de negócio, ou de vida, surge temos que decidir se a vamos aproveitar naquele momento. Não é possível dizer: ok, esta oportunidade que agora surgiu vou aproveitá-la daqui a seis meses. Não faz sentido. Por outro lado, há também problemas que aparecem e que exigem a nossa resposta imediata. É importante deixar sempre uma margem de tempo para os imprevistos. 10. Avalie periodicamente a forma como está a utilizar o seu tempo. Seja auto-crí-
tico e honesto consigo próprio. Não responsabilize os outros pela sua vida. Aproveitar bem o tempo parte da necessidade de sabermos o que queremos atingir na vida. A maior parte das pessoas parece ir ao sabor da corrente sem se responsabilizar pelo seu rumo. Embora isto seja uma atitude perfeitamente natural e aceitá-
vel, como filosofia de vida, não é compatível com queixar-se à posteriori que não se consegue realizar as coisas que são importantes para nós. Nós somos fruto das situações, que no passado, tempo dedicámos. Seja FELIZ no TEMPO da sua VIDA!
SAÚDE
MP
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Psicologia para todos
A validação da Agressividade como Comportamento Social Maria Margarida Oliveira Psicoterapeuta
Estamos a assistir à criação de um protótipo de Idoso através dos meios de comunicação social. Então ser idoso, segundo as imagens que todos os dias nos são transmitidas pela televisão e por toda a publicidade espalhada nos lugares públicos, é ter as seguintes caraterísticas: - Ser idoso é ter problemas nas articulações, nos ossos, na coluna vertebral, em suma na nossa estrutura básica. Mas se tomarmos os medicamentos x, y e z tudo isso será minimizado, não curado… E uma panóplia enorme de medicamentos procuram dar resposta a esse sofrimento. E vir da farmácia com um enorme “saco” de medicamentos parece dar segurança aos idosos. - Também ser idoso é estar sujeito a doenças graves como: cancros; enfartes; avc, diabetes, etc… Então para prevenir todo este tipo de doenças há que se submeter regularmente a exames, alguns muito dolorosos e intrusivos, mas necessários para detectar e prevenir a respetiva doença. E assim uma enorme e dispendiosa indústria, dos chamados ”meios complementares de diagnóstico”, implementou-se no meio médico, em nome de dar maior segurança aos seus diagnósticos. Parece existir uma busca incessante da doença e um comportamento perverso da classe médica que aprendeu, mas parece que esqueceu, que o organismo humano traz meca-
nismos de defesa para todo o tipo de doenças, havendo assim que os despoletar e acelerar, através da sua relação de confiança e de empatia, entre outros. - Também ser idoso, nos tempos modernos, é tentar mostrar que não se é nem se está a envelhecer. Para isso há que recorrer às cirurgias plásticas de todo o tipo; há que fazer exercício físico quase de uma forma compulsiva; há que dançar, rir, etc. Em suma há que se distrair! De quê e para quê? Há que não parar para reflectir! Há que não fazer, ou procurar, o sentido da vida para esta última etapa! Mas sem este sentido para a vida, como dizia o Professor Agostinho da Silva, “morrem muitas mais pessoas do que com todo o outro tipo de doenças”! Sem sentido não há vida, mesmo na simples planta! Acreditamos que a criação destes estereótipos no nosso tempo não é feito ingenuamente e sabemos, pela Psicologia, que eles recorrem aos medos básicos da Humanidade: medo de morrer, medo do abandono e medo da sobrevivência. E mais uma vez, este capitalismo feroz que estamos a viver, vai junto dos velhos buscar o que resta das suas precárias economias, sem valorizar nada do que o Idoso tem para dar com o que aprendeu e adquiriu como sabedoria, ao longo da sua vida. Estamos num período “desalmado”!
Mas os mais importantes problemas do Idoso situam-se real e efectivamente na sua Alma! E assim os problemas com que se debate são: - As memórias do passado que regressam com toda a força exigindo atenção e apaziguamento: as decisões erradas que se tomaram; o mal que se fez ao outro ou que nos fizeram; as oportunidades que se perderam por preguiça, ou por interesses mesquinhos, etc… - As dificuldades em lidar com as tensões familiares e as mudanças sociais, que conduzem alguns Idosos a encontrar no
isolamento, ou em mecanismos compulsivos, como o álcool e o sexo, uma saída e um refúgio; - A procura de dar sentido à nossa vida por vezes tão dispersa, confusa e conflituosa! Como integrar e construir todas as peças no puzzle da nossa vida? É um trabalho silencioso e feito por muitas vias. - O espectro da morte surge mais vezes, até porque já morreram todos os que estavam mais próximos e sabemos que a seguir será a nossa vez! Como nos preparar para esse fim? É esta a verdadeira problemática dos Idosos e quem se propõe
ajudá-los? Os cuidados do corpo são importantes e estão a desenvolver-se técnicas e técnicos de uma forma exponencial para mantermos a dignidade de seres humanos, mas o essencial, na minha modesta opinião, é irmos ao encontro da alma humana que faz uma última tentativa de evoluir e de nos tornar assim mais humanos. Sou psicoterapeuta há mais de 40 anos e também já idosa. Se isto puder merecer alguma consideração peço que reflictam sobre estas simples ideias, enquanto temos tempo!
PARQUE DAS NAÇÕES – EXPO NORTE
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PARQUE DAS NAÇÕES – EXPO SUL
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