ANO II Nr.12 BIMESTRAL
SETEMBRO 2015 - Director: Pedro Santos Pereira Distribuição Gratuita
Estrela assume comando da AMP
Ciclovia na freguesia em 2016
Saiba onde votar a 4 de Outubro
Após passagem de encantar nos rinques e pavilhões, Estrela assume agora outra responsabilidade. É o treinador principal de futsal da AMP para a nova época. Pág. 16
Será já para 2016 a criação de uma ciclovia que unirá Moscavide, Portela e Sacavém. Um boa novidade para todos os amnates do desporto de duas rodas. Pág. 12
Nesta edição do MP ajudamo-lo a descobrir onde vai votar. Descubra aqui, antecipadamente, a sua Secção de Voto para facilitar o seu exercício de dever cívico. Pág. 3
MOSCAVIDE EM FESTA
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MAIS UM SUNSET MAIS UM SUCESSO Mais uma vez os moradores e visitantes disseram presente a este mega evento em Moscavide. A Avenida encheu e embelezou-se para a festa.
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EDITORIAL
O que eu queria Pedro Santos Pereira Director Editorial
A eleições legislativas vão ocupar, de sobremaneira, o mês de Setembro. Os partidos estarão focados, única e exclusivamente, no sufrágio de 4 de Outubro. Um mês de pouca, ou nenhuma, produção ao nível da Assembleia da República. Em contrapartida os eleitores irão ficar saturados de tricas e mais tricas que surgirão, muitas delas de relevância política nula. Infelizmente pouco muda sempre que há Legislativas. Os da governação tentam fazer passar a ideia da perfeição, que sem eles é o caos e que ninguém teria feito melhor. Os da oposição, principalmente aqueles que têm possibilidades de poder vir
a vencer, fazem críticas, muitas da vezes, pouco substanciais e promessas, na maioria, desmedidas. Os outros oposicionistas, aqueles que poucas ou nenhumas possibilidades têm de vencer, agarram-se a dogmas políticos com décadas de existência e pouco atractivos para quem vota. Portanto a minha expectativa é curta, mas nem isso me vai, como sempre, fazer deixar de votar. Seja no partido A, B, C, D ou em branco o meu dever vou cumpri-lo. Tentando ser o mais consciente possível, mas certo que aquilo que se diz, durante este mês, dificilmente será real. Uns mascaram, outros prome-
tem e outros não se adequam à realidade, mantendo sempre um discurso igual, quer estejamos melhor ou pior. Outra situação anómala, difícil de compreender, é que todos realçam a importância que estas eleições irão ter, mas depois uns quantos partidos e personagens fazem questão de dividir as atenções, misturando as eleições presidenciais com as legislativas. Uma mistura que dá jeito para quem não tem grandes ideias, mas precisa de estar nas bocas do mundo. Os partidos aproveitam-se porque discutem demasiadas coisas, mas poucas em profundidade. Com esta mescla parece que temos de escolher
já uma dupla, o Primeiro Ministro e o Presidente da República! A minha grande esperança, que sei que não se concretizará, era aparecer alguém “tipo Papa Francisco”. Que chega numa altura em que a Igreja se está a afastar da população, era uma frase feita da altura, e que, desde o primeiro dia, mostrou que vinha para fazer a diferença, para agregar. Em pouco tempo quebrou mais dogmas, acolheu mais pessoas descriminadas que qualquer concílio. De uma forma simpática e credível, sem ser brusco, pelo menos para o exterior, foi mudando paradigmas. Seguramente que criou inimigos,
sobretudo internos, aqueles que foram aguentando uma quantidade de descriminações ao longo de séculos. Era alguém assim que eu queria, alguém que está a reformar a Igreja de uma forma pacífica, pelo menos aparentemente, pois tal foi a força que adquiriu, pelo seu desempenho, que a sua oposição só conseguirá travá-lo de forma criminal. Era alguém assim que eu pretendia mas, infelizmente, não serei bem sucedido, mas não deixarei de ir votar.
Ficha Técnica
Director: Pedro Santos Pereira Colaborações: Ana Rodrigues, André Julião, António dos Santos, Filipa Monteiro Fernandes, Filipe Amaral, Filipe Godinho, Francisco Rocha, João Alexandre, José Luís Nunes Martins, Joyce Mendonça, Maria Margarida Oliveira, Martim Santos, Ricardo Andrade, Rita Paulos, Rita Santos Fotografia: João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso 2745 Barcarena Tiragem: 13 500 Exemplares Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 2194565 14 E-mail: moscavideportela@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC: 121 952 Depósito Legal: 119 760 / 98
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Junta providencia transporte para as Eleições No dia das Eleições Legislativas, 4 de Outubro de 2015, para efeitos de informação sobre a consulta de inscrições no recenseamento na Junta de Freguesia, os respectivos Serviços Administrativos encontram-se a funcionar nos seguintes locais: - Sede da Junta de Freguesia, na Ex-Escola Vasco da Gama, Av. da República – Portela - Assembleia de Voto a funcionar na Escola EB1/JI da Portela, na Av. dos Descobrimentos, nº 6 – Portela (Secção de Voto de 1 a 11) - Assembleia de Voto a funcionar na Escola Básica Dr. Catela Gomes, na Rua Almirante Gago Coutinho – Moscavide (Secção de Voto de 12 a 20)
A Junta de Freguesia disponibilizará transporte para a deslocação às Secções de Voto, instaladas na Escola EB1 Dr. Catela Gomes, com paragens na Avenida de Moscavide, junto ao café “Ponto 20” e na Igreja de Santo António de Moscavide. O transporte será de hora a hora, com partida da Igreja, durante os seguintes períodos: das 10 às 13 horas e das 15 às 18 horas. A Junta de Freguesia também disponibilizará transporte para todas as Secções de Voto, em funcionamento na Freguesia, a todos aqueles que, com mobilidade reduzida, o solicitem, directamente, nos Serviços Administrativos da Sede da Junta, na Portela, nos dias 1 e 2 de Outubro, no horário de expediente.
Para consultar a sua Secção de Voto pode fazê-lo em: www.recenseamento.mai.gov.pt.
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Centro Social Paroquial de Moscavide O Centro Social Paroquial de Moscavide tem a sua origem no Centro de Acolhimento a Crianças e Ajuda aos Mais Necessitados, instituído em 1942. Actualmente é uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) e integra as valências de berçário, creche, jardim-de-infância, centro de dia e apoio domiciliário. Filipe Esménio Comunicação
Vamos a votos com a democracia em perigo Em tempos a substância contava mais do que a forma. Hoje a forma é tudo, mesmo que não haja substância. A televisão é um perigo para a democracia já dizia Karl Popper. Não sou tão radical até porque gosto de televisão, mas percebo que a TV alterou definitivamente o paradigma. Um técnico extraordinário com pouca eloquência tem dificuldade em ser líder político. Os espectadores querem política espectáculo. E alguns querem «sangue». Querem gafes, erros, engasganços e provocações. Querem debates agressivos e não clarificação de ideias, e depois dizem, caso seja um debate agressivo, que não há lisura, se for um debate de ideias que eles não têm «chama»… Depois dos debates, mais ou menos conseguidos, todos os especialistas consideram que o importante é não cometer gafes, que dêem maus «bonecos televisivos» e que o resto não interessa. Mas é no jogo da informação e contra informação que as grandes máquinas partidárias trabalham, centenas de «avatares» criados nas redes sociais para denegrir os adversários, páginas e páginas criadas, de verdades, inverdades e mentiras nas campanhas de subversão. Poucas ideias, ideias muitas vezes mal definidas, e muita areia para o ar. São os tempos, diriam todos os especialistas. Mas são os políticos aqueles que proferem as maiores ofensas entre si, que praticam as maiores canalhices com os adversários ou entre colegas de bancada. A linguagem continua bélica e, desta forma, com esta construção fica mais difícil construir um futuro melhor. Vivemos uma nova era. Um novo mundo em que, cada vez menos pessoas gostam desta linguagem e, se calhar, muitos já não votam e, dos que votam, muitos já não se identificam. Para salvar a democracia é preciso mudar este paradigma e se não o fizermos com políticas novas, o risco efectivo de uma implosão social aumenta a olhos vistos. Surgiram muitos partidos, mas têm o mesmo paradigma. Hoje não basta pão, casa e paz. As pessoas pensam e querem mais. Aos que andam na política que pensem em mudar, em mudar-se e talvez ainda possamos mudar o mundo para melhor no actual sistema. De outra forma, caminhamos mesmo para um abismo. Mas nem eu nem a minha filha temos medo do escuro.
“Temos 200 crianças e cerca de 100 idosos, estando 60 em centro de dia e 40 no apoio domiciliário. Apoiamos muita gente em Moscavide!”, destaca o pároco, lembrando também “a ajuda prestada pelo Banco Alimentar, que apoia mais de 100 famílias”. A presença do Seminário de Cristo-Rei na Quinta do Cabeço, a partir de 1931, abriu à crescente população de Moscavide um novo período de vivência, enquanto comunidade cristã. A povoação integrava-se na Paróquia de Santa Maria dos Olivais, mas a verdade é que a deslocação a essa Igreja não se tornava fácil para os residentes. Foi, pois, o Seminário que veio preencher a falta de uma Igreja em Moscavide. Cedo começaram os contactos e a organização da comunidade que, durante muito tempo, se deslocou à Capela do Seminário. Mas cedo os padres e seminaristas constataram também as inúmeras dificuldades com que se debatiam os moradores desta zona, que crescera ao serviço do desenvolvimento fabril, trazendo famílias de todo o país, num verdadeiro movimento migratório. Cedo se aperceberam que, para lá do serviço espiritual, esta população precisava de uma eficaz resposta social – resposta que ajudasse as
famílias neste seu novo processo, tão diferente do que haviam vivido nas longínquas aldeias. Era preciso atender, sobretudo, às crianças! Por isso, a acção dos Padres e alunos do Seminário dos Olivais se fez sentir, não apenas no campo da evangelização directa, mas também na acção social. Em consequência, antes ainda da fundação da Paróquia, Moscavide viu oficializada a sua primeira instituição de assistência – o Lactário, nome por que ficou tradicionalmente conhecido o Centro de Acolhimento a Crianças e Ajuda aos Mais Necessitados! Tudo começou em 1942, num rés-do-chão da Rua João Luís de Moura, sob orientação do primeiro director, Padre Johannes Antonius Wackers! A 27 de Abril estavam aprovados os Estatutos, que consagravam “…a criança desde que ela nasce, quando a mãe não tem leite para amamentar… até aos 3 anos… cuidados médicos e leite ou farinha conforme os casos… socorro às mães… creche recreatório ou jardins infantis para crianças dos dois aos sete anos... escola de ensino elementar, ou recreatório e cantina económica para os alunos que frequentam as escolas oficiais… Casa de trabalho, economia, higiene
e aperfeiçoamento doméstico… Biblioteca de leitura ao domicílio… assistência gratuita às famílias pobres”, tudo “na orientação e formação moral [tendo] como base a religião católica…”. A isto acrescia a “assistência gratuita às famílias que pela sua indigência ou pobreza… dela possam carecer”… em cooperação “com as demais obras ou instituições de assistência local”. As despesas inerentes seriam suportadas: pelas cotas e subsídios dos seus fundadores ou cooperadores; pelo rendimento dos trabalhos executados nas casas de trabalho; por doações e subsídios, tanto de particulares como das autarquias locais e da Direcção Geral de Assistência. Juntando os vários donativos conseguidos ao subsídio oficial mensal de 1.500$00, iniciou-se um trabalho que não pararia de crescer. No princípio de 1943, o Centro respondia a 53 lactantes, número que subiu para 153 até Junho do mesmo ano. A farinha que, em Janeiro, era distribuída a 156 inscritos, abrangia em Junho 300 crianças. As consultas passaram de 187 para 672 e os tratamentos de 258 para 997, no mesmo período de tempo. No âmbito das suas valências de saúde, para as quais foram adquiridos modernos aparelhos, o Centro funcionava como um verdadeiro núcleo de serviços médicos. O espaço em que estava instalado tornava-se manifestamente pequeno para tamanha actividade e tantas solicitações. Por isso, rapidamente foi necessário encontrar mais amplas instalações. Comprado por cento e noventa contos, em 1944, o prédio onde actualmente está a PSP de Moscavide, na Avenida principal, acolheria o Centro de Assistência Social. A actividade continuava a crescer, sendo de cerca de duas toneladas o leite em pó e as farinhas alimentícias que anualmente se distribuíam. O jardim-escola tinha 3 clas-
ses para as crianças dos 3 aos 7 anos. Garantia ainda duas salas de estudo para as crianças que frequentavam as escolas primárias, abrangendo diariamente 150. Ali se garantiam todos os dias cerca de 180 almoços. Além disso, na parte dedicada à saúde contabilizaram-se, em 1955, “…5.805 consultas, 2.672 tratamentos, 7.877 injecções, 180 intervenções de pequena cirurgia, 1.590 reacções à tuberculose, 1.407 vacinações, 290 radioscopias… 36 aplicações de fisioterapia. Foram feitas 5.340 consultas de pediatria. A estas acções se acrescentaria, com inauguração a 10 de Dezembro de 1955, um “Centro de Formação Familiar” com actividades no campo da economia doméstica, formação moral e familiar, socorros a doentes, puericultura, arranjo e adornos do lar, corte e confecções e cozinha, etc. A enorme actividade justificara, entretanto, novas instalações. Nisso se trabalhava há vários anos. Mercê de intensa colaboração e dedicação, uma Comissão que, em simultâneo, levava a cabo a construção de um edifício para a Igreja, conseguiu reunir os meios para a obra, num terreno comprado na então designada Praceta do Estado da Índia. Concluídos os trabalhos, para ali seria transferido o Centro, sendo inaugurado a 26 de Maio de 1956. Com a posterior criação da Paróquia de Santo António de Moscavide, a 8 de Dezembro do mesmo ano, consagrava-se o Centro Paroquial, que não perdera os princípios orientadores da marca confessional que o criou! Porém, só a partir de 23 de Abril de 1969 alteraria oficialmente a sua primeira designação, para se consagrar como Centro Social Paroquial de Moscavide, “ficando nele integrado, com todos os seus bens e valores, o Centro de Assistência Social e Infantil…”
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Sunset Moscavide: o sucesso esperado No dia 12 de Setembro, das 16 à uma da manhã de dia 13, pela segunda vez voltou a realizar-se o Sunset Moscavide. A exemplo do ano anterior, a adesão popular foi esmagadora. partilha de várias freguesias da zona, que cederam equipamentos que ajudaram a enfeitar a Avenida, casos de Santo Antão e S. Julião do Tojal; Camarate, Unhos e Apelação, Sacavém e Prior Velho; Odivelas e Vialonga, também eles responsáveis pelo êxito obtido.
A Junta de Freguesia de Moscavide e Portela, com o apoio da Câmara Municipal de Loures, voltou a organizar o Sunset Moscavide. O evento começou no dia 12 de Setembro às 16 horas e prolongou-se até à uma da manhã de dia 13. A exemplo do primeiro, em 2014, a adesão da população foi em massa, que além dos moscavidenses contou, também, com os moradores das freguesias vizinhas. Também o edil, Bernardino Soares, fez questão de estar presente, assim como, naturalmente, a anfitriã Manuela Dias, que não arredou pé da festa. Música, animação, stands e insufláveis foram as propostas para que a Avenida de Moscavide rejuvenescesse não na idade, mas no espírito. A animação foi distribuída por dois palcos, o Palco Avenida e o Palco Oriente, cada um com técnicos de som e logística para as actuações ao vivo.
Organização, apoios e números do evento A organização do Sunset Moscavide pertenceu à Junta de Freguesia de Moscavide e Portela com o apoio directo do Gabinete de Turismo da Câmara Municipal. Mas como é normal, num evento desta dimensão, existiram outros apoios que tornaram a tarde/noite de dia 12 de Setembro um sucesso. Assim, Departamento de Obras, Mobilidade e Energia da Câmara Municipal de Loures, Polícia Municipal de Loures, Polícia de Segurança Pública, Protecção Civil, Cruz Vermelha Portuguesa e Loures Parque foram as entidades que ajudaram ao sucesso da iniciativa. Também a Carris e a Rodoviária de Lisboa contribuíram para a festa, alterando o percurso regular das suas carreiras, de forma a que a Avenida de Moscavide estivesse “limpa” de trânsito. Mas o Sunset Moscavide também foi um momento de
Ao todo participaram 124 comerciantes, todos da Vila de Moscavide, apesar de nem todos terem os seus estabelecimentos na Avenida de Moscavide. Também estiveram presentes 22 artesãos e 10 artistas, além das Associações e Academias da freguesia, que deram outra côr àquela tarde/noite. Para a montagem do recinto foi necessá-
rio construir 105 negativos para colocação dos mastros, num total de 110, tendo sido utilizados 70 holofotes, mais de 300 metros de gambiarras, 46 pérgulas, 19 bancas medievais, 22 bancas artesanais, três caixas com três contadores da EDP, geradores de electricidade para 50 quadros de electricidade espalhados ao longo da Avenida, 100 mesas, 500 cadeiras, mil e quinhentos metros de cabos, montagem de 30 sinais de trânsito e colocação de 100 baias. Ao todo foram 50 trabalhadores que, no dia, asseguraram que tudo corresse da melhor forma, provindos da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal, da Polícia Municipal e da PSP.
Sunset solidário Mas o Sunset Moscavide não foi só diversão e comércio, este ano foi-lhe adicionada uma componente solidária. O destinatário foram as obras do novo Centro Pastoral da Paróquia de Santo António de Moscavide, que obtiveram parte da receita gerada pelos Ateliers da JumpingClay Loures e pelo Circuito Rodoviário, actividades pedagógicas dirigidas a crianças. Uma forma que a Junta encontrou para apoiar as referidas obras, tendo cedido também um espaço para que a Paróquia de Moscavide pudesse dinamizar. Pedro Santos Pereira
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BREVES
Portela em Festa João Borges Neves
A Europa das (Des)ilusões…
A comemoração do aniversário da elevação da Portela a Freguesia decorrerá de 9 a 11 de Outubro, na Sede da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela. Devido
às Eleições Legislativas, este ano a festa foi adiada uma semana, pois o dia 4 de Outubro, data do aniversário, coincidirá com o dia em que Portugal irá decidir quem
serão os próximos governantes. A exemplo de anos anteriores, este evento contará com as habituais tasquinhas e muita animação cultural. Como já vem sendo hábito,
espera-se a adesão de muitas pessoas, não só portelenses, como moscavidenses e moradores de freguesias vizinhas.
UCSP recebe mais dois médicos
Os restantes 79 clínicos foram distribuídos por ACES da zona de Lisboa e Vale do Tejo, com destaque para Sintra (13) e Almada /Seixal (9).
Valflores, em Santa Iria da Azóia, são alguns dos projectos previstos para o município, disse à agência Lusa o vereador com o pelouro do Desenvolvimento Económico, António Pombinho. O município de Loures vai receber do PDCT 5,3 milhões de euros para a concretização de alguns projetos, cujo valor total é de 89,3 milhões de euros, contratualizado para os 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, no âmbito do programa comunitário Portugal 2020. "Tratam-se de projectos que serão muito importantes para Loures e que irão contribuir para a salvaguarda do património natural e cultural, para a inovação social e para a criação de emprego", realçou. António Pombinho referiu que o investimento total dos projectos será de 10,6 milhões de euros, sendo metade desse valor (5,3 milhões) financiado pelo
PDCT. "O próximo passo é apresentar a lista de projectos à CCDR-LVT (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo), que fará a avaliação de cada um", explicou. O apoio global para projectos na AML será assegurado através de 51 milhões do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), 37 milhões do Fundo Social Europeu (FSE) e 1,3 milhões do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência na Utilização dos Recursos (POSEUR). O contrato foi assinado a 14 de Agosto, na sede da AML, que integra os municípios de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.
As longas caminhadas dos refugiados de guerra pelos campos e estradas europeias, os comboios apinhados e o arame farpado, trazem-nos à memória as imagens chocantes da guerra. O Papa Francisco diz que estamos a viver uma “atmosfera de III Guerra Mundial”. A “Guerra”, cada dia que passa, encontra-se mais perto das nossas portas e uma vez mais constatamos que os nossos líderes estão de braços cruzados, numa evidente inércia do MEDO de uma DECISÃO. Temos de defender os nossos valores civilizacionais e retomar inquestionavelmente a via ético-política duma Europa Unida, pois malogradamente confrontamo-nos com a ameaça de um conflito multifacetado e, pela primeira vez na história moderna, de cariz marcadamente religioso! O sucessivo fracasso das negociações no seio da UE para esta migração forçada, é uma clara demonstração da desconfiança e desunião que reina entre os parceiros. É um “filme” a que nos vamos habituando, particularmente desde a ameaça de “expulsão” da Grécia da Zona Euro. Por ironia, desta vez, é a Alemanha que clama por solidariedade. A mesma que escasseou aos países do sul (os PIIGS), no deflagrar da crise das dívidas soberanas na Europa do Euro. A Sra. Merkel que, pela sua humana compreensão do drama destes povos, havia passado da condição de “Dama de Ferro” à de “Santa” – na opinião de personalidades insuspeitas – em poucos dias parece ter perdido a santidade (como referiu Teresa de Sousa), dado que o seu Ministro do Interior anunciou a reposição de fronteiras. Enfim, o processo de (des) União Europeia faz o seu caminho. Se bem que o novo desígnio político pareça ser o de “cada um por si”, a verdade é que alguns ainda teimam em resistir e avançar com propostas de união. Como aquela de Tsipras – novamente vencedor – ao desejar a Portugal um “Primeiro-Ministro progressista”. “O Opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios Oprimidos” Simone de Beauvoir
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) anunciou, no dia 18 de Agosto, a contratação de 88 clínicos para os centros de saúde. O reforço vai garantir que mais 167 200 utentes da região passem a dispor de um médico de família, segundo a entidade. Para o ACES de Loures/ Odivelas estão destinados nove médicos, que entrarão em funções no início de Setembro. O objectivo destas contratações é “reforçar a assistência a utentes de zonas carenciadas”. Entretanto a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Moscavide recebeu dois médicos, que ajudarão a preencher os milhares de utentes que não têm Médico de Família nesta Unidade.
Loures irá receber 5,3 milhões de financiamento comunitário O município de Loures irá receber 5,3 milhões de euros, no âmbito do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial (PDCT) da Área Metropolitana de Lisboa, os quais utilizará para requalificar alguns edifícios históricos, anunciou a autarquia a 31 de Agosto. A construção de um edifício evocativo da Implantação da República e a recuperação do Palácio de
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OPINIÃO
Novo Banco Venda adiada, venda comprometida Ricardo Andrade
Comissário de Bordo
Assumo! Há cerca de dois anos tive a oportunidade, o privilégio e a honra de apresentar, no Jardim Almeida Garrett na Portela, a minha candidatura a primeiro eleito na Assembleia Municipal de Loures, pela Coligação “Loures Sabe Mudar” (PSD/MPT/PPM ), onde exerço actualmente funções em simultâneo com a minha actividade profissional de Comissário de Bordo. Fazê-lo junto dos meus vizinhos Portelenses foi, na altura, muito especial para mim. Era como se regressasse a casa passado muitos anos. Hoje e porque as realidades são diferentes, aproveito este espaço no “Moscavide Portela”, órgão de informação da nossa Freguesia, para anunciar a todos (mais e menos desatentos) que sou candidato a Deputado pela Coligação “Portugal À Frente” ( PSD/CDS-PP), na lista do círculo eleitoral de Lisboa, indicado pelo PSD de Loures. A oportunidade que me foi dada de representar nesta lista o meu Concelho e, logicamente, a nossa Freguesia em conjunto com todas as outras nove do Concelho de Loures, é algo que apenas faria sentido se o comunicasse publicamente aos meus vizinhos. Porquê? Porque tenho a noção plena de que, se faço parte desta lista e tenho oportunidade de lutar pela eleição para Deputado da Nação, é porque sempre tive o apoio das gentes da minha Freguesia e do meu Concelho e sem eles não me encontraria na posição a que cheguei. Isso faz com que este seja um dos locais certos e essenciais para assumir com todos, o compromisso de, sendo eleito, defender não apenas todos os Portugueses e todos os eleitores do Distrito de Lisboa, mas também e com especial carinho todos os Lourenses. O compromisso de quem é candidato não deve ser apenas defender quem o elege, mas também manter-se fiel aos seus ideais e princípios e ainda, entre vários outros aspectos, estar disponível para escutar todos e não apenas alguns. Por isso assumo, aqui e em qualquer outro lugar, que não mudarei a minha postura de sempre (bem conhecida de muitos dos que passam os olhos por estas linhas) por quaisquer conveniências conjunturais. Termino escrevendo que acredito que seja claro para todos que, acima de quaisquer interesses pessoais e políticos, colocarei, caso mereça a vossa confiança e a vossa escolha, sempre os valores que fui aprendendo em família e nesta nossa sociedade em que me cruzei, com tantos e tantos dos leitores destas breves linhas e deste jornal.
Pedro Ricardo Santos
Gestor da corretora XTB Portugal
O Banco de Portugal resgatou, em Agosto de 2014, o banco BES separando-o em duas instituições: o Novo Banco e o BES-mau. O primeiro foi capitalizado através do Fundo de Resolução, no valor de 4900 milhões de euros. O Fundo de Resolução foi o instrumento criado pelo Banco de Portugal, em 2012, dando-lhe recursos para intervir na recuperação em instituições de crédito ou investimento em situação de aperto financeiro. Dos participantes neste fundo fazem parte todos as instituições financeiras que operam em Portugal, com destaque para os bancos. O Governo português comprometeu-se a, depois de “arrumada a casa”, vender o Novo Banco a possíveis interessados. Da corrida a instituição intervencionada surgiram três propostas na mesa das negociações. A seguradora Anbang, o con-
glomerado chinês Fosun e o fundo de private equity americano Apollo. Dos três, restam os americanos da Apollo. Contudo, a grande surpresa desta semana passou pelo anúncio do Banco de Portugal, relativo à decisão de adiamento da venda, para depois das eleições. A decisão não é alheia à proximidade das eleições do próximo dia 4 de Outubro. O governo português pretende ficar à margem das críticas que lhe são dirigidas relativas ao esforço em apressar a venda, antes do acto eleitoral. Uma venda apressada poderia resultar num mau negócio e um mau negócio é tudo o que o governo em funções não quer assumir, já que este acarretaria riscos negativos para a campanha eleitoral em curso. Por outro lado, no final do mês de Outubro serão divulgados os testes de stress
realizados pelo BCE aos bancos portugueses. Desta avaliação poderão resultar indicações para reforço dos capitais do Novo Banco, dado que poderá modificar-se o valor das ofertas. Por tudo isto, existem receios que este adiamento resulte em propostas mais baixas que aquelas que já foram conhecidas, um novo governo sem maioria poderá condicionar os actuais parâmetros da venda. Nesse cenário, os principais prejudicados são as instituições participantes no Fundo de Resolução - os bancos. A diferença na venda para os 4900 milhões usados para o resgate e imputada aos “accionistas” do fundo que, no limite, poderão ter que reforçar os seus capitais, com prejuízo para os contribuintes em geral no caso do banco estatal. Fruto deste adiamento é ainda possível que novos
interessados se juntem à corrida pelo controlo do banco liderado por Stock da Cunha. Contudo é difícil acreditar em propostas oriundas da Europa, uma vez que temos assistido a um desinvestimento do sector bancário do velho continente no nosso País, veja-se o caso recente da saída do Barclays de Portugal. Assim, é possível que possam surgir ofertas de players com negócios indirectos no nosso País. O La Caixa, accionista maioritário do Banco BPI ou o Sabadell accionista de referência do BCP poderão ver nesta aquisição a oportunidade para lançarem propostas de fusão no sector bancário em Portugal. Certo é que este adiamento permite retirar da campanha eleitoral um tema desagradável à actual maioria, não que isso seja necessariamente positivo para os contribuintes portugueses.
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Tribunal da Concorrência admite providência cautelar
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Consultório Jurídico
O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão admitiu o requerimento de providência cautelar administrativa, interposto pelos municípios de Loures, Amadora, Odivelas e Vila Franca de Xira, no seguimento da decisão da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre a concentração SUMA/EGF.
Esta acção tinha sido entregue no dia 10 de Agosto, depois dos municípios terem tomado conhecimento da decisão da AdC, que consideram ilegal, já que assegura como válida e sem condicionantes uma concentração, que cria um monopólio na área da gestão de resíduos urbanos e não urbanos. Os municípios alegam que a decisão não teve em linha de conta os argumentos e factos expostos pelas autarquias e que, por essa razão, os exclui e aos seus interesses, sobre uma matéria onde estes têm responsabilida-
Feira do Livro em Loures A Feira do Livro está de volta a Loures entre os dias 25 de Setembro e 10 de Outubro, no Edifício 4 de Outubro, na Rua da República. Na Feira do Livro, os visitantes podem obter descontos, entre 10 e 20 por cento, em todos os livros, podendo adquirir obras dos principais autores nacionais e internacionais nas áreas da ciência, história, poesia, romance, literatura infantil, entre outras. Esta iniciativa surge da parce-
des e competências – que foram ignoradas não só pela AdC, mas também pelo Governo em todo o processo de privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF). Esta medida foi tomada em função da AdC não se ter oposto à venda da EGF à empresa SUMA - Serviços Urbanos e Meio Ambiente, controlada pela Mota-Engil, a vencedora da privatização da gestora de resíduos urbanos. A AdC tinha decidido avançar com uma investigação aprofundada, a 17 de Março, "por considerar que, à luz dos elementos até então recolhidos, a operação em causa suscitava sérias dúvidas quanto à susceptibilidade de criar entraves significativos à concorrência efectiva nos mercados identificados", segundo o comunicado divulgado na altura. Posteriormente, a 28 de Julho, a AdC entendeu que não havia razão para travar a privatização, justificando que "da investigação aprofundada resultaram elementos que permitiram afastar as dúvidas suscitadas na primeira fase da investigação, nomeadamente no que respeita à integração, num mesmo grupo empresarial, de actividades no sector da recolha e do tratamento de resíduos urbanos". Além disso, o "contexto regulató-
ria entre a Câmara Municipal de Loures e a Página a Página – Divulgação do Livro, para a realização de feiras do livro no Município.
José Morgado deixa-nos Faleceu no dia 21 de Setembro José Miguel da Fonseca Morgado, antigo Presidente da Junta de Freguesia da Portela e antigo Director da Associação dos Moradores da Portela no iní-
rio impossibilita a imputação de custos dos serviços de recolha e transporte de resíduos de responsabilidade municipal às actividades de tratamento de resíduos efectuadas pelos sistemas multimunicipais, reforçado pela monitorização dos municípios enquanto accionistas das entidades concessionárias". A privatização de 95% da EGF foi lançada pelo Governo e ganha pela Mota-Engil, que apresentou a melhor de quatro propostas e ofereceu 149,9 milhões de euros pela sub-'holding' detida em 51% pela Águas de Portugal. O processo, contudo, não foi alheio a polémicas, já que 49% da EGF é detida pelos municípios, que se opõem à venda, tendo avançado com várias acções em tribunal para travar a privatização, sendo esta providência cautelar a última. Como é fácil de prever, o actual Governo, se for eleito, deverá manter o braço de ferro com os municípios. Em contrapartida o Partido Socialista ainda não definiu cabalmente se irá reverter esta privatização, apesar da Câmara Municipal de Lisboa, ainda com António Costa como líder, se ter mostrado desfavorável à privatização da EGF. Pedro Santos Pereira
cio dos anos 80. O funeral realizou-se no dia 22, às 11h15 no Cemitério dos Olivais, onde foi cremado. Este é a terceira personalidade de grande actividade, na criação e desenvolvimento da AMP, que nos deixa durante este ano. Depois de Sebastião Simões e Pereira da Silva, agora foi a vez de José Morgado. O bairro da Portela fica assim mais pobre com estes desaparecimentos, de pessoas que sempre lutaram pelo local onde residiam. À Família enlutada o Moscavide Portela apresenta sentidos pêsames.
Sérgio Garcia Advogado sergiogarcia.advogado@gmail.com TM: 919162666 | Tel: 213463380 Centro Comercial da Portela loja 89 1º Andar 2685-223 Portela LRS Rotunda Nuno Rodrigues dos Santos nº2 2ºC
Questão Boa tarde. Sou administrador de condomínio na Portela e tenho 2 condóminos que não pagam. Um deve 5 meses de condomínio, outro já lá vão 14 meses. É uma questão sensível. Que devo fazer? Manuel Santos Silva
Resposta Da conjugação do disposto na alínea e) do artigo 12º do C.P.C. e do nº 1 do artigo 1437º do Código Civil, o administrador tem legitimidade para agir em juízo, contra quaisquer dos condóminos na execução das funções que lhe pertencem, ou quando autorizado pela Assembleia. Portanto, existindo dívidas ao Condomínio, o administrador deve instaurar acção judicial destinada a cobrar as quantias em dívida. Para tanto deverá munir-se, de acordo com o nº 1 do Artigo 6º do Dec-Lei nº 268/94 de 25 de Outubro, de uma acta da reunião da assembleia de condóminos que tiver deliberado o montante das contribuições devidas ao condomínio ou quaisquer despesas necessárias à conservação e fruição das partes comuns e ao pagamento de serviços de interesse comum, que não devam ser suportadas pelo condomínio, identificando qual ou quais os proprietários devedores, pois constitui título executivo (alínea d), do nº 1 do Artigo 703º do CPC) contra o(s) proprietário(s) que deixar de pagar, no prazo estabelecido, a sua quota-parte.
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OPINIÃO
Uma Esquerda de Confiança nas Finanças Rita Paulos
Directora da casa Qui - Associação de Solidariedade Social
A ideia de que a esquerda se preocupa com as questões sociais e a direita com a economia e as finanças entrou, infelizmente, no imaginário das pessoas na nossa cultura. De tal maneira que quando nos encontramos em bons tempos financeiros é provável existir no governo uma maioria de esquerda. Se encontrarmo-nos a viver tempos difíceis na economia, será provável decorrer, de seguida, um mandato político de direita. No entanto, se olharmos para exemplos concretos de recuperação económica bem-sucedida nos últimos 100 anos – que sem dúvida têm as suas especificidades incomparáveis, mas não no seu todo –, vamos encontrá-la, com destaque e frequência, em políticas de esquerda e não de direita, em governos de esquerda e não de direita. Podemos começar pelos Estados Unidos da América, Franklin D. Roosevelt e o Partido Democrata, perante a enorme crise financeira de 1929. Seguir para a crise financeira de 1999-2002 na Argentina, que foi resolvida pelo governo de Néstor Kirchner, assente na sua ideologia de esquerda. Avançar alguns anos e verificar o que fez Rafael Correa, do movimento
político socialista Aliança PAIS, no Equador, em 2008. Lembrar de seguida a igualmente “milagrosa” recuperação da Islândia, que se iniciou com o governo de Jóhanna Sigurðardóttir, composto por uma coligação à esquerda. Para fechar, olhemos para a recuperação lenta, mas sustentada, dos Estados Unidos da América durante os dois governos democratas de Barack Obama. É verdade que temos uma diferença fundamental destes exemplos: estando no quadro do Euro não podemos utilizar a desvalorização da moeda como ferramenta. É por este motivo então que tem sido desde o princípio urgente resolver a crise da dívida no contexto europeu, lutando-se para melhores condições e soluções, com parceiros europeus, algo que o governo cessante nunca fez. Optou antes por medidas duras, algumas desnecessárias, utilizando o cenário da crise para tentar implementar uma mudança ideológica estrutural no Estado e na sociedade portuguesa, com claro dano para a população e sem resolver de forma cabal os seus problemas. É minha convicção que estas Legislativas de 2015 jogam-se nestas percepções dos eleitores
e das eleitoras sobre a capacidade da esquerda e da direita no campo da economia e das finanças e, por isso, num imenso equívoco que se transforma em sabotagem autoinfligida. Existem propostas concretas que conseguem balançar o Estado Social com estabilidade económica, sendo que tanto uma gestão do Estado eficiente e isenta de corrupção, como medidas concretas que estimulem a produção e a exportação daquilo que temos de
melhor e no qual sabemos nos diferenciar, por exemplo, para além da reestruturação da dívida, são caminhos inequívocos. À falta de confiança, podemos verificar que no espetro da esquerda candidatam-se economistas notáveis como José Castro Caldas, André Freire e José Reis no LIVRE/Tempo de Avançar, Paulo Trigo Pereira no Partido Socialista e Mariana Mortágua no Bloco de Esquerda. Se dúvidas há sobre a serieda-
de de propostas económicas à esquerda, vulgo se estas não propõem sempre medidas sociais sem equacionar e quantificar os seus custos financeiros de forma sustentável e sem implicar endividamento, basta ler o programa do LIVRE/Tempo de Avançar: “O Orçamento de Estado para 2016 deve ser desenhado na óptica da suficiência orçamental, assegurando que a despesa primária (despesa total excluindo juros) seja coberta pela receita.”
D4H é mais do que uma loja de desporto. É um conceito de streetwear com tudo o que precisa para si e para os seus filhos. É um conjunto de princípios com mensagens, acções e atitudes. Uma forma de estar. «Desafiamos todos a ser e fazer melhor do que nunca. A Portela queria e precisava deste conceito para dar escolhas a todos os que apreciam a linguagem streetwear. Em tempos era só para os mais novos, hoje é para todos. Uma linguagem actual e inovadora sempre em busca de novos conceitos». Hugo Dinis Faiões e Andreia Sofia Faiões são parte da equipa que dá a cara por este novo projecto. Nunca ceder à apatia do derrotismo, inovar e dar aos clientes a escolha necessária são os grandes objectivos.
A crise explica algumas coisas, mas não é desculpa para tudo. «Queremos, de uma vez por todas, restaurar o orgulho no que é "made in Portugal" mas sem esquecer o que de bom há nas marcas internacionais». Integrar e dar uma nova linguagem que sirva a população da Portela. Sendo multimarcas tem uma emergência de descobrir o que de novo vai havendo no mundo da moda sem esquecer o apelo do público. «Não estamos fechados em catálogo acreditamos que o melhor barómetro é o público e estaremos disponíveis para ir permanentemente adaptando às suas necessidades.» D4H já abriu no Centro Comercial da Portela na loja 1 do primeiro andar. Vá visitá-la, não se vai arrepender.
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Moscavide e Portela vão ter ciclovia em 2016 Sacavém, Portela, Moscavide será o traçado da nova ciclovia que vai servir as três localidades já em 2016. O projecto foi anunciado no âmbito da Semana da Mobilidade e serviu de mote para o debate sobre acessibilidade no município. Os obstáculos à circulação, a revitalização urbana e o preço dos bilhetes dos transportes públicos foram outros temas em destaque.
A Câmara Municipal de Loures vai construir, até final de 2016, uma ciclovia entre Sacavém e Moscavide, que vai atravessar a Portela de norte a sul. A revelação foi feita no passado dia 22 de Setembro, na sessão de encerramento da Semana da Mobilidade, pelo vice-presidente da autarquia, Paulo Piteira, no salão nobre da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Moscavide e Portela. O projecto está, neste momento, em fase de estudo prévio, ao que se seguirá a consulta pública e depois a fase de concurso de obra, que deverá ter início ainda no primeiro trimestre de 2016, devendo estar concluída antes do final do ano que vem. O
projecto, orçado em mais de 220 mil euros, será dividido em cinco fases e terá início na actual ciclovia de Sacavém, na Rua Estado da Índia. A primeira fase será a extensão até à rotunda de acesso à Portela, seguindo-se a ligação entre a Rua Mouzinho de Albuquerque e a Avenida da República, já na Portela. A ciclovia desce abaixo do Centro Comercial, onde vai ligar o Polidesportivo ao Jardim Almeida Garrett. A quarta fase será a ligação da Rua do Seminário aos Jardins do Cristo Rei, onde finalmente irá ter ligação à Praça José Queirós, entrando um pouco pelo município de Lisboa. Numa segunda empreitada, a ideia é prolongar a
via até à estação de caminho-deferro de Sacavém e ligá-la à ciclovia proveniente do Parque das Nações. Paralelamente, está prevista a criação de zonas de estacionamento de bicicletas ao longo do trajecto, algumas delas cobertas. A autarquia pensou em ligar o traçado à Avenida das Escolas, na Portela, mas os problemas ao nível do trânsito e do estacionamento naquela via fizeram com que a Câmara optasse, para já, por não avançar com essa hipótese. «Iríamos afectar bastante a vida de algumas pessoas, nomeadamente os pais e estudantes que diariamente ali têm de se deslocar de carro e estacionar», defendeu João Félix, arquitecto da Câmara Municipal
de Loures responsável pelo projecto. Paulo Piteira, desvendou, por seu turno, que a autarquia vai «tentar estender a ciclovia às escolas, mas vai ser difícil, quer em termos de financiamento, quer ao nível da logística e dificuldades de deslocação naquela zona». Apesar disso, o vereador enfatizou o mérito do projecto, defendendo «não fazer sentido que, no sexto maior concelho do país, em termos de população, tenhamos apenas 900 metros de ciclovias». Este projecto justificase bastante, na opinião do vereador, até porque «a própria Portela e Moscavide têm conhecido uma diminuição da mobilidade, pelo suprimento de algumas carreiras de transportes públicos ao longo
dos últimos tempos, algo que não é desejável». Paulo Piteira afirmou ainda não prometer o que não pode cumprir, pelo que «outros projectos de ciclovias no concelho estarão dependentes de financiamento externo». Questionado acerca da possibilidade de um projecto de partilha de bicicletas, à imagem do que já acontece em vários outros municípios espalhados pelo país, o vereador referiu que «não há ainda nenhum projecto pensado para a partilha de bicicletas, pois concentrámo-nos na construção do trajecto, para permitir às pessoas utilizar a bicicleta, mas estamos a equacionar a hipótese e veremos se será possível avançar com algo nesse sentido».
LOCAL
Do Rodinhas à disparidade das tarifas de bordo A Semana da Mobilidade, que decorreu no concelho de Loures, entre 16 e 22 de Setembro, contou com diversas iniciativas espalhadas pelo município, que incluíram tertúlias inter-geracionais, sessões de sensibilização, caminhadas e seminários. Paulo Piteira fez um balanço positivo da iniciativa: «Foi a primeira vez que se organizou a Semana da Mobilidade em Loures e posso dizer que foi muito interessante. Apesar da época, tivemos uma adesão razoável da população e foi possível partilhar projectos para melhorar a qualidade de vida dos munícipes». Para Manuela Dias, presidente da União de Freguesias de Moscavide e Portela, foi com agrado que a freguesia recebeu estas «notas de descentralização de actividades municipais». A responsável congratulou-se ainda pelos «quatro anos de trabalho com os técnicos das equipas envolvidas nos vários projectos de mobilidade» que passam pelas duas freguesias, que «estão virados para as pessoas e com os quais tem sido possível construir algo, sobretudo, em conjunto com a Rodoviária de Lisboa».Um dos projectos mais emblemáticos envolvendo as duas entidades – União de Freguesias de Moscavide e Portela e Rodoviária
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de Lisboa – é o Rodinhas Amigo da Bicicleta. Inaugurado no passado dia 22, este projecto permite aos munícipes transportarem as suas bicicletas no Rodinhas, de forma simples e fácil, através da porta traseira dos autocarros. O bilhete cobrado é igual aos dos outros utilizadores, sendo que a utilização do Rodinhas por ciclistas é gratuita até final do mês de Setembro. Recorde-se que o Rodinhas é um autocarro que faz o trajecto entre Sacavém e Moscavide, passando pela Portela, pela estação de Metro e pelo Centro de Saúde de Moscavide. Os bilhetes são mais baratos do que nos transportes públicos regulares e os utilizadores podem entrar e sair a qualquer ponto do trajecto. Inaugurado em Julho de 2007, o Rodinhas foi inicialmente criado para fazer a ligação entre a Portela e a estação de comboios de Moscavide, trajecto que foi alterado para fazer face às alterações que surgiram em ambas as localidades, nomeadamente a chegada do Metro e a inauguração do Centro de Saúde. O Rodinhas faz hoje 56 voltas por dia e passa agora a poder transportar bicicletas, sem que os utilizadores tenham de pagar mais por isso. Segundo Maria José Coelho, responsável da Rodoviária de Lisboa, a empresa tem apostado forte na mobilidade, sobretudo de pessoas com necessidades espe-
ciais: «O Rodinhas está equipado com rampas que permitem a deslocação de pessoas em cadeiras de rodas e carrinhos de bebé. Os outros autocarros não têm ainda esse equipamento, mas temos tido essa preocupação na altura da renovação da frota». Um dos principais obstáculos à mobilidade na Portela, em Moscavide e noutros pontos do concelho é a grande disparidade entre tarifas de bordo nas várias companhias de transporte que servem a região. Sem passes combinados ou bilhetes intermodais, ao contrário do que acontece em Lisboa e noutros municípios, Loures tem dos preços mais elevados de bilhética da área metropolitana da capital. Confrontado com o problema, o vereador Paulo Piteira reconheceu as dificuldades e culpou o governo central pelas «opções ideológicas que tem tomado». Para o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, «restaria aos municípios lançar novas taxas para sustentar os transportes públicos, mas, na actual conjuntura, isso não é possível». Como tal, acrescenta, «vai ser muito difícil a integração dos sistemas de bilhética dos transportes públicos no município». Para Paulo Piteira, «um sistema multimodal é essencial para atrair utentes aos transportes públicos, mas no actual sistema, isso parece-me difícil de acontecer». No entanto, o vereador congratulou-se pelos novos projectos
Como viajar com bicicletas nos transportes públicos Rodoviária de Lisboa
É necessária a autorização do condutor do autocarro para levar a bicicleta. O dono da bicicleta é responsável por eventuais danos provocados pelo veículo. Mais informações em: www.rodoviariadelisboa.pt/regras
Carris
A Carris criou um serviço de 5 carreiras, com autocarros especialmente desenhados para o transporte de bicicletas. Denominado Bike Bus, o serviço não tem encargos adicionais para os utentes. As carreiras são: 708, 723, 724, 725 e 731. Saiba mais em: http://carris.transporteslisboa.pt/pt/bike-bus
Metro
Épossível transportar até 2 bicicletas por carruagem, desde que isso não perturbe o normal funcionamento do Metro nem se verifiquem grandes aglomerados de passageiros. Para saber mais, visite: http://metro.transporteslisboa.pt/informacao/viajar-no-metro/utilizacao-do-metro
CP
Épossível transportar bicicletas nos comboios da CP, nas carruagens especialmente designadas para o efeito. Cada passageiro só pode levar uma bicicleta e a CP não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo veículo. Para saber mais, basta ir a: www.cp.pt/passageiros/pt/informacao-cliente/informacao-util/transporte-bicicletas
lançados: «Hoje, é possível a um munícipe em Sacavém apanhar o Rodinhas com a sua bicicleta e deslocar-se livremente, via Metro, para Lisboa, ou ir de comboio até Cascais».
A eterna questão da revitalização urbana A revitalização urbana tem sido uma das questões mais debatidas na Portela e em Moscavide, a par do estacionamento. Manuela Dias sublinhou as dificuldades que muitos fregueses sentem em transitar nas duas localidades, sobretudo os que, por alguma razão, têm dificuldades em deslocar-se. «Fizemos uma obra para agilizar as viagens de um menino em cadeira de rodas, que passou do quarto para o quinto ano, e teve de mudar de escola, e foi uma empreitada muito difícil», confessou. «Temos um problema grande de acessibilidade para cadeiras de rodas e carrinhos de bebé na Avenida da República e na Avenida das Escolas, na Portela, e ainda o problema do estacionamento à saída do Centro Comercial», enumerou a presidente da Junta. «Era necessária alocação de fundos, mas há cada vez menos verbas disponibilizadas pelo governo central», lamentou. Por seu turno, o vereador Paulo Piteira, anunciou a propósito, a realização de uma consulta pública relativamente à revitalização
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urbana já em 2016. A partir daí, poderão surgir projectos e alterações várias, adiantou o responsável. Em jeito de balanço, Paulo Piteira classificou de «justa e atractiva a ideia da Semana da Mobilidade, um programa interessante, com iniciativas diversificadas e com a participação de várias centenas de pessoas». Defendendo que as questões da mobilidade são uma prioridade para a autarquia, o vice-presidente sublinhou que o município tem tentado estabelecer «uma relação diferente com os operadores de transportes públicos, o que já permitiu desenvolver novas respostas». Paulo Piteira referiu ainda que a autarquia tem privilegiado a questão dos cidadãos com mobilidade reduzida e o transporte pedonal. «Temos também actuado ao nível da remoção das barreiras arquitectónicas e da tentativa de não criação de barreiras novas», destacou. Como exemplo destas iniciativas, o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures anunciou um projecto-piloto desenvolvido na cidade de Loures e denominado Loures Acessível para todos, que inclui um corredor para os cidadãos com mobilidade reduzida acederem livremente aos serviços públicos. «É um projecto que pretendemos alargar a outras zonas», divulgou. André Julião
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CULTURA
Ninho de Cucos
Lana Del Rey
(autêntica vs fabricada) em lua de mel João Alexandre Músico e Autor
Foi editado no dia 18 de Setembro de 2015 o 3º álbum de originais de Lana Del Rey, intitulado “Honeymoon”. Elisabeth Woolridge Grant nasceu há 29 anos, em Nova Iorque e o seu contacto com a criação musical aconteceu já depois de concluído o ensino secundário e com o apoio do tio que lhe ensinou a tocar guitarra. Rapidamente passou a escrever as suas próprias canções e a apresentá-las em bares da cidade sob o nome de Lizzy Grant. Em 2005 já na universidade registou no nome de nascimento o seu 1º cd de originais. Escreveu o jornal britânico The Guardian que “…em 2009 Lizzy Grant, essa mulher loira, aparecia em bares vestida de forma casual, t-shirt e jeans, de voz poderosa mas envergonhada e a falar baixinho para a audiência. No fundo, como centenas de novos artistas que emergem pelos clubes e bares de Nova Iorque a cantar do coração e para os corações, tentando que o sucesso aconteça em algum momento e que não é muito dife-
rente daquele que foi, afinal, o trajecto de nomes grandes como Bob Dylan ou Lady Gaga. Só que para Lizzy Grant tal nunca aconteceu e o seu único álbum passou despercebido”. Lana Del Rey, rompe com o passado de Lizzy Grant, uma e
a mesma pessoa para duas personalidades quase antagónicas. A imagem adoptada por Lana desde logo no vídeo de “Born to die”, do álbum estreia, é provocante e excêntrica quanto baste. Com nus, sangue e tigres a adequarem-se perfeitamente aquela música de ambiente misterioso, voz quase soprada mas sempre em crescendo, com influências de indie e hip hop. Uma pop estilizada carregada de glamour e sombras, à imagem de Nancy Sinatra. Claro que nem tudo é consensual nesta transformação de Lizzy em Lana. Alguns dos seus críticos referem que tudo havia sido planeado desde o início, incluindo a imagem underground cheia de grão de vídeos caseiros, aproveitada e passada como sinónimo de autenticidade em “Video Games” com dezenas de milhões de visualizações no youtube. Estes críticos desconfiam de tal autenticidade e da forma alegadamente orgânica/espontânea desta transformação. Para eles, como refere Steven Horowitz, que escreveu um artigo de capa para a Billboard Magazine “Há muitas coisas em Lana que parecem artificiais … no entanto não restam dúvidas sobre o seu
talento e empenho na carreira”. Há os que argumentam que é o seu milionário pai que está por detrás da ascensão meteórica e outros referem-se às diferenças de imagem física de Lizzy para Lana, como fruto de injecções de colagénio nos lábios ou até de cirurgia plástica, o que Lana recusa alguma vez ter feito. A estreia em grandes programas de tv, Saturday Night Live, mostrando Lana ansiosa e nervosa, foi motivo de chacota em blogs e redes sociais, alimentando ainda mais a ideia de estarmos perante uma artista fabricada. O professor Robert Thompson da Universidade de Siracuce, perito em cultura pop, refere em defesa desta Lana Del Rey persona que “a ideia de autenticidade é vaga e imprecisa e na maior parte das formas uma completa ilusão”. Apoiantes e detractores ao rubro com estes mexericos pop confrontam-se com os seguintes números: o álbum estreia “Born to die” vendeu mais de sete milhões de cópias e o seguinte, “Ultraviolence”, mais de um milhão, distante do primeiro em proveitos elevou consideravelmente a reputação de Lana. Durante os primeiros meses de 2015 produziu e concretizou o
terceiro trabalho, “Honeymoon”, agora editado e que a artista define, ironicamente, como muito diferente do anterior e muito parecido com os dois primeiros. Seguiu- se uma tournée durante o Verão com Courtney Love para testar os novos temas. O destaque promocional vai para os singles “Terrence loves you” e “High by the beach”, que se escuta um pouco por todo o mundo incluindo Portugal. O que escutamos em “Honeymoon” é muito mais drama esculpido de forma delicada na voz, palavras e melodias escolhidas e muito menos os elementos hip-hop de “Born to die”, totalmente abandonados. Lana del Rey surge-nos serena mas convincente. Continua por lá o fantasma de Nancy Sinatra e até o de Bowie no sample “ground control to major tom”, no referido “Terrence loves you”. São 14 temas que encerram com a versão de “Don’t let me be misunderstood”, onde a melancolia é chave, mas o desconforto não acontece. É claramente um disco de Outono/Inverno, de lareira e copo de vinho tinto nobre, porque nobre é esta lua de mel.
BREVES
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Rui Aleixo pinta murais em quartos
José Luis Nunes Martins Investigador
O valor de tudo e a importância do nada Uma das melhores formas de avaliar as pessoas e as coisas é esperar que, com o passar do tempo, a sua importância se relativize e revele. Demasiado perto, tudo tende a parecer absoluto e definitivo. Para compreender cada momento da vida é preciso que ele passe e que se junte a outros, até que chegue o momento certo de ver, com toda a clareza, o que se passou. O segredo do discernimento é afinal uma coisa tão simples quanto exigente e dolorosa: paciência. Se só se compreende a vida quando olhamos para trás, a verdade é que, para a viver, o sentido é o oposto. Para diante. Assim, uma escolha determinante das nossas vidas passa por saber onde colocamos os nossos olhos e o nosso coração: no passado em busca de compreensão e aceitação, ou no futuro em busca de mais vida. O nosso caminho passa por terras desconhecidas e mares longínquos. A nossa vida é um acabar que nunca acaba. Como não há um fim definitivo, renascemos de forma constante em muitos lugares e tempos, e é sempre assim, por mais cansados e angustiados que estejamos... porque a nossa vida quer viver mais do que nós mesmos! O vencedor sai muitas vezes derrotado. Uma das alturas em que o coração não deve fraquejar é quando está rodeado de inimigos. A solidão essencial de cada um de nós é tão profunda, que assusta os que nunca se dão conta da imensidão do mundo dentro de si. Eu sou alguém que busca um outro para ser com ele, a partir dele e... para ele. Nos tempos de abandono há que ter a coragem da esperança. Aquela certeza de que o nosso caminho passa por vales de trevas, frio e dor... mas a nossa missão não é nem ficar por ali,
nem perder a nossa fé no amor. As nossas obras devem ser a resposta ao sofrimento, porque são as obras que confirmam a missão. Fazer o que devo, estando inteiro no que faço! Quem não quer mesmo vencer, não pode esperar vitórias. Não. A nossa existência não é só isto. É mais do que isto. É muito mais do que nós. Nos sucessos é bom lembrar os falhanços... tudo se torna mais claro. Os sucessos e os fracassos. Há uma vida imensa e intensa dentro de mim. A mesma vida que anima as árvores, que florescem e frutificam nas primaveras... e que, soprando no vento, as despe e livra dos seus ramos mortos... a mesma força que levanta as ondas do mar e que, das rochas, faz areia. A mesma coragem que nasce e ilumina o coração invencível de quem aprende a amar. Devemos ousar ser mais. Desenhar uma cruz no infinito e rumar para lá... Enquanto não chegar o tempo de sermos nós a folha que cai... Eu sou também a minha herança. O ser daqueles que me amaram e que aceitei. Cada um de nós não é apenas uma folha, um ramo ou uma árvore... mas uma floresta, um mundo e um universo. Como não querer dar tudo pela verdadeira felicidade? Buscar no passado o sentido da vida é como buscar nos sonhos razões de saudade. À noite, as luzes são mais suaves e verdadeiras. O céu é mais belo quando se podem ver todas as estrelas cintilantes que a nossa curta vista alcança. O luar pode ser ainda mais puro do que a própria luz do sol. O amor chama. Ao longe, alguém canta. Ao longe. Há que esperar. Lutar. Com fé. Aquela certeza de que não sou eu. Somos nós.
A pintura mural personalizada num quarto de bebé ou criança é um presente imaginativo e único. Uma homenagem especial a quem se deseja que cresça e seja feliz, guardando no baú do seu imaginário as melhores e mais fecundas memórias. Para começar uma pintura num quarto de uma criança Rui Aleixo começa por pedir um ponto de partida. Quando o bebé ainda não nasceu, são os pais que lhe podem dar alguma pista... Por vezes é uma história, uma imagem, uma canção, uma cor, outras vezes é um local, um objecto ou um animal.
Depois vem o seu trabalho no local. Os espaços, as arquitecturas, as paredes e os recantos podem dar-lhe pistas sobre o próximo passo. Não faz esboços: ataca directamente as paredes e os primeiros traços e pinceladas vão-lhe dando indicações sobre a continuação. O ponto de partida é de quem pede o trabalho, as referências que lhe são dadas. O ponto de chegada é traçado através das suas escolhas das mesmas (é raro poder usá-las a todas), aliadas ao atlas do seu imaginário e ao savoir-faire. E eis que surge um mundo novo, diferente da fonte original, criado para uma criança nova. E esse mundo poderá ser o cenário de muitas histórias e fará parte de uma futura memória da infância, que se quer feliz e fecunda. Mas a pintura personalizada de paredes não é exclusiva aos bebés, o autor também desenha quartos de criança, quartos de jovem ou de adulto, vestíbulos (hall de entrada), salas de jantar, de música, lavabos... ou qualquer outro espaço da casa. A arte é executada através da criação de ambientes efectuados em trompe l'oeil, frescos, ou pintura decorativa, tendo em conta as características arquitectónicas e decorativas do espaço. Para o portelense cada trabalho é inédito e cada solução tem de ser à medida do espaço e do cliente, não fazendo cópias exactas de nenhum dos trabalhos.
AF_AA3_ZeroJuros2f_ExpocarExpo_12.6x17cm.pdf
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ENTREVISTA
Grande entrevista a Luís Estrela, o novo treinador da AMP
"Sinto uma vontade enorme de VENCER" Depois de jogador agora passa a treinador do seu clube de coração. Que sentimentos é que vêm agregados? São dois sentimentos distintos. Um sentimento de nostalgia por ter terminado algo que sempre foi o meu “mundo mágico” e onde me sentia totalmente livre e realizado. Jogar futebol ou futsal. Quando encerrei esse capítulo há dois meses reconheço que foi muito difícil de “gerir”. Por outro lado passar a ser treinador do meu clube de coração, local onde nasci, estudei, onde estão as minhas raízes, onde fiz grande parte dos meus amigos e onde hoje vivo faz-me sentir um misto de orgulho, satisfação e uma vontade de vencer enorme. Foi um jogador de eleição, chegando mesmo a ser internacional e representando os dois maiores clubes de futsal do País, Benfica e Sporting (formação), o que deseja agora nesta nova fase da sua vida? Como jogador felizmente atingi quase todos os objectivos que a determinada altura prometi a mim mesmo realizar. Ser Internacional, jogar no Benfica (ser campeão pelo Benfica), jogar no Sporting e Olivais foi algo que aconteceu que recordo e guardo com muita alegria e, claro, jogar pela equipa de futsal da Portela. Não tenho memória curta, sei de onde vim e a importância do meu clube formador. Faço parte de uma última geração que via os jogos no rinque dos nossos ídolos. Acima de tudo o que desejo nesta nova etapa é retribuir ao meu clube formador os conhecimentos que adquiri como jogador, como licenciado em treino desportivo e acima de tudo todas as componentes técnico/tácticas e de gestão de grupo que “bebi” dos treinadores com que trabalhei. Trabalhei com grandes treinadores – Adil Amarante, Orlando Duarte, Paulo Fernandes, Luís Alves, Coronel, Jorginho, Zé Amado, Alípio Matos. O início da carreira de treinador começou há 16 anos atrás quando comecei a dar aulas de ténis na Expo e, desde logo, senti que era uma área que me agradava imenso. Posteriormente há cinco anos, quando regressei à Portela como jogador acumulei o cargo de treinador de Juvenis. Posso dizer que neste momento estou na minha cadeira de sonho com as funções desempenhadas no Futsal da Portela. Estava à espera deste convite para treinar a AM Portela? Sinceramente não. A AMP tinha uma equipa técnica muito competente e quando falei com o treinador principal sobre a minha decisão, de ser o último ano como jogador, ele transmitiu-me imediatamente a intenção de me juntar à sua equipa técnica. A verdade é que, por motivos dife-
rentes, a partir daí não tive mais nenhum desenvolvimento da parte da equipa técnica, a não ser uma última conversa na reunião de final de época, individual com cada jogador, onde me transmitiram que não tinham algo concreto para mim, pois não sabiam o que contar com o orçamento da AMP. O convite para treinar a equipa sénior da AM Portela foi uma surpresa total, aconteceu durante as minhas férias e recebi-o com muito orgulho e satisfação, mas passados seis dias estávamos já a competir contra o Sport Lisboa e Olivais para a Taça de Lisboa. O que mudará com a sua nova liderança no futsal da Portela? O meu objectivo é manter tudo o que de bom foi feito num passado recente no futsal da Portela e modificar pequenos pontos, que na minha perspectiva não estariam a correr da melhor maneira. Assegurar o futuro do futsal da Portela é o objectivo e para isso é crucial existir espaço para atletas formados na nossa casa. Para isso acontecer é crucial existir um acompanhamento dos melhores jogadores em todos os escalões e o plantel sénior ser curto, para dar espaço a juniores com qualidade de começarem a “beber” da equipa sénior, para no futuro serem eles a carregar a equipa às costas com a sua qualidade mas, acima de tudo, com os valores da Associação Moradores da Portela. O que eu pretendo é estarmos todos sincronizados sobre a realidade do futsal da Portela, todos os escalões de formação neste momento estão sobre observação, trabalharmos com um objectivo comum em mente, formar jogadores, não queimar etapas de crescimento, detectar talentos, imprimir diferentes metodologias de treino para os diferentes escalões e, acima de tudo, ensinar o que é o privilégio de vestir a camisola azul. Foi buscar como adjunto um ex-capitão carismático, Luís Bendada “Inglês”. É uma tentativa de devolver a mística portelense à equipa? Parece ser uma mais valia para a nossa casa. A não presença do Inglês no futsal da Portela não fazia sentido nenhum e penso que todos os ex-atletas que compreendem esta instituição, tiveram um passado de jogador/morador têm sempre uma porta aberta no Futsal da Portela. O Inglês será sempre um dos melhores jogadores e capitães que o Futsal da Portela teve, atleta da casa, formado cá, jogou cerca de 20 anos pela Portela. Alguém que eu reconheço pelas capacidades de liderança e que tem para mim, em termos de adjunto, todas as qualidades para desempenhar essa função.
ENTREVISTA
Acredita que apostar em treinadores que conhecem bem o clube poderá ser uma mais-valia? É uma questão mais complexa do que parece. Neste momento a área do treino desportivo está muito desenvolvida e existem várias correntes que defendem caminho diferentes. Um treinador neste momento é alguém que tem que gerir várias ferramentas, unidades de treino, planificação, psicologia dos atletas, visão colectiva do jogo, análise táctica, trabalho de vídeo e a componente da interacção pessoal, que tem muito peso nesta área. Felizmente a minha formação vem no ramo do Treino Desportivo e tive oportunidade de, em diferentes modalidades, estudar diferentes treinadores “experts”, com formações distintas , seja no plano teórico ou com a práctica de jogador, mas com resultados de sucesso admiráveis. Eu acredito que um treinador que conheça bem o clube e que compreenda a sua história será uma mais valia mas, atenção, só isso não basta nem é suficiente para preencher o lugar. A minha escolha do Inglês e em outros anos de diferentes adjuntos com quem trabalhei baseia-se num perfil que tem em conta factores diversos como: liderança, personalidade, conhecimento do jogo, interacção com os atletas, dinâmica de grupo, análise do jogo em tempo real e das equipas adversárias, perseverança no trabalho, qualidade das decisões em situação de stress competitivo e, por fim, a relação humana estabelecida comigo. Nestes vários campos o Inglês é alguém em quem eu reconheço muita competência e que, conhecendo bem o clube, é obviamente uma mais valia por tudo o que representa para a instituição e o que pode transmitir aos atletas. A Portela esteve nos últimos três anos quase a alcançar a subida ao principal escalão de futsal. Acredita que será desta? Tendo feito parte dos últimos três anos e de um quarto ano onde subimos da 3ª divisão para a 2ª divisão, só com vitórias e um empate, atingindo os oitavos-de-final da taça de Portugal, a verdade é que o passado recente foi muito positivo em termos desportivos, ainda para mais quando nos anos anteriores o Futsal da Portela Sénior estava num trajecto descendente em termos de resultados desportivos. A verdade é que o objectivo principal definido nos últimos três anos, por vários factores não foi conseguido. Recordo que não subimos um ano por golos (empate de
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o regresso do Palma, Pinheiro e Sandro. Neste contexto teremos sempre uma porta aberta e trabalho de coordenação com os talentos vindos dos juniores, integrando a equipa sénior sempre que decidirmos nesse sentido. Neste contexto o nosso objectivo passa por um ano zero de implementação de sementes para se criar uma dinâmica positiva e o fortalecimento de laços de união entre todos os presentes, para no futuro, quem sabe, a “mística” da Portela poder estar de volta. Recordo que todos os escalões de formação estão na Divisão de Honra. Conheço bem os atletas de cada escalão e sinto que é possível aproveitar o seu talento e a ligação entre o clube que o formou com a transição de alguns atletas para o plantel Sénior. Temos muita qualidade nos nossos jovens, equilibrada com elementos de fora que possuam características que, para nós sejam essenciais, valor no plano desportivo, mas também valor na vertente humana e na dinâmica colectiva do jogo. Para isso acontecer é importante jogar jogo a jogo com o máximo de ambição e respeito pelo adversário e no final faremos as contas sobre a nossa classificação.
pontos com a Burinhosa), outro ano por um ponto (num jogo que a 30 segundos do fim contra o adversário directo, estávamos empatados e marquei de livre de 10 metros, mas o árbitro no momento do remate apitou falta de 5 segundos, numa decisão muito estranha e que deu como resultado final empate, se tivéssemos ganho provavelmente teríamos subido) e o ano passado, em que bastava vencer o último jogo e acabámos por perder em Vilaverde, com cerca de 10 adeptos nossos a ver um jogo decisivo, onde tivemos uma prestação lastimável nesse jogo. A verdade é que temos que olhar para a frente, mas a realidade mudou em termos de objectivos para o Futsal da Portela. O que me foi pedido pela Direcção, o qual eu estou 110% de acordo, é num contexto de redução do orçamento aproveitar de outra maneira os recursos da formação e formar um plantel com por-
tas abertas para esses mesmos atletas e dotar o plantel de elementos que compreendam o que é a “mística” da Portela, ou que sintam um privilégio enorme por representar este clube, criando assim um equilíbrio com outro conjunto de atletas que garantem sucesso desportivo. O plantel Sénior deste ano já tem vários jogadores formados nos nossos escalões jovens (Castro, Palma, Fidalgo) um júnior integrado (Quintela), vários atletas com muitos anos de Portela (Kiko, João Silva, Pinheiro, Sandro) e atletas que vieram de outros clubes que apresentam excelentes índices de talento e perfil mental, que nos parece ser o mais indicado para uma excelente dinâmica de grupo (Neutel, Samuel, Ricardo, Danny, Cristovão e Bruninho). Muito deste plantel veio das decisões da equipa técnica anterior, que me pareceram muito acertadas, tendo a actual equipa técnica escolhido
Quem foram as suas grandes referências neste clube? Tive várias referências, primeiro uma geração mais antiga que cresci a apreciar a sua qualidade da janela do meu prédio, ou a ver jogos deles no rinque com 5 e 6 anos. Cali e Peu foram esses atletas que me marcaram bastante, posteriormente a equipa Sénior que tinha Pato, Pedro Macedo, o Bom, Ruca, Jaime, foram também impressionantes na altura que estávamos também na primeira divisão e jogávamos na Gaspar Correia. Numa perspectiva de impacto na minha carreira de jogador na Portela tive três referências grandes, primeiro o meu parceiro desde pequeno a jogar que foi o Caturra, cresci a jogar com ele desde muito pequeno, desde os 5 até aos 23 anos a jogarmos quase todos os dias, deu-nos uma cumplicidade enorme como jogadores e amigos. Tive imensa pena que não se despedisse como jogador com a camisola da Portela, um jogador excepcional e que não existirá ninguém parecido como ele a jogar. Depois o Pedro, mais conhecido por Bolinhas, foi alguém que me deixou abismado com a sua qualidade e que, sinceramente para mim, foi o melhor jogador da Portela que vi jogar. Posteriormente tive possibilidade de jogar com ele, treinar a formação com ele e ser grande amigo dele deixa-me muito feliz mesmo.
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Por último o Calha, acabou por ter um peso enorme em mim como jogador, vi imensos jogos dele e apreciava a sua maneira de liderar a equipa, o seu talento, mas também a forma como se batia em todos os lances, acabou por transformar-me muito como jogador. Eu era o chamado “jogador habilidoso”, mas a partir do momento que comecei a jogar com ele e a ser seu amigo moldou-me também o meu aspecto defensivo e mental do jogo e penso que fiquei um atleta muito mais completo nos dois campos do jogo. Acabamos por ficar os melhores amigos, através do futsal da Portela algo que nunca esquecerei. Mas não é só de futsal que se faz a sua vida. Também é treinador de ténis no clube. Pode dizer-se que o desporto está-lhe no sangue? Sim, pode dizer-se que o desporto está no meu sangue, pois desde muito pequeno fui educado nesse sentido. A nossa infância foi muito diferente da maior parte das crianças nos dias de hoje, em que considero um absurdo o tempo que têm disponível para brincar. Eu desde pequeno, até os 14 anos vinha da escola às 13 horas, almoçava rapidamente, jogava à bola no pátio com amigos das 14 às 18 e jogava ténis das 18 às 20, todos os dias da semana, durante 10 anos !!! Hoje em dia os miúdos têm pouco tempo para fazerem desporto, no meio das aulas, explicações e dos horários dos pais. Quantos miúdos se veem a jogar à bola nos pátios hoje em dia? No nosso tempo estavam cheios, todos os dias, sei que são tempos diferentes, mas para mim algo está errado com o tempo para brincar e a cultura desportiva dos miúdos hoje em dia. Mesmo com 14 anos e durante essa fase jogava ténis na Portela e futsal ao mesmo tempo, quando estive na faculdade, jogava na Portela, depois Olivais e Benfica, enquanto trabalhava idêntico. Por isso o desporto sempre esteve presente na minha vida e hoje mantém-se na minha vida profissional, em parte como hobby. Paralelamente à minha vida profissional, neste momento jogo ténis com amigos, faço surf, snowboard quando posso, inscrevi-me na natação, realizo um pouco de musculação em casa e jogo futsal aos domingos com amigos, por isso, posso dizer que o desporto está no meu ADN. O desporto sempre esteve muito ligado à minha vida, felizmente foi algo que sempre me ajudou e sinto que me preparou para diversas etapas, tendo tido um papel crucial na minha formação como homem.
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ENTREVISTA E DESPORTO
Rui Rego Advogado
Caros leitores,
Praticamente sempre morou na Portela, depois de uma pequena ausência regressou. Como caracteriza este bairro? A minha ausência explica-se rapidamente, com 16 anos os meus pais queriam ir morar para Belém, eu fiz uma birra tão grande por ir para um sitio tão longe da Portela que, felizmente, acabamos por ir morar para a Expo, o que para mim acabou por ser perfeito, pois apesar de termos excelentes condições eu apenas dormia lá, pois toda a minha vida continuava a realizá-la na Portela. Felizmente regressei passados uns anos e estou muito feliz por viver aqui. Este bairro é simplesmente o melhor bairro do mundo com boas escolas, campos de ténis, espaços verdes, campos de futebol, um centro comercial onde toda a gente se conhece e prédios que realmente podiam ser mais bonitos por fora, mas com excelentes casas no seu interior.
Vê no futsal uma forma de projectar este bairro? Por um lado gostava que servisse para projectar de uma maneria positiva este bairro mas o mais importante é termos uma cultura desportiva nas nossas crianças e um sentimento de união como habitantes da Portela. O importante é o futsal como todas as modalidades esforçar se ao máximo para dar o seu melhor a transmitir os valores correctos do que deve ser o desporto. Se a Portela subir à primeira divisão irá projectar o bairro de uma maneira positiva? Obviamente que sim mas se calhar é mais importante é aquela criança que vê os atletas séniores a jogar ao fim de semana e que pretende no futuro vestir aquela camisola e ganhar hábitos saudáveis no seu percurso de formação. O que mudaria neste bairro? Voltaria a colocar de pé a antiga esplanada, efectuando uma ligação ao campo
relvado, sendo possível estar na esplanada e observar os jogos no campo, enquanto se bebia uma bebida ou se via um jogo na televisão. Tinha colocado no campo relvado, um pavilhão moderno, com cobertura transparente, para podermos ver dos prédios os jogos que se estavam a realizar e, ao lado do pavilhão de futsal, estaria um campo de futebol de 11 relvado e a Portela teria equipa de Futsal e de Futebol de 11. Campos de ténis lado-a-lado rodeados de espaços verdes. É possível existir melhor? Voltaria a realizar os torneios de todos os escalões, incluindo sénior no Verão, com todos os habitantes da Portela presentes, quer a ver os jogos ou em convívio, com música, espaços ao ar livre de degustação, cinema, teatro, atletismo à volta da Portela, feirinha de roupa. Tem sido feito um excelente trabalho nesta área, no aproximar da população com várias actividades e penso que um Dia do Desporto, com
várias actividades interligadas seria uma excelente ideia. É uma pena o que se perdeu de dinâmica de apoio e ligação, pelo simples factor da localização do actual pavilhão. Ter construído o pavilhão ao lado da esplanada teria mudado muito da história do Futsal da Portela. Levava também a referendo uma nova pintura para os prédios da Portela, se decidissem nesse sentido penso que a cor vermelho e branco não ficaria mal (sorrisos), ou então simplesmente dar mais vida aos mesmos prédios. Gostaria de agradecer a todos os Portelenses, amigos, namorada e família pelo apoio que tenho recebido neste novo desafio. Sabem que sou um dos vossos e tudo irei fazer para realizar um excelente trabalho. Desejar um excelente ano profissional com muita saúde a todos vós e quem se cruzou comigo desde miúdo e que me ajudou a ser a pessoa que sou hoje, um muito obrigado!!
Atlético Clube de Moscavide à sua espera Após umas merecidas férias o Atlético Clube de Moscavide volta ao trabalho. O início da época está à porta, vem experimentar e trás um amigo. Para mais informações pode contactar para o email: acmbasquetebol@gmail.com, ou através da internet no site: http://atleticomoscavide.blogspot.pt,e ainda nas principais redes sociais. Temos equipas de ambos os sexos dos 8 aos 80 por isso aparece e vem divertir-te, até já!
Tal como vos informei na minha última crónica, decorreram entre 25 de Julho e 2 de Agosto os Jogos mundiais de verão do Special Olympics com a participação de mais de 7.000 atletas de 177 países. Este evento, o maior dos eventos desportivos mundiais no ano de 2015, contou com 27 modalidades e com a participação de mais de 40.000 voluntários e 500.000 espetadores. A Cerimónia de abertura, à altura de quaisquer jogos olímpicos e/ou campeonatos do mundo de Futebol, contou com a participação de vários embaixadores internacionais como Damian Lillard, Oscar De La Hoya, Stevie Wonder, entre outros e com um emocionante “Let the games begin” por parte de Michelle Obama. Portugal teve mais uma vez uma participação fantástica, obtendo um total de 44 medalhas, sendo 14 de Ouro, 18 de Prata e 12 de Bronze, numa comitiva, recorde-se, com 52 atletas. Brilhante! No entanto, e de acordo com o espírito do movimento, mais importante do que os resultados foi ver a satisfação de todos os atletas à chegada ao Aeroporto da Portela, os quais, sem esquecer os resultados alcançados, valorizaram mais o convívio com os atletas da delegação e com os atletas de outros países, a experiência maravilhosa que tiveram e, claro, o orgulho em representar Portugal e de ouvir tocar o nosso hino além-fronteiras. Observar estes atletas, no regresso de uma competição com esta dimensão, e ouvi-los falar da experiência que viveram, recorda-nos os princípios consagrados na carta de princípios da ética e do desporto, esquecidos e abandonados por tantos e tantos desportistas profissionais e amadores e, principalmente por tantos e tantos dirigentes. Aqui, seguem-se os referidos princípios, nomeadamente a atitude de constante tolerância e respeito pela dignidade humana e o envolvimento coletivo de toda a sociedade, atletas, treinadores e dirigentes, na promoção e defesa dos valores que enformam o ideal desportivo. Termino, com uma passagem da música “fly” de Avril Lavigne, cantada ao vivo na cerimónia de abertura e que representa, de forma simbólica, a coragem e o trabalho destes jovens com deficiência intelectual, “um único passo representa um salto de fé, é a tua vez de voar”.
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SAÚDE
Colesterol João Gonçalves
Secretário-Geral da APORMED
Por que é que já não podemos viver sem os dispositivos médicos? Pense numa situação de emergência médica. Subitamente sofre um ataque cardíaco ou uma apendicite aguda. Os dispositivos médicos são essenciais para ultrapassar esses momentos de crise e podem salvar a sua vida, na medida em que permitem aos profissionais de saúde fazer o diagnóstico e tratar de forma rápida e efectiva as mais variadas doenças e evitar que elas tenham consequências graves e mortais. Actualmente, as novas tecnologias médicas possibilitam que, por exemplo, uma operação ao joelho fique concluída em poucos dias. Há poucos anos, isso não seria possível. Podia tardar um mês, ou mais, até à saída do hospital e o regresso à rotina normal. As economias geradas por tratamentos mais rápidos e eficazes permitem reduzir os custos de hospitalização e a consequente factura a pagar pelos doentes ou pelos respetivos sistemas de saúde e diminuir as filas de espera de quem aguarda ser intervencionado. Com os modernos equipamentos médicos os profissionais de saúde podem aceder a melhor e mais célere informação. As actuais tecnologias permitem o auto controle e gestão de uma doença crónica, como por exemplo a asma ou a diabetes, de uma forma independente e eficiente, com a ajuda de equipamento adequado e de um simples smartphone. Em suma, os dispositivos médicos são usados para efeitos de diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença, lesão ou deficiência. Acrescentam valor, representam ganhos em saúde e contribuem para atingir melhores resultados na prestação de cuidados e na melhoria de qualidade de vida dos doentes.
Rita Manuela Santos Médica
O colesterol é uma substância indispensável ao funcionamento do corpo humano. Serve de base para a síntese de hormonas como as dos ovários, testículos e glândulas supra-renais que regulam inúmeros processos fisiológicos, participa na formação de várias vitaminas e faz parte das membranas das células. Todos temos “colesterol” e é possível doseá-lo no sangue tendo valores mínimos e máximos considerados normais na infância e na idade adulta, que são os valores da maioria das pessoas saudáveis. Como o colesterol circula ligado a proteínas o que é doseado é o conjunto colesterol-lipoproteína e existem várias lipoproteínas, sendo que algumas (de baixa densidade) aumentam o risco de formação de placas ateroscleróticas nas artérias e
por isso foram denominadas “colesterol mau”. A aterosclerose é um dos mecanismos patogénicos da doença cardiovascular (DCV) que causa angina, enfarte agudo do miocárdio, doença arterial periférica e acidente vascular cerebral e por isso a hipercolesterolemia é um factor de risco modificável. Contudo a decisão de tratar ou não o colesterol elevado depende do risco cardiovascular (RCV) do doente e não apenas do valor do colesterol no sangue. O RCV dá-nos a probabilidade de uma pessoa ter um evento cardiovascular grave nos próximos 10 anos em termos de percentagem (o número provável de pessoas a ter doença cardiovascular em 100 com as mesmas características). Nas equações usadas para o cálculo do RCV, como o
SCORE® ou o QRISK®2 os médicos colocam para além da colesterolemia outros factores: o sexo, a idade, os hábitos tabágicos, a presença de doenças crónicas como a diabetes ou até a artrite reumatóide, os antecedentes familiares de morte precoce por causa cardiovascular, a tensão arterial, o peso e a estatura, o valor do “colesterol bom” (com lipoproteínas de elevada densidade). Assim o “colesterol” de cada doente é avaliado globalmente e permite-nos perceber se aumenta ou não o risco. Um indivíduo saudável pode ter um colesterol total de 240 mg/dl com um risco de 0% em 10 anos e outro com 200 mg/dl se for diabético, hipertenso, obeso e até fumador ter um risco superior a 20% em 10 anos (20 doentes com doença cardiovascular em
100 pessoas idênticas ou 1 em cada 5). Não tratamos o colesterol elevado isoladamente, mas sim integrado com outros factores obtidos por diversos estudos de base populacional como Framingham. Quanto aos medicamentos os mais utilizados actuam no fígado, bloqueando uma enzima envolvida na síntese de colesterol; como todos os medicamentos têm efeitos adversos e por isso devem ser utilizados quando há indicação para tal, ou seja, quando o RCV do doente o justifica. Não esquecer que deixar de fumar, normalizar o peso e manter a tensão arterial normal diminuem muito o RCV e podem ser a primeira opção em alguns doentes.
SAÚDE
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As 10 medidas
que precisa de conhecer para educar o paladar do seu bebé Anabela Pereira Nutricionista
2 - Evitar dar sumos ou bebidas adocicadas Os bebés já nascem com a preferência pelo paladar doce, devemos contrariar esta opção e não incentivá-la. Um dos erros mais comuns durante a diversificação alimentar é a oferta de sumos, mesmo que naturais e sem açúcar, levam o bebé a rejeitar a água. Com o passar do tempo é de esperar que estas crianças tenham preferência por sumos e bebidas açucaradas, cujo consumo excessivo contribui para a obesidade infantil. A água deve ser a bebida de eleição para satisfazer a sede. 3 - Não utilizar sal nem açúcar durante o primeiro ano de vida
A diversificação alimentar, ou seja, a oferta de novos alimentos para além do leite, representa para os pais uma etapa importante no desenvolvimento do seu bebé. Para uns é um período extremamente gratificante e motivo de muito entusiasmo; no entanto, para outros, pode ser motivo de angústias, frustrações e preocupações. Esta fase é uma oportunidade para iniciar a educação do paladar do seu bebé. Os alimentos que o bebé ingere nesta etapa e as experiências que tem influenciam as suas preferências e hábitos alimentares durante a infância e, até mesmo mais tarde, na vida adulta. O cumprimento rigoroso do plano de introdução gradual dos alimentos, em cada etapa do desenvolvimento do bebé, é essencial para facilitar o diagnóstico de algumas alergias alimentares e outros problemas de saúde. Os pais devem estar atentos às instruções que recebem dos profissionais de saúde que acompanham o seu filho. Para isso, conheça as 10 medidas que podem contribuir bastante para que esta etapa decorra bem e para que o seu bebé se transforme num verdadeiro
apreciador de uma alimentação saudável: 1 - Iniciar a diversificação alimentar o mais próximo possível dos 6 meses e nunca antes dos 4 meses É por volta dos 6 meses de vida que o organismo do bebé está mais maduro e preparado para a diversificação alimentar. O bebé já é capaz de se sentar, manter a cabeça erguida, levar os alimentos com as mãos à boca e, acima de tudo, já consegue engolir os alimentos semisólidos. Iniciar a diversificação alimentar antes do tempo pode ter consequências para a saúde da criança. É o caso da obesidade, que é mais comum em crianças que iniciaram a diversificação alimentar antes dos 4 meses. O facto de ainda não estar preparado para receber outros alimentos pode fazer com que o bebé rejeite energicamente a alimentação à colher. Esta rejeição repetida cria um sentimento de ansiedade e frustração da parte dos pais e do próprio bebé, podendo ter consequências negativas na formação dos hábitos alimentares da criança.
Os bebés já apreciam naturalmente o paladar doce e o salgado. Não utilizar sal e açúcar durante o primeiro ano de vida incentiva o bebé a saborear o paladar natural dos alimentos. O açúcar favorece o excesso de peso e o aparecimento de cáries dentárias. A utilização de sal na alimentação, durante o primeiro ano de vida, tem sido associada à pressão arterial elevada na vida adulta. 4 - Apresentar uma grande variedade de alimentos saudáveis até aos 12 meses Entre os 12 e os 15 meses, é comum as crianças manifestarem a chamada “neofobia”, que é a aversão a novos alimentos. Os pais devem procurar familiarizar o bebé, com uma grande variedade de alimentos saudáveis, antes que esta situação se manifeste. Desta forma será mais fácil que a criança continue a ter uma alimentação saudável e variada na altura em que também pode começar a partilhar da alimentação da família. 5 - Ser persistente Por vezes é preciso oferecer um alimento 10 ou mais vezes, em momentos diferentes, para que a criança passe a aceitá-lo.
O paladar educa-se e é comum que as crianças necessitem provar um alimento, várias vezes, antes de o aceitar. Cuspir os alimentos e fazer caretas é natural durante as primeiras refeições em que a criança ainda está a aprender a comer à colher e, nem sempre, é sinal de que o bebé não gosta do alimento. Os pais, que muitas vezes se deixam influenciar por estas situações ou pelas suas próprias preferências e aversões, acabam por desistir de oferecer ao bebé determinados alimentos, principalmente alguns vegetais. Se deixarem passar esta oportunidade, mais tarde será muito mais difícil essa aceitação. Também é comum que alguns alimentos sejam rejeitados pela criança quando estão doentes, ou mesmo após uma doença. Pode ser necessário habituar o bebé a estes alimentos novamente. 6 - Deixar o bebé ver, cheirar e tocar nos alimentos A preferência por determinados alimentos não é apenas uma questão de gosto. O bebé é também influenciado por aquilo que vê e pelo cheiro e textura que sente. Permitir ao bebé que veja, cheire e toque nos alimentos e participe de uma forma mais activa nas refeições, com a sua própria colher, vai ajudá-lo a apreciar os alimentos e as refeições e a sentir-se mais auto-confiante. 7 - Incentivar o bebé a provar os alimentos mas nunca pressioná -lo a comer Pressionar o bebé a comer determinados alimentos, seja com distracções, seja com raspanetes, ou oferecendo algo em troca, como bolachas e outros alimentos mais desejados, é uma estratégia que só funciona naquele momento. Na verdade, este tipo de atitude aumenta a rejeição da criança pelo alimento que foi pressionada a comer e aumenta o desejo pelo alimento que recebeu em troca, normalmente menos saudável.
8 - Reconhecer e respeitar os sinais de fome e saciedade do bebé Os bebés nascem com capacidade de regular aquilo que devem consumir de acordo com as suas necessidades. Ao pressionar os bebés para que comam mais um pouco os pais e outros cuidadores estão a perturbar esta capacidade de auto-regulação. 9 - Fazer das refeições momentos organizados e agradáveis de convívio. Os bebés devem ser habituados a comer à hora das refeições. Os pais devem estar sentados de preferência de frente para o bebé, para poderem conversar com o bebé e perceber os seus sinais, num ambiente tranquilo, sem distrações como brinquedos e a televisão. 10 - Não oferecer alimentos como gratificação por bom comportamento, para confortar o bebé, ou para conseguir que o bebé faça algo em troca. Os alimentos estão culturalmente ligados ao afecto. Alimentar a criança para que ela cresça forte e saudável é uma das maiores missões dos pais. No entanto, diante do grande aumento do número de casos de obesidade, é necessário ter o cuidado para que a criança não aprenda, desde muito pequenina, a comer por diversos motivos que não a fome. Os alimentos, recebidos como gratificação por bom comportamento ou como conforto em momentos de dor, tristeza ou irritação são normalmente guloseimas e ganham um valor especial e tornam-se, muitas vezes, os preferidos da criança. Este tipo de atitude pode contribuir para que a criança se habitue a comer por motivos emocionais. Não se esqueça que o que os pais fazem os filhos imitam. Seja um bom modelo para incentivar hábitos saudáveis.
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NOVAS TECNOLOGIAS
Duelo de Titãs Samsung e Apple são duas gigantes da indústria que estão constantemente a competir entre si para disponibilizarem os melhores equipamentos. Mas qual delas vende mais?
A Samsung é e não é a empresa que mais smartphones vende em todo o mundo. A Gartner divulgou os números de vendas de smartphones e, para a Samsung, foi um relatório com um sabor agridoce. Mesmo sendo a líder a nível global e, tendo em conta todo o ano de 2014, foi no último trimestre de 2014 e no primeiro trimestre de 2015 que viu a sua rival a ser o grande centro das atenções e a ser o grande centro de maior vendedora no mercado, o que fez a Samsung descer para o segundo posto. Isto tudo deve-se, na maior parte, à grande estratégia da Apple. Primeiro vê-se claramente que os novos iPhone são de facto um sucesso comercial, segundo, é inevitável negar, Apple é das marcas mais caras no mercado, senão a mais cara, sendo de louvar a estratégia da marca em baixar os preços dos seus smartphones, nomeadamente no iPhone 4s e o seu iPhone colorido, o iPhone 5c. Por último, vê-se que a estratégia da Samsung deixou de funcionar tão bem como dantes… Entre Outubro e Dezembro de 2014 a Apple vendeu 74,8 milhões de smartphones, um valor um pouco acima dos 73 milhões conseguidos pela Samsung. O top 5 da Gartner é depois ocupado por três fabricantes chinesas: Lenovo (24 milhões), Huawei (21 milhões) e Xiaomi (18 milhões), respectivamente. Destaque para o facto de as vendas da Lenovo também contarem com os números da marca Motorola, que reforçou a sua aposta internacional e regressou, por exemplo, ao mercado português.
Samsung ataca e Apple vai contra-atacar O Samsung Galaxy S6, anunciado durante a MWC 2015, é sem dúvida um dos melhores top de linha do primeiro semestre. Então resolvemos compará-lo com o smartphone rival da empresa, que foi citado por ela diversas vezes na sua conferência, o iPhone 6. Apple e Samsung dominam o mercado de smartphones. Mas qual destes dois dispositivos se sai melhor?
Design Os modelos da Samsung são conhecidos mais pelas suas funções, do que pelo seu design. Já os da Apple possuem uma aparência mais premium. No entanto, o Galaxy S6 mudou essa perspectiva com um corpo em vidro Gorilla Glass 4 e bordas em alumínio. O novo design marca uma mudança em relação ao tradicional policarbonato utilizado pela empresa. O Galaxy S6 agora parece-se mais Premium. O novo design sacrificou pontos que eram diferenciais da empresa para a sua rival, como a bateria que agora não é removível e não tem memória expansível via microSD. O iPhone sempre teve essas restrições, fazendo com que os dois se tornem mais semelhantes nesse aspecto.
Tela O Galaxy S6 ostenta um display Super AMOLED de 5,1 polegadas com resolução QHD, e insanos 577 ppi. O que equivale a 70% a mais de pixels em relação ao seu antecessor, o Galaxy S5. A tela é nítida e as suas cores são vibrantes e com contraste
equilibrado. Em comparação, o iPhone 6 tem uma tela LCD IPS de 4,7 polegadas com resolução de 720x1334 com densidade de 326 ppi. No geral isso parece bem distante do Galaxy S6, mas a experiência de visualização entre ambos os dispositivos é semelhante. No entanto, o Galaxy S6 assume certa folga proporcionando maior alcance nos detalhes e melhor imersão.
Software A TouchWiz foi reconstruída, melhorando o Galaxy S6 como um todo. Ambos os dispositivos rodam com as versões mais recentes de seus softwares. Onde vai ao gosto de cada um, tanto Android com o iOS são bons, mas no geral iOS é um serviço mais confiável, já o Android é mais personalizável.
Performance O processador do S6 é um octa-core, com quatro núcleos de 2.1GHz e quatro núcleos de 1,5GHz. A memória RAM de 3GB LPDDR4, agrega força ao processamento, além das novas
opções de armazenamento: 32GB, 64GB e 128GB. A Apple usa o seu próprio processador, assim como a Samsung fez com o Galaxy S6. O chip A8 é baseado na v8 ARM com dois núcleos de 1,4GHz e gráficos quad-core PowerVR GX6450. O controlo da Apple sobre o hardware e software é capaz de optimizar o desempenho. Já vimos iPhones com especificações inferiores e rodar melhor que muitos Galaxys mais potentes, com ligeiras vantagens. O iPhone 6 roda o seu software muito bem, atendendo às exigências e correspondendo aos seus usuários satisfatoriamente.
Câmera O Galaxy S6 possui uma câmara traseira de 16MP e com uma câmara frontal de 5MP. Oferece HDR em tempo real e estabilização óptica para gravação de vídeos. O iPhone 6 tem uma câmara traseira de de 8MP iSight com estabilização de imagem por software, foco automático ou por toque e um flash LED duplo. Não vamos negar, a câmara do Galaxy S6 é um poderio técnico e de uma qualidade tremenda, mas
a do iPhone 6 também não fica nada atrás, sendo as duas das melhores no mercado.
Veredicto final De um modo geral esses são as melhores escolhas para cada plataforma. Se optar por Android, definitivamente no primeiro semestre, o Galaxy S6 é a melhor escolha no mercado e o mesmo acontece aos que preferem iOS. Características que eram diferenciais na Samsung estão-se a perder, fazendo com que em muitos aspectos o novo dispositivo da Samsung seja igual ao seu concorrente. Mesmo que seja uma questão de gosto no geral, o Galaxy S6 é melhor, mas a marca da maçã não se vai ficar por aqui, já tendo planos para o iPhone 6s (um iPhone 6.5 por assim dizer) e iPhone 6c (semelhante ao iPhone 6s mas de baixo custo). Até porque se já tiver um iPhone 6 é melhor esperar por 2016, onde provavelmente a Apple lançará o seu topo de gama, o Iphone 7. iPhone 6 saiu em Setembro de 2014 já o Galaxy S6 saiu em Abril de 2015 . Tiago Viegas Santos
PSICOLOGIA
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Um assunto que me atormenta a mente e assombra o coração! Muito para além dos livros e do material escolar: as conversas que se têm nesta casa. Filipa Monteiro Fernandes Psicóloga Organizacional
Arrancou mais um ano lectivo 2015/2016 para tantas, mas cada vez menos, crianças portuguesas. Há um conjunto de assuntos que neste arranque escolar me atormentam a mente e me assombram o coração, pois a T tem 6 anos (quase 7 anos) e entrou para o 2º ano de escolaridade muito satisfeita e sorridente e o A tem 4 anos (quase 5 anos), nas suas orações vai pedindo para ser crescido para frequentar a escola da T, mas para já ainda frequenta a sala dos 5 anos pré-primária, numa outra escola. Hoje só tenho espaço para partilhar consigo este assunto: Muito para além dos livros e do material escolar: as conversas que se têm nesta casa. “Mãe, quero aquela mochila!” Mais uma mochila? “Não T, tu não precisas de uma mochila nova. A mochila do 1º ano ainda está óptima. Está praticamente nova!”. Pergunto-me se sou má mãe por não lhe oferecer uma mochila nova no 2º ano. Mas porquê fazer colecção de mochilas e comprar uma mochila nova só porque sim? Mais um estojo? “Muito bem T, podes escolher um estojo” e explico-lhe “este estojo novo vai ser para os lápis de carvão, borracha, esferográficas, mas aproveitamos o estojo velho, do 1º ano, para colocar os lápis de cor e canetas de feltro”, isto
porque, por regra, as caixas de cartão dos lápis e das canetas duram uma ou duas semanas. O meu estimado leitor deve estar a pensar que disse que não à mochila, mas por outro lado cedi no estojo… Sim, é verdade, mas cedi no estojo por necessidade e não por capricho! A mim, atormenta-me observar a quantidade de pais que cedem a estas e outras coisas só porque sim, ou antes, só porque não sabem dizer que NÃO. O A por seu lado e para chamar a atenção, encontrei-o a pôr no
caixote do lixo da cozinha um brinquedo que, supostamente, estaria estragado e perguntei-lhe “A o que estás a fazer?” e ele responde com um ar muito surpreso por um lado, mas sério por outro “mãe, estou a pôr este brinquedo para o lixo porque está estragado”, e eu com a minha cara de espanto disse-lhe “A deixa-me ver o brinquedo. E se pedirmos ao pai para o arranjar quando chegar a casa? Assim poderás brincar mais com ele, mas com cuidado para não estragar. Boa ideia?” Ou quando tem
carros ou motas de brincar sem rodas, digo-lhe: “Vai brincar às oficinas… És o mecânico e tens que arranjar as rodas dos teus brinquedos”. Quanto ao assunto brinquedos fazemos ainda uma selecção, geralmente duas vezes por ano - Julho (antes de irmos de férias) e Natal - em que a T e o A escolhem o que querem. O que já não querem juntamos num saco para eles poderem dar aos pobrezinhos! Por vezes pergunto-me onde é que as crianças e jovens, hoje, vão buscar esta mentalidade tão descartável? O discurso nesta casa é sempre o mesmo: poupar, arranjar, estimar,… Sei que na escola passam 8 horas/dia (mínimo) a viver e partilhar experiências com os seus pares! Culturas e climas diferentes que poderão contribuir para o enriquecimento de novas experiências e abrir-lhes os olhos para outros modus operandi. Cabe em cada casa, em cada família, promover o melhor para cada criança! Atormenta-me a forma descartável em como tudo gira à volta deste mundo cada vez mais consumista. Se as coisas são assim tão descartáveis para as nossas crianças e jovens, reflicto muitas
vezes, com tristeza, no silêncio dos meus pensamentos, “um dia mais tarde não me admiro como me poderão tratar… Não me posso queixar das crianças e jovens que hoje são desobedientes e mal educados… Eles próprios tratarão as pessoas de forma descartável… Eles próprios serão descartáveis!”. Nesta casa, nesta família (alguns!) e mesmo com os nossos amigos (alguns!), somos por vezes criticados pela forma rigorosa e exigente em como cuidamos e educamos a T e o A, mas uma das minhas respostas preferidas era uma frase que a minha mãe dizia: “Prefiro que hoje eles chorem, do que um dia mais tarde seja eu a chorar!” e uma frase de uma amiga: “Não acredito que o meu filho seja mais infeliz por ter mais regras e limites!”. A verdade é que, em “momentos decisivos” e de tentativa de alguma coisa, porque o fazem, claro, porque são crianças, a T e o A quando sentem a mudança de olhar ou de voz, nada mais experimentam e a conversa termina e somos nós os últimos a falar, não eles. Penso que para bom entendedor meia palavra basta!